novembro 02, 2023

A NORMA DOS TRÊS, CINCO E SETE MAÇONS PARA FORMAR UMA LOJA


A iniciação na Maçonaria só pode ser realizada numa Loja e por uma Loja. Ora, uma loja é necessariamente um grupo de maçons. A iniciação não é transmitida de indivíduo para indivíduo, mas é entregue a um indivíduo por um grupo de indivíduos.

Algumas obediências maçônicas, entre as quais a Grande Loja Unida de Inglaterra, consignaram nas suas constituições um privilégio do Grão-Mestre, que consiste em “fazer” maçons “à vista” de acordo com o seu próprio julgamento. Para estas obediências, a Grã Mestria, que nada mais é do que uma simples função administrativa, tem um carácter sagrado, que lhe valeria essas prerrogativas extraordinárias. Isto decorre de uma mentalidade profana e arcaica.

Os maçons que se projetam na imagem do “Pai” que pode fazer tudo, dificilmente podem avançar na Arte Real. Pelas suas próprias características, uma iniciação conferida nessas condições é inválida, devido ao simples motivo de não contribuir com nada para o destinatário.

Quando lhe é conferida nas melhores condições possíveis, dentro de uma Loja bem preparada, ainda é necessário que o Maçom trabalhe duramente para que a iniciação lhe forneça o “suplemento de alma” necessário para o progresso espiritual. Citamos esta prática apenas para denunciar um procedimento antitradicional, anti-iniciático, nada razoável e inepto.

Todos os rituais dizem que, três maçons formam uma Loja simples, que cinco a tornam justa e sete a tornam “perfeita”.

Os três maçons da Loja simples são o Venerável e os dois Vigilantes. Estes três oficiais: o Venerável e os dois Vigilantes, são chamados as “luzes” da Loja. A Loja é justa quando a estes se juntam o Secretário e o Orador. Finalmente, a Loja é “perfeita” quando aos cinco se juntam o Experto e o Cobridor Interno. Os lugares de Tesoureiro e Hospitaleiro podem ficar vagos porque essas funções participam na administração da Loja no intervalo entre as sessões, e não durante as próprias sessões.

Com “sete”, a Loja é perfeita, pois o conjunto possui todas as faculdades necessárias para a sua operação e todos os elementos de uma estrutura coerente: O Venerável, os Vigilantes, o Cobridor Interno, as pessoas encarregadas do adequado desenvolvimento do ritual, o guardião da lei (Orador) é a memória do grupo.

Existem, contudo, opiniões diferentes. Assim, Jules Boucher, e, “Simbolismo Maçônico” (La symbolique maçonnique) refere-se a rituais antigos para afirmar que cinco maçons, desde que sejam mestres, podem abrir uma loja e que uma loja justa e perfeita consiste adicionalmente de um companheiro e aprendiz e que não requer sete oficiais. Há também quem substitua o Experto pelo Mestre de Cerimônias por considerar que a sua função é essencial para a execução do ritual.

Esta regra de Três, Cinco e Sete poderá ter sido estabelecida em meados do século XVIII. De facto, é por volta de 1750 que os oficiais das Lojas são, com poucas qualificações, os mesmos que conhecemos hoje. É por volta de 1735 que o “Irmão que circula na Loja” se torna o Mestre de Cerimônias e que a função de Orador é criada para libertar o venerável dos discursos cerimoniais.

Os documentos mais antigos que se conhecem sobre a organização das Lojas (Edimburgh Register, por volta de 1630/1650) mencionam o Mestre, os dois Vigilantes e os “mordomos” (stewards). Em França, o grupo de oficiais não incluía, até 1735, mais do que três membros: o Venerável e os Vigilantes.

Traduzido e adaptado de publicação em Masoneria del Mundo (14 de Dezembro de 2017)

novembro 01, 2023

EXERCITO REAL - Roberto Ribeiro Reis


O cenário é aterrorizante! Corpos se amontoam, indiscriminadamente, numa fotografia na qual somente a dor e o desespero pedem passagem. É o caos que não perdoa aos idosos, às mulheres e às milhares de crianças. A esperança jaz, junto à carnificina que exala angústia e aflição.

Por mais odioso e cruel que seja o homem, não há como não ser tomado de um sentimento diverso senão o de compaixão; aquele dó que deixa a garganta travada e a voz embargada, tentando represar (em vão) o choro convulsivo e que clama por paz.

É um dó que domina aqueles que se digam cristãos, judeus, mulçumanos, ou os que assim não se proclamem; é um pedido urgente e premente pela misericórdia do Criador, porquanto, infelizmente, fica cada vez mais impossível esperar algo dos homens.

A banalização das tragédias humanas tem sido algo que cresce, vorazmente, em progressão exponencial, de sorte que aquilo que lemos ou assistimos parece ser um roteiro de filme hollywoodiano, quando (infelizmente) não o é. A hecatombe a que temos assistido parece longe de um final feliz e incruento.

O ódio tem reverberado de maneira lancinante, e a vingança tem sido a força-motriz da medida da iniquidade. Uma iniquidade sem limites, que despreza leis, tratados ou quaisquer convenções que digam respeito aos direitos humanos. Os envolvidos nesta barbárie o fazem com uma convicção inamovível, crentes de que em tudo o que fazem existe o aval divino.

Meus Irmãos! Que todas as lojas maçônicas possam, em uníssono, formar uma cadeia de união em prol de nossos irmãos, tanto os israelenses, quanto os palestinos; o Grande Arquiteto do Universo, ao qual devemos toda honra e glória, não faz distinção de seus filhos. Ama-os, com toda sua bondade e benevolência, com todo seu perdão e indulgência, incondicionalmente.

Que nossas vibrações sejam de paz, de harmonia e de concórdia! Que nos sintamos integrantes de um Exército Real, cujas armas sejam somente o bom pensamento, as ótimas palavras e, principalmente, as excelentes ações. Que em tudo vejamos a obra do Arquiteto Maior, valorizando sua criação e lutando por sua imprescindível preservação.

Que não sejamos pessoas moucas aos apelos dos que sofrem, dos pobres, dos oprimidos, dos subjugados e desvalidos. Há tanta dor e luto espalhados pelo mundo e, ainda assim, só conseguimos nos concentrar em nossas aspirações egóticas; há tantos doentes e famintos ao nosso derredor, mas só priorizamos nossos caprichos pessoais.


Temos a nobilíssima e bem-aventurada missão de sermos agentes transformadores da paz. Não desejamos ser indivíduos que profanam a humanidade, e que a ferem de morte. Já há tantos fratricidas, inescrupulosamente assim agindo. Unamo-nos ao redor da luz feita de verdade, justiça e bondade, que é essa luz inesgotável e perene espargida por nossa Sublime Ordem. Que o dó que nos domina não nos deixe paralisados, mas que nos torne Ativistas Reais, sedentos de um mundo muito melhor!





Roberto Ribeiro Reis

ARBLS Esperança e União 2358

Or.'. Rio Casca-MG

outubro 31, 2023

CONSCIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO - Amélie André-Gedalge


As leis do Universo podem parecer-nos conhecidas, mas quanto mais os investigadores avançam, mais encontram, mais se multiplicam os convites à pesquisa. Este já é, sem dúvida, um aspecto da lei da complexidade do Universo. E nós, maçons, estamos conscientes da necessidade desta pesquisa. Pesquisem, meus irmãos e vocês encontrarão.

A conferência de hoje, relativa à evolução da vida em direção à consciência e ao divino, desperta as nossas mentes e aguça a nossa ignorância. O que sabemos sobre a vida, a morte e muito mais, a consciência do homem, até mesmo a divina?

Deveríamos procurar Deus no homem? Deveríamos pensar em outra coisa se ela não existe? Temos que viver pacientemente sob as leis do universo para um dia aprendermos mais? Pelo contrário, deveríamos estar felizes por existir aqui e agora sabendo que nunca saberemos, mas que sabemos! Seja feliz em tudo, em todo lugar e com tudo, diz um preceito, se a honra não lhe for contrária.

Tudo está acelerando. Mesmo que o Ocidente tenha sofrido um revés devido à sua intolerância para com os estrangeiros em períodos de imaturidade, o conhecimento está a explodir.

As três dimensões de ontem estão prestes a ser guardadas no armário do conhecimento. Astrofísicos, mas também biólogos, questionaram ou questionam o que parecia certo. O que parecia certo ontem torna-se menos certo hoje. Nossas certezas nos abandonam, mas somos movidos por uma dúvida, e não por qualquer dúvida, uma dúvida maravilhosamente construtiva.

Sabemos que existem organismos que vivem em temperaturas ou condições onde a vida normal não seria possível. As rãs na Austrália podem sobreviver três anos sem água no deserto. As cobras podem congelar e renascer após o inverno. As aranhas microscópicas podem permanecer em estado de vida letárgico durante dez mil anos, suspensas a vários quilómetros de altitude e aterrando para serem reativadas dependendo dos ventos e das circunstâncias.

Sabemos que as cores são apenas comprimentos de onda vibracionais. Sabemos novamente que os gatos localizam os nós de energia da rede Hartmann, algo que os romanos já sabiam dos egípcios.

Sabemos que a matéria atômica contém glúons e quarks; também sabemos pela física quântica que o que vemos não é necessariamente o que é.

Ainda sabemos que o universo teria outras dimensões. Alguns cientistas sentem o que os Cabalistas sentiram há centenas de anos.

Algumas pessoas falam sobre a teoria das cordas, outras sobre a matéria escura ou a falta de massa, tantas portas se abrem para a nossa crescente ignorância. 

O espaço e o tempo são cada vez mais desafiados.

A propósito do espaço, já em 1900, Max Planck definiu uma das constantes da física mais conhecida como comprimento de Planck. Abaixo disso, sendo a menor dimensão concebível na física, a noção de espaço perde o sentido.

Quanto ao tempo, Emmanuel Kant já dizia que era apenas um modo de representação do mundo ligado à filosofia do homem. Em outras palavras, pensar de forma diferente nos permitiria ver o tempo de forma diferente. Quem sabe ? Porém, teremos que derrotá-lo para viajar ao espaço sideral. Além do mais, já não o teríamos conquistado através da imortalidade da nossa alma? Já não seríamos herdeiros de um tempo além da realidade? Quem sabe que parte de nós é herdada? Quem entre nós sabe o que restará dele na mente dos seus contemporâneos?

Nosso conhecimento evolui e penetra lentamente, mas cada vez mais rapidamente, nas leis do universo e, em si, é também uma aplicação da lei da complexidade.

Que tudo seja matemático não seria uma surpresa. Os Antigos já afirmavam isso na Grécia antiga. Seria um retorno ao básico, a quadratura do círculo.

Quanto à nossa consciência humana, como ousamos considerá-la um produto acabado? 

O homem continua a evoluir. Mesmo na escala das referências médicas contemporâneas, as estatísticas e os resumos da Organização Mundial da Saúde estigmatizam as mudanças comprovadas.

Mais avançados que o chamado homem de Neandertal somos, e o homo sapiens de hoje também é mais avançado que seu irmão Cro-Magnon, mas ninguém negará que daqui a cinquenta mil anos nossos descendentes farão a mesma reflexão aos nossos. se entretanto não houver catástrofe.    

Quais são os limites do que o homem pode alcançar? Fazer a pergunta é mostrar mais uma vez a nossa ignorância.

E por que não propor a sedutora hipótese onírica de que a conexão de todas as consciências individuais permitiria ao homem, neste ponto perfeito de conhecimento, um dia dizer: “agora Deus existe!” " Quem sabe ?

Em todo caso, o que todos terão ouvido é que tudo estaria interligado, que a vida da nossa consciência não seria concebida na solidão.

Na verdade, não somos homens, nem imortais, nem maçons sozinhos. Para existir e evoluir, todos precisam dos outros. 

Esta maravilhosa oportunidade que temos de existir deve nos levar a irradiar amor e fraternidade. O que temos que transmitir ao futuro, nós o alimentamos todos os dias rastreando os maus companheiros que existem em nós.

Onde estaríamos sem a Fraternidade, sem os outros aos quais o nosso espírito nos liga?

A vida é evolução e nós participamos da evolução. Viver não pode prescindir de amar e morrer para criar continuamente, à nossa imagem.

Então, vivamos em Fraternidade. Não é pior, mesmo e especialmente onde é difícil, seja no Afeganistão, na Costa do Marfim, no Iraque, perto de casa ou em qualquer outro lugar!

Concluindo, poderíamos fazer uma espécie de aposta, e parafraseando Blaise Pascal e contradizendo-o modestamente: não nos ajoelhemos, vamos nos acalmar e amar, e em breve viveremos...eternamente.

outubro 30, 2023

ENTRE O DIVINAL E O FILOSÓFICO - Newton Agrella



Saber e acreditar que DEUS existe é uma condição "sine qua non".

Trata-se da única explicação plausível que justifica e ratifica a nossa existência.

Em outras palavras, trata-se de um Princípio Criador e Incriado do Universo.

O surgimento das religiões, crenças e credos no entanto, em tese, é um dispositivo humano cuja missão é a de um  "amortecedor espiritual" que se traduz como forma de amenizar dores, sofrimentos e além disso, de injetar uma contínua dose de esperança por uma jornada cada vez mais profícua ao longo da vida.

No entanto, as repetidas e insistentes tentativas de vincular a filosofia maçônica aos preceitos divinais e religiosos inclusive de âmbito  proselitista parecem inesgotáveis por parte de significativo contingente de maçons.

Não raro, a impressão que fica, é que estamos participando de um Culto, de uma Missa, de uma Sessão Espírita ou de qualquer outro Serviço Religioso.  

Na apresentação de textos e mesmo em Palestras ou nas singelas saudações entre Irmãos, são recorrentes as eloquentes e efusivas manifestações de bençãos, exaltações divinas e principalmente de citações bíblicas, bem como de algumas outras citações contidas em outras literaturas religiosas, inobstante suas origens.

Esta entrega ao dogmatismo, quer queira quer não, impõe um freio à capacidade de elaborar meios de se buscar a explicação dos fenômenos humanos e naturais através do processo "especulativo".

A Maçonaria  Especulativa, que é a que se pratica hoje em dia, é o processo

de transformação que os ingleses  denominaram de "Revival", que significa renovação, renascimento, cujos indícios sugiram por volta do início do século XVIII.

O adjetivo “especulativo” só foi aplicado aos Maçons “Aceitos” em meados do século XVIII.

A referida denominação de  era dada, a todo aquele propenso à contemplação e à reflexão. 

O “especulativo” era o idealista, o pensador e não o homem de ação ou profissional

Eram homens cultos, eruditos, artistas, escritores e historiadores que passaram a ser "Aceitos" na Sublime Ordem.

Lembrando que o verbo especular advém do Latim *"speculari"* que significa observar ou examinar minuciosamente, cuja raiz é *"specio"* (espelho) que quer dizer ver, olhar, enxergar.

Com o processo de transformação linguística ao longo do tempo,  tanto no âmbito morfológico quanto semântico, *"speculari"* ganhou o significado de examinar alguma coisa, um tema, ou um assunto, refletindo sobre o mesmo mentalmente, ou seja; analisando suas origens, desenvolvimento e consequências sob o ponto de vista dialético. 

Assim, o adjetivo "especulativo"   no que se refere à Filosofia é aquilo que impõe uma análise abstrata e teórica para se chegar ao conhecimento.  

A filosofia Especulativa se concentra no âmbito do raciocínio, na natureza da razão, e no exercício infinito do pensamento.

É justamente essa natureza que confere à Maçonaria um caráter universal na sua essência, permitindo uma diversidade de posições filosóficas, desde que não sejam radicais ou extremistas, razão pela qual nela encontraremos ritos deístas, teístas e até mesmo agnósticos.

Essa é a Tolerância e a Liberdade de Pensamento que caracterizam seus Princípios e sua verve filosófica.

Portanto, a Maçonaria Especulativa constitui-se  numa entidade filosófica, posto que seu propósito é o de investigar, pesquisar as leis da natureza, as relações humanas e o Universo;  bem como, estabelecer uma relação do conhecimento com as bases da moral e da ética.

Esse arcabouço dialético é o que a torna um instrumento para o progresso e a evolução humana, sem se prender a sincretismos, dogmas, estereótipos ou superstições.  

A Maçonaria Especulativa é progressista e evolucional porque parte do entendimento da existência de um "Princípio Universal Criador e Incriado",  fonte inspiradora que não impõe qualquer barreira ou limite para que o ser humano se esmere na busca da verdade.

Além disso, esse caráter oferece ao homem o exercício de aprimoramento da própria consciência.



outubro 29, 2023

ENCONTRO DE CULTURA MAÇÔNICA - Edio Cohan


Mais uma tarde de aprendizado,
Três renomados palestrantes,
Marcelo Lufiego, Arnoni Caldart e Michael Winetzki,
Com temas muito interessantes.

A  pedido da Grande Loja de Santa Catarina,
Nos propiciaram temas variados,
Abordando feminismo, cérebro e felicidade,
Muito conhecimento sendo repassados.

Oportunizando aos Irmãos e Cunhadas, 
Das três potências irmanados,
Aprender, independente do Rito,
Sobre o tema que foi selecionado.

Do Caos à Ordem,
Foi o que se viu nesta pandemia,
Propiciando reuniões virtuais,
Revelando excelentes palestrantes na Maçonaria.

Hoje, já de forma presencial,
Receber essas mentes brilhantes,
Repassando valiosos conteúdos,
Cativantes e empolgantes.

Gratidão aos idealizadores do encontro,
Com palestrantes de norte a sul do Brasil,
E seus assuntos interessantes.
Que a muito, por aqui não se viu.



18o ENCONTRO DE CULTURA DA GLESC - FLORIANÓPOLIS


 

GRUPO DOENTE - Adilson Zotovici


A terra em mar fremente !...

Grande onda em noite escura

Como açoite hoje à frente

E que brande a desventura


_Hamas_, um grupo doente !

Pregando terror, amargura

Sem piedade, inclemente

Maldade a propositura


Não se mostra competente

Sua má obra configura

Sem maço ou cinzel vigente

A machado sua escultura


Não parece ser temente

Ao Criador a criatura

O desamor é latente

Que infiel sua postura


Ódio tal na voz latente

Não apraz boa ventura

Mortal, algoz do inocente...

"Não há paz nessa loucura" !

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outubro 28, 2023

DONA DE MIM - Roberto Ribeiro Reis


Curvo-me a teus pés. Não o faço por medo ou subserviência. Venero-te de modo incalculável, tal qual o filho que se rende às determinações do Pai Maior, certo de que os regramentos dEste são os melhores para sua vida.

Guardo-te no recôndito de minh’alma e, simultaneamente, tu estás bem dentro de meu coração. Ocupas tanto a minha cabeça, que pareço um jovem apaixonado pela primeira vez, e que não tem outro pensamento senão o de te encontrar, dia após dia.

Amo-te imensamente, pois me permites a liberdade do pensamento, concede-me a manifestação autêntica da expressão, e buscas me ajudar a percorrer pelo indevassável caminho da luz.

És dona de mim! A tua destra me conforta nos momentos de desespero ou desequilíbrio; o teu abraço é tão pujante, que nele encontro um porto seguro capaz de mitigar o torvelinho de pensamentos negativos, que tentam me vencer, a todo custo.

O teu colo oferece aconchego, e no teu seio encontro os nutrientes de que preciso para me desenvolver; é verdade que ainda engatinho pela estrada ampla das facilidades e das desilusões, mas a tua disciplina faz-me voltar para o centro de mim mesmo, ocasião em que restabeleço meu equilíbrio.

Tens a mestria e a desenvoltura que tudo me ensina, buscando moldar minha conduta; todavia, não me obriga a tomar determinada escolha, deixando a cargo de meu livre-arbítrio a decisão eleita.

Continuas a tolerar o rosário de imperfeições de que sou feito, e jamais fizestes acepção de pessoas, discriminando-as ou segregando-as. Ao contrário, teu magistério é balizado na inclusão e na equidade, e tua divisa maior sempre será o amor (incondicional) ao próximo.

Soberana Maçonaria! Tua opulência não se traduz nas coisas afetas à efemeridade da matéria, mas tem vínculo indelével com a imortalidade da alma, e com o mundo das sutilezas. Tu vens de uma dimensão esplendorosa e singular, que se encontra sob os auspícios de um Ser Inefável e Incognoscível, mas cuja luz, amor e graça são sentidos por todos nós, misericordiosamente, em nosso mísero e pecaminoso templo interior.


 


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outubro 27, 2023

PALESTRA NA ARLS 19 DE NOVEMBRO - CURITIBA



A convite do VM Edigar Marcos Vita e do irmão Celso Mello, realizei uma pequena palestra na ARLS 19 de Novembro na noite fria e chuvosa de ontem, dia 26, em Curitiba,

Tropecei ao entrar no Templo e machuquei os joelhos o que gerou uma infinidade de piadas dos bem humorados irmãos, tais como, "já deixou seu sangue ao entrar em nossa Loja".

Demonstrando a humildade que é característica do bom maçom, o VM Vita havia desempenhado o cargo de 1o Diácono em visita que fiz anteriormente a outra Loja, e o irmão Mello, que ocupa o importante cargo de 2o Grande Vigilante da Grande Loja do Estado do Paraná, nesta sessão atuou como Mestre de Cerimônias. Ambas fazendo jus ao adágio, que em Loja, irmão não escolhe função, faz o que for necessário.

Como sempre acontece a palestra foi muito aplaudida e os irmãos se interessaram em adquirir meus livros para ampliar ainda mais o seu conhecimento maçônico.

evento foi encerrado com excelente ágape.

RENASCIMENTO, REFORMA RELIGIOSA E CONTRA REFORMA RELIGIOSA - Alfério Di Giaimo Neto



O processo de criação de uma nova cultura, relacionada com as mudanças em geral e as novas formas de pensar, de agir, e sentir, entre os europeus do século XV, foi chamado de Renascimento. Foi a criação de uma cultura leiga que se preocupava com as coisas deste mundo, tendo o homem como centro, em contraposição à cultura sacra voltada basicamente para o domínio do “sagrado”. Nesse processo tivemos, entre outras coisas: a substituição do “Cavaleiro” pelo “Burguês”, individualista e naturalista, e a nudez (antes proibida) nos quadros pintados, principalmente, por Leonardo da Vinci e Michelangelo.

A partir do século XVI começou a apresentar sinais de decadência devido a três fatores, principais:

1) Crise Econômica, devido a diminuição dos negócios de importação de iguarias, devido as grandes navegações que supriam o mercado com menores preços e as guerras. O mecenato foi diretamente afetado.

2) A Reforma Religiosa e a Contra Reforma Religiosa, que veremos a seguir.

3) O caráter de “elite” demonstrado pelos participantes desse processo. O povo não participou desse movimento, considerado um erro crasso do movimento.

Reforma Religiosa

No final do século XV ocorreu a decadência dos feudos, aumentando as forças das cidades, da burguesia e da nova cultura implantada pelo Renascimento. Movimentos exigiam reformas na Igreja Católica. A divisão entre os cristãos fez surgir novas igrejas, genericamente, chamadas de “protestantes”, devido os seguintes motivos:

1) As novas ideias oriundas do Renascimento.

2) Abusos e corrupção do Alto Clero Católico em Roma.

Nesse clima, Martinho Lutero, monge agostiniano, formulou com clareza o que o povo sentia e precipitou a ruptura do mundo cristão.

As reformas ocorreram em diversos locais e tiveram vários protagonistas.

1) – Alemanha: (na Saxônia) Martinho Lutero dizia que a leitura refletida da Bíblia conduzia à salvação espiritual. Estopim das discussões foi a venda de “Indulgências” para a construção da Basílica de São Pedro. Lutero foi excomungado e queimou a bula papal. A doutrina espalhou-se rapidamente e gerou lutas sangrentas.

2) – Suíça: o francês João Calvino, em Genebra, baseado em Lutero porém mais radical nas exigências e foi influenciado pela mentalidade comercial (obtenção de lucros).

3) – Inglaterra: o Rei Henrique VIII queria se divorciar de Catarina Aragão para casar com Ana Bolena. Papa recusou o pedido por motivos políticos. O Rei rompeu com o Papa e fez com que o Parlamento fizesse dele o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Era uma mistura de catolicismo, calvinismo, estruturando o Anglicanismo. 

Contra Reforma Religiosa ou Reforma Católica

Em meados do século XVI iniciaram-se as mudanças para combater o protestantismo em ascensão. Católicos reformistas apoiados pela nobreza europeia, forçaram a eleição de diversos Papas reformistas. Sem resultados adequados.

Os Jesuítas tornaram-se, portanto, após outras tentativas, a principal Ordem da Igreja Católica, atuando principalmente nos campos de ensino e pregação.

Missionários ficaram famosos, com São Francisco Xavier (India e Japão), Manuel da Nóbrega e José de Anchieta (Brasil).

Nos anos de 1545 a 1563, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento, que repeliu a doutrina protestante, aprovando integralmente a doutrina católica, tendo como principal virtude a caridade cristã.

Nessa época, intensificou o TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO, condenando pessoas como Galileu, Copérnico e outros. Foi elaborado o INDEX que era uma lista de livros proibidos, considerados heréticos e imorais pela Igreja Católica.

Houve também, a publicação de Manuais de Catecismo, do Breviário, do Missal e da Vulgata, que é a tradução, convenientemente adequada, da Bíblia pela Igreja Católica.


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outubro 26, 2023

VISITAS MAIS DO QUE ESPECIAIS




     Desde a fundação das Lojas e das Lives virtuais no ano 2020, alguns irmãos estudiosos de maçonaria tem se encontrado todas as semanas nas excepcionais palestras que estas sessões remotas proporcionam e após centenas de encontros de estudos criou-se um ligação e um afeto que justificam o mote maçônico de que fazemos parte de uma família universal.

    Conversamos por telefone e pela internet, trocamos informações e conhecimentos e criamos uma forte ligação que se materializa em raros encontros pessoais, muito afetuosos.

    Foi o que aconteceu nesta visita à Curitiba, onde vários destes irmãos foram prestigiar a minha palestra na ARLS Giuseppe Garibaldi m. 3500.

    Na primeira foto aparecem, da esquerda para a direita os irmãos Rodrigo Baptista, José Macedo, Carlos Hossaka, eu, José Eliseu Maltaca e Moisés de Oliveira. Na segunda foto os irmãos Moisés de Oliveira e José E. Maltaca aparecem paramentados como as autoridades maçônicas que são, deputados da potencias GOB-PR e GOP. 

PALESTRA NA ARLS GIUSEPPE GARIBALDI 3500 - CURITIBA


 

Na noite de ontem, 25/10, tive a grata satisfação de fazer a palestra "O caminho da Felicidade", na ARLS Giuseppe Garibaldi . 3500 do GOB-PR, uma das três Lojas paranaenses com o mesmo nome, uma em cada potência regular, e parte da constelação das Lojas Garibaldinas em todo o mundo.

O rito praticado é o York, porém em idioma italiano, e o Maestro Venerabile, irmão Alexandre Lazaro Scolari, fluente no idioma, conduziu uma belíssima sessão, que para mim, após 42 anos de Ordem, soou diferente e até certo ponto romântica, dada a beleza e a sonoridade do idioma de Dante.

Entre outras autoridades estava presente o Grão Mestre de Honra do GOB-PR, irmão Luis Mário Luchetta.

A palestra, como sempre acontece, provocou depoimentos emocionados dos irmãos que se sentiram tocados pelos ensinamentos nela contidos. 

A sessão foi encerrada com um lauto ágape, composto obviamente de pasta e vino, e um delicioso acompanhamento de picanha e cordeiro. 

Notte indimenticabile

HAMAS - Denis Lerrer Rosenfield



Desinformação propagada por Lula, PT e seus satélites exige uma espécie de pequeno dicionário para analisar a junção entre a ideologia e a estupidez humana

A desinformação propagada pelo governo Lula, pelo PT e por seus satélites, como PSOL, PCdoB e MST, exige que se faça o esclarecimento do significado de certas palavras, sob pena de afundarmos no abismo moral. Exigiria, mesmo, uma espécie de pequeno dicionário, voltado para a análise da junção entre a ideologia e a estupidez humana. As palavras perdem o seu significado e são substituídas pela irrupção disfarçada da maldade.

Terror.

O ataque do Hamas a Israel foi um ato inequívoco de terror. Visados foram bebês, trucidados e queimados, crianças assassinadas na frente de seus pais e vice-versa, sequestros de crianças levadas para Gaza, idosos e mulheres feitos reféns, jovens assassinados numa festa rave no sul do país e assim por diante. Tais atos se inscrevem na história humana da maldade, cujos antecedentes recentes são o Isis (Estado Islâmico) e as ações nazistas conduzidas pela SS. Himmler ficaria orgulhoso de seus herdeiros e simpatizantes de esquerda.

Dois Estados.

Os que não condenam o Hamas supostamente com o intuito de garantir a neutralidade do País, a exemplo das notas vergonhosas do Itamaraty e de membros do governo, esquecem um fator central: o Hamas não defende a solução de dois Estados, Israel e Palestina. Defende, sim, um único Estado: o do Hamas, do Mediterrâneo ao Rio Jordão, sob a sua dominação e a imposição da Lei Islâmica. O Hamas não representa os interesses dos palestinos. Tal função é exercida pela Autoridade Palestina, que desfruta de reconhecimento internacional. A Justiça encontra-se na criação de dois Estados, sem que o terror seja utilizado para destruir o outro, como é pregado pelo Hamas, desde a sua fundação.

Campos de concentração.

Outra pérola da estupidez encontra-se no dizer de pseudojornalistas que consideram, seguindo a propaganda do terror, que Gaza seria um “campo de concentração”. Os judeus seriam os novos nazistas. Talvez essa esquerda debiloide tenha razão apesar dela. Sim, Gaza é um campo de concentração criado, administrado e supervisionado pelo Hamas, que exerce a sua autodeterminação, uma vez que Israel desocupou o seu território. É essa organização terrorista que desvia recursos de saúde, emprego, educação e saneamento para a construção de túneis subterrâneos, compra e manufatura de foguetes, mísseis e armamentos. Oprime mulheres e reprime e assassina homossexuais. Nos túneis fica o exército terrorista, acima fica a população civil servindo de escudo humano. Eis por que o Hamas procura impedir o deslocamento da população civil.

Cessação de hostilidades.

Os diferentes chamamentos para a interrupção das hostilidades, em que pese a sua fachada humanista, visam simplesmente a interromper a contraofensiva israelense, voltada para a aniquilação dos terroristas. Procuram, isto sim, assegurar a vitória do Hamas, mantendo a sua estrutura militar intacta. A cobertura humanista do PT é apenas a manifestação de sua conivência com o terror. Segundo sua perversa lógica, quem se defende de atentados terroristas comete “genocídio”! Contribuição inestimável à história universal da ignomínia. Lula, embora tenha condenado o “atentado terrorista” em Israel, travou a língua e não conseguiu pronunciar a palavra Hamas. Talvez tenha ainda presentes as congratulações que recebeu deste exército do terror ao ganhar a eleição presidencial. À esquerda, assinale se a posição digna do presidente do PSB, Carlos Siqueira, que condenou sem ambiguidades o terror islâmico.

Artistas.

O silêncio dos artistas apoiadores do PT (exceção feita a Gilberto e Preta Gil) é ensurdecedor. Fizeram algazarra para eleger Lula, mas agora estão mudos. Ao se calarem, mostram-se coniventes com o terror e com o assassinato de 260 jovens num evento musical. Imaginem o barulho que fariam aqui, no Brasil, se uma só pessoa fosse assassinada num festival. Agora, acolá, os critérios desaparecem ao cruzarem o Atlântico. Jovens judeus e não judeus são exterminados, como se isso fosse justificado. É uma vergonha.

Antissionismo e antissemitismo.

O ataque terrorista do Hamas mostra claramente o seu caráter antissemita, voltado para a destruição do Estado de Israel e a aniquilação dos judeus. Nada diferente do que tentaram fazer os árabes e o mufti de Jerusalém ao não reconhecerem a existência do Estado judeu e ao recusarem a criação de um Estado palestino igualmente inexistente. Prometeram jogar os judeus ao Mediterrâneo. Eram contra a criação de dois Estados, tal como o Hamas. Um importante líder social-democrata do final do século 19 e início do século 20, August Bebel, já dizia que o antissemitismo é o socialismo dos idiotas.

Princípios morais.

A esquerda petista, com os seus assemelhados, mostra de uma forma contundente a sua ausência de princípios morais. A sua defesa dos direitos humanos é mero disfarce para incautos. O governo deveria alterar o nome de seu Ministério dos Direitos Humanos para Ministério dos Direitos Inumanos. Questão de coerência.

Epílogo.

E o destino dos reféns, aterrorizados?

Publicado em O Estado de S. Paulo (23/10/2023)