outubro 09, 2023

TUBALCAIM - Buby Ortiz



Tubalcaim ocupa um lugar de destaque na Maçonaria, simbolizando a importância do artesanato, habilidade e conhecimento.

Este símbolo é um lembrete do compromisso maçônico de dominar o ofício escolhido e a busca pela excelência.

Sua associação com o trabalho em metal significa a importância do ofício nos ensinamentos maçônicos.

Os metais representam tudo o que brilha com brilho enganoso. Simbolizam os vícios, paixões, crenças e preconceitos que trazemos da sociedade profana.

O homem que aspira ser livre deve aprender imediatamente a libertar-se das coisas fúteis.

Sublinha o valor da dedicação ao trabalho, da precisão e do desenvolvimento da experiência, que são princípios fundamentais na Maçonaria.

O nome de Tubalcaim aparece frequentemente em rituais e ensinamentos maçônicos, servindo como uma fonte constante de inspiração para os membros.

Incentiva os maçons a defenderem os princípios da aprendizagem ao longo da vida, da melhoria contínua e da aplicação das suas competências, tanto na sua jornada maçônica como na sua vida quotidiana.


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outubro 08, 2023

MAKARIOS - Roberto Ribeiro Reis


A palavra macários vem do grego Makários, e significa felizes, afortunados, bem-aventurados, abençoados. Ou seja, um indivíduo macário é aquele espiritualmente feliz.

E tal felicidade, a bem da verdade, não é aquela atrelada às coisas da matéria, mas certamente às do espírito. Na esteira de tal raciocínio, um macário é um pacificador, um construtor de pontes, um congregador, aquele que pela simplicidade de sua alma sabe ser ensinado, sabe ouvir, e tem a tolerância como uma de suas virtudes principais.

Daí, poderíamos lançar a seguinte reflexão: o Maçom que segue à risca tudo o que lhe foi ensinado pela Sublime Ordem, vale dizer as leis, o simbolismo, a filosofia, o esoterismo e a ritualística, aplicando-os em sua conduta –especialmente a profana- pode ser considerado um macário?

A Maçonaria, por meio de seus obreiros incansáveis e resolutos, tem sido uma construtora de pontes, uma mediadora social, uma pacificadora de conflitos? Ou os maçons a tudo têm assistido, covardemente, escondendo-se por detrás de seus imaculados aventais?

Infelizmente, temos notado um arrefecimento das ações da Maçonaria no bojo da sociedade, mundo afora. Estarrecidos, o que mais temos visto é um número exorbitante de “autoridades maçônicas”, que se encontram carcomidas de soberba e de uma vaidade desmesurada!

A nós nos parece que tais pedreiros ignoram o que são as bem-aventuranças; para tais maçons errantes, a prosperidade não está condicionada ao soerguimento de edifícios sociais, morais, éticos ou espirituais, que possam alterar e modificar para melhor a vida de nosso próximo.

Pelo contrário, para esses iniciados que se afastaram da luz o que vale é construir templos para si próprios, em total descompasso com a Lei de Amor e Caridade. Nossos princípios e leis se lhes apresentam como uma legislação ultrapassada e, consequentemente, revogada unicamente por eles, que lhes fazem vista grossa, inadvertidamente.

O Maçom Justo - e cujo sonho maior é tangenciar a perfeição – entende o espírito de toda simbologia, ritualística e esoterismo maçônicos; ele sabe que, parabolicamente, pode se conectar com seu Criador, mas para que essa interação não seja interrompida pela ausência de sinal, ele deve ter um sofisticado roteador de bem-aventuranças, bem como uma conectividade ampla, à base de bom ânimo, humildade, espírito construtor, coração puro e sobejar de amor.

Meus amados Irmãos, não nos enganemos! Continuemos exultantes na esperança, balizando-nos na atitude de um verdadeiro macário, pois serão as bem-aventuranças e as coisas do espírito que nos proporcionarão os frutos necessários da árvore da vida, árvore cujas folhas hão de curar as mazelas que têm acometido a vida dos que preferem os desenganos 

GOTEIRA - Adilson Zotovici

 


Qual chuva ácida cresce

E tem provocado aflição

Goteira tácita aparece

No telhado da Instituição


Tal fumaça que intumesce

Que segrega feliz visão

Feito desgraça aborrece

E cega o aprendiz artesão


A Arte Real estremece

No canteiro há hesitação

O falso pedreiro aparece

Para o mal, à destruição


Cuidado urgente carece

Com temente comunicação

Que o dano só recrudesce

Aos arcanos da nossa missão


A Ordem, qual ouro, oferece

A cada igual, se irmão,

Tesouro, jargão que esclarece

Cada qual, por jura, é guardião


Um livre pedreiro não esquece

Se verdadeiro,  a discrição,

Sabe que a Ordem fenece

Se escancarar do canteiro o portão 

PALESTRA LOJA DE PERFEIÇÃO ATILLA DE MELLO CHERIF


 

        Na tarde do sábado, dia 7, a convite do TVPM Carlos Nadais, um eminente intelectual da maçonaria, fui convidado para proferir uma pequena palestra para os irmãos dos altos graus da Loja de Perfeição Atilla de Mello Cherif n. 4, uma das maiores Lojas de estudos filosóficos do Estado de São Paulo.
       Mais de 70 irmãos de todos os graus estiveram presentes e apresentei um trabalho sobre o Templo de Salomão e a Arca da Aliança. 
        Prestigiou a sessão do Delegado Regional da 1a região irmão Geraldo Magela, 33.

outubro 07, 2023

OLYSSIPPONE - Newton Agrella



Observe que na capa desta Grammatica da língua portuguesa, datada de 1540, consta a palavra "OLYSSIPPONE".

A bem da verdade a palavra refere-se ao termo que posteriormente passou a ser grafado como "Olísipo"  cidade da Lusitânia, na margem direita do Tago (atual Tejo), (atual Lisboa), ou o seu natural ou habitante.

Assim, OLYSSIPPONE posteriormente OLÍSIPO acabou por se transformar em "LISBOA".

Filólogos e etimólogos dizem que o nome derivaria de “ALLIS-UBO” que significa em Fenício “Porto-Seguro”.

Isto ocorreu no ano de 218 a.C. quando chegaram os romanos que ocuparam a região da península ibérica e especialmente a região da Lusitânia (PORTUGAL) até por volta dos anos 400 d.C., que foi utilizado o nome OLYSSIPPONE.

Agora, você já pode visitar a belíssima capital portuguesa, ciente de seu significado.



O PRIMEIRO MAÇOM DO MUNDO


Os Maçons que levam o simbolismo ao pé da letra, pouco versados na arte da simbologia, riem do Reverendo James Anderson (1680- 1739) por causa da suposta frase: “Adão foi o primeiro Maçom, iniciado por Deus no paraíso”.

Se lermos o texto original da Constituição de Anderson, publicada em 1723, veremos que o autor escreveu o seguinte:

“Adão, o nosso primeiro Antepassado (first Parent), criado a partir da Imagem de Deus, o Grande Arquitecto do Universo, deve ter tido as Ciências Liberais, especialmente a Geometria, escritas no seu Coração (written on his Heart), pois mesmo depois da Queda encontramos os Princípios delas nos Corações dos seus descendentes; e que no decorrer do tempo (in process of time) têm sido depurados em convenientes Métodos de Proposições mediante a observação das Lei das Proporções…”

Não podemos perder de vista que o escocês James Anderson era mestre em artes e doutor em teologia – um Reverendo Pastor que em Londres foi Ministro das Igrejas Presbiterianas da Glass House Street e da Lisle Street Chapel até à data da sua morte. Quando ele redigiu a Constitution, tinha a colaboração do francês Jean Théophile Desaguliers e certamente alguns textos foram compilados sob a sua supervisão. Desaguliers era filho de um pastor huguenote (calvinista francês) refugiado em Inglaterra. Foi membro da Royal Society de Londres, assistente de Isaac Newton, professor de filosofia e inventor do planetário. Foi também o terceiro Grão-Mestre da Grand Lodge of England um dos pais da moderna Maçonaria. Assim, a Grande Loja de Inglaterra teve por primeiros doutores e fundadores um escocês e um francês, nacionalidades rivais da Majestade Britânica.

Portanto, rir de Anderson é rir também do douto Desaguliers, um apanágio só dos que estão à altura dos graus académicos que o Reverendo possuía e do prestígio da Royal Society.

Os estudos de simbolismo e o da simbologia parecem ser a mesma coisa. Mas são diferentes, tanto pelo objectivo quanto pelo método. Os entendidos em simbolismo restringem-se à expressão e à interpretação dos símbolos. A simbologia, por seu turno, estuda esses mesmos factos através da visão mais aprofundada do humanismo.

Partamos, então, do princípio (ou hipótese) de que as ordens iniciáticas têm por objectivo despertar o potencial interior do homem e auxiliá-lo na redescoberta da sua relação com o Cosmos.

“Mas isso é esoterismo!” – gritarão os afoitos.

SIM, meus caros watsons: é esoterismo SIM, – no bom sentido – ou vocês já se esqueceram que esse “tal esoterismo” fazia parte do pensamento iluminista do século XVIII? “Grande Arquitecto do Universo”, por exemplo, é uma expressão trazida para a Maçonaria pelos místicos e esotéricos de influência pitagórica. E outros penduricalhos, como os “três pontinhos” depois das assinaturas, a “cadeia de união”, o uso de incensos, etc.. “Foi a partir da segunda metade do século passado (mais ou menos de 1950 para cá) que o esoterismo se misturou com mistificação, magia, feitiçaria e outras maluquices que prefiro chamar de “esquisotéricas”.

Consideremos, portanto, – e na mesma linha de pensamento das religiões e da moderna Psicologia – que cada pessoa seja “portadora” de arquétipos (modelos inconscientes ou representações) que promovem (ou retardam) a evolução da consciência – noutras palavras: consideremos que “num lugar escondido” da consciência existam modelos ou exemplares originais e transcendentes funcionando como leis escritas no nosso “Coração”. Pensem nisso e entenderão porque nada há de cómico ou risível na afirmação (simbólica) de Anderson. Pelo contrário: trágica seria a perspectiva de que o homem fosse um vazio destituído de qualquer base sobre a qual pudesse alicerçar o templo interior. É trágico, mas já se tornou realidade nos dias de hoje: a maçonaria praticada nas nossas Lojas tem um viés predominantemente material: é céptica e crua, o oposto do que se poderia esperar de homens convictos na existência de um Ser Supremo ou na preexistência da Alma (não estamos a tratar de reencarnação, mas de “preexistência da Alma”).

As etapas para se alcançar o conhecimento partem daquilo que vem antes (“a priori”) e são, no caso da afirmação de Anderson, uma anterioridade sustentada nas noções de:

-um Mestre Primordial (Deus ou a representação mental de Deus);

-a transmissão de potencialidades básicas (iniciação);

-um recipiendário (Adão ou, se preferirem, os nossos primeiros pais – first parent segundo Anderson);

-uma escola (templum – paraíso primordial) preparado para o remoto cerimonial (não estamos a tratar da “iniciação” 

-como ritual de admissão na Maçonaria, mas da “Iniciação da Alma”).

Quem estuda simbologia terá de reconhecer na afirmação de Anderson estes quatro pontos necessários para a comunicação do pensamento abstracto sob forma figurada – uma ciência livre (liberal science), em especial as justas e perfeitas proporções (Geometria), gravadas no seu íntimo (o “Coração”).

O Adão a que Anderson se refere é o admah hebraico ou “criatura feita da mãe-Terra”. O Deus Iniciador é o Inefável (que convencionamos chamar “Grande Arquitecto do Universo” por influência dos místicos pitagóricos, como já dissemos acima). A comunicação (iniciação no paraíso) deve ser compreendida mediante vários aspectos:

-no primeiro estágio da inteligência, o objecto comunicado passa pelas funções psíquicas da percepção e do julgamento: “vejo isto; isto é bom ou é mau” – alegoria da árvore do conhecimento do bem e do mal

-No segundo estágio ocorre a decomposição do objecto através da razão – “o que é isto? como é isto?”

-No terceiro estágio acontece a transcendência pela contemplação e iluminação (plenitude) – é o “daqui para onde”.

A Maçonaria Real trabalha estes três estágios nos três graus do simbolismo: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Se o Maçom não consegue conceber o conhecimento primordial e a forma de transmissão é porque está APENAS formalmente iniciado, elevado ou exaltado como moeda sem lastro.

Convivemos com pessoas que, apesar de terem recebido dezenas de cerimónias formais, desconhecem a transmissão primordial. Por causa disto, o formalismo e o ritualismo estão a suplantar o conteúdo transcendente nas Ordens iniciáticas, na maçonaria principalmente – como um todo – e nas Lojas que a compõem.

Talvez esteja aí a origem de tantas dificuldades e conflitos que temos vivenciado.


(Adaptado de texto escrito por José Maurício Guimarães)

PALESTRA NA ARLS ESTRELA DO BRASIL 3214





         Já estive palestrando nesta Loja há alguns meses. É a Loja a qual pertencem alguns dos colaboradores deste blog como o renomado intelectual Newton Agrella, um dos mais inteligentes e profícuos escritores da maçonaria brasileira e André Naves, que orna este blog com suas poéticas contribuições.
    Na sexta-feira dia 6 de outubro ocorreu uma sessão magna pública muito bem conduzida pelo Venerável Mestre Fábio Shibao, e além dos irmãos que aparecem na foto estavam presentes como convidadas senhoras e filhas de irmãos. 
    Após a apresentação da palestra "O caminho da Felicidade" foi servido um delicioso jantar.
    Na foto estou recebendo um mimo ladeado pelo Venerável Mestre e pelo querido irmão e amigo Alexandre Hussni.

outubro 06, 2023

BEBA MAIS ÁGUA!



Médico diretor técnico de clínicas do Hospital das Clínicas. Sério, competentíssimo e por isso muito respeitado, Dr. Arnaldo Lichtenstein, explica:

“Toda vez que ensino medicina clínica para estudantes de medicina do quarto ano, faço a seguinte pergunta:

"Quais são as causas da confusão mental em pessoas idosas?"

Alguns respondem: "Tumores na cabeça".

Eu respondo: Não!

Outros sugerem: "Os primeiros sintomas da doença de Alzheimer".

Eu respondo novamente: Não!

Com qualquer rejeição de suas respostas, eles ficam frustrados.

E ficam de queixo caído quando noto a causa mais comum:

Desidratação

Pode parecer uma piada; mas não, este último motivo não é suspeito e extremamente importante.

Pessoas com mais de 60 anos geralmente param de sentir sede e como resultado, param de beber líquidos.

Quando ninguém está por perto para lembrá-los de beber líquidos, eles secam rapidamente.

Desidratação severa e afeta todo o corpo. Pode causar fraqueza muscular, fadiga, falta de motivação, confusão mental súbita, diminuição da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca, angina (dor no peito). Em casos muito extremos, coma e até morte.

Esse hábito de esquecer de beber líquidos começa aos 60 anos, quando temos pouco mais de 50% da água que precisamos ter em nosso corpo. Pessoas com mais de 60 anos têm um reservatório de água mais baixo. Faz parte do processo natural de envelhecimento. Mas há mais complicações. Embora estejam desidratados, eles não sentem vontade de beber água porque seus mecanismos internos de equilíbrio não funcionam particularmente bem.

Resumo:

As pessoas com mais de 60 anos secam facilmente, não apenas porque têm menos água; Mas também porque não sentem a falta de água no corpo. Embora as pessoas com mais de 60 anos possam parecer saudáveis, realizar reações e funções químicas pode ser prejudicial para todo o corpo.

Então aqui vão dois alertas:

1) Adquira o hábito de beber líquidos. Os líquidos incluem água, sucos, chá, água de coco, leite, sopas e frutas ricas em água, como melancia, murmúrio, pêssego e abacaxi; A laranja e a tangerina também funcionam.

O importante é que a cada duas horas, você precisa beber alguns líquidos.

Lembre-se disso!

2) Alerta aos familiares: ofereça constantemente líquidos a pessoas com mais de 60 anos. Ao mesmo tempo, observe-os.

Se você achar que eles repelem fluidos e ficam irritáveis, com falta de ar ou desatentos durante a noite, esses são quase certamente sintomas recorrentes de desidratação.

Você está inspirado a beber mais água agora?

Envie esta informação para outras pessoas. Faça isso agora! Seus amigos e familiares precisam saber por si mesmos e ajudá-los a serem mais saudáveis e felizes! É bom compartilhar com pessoas com mais de 60 anos.

PALESTRA NA ARGBLS SÃO PAULO 43

 


Noite de chuva muito forte atrapalhou a presença de mais irmãos e apenas doze comparecerem a sessão de ontem, 5 de outubro, que foi no entanto brilhantemente conduzida pelo jovem VM Raul Nascimento de Lima Braga, no belo templo do 2o andar do Palácio Maçônico da GLESP.

A ARGBLS São Paulo n. 43 nasceu em 27 de setembro de 1945, a caminho dos oitenta anos portando, tradicional e vetusta. Mas a surpresa da noite foi a presença de dois irmãos visitantes da centenária ARLS Quintino Bocaiuva n. 10, que ao pesquisar os antigos documentos de sua Loja para registro histórico encontraram a informação documental de que 15 irmãos egressos de sua Loja estavam entre os fundadores da ARLS São Paulo, ou seja, ambas as Lojas tem antigos laços históricos.

A visita foi registrada com a entrega de uma lembrança da ARLS Quintino Bocaiuva para a ARLS São Paulo e a contrapartida de um livro da história desta para os irmãos visitantes.

A palestra como sempre foi um sucesso. Apenas de serem poucos os irmãos eram muito inteligentes e cultos e tiveram ativa participação nos questionamentos ao palestrante e a sessão foi considerada excelente.

Acima o registro da entrega do mimo pelo irmão Percio Schneider ao VM Ir.: Raul, ladeado pelo Mestre de Cerimônias Ir.: Peter Aparecido de Souza.


outubro 05, 2023

O LUGAR DO APRENDIZ RECÉM-INICIADO - REAA - Pedro Juk



Em 13/11/2018 o Respeitável Irmão Ronei Antonio Ferrari, Loja Integridade, REAA, Grande Oriente Paulista (COMAB), Oriente de Capivari, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:

LUGAR DO RECÉM-INICIADO.

Nos meus 24 anos de Ordem já assisti seguramente, mais de uma centena de sessões de iniciações (das três Obediências). No final da sessão, o Venerável Mestre solicita ao Mestre de Cerimônias, que conduza o recém iniciado para que tome assento NO TOPO da Coluna do Norte. Aprendi com os Mestres mais antigos, que o topo da Coluna do Norte é ao lado do Irmão Tesoureiro. Recentemente em duas sessões de iniciações e, em Lojas diferentes, o recém iniciado foi colocado ao lado do 1º. Vigilante. Peço-lhe luzes, qual o lugar que você entende por topo da Coluna do Norte.

CONSIDERAÇÕES;

Lamento contrariá-lo, mas infelizmente essa “estória” de se colocar o recém iniciado no topo da Coluna do Norte próximo à grade do Oriente (atrás do lugar do Tesoureiro) é um equívoco no REAA\ que de há muitos anos vem sendo perpetrado em alguns rituais.

Nesse sentido, alguns aspectos precisam ser analisados.

a)    Próximo à grade do Oriente (à retaguarda do Tesoureiro) não significa em hipótese alguma ser o topo da Coluna. Na verdade essa é uma aleivosia perpetrada no REAA\ e adquirida de práticas de outros Ritos. Existem sistemas de trabalho, a exemplo do Craft inglês, em que os recém-iniciados são colocados no canto nordeste da Loja (na primeira fileira) em alusão à pedra angular da obra, costume muito utilizado pelos nossos antepassados operativos para marcar o início de uma construção. Sem compreender que essa é prática de outro Rito, compiladores equivocados acabaram trazendo esse costume enxertando-o no escocesismo associando a posição nordeste com a proximidade da grade do Oriente, porém ao fundo e encostado na parede atrás do assento do Tesoureiro. Ratifica-se, isso não é prática correta como assento de recém-iniciados no REAA\;

b)    Topo da Coluna do Norte é toda a parede ocidental entre a grade do Oriente e a parede ocidental (extremo do ocidente). De quem ingressa no Templo é a parede a sua esquerda;

c)     Observa-se o topo da Coluna do Norte em se posicionando ao centro sobre o eixo do Templo (equador) e de frente para o Norte. Nesse sentido a maior distância observada entre o Equador e o setentrião é o “topo” da Coluna. Em se tratando do topo da Coluna do Sul, a situação é exatamente igual, porém inversa, ou seja, à direita de quem entra estando o observador sobre o Equador, entretanto de frente para o meridião.

d)    Dá-se o nome de Coluna do Norte a todo o espaço no Ocidente que fica à esquerda de quem entra e cujo perímetro se constitui pelo limite do Ocidente com o Oriente, pela parede Norte, pelo limite extremo do Ocidente (parede ocidental) e pelo eixo longitudinal do Templo.

e)    Dá-se o nome de Coluna do Sul a todo o espaço no Ocidente que fica à direita de quem entra e cujo perímetro se constitui pelo limite do Ocidente com o Oriente, pela parede Sul, pelo limite extremo do Ocidente (parede ocidental) e pelo eixo longitudinal do Templo.

f)      No topo das Colunas do Norte e do Sul, no REAA se encontram fixadas as Colunas Zodiacais, sendo seis ao Norte e seis ao Sul. Faz-se cogente compreender que essas Colunas, ao contrário do que muitos acham, não estão ali para “sustentar a abóbada”, contudo para marcar o caminho iniciático dos Aprendizes e dos Companheiros respectivamente. Assim, simbolicamente o Aprendiz inicia sua jornada no topo da Coluna do Norte (logo que sai da Câmara de Reflexão) junto às três primeiras Colunas – Áries, Touro e Gêmeos – que correspondem à Primavera (renascimento) no hemisfério Norte, e assim sucessivamente até as três Colunas correspondentes ao verão. É essa a passagem do iniciado, enquanto Aprendiz pelo topo da Coluna do Norte. Concluídos esses ciclos, o iniciado passa para a perpendicular ao nível iniciando uma nova jornada, agora como Companheiro no topo do Sul e a partir da constelação de Libra (outono).

Dadas essas explicações, compreenda-se que o inicio da jornada do recém iniciado no REAA\ fica no topo da Coluna do Norte, contudo próximo ao Primeiro Vigilante no extremo do Ocidente. Isso em linhas gerais demonstra a procura da Luz pelo Iniciado, do Ocidente em direção ao Oriente, e não ao contrário conforme equivocadamente apregoam alguns colocando o Neófito próximo à grade do Oriente, isto é, no final do verão sem que ele antes simbolicamente tenha passado por primeiro pela Primavera após ter saído das profundezas da Câmara (Terra no Inverno) na Iniciação.

Obviamente que para se compreender essa importante alegoria do Rito Escocês Antigo e Aceito (rito de origem francesa), primeiro é preciso conhecer essa proposta deísta de aperfeiçoamento do Homem Iniciado sugerida pela constante renovação da Natureza através dos seus ciclos – em Maçonaria as estações são condizentes com o hemisfério setentrional da Terra por ser a região do globo terrestre onde nasceu a Sublime Instituição.

É devido a esse processo iniciático de aperfeiçoamento humano que a decoração do Templo no simbolismo do REAA\ foi elaborada e aperfeiçoada.

Melhores informações sobre o topo das Colunas do Norte e do Sul, eu sugiro a leitura do título “E o Topo da Coluna do Norte... Conclusões?”, escrito de minha autoria editado no volume IV do Encontro Nacional do Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Maçônicos Fernando Salles Pascoal, dele às paginas 77 e seguintes, Editora Maçônica A Trolha, Londrina, novembro de 2007.

Concluindo, era essa a explicação do por que do Irmão ter visto Aprendizes recém iniciados sendo corretamente colocados próximo ao Primeiro Vigilante no topo do Norte (parede) e não equivocadamente próximos à grade do Oriente logo atrás do lugar do Tesoureiro – em Maçonaria, para tudo existe uma explicação lógica.






PALESTRA NA ARLS UNIÃO E SOLIDARIEDADE 387

 


Em sessão conjunta da ARLS União e Solidariedade 387 (VM Pedro Toni Filho, irmão com físico de halterofilista) e ARLS Despertar do Terceiro Milênio 511 (VM Edvan Gonzaga do Carmo, que é oficial bombeiro e ficou muito emocionado), apresentei ontem a noite, dia 4/10 na GLESP, a palestra "O caminho d felicidade".

Eu já havia feito uma palestra virtual em 2011 para a primeira Loja e o VM da época Ir Alfredo Nunes da Silva e outros irmãos se lembraram de trechos da palestra.

A Sessão foi ótima. A palestra durou cerca de meia hora e a participação dos irmãos por volta de de duas horas. 

Como sempre acontece, os honorários de minha palestra, representados pelo resultado da Bolsa de Beneficência da sessão serão doados para a Casa da Tia Marli em Santana, de acolhimento de crianças.

outubro 04, 2023

O IMPERIO ROMANO

 


"Se alguém contemplasse o povo romano como um único indivíduo e repassasse toda a sua vida, como nasceu, como cresceu, como chegou ao que se pode chamar de maturidade de sua masculinidade e como posteriormente, como, atingiu a velhice, ele descobrirá que passou por quatro estágios de progresso. 

O primeiro período, quando estava sob o domínio dos reis, durou quase 400 anos, durante os quais lutou contra seus vizinhos nas imediações da capital.  

Este período será sua infância.  

Seu período sucessivo se estende desde o consulado de Brutus e Collatinus até o de Appius Claudius e Quintus Fulvius, um espaço de cento e cinquenta anos, durante os quais o povo romano subjugou a Itália. 

Foi uma idade de extrema atividade para seus soldados e suas armas e, portanto, pode ser chamada de juventude.  

O próximo período é dado a partir de cento e cinquenta anos até a época de César Augusto, durante o qual a paz se espalhou por todo o mundo.  

Essa tem sido a virilidade e, por assim dizer, robusta maturidade do império. 

 Desde a época de César Augusto até os nossos anos, houve um período de não menos de duzentos anos, durante o qual, devido à inatividade dos imperadores, o povo romano, por assim dizer, envelheceu e perdeu sua poder, exceto que sob o governo de Trajano ele novamente moveu suas armas e, contrariando as expectativas gerais, mais uma vez renovou seu vigor com os jovens."


 (Florus, Epitoma, I 1, 4-8)

outubro 03, 2023

42 ANOS DE MAÇONARIA

 



Bom dia meus irmãos. No dia de hoje, 3 de outubro, completo 42 anos da minha iniciação na ARLS Estrela do Sul n. 3 em Campo Grande, MS, no acanhado templo da Rua José Antonio, hoje tombado pela Prefeitura como imóvel histórico. 

Atualmente a Loja desfruta de um dos mais belos templos do país.

Meu padrinho, já falecido, Sandoval Ribeiro Soares, era um dos maiores empresários do Estado, dono de uma rede de supermercados e meu patrão que se tornou meu melhor amigo. Homem digno, honrado e trabalhador que de uma barraca de feirante construiu um império e era um exemplo de cidadão.  

Percorri a senda do grau 1 ao 33 e hoje, depois de mais de quatro décadas de dedicação à Ordem, como estudioso, escritor e palestrante ainda me vejo no início da longa estrada cujo final nem consigo vislumbrar.

A maçonaria tem sido parte importante, eu digo mesmo essencial de meus 73 anos de vida e tenho profundo orgulho de poder chamar a tantas pessoas queridas, em todo o Brasil e em tantas partes do mundo, de "meu irmão", inclusive a meu próprio filho. 

Muitos dos meus irmãos gêmeos na descansam no Oriente Eterno, mas vivem em minha memória.

Visitei centenas de Lojas no Brasil e no exterior. fiz centenas, senão milhares de palestras maçônicas. escrevi muitos textos a respeito, alguns livros e também  na Internet.

O que aprendi nestes 42 anos? Qual foi o segredo revelado?

Se é que a maçonaria tem algum segredo além dos sinais de identificação, reside na extraordinária ligação que se estabelece entre seus membros que passam a se considerar uma única família, presente em todos os recantos da Terra. Uma confiança absoluta, uma fé incondicional de que seu irmão, onde quer que ele esteja, qualquer que seja a sua condição sócio-econômica, professa os mesmos valores de ética, decência e justiça.

Cada um de nós age a sua maneira para tornar o seu lar, a sua cidade, o mundo, um lugar melhor para se viver, para proteger os menos favorecidos, para valorizar as boas ações.

Será que há gente que não presta na maçonaria? É claro que sim, no Vaticano também. Mas não existe nenhuma organização no planeta com tamanha quantidade de pessoas justas, buscando em suas atitudes estar o mais próximo possível da perfeição. E também pude observar que a maçonaria acaba por expulsar de seu seio aqueles que não se enquadram em sua ética. Eles passam mas não ficam na Ordem.

Hoje pertenço aos quadros da ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongagua e prossigo trilhando a senda maçônica.

Que o GADU os abençoe e a todos meus queridos irmãos.