julho 11, 2023

QUEM VEM LÁ - Roberto Ribeiro Reis


Para merecer entrar para a Maçonaria,

É preciso assinar um Sublime Contrato,

Onde o aspirante, o escolhido candidato,

Trabalhe a si mesmo, armado de ousadia.


“Quem vem lá?” Pergunta-se com euforia,

Certamente é alguém de coração bom,

Que assim deseja ser recebido Maçom,

Vivendo à base de paz e muita harmonia.


Lá ele saberá que as invejas e os ciúmes,

E a abundante quantidade de venenos,

Não atingem aos Irmãos, que são serenos,

Além de serem livres e de bons costumes.


Viverá em um ambiente sem queixumes,

E todos aqueles sentimentos de somenos;

Descartará o vulgar, os prazeres pequenos,

Sentirá a fragrância dos nobres perfumes.


Reconhecido e iluminado neste ambiente.

Receberá Irmãos e, com eles, as glórias;

Dividirá com todos as mais belas histórias,

Nessa marcha de amor, que é reluzente.


Gozará de instrução, será culto, inteligente,

Obterá conhecimento e um crítico senso;

Maçonaria é mais do que isso, assim penso,

“Quem vem lá” tem a chance de ser diferente!



julho 10, 2023

O AVENTAL MAÇÔNICO


O avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. 

Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom.

Até a sua regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica.

Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria.

Fonte: Paul Naudon, "Histoire Générale de La Franc-Maçonnerie".

julho 09, 2023

O VERDADEIRO AMOR - Michael Winetzki


 

NOVE DE JULHO - Adilson Zotovici



Vale sempre lembrar 

Desses insignes obreiros

Que há muito decidiram lutar

Honrados livres pedreiros


Na verdade Brasileiros

Em movimento Civil e Paulista

Por tempos alvissareiros

“Revolução Constitucionalista”


Uno anseio progressista

Com destemor, com bravura,

Sem ideia separatista...

Contra perigosa ditadura 


Lançaram-se pois, à loucura, 

Fraternais, mas sem medo,

Homens com muita cultura

E em comum...um segredo 


Inda que imposto degredo,

Ou militar, ou à paisana,

Nobre, Salles, Lisboa, Toledo 

Mesquita,Campos, Pestana...


Por Constituição Soberana,

Juntos lutaram à porfia

Por princípio, a liberdade humana,

Tal os arcanos da Maçonaria !




julho 08, 2023

O SOL - Almir Sant'Anna Cruz



 Presente tanto na decoração do Templo quanto nos Painéis do Grau de Aprendiz de origem inglesa e francesa e no do Grau de Companheiro de origem francesa.

O homem primitivo sentia intenso terror diante dos crepúsculos que antecediam as noites frias, escuras e de perigos. Quando viam o Sol ressurgir, ao amanhecer, sentiam imensa satisfação, vendo nele um herói, sempre vencido e sempre vitorioso, uma sucessão interminável de derrotas, de ressurreições e de vitórias. Consideravam-no como símbolo máximo do poder, o poder supremo.

Todas as religiões, desde a mais alta antiguidade, tornaram o Sol como Símbolo mais constante e completo da divindade.

O culto dos corpos celestes, adorados como deuses, foi observado em um sem número de culturas, envolvendo geralmente o medo reverente diante da beleza, da regularidade, do mistério e do poder dos astros, principalmente do Sol, seja no aspecto real ou no imaginário, que exercem sobre a vida. 

A astrolastria inicia-se com o homem pré-histórico, desenvolve-se tanto na Mesopotâmia quanto na América pré-colombiana, chegando à cultura greco-romana. 

Em Roma, o culto solar passou a religião de Estado, com o divino imperador se tornando o equivalente terrestre do Sol, como soberano do universo, ao mesmo tempo em que Mitra era adorado como deus solar.

Fonte de vida e de toda a ordem de nosso sistema solar, o Sol é como que a presença da divindade junto aos homens e, por isso, foi cultuado em todas as religiões.

Tornou-se o símbolo da majestade, da religião, da vida e da luz intelectual.

Para os místicos, o Sol simboliza a espiritualidade, o ponto central de todas as coisas, o centro da circunferência, o coração do ser humano.

Misticamente, o Sol é um inesgotável manancial de vida e luz, que dele flui sem cessar.

Generoso doador de vida, alimenta e sustenta todas as criaturas e é o coração de todo o sistema solar.

O Sol é o deus divino, o “Eu sou”, o Poder Criador, e toda a potencialidade do homem espiritual. É o reservatório central da vida, luz, amor, poder e sabedoria.

Para o Maçom o Sol representa a luz intelectual, da qual está em constante procura e também a autoridade soberana e a verdade divina

O Sol é o vitalizador essencial, a fonte de luz e vida, o princípio ativo, o Pai de generosa fecundidade que nasce no Oriente, de onde vieram a civilização e as ciências. 

Segundo o Ritual do Rito de York do Grande Oriente do Brasil, traduzido do Ritual de Emulação Inglês, “O Sol é a maior Glória do Senhor e o Universo é o Templo da Divindade a quem servimos. A Sabedoria, a Força e a Beleza rodeiam o Seu trono como pilares de Suas obras ...”


Verbete do *Dicionário de Símbolos Maçônicos: Guias de Aprendiz, Companheiro e Mestre do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz Interessados contatar o autor no WhatsApp (21) 99568-1350

julho 07, 2023

“MAÇONS SÃO SERES HUMANOS!!!“


E como tal, devem se comportar!

Se, seres humanos, Somos passíveis de falhas.

Buscadores de Conhecimento como todos os seres humanos.

Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser humano.

Porém, o que em um não iniciado é uma qualidade rara, no Maçom dever ser o cumprimento de um Dever, sendo útil, sem jamais, tirar proveito.

Os que usam de dissimulação para entrar na Ordem, renegando propósitos como: obter proveitos e vantagens, para serem admitidos, se decepcionarão quando perceberem que a Maçonaria consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxiliar os necessitados, mudar as condutas inadequadas, tornando-se mais virtuoso.

Um dos Bons Mestres com quem tive a satisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eterno), disse, certa vez:

- A Maçonaria é a única escola que concede um grau antes de ministrar as lições.

E isso, faz com que, grande parte dos iniciados, não entenda a diferença entre receber o Grau e concluir o Grau. 

Só podemos nos considerar aptos ao final de cada ciclo.

Além de checarmos quantas lições foram ministradas e respondidas, no tempo transcorrido, seria indispensável avaliar que transformações aconteceram no modo de proceder dos irmãos:

São elementos de concórdia?

Demonstram com suas ações que entendem que líderes jamais impõe sua vontade?

São tolerantes e tem clara noção dos seus próprios limites?

Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com afinco?

Possuem disciplina e perseverança para aprender e sabedoria para ensinar?

As belas palavras são condizentes com atitudes de mesmo valor?

Entende que mais do que proferir belos discursos é preciso saber quando, se, o que e como falar; sendo moderado com os menores, prudente com os maiores, sincero com os iguais, manso com os que sofrem, sempre de acordo com os princípios da sã moral? 

Conhece e aceita suas limitações e, dia após dia, trabalha no mármore para retirar as arestas, uma a uma, com cuidado para não estragar a obra? 

Entende que liberdade ao extremo, se torna libertinagem; que ausência de liberdade, se transforma em escravidão e que, somente pode ser benéfica, a liberdade que se associa a responsabilidade?

E ainda, para que seja considerado apto a subir os degraus da escada:

Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.

Ter devoção à pátria e imenso amor à família, aos irmãos e à humanidade.

Precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e, principalmente, as suas próprias ambições pessoais.

Ser misericordioso, filantropo, inclinado a compaixão e predisposto a empatia.

Respeitar o seu próximo, independente, de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

Precisa gostar da filosofia maçônica, conhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Ter uma espiritualidade rica e pureza de sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente de que os paramentos devem adornar as virtudes e não, o corpo físico.

Do passado: ser versado em História da Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costumes; no presente: estar disposto a escrever novos capítulos, atuando como construtor social, objetivo primordial da Ordem, para colaborar com o progresso da humanidade.

E percebo que meu Mestre descobriu o Segredo, alcançando a Sabedoria.

O grande Segredo da Maçonaria é o processo interior que permite a transformação das trevas da ignorância em luz do conhecimento.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece a oportunidade para que um ser humano falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.

Agora meus amados irmãos, “O maior segredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paciência, perseverança, disciplina, no bloco informe e bruto que cada ser humano representa.

Simples assim!!!

Mas tornamos tal missão de difícil labor, pois somos a própria matéria prima a ser lapidada, e de maneira diária e continuadamente, pois :” SOMOS SERES HUMANOS, apesar de filhos de uma DIVINDADE  SUPERIOR, Nosso DEUS!!, e não estamos aqui por acaso!!! 

O trabalho é árduo, diuturno, construtivo.

A perfeição somente é alcançada, degrau por degrau!


(Adaptado do Blog arte Real!)

RECURSO PREOCUPANTE - Adilson Zotovici

 


Creio que preocupante

Duro o que observado

Em seu seio a resultante

De muro desaprumado


Quiçá gestão hesitante

Neófito pouco regado

Companheiro sem talante

Mestre inabilitado


A entre safra reinante

“Instalação” rariado

“Reassunção”  abundante

Mostram um alerta ligado


Pra canteiro mais atuante

Com cinzel mais afiado

A desbaste confiante

Ou um maço mais pesado


E que cada vigilante

Queira o muro nivelado

Bem Aprumado e pujante

Do alicerce ao telhado


Pois inda que bom comandante

Comum o recurso encontrado

Venerável Mestre operante

_Um antigo Mestre Instalado_ !



julho 06, 2023

MAÇONARIA BRASILEIRA - Mauro Ferreira


A MAÇONARIA Brasileira se divide em três principais grupos que são:

UMA Federação (GOB) e duas Confederações

 CMSB- (Grandes Lojas Estaduais) e 

COMAB - Grandes Orientes Independentes.

Com aproximadamente 1800 Lojas, o GOB tem cerca de 55.500 obreiros ativos. 

O maior grupo, a  CMSB- Confederação da Maçonaria Simbólica Brasileira (Grandes Lojas Estaduais, em São Paulo-GLESP), tem cerca de 3500 Lojas com cerca de 110 mil ativos. 

A COMAB - Confederação Maçônica Brasileira (Orientes Estaduais Independentes) tem cerca  de 1200 Lojas com cerca de 41 mil obreiros. As tres se reconhecem no Brasil com Tratados recíprocos. 

O GOB  e todas Grandes Lojas CMSB tem Reconhecimento tradicional  internacional e parte dos Orientes da COMAB também os têm.

Tanto a Federação GOB e as Confederações CMSB e COMAB  estão na CMI - Confederação Maçônica Interamericana. 

Lojas, Grandes Lojas e Grandes Orientes que não estão nestes organismos acima não são reconhecidos pelos três.

Existem outros Grandes Orientes que saíram da Federação GOB recentemente com números expressivos de obreiros mas sem Tratados de Reconhecimentos com os tres acima.

Obs: os números acima estão baseados em dados aproximados.

POR QUE MORRE UMA LOJA? - Paulo Melo



Os corpos Maçônicos morrem pela observância ou inobservância de quaisquer das seguintes ações e atitudes: 

1. Por não se frequentar os seus trabalhos; 

2. Pela falta de energia do Venerável; 

3. Pela falta de atividade do Secretário; 

4. Pela falta de empenho do Tesoureiro; 

5. Por não se chegar nunca na hora do início dos trabalhos; 

6. Por não se querer aceitar cargos; 

7. Por se estar sempre disposto a criticar e nunca disposto a fazer; 

8. Por procurar-se encontrar sempre algum defeito nos trabalhos da Oficina;

9. Por desgostar-se em não ser indicado para integrar alguma Comissão; 

10. Por não se desempenhar seu trabalho; 

11. Por não se emitir opinião franca e leal sobre os assuntos consultados, e criticar depois, a alternativa seguida; 

12. Por pensar e exteriorizar opinião que desabone oficiais e dignidades; 

13. Por ser intempestivo, arrogante, vaidoso ao ponto de não reconhecer seus próprios erros; 

14. Por fazer-se uso da palavra para agredir e tratar assuntos de sectarismo políticos e religiosos, proibidos em Loja; 

15. *Por acreditar-se perfeito, infalível e superior;*

16. Por aspirar-se a todos os direitos e não se cumprir com os deveres; 

17. Por não se praticar na vida profana a conduta que devemos ter com os Irmãos; 

18. Por não se respeitar as opiniões nem os direitos maçônicos e profanos, civis, econômicos e sociais, de todos os Irmãos; 

19. Por acreditar-se que nossos Irmãos têm obrigações e nós, somente direitos; 

20. Por semear-se ressentimentos entre os membros; 

21. Por exaltar-se a vaidade de um Irmão às custas de outro; 

22. Por discutir-se sem ilustrar;

23. Por trabalhar-se sempre para si próprio; 

24. Por fazer-se monótonas as reuniões; 

25. Por negar-se sistematicamente todo esforço em prol da Oficina; 

26. Por falta de disciplina; 

27. Por converter-se a Loja numa sala de conversa após abertos os trabalhos; 

28. Por fazermos eco de aversões contra um Irmão em vez de defendê-lo; 

29. Por converter em sementeira de rivalidades e ódios o que deveria ser um sulco de fraternidade e harmonia; 

30. Por dizer-se, hipocritamente, em Loja: *"O Querido Irmão fulano de tal*" e dizer, maldosamente na rua: *"O sem vergonha do fulano de tal*" 

31. Por ser intransigente em tudo, até para pagar as mensalidades; 

32. Por desejar-se ser sempre Venerável ou quando menos Vigilantes, e nunca Secretário, Tesoureiro ou Guarda Externo. 

33. Por apatia e falta de lealdade aos juramentos. 

E principalmente por se esquecer o juramentos de *VENCER SUAS PAIXÕES*... 


Traduzido da Revista Masónica de Chile, Ano XXVlll, nºs 1 e 2 1951)




julho 05, 2023

TAÇA SAGRADA – UMA QUESTÃO CONTROVERTIDA - Pedro Juk



O desenvolvimento dessa peça de arquitetura está direcionado para sentido do esclarecimento de questões constantemente debatidas e interrogadas que envolve a prova denominada a “Taça Sagrada” dentro dos rituais maçônicos e, nesse particular, o que abrange o Rito Escocês Antigo e Aceito no contexto das Obediências Maçônicas brasileiras.

Embora o arrazoado esteja especificamente dirigido aos praticantes do escocesismo, urge, pelo caráter controverso do fato, ser citado o Rito Adonhiramita, principalmente pela prática litúrgica do ato em questão que, na forma praticada em nosso país pelos integrantes do escocesismo, está intimamente ligada ao Rito citado.

É bem verdade que há abrangência da prova da Taça Sagrada em outros Ritos, independente dos que até aqui foram citados, todavia, essa prova está também associada a outras particularidades que se distinguem na forma e conteúdo da prática, a exemplo do Rito Francês, ou Moderno, onde na França, a prova é determinada como a “Taça e a Bebida Amarga” – este Rito emprega apenas a bebida amarga.


QUESTÃO CONTROVERSA NO SENTIDO DE PUREZA E ORIGEM HISTÓRICA.

A TAÇA SAGRADA NO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO.


Um exame mais acurado dos tradicionais rituais escoceses aponta para a inexistência da teatral prova da Taça Sagrada tal qual se conhece atualmente em certos rituais brasileiros. Todavia, quando se aborda o que é tradicional, fica o alerta de que é aconselhável a adoção de um método que dispense pesquisas em antigos rituais escoceses deturpados impressos no Brasil. Em tese, é saber separar o autêntico do duvidoso. Um fato que dever levado, sobretudo em consideração, é o de que, embora o nome sugestivo do Rito seja Escocês, ele é na verdade de origem francesa. Atinar para esse detalhe é por demais importante para que se evitem conclusões apressadas e desprovidas de um compromisso mais sério para com o que é autêntico e verdadeiro.

No tradicional escocesismo, as Taças da Boa e Má Sorte, ou das Vicissitudes – esse é o nome mais condizente ao se tratar do Rito Escocês Antigo e Aceito – estarão dispostas para observação do candidato na Câmara de Reflexão, tal qual um alerta de alto significado moral, sendo que, mais tarde, durante o cerimonial de Iniciação, quando o candidato for inquirido sobre as suas impressões de quando esteve encerrado “naquele lugar sombrio”, o Venerável dará as explicações necessárias sobre o significado simbólico do conteúdo das taças, sem que com isso, haja qualquer necessidade do candidato sorver desta ou daquela bebida - basta a explicação e, neste caso, o simbolismo está muito longe de ser confundido com um trote ou coisas do gênero.

Dito isso, pergunta-se: então qual a razão dessa prova teatral estar tão disseminada em certos rituais escoceses no Brasil?

É inexoravelmente claro que a origem desta anomalia, em termos de rituais escoceses, está ligada diretamente aos primórdios da Maçonaria regular no Brasil.

Sob a ótica de uma análise mais profunda, depara-se com a questão dos ritos praticados à época no Brasil, mais precisamente no início do século XIX.

Sem querer se desviar do objetivo desta lauda, se faz cogente a compreensão de que a primeira Loja regular no Brasil foi fundada em 1.801, no Rio de Janeiro, com o título distintivo de Loja “Reunião”, movida pela liturgia e com fins político-sociais, sob a égide - segundo o manifesto de 1.832, do Grão-Mestre José Bonifácio – do Grande Oriente da Ilha de França, representado pelo Cavaleiro Laurent, que presidira a sua instalação.  (Ilha de França (Ille de France) é o antigo nome da ilha Maurício, uma pequena ilha situada no Oceano Índico, no Arquipélago das Mascarenhas, atualmente pertencente à Grã-Bretanha. Foi descoberta pelos portugueses, em 1.505, dominada pelos holandeses e pelos franceses, a partir de 1.710, tornando-se posteriormente colônia britânica.)

Essa Loja trabalhava no Rito Francês, ou Moderno.

Dois anos depois, de acordo com o mesmo manifesto, o Grande Oriente Lusitano, desejando propagar, no Brasil, a verdadeira doutrina Maçônica, nomeou para esse fim, três delegados, com plenos poderes para criar Lojas Regulares no Rio de Janeiro, filiadas àquele Grande Oriente. Foram então criadas as Lojas “Constância” e “Filantropia”, as quais, junto com a “Reunião” serviram de centro comum para todos os Maçons existentes no Rio de Janeiro – ainda de acordo com manifesto de 1832, do Grão-Mestre José Bonifácio.

As Lojas “Constância” e “Filantropia”  trabalhavam no Rito Adonhiramita.

A se notar que quando se trata de Maçonaria Regular no Brasil naquela época, o Rito Escocês Antigo e Aceito era tido como um ilustre desconhecido, até por que, a despeito de suas origens francesas e com o nome de Rito de Heredom  com seu sistema de vinte e cinco graus, somente tomaria o nome de Escocês, como rito, a partir de 31 de maio de 1.801, data de sua fundação na cidade de Charleston, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos da América do Norte, inaugurando na oportunidade o sistema de trinta e três graus. Seria somente a partir do ano de 1.832, isto é, trinta e um anos após a fundação da Maçonaria regular brasileira, que o Rito Escocês entraria oficialmente no Brasil instalado pelas mãos de Francisco Gê Acayaba de Montezuma – o Visconde de Jequitinhonha. Até então, e isso é importante ressaltar, a Maçonaria regular brasileira praticava apenas dois ritos: o Francês, ou Moderno e o Adonhiramita.

Dadas essas breves e superficiais considerações, pode-se notar que a prática litúrgica inicial da Maçonaria em nosso país era feita através dos ritos denominados então como Ritos Azuis (Moderno e Adonhiramita), enquanto era desconhecido o Rito Vermelho (Escocês). Entretanto, com o advento da instalação do sistema escocês com seus trinta e três graus no Brasil, a partir de 1.832, o fato despertou substancial interesse dos maçons brasileiros que, atraídos talvez pelo novo sistema de trinta e três altos graus, consolidaram o escocesismo em um curto espaço de     tempo, a tal ponto de que, em um futuro não muito distante, o Soberano Grande Comendador do Grau 33.º seria também o Grão-Mestre da Maçonaria simbólica brasileira.

Em face desses acontecimentos, era impresso, já em 1.834, no Rio de Janeiro, através da Tipografia Impressora de Seignot – Plancher & C. º, à rua do Ouvidor, n. º 95, para o Grande Oriente Brasileiro, o “Guia dos Maçons Escossezes ou Reguladores dos Três Gráos Symbolicos do Rito Antigo e Aceito” (a grafia é da época). Todavia, esse Regulador, ou Ritual (o primeiro dito escocês impresso no Brasil) absorveu, talvez ao gosto dos que já achavam na época esta ou aquela passagem mais bonita, dentre outras, a prova teatral da Taça Sagrada, bem conhecida através dos Rituais Adonhiramitas.

É bem provável que esteja aí o germe dessa controvérsia nos Rituais Escoceses de algumas Obediências brasileiras que perduram arraigados até os dias atuais assumindo uma espécie de norma consuetudinária que tem causado verdadeiros alaridos de protestos ao se mencionar qualquer probabilidade em se extirpar tal prática do Rito Escocês.

A questão, pela sua relevância, será abordada em momento oportuno no decorrer da explicação da exegese do símbolo.

A propósito de esclarecimento e sem querer entrar no campo da prolixidade, é assaz importante se compreender que o tema abordado se prende aos conceitos ritualísticos dos rituais escoceses, portanto, nenhuma crítica é feita a doutrina de qualquer outro Rito.

Da mesma forma, fica aqui robustecida a observância de que qualquer pesquisa séria deverá ser feita em rituais tradicionais de origem francesa ou alguns outros bons rituais, brasileiros ou não, desde que isentos de enxertos e deturpações. De nada vale para qualquer conclusão, se tomado por base, estejam certos rituais ditos antigos, porém repletos de invencionices e deturpações. Nem sempre a antiguidade dá um caráter de autenticidade. É preciso método para tal. A questão controversa aborda a pureza de um Rito e não a beleza deste ou daquele procedimento ritualístico.


A QUESTÃO CONTROVERSA  QUANTO AO SENTIDO DA PROVA.


Foi durante o período de transição da Maçonaria Operativa para a Especulativa, ou dos Aceitos e a sua afirmação como Moderna Maçonaria, séculos XVII, XVIII e XIX que a Sublime Instituição se inspirou nas antigas civilizações, buscando símbolos, lendas e alegorias, inclusive da própria Bíblia, procurando adaptar-se a certos princípios, retirando o melhor da essência do misticismo, da doutrina moral e da filosofia, buscando com isso formar um arcabouço doutrinário especulativo, que fez, e ainda dela faz, uma Instituição eclética.

A Maçonaria como construtora social, observa e é depositária de uma grande parte da manifestação do pensamento humano, todavia, isso não dá o direito a certos Maçons pensarem que qualquer tema abordado pela Ordem é fato germinado no seio da Instituição. A Maçonaria observa, colhe e ensina, mas não se apropria do grande relicário cultural artístico e científico da humanidade.

Com relação ao simbolismo da “Taça Sagrada”, é inquestionável a sua antiguidade, entretanto, não é uma exclusividade da Ordem, muito menos da uma pretensa existência da Instituição nos tempos imemoriais. A Maçonaria tem uma história documental de aproximadamente setecentos anos, mas nunca uma existência de cunho milenar.

Em quase todas as manifestações do pensamento religioso e dos mitos antigos, existem alusões a respeito da “Taça”, ora aparecendo como um cálice, ora como um vaso, porém, apesar de algumas diferenças quanto a sua forma, conteúdo e lendas, há uma concordância que se converge sempre para certa semelhança.

O simbolismo da taça já era conhecido nos mistérios do Antigo Egito, onde nas iniciações era dado ao neófito conhecer três tipos de bebida em uma taça triangular. Nos mistérios de Eleusis eram apresentadas duas taças ao iniciando, ao mesmo tempo em que era informado de que em uma delas havia veneno. Não tivesse ele medo da morte, deveria apanhar uma delas e sorver o seu conteúdo. Na mística hebraica, a Taça do Amargor era o símbolo da cólera de “DEUS”. Na Antiga Grécia o neófito era conduzido à frente de um trono chamado de Trono da Impostura, no qual uma bela mulher tinha às mãos um cálice que continha uma bebida que nunca se esgotava.

O sentido era de que se  quisesse ir além, seria necessário ingerir aquela bebida. No Cristianismo, por exemplo, se apresenta a lenda do Santo Graal, cujo receptáculo havia sido usado por “JESUS CRISTO” na celebração da última ceia e que, mais tarde, seria o mesmo vaso com o qual José de Arimateia teria recolhido o sangue de uma das feridas do “CRISTO” crucificado.

Por aí se pode ter ciência desse antigo simbolismo ligado às tradições da antiga civilização, sem, contudo, se imaginar uma precoce existência da Maçonaria desde aqueles tempos. No intuito de concretizar o seu arcabouço doutrinário, foi a Maçonaria que adotou, dentre outros, esse antigo simbolismo.

A despeito dessas observações, o controverso disso tudo é a prática teatral usada atualmente em certos rituais escoceses no Brasil. O belo conteúdo moral aplicado pelas alegorias lendárias acabou sendo substituído mais por uma espécie de trote, do que pela lição expressa pelo seu verdadeiro significado. Na verdade, essa teatralização mais intimida do que esclarece o candidato.

Uma exposição racional dos fatos está acima de certos “juramentos” e atos truculentos de uma retirada intempestiva que muitas vezes está cercado de certos lances de sadismo por parte de alguns protagonistas, assistidos por uma assembleia risonha que se deleita com a cena bem ao gosto dos adeptos do trágico e do cômico de um caricato espetáculo dantesco.

Ainda dentro do contraditório, no que tange à Maçonaria, que não é uma religião, aparece o termo “sagrado” relacionado à prova da taça. Pergunta-se: o que há de santo, sacro, ou sagrado que se possa relacionar a duas taças contendo líquidos amargo e doce? Ainda mais: que espécie de juramento é esse sobre uma pretensa “Taça Sagrada” para se guardar silêncio, se o candidato antes de receber a Luz, prestará o verdadeiro juramento maçônico que engloba todo o compromisso dele para com a Sublime Instituição? É cristalino e verdadeiro que compromisso solene é apenas aquele feito diante das Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria ( O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso)   antes de se receber a Luz. Haveria, pois, outro juramento tão importante em uma cena teatral cercada por ameaças e goles de bebidas doces e amargas acompanhado de uma truculenta retirada, sem que o pobre candidato possa ao menos saber o que se passa à sua volta? Então, que juramento de honra é este feito sobre uma taça que ora contém uma bebida doce e ora uma bebida amarga? Onde está o ato santificado?

Ora, não seria mais aproveitável e condizente com o ato uma explicação lógica e racional sobre os limites dos prazeres da vida evitando-se que essa doçura não viesse a se tornar em um paladar acre? Ou a ingestão de líquidos em prol de uma pretensa exposição de coragem e um compromisso de guardar sigilo das provas é tão mais aplicável? Afinal, durante o verdadeiro compromisso, aquele prestado no Alt:.  dos JJur:., o maçom não jura tudo isso?

Há que se compreender que uma Iniciação Maçônica possui profundidade espiritual para a transformação vivida e verdadeira do homem, calando, sobretudo, no seu intelecto.

Aos adeptos de uma pretensa tradição, que mais é na verdade um enxerto no Rito fica mais uma vez o alerta de que a prova teatral da Taça Sagrada não faz parte do primitivo escocesismo. Havia sim, duas taças, mas que ficavam na Câmara de Reflexão e não saiam de lá. Uma continha um líquido amargo e a outra um doce. Quando era mencionado o conteúdo da Câmara ao candidato, o Venerável dava as devidas explicações sobre o simbolismo do líquido amargo e doce, ressaltando que este é um antigo símbolo, presente inclusive na Bíblia. No escocesismo original não existe a prática do candidato ingerir o conteúdo simbólico, muito menos ser o protagonista principal de uma prova truculenta e de um juramento qualificado como sagrado que de santo nada existe.

CONCLUSÃO.

Pelas origens da Maçonaria estarem interligadas em um passado remoto à proteção do clero e ao cunho religioso dado ao trabalho pelas corporações de ofício medievais, é bastante plausível que o contexto da alegoria que envolve as taças da boa e da má bebida em sua tradição tenha se  originado – na Maçonaria – nas tradições dos Salmos, 74,9: “Há na mão do Senhor, uma taça, de vinho espumante e aromático. Dela dá a beber e até às vezes hão de esgotá-la. Hão de sorve-la os ímpios todos da terra”. Para os antigos povos, principalmente os hebreus, uma taça era o símbolo justiceiro de “DEUS” (a Taça do Amargor).

Na Maçonaria em geral e no escocesismo em particular, as Taças da Boa e da Má bebida, como os demais símbolos, representam os opostos, frequentemente apresentados na vida humana e que acabam por determinar a própria evolução espiritual do homem: o vício e a virtude, o bem e o mal, o espírito e a matéria, etc. Simbolizam também a boa e a má sorte, mostrando que aqueles que se afastam do bem à procura de efêmera doçura dos prazeres dos vícios, terão, depois, de suportar os amargores dos revezes adquiridos como resultado das suas atitudes.

A despeito do escrito, reforça-se que não se está aqui fazendo crítica a quaisquer dos demais ritos maçônicos. Também não é um texto laudatório, mas sim objetiva apontar aspectos controversos da história e da filosofia relacionada a alguns rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito em vigor no Brasil.

O que aqui se buscou, foi um ensaio interpretativo apontando para questões controversas, estando, portanto, longe de ser conceituado como a afirmativa de uma opinião final.

O tema é vasto e requer muita atenção e profundidade de estudo para que se possa obter um resultado conclusivo, sério e transparente, todavia, alguns aspectos aqui abordados subtraem uma melhor observação, cujo objetivo é mostrar o verdadeiro sentido da mensagem simbólica, e não um despojado entendimento de que o ato é uma simples prova de coragem aplicada durante o ato iniciático.

Dando por fim a esse arrazoado, segue a transcrição de um precioso texto decalcado do Ritual de Aprendiz Maçom, R:.E:.A:.A:., organizado pelo saudoso Ir:.  Theobaldo Varoli Filho no ano de 1.973, onde o Venerável dá a devida explicação sobre o simbolismo das Taças da Boa e da Má Bebida (Taça das Vicissitudes) ao candidato durante a cerimônia de Iniciação. É interessante atentar para o texto de forma que se possa avaliar o que é mais importante: a mensagem moral, ou uma prova de truculência que mais assusta do que ensina.

“É certo que a vida pode trazer-nos amarguras inesperadas, menos por nossa culpa do que pelas circunstâncias que nos rodeiam. Nós, maçons, buscamos enfrentar com serenidade as boas e más vicissitudes. Sabemos que durante a nossa existência teremos de provar as taças de boa ou má bebida, como não desconhecemos que todo aquele que se afasta da virtude, buscando apenas prazeres, provará do amargor do fel, que resulta de uma doença precária e ilusória. Por isso, os maçons buscam moderação no usufruir dos prazeres da vida”.

ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO:

DARUTY, J.E., Recherches sur le Rite Escossais Ancien et Accepté – Paris, 1.879.

LANTOINE, A., Le Rite Escossais Ancien et Accepté – Lyon, 1.934.

WEIL, F., La Franc-Maçonnerie em France jusqu’em 1.755. Genève, 1.963.

SÉGUR, L. G., Les Franc-maçons, Paris, 1.887.

LINDSAY, R. S., The Scottch Rite for Scotland, Edimburg, 1.957.

MELLOR, A., La Franc-Maçonnerie à l’heure du Choix, Paris, 1.963.

VAROLI F.º T., Curso de Maçonaria Simbólica, Tomo I, São Paulo, 1.974.

___________, Ritual de Aprendiz Maçom - REAA, Grande Oriente de São Paulo, 1.974.

___________, Simbologia e Simbolismo da Maçonaria, A Trôlha, Londrina, 2.000.

JB News – Informativo nr. 1.352 Florianópolis (SC) – quarta-feira, 21 de maio de 2014. Pág. 22/32

CASTELLANI, J., O Rito Escocês Antigo e Aceito, A Trôlha, Londrina, 1.988.

_____________ , Consultório Maçônico, Vol. 2, A Trôlha, Londrina, 1.990.

_____________ , Cartilha do Aprendiz, A Trôlha, Londrina, 1.992.

DIVERSOS, As Cores Vermelhas do Rito Escocês, A Trôlha, Londrina, 1.994.

CARVALHO, F. A., Ritos e Rituais, Vol. III, A Trôlha, Londrina, 1.993.

BOUCHER, J., A Simbólica Maçônica, Pensamento, São Paulo, 1.979.

SPOLADORE, H., Caderno de Pesquisas n.º 03, A Trôlha, Londrina, 1.991.

ASLAN, N., Grande Dicionário Enciclopédico Maçonaria e Simbologia, A Trôlha, Londrina, 1.996

PARANÁ, G. O., Ritual de Aprendiz Maçom - REAA, Curitiba, 1.990.

JUK, P., Instruções Para a Loja de Aprendiz, REAA, Curitiba, 2.002.

______, Manual de Procedimentos – Grau 01, REAA, Curitiba, 2.001.

BRASIL, G. O., Ritual de Aprendiz, Brasília, 2.001.

COMAB, Instruções p/Lojas Simbólicas – Maçonaria Adonhiramita, Santa Catarina, 1.994.

COMAB, Ritual de Aprendiz Maçom, 1.º Grau, Maçonaria Adonhiramita, Santa Catarina, 1.997.

julho 04, 2023

RESPEITÁVEL x RESPEITOSO(A) - Newton Agrella



Há algum tempo que venho sido tomado por um certo incômodo vernacular, mas sobretudo no que diz respeito à sua natureza semântica.

Como é sabido, num sistema linguístico, a semântica é o componente do sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados.

Nessa linha de raciocínio vale a pena fazermos uma breve consideração vocabular.

Referência é feita aos adjetivos *respeitável* e *respeitoso(a).*

Grosso modo estes adjetivos definem-se como seguem:

*Respeitável* significa merecer respeito.

*Respeitoso*:significa marcado ou caracterizado pelo respeito.

Todavia do ponto de vista conceitual  *Respeitável* traz consigo o significado de: digno(a) de respeito; de elevada importância; de altíssima consideração; de venerabilidade e distinção. 

O adjetivo é  especialmente utilizado quando nos referimos a uma relevante entidade ou instituição.

No caso por exemplo de uma Loja Maçônica a utilização da titulação Augusta e *Respeitável* Loja Maçônica....,  precedendo o nome da mesma, é a forma consagrada e majoritariamente utilizada pela Maçonaria no que diz respeito à língua portuguesa em nosso país.

Outrossim, o adjetivo *Respeitoso(a)* encerra em sí um significado voltado para a questão do "sentimento"  que leva alguém a tratar outra pessoa com consideração, cortesia,  comportamento respeitoso.

Traz consigo um caráter mais pessoal e em muitos casos, na língua portuguesa, quando se refere à questão etária.

Para fechar o pacote vale registrar que ambos os vocábulos derivaram-se do Latim *"respectus"* proveniente do verbo *"respectāre"* ,  composto pelo prefixo *re-*, em função de reiteração e ênfase apontando dedicação, e *spectāre* indicando a ação de apreciar, olhar ou observar.




julho 03, 2023

AUMENTO DE SALÁRIO - Valdemar Sansão











O verdadeiro aprendizado acontece depois que você acha que já sabe tudo!

AUMENTO DE SALÁRIO – É a elevação de um Grau a outro, que lhe é imediatamente superior.

Segundo os graus, estas cerimônias têm outras designações como: passagem, elevação, exaltação, iniciação, eleição, nomeação, investidura, consagração.

Na Maçonaria de Ofício, ou seja, nas corporações operativas, o salário era real e feito pelo senhor, ou patrão, das obras.

Na Maçonaria atual, a dos Aceitos, ele é simbólico e recebido na forma de ensinamentos e doutrinação, na Coluna que lhe compete, através do Vigilante dessa mesma Coluna.

O aumento de salário depende da aprovação da Loja e envolve, evidentemente, certas condições de merecimento e avaliação do aperfeiçoamento do Obreiro.

Isto é medido através dos trabalhos prestados, da freqüência às Sessões da Loja e das provas de conhecimento do Grau em que o Maçom se encontra.

Ninguém pode ter aumento de salário sem ter mérito e sem ter adquirido os conhecimentos necessários para isso, devendo ser justificados por uma conduta irrepreensível no mundo maçônico e no mundo profano, além da idade exigida constitucionalmente e pelo interstício necessário.

As Instruções louvadas em um guia seguro (Ritual do Grau) são aulas expostas didaticamente pelas quais vamos nos redescobrindo até despertar nosso interior.

É a compreensão das leis da vida maçônica.

Aprendemos a conhecer-nos, a crer em nós mesmos e a crer no Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.

Aprendemos que o homem é alguma coisa mais do que um simples animal que traja roupas e que a sua natureza íntima e divina, ainda que a sua divindade se conserve oculta, adquire o hábito da Virtude, a aluminação da Inteligência e a purificação da Alma que o faz refletir, pois, sem isso, o homem seria um animal entregue aos mais grosseiros instintos.

Com o Cinzel, dá forma e regularidade a massa informe da Pedra Bruta.

Por ele aprende que a Educação e a Perseverança são precisas para chegar a perfeição; Aprende, também, que o homem não é simplesmente um fenômeno da vida ou um joguete da casualidade, mas uma potência e o Criador e o destruidor da casualidade.

Por meio de sua força interior vencerá sua indolência, libertar-se-á da ignorância.

Então sentirá amor por tudo o que vive e se constituirá em poder inexaurível para o bem da espécie, neste mundo de permutas, de confusões, de vicissitudes e de incertezas.

Aprende que o objetivo da Maçonaria para o futuro é que o homem aja, então, com toda a justiça e ame seu irmão como a si mesmo, porque ele e seus semelhantes são parte de um todo e que o todo é “Uno”; ele não pode ferir o seu irmão sem ferir-se.

Desbastadas as asperezas, a Pedra Bruta é transformada em Pedra Polida.

Recomenda o Ritual do 1º Grau que todos os membros de uma Loja devem se esforçar quanto possível, para compreenderem as vantagens dos ensinamentos das instruções.

Apresenta mensagens que devem ser assimiladas para que tenham sempre em mente o dever de pautarem seus atos individuais de todos os dias, por esse rico e antiquíssimo manancial de sabedoria.

O Aprendiz tendo recebido a luz sabe que seus pensamentos, palavras e obras devem demonstrar, sempre, a consciência de seu juramento ao ingressar no Templo do Ideal cujo serviço aceitou livremente, sem constrangimento, nem restrição de espécie alguma.

A vontade de evoluir oportuniza lhe chances de crescimento e de progresso.

O uso persistente e tenaz dessa faculdade soberana permite-lhe modificar sua natureza, vencer todos os obstáculos.

Aprende a meditar, a concentrar-se, sintonizando com as esferas superiores e com as nobres aspirações.

Conhecendo passo a passo, a extensão dos recursos que nele germinam, fica deslumbrado, não mais teme o futuro, tampouco se julga fraco.

Conhece, agora, o templo Simbólico, e sabe perfeitamente que ele não se constrói com pedras e madeiras, mas com Virtude, Sabedoria, Força, Prudência, Glória, e Beleza; enfim, com todos os elementos morais que devem ser ornamento dos Maçons.

Consciente de si mesmo compreende seus recursos latentes, sente crescer dia-a-dia suas forças na razão de seus esforços, acredita na possibilidade de ele próprio alterar seu presente e seu futuro.

Assim ele há de se conservar firme na vontade inabalável de enobrecer-se e elevar-se.

Atrai, com o auxílio de seus Mestres e de sua inteligência, riquezas morais e constrói para ele uma personalidade melhor.

Concluídas as instruções de Aprendiz, diz-se que o instruendo está apto a galgar o segundo degrau para elevação, representada como subida, fazendo-se reconhecer que todos somos Irmãos, aprendendo a eliminar o apego, o egoísmo, a intolerância, a intranquilidade, a desarmonia.

Sabe também que tudo que recebemos de Deus, devemos irradiar para todos, sem buscarmos qualquer recompensa.

Em se tratando de “aumento de salário” o maçom é honrado pela concessão do ingresso em uma nova coluna, trocando os instrumentos de trabalho para melhor se ajustar na busca de outras luzes.

É um erro julgar que podemos fazer tudo sozinho, sem o auxílio dos demais.

É também um equívoco acreditar que o trabalho só sairá bom se formos nós os executores.

Nenhum de nós sabe e pode tudo, nosso saber e poder são relativos.

Todos nós estamos na condição de Aprendizes, em regime de interdependência, destinados a aprender uns com os outros o que ignoramos.

Também deverá ser apurado o que o candidato haja feito em favor dos semelhantes, quais os cuidados que tenha dispensado ao seu próprio aprimoramento pessoal.

Uma advertência que poderíamos considerar é de que não pode ser homem de bem aquele que não é justo.

Contudo, não deixamos de ser injustos e imperfeitos pelo simples fato de abraçarmos os princípios maçônicos: “Um erro muito frequente entre alguns neófitos é o de se julgarem “justos e perfeitos” após alguns meses de estudo”.

Há nessa pretensão de não mais necessitar de conselhos e de se julgar acima de todos, uma prova de incompetência, pois não atende a um dos preceitos da Ordem: tornar-se sempre um elemento Humilde, de Paz, de Concórdia, de Harmonia no seio da Maçonaria.

Não são apenas os novos adeptos; muitas vezes, alguns mestres, antigos e experientes, equivocadamente, também pensam assim.

Depois, quando, no término do trabalho de aperfeiçoamento moral, simbolizado pelo desbastar das asperezas dessa massa informe, a que chamamos Pedra Bruta, pela Fé e pelo Esforço, conseguimos transformá-la em Pedra Polida, então sim, deve ter lugar o “aumento de salário” concedido com consciência tranquila, a fim de que, mais tarde, tais decisões não venham a dar causa a arrependimentos.

Apta à construção do edifício, podemos descansar o Maço e o Cinzel, para empunharmos outros utensílios, subindo a escala da hierarquia maçônica, ou seja, recebendo o merecido AUMENTO DO SALÁRIO.



julho 02, 2023

DOIS DE JULHO INDEPENDÊNCIA DA BAHIA E DO BRASIL


Hoje na Bahia comemoramos o 2 de julho, dia no qual se concretizou a independência do Brasil proclamada por D. Pedro em São Paulo no 7 de setembro de 1822. 

Tropas portuguesas permaneciam na Bahia. 

O primeiro tiro que levou ao 2 de julho de 1823 aconteceu no dia 25 de junho de 1822 na Cidade de Cachoeira próxima à Salvador. 

Para libertar definitivamente a Bahia e o Brasil, por indicação do Min. José Bonifácio, D. Pedro contratou o General Pedro Labatut, francês de origem, famoso por servir o Exército de Napoleão. 

O General chegou ao Rio de Janeiro de lá embarcou para a Bahia em 14 de julho de 1822, porém não conseguiu desembarcar em Salvador, pois a armada portuguesa o impediu, e ele desembarcou em Maceió.

Chegou na Feira do Capuame (hoje Dias D'Ávila em 28.10.1822). 

Foram travadas 16 batalhas, dentre elas Funil, Itaparica, Pirajá e Itapuã. Houve muita luta, muito sangue derramado para que em 02.07.1823 a Bahia e o Brasil conquistassem  definitivamente a liberdade com a expulsão das tropas portuguesas. 

O corpo do General Labatut encontra-se enterrado no Museu do Panteão, ao lado da Igreja de São Bartolomeu no Bairro de Pirajá em Salvador. 

Todos que lutaram essa guerra, desde D. Pedro, soldados e o povo baiano merecem nossa gratidão e respeito.  

Precisamos em nome deles e da sua coragem preservar essa liberdade tão duramente conquistada neste episódio honroso da História do Brasil e da Bahia e tão pouco conhecido pelos brasileiros."

NASCE O SOL A 2 DE JULHO BRILHA MAIS QUE NO PRIMEIRO É SINAL QUE NESTE DIA ATÉ O SOL É BRASILEIRO! 

 Fala-se aos 4 ventos, clamam-se pelo fim dos preconceitos, mas até hoje  quase ninguém quer aceitar que hoje é a verdadeira independência do Brasil e claro  foi na Bahia , se tivesse sido em outra localidade tava tudo certo. 

Mas foi na Bahia.

Orgulho de ser BAHIANO.