outubro 29, 2023
GRUPO DOENTE - Adilson Zotovici
A terra em mar fremente !...
Grande onda em noite escura
Como açoite hoje à frente
E que brande a desventura
_Hamas_, um grupo doente !
Pregando terror, amargura
Sem piedade, inclemente
Maldade a propositura
Não se mostra competente
Sua má obra configura
Sem maço ou cinzel vigente
A machado sua escultura
Não parece ser temente
Ao Criador a criatura
O desamor é latente
Que infiel sua postura
Ódio tal na voz latente
Não apraz boa ventura
Mortal, algoz do inocente...
"Não há paz nessa loucura" !
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outubro 28, 2023
DONA DE MIM - Roberto Ribeiro Reis
Curvo-me a teus pés. Não o faço por medo ou subserviência. Venero-te de modo incalculável, tal qual o filho que se rende às determinações do Pai Maior, certo de que os regramentos dEste são os melhores para sua vida.
Guardo-te no recôndito de minh’alma e, simultaneamente, tu estás bem dentro de meu coração. Ocupas tanto a minha cabeça, que pareço um jovem apaixonado pela primeira vez, e que não tem outro pensamento senão o de te encontrar, dia após dia.
Amo-te imensamente, pois me permites a liberdade do pensamento, concede-me a manifestação autêntica da expressão, e buscas me ajudar a percorrer pelo indevassável caminho da luz.
És dona de mim! A tua destra me conforta nos momentos de desespero ou desequilíbrio; o teu abraço é tão pujante, que nele encontro um porto seguro capaz de mitigar o torvelinho de pensamentos negativos, que tentam me vencer, a todo custo.
O teu colo oferece aconchego, e no teu seio encontro os nutrientes de que preciso para me desenvolver; é verdade que ainda engatinho pela estrada ampla das facilidades e das desilusões, mas a tua disciplina faz-me voltar para o centro de mim mesmo, ocasião em que restabeleço meu equilíbrio.
Tens a mestria e a desenvoltura que tudo me ensina, buscando moldar minha conduta; todavia, não me obriga a tomar determinada escolha, deixando a cargo de meu livre-arbítrio a decisão eleita.
Continuas a tolerar o rosário de imperfeições de que sou feito, e jamais fizestes acepção de pessoas, discriminando-as ou segregando-as. Ao contrário, teu magistério é balizado na inclusão e na equidade, e tua divisa maior sempre será o amor (incondicional) ao próximo.
Soberana Maçonaria! Tua opulência não se traduz nas coisas afetas à efemeridade da matéria, mas tem vínculo indelével com a imortalidade da alma, e com o mundo das sutilezas. Tu vens de uma dimensão esplendorosa e singular, que se encontra sob os auspícios de um Ser Inefável e Incognoscível, mas cuja luz, amor e graça são sentidos por todos nós, misericordiosamente, em nosso mísero e pecaminoso templo interior.
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outubro 27, 2023
PALESTRA NA ARLS 19 DE NOVEMBRO - CURITIBA
A convite do VM Edigar Marcos Vita e do irmão Celso Mello, realizei uma pequena palestra na ARLS 19 de Novembro na noite fria e chuvosa de ontem, dia 26, em Curitiba,
Tropecei ao entrar no Templo e machuquei os joelhos o que gerou uma infinidade de piadas dos bem humorados irmãos, tais como, "já deixou seu sangue ao entrar em nossa Loja".
Demonstrando a humildade que é característica do bom maçom, o VM Vita havia desempenhado o cargo de 1o Diácono em visita que fiz anteriormente a outra Loja, e o irmão Mello, que ocupa o importante cargo de 2o Grande Vigilante da Grande Loja do Estado do Paraná, nesta sessão atuou como Mestre de Cerimônias. Ambas fazendo jus ao adágio, que em Loja, irmão não escolhe função, faz o que for necessário.
Como sempre acontece a palestra foi muito aplaudida e os irmãos se interessaram em adquirir meus livros para ampliar ainda mais o seu conhecimento maçônico.
O evento foi encerrado com excelente ágape.
RENASCIMENTO, REFORMA RELIGIOSA E CONTRA REFORMA RELIGIOSA - Alfério Di Giaimo Neto
O processo de criação de uma nova cultura, relacionada com as mudanças em geral e as novas formas de pensar, de agir, e sentir, entre os europeus do século XV, foi chamado de Renascimento. Foi a criação de uma cultura leiga que se preocupava com as coisas deste mundo, tendo o homem como centro, em contraposição à cultura sacra voltada basicamente para o domínio do “sagrado”. Nesse processo tivemos, entre outras coisas: a substituição do “Cavaleiro” pelo “Burguês”, individualista e naturalista, e a nudez (antes proibida) nos quadros pintados, principalmente, por Leonardo da Vinci e Michelangelo.
A partir do século XVI começou a apresentar sinais de decadência devido a três fatores, principais:
1) Crise Econômica, devido a diminuição dos negócios de importação de iguarias, devido as grandes navegações que supriam o mercado com menores preços e as guerras. O mecenato foi diretamente afetado.
2) A Reforma Religiosa e a Contra Reforma Religiosa, que veremos a seguir.
3) O caráter de “elite” demonstrado pelos participantes desse processo. O povo não participou desse movimento, considerado um erro crasso do movimento.
Reforma Religiosa
No final do século XV ocorreu a decadência dos feudos, aumentando as forças das cidades, da burguesia e da nova cultura implantada pelo Renascimento. Movimentos exigiam reformas na Igreja Católica. A divisão entre os cristãos fez surgir novas igrejas, genericamente, chamadas de “protestantes”, devido os seguintes motivos:
1) As novas ideias oriundas do Renascimento.
2) Abusos e corrupção do Alto Clero Católico em Roma.
Nesse clima, Martinho Lutero, monge agostiniano, formulou com clareza o que o povo sentia e precipitou a ruptura do mundo cristão.
As reformas ocorreram em diversos locais e tiveram vários protagonistas.
1) – Alemanha: (na Saxônia) Martinho Lutero dizia que a leitura refletida da Bíblia conduzia à salvação espiritual. Estopim das discussões foi a venda de “Indulgências” para a construção da Basílica de São Pedro. Lutero foi excomungado e queimou a bula papal. A doutrina espalhou-se rapidamente e gerou lutas sangrentas.
2) – Suíça: o francês João Calvino, em Genebra, baseado em Lutero porém mais radical nas exigências e foi influenciado pela mentalidade comercial (obtenção de lucros).
3) – Inglaterra: o Rei Henrique VIII queria se divorciar de Catarina Aragão para casar com Ana Bolena. Papa recusou o pedido por motivos políticos. O Rei rompeu com o Papa e fez com que o Parlamento fizesse dele o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Era uma mistura de catolicismo, calvinismo, estruturando o Anglicanismo.
Contra Reforma Religiosa ou Reforma Católica
Em meados do século XVI iniciaram-se as mudanças para combater o protestantismo em ascensão. Católicos reformistas apoiados pela nobreza europeia, forçaram a eleição de diversos Papas reformistas. Sem resultados adequados.
Os Jesuítas tornaram-se, portanto, após outras tentativas, a principal Ordem da Igreja Católica, atuando principalmente nos campos de ensino e pregação.
Missionários ficaram famosos, com São Francisco Xavier (India e Japão), Manuel da Nóbrega e José de Anchieta (Brasil).
Nos anos de 1545 a 1563, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento, que repeliu a doutrina protestante, aprovando integralmente a doutrina católica, tendo como principal virtude a caridade cristã.
Nessa época, intensificou o TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO, condenando pessoas como Galileu, Copérnico e outros. Foi elaborado o INDEX que era uma lista de livros proibidos, considerados heréticos e imorais pela Igreja Católica.
Houve também, a publicação de Manuais de Catecismo, do Breviário, do Missal e da Vulgata, que é a tradução, convenientemente adequada, da Bíblia pela Igreja Católica.
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outubro 26, 2023
VISITAS MAIS DO QUE ESPECIAIS
Desde a fundação das Lojas e das Lives virtuais no ano 2020, alguns irmãos estudiosos de maçonaria tem se encontrado todas as semanas nas excepcionais palestras que estas sessões remotas proporcionam e após centenas de encontros de estudos criou-se um ligação e um afeto que justificam o mote maçônico de que fazemos parte de uma família universal.
Conversamos por telefone e pela internet, trocamos informações e conhecimentos e criamos uma forte ligação que se materializa em raros encontros pessoais, muito afetuosos.
Foi o que aconteceu nesta visita à Curitiba, onde vários destes irmãos foram prestigiar a minha palestra na ARLS Giuseppe Garibaldi m. 3500.
Na primeira foto aparecem, da esquerda para a direita os irmãos Rodrigo Baptista, José Macedo, Carlos Hossaka, eu, José Eliseu Maltaca e Moisés de Oliveira. Na segunda foto os irmãos Moisés de Oliveira e José E. Maltaca aparecem paramentados como as autoridades maçônicas que são, deputados da potencias GOB-PR e GOP.
PALESTRA NA ARLS GIUSEPPE GARIBALDI 3500 - CURITIBA
Na noite de ontem, 25/10, tive a grata satisfação de fazer a palestra "O caminho da Felicidade", na ARLS Giuseppe Garibaldi . 3500 do GOB-PR, uma das três Lojas paranaenses com o mesmo nome, uma em cada potência regular, e parte da constelação das Lojas Garibaldinas em todo o mundo.
O rito praticado é o York, porém em idioma italiano, e o Maestro Venerabile, irmão Alexandre Lazaro Scolari, fluente no idioma, conduziu uma belíssima sessão, que para mim, após 42 anos de Ordem, soou diferente e até certo ponto romântica, dada a beleza e a sonoridade do idioma de Dante.
Entre outras autoridades estava presente o Grão Mestre de Honra do GOB-PR, irmão Luis Mário Luchetta.
A palestra, como sempre acontece, provocou depoimentos emocionados dos irmãos que se sentiram tocados pelos ensinamentos nela contidos.
A sessão foi encerrada com um lauto ágape, composto obviamente de pasta e vino, e um delicioso acompanhamento de picanha e cordeiro.
Notte indimenticabile
HAMAS - Denis Lerrer Rosenfield
Desinformação propagada por Lula, PT e seus satélites exige uma espécie de pequeno dicionário para analisar a junção entre a ideologia e a estupidez humana
A desinformação propagada pelo governo Lula, pelo PT e por seus satélites, como PSOL, PCdoB e MST, exige que se faça o esclarecimento do significado de certas palavras, sob pena de afundarmos no abismo moral. Exigiria, mesmo, uma espécie de pequeno dicionário, voltado para a análise da junção entre a ideologia e a estupidez humana. As palavras perdem o seu significado e são substituídas pela irrupção disfarçada da maldade.
Terror.
O ataque do Hamas a Israel foi um ato inequívoco de terror. Visados foram bebês, trucidados e queimados, crianças assassinadas na frente de seus pais e vice-versa, sequestros de crianças levadas para Gaza, idosos e mulheres feitos reféns, jovens assassinados numa festa rave no sul do país e assim por diante. Tais atos se inscrevem na história humana da maldade, cujos antecedentes recentes são o Isis (Estado Islâmico) e as ações nazistas conduzidas pela SS. Himmler ficaria orgulhoso de seus herdeiros e simpatizantes de esquerda.
Dois Estados.
Os que não condenam o Hamas supostamente com o intuito de garantir a neutralidade do País, a exemplo das notas vergonhosas do Itamaraty e de membros do governo, esquecem um fator central: o Hamas não defende a solução de dois Estados, Israel e Palestina. Defende, sim, um único Estado: o do Hamas, do Mediterrâneo ao Rio Jordão, sob a sua dominação e a imposição da Lei Islâmica. O Hamas não representa os interesses dos palestinos. Tal função é exercida pela Autoridade Palestina, que desfruta de reconhecimento internacional. A Justiça encontra-se na criação de dois Estados, sem que o terror seja utilizado para destruir o outro, como é pregado pelo Hamas, desde a sua fundação.
Campos de concentração.
Outra pérola da estupidez encontra-se no dizer de pseudojornalistas que consideram, seguindo a propaganda do terror, que Gaza seria um “campo de concentração”. Os judeus seriam os novos nazistas. Talvez essa esquerda debiloide tenha razão apesar dela. Sim, Gaza é um campo de concentração criado, administrado e supervisionado pelo Hamas, que exerce a sua autodeterminação, uma vez que Israel desocupou o seu território. É essa organização terrorista que desvia recursos de saúde, emprego, educação e saneamento para a construção de túneis subterrâneos, compra e manufatura de foguetes, mísseis e armamentos. Oprime mulheres e reprime e assassina homossexuais. Nos túneis fica o exército terrorista, acima fica a população civil servindo de escudo humano. Eis por que o Hamas procura impedir o deslocamento da população civil.
Cessação de hostilidades.
Os diferentes chamamentos para a interrupção das hostilidades, em que pese a sua fachada humanista, visam simplesmente a interromper a contraofensiva israelense, voltada para a aniquilação dos terroristas. Procuram, isto sim, assegurar a vitória do Hamas, mantendo a sua estrutura militar intacta. A cobertura humanista do PT é apenas a manifestação de sua conivência com o terror. Segundo sua perversa lógica, quem se defende de atentados terroristas comete “genocídio”! Contribuição inestimável à história universal da ignomínia. Lula, embora tenha condenado o “atentado terrorista” em Israel, travou a língua e não conseguiu pronunciar a palavra Hamas. Talvez tenha ainda presentes as congratulações que recebeu deste exército do terror ao ganhar a eleição presidencial. À esquerda, assinale se a posição digna do presidente do PSB, Carlos Siqueira, que condenou sem ambiguidades o terror islâmico.
Artistas.
O silêncio dos artistas apoiadores do PT (exceção feita a Gilberto e Preta Gil) é ensurdecedor. Fizeram algazarra para eleger Lula, mas agora estão mudos. Ao se calarem, mostram-se coniventes com o terror e com o assassinato de 260 jovens num evento musical. Imaginem o barulho que fariam aqui, no Brasil, se uma só pessoa fosse assassinada num festival. Agora, acolá, os critérios desaparecem ao cruzarem o Atlântico. Jovens judeus e não judeus são exterminados, como se isso fosse justificado. É uma vergonha.
Antissionismo e antissemitismo.
O ataque terrorista do Hamas mostra claramente o seu caráter antissemita, voltado para a destruição do Estado de Israel e a aniquilação dos judeus. Nada diferente do que tentaram fazer os árabes e o mufti de Jerusalém ao não reconhecerem a existência do Estado judeu e ao recusarem a criação de um Estado palestino igualmente inexistente. Prometeram jogar os judeus ao Mediterrâneo. Eram contra a criação de dois Estados, tal como o Hamas. Um importante líder social-democrata do final do século 19 e início do século 20, August Bebel, já dizia que o antissemitismo é o socialismo dos idiotas.
Princípios morais.
A esquerda petista, com os seus assemelhados, mostra de uma forma contundente a sua ausência de princípios morais. A sua defesa dos direitos humanos é mero disfarce para incautos. O governo deveria alterar o nome de seu Ministério dos Direitos Humanos para Ministério dos Direitos Inumanos. Questão de coerência.
Epílogo.
E o destino dos reféns, aterrorizados?
Publicado em O Estado de S. Paulo (23/10/2023)
outubro 25, 2023
VISITA AO ROTARY CLUBE CURITIBA FRATERNA
Quando fui presidente do Rotary Eclub do Distrito 4420 em 20/21 no início da pandemia fazíamos palestras virtuais e uma das melhores foi a realizada pelo Ex Governador do Distrito Dionísio Olicshevics e pela companheira Patrícia Cury Dias Baptista, atualmente presidente do Rotary Clube de Curitiba Fraterna.
Hoje, dia 24 de outubro, a convite do companheiro e irmão Dionísio pude lhes agradecer pessoalmente em um almoço neste Rotary Clube, que se reúne em um agradável restaurante no Bairro Batel da capital paranaense.
Ainda assisti a uma interessante palestra do companheiro Alberto Chaim sobre a ação rotaria na comunidade. Fui convidado também a apresentar o trabalho beneficente que realizo há mais de duas décadas.
UM PRESENTE PRECIOSO
Como lembrança da minha palestra na ARLS Ordem e Progresso n. 58 em Curitiba, realizada no dia 24, recebo do Venerável Mestre irmão Rolf Michel, um notável artista, músico e pianista, um livro excepcional, com uma carinhosa dedicatória.
PALESTRA NA ARLS ORDEM E PROGRESSO 58 - CURITIBA
Na foto, com o livro na mão, irmão Marcio Thomé, eu e o irmão Nelson Folconi,
A minha viagem a Curitiba, há muito planejada, acabou sendo materializada devido ao convite do irmão Márcio Thomé, o motociclista das estrelas, para palestrar em sua Loja, a ARLS Ordem e Progresso n, 58, da Grande Loja do Paraná. Foi ontem, 24 de outubro. Loja lotada e também recebendo ilustres visitantes.O Venerável Mestre, Rolf Michel, músico e pianista, conduziu a sessão com a suavidade de uma sinfonia. A Ordem do Dia foi apenas a minha palestra, mais ou menos meia hora, mas que despertou grande emoção nos presentes. Nas perguntas feitas a seguir, diversos participantes relataram situações de vida que foram resolvidas ou que serão resolvidas com os ensinamentos do "Caminho da Felicidade", ou a Cabalá da Felicidade.
A agradável noite foi encerrada com uma sinfonia de pizzas e excelente vinho, que se prolongou até as 23 horas, enquanto os irmãos recebiam os autógrafos nos livros e continuavam a perguntar, os que expressa o elevado interesse que a palestra gerou. Evento inesquecível.
ABRINDO AS PORTAS PARA A INTELIGÊNCIA - Newton Agrella
É incrível como a cada dia abstraímos mais informações e nos damos conta que as lições são infinitas.
Parece cada vez mais evidente que o lugar mais desafiador e complicado para estar é exatamente dentro de nós.
E o instigante neste processo é que os exemplos estão à nossa frente.
Ainda ontem, durante uma sessão filosófica o "coach", com extrema maestria e tranquilidade conseguiu imprimir um profundo clima de interação entre os presentes, onde o propósito era empreender uma busca interior, através de alguns recursos estimulantes como uma suave música de fundo, breves intervalos de silêncio e de uma linguagem sugestiva e incentivadora de modo que cada um pudesse fazer uma coleta dos "dejetos emocionais" que se acumulam e se instalam dentro de sí e "inteligentemente", serem, de algum modo despejados.
Descemos alguns degraus e revisitamos o nosso interior, metaforicamente, como se estivéssemos diante do V.'.I.'.T.'.R.'. I.'. O.'.L.'. na Câmara de Reflexões.
E após alguns minutos de silêncio entre inspirações e expirações, retomamos estes mesmos degraus com a alma e o cérebro mais leves numa jornada curta e consistente de inegável apelo à nossa inteligência emocional.
Parece simples, mas não é.
O exercício impõe entrega, cuidado, mentalização, foco e um espírito desarmado de preconceitos e prevenções.
Lá no fundo, significa predispor-se a entregar-se a si mesmo e a aprendermos a interpretar o que há nesta leitura emocional.
A palavra latina INTELIGENTTIA, provém do verbo "intelligere" , termo composto por intus (entre) e legere, que significa escolher ou ler.
Somos agentes e sujeitos de um processo interior que nos conduz a uma espécie de autoconhecimento e que maçônicamente significa o aprimoramento constante de nosso nível de consciência.
E assim vamos nos permitindo explorar nossas potencialidades e assumirmos que o lugar mais inquietante que toca mais fundo nossa alma e nosso abrigo mental é o inóspito território das emoções.
O RELATIVISMO ÉTICO DO TERROR - Becky S. Korich
Há duas semanas estamos tentando pensar em outra coisa, nos preocuparmos com os pequenos problemas do cotidiano, mas o cenário de fundo prevalece, as cenas de terror tomaram conta de tudo. Entraram nas nossas casas, penetraram nos nossos corpos, intoxicaram nossas conversas, obrigaram nossos olhos a acreditar no inimaginável. Com o estômago embrulhado e a mente confusa, é difícil processar a selvageria do horror (espero que nunca consigamos) que deflagrou este ciclo atroz de violência no outro hemisfério. A vida parece estar menor, as almas mais tristes, o mundo retrocedeu.
Além das ramificações que todas as guerras geram, o mundo inaugura uma guerra inédita, com um reality show do lado desumano do ser humano. Como disse em uma entrevista Simone Veil, sobrevivente do Holocausto e ícone da luta pelos direitos das mulheres, o homem é capaz do pior: "Creio que sou uma otimista, mas, desde 1945, não alimento mais ilusões. Daquela experiência terrível eu guardei a convicção de que alguns seres humanos são capazes do melhor e do pior".
O terrorismo é propagado e celebrado. O plano engendrado pelo Hamas não se acanhou: matar, estuprar, sequestrar e torturar civis. Deram o recado ao mundo de que não se importam com o sofrimento humano —israelense ou palestino, ambos vítimas desse terror.
Inaugurou-se a guerra das redes, onde todos falam muito e pouco sabem, onde verdades e mentiras são selecionadas para caber em uma ideologia engessada. Os "especialistas", que não sabem a diferença entre Homus e Hamas, encaixam os fatos nas suas crenças: primeiro a crença (absoluta), depois os fatos (relativos). Em nome da militância, se relativiza o terror, se perde a memória, se anestesia à dor dos outros.
O mundo virtual, em que somos personagens de nós mesmos, é um palanque para propagação das nossas próprias "virtudes" morais, por trás da proteção do escudo blindado das telas. Quanto mais um sujeito "participa da luta" melhor cidadão ele se torna. É um terreno propício para a cultura do mal (no sentido científico: crescimento, reprodução e desenvolvimento de bactérias em um ambiente controlado) onde as pessoas disseminam notícias enviesadas e, mesmo inadvertidamente, estimulam ideologias que pregam o ódio pelo ódio.
O pior dos ignorantes é aquele que conhece apenas uma parte da história: acha que sabe tudo, mas sabendo só uma parte, não sabe nada do todo. A eles falta a humildade de querer saber. A preguiça intelectual decorrente desse princípio hermenêutico é temerária, porque vicia o pensamento, empobrece as ideias e não suporta opiniões dissonantes da causa que sustenta.
Quando tudo é visto como uma "narrativa", a busca pela definição se torna cada vez mais nebulosa e tudo que dela decorre se revela como meras representações vazias. Um prato cheio para legitimar o relativismo ético e moral. Assuntos complexos e multifacetados se posicionam a apenas um eixo, rotulado de "esquerda" ou "direita", "opressor" ou "oprimido".
Quando se trata da questão Israel e Palestina, os preconceitos não tardam a se revelar. Existem dois protagonistas nesse conflito: o Hamas não faz parte deles. Não dá para construir a paz com quem queira destruir um Estado. O Hamas não tem procuração dos palestinos para representá-los. Aliás é de se perguntar: será que nos dois anos planejando o ataque brutal a Israel, o grupo terrorista não teve tempo para pensar na proteção dos palestinos de Gaza, que hoje são vítimas do seu terror?
Equiparar a posição de todos os palestinos com os métodos do Hamas é um desserviço para os próprios palestinos. Uma pesquisa feita em julho deste ano pelo Instituto de Política do Oriente Médio de Washington apurou que metade dos habitantes de Gaza concordou que o Hamas deveria "parar de apelar à destruição de Israel e, em vez disso, aceitar uma solução permanente de dois Estados baseada nas fronteiras de 1967" e 58% da população de Gaza apoiou a retomada das negociações com Israel. Quase metade (42%) dos habitantes de Gaza concordou com a seguinte afirmação: "Espero que um dia possamos ser amigos dos israelitas, já que, afinal, somos todos seres humanos".
O demônio do antissemitismo e do preconceito, que ainda encontra abrigo em corações adormecidos, vem traçando o seu destino de odiar, dividir e não unir.
O trabalho de reconstrução precisa começar, para que não custe o sofrimento de mais uma geração. Em todo o mundo, comunidades de palestinos e judeus precisam reconstruir o diálogo e a confiança, baseados no simples princípio de que as vidas — palestinas ou israelenses — são igualmente preciosas e estão indissoluvelmente interligadas.