setembro 23, 2023

PALESTRA DO IR. MICHAEL - ARLS ALIANÇA FRATERNAL 596

 

    Visitei ontem a ARLS Aliança Fraternal 596 da GLESP, onde o Venerável Mestre Rubem Serra Ribeiro, de face barbada e séria parecendo um Papai Noel, demonstrou um finíssimo senso de humor com tiradas inteligentes e irônicas. Uma delícia.

    Ouvi a palestra de um extraordinário orador, o Ir. Oscar Serra Bastos, que falando de improviso apresentou um belíssimo trabalho sobre a visão filosófica do trolhamento (ou telhamento) e pude encerrar a sessão com uma pequena apresentação que foi muito elogiada.

O AVENTAL MAÇÔNICO - Paul Naudon

 


O avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Essa peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom.

Até a sua regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica.

Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria.

Fonte: Paul Naudon, "Histoire Générale de La Franc-Maçonnerie".

setembro 22, 2023

PALESTRA DE MICHAEL WINETZKI - ARLS LEONARDO DA VINCI

 




Na noite do dia 21 de setembro participei de uma das melhores sessões maçônicas que já assisti. Três Lojas reunidas na GLESP: ARLS Liberdade, Dever e Poder 631 (VM Rubens Campoy Filho); ARLS União e Segredo 693 (VM Leandro Barbosa) e ARLS Leonardo da Vinci 538 (VM Ronald Todorovic), com mais de 60 irmãos superlotando o templo, realizaram o Ritual da cerimônia de comemoração do Equinócio de Primavera.

Irmãos inteligentíssimos de diversas Lojas usaram a palavra para descrever a cerimônia e seu fundamento científico, simbólico e filosófico. Preleções magníficas. Coube-me a honra de usar a palavra para o encerramento do evento.

Pouco antes tive o prazer de um demorado lanche com o Delegado Regional Ir.: Guilhermo Bahamonde Manso e ao final da sessão, encontramos o Sereníssimo GM Haddad indo jantar no hotel onde nos encontrávamos. Foi uma noite inequecível.

PRIMEIROS MESTRES MAÇONS DA MAÇONARIA - Hercule Spoladore


Sabe-se que na Maçonaria antiga, até 1725, existiam apenas dois graus: o de aprendiz e o de companheiro. O grau de aprendiz praticamente nasceu com a Maçonaria. Os jovens que trabalhavam na arte de construir eram aprendizes de pedreiros, canteiros, pintores funileiros. 

Inicialmente, aprendiz era também uma função e não grau, mas com o desenvolver da Maçonaria Operativa foi o primeiro grau a aparecer. 

Existia a figura do mestre de obras que também não era grau e sim função, que era o chefe que ensinava os aprendizes e coordenava os trabalhos da construção. 

Em 1717, quando foi fundada a primeira obediência maçônica, ou até antes desta época, já se previa o aparecimento de mais um grau. As lojas já estavam repletas de maçons aceitos, que começaram a ser recebidos desde há muito tempo. O primeiro a ser recebido, no dia 08/06/1600, na Maçonaria Operativa, que não era ligado às construções e sim um abastado fazendeiro foi um Irmão de nome John Boswel, na Loja Capela de Santa Maria (Saint-Mary Chapell) de Edinburgh – Escócia – Portanto, 117 anos antes da fundação da Grande Loja de Londres. A Maçonaria Operativa estava decadente. Estava se renovando.

O grau de aprendiz, uma vez criado como grau, tinha uma situação estranha. Havia os aprendizes júniores (novos aprendizes) que tomavam assento ao Norte, onde simbolicamente não havia luz e suas funções eram justamente proteger a Loja dos Cowans e bisbilhoteiros; e os aprendizes sêniores (aprendizes mais velhos na Ordem), que tomavam assento no Sul. Suas funções eram atender, recepcionar e dar boas-vindas aos estrangeiros. 

Havia no mesmo grau, uma descriminação de trabalho. Havia duas classes de aprendizes, os velhos e os novos, cada qual com funções diferentes. 

Pelo menos estas informações constam da “Maçonaria Dissecada” (Masonry Dissected) de Samuel Prichard, publicado no jornal londrino “The Dally Journal”, nos dias 02, 21, 23 e 31/10/1730, causando essas informações um verdadeiro escândalo porque foram publicados para profanos os chamados segredos da Maçonaria. 

E Prichard publicou o ritual praticado antes de 1717, mas com os acréscimos até 1730. Os catecismos (futuros rituais) nas sessões não eram lidos e sim decorados. Prichard passou tudo no papel e publicou no jornal. Considerado traidor na época.

O grau de companheiro já tinha sido criado anteriormente. Fala-se dele desde 1598, mas com certeza com prova documental foi criado em 1670. O Manuscrito de Sloane (3) (1640-1700) tem em seu conteúdo uma forma de juramento que sugere a existência de dois graus esotéricos, que seriam o de aprendiz e companheiro.

Em 1724, fundou-se em Londres uma sociedade formada por mestres de obras e músicos, que se reunia na Taverna Cabeça da Rainha. O número de homens que fundaram essa sociedade era pequeno, mas tratava-se de pessoas muito cultas e interessadas em música e arquitetura. 

Foi denominada de Philo Musicae et Arquitecturae Societas Apollini. Seus fundadores eram maçons pertencentes a uma loja, a qual tinha como venerável o Duque de Richmond, que foi em seguida eleito Grão-Mestre da Grande Loja de Londres. 

Uma das condições para pertencer a essa sociedade era justamente que todos os associados fossem maçons. A Sociedade, durante seus trabalhos culturais, se transformava em determinada hora em uma loja maçônica simples como eram as sessões na época e fazia por conta própria, de forma irregular as recepções (hoje iniciações) e as elevações. 

A Sociedade apareceu poucos anos após da fundação da primeira obediência, mais precisamente sete anos, ainda prevalecia a tradição “maçom livre em loja livre”. 

Adotaram um livro de Constituições da Ordem, hoje depositado na Biblioteca Britânica, no qual consta, na sua página um subtítulo: “Armas e Procedimentos de seus Fundadores”. 

Quando um mestre de obras exemplar ou um músico talentoso, mesmo sendo profano, era convidado a pertencer a essa Sociedade, transformavam esse local de reuniões profanas em uma loja tosca, muito simples, e realizavam a Cerimônia de Recepção, que não era tão rebuscada como as atuais iniciações.

Todavia, uma das regras da Sociedade era que nenhuma pessoa que não fosse maçom fosse recebida como visitante. Na sua constituição estão relacionados todos os membros fundadores da mesma, com detalhes de quando e aonde se tornaram maçons.

Essa situação causou problemas na novel Grande Loja de Londres, porque isso tudo que está sendo afirmado, estava registrado em atas e especialmente quando os estudiosos pesquisassem as possíveis origens do terceiro grau ficariam surpresos e na dúvida. 

E essa forma de como surgiu o terceiro grau certamente ocasionaria embaraços, mas toda esta história aconteceu assim e está relatada e registrada na Biblioteca da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Essa Sociedade, por sua conta própria, se considerou fundada em 18/02/1725.

Em 22/12/1724, mesmo antes da Sociedade Apollini ser fundada oficialmente num encontro presidido pelo Conde Richmond, já grão-mestre, ele atuou como Mestre sendo recebido (iniciado) o profano Charles Cotton.

Em 18/02/1725, dia da fundação oficial da Sociedade, foram elevados a companheiros Charles Cotton, Papillon Bul e M. Thomas Marschal. 

Em 12/05/1725 foram elevados à Mestre os Irmãos Charles Cotton e Papillon Bull, assim consta das atas da Sociedade, mesmo que este terceiro grau fosse totalmente irregular, por ter sido conferido em sessão de uma sociedade profana e não uma loja. 

Foi enviada uma carta à Grande Loja de Londres com uma relação de sete Irmãos, os principais fundadores da Societas Apollini. 

Parece que a Grande Loja ignorou a comunicação, mas a Sociedade recebeu a visita do 2º Grande Vigilante da Grande Loja de Londres, em 02/09/1725, e do Primeiro Grande Vigilante em 23/12/1725 e, ao que se se sabe, no mesmo ano que a Sociedade encerrou suas atividades no início de 1726.

Mas, de qualquer forma, essa é a prova primária do aparecimento dos primeiros mestres maçons do mundo. Não se sabe qual foi o critério usado para esses dois Irmãos se tornarem mestres.

Há autores que afirmam ter tido o terceiro grau origem na França, mas não comprovam tal afirmação através de documentos.

A lenda de Hiran não existia. O primeiro ensaio sobre esta lenda aparece no Manuscrito de Grahan, em 1726, como uma lenda Noaquita em que se menciona a procura do corpo de Noé, pelos seus três filhos Sam, Sem e Jafet para descobrirem a palavra secreta da aliança de Noé com Deus.

Quando Prichard, em 1730, publicou os propalados segredos da Maçonaria, já havia uma versão semelhante, com muita analogia, da versão que conhecemos hoje no terceiro grau. Apenas cinco anos após.

Assim, de maneira estranha, porém relatada através das atas existentes, é comprovado o aparecimento dos dois primeiros mestres do mundo.

O grau três foi finalmente incorporado ao ritual em 1738. Surge uma dúvida. O Conde de Richmond era grão-mestre, mas era companheiro. E até 1738 os grão-mestres ainda eram companheiros oficialmente. Então como ele pode elevar os dois companheiros ao grau de mestre? 

Possivelmente isso foi feito de forma irregular, mas de qualquer forma está registrado, sendo uma prova primária indiscutível. Ela é documental. Se já havia outros mestres, estes não foram registrados em documentos hábeis.

Mas, presume-se que a partir de 1725 começaram a usar o grau de mestre de fato, mas não de direito. A partir de 1738 o grau de mestre foi oficializado. 

Possivelmente, todos os fundadores da Sociedade se fizeram mestres, desde 1725, e a Grande Loja de Londres regular assumiu aos poucos essa situação criada, incluindo seu uso nos rituais oficiais. Afinal de contas naquela época já era necessário que fosse criado o terceiro grau.

Referências:

CARVALHO, Francisco de Assis “A Maçonaria – Usos & Costumes. Volume 2 Cadernos de Estudos Maçônicos Editora “A Trolha Ltda.” Londrina – 1995.

PRICHARD, Samuel. “Maçonaria Dissecada” (Masonry Dissected). Tradução de Xico Trolha Editora “A Trolha Ltda.” – Londrina – 2002.

setembro 21, 2023

PALESTRA DE MICHAEL WINETZKI - ARLS GENESIS 229


 

No dia 20 de setembro tive a honra de fazer a palestra "O Caminho da Felicidade" na ARLS GÊNESIS 229, da GLESP, em seu templo situado no bairro de Santana, na Rua Olavo Egídio, 615, sob a condução do VM Francisco Rodrigues Baptista.

Como sempre acontece, os honorários da palestra foram o compromisso da Loja de doação de alimentos para uma entidade beneficente local. Aqui o registro do compromisso, nas palavras do Venerável Mestre:

Bom dia meu Ir.: Segue em anexo NF da doação de alimentos comprados com a Bolsa de sua palestra, doados à Associação Curumim. Total de 108 kg.



QUAL A VERDADE QUE INVESTIGAMOS? - Caio Reis



Nós, maçons, somos investigadores da verdade. 

Assim aprendemos desde o dia que ingressamos na Ordem.

Vamos então definir a qual verdade nos referimos. 

Seria Deus? 

Seria qual o nosso papel neste planeta? 

Seria a vida após a morte?

Qualquer que fosse a nossa definição uma coisa é certa: Todas essas indagações a serem investigadas, deveriam ser absolutamente desprovidas de quaisquer imposições dogmáticas.

Os dogmas são colocações imutáveis e não sujeitas a contestações e indagações.

Não creio que seria possível investigar qualquer dos temas acima mencionados se esbarrarmos em dogmas que impeçam a nossa investigação.

É bem difícil ser maçom e despojar-se muitas vezes de princípios que trazemos arraigados desde a mais tenra idade. 

Esta, porém é a única forma de investigarmos temas transcendentais e desta investigação tirarmos algum proveito.

A Constituição de Anderson é impregnada pelo espírito místico religioso e mostra a Maçonaria como um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a fraternidade e união entre os homens e a crença na existência de Deus. 

Sobre Deus e religião dizia o Pastor Anderson o seguinte:

 “Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral. 

E se ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido, ateu ou um libertino irreligioso.”

Muito embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que ela fosse, hoje se pensa mais acertado, somente obrigá-los a adotar aquela religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões particulares para si próprios. 

Isto é, serem homens bons e leais, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam distinguir. 

Por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam em perpétua distância.

Algumas das Lojas inglesas, revoltadas com a imposição de dogmas, migraram para a França e insurgiram-se contra essa Constituição Maçônica e também com a interferência de religiosos da época nos assuntos da Ordem.

Na França, criaram o Rito Moderno que não questionava a existência  de Deus e não obrigava que a bíblia estivesse presente nas sessões maçônicas. Foram chamados de ateus, mas justificavam que esta era uma questão de foro íntimo de cada um e que tal assunto não interessava para a Maçonaria.

Foi dessa Maçonaria francesa que se originaram as primeiras Lojas brasileiras, como hoje as conhecemos. 

Faço todo esse relato para que os irmãos sintam como foi e tem sido difícil para nós maçons livrarmo-nos de tudo aquilo que impede sermos verdadeiros investigadores da verdade mesmo que transitória.

Assim, esperamos que as nossas mentes continuem cada vez mais, sendo abertas, para que possamos cumprir o nosso papel na sociedade, combatendo os fanatismos e livrando-nos de dogmas que possam servir como empecilhos para a busca da verdade.

Que o G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. a todos ilumine e guarde.


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setembro 20, 2023

IR.'. FRIEDRICH LUDWIG SCHRÖDER










Friedrich Ludwig Schröder nasceu em 3 de novembro de 1744, em Schwerin, Alemanha, de berço humilde, tendo perdido seu genitor antes de vir ao mundo. Sua mãe, que era proprietária de um ateliê, contudo abandonou seus negócios, dedicando-se à vida de Teatro. O pequeno Friedrich seguiu-a por onde a levava sua nova atividade. 

Schröder estreou na vida da ribalta muito jovem, desempenhando os papéis infantis, com elogiável desenvoltura, colhendo aplausos de quantos assistiam as suas manifestações. Com a Guerra dos Sete Anos perdeu-se de seus pais e foi recolhido por vizinhos, e logo se junta a um grupo teatral até que seu padrasto o chama para junto de si, passando a dedicar-se à carreira de mímico e coreográfico, depois, à Comédia e por fim, já artista consagrado, ingressa na difícil arte da Tragédia, em cuja especialidade do teatro viu-se coberto de glória. Foi tão famoso em sua profissão, que Hoffmann disse que ele foi "incontestavelmente o maior ator que a Alemanha já teve e igualmente eminente na Tragédia e na Comédia". 

Deixou a cena em 1798, para se dedicar aos estudos da história da iconografia, mas, em 1811, viu-se obrigado a deixar a calma das bibliotecas, tornando à direção do seu Teatro, ameaçado de ruína, nele ficando até a proximidade de seus últimos dias de sua vida.

Poucos meses antes de completar trinta anos de idade, é iniciado na Loja “Emanuel Zur Maienblume” (Emanuel à Flor de Maio), de Hamburgo, proposto por seu amigo Johann Christoph Bode e aceito por unanimidade, em virtude das grandes qualidades que possuía.

Em 1775, ele recebeu o Grau de Mestre e foi eleito Venerável Mestre da Loja Emanuel em 28 de junho de 1787, apesar de ter residido na cidade de Viena de 1781 até 1785, época em que pouco se dedicou a Loja. Schröder esteve por vários anos por vários anos conduzindo o primeiro malhete de sua Loja, sendo inaugurada de uma nova era para a Maçonaria Saxônica.

Em 1782, no Congresso de Wilhelmsbad, a Estrita Observância foi levada ao Túmulo. No ano seguinte em Hamburgo foi escolhida uma Comissão de Irmãos e foi lhe dada a determinação para restabelecer novamente a legislação das Lojas e refazer a Maçonaria segundo o modelo Inglês. Cinco anos se passaram sem que nada de substancial fosse realizado.

Em 1788, Schröder foi eleito para esta Comissão e no final do ano, ele apresentou o seu trabalho totalmente concluído.

Em 1779, aconteceu a sua eleição para Grão-Mestre Provincial Adjunto, e em 1814, para Grão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo.

Em 29 de junho de 1801, submeteu o texto de seu ritual aos (Veneráveis) Mestres da G.L. de Hamburgo que o adotaram por unanimidade.

Schröder também agiu como verdadeiro Maçom relativamente à caridade. Ele constituiu uma Caixa de Pensão para os atores em Hamburgo, que até hoje leva o seu nome e, quando não havia hospital público em Hamburgo, ele estimulou em 1793, a fundação de um instituto para os empregados doentes, o qual no decorrer de algumas décadas se desenvolveu no Hospital maçônico (Elisabeth) que não é somente reservado a maçons, mas a todo doente e goza de muito boa reputação, sendo hoje uma casa e clínica de repouso para idosos e que continua sendo mantida pela Maçonaria de Hamburgo.

Passou para o Oriente Eterno no dia 3 de setembro de 1816, em Rellingen, próximo de Hamburgo, enquanto ocupava o Primeiro Grande Malhete. Foi trasladado para Cemitério Ohlsdorf, onde ele está sepultado, no setor reservado as grandes personalidades da cidade. Na sua lápide, antiga e exposta ao tempo, estão gravados os seguintes símbolos e expressões: 

“(Desenho do timbre maçônico) O Reformador da Maçonaria Alemã. Cofundador do Hospital Maçônico. Friedrich Ulrich Ludwig Schröder e sua esposa Anna Christina Schröder, nascida Hart. 

(Desenho das três rosas maçônicas) O reformador do teatro Alemão.”

Assim a arte dramática perdeu uma de suas mais brilhantes joias e a Humanidade um dos seus membros mais nobre e rico de sólidas virtudes, mas o seu pensamento se mantém atualizado, servindo como caminho seguro na busca incessante da verdade e no trabalho de conquista de dias melhores para a Humanidade. Schröder pertence ao rol dos maiores que estiveram na Maçonaria e enquanto nossa Fraternidade existir ele jamais será esquecido.

Extrato produzido pela tradução de trabalhos alemães pelo saudoso Ir. Gouveia; revisão do texto em Portug
uês do Ir. Rui Jung, ambos do Colegiado Diretor do Colégio de Estudos do Rito Schröder Ir. Gouveia.

setembro 19, 2023

A BAZOFIA DO BODE - Roberto Ribeiro Reis

 


A Bazófia do Bode

À presunção exacerbada,

Ostentação e vanglória

Vai uma triste dedicatória

Ao Maçom e sua vaidade.


Tamanha a sua infelicidade

De achar-se sempre melhor

Fá-lo (talvez) até bem pior,

Titular de muita boçalidade.


Cuidemos, a bem da verdade,

Para que tal não nos acometa,

Algo que até nos comprometa

De vivermos nossa fraternidade.


Saber que toda essa jactância

Afasta-nos do carisma alheio,

Levando-nos bem lá para o meio,

Para o centro de nossa ignorância.


A Ordem não é de exuberância,

Pugna pela simplicidade, a rigor;

Tem viço sim, quando há o amor,

Fazendo-o com devida abastância.


Que não sejamos a insignificância

Que o mundo assola e sacode;

Saibamos que essa bazófia do bode

Não tem respaldo, é sem importância!

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setembro 18, 2023

VIGILÂNCIA MAÇÔNICA - ORIGENS E CONCEITOS* (R.'.E.'.A.'.A.'.) - Newton Agrella



Há uma extensa literatura dando conta sobre os Vigilantes em uma Loja Maçônica.

Encontramos diversas referências históricas, porém ninguém pode se arvorar ao direito de ser o intérprete único e exclusivo do cabedal histórico que dá origem a essas funções dentro da Ordem.

A ampla simbologia maçônica, que evoluiu para interpretações morais e místicas no seu avanço especulativo nasceu na sua maioria dos costumes e da organização das Corporações de Ofício, de Corporações de Construtores, basicamente fundamentada em suas funções e trabalho. 

Nos rituais, podemos entender muito destas razões. 

Corporações de Ofício da Idade Média, englobadas, sob o rótulo de Maçonaria de Ofício ou Operativa, destacavam-se a dos "Canteiros", ou esquadrejadores de pedras, ou seja, os obreiros que tornavam cúbica a pedra bruta, dando-lhe cantos e formas para que ela pudesse se encaixar nas construções.

Canteiro é portanto o operário que trabalha em Cantaria, palavra derivada de canto, uma vez que a função é fazer os cantos, ou ângulos retos na pedra.

Os canteiros costumavam delimitar os seus locais de trabalho (que, por extensão, acabaram sendo chamados de canteiros de obras, denominação encontrada até hoje), cercando-os com estacas fincadas no chão e nas quais eram introduzidos aros de ferro, que se ligavam a outros elos, formando uma corrente.

A abertura dessa cerca estava na parte ocidental do recinto de obras.

Transpondo-se essa cerca, encontrava-se, bem na entrada, na parte frontal, ou lateral, um barracão, que funcionava como uma espécie de almoxarifado, onde eram guardados os planos da obra, o material de trabalho e os instrumentos e ferramentas necessários.

Como responsável por todo esse material, havia um operário graduado, que era o Warden (em Inglês) ou seja, Zelador, ou Vigilante.

Este obreiro, além de tomar conta de todo o material, pagava o salário aos operários, despedindo-os então, no fim da jornada diária de trabalho.

Posteriormente, para maior agilização dos trabalhos foi criado o encargo de mais um zelador, isto é;  o de um segundo vigilante, postado geralmente ao sul, ou ao meio-dia.

Aliás o hábito de chamar o sul de meio-dia é originário da França, onde o sul é chamado de midi.

Assim, esse hábito dos trabalhadores medievais, principalmente dos canteiros, além de ser a origem da Cadeia de União e até da Corda de Oitenta e um Nós, deu, também, origem aos cargos de Vigilantes de uma Oficina Maçônica, os quais, dentre outras funções, devem, simbolicamente, ao fim do dia de trabalho, pagar aos obreiros o salário da jornada diária, despedindo-os, então, contentes e satisfeitos, por terem recebido sua paga ou salário, conforme expresso nos Rituais.

Cumpre destacar que os Vigilantes de uma Loja são os eventuais, legais e legítimos substitutos do Venerável Mestre, inobstante serem Mestres Instalados ou não, no caso de Sessões Econômicas. 

Aliás esse tem sido objeto de algumas controvérsias de interpretações distintas dentro da doutrina maçônica.

Porém que fique claro que no caso de um impedimento definitivo por parte do Venerável Mestre o 1o. Vigilante convocará a Loja para nova eleição.

No caso de Sessões envolvendo Colações de Graus, Iniciações, Elevações e Exaltações, pelo fato de não ter sido eleito Venerável Mestre e não por não ter sido instalado – a condução da Sessão ficará a cargo do Venerável Mestre mais recente.

Como Vigilantes são os colaboradores diretos do Venerável Mestre cabe-lhes ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros.

Sendo pela ordem hierárquica, o segundo Oficial da Loja, cabe ao 1º Vigilante ministrar instrução aos Companheiros e o 2º Vigilante, terceiro da hierarquia, instruir os Aprendizes.

Saliente-se ainda que os Vigilantes respondam diretamente ao Venerável Mestre. O que vale dizer que nenhum outro Oficial de Loja poderá dar-lhes qualquer ordem.

É mister mencionar que os Vigilantes são a autoridade máxima em suas respectivas Colunas tendo inclusive a prerrogativa da prioridade do uso da palavra ao solicitá-la, utilizarem-se dos Malhetes que envergam e também de poderem falar sentados.

Do ponto de vista, simbólico, iniciático e esotérico ao fazer-se uma comparação da Maçonaria com a Astronomia cumpre lembrar que o Sol surge do Oriente, onde tem assento o Venerável Mestre, passando em seguida ao Meio-dia (SUL) , onde se encontra o 2º Vigilante, para finalmente se pôr no Ocidente, onde se situa o Primeiro Vigilante.

Portanto, as três Luzes de uma Loja Maçônica originam-se de uma única fonte, o que substancia constituírem, Venerável Mestre e Vigilantes, um único foco.

Sem adentrarmos em detalhes ritualísticos, mas é indispensável dizer que uma das mais importantes tarefas do 1o. Vigilante é a de por determinação do Venerável Mestre, solicitar ao Ir.´. Guarda do Templo que verifique se a porta está fechada, posto que a partir de então, passa-se à chamada Cobertura Espiritual do Templo onde a harmonia, a paz e a corrente fraterna sob a proteção do Grande Arquiteto do Universo devem estar estabelecidas. 

Feito isto, o 1o. Vigilante verifica se todos os presentes em Loja são Maçons.

Ao 1o. Vigilante cabe-lhe o Nível como joia do cargo e o símbolo da Igualdade e a noção de medida, imparcialidade e equilíbrio.

Ao 2o. Vigilante cabe-lhe o Prumo, posto que este é o símbolo do estudo e da investigação da Verdade. Aliado ao Esquadro, ele permite a correta e perfeita construção do Templo.

Para encerramento desta breve abordagem sobre o tema, deve-se mencionar que os Vigilantes ocupam lugares diferentes (embora sempre no Ocidente) conforme os Ritos, sejam por razões históricas sejam por razões interpretativas ou circunstâncias conceptistas.


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setembro 17, 2023

PALESTRA DE MICHAEL WINETZKI - LOJA MARINGÁ

Palestra na Loja Maringá sobre o tema 

O CAMINHO DA FELICIDADE

Bom proveito! Basta clicar em cima.


https://www.youtube.com/watch?v=gthNKyZeV18&t=4s&pp=ygUQbWljaGFlbCB3aW5ldHpraQ%3D%3D 

INCALCULÁVEL CABEDAL - Adilson Zotovivi



Incalculável  cabedal !...

Assim disse o decano

Ao neófito anelante

Até mesmo um tanto ufano

Na caminhada temporal


Mensagem do veterano

Que se nota coloquial

À viagem do iniciante

Sobre a rota antemural

Da passagem a outro plano


Seja no ferramental

À destreza no cotidiano

Simbologia vibrante

A riqueza de cada arcano

Filosofia magistral


Regras, rigor espartano

O estudo intemporal

A entrega, ser presente,

O amor ao seu igual

E o foco o ser humano


Assim na caminhada, eternal

Não há entrave ou engano

A chave acima é evidente

Pois não é método profano

Mas sim...é a Arte Real !


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PORQUE USAMOS "SEU" E "DONA"


Quem assistiu a ‘Escolinha do Professor Raimundo’ (1990–1995) deve se lembrar que o personagem de Chico Anysio chamava seus alunos com ‘seu’ e ‘dona’ ante o nome: Seu Boneco, Seu Peru, seu Sandoval Quaresma, Dona Bela, Dona Cacilda, dona Catifunda. Esse hábito está cada vez mais sumido.

“Bom dia, seu Pedro! Como vai o senhor?” “Olá, dona Lúcia! Vou enviar a encomenda para a senhora.” Não se usa mais falar assim para demonstrar respeito e urbanidade? Não sei lhe dizer o fim dessa história, mas posso lhe contar o início.

Na Antiguidade, casa era chamada de ‘domus’ em latim. O chefe do ‘domus’ era o ‘dominus’ (pronuncia-se /dôminus/) e sua esposa era a ‘domina’. Alguns imperadores romanos, como Diocleciano, chegaram a usar ‘Dominus’ como um título honorífico.

São Jerônimo, ao passar a Bíblia para o latim, traduziu a palavra hebraica ‘יהוה’ (YHWH; pronuncia-se /jaué/) como ‘Dominus’. Por sinal de respeito, ainda nos primórdios do cristianismo, bispos e papas também eram tratados por ‘dominus’. Na Idade Média, o termo era usado para reis, nobres do alto escalão, senhores feudais, cavaleiros e todo tipo de gente importante.

‘Dominus’ evoluiu para ‘domnus’ ainda no latim. No português arcaico, ficou como ‘donno’, o que nos gerou o nosso atual ‘dono’ (proprietário). Por similar processo, ‘domina’ virou ‘dona’; em francês, se tornou ‘dame’, o que nos ficou como ‘dama’. O francês ‘ma dame’ (minha senhora) formou ‘madame’ e o italiano ‘ma donna’ , ficou ‘madona’ para nós.

Outro caminho que ‘dominus’ tomou na evolução da língua foi ser reduzido a ‘dom’. Por isso, temos o par ‘dom’ e ‘dona’. Assim como o ‘Dominus’ dos romanos, os títulos honoríficos ‘Dom/Don’ e ‘Dona/Donna’, eram usados como tratamento da gente da nobreza e do clero onde hoje são Portugal, Espanha, França e Itália. Essa tradição se estendeu ao Brasil, onde passaram nobres como Dom João IV, Dom Pedro I, Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina e a princesa Dona Isabel. Veja que as mulheres, por terem menos destaque no sistema monárquico, geralmente são citadas sem o ‘Dona’.

Com o fim da monarquia em 1889, Dom ficou mais restrito aos sacerdotes católicos, como, por exemplo, Dom Bosco (padroeiro de Brasília) e Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Já ‘Dona’ se popularizou e passou a ser um tratamento dado às consideradas ‘mulheres de respeito’, ou seja, às casadas, às viúvas e às religiosas. É por isso que a Maria, ao se casar com o José, costumeiramente era tratada por Dona Maria.

Já que Dom ficou com os membros da Igreja, o tratamento respeitoso aos homens veio de outra palavra que, em sua origem, equivalia a ‘dominus’. Voltemos à Idade Antiga.

Em latim, ‘senex’ significa ‘velho’. De ‘senex’, temos o comparativo ‘senior’, que significa ‘o mais velho’. 

Depois que os lombardos conquistaram a região norte da península Itálica, no século VI, algo dos costumes de chefia mudou por lá. Quando um ‘dominus’ lombardo repartia suas terras entre seus filhos, o governo do lugar era concedido ao mais velho, chamado ‘senior illius loci’ (o mais velho do lugar). A partir de então, ‘dominus’ e ‘senior’ foram se tornando sinônimos.

Da mesma forma que ‘dominus’ virou ‘dom’, ‘senior’ passou a ‘senhor’ e, com o tempo, acabou sendo atribuído como forma de tratamento aos homens em geral. A partir de ‘senhor’, vieram as formas ‘senhora’ (o equivalente a ‘dona’) e ‘senhorita’ (moça solteira).

Um tantão de termos foram derivados de ‘senhor’ e ‘senhora’, especialmente durante a escravidão brasileira. De ‘senhora’, tivemos: ‘sinhara’, ‘sinhá’, ‘siá’ e ‘sá’; de ‘sinhá’ surgiram ‘nhanhá’, ‘iaiá’ e ‘nhá’. De ‘senhor’, surgiram ‘sinhô, ‘sô’, ‘nhô’, ‘nhonhô’ e ‘ioiô’. Os filhos dos senhores eram tratados pelos escravos como ‘sinhô-moço/sinhá-moça’ e ‘sinhozinho/sinhazinha’.

É aí que você se lembra do romance ‘Sinhazinha’ (1929), de Afrânio Peixoto; das novelas ‘Sinhá Moça’ (1986 e 2006) e da ‘Sinhazinha Flô’ (1977). Espantosamente, muitas festas juninas ainda realizam o concurso da Sinhazinha e do Sinhozinho. 🤷

Mas como esse nomes tiveram forte ligação à vida do campo e aos escravocratas, seu uso ficou mais restrito às cidades do interior e a maioria desapareceu. Nos grandes centros, o que vingou foi outro derivado de ‘senhor’, ‘seu’, muito influenciado pelo pronome ‘seu’. Assim, homens – casados ou não – costumavam levar o tratamento ‘seu’ ante o nome ou o ofício: Seu Jorge, Seu Barriga, seu delegado, seu guarda.

‘Seu’ e o feminino ‘sua’ também são usados com outros sentidos diversos. Podem ser empregados com valor afetivo (“sua linda!” “seu bobinho...”), de forma jocosa (dizendo a uma criança que bagunçava: “Bonito, hein, seu Rafael!”) ou até depreciativa (“seu burro!”, “sua tonta”).

Atualmente, boa parte da população tem associado ‘seu/dona’ e ‘senhor/senhora’ a ‘velho, idoso’. Há quem também entenda que se trata de um formalismo desnecessário. Por isso, esses termos têm deixado de figurar nas boas maneiras. Até pouco tempo atrás, ninguém com mais de 30 anos se incomodava em ter um desses tratamentos. Jovens casadas de 19 anos eram ‘senhoras’ e estava tudo bem. Hoje, muita gente até se ofende ao ser chamada de ‘senhor/senhora’. Retrucam: “Senhora está no Céu!”

📚 Referência: ‘Vocabulario latino & portuguez’, por Raphael Bluteau (1728); e ‘Dicionário Houaiss’ (2009).


setembro 16, 2023

"COBRIR O TEMPLO" - Marco Antonio Perottoni


Vez por outra nos deparamos com termos no desenvolvimento dos trabalhos em Loja, que nos colocam a pensar de onde foram trazidos.

Encontramos em nossos Rituais de Aprendiz e Companheiro do Rito dos Maçons Livres Antigos e Aceitos - MLAA, no momento da transformação do grau da sessão, quando o Venerável Mestre determina que, Aprendizes ou Companheiros, se preparem para "cobrir temporariamente o templo, e assim determina para o Mestre de Cerimônias proceder. O mesmo acontece quando um Irmão solicita para se retirar e diz "peço permissão para cobrir o templo".

Este procedimento, até onde pude verificar consta dos rituais editados em 1945 e 1966.

O Dicionário Aurélio, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, traz 26 definições para "cobrir", dentre elas a que no momento nos interessa a de número 20, que define o vocábulo como "proteger, resguarda, defender". Em nenhuma das definições coloca como possível uma conceituação de "sair" de algum lugar, no nosso caso "sair do Templo".

No Dicionário de Maçonaria, de Joaquim Gervásio de Figueiredo temos duas definições, uma de "Cobertura do Templo", como sendo as precauções para preservar a Loja da intrusão de profanos, e "Cobrir o Templo", com quatro linhas: 1 – Fechar o Templo retirar-se da Loja em plena sessão; 2 – Manterem-se todos os oficiais ativos e vigilantes em seus postos; 3 - Sair da Loja; e 4 – Fazer um irmão cobrir o Templo: medida disciplinar.

Ainda encontramos em pesquisa na internet em Dicionário de Termos Maçônicos, cobrir o templo como expressão utilizada para: 1 - fechar o templo; e 2 - Para um maçom retirar-se da Loja em plena sessão, desde que por um motivo inadiável e grave.

Vemos que na língua pátria a definição se enquadra bem no que entendemos ser "cobrir", mas no "maçones" o significado tem dois sentidos, aplicados conforme a situação que utilizamos o vocábulo, ora como fechar o templo para preservá-lo das indiscrições profanas e ora como sair ou se retirar do templo.

Sempre ouvimos e acreditamos que o que fizemos em maçonaria são usos e costumes e se transmitem de boca a ouvido e esta forma de nos referir a retirada de um Irmão do templo como "cobrir o templo".

Sempre fui um conservador quanto à ritualística, mas, desta vez, me dobro ao posicionamento do Irmão José Castellani, já o Oriente Eterno, quando coloca, em resposta a um questionamento sobre saudação às Luzes: Em primeiro lugar, o Irmão não cobre o templo, mas, sim, tem o templo coberto. E quem cobre o templo a todos, por ordem do Venerável Mestre, é, evidentemente, o Cobridor. Ao ter o templo coberto, o obreiro se levanta, caminha para a porta do templo e, chegando a ela, volta-se para o Or.: e faz a saudação ao V.: M.:, complementando-a com a saudação aos VVig.:. Acenos de cabeça e curvaturas, são simples invenções de quem não tem o que fazer: templo maçônico não é tatami de judô.

No meu entendimento é coerente este posicionamento, pois ter o templo "a coberto" é estando fora do mesmo que estará "coberto" pelo Cobridor Externo e Interno, ou como, acredito, a maioria das Lojas usam, pelo Cobridor Interno.

Portanto sou de opinião que devemos distinguir em nossa ritualística "cobrir o templo" e "ter o templo coberto".

"Cobrir o templo" é fechar, o mesmo para protegê-lo das indiscrições do mundo profano; e "ter o templo coberto" é solicitar para se retirar ou retira-se por determinação do Venerável Mestre.

Portanto para nos retirarmos do templo a solicitação ao Vigilante da respectiva coluna seria, o deveria ser, "peço permissão para ter o templo coberto" a que o Vigilante transmite ao Venerável Mestre nos mesmos termos.

Não tenho a intenção de esgotar o tema, mas é um bom ponto para uma fraterna discussão.