agosto 21, 2023

O QUE SÃO OS "ODD FELOWS"

 Apesar de ser pouco conhecida entre os brasileiros, A *Odd Fellows* é a segunda sociedade secreta mais popular nos EUA (depois da Maçonaria). Fundada na Inglaterra no século XVIII por operários da indústria de construção, a Odd Fellows era como os maçons operativos, sem privilégios e bastante rústica. Apesar de sua aparição documentada de 1730, sua reconhecida criação foi em 1876, quando surgiu um livro intitulado “O Manual Odd Fellows”.

Seus membros instalaram Lojas na Inglaterra e, em 1817, Thomas Widley foi para os EUA munido de uma carta patente para fundar Lojas em outros países, e instalou a primeira loja lá. A Odd Fellows não aceitava nem judeus e nem católicos e logo foram criticados e perseguidos pelos pastores protestantes, acusando-os de praticarem “culto aos prazeres materiais”, pois suas reuniões de convívio eram realizadas com muita folia e, muitas vezes, era necessário convocar a vigilância para restaurar a ordem.

A Ordem passou então a preocupar-se com os “prazeres espirituais” e a adotaram uma orientação sob a inspiração da Bíblia. Em 1842, após uma disputa elementar sobre autoridade, as Lojas Americanas formaram um sistema de governo separado da Ordem Inglesa, e em 1843 assumiram o nome de "Independent Order of Odd Fellows". Apesar desta divisão, a fraternidade prosperou, e, em 1890, já tinha meio milhão de adeptos.

Formada de 3 Graus Simples (Amizade, Fraternidade e Verdade) e 3 Graus Superiores (Patriarca, De Vida de Ouro e Da Pompa Real), na sua Logomarca aparece a sigla “FLT” que significa Amizade, Amor e Verdade. Suas iniciações são extensas e repleta de simbologia.

Não é de se admirar que nos círculos antimaçônicos, especialmente dos EUA da década de 1830 se desenvolveu um rumor curioso de que, na Maçonaria, se monta em um bode: não foi a Maçonaria que deu origem a esse rumor, mas sim a sociedade Odd Fellows, já que em suas iniciações (nos EUA), o candidato montava em um bode (ou uma cabra) onde deveria ser derrubado. São sociedades completamente diferentes e independentes.

.

📐 *CURIOSIDADES DA MAÇONARIA*

agosto 20, 2023

PEÇA TEATRAL - Adilson Zotovivi



Um espetáculo consagrado

Cenáculo, o canteiro fraternal

Amor em cada obreiro instado

Pedreiro ator de peça teatral


Ativo, exausto, viajado

Em silêncio vivo e sepulcral

Se presume fausto, iluminado

No negrume, o ator principal


Grande lirismo ao iniciado

Expande sincronismo musical

E por simbolismo revelado


Tragédia, vida e morte afinal

Tragicomédia, se não ensaiado

Da enciclopédia da Arte Real !



20 DE AGOSTO NÃO É O DIA DO MAÇOM - José Maurício Guimarães



O dia 20 de agosto, ao contrário do que muitos pensam, não é o autêntico e histórico Dia do Maçom. Poderia ser se considerássemos (ou soubéssemos) que a Igreja comemora, no dia 20 de agosto, a morte de São Bernardo de Claraval, o possível verdadeiro primeiro Grão-Mestre dos Templários. Comemora-se também a morte dos papas Pio VII e Pio X; é ainda o dia do Papeleiro, o dia do Vizinho, o aniversário da cidade de São Bernardo do Campo – SP e do município de Albufeira em Portugal. Por último, 20 de agosto de 1969 foi a data em que os Beatles se reuniram, pela última vez em estúdio, para finalizar o álbum Abbey Road.


Mas, a comemoração do Dia do Maçom em 20 de agosto foi adotada a partir de um equívoco cometido por José Maria da Silva Paranhos que interpretou mal as datas desconsiderando a relação entre o calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria. A patusca desordem teria parado nessa “cronologia” se infundadas decisões não viessem somar se às já anteriormente existentes.


SOBRE OS CALENDÁRIOS: No século dezenove a Maçonaria adotava oficialmente o ano da Verdadeira Luz - Anno Lucis ou Year of Light -conforme a crença de que o mundo fora criado em 4000 a.C. ou que nesta auspiciosa data a Luz Verdadeira teria sido conferida a Adão. No século dezenove, nossos Irmãos contavam os meses e dias de acordo com o calendário “da natureza”, começando o ano em Nissan, mês que marca o início da primavera no hemisfério norte e outono no sul. No calendário judaico, os meses podem ter 29, 30 ou 31 dias dependendo da lua nova.


Por isso as festas são móveis: Korban Pesach, Shavuot, Rosh Hashanah, Yom Kippur, Hanukkah, etc. e, pela mesma tradição, a Páscoa católica é celebrada no primeiro domingo seguinte à primeira lua cheia eclesiástica que ocorre no dia do equinócio de primavera ou o seguinte a ele; o Corpus Christi vem 60 dias depois da Páscoa e assim por diante. SOBRE AS DATAS: Entre os dias 17 de junho e 25 de outubro de 1822foram realizadas  dezenove sessões no Grande Oriente Brazílico (assim era o nome, com z). Entre elas, a do VIGÉSIMO DIA DO 6º MÊS DA VERDADEIRA LUZ DE 5822, ou seja – no dia 9 de setembro de 1822. O sexto mês, a contar de Nissan, é Elul, na passagem de agosto para setembro. Já o ano 5822 é a soma de 4000 Anno Lucis ao ano civil 1822.


Nessa célebre sessão de 9 de setembro de 1822 (vigésimo dia do 6º mês da verdadeira luz de 5822) os Irmãos, sem terem tomado conhecimento do que acontecera em São Paulo dois dias antes (7 de setembro), atenderam à moção do Irmão Joaquim Gonçalves Ledo (Primeiro Vigilante empunhando o primeiro o malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva) e proclamaram, em Loja, a Independência cuja legalização iriam submeter e atribuir a D. Pedro. Naquele tempo, adistância entre o Ipiranga (São Paulo) e o Rio de Janeiro era de aproximadamente 7 a 9 dias a cavalo da raça quarto de milha. Mas, as notícias vinham nos lombos de simples mulas! Podemos dizer, portanto, que a proclamação da Independência foi intelectualmente articulada dentro do Grande Oriente Brazílico. Mas, o vibrante discurso do Irmão Gonçalves Ledo, fazendo sentir a necessidade da Independência, aconteceu no dia 9 de setembro. O grito já havia sido dado. Ledo e os demais Irmãos só tomaram conhecimento disso mais tarde.


SOBRE A CARTA: Conta-nos o padre Belchior, em carta de 1896, que no dia 7 de setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro mandou-o ler em voz alta as cartas trazidas de Portugal. Ali mesmo, às margens do Ipiranga, tremendo de raiva, D. Pedro arrancou das mãos do padre os papéis e, amarrotando-os, pisou-os sobre a relva. “D. Pedro – diz textualmente a carta - caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me: - Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal! E arrancando do chapéu o laçoazul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo na nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo: - Laços fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.” E - prossegue o padre Belchior – “galopou, seguido de seu séquito, em direção a São Paulo (...) mal apeara da besta, D. Pedro ordenou ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarela.” (O G.O.B. tornou público e oficial o Ato que mostra ser o 7 de Setembro correspondente ao 18º dia do VI mês Elul.)


MÁRIO BEHRING DEFINE E UNIFORMIZA AS DATAS: No referido Ato de 1922, anodo centenário da Independência e do Grande Oriente do Brasil, o então Grão-Mestre Geral do G.O.B., Irmão Mário Behring, visando dirimir dúvidas sobre a relação das     datas do calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria, definiu os principais eventos do calendário usado na época da Independência, quando o ano maçônico começou em Nissan, finais de março. Eis alguns excertos na grafia da época: 

(...) 5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes” a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde resultou sua mais intima ligação com a Independencia, como se verifica do seu manifesto de 6 do mesmo mez; 6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de 5822, da V.: L.:, e proclamação da Independencia votada nas sessões do Grande Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno; 7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:, 14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22-VII-5822) para se tornar publico e official  esse acto”... (conforme José Castellani em "Do Pó dos Arquivos" - Editora: CopyMarket.com, 2000).

CONSUMAÇÃO DO ERRO: Apesar dessa clareza, o Irmão Osvaldo Teixeira, da Loja “Acácia Itajaiense” de Santa Catarina, encaminhou de boa-fé uma proposta à reunião da Confederação das Grandes Lojas - realizada em Belém entre os dias 17 e 22 de junho de 1957 - sugerindo o 20 de agosto como "Dia do Maçom" por ter sido a data da “proclamação da independência dentro de um templo maçônico". Equivocou-se. E ospresentes à reunião, talvez desconhecendo o Ato do então Grão-Mestre do G.O.B. - e posterior fundador das Grandes Lojas, Irmão Mário Behring - aceitando, na febre do entusiasmo e também de boa-fé, seguir a interpretação canhestra de José Maria da Silva Paranhos. 

Acertaram quanto ao mês (Nissan = agosto/setembro), mas erraram quadraticamente sobre o vigésimo dia. Num ímpeto de desatenção, esqueceram que Nisan não começa em 1º de março, e sim no equinócio de outono entre 20/23 de março conforme a lua. Por falta de estudo e bom assessoramento, ficou consagrado o erro de vinte dias pelos motivos assim demonstrados. Hoje, as potências brasileiras consideram o dia 20 de agosto como "o dia do Maçom", data que não coincide com os fatos históricos. Sei que estas considerações poderão provocar polêmicas intermináveis, mas não é este o meu propósito. Apesar disso, aceito quaisquer correções que me enviarem com base em dados históricos e/ou documentos.

De fato, só existem dois caminhos a seguir:

1) a coragem e a "modesta altivez" de corrigir o erro e definirmos uma data coerente para as celebrações do dia do Maçom ou 

2) deixar tudo como está. Se a tradição consagrada nesses últimos 53 anos é mais importante do que a transmissão da verdade histórica para as futuras gerações, que seja assim.

agosto 19, 2023

DIA DO MAÇOM, REFLITEMOS - Adilson Zotovici



Nesta data festejante

Vejamos com acuidade

O quanto é atuante  (?)

Nossa sublime irmandade... 


Em que pese revigorante  

O abraço, a amizade 

Com o traço exultante

De paz e prosperidade  


Que brinda ação instigante 

De estreitar fraternidade 

Ainda que lancinante 

Vencer paixões, a vontade...


Parece pouco...hesitante !

Diante da finalidade

Que carece a missão, gigante

Perante a sociedade


Alapada há muito, consoante, 

A desídia, a vaidade, 

Arredada, bem distante 

Dos estudos, da Divindade... 


Comemoremos o bastante 

Superação na efemeridade 

Que do livre pedreiro o talante 

A perfeição, a eternidade ! 



A ESPADA FLAMEJANTE - Almir Sant"Anna Cruz




A Espada Flamejante é uma representação da espada empunhada pelos querubins postos ao oriente do Jardim do Éden para guardar o caminho que levava ao conhecimento.

Em Gênesis 3:24 consta: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Como, analogamente, a Iniciação é o caminho que leva ao conhecimento, a Espada Flamejante é usada unicamente nos ritos iniciatórios e portada somente pelo Venerável Mestre, que, como Mestre Instalado, tem a prerrogativa de consagrar os graus.

Marius Lepage in Le Symbolisme, afirma que a Espada Flamejante se reveste de dois significados essenciais: o da criação, por intermédio do Verbo-Luz-Som, e o de purificação e de expiação sob as provações do destino. É explica: “A consagração ritual de um novo Maçom começa por estes termos: ‘Eu o crio ...’ É, portanto, um ato criador, que procede de uma vontade – a do Venerável que age em nome da Maçonaria – por intermédio de uma vibração sonora, o golpe da espada. Uma criatura totalmente nova deve nascer, e o efeito dos eflúvios que, saindo da Espada, o atravessam, deve constituir uma espécie de impregnação que penetrará definitivamente o Recipiendário”.

Os três golpes de Malhete sobre a lâmina da Espada Flamejante aludem à numerologia do grau de Aprendiz, que deverá ser objeto de diligente estudo por parte do Iniciado. 

Segundo a Escola Oculta, os três golpes conferem três diferentes modalidades de energia, correspondentes aos três aspectos da trindade divina: o primeiro toque confere fortaleza ao cérebro, o segundo amor ao coração e o terceiro habilidade executiva ao braço direito. 

Jules Boucher in A Simbólica Maçônica completa afirmando que a Espada Flamejante deve ser sempre empunhada com a mão esquerda (lado passivo) e o malhete com a mão direita (lado ativo), significando que a Iniciação transmitida é ativa, isto é, relacionada à própria vontade do neófito.


Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber* do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

PALESTRA NA PAEL- GOB RJ EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO MAÇOM

    








    A convite do Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do GOB-RI, irmão Paulo Vicente de Carvalho, realizei palestra virtual em comemoração ao Dia do Maçom, no sábado dia 19/8, as 9h00, sobre o tema "A verdadeira caridade". 

    A palestra foi bastante elogiada, especialmente porque foi apresentada de maneira a não só racionalizar as atitudes que devem ser tomadas pelas Lojas e pelos irmãos, mas tocou o coração dos homens bem formados, que tem na Beneficência um dos mais importantes objetivos na existência.

    Em agradecimento à palestra, e para minha honra, a PAEL-GOB RJ me honrou com a comenda que tenho o prazer de exibir nesta postagem.






 

agosto 18, 2023

FÉ NÃO É RELIGIÃO! - João Líbero

 

Fé não significa religião! Tenho uma irmã ateia, que tem fé em uma energia cósmica, um amigo que tem fé na natureza, outro tem fé na ciência...

Você vê a lua. O que prova que está vendo a lua? A fé que tem em seus olhos prova que você está vendo a lua. 

Estudos sinalizam que a fé pode, sim, ajudar a superar doenças. Resultados que mostram diminuição de diversas doenças é algo tão inexplicável que acaba classificado como milagre,  fazem com que a eficácia da crença em algum poder superior seja aceita com mais facilidade

A fé, como o sentimento que faz a mediação entre Deus e as pessoas, ainda não é totalmente compreendida pela ciência, mas é um mecanismo constatado diariamente pelos médicos nos hospitais. Pacientes com câncer não perdem somente a saúde. A autoestima, autonomia, integridade e inúmeras qualidades pessoais e sociais são abaladas. Mesmo aqueles que não têm religião passam a sentir necessidade de ter fé em alguém ou alguma coisa, mesmo abstrata, porque sabem que a fé pode dar poder ao corpo e à alma.

O pneumologista Blancard Torres, titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor do livro Doença, fé e esperança, não tem dúvidas: o paciente que tem fé incorpora em si a certeza da recuperação, aumentando a imunidade e as chances de resposta positiva ao tratamento

O psiquiatra Harold Koenig, diretor do Centro de Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, aponta que aqueles que se valem da fé, independentemente de seguir alguma religião, enfrentam os fatores físicos e emocionais de qualquer doença com mais sabedoria. A fé é um fenômeno que libera defesas naturais do organismo, prepara o corpo e a alma a lidarem melhor com a dor e os percalços do tratamento. Seja qual for a forma de manifestação dessa confiança absoluta, ela impede a pessoa de se entregar ao problema, motivando a busca da cura.

Na mitologia indu, Krishna cita essa frase: 

“shraddhavan labhate jñanam – aquele que tem fé ganha conhecimento.”

TER FÉ É ACREDITAR NAQUILO QUE VOCÊ NÃO VÊ, A RECOMPENSA POR ESSA FÉ É VER AQUILO EM QUE VOCÊ ACREDITA

FÉ NÃO É RELIGIÃO!


agosto 17, 2023

O FORMATO DO TEMPLO


 

A forma do Templo Maçônico (extraído e adaptado em tradução livre da “Enciclopédia” – Albert G. Mackey) é dito ser um paralelogramo – tendo seu maior comprimento na direção Leste-Oeste – sua largura do Norte para o Sul.

Um quadrado, um círculo, um triangulo ou qualquer outra forma que não seja um paralelogramo, é maçonicamente incorreto, pois esse formato deve ser a expressão da idéia maçônica que foi intencionadamente convencionada.

Na era Salomônica – que foi a época da construção do primeiro Templo de Jerusalém – o “mundo”, e isto deve ser lembrado, era suposto ter a forma oblonga, a qual foi então simbolizada.

Se, por exemplo, no mapa-mundi atual nós traçarmos uma figura oblonga, com as linhas que a formam, circunscrevendo e incluindo aquela porção que era conhecida e habitada nos dias de Salomão, veremos que essas linhas englobam, o parte da Ásia (Asia Menor) e , indo para oeste, o início do Mar Mediterrâneo. No Norte, abrange a Europa e no Sul, a parte superior da África.

Os Pilares de Hércules, a oeste, um de cada lado no Estreito de Gilbraltar, podem apropriadamente, serem referenciados aos dois Pilares, “B” e “J” que existem nos Templos Maçônicos.

Esse paralelogramo formado tem, aproximadamente, um comprimento três vezes maior que a largura, regra que deve ser mantida, sempre que possível, na construção de um Templo Maçônico.

Desse modo, repetindo, o Templo Maçônico é simbolicamente a representação do Mundo. Como, numa maneira usual de falar, o Mundo é sinônimo do Universo, o Templo se torna uma representação do Universo, nas suas três dimensões.

Fonte: pilulasmaconicas.

agosto 16, 2023

CUMPLICE DA FELICIDADE ALHEIA - Sidnei Godinho

 

Na semana passada, ao comentar sobre estar e se sentir "Feliz" em determinado lugar, com determinadas pessoas e realizando determinado trabalho, ouvi de um amigo que deveria ficar quieto ou dizer o contrário porquê o Bem estar pessoal incomoda. 

É claro que foi uma brincadeira e boas risadas surgiram, mas passada a galhofa, veio a reflexão sobre as relações sociais e a natural comparação do nosso dia-a-dia, no lar, no trabalho, na igreja, no clube, nas associações que participamos e de quantas vezes somos surpreendidos por ações, aparentemente sem propósitos, que causam marolas no equilíbrio estabelecido e salutar. 

O arquétipo da criação, no Jardim do Éden, traz seu primeiro conceito da tentação, pelo simples fato de Adão e Eva estarem "FELIZES" e satisfeitos com a relação que tinham entre si e com seus protocolos sociais, estabelecidos por sua autoridade maior, sua divindade. 

Mais a frente, o primeiro crime da humanidade é um "Fraticidio", quando um irmão subjuga o outro simplesmente porque se sentiu incomodado com a "FELICIDADE" dele ter sido o escolhido. 

Deus não desprezou o sacrifício de Caim, contudo se agradou mais pela oferenda de Abel. 

Esta incapacidade de lidar com a realização alheia culminou pela perda da razão e por cometer o crime hediondo, por motivo fútil e sem chance de defesa, afinal a vítima confiava em seu IRMÃO. 

E assim se desenvolveu a humanidade, à sombra dessas máculas comportamentais, como lembrança de que é necessário sempre estar atento aos nossos instintos primitivos de auto-suficiência e auto-preservação, onde apenas o que vemos no espelho tem valor.

Só nossa imagem satisfaz... 

É preciso tornar consciente, através da razão, que a FELICIDADE alheia é parte da sua FELICIDADE, pois ninguém faz nada sozinho e essa cumplicidade no Bem estar coletivo é o primeiro passo para a Fraternidade Universal que foi estabelecida lá criação. 

Não há porque sentir-se menor que seu irmão só porque HOJE ele alcançou a estabilidade que você vai alcançar AMANHÃ. 

Não há porque comparar seus sacrifícios na relação, afinal cada ser é distinto e cada qual oferta o fruto do seu trabalho, da sua compreensão e ambos são aprazíveis para o propósito do crescimento, ainda que, vez por outra, um seja mais doce e agrade mais. 

Aguarde a alternância e a sua vez de adocicar relação. 

A brincadeira de dizer o contrário deve ficar apenas no imaginário popular, para a descontração numa roda de amigos, pois a essência de um convívio grupal, (ou mesmo apenas a dois), paira na premissa de que a Felicidade de um é a Felicidade de Todos e que os dias se sucedem neste vai-e-vem das realizações. 





agosto 15, 2023

FORMA VERSUS CONTEÚDO - Roberto Ribeiro Reis

Atualmente, com a   avassaladora   disseminação em massa   promovida pelas mídias sociais, percebe-se que as aparências (formas) têm se destacado, quando confrontadas com a essência (conteúdo).

Parece prazeroso – por mais que esse deleite seja rapidamente descartável – viver expiando a vida alheia, como se aquilo que visualizamos/curtimos fosse verdade, e também que o objeto visto fosse, de fato, o conceito mais puro e fidedigno da felicidade.

Ledo engano! Estudos científicos comprovam a superficialidade da vida virtual, e o quanto ela é permeada de ilusões, falsas aparências e futilidades, as quais, a bem da verdade, têm levado as pessoas ao abismo da solidão, da depressão e do esgotamento mental.

Nesse viés, a Maçonaria tem se destacado por ser uma instituição de escol, que prima pelo aperfeiçoamento moral e intelectual de seus membros; na Sublime Ordem,  as formas de nada significam se o conteúdo (essência) não é priorizado como deve ser.

Nossa liturgia atem-se a tudo aquilo que transcende a matéria, enveredando-se por um oceano de sutilezas, que nos é gratuitamente ofertado pelo Supremo Arquiteto de Todas as Coisas.

Se o mundo profano está doente, sucumbindo às mazelas criadas pelos próprios filhos, é dentro de nossa Oficina que temos a oportunidade de fazermos valer a essência; um trabalho em sintonia com o que há de melhor em nós, e que se encontra em nosso Templo Interior.

Não nos deixemos levar pelas frivolidades do mundo material! Toda essa banalidade que nos é imposta pela mídia ou pelo senso comum só tende a fazer com que nosso edifício moral pereça em ruínas!

É uma honra enorme poder desfrutar das orientações filosóficas e esotéricas,  entre colunas ou fora delas, afinal o conhecimento é algo que deve ser buscado dentro e –acima de tudo – fora do templo, constantemente.

Que as paixões vulgares e os vícios mundanos não tenham o poder de obnubilar nossa visão espiritual, tornando-nos seres que prefiram a forma ao conteúdo. 

Toda vez que nos sentirmos atraídos para as masmorras e cadafalsos profanos - que têm nos deixado seviciados e em estado de profunda letargia– busquemos o alicerce na Maçonaria e, especialmente, no auxílio prestado por cada venerando Irmão.





agosto 14, 2023

O CONCILIO DE NICEIA


O Concílio de Niceia foi um importante evento da história do cristianismo que teve lugar no ano de 325 d.C. em Niceia, uma cidade na província de Bitínia, que fazia parte do Império Romano. Esse concílio foi convocado pelo imperador Constantino I, que buscava resolver uma controvérsia teológica que dividiu a Igreja Cristã primitiva.

No século IV, a Igreja estava dividida em relação a uma doutrina específica: a natureza divina de Jesus Cristo. Arius, um presbítero de Alexandria, defendia a visão de que Jesus Cristo não era igual a Deus Pai em essência, mas sim uma criatura divina elevada e única, mas criada por Deus. Essa visão ficou conhecida como arianismo.

Por outro lado, outros líderes cristãos, incluindo Atanásio de Alexandria, defendiam a crença na divindade de Jesus, ou seja, a crença na Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho (Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo, todos iguais em essência divina e coexistentes desde toda a eternidade.

Diante da crescente controvérsia e divisão dentro da Igreja, o imperador Constantino, que havia se convertido ao cristianismo, convocou um concílio ecumênico em Niceia em 325 d.C. O objetivo era reunir os líderes da Igreja de várias regiões do Império Romano para resolver a questão teológica e buscar a unidade doutrinária.

Mais de 300 bispos participaram do Concílio de Niceia. A maioria dos bispos presentes concordou com a visão de Atanásio e rejeitou o arianismo. Eles proclamaram que Jesus Cristo era "consubstancial" (homoousios) com Deus Pai, ou seja, da mesma essência divina. Essa decisão resultou na formulação do Credo Niceno, que afirmava a doutrina da Santíssima Trindade e estabelecia a crença na divindade de Jesus Cristo como verdade fundamental do Cristianismo.

Além disso, o Concílio de Niceia também estabeleceu a data para a celebração da Páscoa e abordou outras questões eclesiásticas e disciplinares.

O Concílio de Niceia teve um legado duradouro na história do cristianismo. A adoção do Credo Niceno se tornou um ponto unificador da fé cristã e continua a ser recitado em várias tradições cristãs até hoje.

No entanto, mesmo após o concílio, as disputas teológicas não foram completamente resolvidas. O arianismo e outras visões dissidentes continuaram a existir e desafiaram a ortodoxia cristã. Novos concílios foram convocados posteriormente para tratar de questões teológicas e heresias, moldando ainda mais a doutrina cristã ao longo dos séculos.

Em resumo, o Concílio de Niceia foi um evento crucial na história do cristianismo, marcando uma tentativa significativa de resolver as divergências teológicas e estabelecer a doutrina cristã. A definição da divindade de Jesus Cristo e a formulação do Credo Niceno deixaram um impacto duradouro na fé e na unidade da Igreja Cristã.

agosto 13, 2023

15 CITAÇÕES DE CARL JUNG - Sidnei Godinho

 

*15  Citações de Carl Jung que o ajudarão a se entender*


Meus irmãos,

Há quem vá dizer que um dos pais da Psicanálise era maçom, dado a afinidade de nossos rituais com os conceitos por ele criados.

Carl Gustav Jung não foi iniciado, contudo realmente é o maior Psicólogo a contribuir com a Maçonaria e poderia até mesmo ter o título honorário pelos bons serviços prestados. 

Há muito que se estudar sobre a formação da psique, mas por hoje vamos apenas refletir nestas 15 colocações superficiais para uma rápida conjectura da afinidade de Jung com nossa Ordem. 

1. “Se você é uma pessoa talentosa, isso não significa que você ganhou alguma coisa. 

Significa que você tem algo a dar.”

2. “Não nos tornamos iluminados imaginando figuras de luz, mas fazendo a escuridão consciente.”

3. “Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu optei por me tornar.”

4. “Até que você tornar o inconsciente consciente, ele irá direcionar a sua vida e você vai chamá-lo de sorte.”

5. “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão de nós mesmos.”

6. “O encontro de duas personalidades é como o contato de duas substâncias químicas: se houver alguma reação, ambas são transformadas.”

7. “Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com as trevas de outras pessoas.”

8. “Não se prenda a alguém que está indo embora, caso contrário, você não vai encontrar a pessoa que está por vir.”

9. “Suas visões só se tornarão claras quando você puder olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha. 

Que olha para dentro, desperta.”

10. “Os erros são, no fim das contas, os fundamentos da verdade.”

11. “As pessoas vão fazer qualquer coisa, não importa o quão absurda, para evitarem enfrentar suas próprias almas.”

12. “A solidão não vem de não ter pessoas ao redor, mas de ser incapaz de comunicar as coisas que parecem importantes para si mesmo, ou de manter certos pontos de vista que outros acham inadmissíveis.”

13. “A depressão é como uma mulher de preto. 

Se ela aparecer, não mande-a embora. 

Convide-a para entrar, ofereça-lhe um assento, trate-a como um convidado e ouça o que ela quer dizer.”

14. “Um homem que não passou pelo inferno de suas paixões nunca as superou.”

15. “Sua percepção se tornará clara somente quando você puder olhar para sua alma.”


agosto 12, 2023

MESTRE INSTALADO É GRAU? - Pedro Juk




A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos  estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EXVENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom. 

Daí é preferível: M∴M∴.