outubro 03, 2023

MENTES MAÇÔNICAS OU PROFANAS? - Walter Sarmento



Sempre que chega a oportunidade, apraz-nos visitar Lojas Maçônicas de diversas potências, e para surpresa nossa, ressaltamos a fraterna receptividade costumeira na alma do Irmão.

Observamos Templos bem cuidados, a parte física da Loja, com raríssimas exceções, é motivo de aplausos por todos. 

Não obstante, a construção do Templo Interior, levantar templos a virtude e cavar masmorras aos vícios, aparentemente, salvo, melhor juízo, anda a bancarrota.

Vejamos, os trabalhos em diversas Lojas, na quase totalidade, existe uma pressa infinita de encerrar os trabalhos, sob a justificativa do avançar das horas, quando existiu atraso para o inicio dos trabalhos por motivos alheios a quase totalidade dos irmãos presentes.

Devemos convir, como princípio maçônico pétreo, inerente a todo Irmão, que o direito de falar, a liberdade de transmitir, ensinar, ouvir, aprender, quase sempre o presidente dos trabalhos utiliza ao seu bel-prazer, determinando o encerramento dos trabalhos para não atrasar o inicio de outra etapa programada que é comer, comer, comer, beber, beber e beber.

Podemos até compreender esta segunda etapa, com naturalidade, desde que, a liberdade de falar em Loja não fosse tolhida, assemelhando-se de que a frente da Loja, encontra-se um tirano e não um Guia Espiritual. 

Lamentavelmente, do aprendiz, companheiro e mestre, todos tem o direito de falar conforme os nossos landmarks.

Falar por falar, para aparecer, para demonstrar ou afirmar superioridade, como se tivesse num areópago de Atenas, apenas para anunciar o seu conhecimento intelectual, não representa a Ordem. 

Certamente, a finalidade de todos expressarem-se é comungar, sintonizar com o Bom, o Belo e o Justo, sempre em direção ao GADU.

O aprendizado Maior, na verdade, é abrir o coração, sem reservas, apoiar ou enriquecer o pronunciamento de qualquer irmão que atravessam provas dificílima, sobremaneira, a palavra nobre e verdadeira virá apoiá-lo e fortalecê-lo para prosseguir na caminhada.

Certamente, podem perceber minha imaturidade pelo pálido ensaio. 

Conforme o escritor Dostoievski, brilhante em suas Obras, ele afirmava de que:

_"para escrever é necessário sofrer". 

Justificado assim, que ainda não sofri o suficiente para escrever algo que tenha realmente valor e sirva de aprendizagem.

Ultimamente, presenciei uma iniciação, precisamente na noite de 20.03.2010, em determinada potencia maçônica, em que aos iniciados não lhes foram concedida a palavra para manifestarem-se sobre a sessão magna de iniciação, como também, não foi permitido a nenhum Irmão visitante ou do quadro, tecer comentários sobre a Iniciação ou dirigir a palavra para demonstrar a alegria, o regozijo, pela admissão dos recém iniciados. 

Atitude Infeliz. Imprópria a Arte Real... 

O que é mais importante na Ordem? 

As virtudes ou bebe/come/bebe. 

Em verdade, caso a finalidade seja a segunda, é preferível permanecer no Lar para afogar seus instintos animalescos e grotescos. 

A virtude tem, todavia, a explicação de sua escassez em nossos Templos, a fraternidade não é somente para ser pronunciada em discursos, pelos portadores de graus filosóficos avançados, que se arvoram com o proceder de verdadeiro maçom, contudo, deveríamos nos comportar semelhante ao exemplo do verdadeiro médico que não tem necessidade de mostrar seus diplomas, mas, contentar-se em curar.

A Luz existente na maçonaria é tão forte, tão rica, que muitas vezes ofusca, cega momentaneamente, àquele que, inadvertidamente, obnubila, acreditando sê a própria Luz, quando na Ordem aprendemos que aquele é virtuoso, nem sabe que o é.

Sempre é bom relembrar que começamos batendo martelo, na simplicidade, na humildade, na pobreza e na singeleza da pureza do princípio evolutivo.

Precisamos despertar desta embriagues do orgulho, da vaidade, da sabedoria, da prepotência, que nos faz aparentemente grande, quando grande aos olhos do GADU só o é aquele que Ama.

Precisamos nos fortalecer nesta escola de Amor, chamada Maçonaria, na verdade, ainda continua sendo a Escola Cósmica mais rica na face da Terra.

A Humanidade está doente, não podemos vacilar, em nossa Ordem existem gigantes espirituais, corações generosos e sinceros, e, obviamente, os identificaremos através de expressões fraternas e sinceras, humildes, meigos e de palavras justas e delicadas, sem nenhum sofismas, pois, sua boca fala do que sente o seu coração.

Caso nos mantivermos cegos das Verdades Eternas, como poderemos auxiliar os necessitados que batem a nossa porta, mendigando a Luz. 

Pode um cego guiar outro cego?

Ao refletir nesta importantíssima ocorrência, estamos buscando levar aos queridos Irmãos um questionamento salutar, sem denegrir ou ofuscar momentaneamente a autoridade maçônica, aliás, o sábio Platão faz a seguinte alusão: 

_"Uma vida não questionada não merece ser vivida."

Elevemos o nosso pensamento ao GADU e roguemos união e humildade.



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OS 35 ASTROS DA ABÓBADA CELESTE NO REAA - Antonio Rodigueiro


Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na abobada celeste, representam funções e possuem valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do R.:E.:A.:A.: existem 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.

1. SOL - A luz do céu da Loja, representando o Ven:. M:. Colocado no oriente e no eixo da Loja. 

2 - LUA - Selene rege o Primeiro Vigilante. 

3 -STELLA PITAGORIS - A estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a condição humana. 

4 – SATURNO com seus satélites - É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos.

Na Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente.

Saturno rege a cadeia de união.

Os seus três anéis representam os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons.

Os nove satélites representam os nove cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo.

5 – MERCÚRIO -Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos comerciantes.

Identificado como Hermes dos gregos, era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro dos deuses.

Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo da paz, (Harmonia e Forças Opostas).

É o menor e mais rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono.

6 – JÚPITER - Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio.

Júpiter é o astro regente do ex-venerável e por isso fica no Oriente.

7 – VÊNUS - É o segundo planeta e o mais próximo da Terra.

Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono.

Conhecido ainda hoje como "Estrela Vésper", a primeira a aparecer no céu, Vênus era o "Mensageiro do Dia", anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.

8 – ARCTURUS - Estrela Alfa da constelação de Bootes.

Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a "guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador, guardião do Oriente.

Sua posição é em cima da grade do Oriente.

9 – ALDEBARAN - Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades.

Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.

10 – FOMALHAUT - Alfa Piscis Austrinis - em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna zodiacal dos peixes.

Fomalhaut é uma palavra árabe que significa "a boca do peixe do sul", o que se aplica ao cargo de Chanceler.

11 – REGULUS - Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão.

Na Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando.

Ela dirige todos os trabalhos do paraíso.

Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa "Regente". Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.

12 – SPICA - Alfa Virginis, em latim, "a Espiga", é a estrela gerente do cargo de Secretário.

Por outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de "Spícula".

13 – ANTARES - Alfa Scorpii, a estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida.

Às vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de "O Rival de Marte".

Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem próximas.

Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do Guarda do Templo.

Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a quatro constelações, sendo:

1. ORION - Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que formam o "Cinto de Orion" e são popularmente conhecidas como "as Três Marias" ou "os Três Reis Magos".

No Teto do Templo só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria.

Na tradição árabe mais antiga, Orion era chamada de "A Ovelha de Cinto Branco" e o avental de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro.

As três estrelas de Orion são regentes dos Aprendizes.

2. HYADES ou HÍADAS - É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro.

As Híadas são as regentes dos Companheiros.

3. PLÊIADES - É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro.

São também conhecidas como "As Sete Irmãs".

Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.

4. URSA MAIOR - É considerada a constelação mais antiga.

No teto da Loja são Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a "Charrua".

A última estrela da cauda da Ursa Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes fazem parte da frase árabe "QUAID AL BANAT AD NASCH", que significa "A Chefe dos Filhos do Ataúde Mario".

Este nome provém da concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras.

Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva (Orus) em procissão fúnebre.

Ao todo contamos 35 (trinta e cinco) astros existentes na ABOBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas. 

Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de "cobrir o Templo", sendo o astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o profano.

IV – CONCLUSAO

Poderíamos concluir afirmando que, esse céu representado em nossos Templos é o do Hemisfério Norte.

Sim, é verdade, no Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a origem de nosso Rito nos leva ás belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e gratidão.

Assim, a Abóbada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a prática do R∴E∴A∴A∴, estejam eles no Norte ou no Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo firmamento a nos elevar espiritualmente.



outubro 02, 2023

LIDER NÃO É POSTO, È POSTURA! - Sérgio Quirino Guimarães


A pretensão pertence à natureza humana. Seu viés negativo é a imodéstia, a grande vaidade. É o conceito exagerado de si mesmo. Isso ocorre quando se acredita nas bajulações e nos pseudo poderes de títulos e cargos. Manifestação do desvio Moral. Ainda a corroborar esse vicio, temos a presunção, que é, ao olharmos internamente, nos sentimos merecedores daquilo que não temos e, por diversas desculpas e falácias, acreditamos que nos assiste o suposto direito à glória. Manifestação do desvio Ético.

Mas compreendendo que se trata da realidade de nossa espécie, deve haver algo positivo.

E há! Quando a pretensão é mola motriz para a modificação de hábitos desgraçados que arrastam a humanidade para o mal, concedemos ideias sólidas de virtude. São nossos intentos. nossos objetivos para beneficio do outro. Manifestação da consolidação da Moral e da Ética. Sendo assim, ter bons projetos, boas intenções e, sobretudo, boas ações é impor um freio salutar à impetuosa propensão de querer exercer o poder. Por mais bonita que possa parecer uma coroa, seu peso pode ser insustentável. Essa é a lição do leve e simples chapéu de abas desabadas. NÃO HÁ FORÇA NEM BELEZA NA AUTORIDADE. HA NECESSIDADE DE SABEDORIA!

E assim adentramos em nossa reflexão. Não deve haver autoridades na Maçonaria. Devemos ter lideranças!

Essa frase, vinda de um Grão-Mestre, pode causar arrepios. Mas é verdade. A autoridade é o direito ou o poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. Em essência, pode ir de encontro aos nossos três maiores valores: LIBERDADE-IGUALDADE-FRATERNIDADE.

O GRÃO-MESTRE PODE TUDO! TUDO PRESCRITO NAS LEIS! Simplesmente por ter jurado cumprir e fazer cumprir as leis de sua Loja, de sua Potência, de seu município, de seu estado e que estão todas abaixo da Constituição Federal, que jamais pode ser desrespeitada.

Quaisquer ações fora desses "Landmarks" são provas da perda da serenidade do titulo e soberania no cargo. Isso é válido em todos os níveis da vida maçônica e profana.

Naturalmente chegaremos ao nosso lugar, seja por consequência de nossos passos, seja pela escolha daqueles que, acreditando no nosso caminhar, colocam-nos à frente.

Neste momento, fazemos a escolha de como seremos lembrados no futuro. Construtores de muros ou de pontes. Chefes ou Lideres.

A resposta vem de pronto. Todos nós queremos ser lembrados como Grandes Lideres.

E assim seremos se, pelo menos, tivermos a capacidade de estar lado a lado daqueles que, como nós, respeitam o direito de ir e vir, compreendem que o maior titulo que temos é o de Irmão e que as lutas do passado não favoreceram em nada a irmandade.

Mentiras, intrigas, vaidades e ganancia do poder maculam os que poderiam ser bons gestores, contudo acabam dando maus exemplos, os quais são claramente identificáveis por homens justos e de bons costumes.

UM SUFRAGIO PODE LEVAR O HOMEM AO TEMPORÁRIO POSTO DE LIDER. MAS É PELA POSTURA MORAL É ÉTICA QUE O HOMEM SE ETERNIZARÁ COMO LIDER.






outubro 01, 2023

SOBRE "VENCER AS PAIXÕES"... E OUTRAS COISAS MAIS - João Apolinário Pascoal.



Um Irmão chama a atenção para um trecho do Telhamento do Rito Moderno com grande significado simbólico, além de grande impacto na vida pessoal – este segundo sentido mais ressaltado pelo Irmão. Corretamente, esse Irmão aponta para o impacto que o arsenal maçônico pode – e deve! – ter na vida de cada um de nós, para além do convívio em Loja. Para isso, segundo o Irmão, é preciso dissociar a luta contra as paixões do exercício autoritário da hierarquia, pois – sempre segundo o Irmão – haveria na Ordem um hábito de utilizar – erroneamente! – posições de autoridade e antiguidade como (pseudo)instrumento de combate às paixões.

Ora, há que se diferenciar “autoridade” de “autoritarismo”. A primeira não encontra seu fundamento no exercício da violência – embora possa, por vezes de maneira até legítima, empregá-la (exemplo: avaliação docente, provas, notas, sanções escolares) -, mas antes numa relação de reconhecimento. Reconhece-se a autoridade ao constituir seu lugar, pois autoridade é algo que se atribui a alguém, não algo que se reivindica de per se – veja-se, por exemplo, como a quebra de reconhecimento tem afetado a autoridade de tantas figuras públicas entre nós. Nesse sentido, não há autoridade que sobreviva à prova do tempo e que sustente esse reconhecimento apenas com ações reiteradas de violência. Quem assim age, converte-se em mero tiranete e merece repúdio e ridículo.

Mas não atribuímos autoridade apenas a pessoas; também a conferimos a instituições ou mesmo a textos. Esse último aspecto é de grande importância para nossa prática maçônica, visto que nos reunimos em torno de um texto: o ritual.

Novamente, o ritual não pode ser visto como um monólito inquestionável que deve inspirar apenas obediência – se assim fosse, seria apenas mais um instrumento autoritário desprovido de valor. Mas se não reconhecermos nele algo de bom, de louvável, qual o sentido de se reunir em torno desse script? Se o ritual é baboseira de reacionários esclerosados, então por que não ir direto ao copo d’água? O ritual só serve como engodo para recrutamento?

Não penso que seja o caso, nem que seja a opinião de nenhum dos Irmãos que compõem nossas Lojas. Pelo contrário, há no ritual um valoroso repositório simbólico, do qual podemos – e devemos! – lançar mão para “vencer nossas paixões”, no sentido corretamente sublinhado pelo Irmão. Claro que esse conjunto demanda de nós interpretação, crítica e reflexão, e sugiro aqui uma brevíssima, à guisa de conclusão:

As palavras que seguem a expressão destacada pelo Irmão – “vencer minhas paixões” – são as seguintes: submeter minha vontade. Enquanto a primeira [expressão] remete ao esforço de se livrar dos obstáculos ao livre pensar e ao exercício da razão – dentro da tônica Iluminista que pauta nosso Rito (para o bem e para o mal) -, a segunda parece sugerir uma disciplina a um só tempo mental e física. Submeter minha vontade a quê? Qual o outro polo dessa submissão? E mais: para que fazê-lo? O que parece estar sugerido aí é que seria necessário resistir ao impulso, ao desejo imediato, à vontade cega, justamente para fazer novos progressos na Maçonaria – que pode ser lido, na tônica do racionalismo francês que nos é própria, enquanto praticantes do Rito Moderno, como resultado da equação “vencer as paixões + submeter a vontade”. Não uma submissão à vontade do outro, não um colocar-se à mercê, por exemplo, do Venerável ou de um Mestre Instalado; mas submeter sua vontade ao exercício de sua própria razão.

Pois bem, que tal um exemplo? Qual seria o papel do silêncio nisso tudo? Seria somente um instrumento de opressão, dominação e violência que sedimenta a estrutura hierárquica de uma Loja ou podemos lhe conferir expressão positiva? E se o silêncio dos Aprendizes, Companheiros e – por que não? – Mestres for pensado como exercício para precisamente vencer as paixões e de quebra submeter a vontade? Contra a vontade, contra o impulso de falar – esse imperativo constante na vida moderna (há que opinar, comentar, reagir, postar sobre tudo!) – o silêncio. Pois se a vontade é de rebater de bate-pronto, imediatamente, então o que faremos nada mais é do que repetir pré-conceitos e pré-concepções, uma vez que não dispomos do tempo necessário à reflexão e à mudança de opinião. O silêncio pode ser visto positivamente como condição de possibilidade para a abertura ao novo, como uma ferramenta da práxis iniciática.

Iniciar-se, abrir os olhos, ver a Luz….calar-se. Permitir que os olhos se acostumem à nova realidade, que os ouvidos se familiarizem com as novas palavras, que a mente processe – reflita – lentamente sobre as novas informações. Sentir o desconforto, o espanto, o mistério, a incompreensão. Então, falar. Falar com o peso dessa experiência vivida, com a modéstia e a humildade que ela implica. Já não mais a fala banal e automática do cotidiano, mas uma fala que carrega em si o peso da experiência da reflexão silenciosa.

Ouvir uma palestra, ruminar, digerir, calar-se, deixar reverberar em mim a voz do outro. Depois, falar, ainda que para recusar, refutar, ridicularizar, pouo importa.

Vencer minhas paixões, submeter a minha vontade. Um dia, talvez, fazer progressos – dentro e fora da Maçonaria. Ou jogar fora a ideia mesma de progresso! Quem sabe? Eu, por enquanto, só reflito.

A todos, estendo meu tríplice e fraternal – e silencioso! – abraço.

TALENTO E CRIATIVIDADE NÃO SE ACHAM EM MÁQUINAS DE XEROX - Newton Agrella



Nosso Venerável e querido Irmão escritor e poeta ADILSON ZOTOVICI tem uma belíssima Poesia intitulada "CATIVEIRO" 

Nela, o brilhante poeta  inspiradoramente escreve dentre os versos:

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Há o plagiador grosseiro,

O do labor sempre ausente

Adulador,  manteigueiro

Invejoso, incompetente...


É o caminhar rotineiro

Do ser humano carente

Buscando, insano, um luzeiro

Em descompasso evidente


Via de regra em roteiro

Em que a vaidade é latente

E a humildade do obreiro

Aparente, mas inexistente !


Livra-te desse cativeiro !

Que a falácia é a corrente

Mormente que livre pedreiro

Com perspicácia, silente !

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Eis uma inteligentíssima e sutil Aula em forma de Poesia que merece detida e implacável atenção, àqueles que ousam fazer do exercício da escrita em prosa ou em verso, uma profissão de fé.

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setembro 30, 2023

ALEMÃO É FACIL - Moises Rabinovici

 


Aula de alemão que recebi de um amigo: Alemão é fácil 

“A língua alemã é relativamente fácil. Todos aqueles que conhecem as línguas derivadas do latim e estão habituados a conjugar alguns verbos podem aprendê-la rapidamente. Primeiro, pegamos um livro em alemão, neste caso magnífico volume, com capa dura, publicado em Dortmund, e que trata dos usos e costumes dos índios australianos Hotentotes (em alemão, ”Hottentotten”). 

Conta o livro que os cangurus (Beutelratten) são capturados e colocados em jaulas (Kotter), cobertas com uma tela (Lattengitter) para protegê-las das intempéries. Estas jaulas, em alemão, chamam-se jaulas cobertas com tela (Lattengitterkotter) e quando possuem em seu interior um canguru, chamamos ao conjunto de “jaula coberta de tela com canguru“ (Beutelrattenlattengitterkotter).

Um dia, os Hotentotes prenderam um assassino (Attentäter), acusado de haver matado a mãe (Mutter)  hotentotes (Hottentottermutter) de um garoto surdo e mudo (Stottertrottel).  Esta mulher, em alemão, chama-se Hottentottenstottertrottelmutter e a seu assassino chamamos, facilmente, Hottentottenstottertrottelmutterattentäter. 

No livro, os índios o capturaram e, sem ter onde colocá-lo, puseram-no numa jaula de canguru (Beutelrattenlattengitterkotter). Mas, incidentalmente, o preso escapou. Após iniciarem uma busca, rapidamente vem um guerreiro Hotentotes gritando: 

– Capturamos um assassino (Attentäter)

– Qual?? – pergunta o chefe indígena

– O Lattengitterkotterbeutelrattenattentäter – comenta o guerreiro.

– Como? O assassino que estava na jaula de cangurus coberta de tela? diz o chefe dos Hotentotes.

– Sim – responde. O Hottentottenstottertrottelmutterattentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo). 

– Ah, demônios – diz o chefe – você poderia ter dito desde o início que havia capturado o Beutelrattenlattengitterkotterhottentotterstottertrottelmutterattentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo que estava na jaula de cangurus coberta de tela). 

Assim, através deste exemplo, podemos ver que o alemão é facílimo e simplifica muito as coisas. Basta um pouco de interesse”.

O MAÇON: CRENTE OU HEREGE? - MPS (Pt)


Sempre me questionei sobre a atitude que devia ter o maçom em busca da verdade.

Deparei-me com ritos em que a fé, ou pelo menos a crença, se mostra essencial, e isso suscitava a questão de saber se o maçom crente em dogmas, não admite a dúvida aceitando confortavelmente a segurança de uns landmarks.

Mas confrontei igualmente ritos onde tal busca se fazia pelo estudo e reflexão das coisas que constam nos ritos e rituais, inquirir a razão de ser, entre outras coisas, das palavras sagradas e de passe, dos toques, dos sinais, enfim a razão de ser das mesmas.

A atitude em que me coloquei foi a de escolher por mim próprio face ao discurso existente, a minha interpretação das coisas, porque um dogma não se escolhe, é imposto.

E qual não é a minha surpresa, quando chego à conclusão que isso foi exatamente a atitude dos hereges que foram condenados por parte do cristianismo; qual não é o meu pasmo quando vejo que a palavra herege provém do grego “hairetikós”, que significa “escolha” e que com a evolução latina para “hereticus” passou a referir aqueles que escolheram fora da ordem estabelecida (do cristianismo).





Pelas constituições de Anderson de 1723, o maçom nunca será um ateu estúpido, nem um libertino irreligioso, mas deve seguir “aquela Religião em que todos os Homens concordam”… em que “a Maçonaria torna-se o Centro de União”.

Para atingir este desiderato, esse centro de união, é preciso que cada maçom seja livre de escolher, ou seja, que se assuma como “herege”, como o fizerem aqueles que buscavam o saber (v.g. cientistas) no século XVIII e nos séculos seguintes.

Na imagem um sambenito numa pintura de Goya, punição da inquisição para aqueles que ousavam rebelar-se contra o pensamento único.  

setembro 29, 2023

TEMPLÁRIOS GUARDARAM O SANTO SUDÁRIO


O Sudário de Turim ou Santo Sudário é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação. O Sudário está guardado na Catedral de Turim, em Itália, desde o século XIV. Pertenceu desde 1357 à casa de Sabóia que em 1983 o doou ao Vaticano. A peça é raramente exibida em público, atraindo milhares de visitantes, sempre que é exibida.

O sudário é um dos acheiropoieta (grego medieval: “não feito pelas mãos”) e vários cristãos acreditam que seja o tecido que cobriu o corpo de Jesus após sua morte. A imagem no manto é em realidade muito mais nítida na impressão branca e negra do negativo fotográfico que em sua coloração natural. A imagem do negativo fotográfico do manto foi vista pela primeira vez na noite de 28 de Maio de 1898 através da chapa inversa feita pelo fotógrafo amador Secondo Pia que recebeu a permissão para o fotografar durante a sua exibição na Catedral de Turim.

A origem da peça conhecida como Santo Sudário tem sido objecto de grande polémica. Para descrever seu estudo geral, os pesquisadores cunharam o termo “sindonologia”, do grego σινδών – sindon, a palavra usada no Evangelho segundo Marcos para descrever o tipo de tecido comprado por José de Arimateia para usar como mortalha de Jesus.

Bárbara Frale, uma perita italiana estudiosa da desaparecida Ordem dos Templários, afirmou num artigo que estes cavaleiros medievais guardaram durante um século o Manto de Turim, para que este não caísse em mãos de hereges da idade Média como os cátaros.

No seu livro com o título “Os templários e a Síndone de Cristo“, Frale dá a conhecer os detalhes que sustentam esta afirmação a partir de seus estudos no Arquivo Segredo do Vaticano que recentemente deu a conhecer o “Processo contra os templários”.

mais…

Neste processo, explica a perita italiana, aparece uma história em que se relata que em 1287 um jovem de boa família chamado Arnaut Sabbatier ingressou na ordem e após a sua admissão foi levado a um lugar privado do templo para que venerasse o Manto de Turim beijando-o três vezes. Segundo Frale, este episódio, desconhecido para os historiadores, oferece mais detalhes à sua investigação.

Em 1978, prossegue Frale “um historiador de Oxford, Ian Wilson, reconstruiu as peripécias históricas da Síndone, precisando que esta foi roubada da capela dos imperadores bizantinos durante o tremendo saque consumado durante a quarta cruzada em 1204” e comparava este dado com o facto que os templários “adoravam secretamente um misterioso ‘ídolo’ no que se parecia a um homem com barba“.

Barbara Frale precisa depois que “graças a uma série de indícios, o autor (Wilson) sugeria que o misterioso ‘ídolo’ venerado pelos templários não era outro, do que a Síndone de Turim, colocada numa urna especial que era feita de modo que só se pudesse ver o rosto, venerada absolutamente em segredo, já que a sua existência no interior da ordem era um facto muito comprometedor: o objecto tinha sido roubado durante um horrível saque, sobre cujos autores o Papa Inocêncio III tinha declarado a excomunhão. O Concílio Lateranense em 1215 já tinha sancionado a mesma pena para o tráfico de relíquias”.

Para Wilson, precisa Frale, os “anos escuros” nos que não se sabe nada do Manto de Turim, correspondem àqueles em que foi “guardada absolutamente em segredo pelos Templários”.

Em resumo, diz a perita italiana “os templários procuraram a Síndone para conjurar o risco de que a sua própria ordem sofresse a mesma contaminação herética que estava s afligir grande parte da sociedade cristã do seu tempo: era o melhor antídoto contra todas as heresias”, como a dos cátaros que afirmavam que Cristo não tinha um corpo humano nem sangue, não tinha sofrido a Paixão, não tinha morrido nem ressuscitado.

Por isso, ter uma relíquia com rastros de sangue, que se podia “ver, tocar e beijar”, continua Frale num artigo em L’Osservatore Romano, era algo que “para o homem da idade Média não tinha preço, algo muito mais capitalista que um bom sermão”, algo que os Papas entenderam bem, “por isso se compreendem iniciativas como a de Inocêncio III que promoveu o culto à Verónica ou a de Urbano IV que solenizou o milagre (eucarístico) de Bolsena instituindo a festa do Corpus Domini“.

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Fonte: Freemason.

setembro 28, 2023

O ENTUSIASTA - Roberto Ribeiro Reis


Não raro, temos percebido que as pessoas têm andado mais apáticas, sonolentas, como que num profundo estado de letargia. O mundo à sua volta não parece ser mais atrativo, a não ser nas excepcionalíssimas situações nas quais o seu ego é agraciado com alguma premiação.

Ao homem tem sobrado reclamações, diariamente, enquanto o estado de gratidão é algo cada vez mais em desuso. Parece que o universo é obra de nosso personalismo e não de um Criador Benevolente, cuja misericórdia e amor são inexcedíveis.

Em nossa loja, encontramos a exceção das exceções: o valoroso Irmão Michael. Imaginem uma pessoa de um entusiasmo dantes visto. Da hora em que acorda –junto aos galináceos- até à meia-noite só observamos o bom ânimo e a disposição em servir, seja no trabalho, em nossa Oficina, nos ambientes sociais e, de maneira singular, em sua própria casa.

A nós, tem-nos parecido, cada vez mais, que a luz que foi apresentada a Michael exsurgiu plena e intensamente forte, pois jamais nos deparamos com um ser tão iluminado e abençoado! É aquele obreiro que chega aos lugares (discretamente), mas cuja ausência é sentida todas as vezes em que ele sai à francesa, com a discrição que lhe é peculiar.

A espiritualidade do irmão salta aos olhos, seja daqueles que têm o prazer de estarem ao seu derredor, família, amigos e irmãos, seja também daqueles que o conhecem pela primeira vez. Sua fala serena e ponderada é algo que chama atenção desde o mais erudito acadêmico ao mais simples analfabeto. 

O seu verbo é a personificação mais bela e esplendorosa, dado que se atém ao que lhe foi ensinado - sabiamente e desde cedo- pelos seus pais, e que ganhou força e vigor em nossa Sublime Agremiação.

Se todos nós nos espelhássemos na simplicidade e no espírito maçônico do Irmão, a vaidade, esse algoz implacável e impiedoso em nossas vidas, já estaria (senão morta) agonizando num leito de um Centro de Terapia Intensivo. 

Lado outro, se nós nos embebedássemos na rica fonte de seu conhecimento e sabedoria, teríamos grandes chances de sermos (de fato) obreiros úteis e dedicados, e não mais insistiríamos em sermos meros colecionadores de aventais, botons e comendas, adquiridas muitas das vezes pelo decurso do tempo, do que pelo mérito e busca pelo conhecimento.

Michael nunca foi dado às pompas e a todo ambiente blasonador, que geralmente permeiam e maculam o seio da Maçonaria; pelo contrário, ele prefere que se economize com tamanhas frivolidades, e que se invista em ações sociais, que podem mudar a realidade de tantos irmãos não abastados. 

Ele sonha -e como sonha- com a criação de um fundo destinado à realização de cursos profissionalizantes e que também possa servir de apoio quando das catástrofes naturais, que amiúde têm assolado nosso país. Para isso, ele reputa dispensável o celeiro das suntuosidades, e conclama a Maçonaria a uma participação efetiva junto à sociedade civil.

Haveria no mundo um horizonte de oportunidades, se todos tivessem a mentalidade do nobilíssimo irmão. 

Esse marasmo social – que se constitui um inexorável flagelo para o homem – daria lugar ao Templo da Esperança, da Paz, da União de todos os povos e, especialmente, da Luz.

Elevemos nosso pensamento ao Arquiteto Supremo, na ânsia incontida de que sejam iniciados outros mansos de coração e puros de espírito feito Michael...

Obs. : 

Homenagem a um valoroso Irmão, Michael Winetzki, que se destaca pela humildade, e que nos ensina pelo seu reto exemplo. 




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ARBLS Esperança e União, 2358

Or. '. Rio Casca-MG

ANIVERSÁRIO DE MICHAEL WINETZKI - 73 ANOS

     Como este blog é meu posso me dar ao luxo de um momento de orgulho, e não de vaidade vã, quando algumas das mentes mais brilhantes da maçonaria brasileira me dedicam palavras que certamente não mereço, mas que acalentam o meu coração. Hoje é o dia do meu aniversário e entre as centenas de mensagens que recebi, algumas são muito especiais. Aí vão elas.

        Nós, maçons, compartilhamos uma essência que transcende as nossas diferenças, uma profunda admiração pelos maçons notáveis que fizeram parte da nossa história. Hoje, celebramos o aniversário de um verdadeiro titã na história da Maçonaria contemporânea, Michael Winetzki. 

        Este extraordinário irmão, dotado de uma mente brilhante e perspicaz, é mais do que um exímio orador. Suas características mais notáveis não residem apenas em suas habilidades intelectuais, mas sim em sua imensa gentileza, na generosidade que ele dispensa aos seus irmãos e em sua notável simplicidade.

         Hoje, unamo-nos a ele em celebração, meus inestimáveis irmãos, pois é o aniversário de um maçom que enche de orgulho o coração da nossa Maçonaria.

Jorge Gonçalves - Aracaju 


Eu não posso acrescentar nada nesta honrosa mensagem do Jorge.

Nunca duvide, meu querido, Michael, que você se tornou uma *referência de qualidade e de qualificação* para todos nós,  que gostamos do conhecimento e buscamos, pelos estudos, atenuar um pouco de nossa ignorância. 

Te amo muito!

Felicidades,  meu Guru.

Cledson Cardoso - Lins

setembro 27, 2023

NO MUNDO DAS LETRAS - FILOSOFIA -MAÇONARIA - Newton Agrella


A maior propriedade da Filosofia é a de estimular-nos a autonomia do pensamento, da ação e do comportamento.

A Filosofia se manifesta em todas as áreas das atividades humanas.

A partir dela, e no transcurso da história da civilização, são elaborados  projetos, pesquisas, produções científicas, artísticas e culturais.

Cabe observar a própria etimologia da palavra, cuja formação é de : *philos* que significa “amizade, amor fraterno”, e *sophia* que quer dizer “sabedoria”. 

Portanto, *Filosofia*,  significa “amor pela sabedoria”. 

Seu estudo se experiencia apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância.

Os temas mais relevantes abordados pela Filosofia são: a existência e a mente humana, o saber, a verdade, os valores morais, e a linguagem, dentre outros.

Sua amplitude encerra valores que vão se adaptando ao longo do tempo e se amoldando conforme as necessidades, sem que se desconsidere ou se despreze sua originalidade.

Tanto isto é fato, que as mais profundas pesquisas ontológicas valem-se de elementos e bases intelectuais com referências aos mais antigos pensadores da humanidade, sem que isto se constitua em qualquer espécie de anacronismo.

O caráter especulativo da Maçonaria, busca a investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião irrefletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica e das aparências sensíveis.

A Simbologia, ciência mais antiga que há, constitui-se na base filosófica orientativa, desta que é uma instituição adogmática, iniciática e cuja dinâmica requer de seus adeptos um comprometimento inequívoco diante de um juramento de fidelidade à que se submetem.

A evolução e o aprimoramento da consciência, quando diz respeito a uma ciência de  valores interiores e das disposições anímicas, espirituais e intelectuais,   obedecem critérios distintos de avaliação, especialmente quando se deseja tecer um comparativo com as ciências tecnológicas.

A filosofia maçônica oferece a possibilidade de se exercitar um leque amplo de interpretação, com liberdade de pensamento, porém sob os princípios que regem seu arcabouço e sua própria tradição, o que explica sua perenidade até os nossos dias.



setembro 26, 2023

O VERDADEIRO PERDÃO - Roberto Ribeiro Reis



Por mais que tenhamos a consciência de que o perdão é mandamento sagrado, ainda continuamos escravos de nosso ego, na medida em que colocamos a ofensa alheia como algo extremamente reprovável, condenável, e cuja sentença é uma pena perpétua de não esquecimento.

Ainda que tenhamos a “consciência crística” de que perdoar é algo que nos limpa a alma, possibilitando que nosso coração não seja refém do ódio, do rancor e da mágoa, insistimos na atitude deliberadamente orgulhosa, colocando-nos em um pedestal de (pseudo) superioridade, donde dificilmente buscamos descer.

E o pior de tudo: arrogamos para nós o direito –inalienável- de sermos perdoados ante o Criador; lado outro, quando confrontados com o nosso próximo, que teve um pequeno deslize ou estava em um dia de pura infelicidade, mantemo-nos em nossa postura inarredável e inflexível de negar a ele um simples pedido de desculpas.

E quando o fazemos, a bem da verdade, agimos da “boca para fora”, uma vez que o coração continua petrificado pelas reminiscências do ato infeliz, ou seja, para tentar nos sentirmos pessoas melhores, enganamo-nos a nós mesmos, talvez para mostrar a terceiros que somos bondosos e indulgentes...Quanta falsidade!

O Maçom que se preza busca, diuturnamente, sua iluminação interior; ele sabe que para galgar a escada evolutiva de Jacó não necessita de adereços exteriores ou numéricos; ele tem a consciência de que ascender aos graus superiores (superficialmente) é como formar-se em uma faculdade, sem nada aprender, somente pelo status de obter um diploma.

Daí a premente necessidade de nos visitarmos interiormente, todos os dias; primeiramente, que busquemos nos perdoar, sabedores de que a tão sonhada Perfeição é um desiderato a ser alcançado por nós. 

A partir de então, sob os auspícios do Arquiteto Maior, que saibamos exercitar o perdão, gradativamente, a fim de que nos libertemos dos grilhões vulgares que nos conduzem às zonas espirituais inferiores, por nós criadas, mentalmente.

Nesta luta incansável de buscarmos ser pessoas melhores, que nos atenhamos a todos os ensinamentos que nos são oferecidos pela Sublime Ordem, esta que de nós não exige a perfeição, mas que, ainda assim, envia-nos suas Luzes, em um ritual maravilhoso de doação, seguindo as diretrizes determinadas pelo Inefável Criador, que tem nos perdoado desde os primórdios, quando do Pecado Original...



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setembro 25, 2023

ANIVERSÁRIO DA ARLS Virtual LUX IN TENEBRIS - Cledson Cardoso



Há 3 anos nascia aquela que é o germe da Maçonaria Universal,  dentro da Maçonaria tradicional brasileira.

Seu nascimento marcou uma ruptura na forma anacrônica com que vivíamos a Maçonaria no país.

Pela primeira vez, foi-nos possível conviver com *irmãos estudiosos* dos mais distantes Orientes deste país continental.

Se falamos, constantemente,  na Maçonaria tradicional, que o ingresso em seus quadros nos permitiu conviver com irmãos cujo convívio anterior seria impossível  ... na Maçonaria Virtual esta constatação se mostra muito mais autêntica. 

Nela, podemos conviver com os mais estudiosos e inteligentes maçons de todo o Brasil (e alguns estrangeiros).

E esta realidade só foi possível graças à fundação da ARLS Virtual Lux in Tenebris pelos nossos amados irmãos daquela que viria se tornar uma das maiores Potências do país: a Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia - GLOMARON, tendo à frente irmãos do quilate do GM Tupan, o Secretário da CMSB Aldino Brasil e como timoneiro nosso querido Izautônio.

Neste átimo da História,  não temos condições de visualizar a imensidão que esta mudança de paradigma representou para a Maçonaria.

Mas, com certeza, a Maçonaria brasileira só sobreviverá por conta desta iniciativa rondoniense.

 Vida longa à GLOMARON e à Lux in Tenebris!


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