maio 29, 2023

CADEIRA DAS REFLEXÕES - Sérgio QUIRINO Guimarães












Comecemos questionando se estamos tratando de um elemento simbólico ou de um objeto concreto.

Se os considerarmos separadamente, chegaremos à conclusão de que há tanto um objetivo simbólico quanto um elemento material. Porém, se observarmos de modo atento, a referida cadeira não tem uma estrutura predeterminada. Pode ser um trono ou um tamborete; contudo, serve para assentar o corpo.

A CADEIRA É, POIS, O SÍMBOLO DE AQUIETAR A MATÉRIA PARA VIBRAR O ESPIRITO.

Parados, nos interiorizamos. Livres dos estimulos da movimentação, é possível captarmos energias sutis.

A fim de entendermos a "Reflexão", resgataremos o aprendizado dos bancos escolares. Em Física, aprendemos que a reflexão é o fenômeno pelo qual um raio de luz que incide sobre uma superfície é refletido.

Lembremos que, nos processos iniciáticos, "raios de luz" (perguntas, estímulos e movimentos) são "lançados no candidato, para que o neófito manifeste respostas, reações, coragem e determinação. É essa a reflexão, ou seja, é o que e como "volta" à fonte emanadora.

Ainda no estudo da Física, aprendemos que a reflexão da luz pode ser especular, havendo sinergia entre os ângulos que atingem o objeto/iniciando e seu retorno ao ambiente. É o efeito espelho que ocorre quando presenciamos uma iniciação e visualizamos a nossa. Mas há também a reflexão difusa, na qual os "raios de luz são refletidos em diferentes direções, muitas vezes por conta de materiais diferentes, em que se projetou a mesma luz.

POR ISSO, DEVEMOS COMPREENDER QUE A INICIAÇÃO É UM PROCESSO PESSOAL E INDIVIDUALIZADO. FAZER SESSÕES MAGNAS COM VÁRIOS CANDIDATOS NÃO PRODUZ A VIBRAÇÃO HARMÓNICA NECESSÁRIA PARA, DE FATO, INICIAR UMA NOVA ETAPA DE VIDA.

Entretanto, ainda existem dois aspectos relevantes que devemos resgatar na Cadeira das Reflexões. Primeiro, como Maçons, devemos ter um tempo/espaço para concentrarmos nosso espirito sobre nós mesmos.

Nesse caso, ouvirmos a voz da consciência moral espiritual acerca de nossas representações no teatro da vida, em que somos convidados a desempenhar muitos papéis. Refletirmos sobre nossas ideias e nossos ideais, sentirmos os nossos sentimentos e descobrirmos suas origens e seus destinos.

O segundo ponto é nos conscientizarmos de que a reflexão é uma virtude, pois é uma disposição da alma que nos convida a pensar e a evitar o pré-julgamento, a imprudência, a lascívia perniciosa e, sobretudo, a abandonar os vícios.

 A reflexão difusa, em que os raios de luz, ao incidirem sobre a superfície, espalham-se em várias direções, é facilmente compreendida ao observarmos uma Pedra Bruta com tantas arestas

E muitas dessas arestas que temos não necessitam do Cinzel e do Malho. Basta apenas um lampejo de consciência nascido no momento de quietude e no desejo de ser mais polido.


V. I. T. R. I. O. L. - Carlos Pittoli




Na iniciação,  os inusitados acontecem vertiginosamente.

Para aumentar a tensão,  a venda, a tolher talvez um dos mais preciosos sentidos, que é o da visão, eleva a temperatura. 

Os choques com os inesperados,  com os segredos que os irmãos não falam para neófito nenhum, para não tirar deles, Maçons, o prazer de saborear a reação do iniciando  em face de um “obstáculo praticamente intransponível".

Tantas coisas, tantas coisas... Ah! A  iniciação.

Momento  tão especial repleto das mais altas indagações e dos mais altos símbolos maçônicos, que deixam aturdidos a todo aquele que por ele passa.

A vontade é escrever sobre tudo o que ocorreu.

Dá um livro, ou mais.

A  vontade é essa.

Só algum tempo depois, lendo sobre a Ordem, estudando o Ritual e assistindo a uma iniciação é que se pode começar a  compreender o ocorrido durante a iniciação.

Procura-se estabelecer divisões, estanquizando os fatos para dissecá-los.

E dessa estanquização surge um símbolo representado pelas iniciais “VITRIOL”.

Qual o seu significado?

O que designa?

Para que finalidade se encontra na parede da C.'. de RR.'.? 

Inicialmente, verifica-se que não é ele elemento obrigatório, para o GOB, numa C.'. de RR∴, segundo dispõe o REAA, edição 1998, pg. 10.

Elementos obrigatórios são, por exemplo: a ampulheta, o esqueleto humano, o pão e a água. 

Mas, embora facultativo, ele se encontra presente na maioria das C.'. de RR.'.

Enquanto, que outros objetos, obrigatórios, às vezes ali não estão presentes.

“VITRIOL” é a abreviatura de palavras de uma frase em latim:   “Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem”. 

Ao pé da letra isto significa: “visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta”.

A profundidade de tal frase salta aos olhos, primeiramente,  por que é no interior da terra, ou seja, na C.'. de RR.'. que o Profano morre,  para nascer um Maçom

A C.'. de RR∴, na realidade, relembra as cavernas das antigas iniciações, inclusive religiosas. 

Como qualquer iniciação, simboliza a morte material de alguém e o seu ressurgimento num plano mais elevado.

O iniciando permanecia no interior de uma caverna da qual, em dado momento, saía por uma fenda ou orifício, como se estivesse nascendo.

Segundo o Poderoso Ir.'. José Castellani, ainda existem tribos na África que, vivendo na idade da pedra, se utilizam desse ritual, quando considera morta a criança que ali entrou e nascido o homem maduro, pronto para a vida.

A C.'. de RR.'. representa, ainda, o útero da mãe terra, de onde os filhos da viúva nascem para uma nova vida.

Esse conceito atual de masmorra foi introduzido pelos franceses na metade do Século XIX, influenciados pela Revolução Francesa e por um certo sentimento antimístico oriundo do iluminismo francês, mas esses fatos não podem desvirtuar a sua origem.

Em segundo lugar, “retificando-te” significa, na verdade o “seguir em linha reta”.

Ou seja,  agir em si mesmo com profundidade.

É nesse momento de solidão, de encontro consigo mesmo, de meditação diante do inusitado, do desconhecido, que o novo homem se retifica interiormente, deixando de lado todos  os vícios de uma vida anterior para adotar novos padrões de conduta moral.

E, ao fazer isso,  mostra-se para o novo homem a pedra oculta que há dentro de todos.

Tal pedra ainda se encontra em estado bruto, necessitando ser lapidada, trabalhada, o que só acontece com o aprendizado constante, com  a prática incessante das boas ações, com o respeito às normas, com a presença constante em Loja, com a aplicação dos princípios fundamentais da Maçonaria, como a fraternidade e a humildade!

De nada adianta descobrir que em seu interior há uma pedra bruta, se essa pedra não é tocada, não tem a sua rusticidade conhecida, se nada se faz para seu polimento.

Esse polimento é pesado, o desbaste das arestas, dos excessos, é doloroso, mas necessário para fazer crescer aquele que encontrou dentro de si o que o diferencia dos demais animais: a pedra oculta, isto é, a inteligência, a capacidade de raciocinar, de discernir entre o certo e o errado, de dominar o desejo pessoal, de vencer paixões e submeter vontades!

A menção à pedra oculta, ainda, significa atingir o mais profundo do EGO do iniciando e é usada como originária da força dos alquimistas, que acreditavam na PEDRA FILOSOFAL, ou seja, aquela pedra que transformava os vis metais nos mais puros e raros metais, ou os metais inferiores em ouro. 

Esse processo de transmutação visto pela alquimia prática como “pedra filosofal”,  é também conhecido como Obra do Sol, ou Crisopéia, ou Arte Real.

No entanto, para a alquimia oculta, todavia, a frase é um convite ao conhecimento do ser interior, da espiritualidade, já que a Obra do Sol é a transmutação do quaternário humano, inferior, no ternário divino, superior ao homem.

A PEDRA OCULTA é a PEDRA DO SÁBIO, que pode se transformar na PEDRA FILOSOFAL, ou seja, dentro de cada homem há uma PEDRA OCULTA, conhecida também como PEDRA DO SÁBIO, que o diferencia do animal irracional e que qualifica o ser humano como tal.

Trabalhada  a PEDRA DO SÁBIO  tem-se a PEDRA FILOSOFAL,  ou a PEDRA POLIDA, surgida com a transformação do bruto Profano em um  novo homem, um Maçom.

Encontrada a pedra oculta, ou a PEDRA DO SÁBIO, mas se esquecendo de que o trabalho com essa pedra bruta deve ser constante, o homem não avança, não cresce espiritualmente e a pedra permanece bruta, não dando a público a sua beleza interior, permanecendo carregada de jaça, de sujeira que a obscurece e a torna imprestável para o uso a que se destina.

O Maçom que mantém a sua pedra oculta com traços de impureza, causados por ações ou omissões denominadas vícios, não pode ser chamado de Maçom, antes, pelo contrário, deve ser alijado do meio sadio para não impregná-lo com seu hálito sujo, pois é ele indigno de ser chamado Irmão.

Daí, pode-se afirmar, sem temor que o trabalho do Maçom na pedra bruta deve ser diário e incessante, devendo ele, com constância, visitar o interior da terra, retificando-se, na busca da pedra oculta.

E seguir trabalhando-a na busca da evolução  contínua e infinita!



maio 28, 2023

OS LIMITES DA SINCERIDADE - Sidnei Godinho



Quantas vezes já nos deparamos com irmãos que na Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Geral faz uso como se fosse consertar o mundo e as pessoas e ainda tenta justificar se desculpando que é uma pessoa sincera e não pode deixar passar? 

Certa vez uma grande amiga, já cansada das constantes observações sobre seu modelo XGG, disse educadamente que: "A Sinceridade sem as boas regras de convivência é Grosseria". 

Na época soou como brincadeira, mas logo veio a percepção da seriedade do caso e uma análise melhor sobre o que delimita ser sincero e ser mal educado. 

Interessante registrar que o conteúdo da fala é verdadeiro, mas a inapropriedade se dá na falta de objetivo, visto ser a pessoa já consciente de seu sobrepeso. 

Ou seja, aquele que se diz sincero, alega em sua defesa, mesmo inconsciente, ser igualmente verdadeiro. 

Contudo, foge-lhe à compreensão de que as palavras precisam ter significado, caso contrário tornam-se vãs e agridem. 

A psicologia esclarece que agir com sinceridade, sem medir as consequências de como o outro vai receber a mensagem é sincericídio, uma neologia entre sinceridade e suicídio. 

É uma atitude que bem caracteriza a insanidade do agressor, ao usar o subterfúgio da verdade para infringir dor ou remorso na outra pessoa, enquanto mascara sua própria incapacidade de conviver com seus conceitos deturpados de estar certo sempre. 

Normalmente não há uma deliberação consciente pela hostilidade, o que requer criar filtros antes de se pronunciar, como por exemplo refletir sobre o que de produtivo será feito pela pessoa ao receber a informação. 

Escolher as palavras e o momento também são fundamentais para ser cortês e alcançar o objetivo da sinceridade, qual seja, transmitir uma verdade que passou desapercebida. 

Há diversos autores que exploraram tal tema e me valho do famoso Oscar Wilde que registrou: “Pouca sinceridade é uma coisa perigosa e muita sinceridade é absolutamente fatal”.

Falar o óbvio não soma conhecimento e muito menos carisma, portanto respire fundo e conte até 10 da próxima vez que for contar para alguém sua dita verdade e ser sincero. 




IMPORTÂNCIA DA MULHER PARA A MAÇONARIA-



"Ao lado de um grande homem, existe uma grande mulher."  

 

A base da Instituição Maçônica é a fraternidade, por isso reúne os homens em suas Lojas, nas quais reinam a moral, a tolerância e a solidariedade. Porém, a Maçonaria também dedica à família o melhor de suas atenções. E embora a mulher não participe diretamente dos trabalhos maçônicos, não se pode dizer que não lhes presta a sua colaboração, pois, enquanto os maridos se dedicam aos trabalhos da Loja, as esposas se constituem em guardiãs do lar e dos filhos.

Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como à mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família como base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso, um homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua mulher, e eles dois se tornam uma só carne". (Gn, 2:24).

Os Maçons tributam, portanto, à mulher não somente o respeito que ela merece como mãe, esposa, irmã e filha, mas também pela admiração a que tem direito por ser o ornamento da humanidade, na qual tem exercido um grande papel civilizador e propulsor do progresso dos povos.

Para os maçons, a mulher é a Deusa do lar, é aquela que reúne a família em torno de si, que auxilia o marido, ocupando-se das tarefas do lar e da educação moral dos filhos, a fim de torná-los dignos de serem os homens de amanhã, inspirando-lhes aqueles sentimentos de afetividade e de moral sobre os quais assenta a sociedade. "A mulher sábia constrói o seu lar; a insensata o destrói com as próprias mãos". (Juízes; 14:1).

De fato, não é nas escolas que as crianças aprenderão a sentir o calor dos bons sentimentos. Não é apenas nas escolas que se irá formar o seu caráter e aonde irão aprender a se considerarem irmãos entre sí. É ao lar que esta tarefa cabe exclusivamente, e ela só poderá ser desempenhada pela mulher. "Casa e patrimônio são herança dos pais, e mulher de bom senso é dom de Deus". (Juízes, 31:10).

Depois de DEUS, o único ser onipotente, em nossas vidas é a mulher. Nascemos do útero de uma, morreremos nos braços de outra. Entre um evento e outro, em nome delas construímos a civilização e seus destinos. Nunca chegamos a compreendê-las. A natureza, para nosso alívio, nos poupou dessa missão impossível: cabe-nos apenas amá-las e respeitá-las.

Fui criado dentro da mística machista. Mas confesso que, através da vida, nunca presenciei nenhum fato que me provasse ser o homem realmente o sexo forte. Na escola, do primário à universidade, os primeiros dez (10) lugares da classe, em nota, invariavelmente pertenciam às mulheres.

Pertenço à geração que assistiu à ascensão da mulher no mercado de trabalho. Dói-nos reconhecer, mas o fato é que elas são mais eficientes, esforçadas e determinadas do que nós. Pobre do executivo que, em uma reunião de negócios, topa pela frente com um interlocutor do sexo feminino. A luta é desigual. Quando não nos fulmina com argumentação melhor fundamentada, tratam de derreter nossa intransigência com um simples sorriso. Isso para não citar o extremo e desleal recurso da lágrima, sem dúvida a mais poderoso força hidráulica criada pela humanidade. Apesar de sua inegável superioridade, ainda lhes reservamos, nas organizações, funções quase exclusivamente subalternas.

Se, aos poucos, vão nos superando no campo profissional, desde sempre nos suplantaram na política de vida. São biológica e afetivamente mais resistentes do que o homem: vivem mais tempo do que nós e são capazes de viver sem nós. Quem nos dera poder afirmar o mesmo!

A arena onde os dois sexos medem forças é o matrimônio. O homem o procura em busca de carinho e sentido para a vida. A mulher procura nessa aliança o ninho seguro para criar seus filhos; obviamente, o poder de barganha do homem é muito menos. Acabam restando, nos dias atuais, três tipos de casamento: aqueles que não dão certo; aqueles que a mulher manda e aqueles em que o homem pensa que manda...

A mulher concebe, homem não. E aí esta fundamentalmente, a diferença. DEUS delegou a elas o Dom de reproduzir a vida. E nós nunca as perdoamos por isso. Através dos séculos, as flagelamos, as dominamos, as submetemos justamente para que, dessa forma, pudéssemos camuflar a nossa revolta, a nossa frustração, o nosso inconsciente sentimento de inferioridade. Impusemos a sua virgindade, exigimos a sua exclusividade, trancamo-las, a sete chaves, em nossos castelos. Elas, mais seguras, nunca nos reivindicam nada disso. As mulheres multiplicam a vida, os homens só possuem a sua. "A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas a mulher que tem a DEUS merece louvor". (Juízes, 31:30).

A mulher acima de tudo, é MÃE. E não há palavra mais bela, mais suave e mais plena de conteúdo que lábios humanos sejam capazes de pronunciar; ao mesmo tempo pequena e imensa, significa o consolo da aflição, a luz na desesperança, a força na derrota; é o peito onde reclinamos nossa cabeça, a mãe que nos abençoa, o olho que nos protege.

Quer o destino que nossas MÃES cruzem os portões do infinito antes que nós o façamos. E assim, por sabedoria de DEUS, aprendemos a transferir todo o seu significado para nossas mulheres, que são mães de nossos filhos, e para nossas filhas que serão mães de nossos netos. Este é o sentido de nossa existência.

A mulher para nós, MAÇONS, é a maior estrela brilhante neste universo. Tanto é verdade que, quando iniciamos na Ordem Maçônica, nos é entregue dois pares de luvas brancas, sendo um par para nosso uso e o outro para a mulher que mais estimamos. As luvas, na Maçonaria, é símbolo de pureza e de candura e também de inocência. Por isso as luvas devem ser brancas. Usadas pelo homem, devem relembrar-lhe a mansidão e a pureza a que esta obrigado, e aquelas entregues à mulher simbolizam que o Maçom deve ter consideração pelo belo sexo, presenteando-as não à mulher que mais ama, mas aquela que considera mais digna de ser amada. Sem dúvida alguma, a mulher é tudo para nós.

...

Fonte: lmmb.

maio 27, 2023

VENERÁVEL DE UMA LOJA - Valdemar Sansão


O Venerável Mestre deve ter estudado a ciência maçônica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É necessário que possua um conhecimento profundo do homem e da sociedade, além de um caráter firme, mas razoável. As atribuições e deveres dos Veneráveis são muitos e de várias índoles e acham-se definidos e detalhados com precisão, de acordo com o Rito, a Constituição, o Código Maçônico, Leis e Resoluções da Potência de sua jurisdição, os decretos e Atos do Grão-Mestre, o Regulamento Particular e as deliberações da Loja.

Segundo o Ir.'. Gonzáles Ginório, da Venezuela, para ser Venerável Mestre de uma Oficina Maçônica, e por conseguinte tornar-se o guia dos Irmãos que compõem a sua Loja, o candidato deve possuir os seguintes predicados:

Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária; Não ser indiscreto, injusto ou indiferente; Não estar despido de entusiasmo e de espírito; Não ser indisciplinado, intolerante, inconformado e irascível; Não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante; Ser estudioso e não superficial; Não alardear e abusar de sua inteligência; Não conspirar em eleições; Não pedir, suplicar ou de qualquer forma desejar posições. 

Há sem dúvida um Sinal infalível: o verdadeiro candidato para o posto governante de sua Loja é o Maçom que não pede cargo; não o cobiça e que, aspirando essa exaltação como um ideal, não se julga merecedor dela. Sentir-se sem mérito para um posto de preeminência é apreciar a dignidade do cargo e começar a ser merecedor do mesmo.

Conhecidos os pré requisitos que deve possuir um Venerável Mestre, devem os Mestres maçons, instalados ou não, procurarem nas suas Oficinas Irmãos que atendam a estas condições para que possam ser "o Pai, o Conselheiro, o Chefe e para tanto, deve ser aquele que harmoniza e pacifica; aquele agente transformador, aquele que, transformando-se, ajuda o seu Irmão também transformar-se; que passa a viver e representar a vontade da maioria sem impor a sua própria vontade". Essa reunião de elementos concretos ou abstratos de um todo, só reúne um líder que "mobiliza" os Irmãos a seu favor, que define as metas, mostra os caminhos e faz com que todos tenham vontade e orgulho de caminhar a seu lado.

Para ser claro, ser Venerável Mestre de uma Loja requer que o Mestre maçom, regularmente Iniciado, Elevado e Exaltado, possua: 

reputação ilibada; seja sincero e verdadeiro; seja afável no trato, inabalável, firme, arraigado, constante, intrépido e intransigente em seus princípios; seja amante da sabedoria; versado na nobre ciência da Arte Real, e ter sido legalmente eleito pelos Mestres Maçons de sua Loja.

É na Oficina que se forja o homem maçom que irá zelar pelos destinos maiores da Sublime Instituição.

O cargo de Venerável é eletivo e temporário. O exercício do cargo de Venerável dignifica seu ocupante, por ter sido escolhido entre os seus pares para a distinção de representá-los e conduzi-los à continuidade, visto, pois, como iluminado para a direção dos trabalhos, e tudo com sabedoria precisa para a orientação dos obreiros do quadro.

Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de frequência, de vibração, um modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, é com certeza um líder, tendo por princípio ser possuidor de grandes virtudes, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a harmonia do todo, o exemplo da conduta maçônica. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada, pelo conformismo, e saber diferenciá-los. Mas isto tudo não se completará se o Venerável se esquecer da humildade e do senso de justiça que o cargo exige.

Se não for possível ao Irmão ter certeza de possuir os pré requisitos de um Venerável Mestre ou, ainda, as qualidades de um Mestre Instalado, não deve aceitar o Primeiro Malhete de sua Oficina.

Este Mestre deve ser o exemplo da conduta moral e espiritual de uma comunidade maçónica, pois este é o seu destino, assumido de livre e espontânea vontade. Deverá ser o espelho de sua Oficina ou sua Oficina seu espelho. Deverá ser um exemplo no cumprimento das Leis, Regulamentos, Regimentos, etc., que regem a Sublime Instituição, não descurando, no mínimo detalhe, da ritualística.

Concluindo, diríamos que, somente seremos fortes, individual e coletivamente, no dia em que conhecermos nossas fraquezas e nos dispusermos ao trabalho de sustentação das Colunas, suporte, amparo, e apoio do Venerável Mestre de nossa Augusta e Respeitável Loja Simbólica, pois sabemos que o homem se mantém e cresce na proporção da força do apoio de seus Irmãos.

maio 26, 2023

ONDE OCORRE A VERDADEIRA INICIAÇÃO? - Paulo André




Símbolos, metáforas ,alegorias e rituais, não devem serem tomados ao pé da letra, eles em si, talvez não tenham muito poder, vou dar um exemplo, pegue um pedaço de pano, pinte de vermelho e preto, e mostre para um chinês, dinamarquês ou lituano, para eles, aquilo não represente rigorosamente nada, agora mostre para um  flamenguista, ele se ajoelha e chama de manto sagrado

Ora, o amor pelo time, não está no pedaço de pano pintado, está dentro da pessoa, aquele símbolo é apenas o gatilho que dispara algo que já existe no interior humano, isso vale para a imensa maioria dos símbolos, metáforas, alegoria e rituais, despertar o poder interno humano

Essa é a missão da Iniciação, a pergunta é em qual plano ela acontece, físico, mental ou espiritual?

Creio que tudo ocorre no plano mental, é ali que definimos se vamos subir para o plano espiritual, ou despencar para a matéria, falo metaforicamente, a nível de consciência

Todo o impacto da ritualística deve causar em nossa mente algo muito forte, que desperte o Deus interior que dorme dentro de nós

Quando algo ocorre muito forte na mente, reverbera em nosso corpo físico, se você sentir mentalmente o gosto de um limão, sem dúvida fará uma careta como se fosse real, aliás, nisso se baseia a chamada lei da atração, tem que ser tão real na mente, que faça o corpo sentir

Sim, se nossa mente melhora, com certeza, nosso corpo físico também será beneficiado, tal é o poder da iniciação, se for bem feita, por quem ministra, bem assimilada por quem recebe, por isso, alguns consideram que o processo iniciático é um novo nascer

Mas, a grande questão, será se ela realmente ocorrer, no plano espiritual?

Mas aí vai muito da crença de cada um, de acreditar, que quando qualquer escola iniciática está trabalhando, ela não está agindo sozinha, e que a verdadeira iniciação ocorra em outras dimensões, ainda não acessíveis nem compreensíveis para nosso atual estágio de evolução.

Seria essa a experiência que alguns profetas, santos e avatares tentam nos descrever?

Isso mexe com a própria estrutura de nossas ordens, serão elas apenas instituições terrenas, trabalhando no reino mental e no físico?

Ou irá ela mais longe, atuando em dimensões muito além do que sonhamos que exista, e o processo pelo qual passamos fez da gente, Cidadãos Cósmicos

Estamos realmente preparados para a missão?

O primeiro passo, é começar a pensar e debater o assunto, somos mais do que realmente conseguimos perceber


maio 25, 2023

O CAFÉ É BRASILEIRO - Joab Nascimento











 O Café é Brasileiro


Extremamente saboroso

O café é uma bebida

Em toda mesa é servida

Seu sabor é bem gostoso

Com seu cheiro apetitoso

Feito moído e torrado

No Brasil é cultivado

Seus grãos tirados do pé

Nosso querido café

Pro mundo é exportado.


Veio da África Oriental

Precisamente na Etiópia

Nosso café não tem cópia

É um produto original

Ao nosso não têm igual

Seu sabor é incomparável

Extremamente agradável

É a principal bebida

Pro povo é a preferida

De valor inestimável.


Na Pérsia ele foi torrado

A primeira vez bebido

"In Natura" consumido

Em bebida transformado 

"Vinho da Arábia" chamado

Quando na Europa chegou

Essa alcunha o apelidou

Por todos foi bem aceito

Foi um deleite perfeito

E todo europeu gostou.


Era usado antigamente

Como fonte de energia

Quando o animal comia

Se tornava resistente,

Um Monge, ficou ciente,

Ao saber da informação

Dos frutos fez a infusão

Pra servir de estimulante

A insônia ficou constante

Pra fazer a sua oração.


Um criador de carneiro

Por Kaldi, era chamado

Foi por ele observado

Que o efeito era ligeiro 

Todo seu rebanho inteiro

Ficava ágil e saltitante

Com resistência possante

Comendo a folha e o fruto

Ele provou do produto

Viu a força revigorante.


As tribos da antiguidade

O café já conheciam

Grãos puros eles moíam

Usando a criatividade

Uma pasta, na verdade,

Pra alimentar animais

Alimentações normais

No Continente africano

O antigo pastor cigano

Hoje não alimenta mais.


Seu cultivo se estendeu

Na Arábia primeiramente

Depois foi pro ocidente

Onde a produção cresceu

Logo se desenvolveu

Para sua exportação

Conseguiu sua projeção

No terreno brasileiro

Hoje todo mundo inteiro

Tem a sua consumação.


Servido gelado ou quente

É bebida estimulante

Com açúcar ou adoçante

Seu sabor é envolvente

Agrado pra toda gente

Seu teor tem cafeína

Também contém proteína

Gordura e carboidrato

Bebida de fino trato

Composta de vitamina.


Servido grosso ou fino

Ou misturado com leite

Seu sabor é um deleite

Até feito cappucino

Pro pobre ou pro granfino

Tem o mesmo paladar

Logo depois de almoçar

Como um lanche ou merenda

Café é fruto de renda

Em todo mundo ele estar.


O seu cheiro é saboroso

Sua fragrância é muito forte

Um produto de auto porte

Seu sabor, demais gostoso,

É um preto majestoso

É paixão do brasileiro

Provado no mundo inteiro

Numa xícara ou na coité

O nossa amado café

É um néctar altaneiro.


O nosso café com pão

É o alimento da manhã

Do café eu virei fã

Bem quente, gelado não!

E se for com leite, então,

Fica bem mais saboroso

Gelado eu acho horroroso

Bloqueia o meu paladar

Para o sabor melhorar

Com nata ele mais gostoso.


Nosso café brasileiro

Bebida mais popular

É presente em todo lar

Se espalhou pro mundo inteiro

Ao sentir seu forte cheiro

Já desperta sua vontade

Um cafezinho na verdade

Não há ninguém que resiste

O seu apetite insiste

Com ar de felicidade.


Ele é bom de todo jeito

Até mesmo sendo amargo

Esse pretinho eu não largo

Quando bebo me deleito

Por dentro aquece meu peito

Mesmo puro, sem mistura,

Com "raspa" de rapadura

Dá sabor quando adoçar

Na hora de degustar

Seu sabor é gostosura.


Acompanhado com pão

Mais manteiga, queijo e leite

Com cuscuz é um deleite

Tapioca, melhor então,

Beiju dá satisfação

Também misturo grolado

Do lado está preparado

Ovo estrelado e presunto

Um bolo de milho eu junto

Fico bem alimentado.


Tem pesquisa que avalia

Que o café pode evitar

Se frequente eu tomar

4 xícaras por dia

Menor risco eu correria

De um ataque fulminante

Do coração palpitante

Me deixando confortável

Pruma vida mais saudável

O café é importante.


O café teve inimigos

Que eram contrário ao café

Contra às leis de Maomé

Aquele pó era um perigo

Tinham medo do castigo

Essa batalha foi vencida

A bebida foi aderida

Por doutores muçulmanos

Por poderosos profanos

Ela foi bem consumida.



O SÁBIO SAMURAI





Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. 

Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se. 

Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignação? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós? 

Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai. 

A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos. 

O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre. — Quando não são aceites, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.

A sua paz interior, depende exclusivamente de si.

As pessoas não lhe podem tirar a serenidade, só se você permitir. 

maio 24, 2023

UM GUARDIÃO - Adilson Zotovici




Quão confusa a situação

Que neste verso menciono

Difusa cada opinião

Do universo coleciono


Cada qual com sua razão

Cada obreiro até o trono

Todos com a preocupação

Do canteiro ao abandono


Criticam alguns à exaustão

Com o que decepciono

Quem não o faz, diz ter patrão


A igualdade eu abono

Melhor que haja um guardião...

_Pior uma Loja sem dono_ !


VIVENDO EM DOIS MUNDOS - Francisco Feitosa



A humanidade caminha automatizada, em uma rotina sem fim, brigando por sua subsistência, em um mundo de tão exacerbado materialismo, que a fez se distanciar, em muito, da Fonte Criadora. Bem descreve um trecho da letra de um sucesso musical do cantor e compositor Lulu Santos, lançado há quase três décadas: “Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”.

Estamos sobrevivendo ao cotidiano de trabalhar e pagar boletos, e já nos damos por satisfeitos quando conseguimos fechar o mês sem ter que nos socorrer ao cheque especial ou parcelar a fatura do cartão de crédito.

Um estudo do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação aponta que o valor pago em impostos representa 40,82% do rendimento médio brasileiro, o que significa que trabalhamos 149 dias, apenas, para pagar impostos. Assim, poderemos afirmar que, até a segunda-feira, dia 29 de maio de 2023, todo o fruto de nosso trabalho foi para pagamento de tributos.

Durante o Brasil Colônia, o ciclo do ouro levou, tanto portugueses como brasileiros deslocarem-se para as regiões das minas, onde tentariam a sorte para adquirir o precioso metal. Entretanto, a Coroa Portuguesa interviu, colocando, assim, impostos sobre o ouro obtido. A partir de 1750, já nas casas de fundição, iniciou-se a tributação de 20%, portanto, um quinto de toda a quantidade de ouro extraído, o que era enviado para Portugal. Esse tributo era muito odiado pelos donos de minas, que passaram a chama-lo de o “quinto dos infernos”. Esta é a origem e o verdadeiro significado desta expressão!

Hoje, pagamos de imposto mais do que o dobro do “quinto dos infernos”, o que significa que trabalhamos os primeiros 149 dias do ano sem nada receber, para, então, começarmos a fazer jus ao suor que escorre de nossos rostos. 

Somos escravos de nós mesmos ao nos contentarmos com tal realidade. Se tais tributos fossem revertidos em benefícios para a população, pelo menos, no que deveria nos assegurar a nossa Constituição -  Educação, Saúde e Segurança, seria até justificável esse exagerado percentual.

Normose - a Patologia da Normalidade, publicado em 2003, é o título do livro de autoria Jean-Yves Leloup, Pierre Weil e Roberto Crema, que assim define o termo Normose: “um conjunto de hábitos considerados normais pelo consenso social que, na realidade, são patogênicos e nos levam à infelicidade, à doença e à perda de sentido na vida”.  

Vivemos, de fato, uma normose, que é uma anomalia da normalidade, que faz com que aceitemos que, as distorções da realidade de nosso cotidiano passem a ser consideradas como algo normal. Ao “escolhermos” nossos representantes políticos, os quais nos escravizam; ao aceitarmos certas inovações tecnológicas, sem sequer questioná-la, a exemplo da IA – Inteligência Artificial; ao assistirmos o desvanecer da instituição Família, célula mater de uma nação, em nome de uma pseudo modernidade; ao permitirmos que nossos filhos sejam adotados por ideologias, abrindo mão de nossa responsabilidade de bem educa-los; assim como, quando acatamos as imposições da Agenda 2030, criada pelo Fórum Econômico Mundial, sem se importar em sequer investigar seus interesses escusos, estaremos, assim, em meio a uma normose.

A humanidade segue sem rumo, e quem não tem destino, aceita chegar a qualquer lugar! Permitam-me pensar diferente da “manada” e rejeitar, no meu cotidiano, essa Normose. Convido-lhe a uma reflexão, ainda que por um lapso de tempo, sem interromper, é claro, seu jogo de futebol; fora do horário do seu Big Brother; antes ou depois do capítulo diário da sua novela preferida, a fim de leva-lo a pensar se esse comportamento da população não está atendendo a interesses ocultos de outrem.

Quando nos concedemos o direito de duvidar dessa realidade, ainda que por um breve momento, estaremos abrindo um portal de Luz para expandir nossa consciência. É fato que existe um Sistema de Poder que nos remete a tais comportamentos, ditando a tendência da moda; o carro de devemos comprar, a cada ano; o que devemos comer ou beber e aonde; o livro que devemos ler; os seriados que devemos maratonar; e com a desculpa tecnológica de facilitar a vida humana, surge a Inteligência Artificial, que, logo, substituirá o seu Deus, já que a humanidade O abandonou, e olha que isso já faz tempo! 

Decerto, sob as vendas da ilusão, alguns irão me rotular de “Teórico da Conspiração”. Não me importo. Muitos que sofrem e/ou sofrerão os efeitos desse experimento genético, chamado de vacina, também, já assim o fizeram! Diria, então, o cantor Zé Ramalho: “Eh, vida de gado! Povo marcado, povo feliz!”

“A República”, escrito pelo filósofo Platão (428-328 a.C.), sua Obra mais complexa – composta por dez livros, fala sobre as várias formas de governo e política para se chegar ao modelo político ideal. Nela, encontramos o “Mito da Caverna” que, segundo Platão, trata-se de uma narrativa sobre um grupo de prisioneiros (humanidade) acorrentado dentro de uma Caverna (que somos nós mesmos), onde só lhe é possível avistar as sombras que são projetadas na parede, a sua frente (a mídia comprada). Na verdade, tais sombras eram criadas por pessoas escondidas que passavam em frente a uma fogueira, fazendo gestos e expondo objetos, formando figuras, que se projetavam na parede. Essa é a única realidade dessas pessoas que, com o passar do tempo, já nem tinham mais consciências de que eram prisioneiras. 

Em certo momento, um deles, descontente com aquela realidade, conseguiu se libertar das correntes (o Despertar), e acabou por descobrir como era manipulado, conseguindo fugir da Caverna, deparando-se com a Luz Solar (consciência) que, de início ofuscou suas vistas, mas, aos poucos, retomou sua visão e contemplou um mundo de cores, cheiros e gostos sem fim. 

Aquele que se libertou da Caverna se encontrou diante de um dilema: voltar e tentar convencer seus companheiros que tudo aquilo era uma grande ilusão, correndo o risco de ser chamado de louco ou, simplesmente, seguir sua nova vida, em liberdade? 

Eu, ao lhe enviar este texto, talvez seja esse louco que retorna à Caverna na esperança de salvar seus companheiros e que, muito provavelmente, serei chamado por alguns leitores de “teórico da conspiração”. Mas como dizia o poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a Alma não é pequena”.

E como dizia Lulu Santos, “assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”, sob os grilhões da ignorância, aprisionada por um Sistema de Poder, formado por um pequeno grupo de poderosos - os metacapitalistas – a exemplo do Club de Bilderberg, que se reuniu neste 18 de maio de 2023, em Lisboa, para ditar, mais uma vez, os destinos da economia mundial e consequentemente da humanidade.

Pesquisar sobre temas como a Nova Ordem Mundial; Agenda2030; O Grande Reset; os bastidores da Guerra da Ucrânia, dentre outros assuntos que, jamais, passarão nas “Rede Globo da vida”, fará você despertar para uma nova realidade, abandonar a “manada”, e se recusar a aceitar a viver nessa “Normose”.

Quem assim DESPERTAR, perceberá que vivemos, de fato, em dois mundos: um, que nos induz a cumprir o que dita esse Sistema de Poder, a exemplo da campanha do Fórum Econômico Mundial, na implantação da Agenda 2030: “Você não terá nada e será feliz”. E, outro, reservado aos DESPERTOS que optaram por quebrar as correntes, abandonar a Caverna e contemplar a LUZ de sua própria consciência! 

Um feliz despertar para você! 



maio 23, 2023

MANUAL DOS CARGOS EM LOJA DO REAA - Almir Sant"Anna Cruz

Este Manual, sem a presunção de esgotar o assunto, pretende transmitir aos leitores de forma simples, clara e direta as particularidades de cada um dos 22 cargos do Rito Escocês Antigo e Aceito, o mais praticado no Brasil.

Desde a sua introdução no país o Rito Escocês Antigo e Aceito sofreu fortes influências de outros Ritos.

Primeiramente do Adonhiramita e do Moderno, seus antecessores no Grande Oriente do Brasil e posteriormente do Ritual de Emulação inglês e do Rito de York Americano, após a cisão havida no Grande Oriente do Brasil em 1927, com a fundação das Grandes Lojas Estaduais.

Num processo de importação de práticas de uma Potência por outra poderíamos dizer que no Brasil não se trabalha verdadeiramente no Rito Escocês Antigo e Aceito e sim no Rito Escocês Antigo e Aceito Brasileiro.

Todavia, no que respeita aos cargos em Loja, existe uma certa uniformidade em seu quantitativo, em seus títulos e em suas atribuições.

Poucas são as variações, e estas não afetam o seu conteúdo.

Em algumas Potências cabe ao Primeiro Vigilante instruir os Aprendizes e ao Segundo Vigilante os Companheiros e em outras as incumbências são inversas. 

Em algumas o Secretário e o Chanceler são eleitos e em outras são indicados pelo Venerável Mestre.

Em algumas o Mestre de Cerimônias usa como joia uma Régua e em outras um Triângulo Equilátero.

Em algumas o Hospitaleiro tem assento no Sul e o Mestre de Cerimônias no Norte e em outras as posições são invertidas.

Em algumas o Cobridor Interno senta-se à esquerda de quem entra e o Cobridor Externo a direita e em outras as posições são invertidas.

Algumas denominam o Cobridor Interno como Guarda do Templo.

Em algumas os Diáconos portam bastões para formarem um Pálio e em outras os Diáconos não portam bastões e não se forma o Pálio.

E em quê essas variações afetam o conteúdo? 

Absolutamente em nada!


Interessados no livro, contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

maio 22, 2023

PEDRA BRUTA - UMA DAS JOIAS FIXAS DA LOJA - Pedro Juk










Em se tratando de Maçonaria a "pedra" é um dos elementos primordiais no desenvolvimento do sistema iniciático da Ordem Maçônica. Em síntese, a pedra é a principal matéria prima especulativa utilizada pela Moderna Maçonaria. Essa alegoria, tida como a "grande magia", é o principal ponto de partida da escalada iniciática (a pedra angular).

Para uma breve compreensão desse elemento simbólico básico, se faz cogente que o estudante iniciado perscrute, em fontes limpas e saudáveis, as origens da Sublime Instituição - a partir da Maçonaria de Ofício com seus aproximados 800 anos de história.

Despido de qualquer fantasia e ufanismo o estudante compreenderá assim que, principalmente sob a tutela da igreja-estado, as nossas origens advêm das corporações de ofício constituída pelos canteiros medievais que tinham por missão construir castelos, igrejas, catedrais, mosteiros, capelas, abadias, obras públicas, etc.

A partir do século XII, de modo organizado em guildas de construtores, esses operários tinham como sua matéria prima principal de trabalho a pedra calcária - bruta tal qual retirada da jazida – cuja qual era desbastada e esquadrejada para se tornar num elemento útil, isto é, cúbico e sem arestas de modo a ser assentado e aprumado sobre as bases niveladas. Conforme as etapas da obra se desenvolviam, as paredes eram "elevadas" de acordo com as exigências da Arte.

Com o advento da Maçonaria Especulativa, ou dos Aceitos, fato que ocorreria a partir do século XVII, principalmente pela perda de prestígio das confrarias de construtores devido ao declínio do estilo gótico e o reavivamento da cultura greco-romana (Renascimento), os ofícios seriam paulatinamente substituídos por construtores sociais. 

Assim as corporações que outrora se utilizavam literalmente da pedra calcária, paulatinamente se transformariam em associações de ofício especulativo, cujas quais passariam a se dedicar à construção moral e ética visando o aprimoramento do ser humano (transformação da Maçonaria Operativa para Especulativa).

Dado a esse ideário, a pedra tosca do passado operativo agora seria simbolicamente comparada ao homem carente de instrução e aprimoramento, o que dá a ideia iniciática do aperfeiçoamento humano que ocorre dentro das atuais Lojas, dignas representantes das outrora oficinas de trabalho do ofício.

Assim, o conceito especulativo da Moderna Maçonaria é o de transformar o homem bruto e desprovido de instrução, tal qual a pedra recém retirada da jazida, numa pedra desbastada e cúbica utilizável na composição das paredes de um templo dedicado à Virtude Universal, o que em linhas gerais remonta toda a alegoria iniciática maçônica – cada ciclo de aperfeiçoamento (Aprendiz, Companheiro e Mestre) é uma etapa dessa construção simbólica.

Dados esses breves comentários, seguem alguns elementos relativos ao simbolismo dessa construção especulativa proposta pela Moderna Maçonaria:

a) *A Pedra* - De modo genérico o termo menciona qualquer pedaço de rocha. É também a porção sólida de uma substância, a lápide sepulcral, etc. Como Maçonaria designa literalmente a arte do pedreiro, indubitavelmente a pedra ocupa, como símbolo para os maçons especulativos, um lugar de destaque na sua liturgia. Assim, em Maçonaria a pedra se divide em dois elementos principais denominados por Pedra Bruta e Pedra Cúbica.

A *Pedra Bruta* é o elemento informe, bruto e tosco, tal qual o que fora retirado da jazida e no qual simbolicamente trabalha o Aprendiz Maçom desbastando e esquadrejando em alusão ao que fazem os canteiros (cortadores da pedra).

A *Pedra Cúbica*, elemento de trabalho do Companheiro Maçom é a pedra bruta, agora esquadrejada e pronta para ser usada na elevação das paredes do edifício.

Dentre outros, a pedra é também o marco angular, ou elemento fundamental que sugere a primeira pedra colocada para começar a obra. A Pedra Fundamental ou Angular, possui extremado significado simbólico na liturgia maçônica.

b) *Pedreiro* - Palavra derivada de pedra, é o indivíduo cuja profissão é a de trabalhar em obras que utilizam a pedra. É o canteiro, ou o elemento que constrói alicerce, muros, paredes, etc.

Desse modo, simbolicamente o maçom na Moderna Maçonaria é o pedreiro que se empenha na construção interior do homem, ou seja, na edificação de um templo espiritual aprimorado. Designa o Construtor Social e é comumente conhecido como pedreiro livre.

c) *Pedreiro Livre* - Tem sido a designação genérica do maçom. Essa é uma expressão usada também pelos franceses como "Franc-Maçon", como "Libero Muratore" pelos italianos, como "Freimaurer" pelos alemães, tudo em detrimento da expressão inglesa "Freemason" que, segundo muitos autores seria um termo relativo aos maçons operativos, ou de ofício, que trabalhavam na pedra de cantaria (freestone) – a pedra que era lavrada e cortada livremente, sem rachaduras.

Há ainda o aspecto histórico que relaciona o termo a uma época em que muitos homens eram servos e o ingresso na Maçonaria se dava apenas àqueles que era livres. Desse modo as palavras inglesas "free" e "mason" somente apareceriam usadas juntas no primeiro quartel do século XVIII quando das Constituições compiladas por James Anderson e publicadas em 1723 em Londres (vide in "Notes for an Entered Aprentice" – Instruções da Grande Loja Unida da Inglaterra).

Dadas essas colocações, reitero que a Pedra Bruta em Maçonaria é aquela na qual trabalham
iniciaticamente os Aprendizes com a fim de transformá-la numa Pedra Cúbica para ser utilizada nas construções. Para esse trabalho de esquadrejamento o Aprendiz carece de ter em mãos dois elementos fundamentais, o Maço (vontade) e o Cinzel (inteligência) – a vontade deve ser aplicada com inteligência.

Esotericamente a Pedra Bruta é o homem ainda carente de instrução e aprimoramento; a Pedra Cúbica é o homem já aperfeiçoado e evoluído pelo conhecimento adquirido na senda iniciática. Esse caminho é indicado, no REAA, pelas doze Colunas Zodiacais que ocupam respectivamente os topos das Colunas do Norte e do Sul.

Concluindo, entendo que essa síntese pode dar o norte necessário para compreender essa etapa da Arte, a despeito de que é direito do Aprendiz solicitar auxílio aos Mestres da sua Loja, cujos quais também têm por obrigação instruí-lo nesse desiderato. 

O tema Pedra Bruta deve ser investigado a contendo pelo Aprendiz. Não é difícil encontrar material bibliográfico a respeito. Posso de pronto indicar, dentre outros, o livro A Cartilha do Aprendiz do Irmão José Castellani, O Aprendiz Maçom do Irmão Xico Trolha, e Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom, Tomo I de minha autoria. Todos podem ser encontrados na Editora Maçônica A Trolha.

maio 21, 2023

A CONFIANÇA - Eduardo Fondello


O sentimento de confiança é a sensação de segurança e tranquilidade que uma pessoa tem em relação a si mesma, aos outros ou a uma situação em particular. Quando alguém confia em algo ou alguém, ela acredita que pode contar com essa pessoa ou coisa para alcançar um objetivo ou superar um desafio. 

A confiança é uma emoção importante para fortalecer relacionamentos, tomar decisões, enfrentar medos e atingir metas.

A história da maçonaria vivenciada por muitos de nós tem, contemplado a confiança como essencial para a construção de relacionamentos saudáveis entre os maçons. Ela se desenvolve a partir de vivências que reforçam os pressupostos estabelecidos pela cadência rítmica das instruções praticadas no âmbito da Loja. 

É importante acreditar que um irmão maçom maduro, sempre agirá de forma coerente com os valores e expectativas estabelecidos. Além disso, a confiança, quando perfeitamente lapidada pelo uso correto das  ferramentas,  implica em se apresentar e sentir-se seguro para expor ideias e sentimentos sem medo de ser julgado ou traído. Para isso, é fundamental manter uma comunicação frequente, assídua, aberta e honesta, respeitando-se a individualidade e as necessidades do outro…

Também é importante cumprir os compromissos institucionais sendo sempre coerente com as próprias palavras e atitudes. Tenho dito: “Quem não prática a própria crença, não é digno de credibilidade”.

Somente a partir desses aspectos, as relações entre os irmãos maçons fortalecem-se com maturidade, proporcionando confiança, segurança e colaboração mútuas.