agosto 12, 2023

MESTRE INSTALADO É GRAU? - Pedro Juk




A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos  estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EXVENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom. 

Daí é preferível: M∴M∴.



PALESTRA NA ARLS SABER FRATERNO - SOROCABA

 








A convite do VM Luciano Chanes de Lara fiz no dia de ontem, 11 de agosto, pequena palestra em homenagem ao Dia dos Pais em sessão pública na ARLS Saber Fraterno em Sorocaba, (rito Emulação). 

Cerca de 50 casais além de convidados estavam presentes, as senhoras da Fraternidade Feminina presentearam todos os pais com um vinho personalizado  e após a palestra houve uma animada reunião com jantar e música ao vivo.

agosto 11, 2023

ADVOGADO - Adilson Zotovici


Tenho em meu ideário

Um assunto pertinente 

Que merece comentário,

Sobre o “jurisprudente”

E seu trabalho diário 


Qual deve ser competente

Naquilo tudo que faz 

Em petições consciente,

Também deveras  sagaz

E no verbo...eloqüente 


Se questionado capaz,  

De responder com convicção

Em toda ação, eficaz 

Qual trilha a senda da razão

Com coragem, pertinaz 


Às vezes até abre mão

Pela justiça, em detrimento,

De coisas do coração

Para honrar seu juramento,

Como profissional e cidadão 


Tem que ter conhecimento

Das leis, da jurisprudência...

Em todo procedimento,

Dignidade, ética, independência 

Pra surtir bom julgamento 


Ser doutor do direito, que ciência, 

Após seu bacharelado 

De erudição, referência, 

Pela qual...“o que foi chamado ” 

Digno de admiração e deferência 


Antigo oficio consagrado 

Às vezes, delegado, promotor,

Quiçá, professor, magistrado ...

Tal Santo Ivo, seu protetor,

Um justo e perfeito ...advogado !



agosto 10, 2023

PROPRIEDADES HUMANAS E MAÇONARIA - Newton Agrella


Viver é rigorosamente um ato de dignidade.

E ao ser humano cabe-lhe preservar a Vida como o seu bem mais precioso.

Nesse aspecto a Maçonaria, cuja essência se condensa através das mais diversas correntes do pensamento, é por si só, um instrumento de orientação e uma verdadeira Oficina para que o Homem possa construir seu templo com o seu coração voltado à Virtude e seu Raciocínio na busca da Evolução.

Razão e Emoção caminham de mãos dadas desde sempre, posto que são atributos humanos e disposições  indissociáveis da alma.

Por isso, quando o Obreiro encontra-se em seu canteiro, buscando dar forma, beleza e sustentação à sua pedra bruta, ele se depara com os mais antagônicos pensamentos e inúmeros percalços que fazem parte de um processo de aprimoramento ético e moral de sua complexa Existência.

É a permanente busca da estabilidade que se constrói através das Artes, das Ciências e da Filosofia.

A recompensa não está em "ser"  ou  "vir a ser".  

Ela está sim,  em "ser reconhecido".

Quando se diz que  "viver é um ato de dignidade" , isso significa ter  respeito e "consciência" de si mesmo, sem que isso se transforme em orgulho ou soberba.

O trabalho de construção do templo exige do Maçom:

Humildade para ouvir; 

Observação  para perceber tudo aquilo que se passa a seu redor;

Comprometimento para ser o executor de suas atribuições;

Intensidade para tornar o trabalho profícuo;

E  sobretudo devoção aos princípios da Ordem, no seu legítimo significado filosófico, que se constitui na obediência, respeito e cumprimento dos postulados universais maçônicos.

Só se constrói aquilo que a emoção incentiva e a razão estabelece.

Assim é a Vida. 

Um retrato da universalidade de nossa "Consciência" e um documento virtual de nosso Pensamento.



agosto 09, 2023

O MAÇOM QUE MATOU LAMPIÃO - Ruy Leitão

 







Da série RARIDADES MAÇÔNICAS - Cartão de Identificação Maçônica  do Capitão João Bezerra da Silva, o homem que matou Lampião.


A madrugada do dia 28 de julho de 1938 foi interrompida por gritos, tiros e correria. O bando de Lampião foi cercado na Fazenda Angicos, no Sertão de Sergipe, por uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra da Silva. Lampião, sua companheira de amor e cangaço, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros

tiveram suas vidas brutalmente ceifadas. Chegava ao fim o reinado de Virgulino Ferreira da Silva, o célebre cangaceiro que durante duas décadas marcou a história do Sertão nordestino com atos de ousadia e violência. Todos os mortos tiveram suas cabeças cortadas. Maria Bonita foi degolada viva.

Os jornais do Brasil e do mundo estamparam, no dia seguinte, diversas manchetes dando conta e comemorando a morte dos bandidos, imagens feitas pelos fotógrafos do interior mostravam cabeças decepadas, máquinas de costura e equipamentos dos cangaceiros que escaparam dos saques empreendidos na hora do confronto final entre os meninos volantes e os "cabras" de Lampião.

Esse episódio não pôs fim apenas ao seu bando, mas marcou os últimos momentos do cangaço, fenômeno político e social que atormentou os sertões de sete estados nordestinos e foi durante muito tempo preocupação constante de governos e articulistas de jornais que davam combate ao cangaço através das suas tipografias e das volantes, com armas de fogo e muitas vezes por sede de vingança e de justiça.

As secas mortais de 1877-1878 deram força a esse movimento, que alcançou seu clímax na década de 1920, integrado por sertanejos pobres fugindo da exploração e da fome, forçados a optarem por essa prática marginal e criminosa, alimentados por um espírito de vingança contra os latifundiários e o governo. Lampião foi o mais bem sucedido líder do cangaço nordestino. Dizem que recebeu esse apelido por sua capacidade de atirar seguidamente, clareando a noite com seus tiros.

Recebia a proteção de coiteiros: fazendeiros, pequenos sitiantes e até autoridades locais, dos quais, ele e seu bando, recebiam abrigo e alimentos, facilitando o deslocamento pelos estados nordestinos e a fuga das perseguições policiais.

Em 1926 recebeu a patente de Capitão da Guarda Nacional, ao ser cooptado pelo Governo do Ceará para enfrentar e derrotar os homens da Coluna Prestes que avançavam em direção ao Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero.

Com a instalação do Estado Novo, foi ordenado aos governadores do Nordeste que parassem de fazer vista grossa e aniquilassem o rei do cangaço. Ordem cumprida. O bando foi pego totalmente desprevenido sem chance de se defender dos tiros das metralhadoras disparados durante cerca de 20 minutos. 

Lampião foi um dos primeiros a morrer. E em seguida, Maria Bonita. Os corpos mutilados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus e suas cabeças salgadas e colocadas em latas de querosene contendo aguardente e cal. Levadas para Salvador, Bahia, primeiro na Faculdade de Medicina  da UFBA, e depois no Museu Antropológico localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador. Um espetáculo mórbido e macabro.

Ainda hoje persistem muitas divergências como são considerados os cangaceiros. Há os que os veem como justiceiros, praticando a justiça com as próprias mãos, em razão da desigualdade social e a ineficiência do Estado para melhorar suas vidas. Por outro lado, alguns historiadores os enxergam como grupos de bandidos, que atuavam no Nordeste defendendo seus interesses pessoais, usando de muita violência, praticando roubos dos quais se apoderavam, ou, às vezes, distribuíam com pessoas carentes com o intuito de ganhar apoio popular.

Em algumas cidades do Nordeste, existem memoriais da resistência, museus que conservam a memória da luta local contra a invasão de grupos cangaceiros. O cangaço se tornou um grande tema no imaginário nordestino e brasileiro, assunto da literatura de cordel, de peças teatrais, filmes, músicas e artes plásticas.

Créditos: Ruy Leitão (A União, João Pessoa, 27/07/2023)

agosto 08, 2023

O SEGREDO DO MAÇOM


*Perco minha vida, mas não revelo os segredos! *

Existe um grande segredo na Maçonaria!

É com esse segredo que o Maçom vive e o carrega em seu peito apartir da sua Iniciação. É nele que estão as raízes que alimentam a Sublime Instituição com que o Obreiro, ao chegar na plenitude Maçônica, está imbuído da coragem para vivenciar e lutar pelos conceitos que aprendeu na sua caminhada ascendente.

O reino da Maçonaria é como um tesouro incrustado na humanidade.

O homem, após Iniciado, o encontra e o mantém escondido, e, cheio de alegria, compreende que passou a fazer parte dele.

A Maçonaria é, ainda, como a rede lançada ao mar que apanha peixes de todos os tipos. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. Assim acontece com a Maçonaria, que busca aqueles HOMENS LIVRES e de BONS COSTUMES, rejeitando os maus do que são justos e de boa índole. Em suas reuniões não são permitidas discussões políticas e religiosas, preferindo uma ampla base de entendimento entre os Homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil cotidiana.

Às vezes aparecem Joios no trigo...

Toda iniciação, qualquer que seja a entidade, carrega em si mesmo elementos de cultura social onde a mística se alia à tradição para orientar o seu círculo de acuidade, no qual o Iniciado possa vivenciar a experiência espiritual a que vai se integrar.

Essa experiência transcende a condição de profano ( como é designado o não Iniciado) e irá alcançar melhor compreensão dos segredos que ser-lhe-ão revelados.

Na Maçonaria, espera do Iniciado, dentre outras coisas, que seja Iluminado e generoso e não buscar o seu caminho no simples aprendizado que irá receber mas, sim, em compartilhar e irradiar seus conhecimentos, colaborando em projetos filantrópicos e melhoria da sociedade.

Desde os tempos imemoriais existem sociedades secretas. Elas estão presentes em todas as culturas, de todas as épocas, junto a todos os povos. Pode-se afirmar que é bastante provável que respondem a uma necessidade inerente à própria natureza do Homem que sempre buscou a sua conveniência com objetivos de encontrar aliados para reforçar ligações e relacionamentos que lhes permitam alcançar suas metas.

Em termos culturais, é própria das sociedades corporativas a manutenção de um ambiente de segredos em relação aos seus elementos de interesse profissional. Inclusive, na própria vivência familiar. É prática, pois construir muros corporativos, normalmente protegidos por uma linguagem própria só perceptível aos próprios Iniciados ou componentes das corporações e até em famílias. Toda organização tem seus segredos, seus assuntos reservados e suas coisas confidenciais, que só interessam aos seus membros e seus associados. Uma empresa industrial tem segredos para proteger seus patentes dos seus concorrentes. A Igreja Católica tem seus segredos, que os bispos juram respeitar no dia de sua Sagração e, também, elege o Papa em segredo.

O colégio Apostólico, que era presidido pelo próprio Jesus Cristo, teve momentos reservados só para os discípulos e em outras oportunidades Jesus recomendou-lhes, textualmente, que não contassem a ninguém aquele " GRANDE SEGREDO " e as coisas vistas por eles. ( Mateus 12:15 e 16; Mateus 16:20; Mateus 17:9) , existem mais outros segredos na bíblia: Daniel 2:16 ao 30; Marcos 4:9,10 e 11.

O segredo Maçônico, que o adepto da Ordem deve preservar e guardar, é complexo, difícil de ser definido e localizado. Debaixo dessa expressão colocam-se coisas bem conhecidas dos que delas quiserem informar-se, tais como Ritos, senhas, juramentos diversos e variáveis.

O segredo da Maçonaria não se refere tão somente a confidências como muitos imaginam; ele vai muito além disso e é mais profundo do que se pode imaginar e possuí raízes históricas muitos importantes, que invocam a tradição multimilenar.

Surgiu com a construção do Templo de Salomão.

É fundamental o segredo pois faz parte do juramento prestado quando da Iniciação. Entretanto, o verdadeiro segredo Maçônico, de fato, evidência-se da relação íntima que todo Maçom tece no decorrer dos anos consigo mesmo, com os membros de sua Loja e com os próprios valores da Sublime Ordem.

A tradição Maçônica abunda em exemplos dos fortes laços que unem os Maçons uns aos outros.

Na verdade, os Maçons tem meios que lhes são próprios de mútuo conhecimento e realizam cerimônias privadas, que por óbvias razões não são acessíveis aos não Maçons. O sigilo acerca de quanto se aprende e ocorre nos Templos e Lojas ou entre os Irmãos, é o primeiro dever do Maçom, conforme o Neófito ouve do Orador, no dia da sua Iniciação.

E, por solene compromisso, ratificado no final de todas as sessões, os Obreiros prometem observar essa rigorosa e irrevogável regra e o conceito de honra pessoal os obriga continuarem a segui-la, mesmo quando saem da Ordem.

Na Maçonaria Operativa os segredos consistiam em processos, métodos e usos profissionais que deviam continuar ignorados pelos não Iniciados, sob pena de privar os operários culpados de indiscrição do benefício de um longo aprendizado. O posicionamento, com essas proibições, era rigorosamente observado, e os profanos expulsos das obras em construção quando postas em prática.

No século XVIII (18) surge a Maçonaria Especulativa em substituição da Operativa, e, ela conserva, desde suas origens, as mesmas proibições com a relação aos profanos.

Com base nesses conceitos, tanto da Operativa como a Especulativa, há os que definem o segredo Maçônico como INDEFINÍVEL, porque nenhum Maçom, seja de qual Obediência ou Potência, conseguem dar uma definição única e simples desse segredo. Por ser Iniciático, o segredo é um processo intuitivo, impossível de encerrar dentro de uma formulação qualquer.

Apesar do segredo Maçônico ser coletivo, seguindo a lei absoluta de todos os segredos compartilhados, é tratado individual e misticamente, de maneira que nunca pode ser violado ou traído.

O Maçom genuíno o usa, construtivamente, com sinceridade e fervor, com pujança, com firmeza e absoluta lealdade, em busca dos objetivos ministrados pela Arte Real. A Maçonaria só revela a seus verdadeiros adeptos. É de natureza única.

Todavia, quem passa pela Instituição como se fosse um agrupamento qualquer, um clube social, uma agremiação de simples amigos, não pode conhece-la somente permanecendo nela. ( O joio! ....)

Os não Iniciados (profanos) nos vêem, com a relação ao segredo Maçônico, de forma equivocada, acham que a Maçonaria, zelosamente, esconde seus segredos, e, isso os leva a interpretações presunçosas ao erro. Aos olhos dos insensatos, a Ordem convive com teorias conspiratórias que tem sido descritas desde o final dos anos 1700, e, que são classificadas em três categorias distintas:

-> Política, normalmente envolvendo alegações de controle de governos.

-> Religiosas, em geral abrangendo acusações de anticristianismo ou crenças e práticas Satânicas.

-> Culturais, mescladas ao entretenimento popular, onde entrelaçam vários símbolos e numerologia na cultura moderna, tais como logotipos corporativos.

Muitos escritores de teorias conspiratórias tem ligado os Maçons e os Cavaleiros Templários com a adoração ao diabo, cuja ideias foram baseadas em interpretações errôneas das doutrinas das referidas organizações, mitos e enormes invencionices.

Se a realidade da Maçonaria é o segredo do Maçom, isso não significa que tenha de ficar escondido aos olhos do mundo. Ao contrário, uma das primeiras coisas que lhe é ensinado é que a Maçonaria é uma Instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, através do AMOR, APERFEIÇOAMENTO dos COSTUMES, pela TOLERÂNCIA, pela IGUALDADE dos povos, pelo RESPEITO às autoridades e a crença de cada um. Fica ciente de que está integrado a um grupo para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros. Ainda, glorificar o DIREITO, a JUSTIÇA e a VERDADE.

Saberá que tem de estar pronto para promover o bem estar da Pátria e dos Homens, levantando Templos à Virtude e cavando Masmorras ao vício.

Para tanto, a Sublime Ordem é Universal e suas Oficinas se espalham por todos recantos da Terra, sem preocupação, de fronteiras, de políticas, de religiões e de raças.

Para a Maçonaria não interessa se o adepto tem religião ou, mesmo, se tem ou não uma. O que, realmente, importa, para a Sublime Ordem é a conduta perante o seu semelhante, à família, à sua comunidade perante ao mundo.

As características de um genuíno Maçom são: VIRTUDE HONRA e BONDADE que, embora banidas de outras sociedades, estão sempre presentes no seu coração, calçadas na sua coragem sem abandonar a descrição. Não é sem razão e significado que, o Brasão da Grande Loja do Estado de São Paulo, e de outras Potências e Obediências Regulares, ostentam a citação latina AUDI, VIDE, TACE ( Ouça, Veja, Cale) , extraída do brocado latino Audi, Vide, Tace, si vis vivere in pace (Ouça, Veja, Cale, se queres viver em paz). Tal citação está transcrita na magnífica flâmula da Grande Loja Unida da Inglaterra, estabelecida apartir de 1813.

Assim é entendido o segredo entre os Maçons!

Que o Maçom é distinto!

No meio da multidão é diferenciado!

Não é igual aos demais!

É o segredo que ele não apregoa. Guarda para si.

Não canta suas proezas de forma espalhafatosa nem de trombeta em praça pública.

Que a mão esquerda não saiba o que a direita faz!

A descoberta do verdadeiro segredo Maçônico, na realidade, acontece no SILÊNCIO do coração de cada Maçom, conciliando com sua própria evolução mental e espiritual, e, com desdobramentos que influenciam sua vida e a vida das pessoas que te cercam e vem a ser o grande mistério da Maçonaria

Eis o grande segredo Maçom!

" OH ! QUAM BONUM EST ET QUAM JUCUNDUN, HABITARE FRATRES IN UNUM ! "

(autor desconhecido)

agosto 07, 2023

A ORIGEM DO GAÚCHO - Paulo Mena


A origem do gaúcho deu-se no século XVIII após as missões jesuíticas teriam sido destruídas, ocasionando um grande êxodo de índios (guaranis e tapes) pela região, misturando-se num primeiro momento com espanhóis e depois com os luso-brasileiros. 

Esses "novos" habitantes se espalha pelos campos e logo muda a sua maneira de viver, passando de agricultores sob a coordenação dos jesuítas, a exímios cavaleiros, tendo em vista que o rebanho, que havia nos "Sete Povos das Missões", se dispersava pelos campos dando origem a grandes rebanhos livres.

Segundo a professora de antropologia e pesquisadora Maria Eunice de Souza Maciel: “Então, esses gaúchos eram indivíduos que viviam sozinhos ou em bandos e procuravam esse gado para caçar. Não era para criar, era um período de caça ao gado mesmo. Como passavam de um lado para o outro, eram considerados marginais perante a estrutura existente na época. Eram como se fossem bandidos, tipos perigosos que não tinham lugar em uma sociedade”.

Num primeiro momento foi chamado de Guasca (pelo o seu trabalho com o couro cru), depois chamado de Gaudério (índio vago) e por ultimo chamado de Gaúcho, sendo uma denominação dada às pessoas do bioma denominado Pampa, que é uma planície que se estende pela Argentina, Uruguai e no Brasil alcança o estado do Rio Grande do Sul.

Entre as varias teorias encontradas para a origem da palavra Gaúcho, destaquei duas: a primeira de acordo com Augusto Meyer, seria na palavra "huachu" que significa órfão, designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol, "registrados nos livros de batismo dos curas missioneiros, simplesmente como filho de fulano com uma china das Missões".

 A segunda teoria, fala sobre os colonizadores espanhóis, agricultores das ilhas Canárias que povoaram Montevidéu, ao chegarem na região chamavam os habitantes locais de guanches ou guanchos, depois mudaram o termo, passando a se referir aos órfãos como "guachos" e aos vagabundos como "gaúchos". 

 Até a metade do século XIX, o termo gaúcho era usado de forma pejorativa, sendo dirigido aos aventureiros, ladrões de gado e malfeitores que viviam nos campos. Porém em 1845 após Revolução Farroupilha, a palavra" gaúcho" perde a conceito ofensivo e  passa a significar homem de bem, digno, bravo, e principalmente patriota. 

 Hoje em todo Brasil, Gaúcho é usado como sinônimo de sul-rio-grandense, mas o seu significado ultrapassa as fronteiras do estado do Rio Grande do Sul:, denominando também todas as pessoas que cultuam as tradições do folclore gaúcho por esse Brasil a fora. 


agosto 06, 2023

ATRAVESSANDO O UMBRAL PROFANO - Roberto Ribeiro Reis



Despojar-se de tudo o que nos remeta à nossa pujante materialidade não é tarefa fácil.

Desapegar-se daquilo que nos alimenta o ego, como sejam as paixões vulgares, as companhias bajuladoras do cotidiano, pode parecer algo de somenos, quando na verdade não o é.

No entanto, atravessar o umbral da porta que antecede o Templo Maçônico dá azo a que, por instantes de horas em nossa semana, permitamo-nos enveredar pela seara que nos conduz à elevação de nós mesmos, ocasião na qual nos metamorfoseamos em seres um pouco melhores, sem as amarras que nos deixam à mercê do jugo profano.

A nossa revolução íntima não se dará instantaneamente, como que em um passe de mágica; assim, feito seres grosseiros e errantes, vagando pela imensidão sem fim de nossa   ignorância, recebemos a   dádiva –espiritual,   ritualística e esotérica-   de trabalharmos as asperezas de caráter e moralidade, cinzelando-as, de sorte que essa lapidação nos enseje uma mentalidade um pouco mais evoluída.

Somos concitados e conclamados a nos refugiarmos pelas veredas do que existe de melhor, quando o assunto tratado é a essência: a imersão pelo nosso templo interior, o famigerado VITRIOL, ocasião na qual somos confrontados ora com a sombra que nos assedia, ora com a luz que deseja nos transcender.

É nesse precioso -e não menos sagrado- momento que vivenciamos os paradoxos, as contradições, as dúvidas e as várias incógnitas que assolam o imo de nossa alma; é também nessa hora que somos tomados de um "silêncio eloquente", que tende a nos trazer para a jornada de reflexão e, consequentemente, proporcionar-nos um pouco de paz.

É imprescindível que possamos perscrutar o que há de melhor na Maçonaria.  Que sejamos tomados por um estado de consciência que possa edificar nossos alicerces espirituais.

A cada vez que sairmos de casa, que não pensemos somente em desfrutar de um jantar ou refeição após a sessão maçônica.

O alimento que ali buscamos é o estudo constante, que tem por divisa maior o trabalho de “exaltação de nossa alma”.

Tudo o que for de encontro a esse propósito maior só nos levará ao estacionamento intelectual e à nossa degradação enquanto Construtores Reais. 

Se desejamos romper as masmorras dos vícios, se aspiramos nos tornar seres menos grosseiros e vulgares, é imperativo que levemos nossa ritualística mais a sério, entendendo-lhe as sutilezas, a fim de que não sejamos rebaixados aos umbrais da bestialidade e da cegueira mental de outrora.



agosto 05, 2023

O QUE SE FAZIAM NAS REUNIÕES NOS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA ESPECULATIVA - Almir Sant"AnnaCruz


As tavernas onde se realizavam as sessões maçônicas do início de sua fase Especulativa eram ricas cervejarias providas de quartos, cabeleireiros, salões de leitura e salas de reuniões. Depois da Sessão Ritualística, realizada em uma das salas de reuniões, os Maçons realizavam seu banquete, igualmente ritualístico. 

Para ilustrarmos o que se faziam nessas reuniões, vejamos através dos depoimentos dos Irmãos Dionísio Hogan e Dom Hugo O’Kelly, este último Venerável Mestre da Loja de Lisboa em 1738, ambos irlandeses e servindo a soldo, como mercenários (o que era muito comum na época), o exército português, o primeiro como tenente de cavalaria e o segundo como coronel de infantaria, quando do primeiro processo instaurado em Portugal contra a Maçonaria pela Inquisição. 

Relativamente ao que se faziam nas reuniões realizadas nas tardes da primeira quarta-feira de cada mês na taverna do Irmão Guilherme Reys, responderam:

Irmão Dionísio Hogan: “... nos ditos ajuntamentos era proibido falar em matéria de Religião e de Estado, e o que faziam nos dias em que se juntavam era comer, beber, dançar, tocar instrumentos e cantar, conforme cada qual sabia ...”

Irmão Dom Hugo O’Kelly: “... que se empregam em músicas e instrumentos (...) porém o que nela se contém é tratar-se de várias matérias, umas pertencentes ao governo econômico, outras ao público, observando as ocasiões das suas conveniências, e também a de querer cada um exceder-se em qualquer ciência destas. Tem também a Arquitetura, em que se empregam  com vários discursos e exames e para em tudo serem peritos discorrem nos Pedreiros Livres Mecânicos, e nos Pedreiros Livres Nobres e Cavalheiros ...” (Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Promotor da Inquisição de Lisboa – caderno 108)

Excerto do livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre – Irm.’. Almir Sant’’Anna Cruz

agosto 04, 2023

NO JAPÃO NÃO EXISTE O DIA DO PROFESSOR

 

No Japão, não existe o Dia do Professor.

Um dia, perguntei ao meu colega japonês, professor Yamamota: - Como você comemora o Dia do Professor no Japão? Surpreso com a minha pergunta, ele respondeu: - Não temos Dia do Professor.

Quando ouvi sua resposta, não tinha certeza se deveria acreditar nele ou não. Um pensamento passou pela minha cabeça: - "Por que um país tão avançado em economia, ciências e tecnologia, tão desrespeitoso com os professores e seu trabalho?" 

Uma vez, depois do trabalho, Yamamota me convidou para sua casa. Pegamos o metrô, pois era longe. Era o horário de pico da noite e os vagões do trem do metrô estavam superlotados. Consegui encontrar um espaço para ficar de pé, segurando firmemente o corrimão superior. De repente, o senhor que estava sentado me ofereceu seu assento. Não entendendo esse comportamento respeitoso de um homem idoso, recusei, mas ele foi persistente e fui forçado a sentar. 

Assim que saímos do metrô, perguntei a Yamamota para explicar o que exatamente o barba-branca fazia. Yamamota sorriu e apontou para a etiqueta do professor que eu estava usando e disse: - Este velho viu a etiqueta de professor em você e em sinal de respeito à sua condição, ofereceu-lhe seu lugar.

Como eu estava visitando Yamamota pela primeira vez, me senti desconfortável em ir lá de mãos vazias, então decidi comprar um presente. Partilhei o meu pensamento com o Yamamota, ele apoiou a ideia e disse que pouco mais adiante, existe uma loja para professores, onde se pode adquirir produtos a preços reduzidos. Mais uma vez, não consegui conter minhas emoções: - Os privilégios são oferecidos apenas aos professores? Perguntei . Confirmando minhas palavras, Yamamota disse: - No Japão, ensinar é a profissão mais respeitada e o professor é a pessoa mais respeitada. Os empresários japoneses ficam muito felizes quando os professores vêm às suas lojas, eles consideram uma honra. 

Durante minha estada no Japão, observei várias vezes o maior respeito dos japoneses pelos professores. Eles têm assentos especiais reservados para eles no metrô, há lojas especiais para eles, os professores lá não fazem fila para comprar ingressos para qualquer tipo de transporte.

É por isso que os professores japoneses não precisam de um dia especial, pois todos os dias de suas vidas são comemorados.

 Espalhe esta história para todos. Deixe a sociedade crescer para apreciar os professores a este nível.

agosto 03, 2023

LEVANTA, SACODE A POEIRA... - Heitor Rodrigues Freire


A vida, de cada um de nós, algumas vezes é uma caixa de surpresas, pois as situações que se sucedem – a cuja causa nós mesmos demos motivo com nossos atos, nem sempre conscientes, mas de nossa responsabilidade –, com acontecimentos alegres e também sofridos, nos proporcionam a oportunidade de um aprendizado constante.

Principalmente quando por irresponsabilidade ou inconsequência, cometemos atos que geram vicissitudes, prejuízos, em que, por defesa própria, atribuímos a outros, às circunstâncias, etc. a causa dessas situações. O que normalmente acontece é queremos livrar nossa cara. Mas a fuga, não resolve o problema, pelo contrário, o acentua.

A atitude que se impõe é a de assumir a culpa e tocar o barco. A vida é infinita e nos proporciona n possibilidades de reparar o erro.

Em 1960, Paulo Vanzolini (1924-2013), compositor e zoólogo, escreveu a canção “Volta por Cima”, cujos versos: “Reconhece a queda/ e não desanima. / Levanta, sacode a poeira/ e dá a volta por cima” ensinou àquele que caiu a usar o que depois se chamou de resiliência, deixando para trás o motivo da queda e prosseguindo na caminhada. A primeira gravação foi feita pelo cantor Noite Ilustrada.

Desde que ouvi pela primeira vez essa canção, a sua lição me serviu sempre para que, ante as situações difíceis porque passei, continuar a caminhada, transformando-se num verdadeiro hino permanente. Sempre em frente, com amor e alegria.

Agora, lendo no site judaico pt.Chabad.org, em artigo escrito pelo Rabino Jonathan Sacks, tomei conhecimento dos últimos dias de Moisés, que, por ter duvidado de Deus, no episódio da fonte de Meribá, foi impedido de entrar na Terra Prometida.

Ele que, aos 80 anos, suscitado por Deus, assumiu o compromisso de conduzir o povo judeu para a Terra Prometida, numa caminhada pelo deserto, por 40 anos, com todas as dificuldades encontradas no caminho, o fez com muita coragem, dedicação, determinação e competência, se viu frustrado ao chegar, já com 120 anos, e não poder desfrutar do seu triunfo.

E o que fez Moisés então. Se revoltou? Se lamentou? Bradou contra Deus? Não. Com toda consciência, “reconheceu a queda, não desanimou, levantou-se, sacudiu a poeira e deu a volta por cima”.

Moisés, dedicou o último período da sua encarnação para ajudar o povo judeu a mudar o curso da história judaica.

Diz o Rabino em seu artigo: 

“Durante um mês, Moshe convocou o povo e se dirigiu a eles. Suas palavras e orientações formam a essência e o conteúdo do livro Devarim, Deuteronômio. Juntos, eles constituem a visão mais abrangente e profunda do que é ser um povo santo, dedicado a D'us, construindo uma sociedade que serviria de modelo para a humanidade em como combinar liberdade e ordem, justiça e compaixão, dignidade individual e responsabilidade coletiva.

Muito além do que Moshe falou no último mês de sua vida, é o que Moshe fez. Ele mudou de carreira. Ele mudou seu relacionamento com as pessoas. Não mais Moshe, o libertador, o legislador, o operador de milagres, o intermediário entre os israelitas e D'us. Ele se tornou a figura conhecida na memória judaica: Moshe Rabeinu, ‘Moshe, nosso professor’

Nesse momento decisivo de sua vida, Moshe entendeu que, embora não estivesse fisicamente com o povo quando eles entrassem na Terra Prometida, ele ainda poderia estar com eles intelectual e emocionalmente se lhes fornecesse os ensinamentos para levarem consigo para o futuro. Moshe tornou-se o pioneiro da talvez maior contribuição do judaísmo ao conceito de liderança: a ideia do professor como herói.

Não havia nada semelhante com essa preocupação com a educação universal em outras partes do mundo antigo. Os judeus se tornaram o povo cujos heróis eram professores, cujas cidadelas eram escolas e cuja paixão era o estudo e a vida intelectual.

A transformação do fim da vida de Moshe é uma das mais inspiradoras de toda a história religiosa. Nesse único ato, ele libertou sua carreira da tragédia. Ele se tornou um líder não apenas para o seu tempo, mas para todos os tempos. Ele pode ter sentido que não havia mudado seu povo durante sua vida, mas em toda a perspectiva da história, ele os mudou mais do que qualquer líder já transformou qualquer povo, no povo do livro e na nação que não construiu zigurates ou pirâmides, mas escolas e casas de estudo”.

Além de reconhecer a queda, não desanimar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, Moisés também seguiu o que Geraldo Vandré (12/09/35 -) advogado e compositor, cantou com muita garra, em sua canção “Prá não dizer que não falei de flores” que se classificou em segundo lugar no Festival da Canção, em 1968, cujo refrão dizia: “Vem, vamos embora/ que esperar não é saber/ quem sabe faz a hora/ não espera acontecer”.

Moisés fez e aconteceu. O exemplo dele é o mais significativo que eu conheço de superação, determinação e coragem.


agosto 02, 2023

VAMOS TOMAR UM CAFEZINHO ?- Michael Winetzki


 

           Este blog teve início no dia 20 de setembro de 2011. Aproveitei um blog pessoal que já existia para dar início ao compartilhamento dos melhores trabalhos que eu recebia nos grupos maçônicos, e não só maçonaria, mas história, filosofia, ciência, arte, cultura, etc.

          Desde então foram mais de 1.700 excelentes textos, quase uma centena de autores, 303.000 acessos até o dia de hoje e bem mais de 1.200 horas de trabalho para proporcionar este conhecimento aos interessados.

         É um grande prazer fazer este blog e na medida de minhas forças continuarei a faze-lo. Mas dá trabalho e algumas despesas.

         Assim, não há obrigação nenhuma. Ele sempre será gratis, mas se você curte a minha companhia, ainda que virtual, quem sabe pode pagar um cafezinho. Apenas um café, que tenho certeza, ofereceria com alegria se nos encontrássemos ao vivo.

        Deposite, se quiser, o valor de um café no Pix de Michael Winetzki, na Caixa Econômica Federal, chave tel. cel. (61) 9.8199.5133. Não precisa se identificar, não precisa enviar comprovante, não precisa fazer nada. E nem tem obrigação de depositar nada. 

       Encaro apenas como cortesia de algum leitor que agradece pelo trabalho que me dá lhe proporcionar o prazer destas leituras.

       Um caloroso TFA

        

    

A SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Walter Pereira



Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: 

 - “E uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”. 

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum. 

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. 

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos. 

Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido. 

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a antessala do Templo. 

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Antessala do Templo”. 

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças. 

Enfim um local de socialização, o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo, forma-se o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio. 

O Átrio Designa, genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão:

1) o primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar,;

2) o segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados);

3) e o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.