novembro 16, 2023

POEMA PARA A ACADEMIA - Aldy Carvalho

Poema composto durante a solenidade de posse dos Acadêmicos,  hoje 15 11 23


Abertura


Eu não sou um repentista

Sou poeta de bancada

Um humilde cantador 

Cumprindo minha jornada

Recebi pedido augusto

Para nobre empreitada:


I

Que maravilha este dia!

Encontro belo, de efeito 

Um grupo que se reúne 

Para o propósito eleito

Criar uma Academia

Em ato justo e perfeito.


II

Grande Arquiteto Do Universo

No princípio pensou bem

E é  só  quem pode dizer

"De onde a poesia vem

Pois que quando o mundo fez

Fez a poesia tambem".


III

Falar desta Academia (A.B.M.de T.C.A. e M.)

É  preciso inspiração 

Eu não  sou bom trovador

Mas digo com emoção 

Aqui se cuida das artes

Com real satisfação.


IV

E dentro destas paredes

A musa vem visitar

E traz a luz da razão 

Com efeito salutar

Esta Academia sã

Já  nasceu para brilhar.



PARTICIPAÇÃO DA MAÇONARIA NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL - Rogério Oliveira


A maçonaria brasileira nasceu com o Brasil, e esteve presente em todos os principais acontecimentos históricos e que culminaram no País que hoje vivemos.

Diferente não poderia ser a sua participação na Proclamação da República.⁹

“A partir de hoje, 15 de novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois pode-se considerar finda a Monarquia, passando a regime francamente democrático com todas as consequências da Liberdade – Assim iniciava o editorial da  Gazeta da Tarde,  da edição de 15 de novembro de 1889.”

Implantação de um Estado Republicano foi, sem dúvida, o fato histórico mais importante de nosso País e teve como líderes e idealizadores deste movimento, Maçons ilustres que hoje estão nos nossos livros de História, tais como Marechal Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Campos Salles, Quintino Bocayuva, Prudente de Morais, Silva Jardim e outros mais.

A idéia republicana é antiga no Brasil; nós a vemos na Guerra dos Mascates (1710), na Inconfidência Mineira (1788), na Revolução Pernambucana (1817), na Confederação do Equador (1824), na Sabinada (1837) e na Revolução Farroupilha (1835-1845).

Portanto, o Brasil clamava pela República!

Era uma questão de Tempo.

O Império Brasileiro estava desgastado e vagarosamente ruía-se.

Iniciou a sua queda em 1870, após a Guerra do Paraguai, onde, mesmo o Brasil saindo vitorioso daquela campanha, o Exército, seu principal agente, não foi devidamente valorizado, causando sérios descontentamentos.

A igreja, por sua vez queria a liberdade, pois, encontrava-se submetida ao padroado Imperial.

Mas o fato principal, que fez com que o Império perdesse a sua sustentação, foram as leis antiescravistas, defendidas fervorosamente nas Lojas Maçônicas Brasileiras.

Leis como a do Ventre Livre (1871), dos Sexagenários (1885) e finalmente a Lei Áurea (1888).

Atentos a todos estes fatos, a Maçonaria, através de várias Lojas como a Vigilância e Fé, de São Borja – RS, Loja Independência e Regeneração III, ambas de Campinas – SP, aprovaram um manifesto contrário ao advento do Terceiro Reinado e enviaram a todas as Lojas Maçônicas do Brasil, para que tomassem conhecimento e que apoiassem esta causa.

Mais uma vez a Maçonaria estava à frente para liderar um Movimento Democrático.

Em 10 de novembro de 1889, em uma reunião na casa do Irmão Maçom Benjamin Constant, onde compareceram os Irmãos Maçons Francisco Glicério e Campos Salles, que decidiram pela queda do Império.

Benjamin Constant foi incumbido de persuadir o Marechal Deodoro da Fonseca, já que este era muito afeiçoado ao Imperador.

Por fim, Deodoro assumiu o comando do movimento e Proclamou a 15 de Novembro de 1889, a República no Brasil.

Faz-se necessário aqui uma justiça ao Imperador D. Pedro II, um homem culto, ponderado, que contrariando a opinião pública, não lutou pelo trono, pois não queria ver derramado o sangue de brasileiros, demonstrando um alto sentimento altruísta,  reconhecendo que para o Brasil este seria o seu novo e melhor destino.

E em resposta dada à mensagem ao Novo Governo diz:

... “À vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranho amor e dedicação, durante mais de meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado.

Ausentando-me, pois, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.”... 

(Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889

D. Pedro de Alcântara.) 

Segue, para o exílio, o Imperador, e com ele, meio século de história do Brasil imperial.

Estava proclamada a República e voltavam as esperanças de se construir uma nova nação, dentro dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

No dia 21 de novembro, o jornal República Brasileira, publicava  o seguinte trecho em seu editorial:

_Comecemos de pensar.

"(...) Esta República que veio assim, no meio do delírio popular, cercada pela bonança esperançosa da paz; esta República no século XIX que surgiu com a precisão dos fenômenos elétricos, sem desorganizar a vida da família, a vida co comércio e a vida da indústria; esta República americana que trouxe o símbolo da paz, que fez-se entre o pasmo e o temor dos monarquistas e a admiração dos sensatos – esta República é um compromisso de honra e um compromisso de sangue. (…)”

A exemplo de todos estes fatos devemos ter os mesmos atos de coragem que tiveram os maçons que hoje fazem parte da história da Humanidade.

Temos a obrigação de agir para que, no futuro, sejamos citados pelos maçons que nos sucederem, e que, da mesma forma, os nossos nomes fiquem registrados, como cidadãos atuantes, na memória histórica de cada rua, cada bairro, cada cidade, cada Estado, por toda a Nação.

E que estes maçons do futuro tenham em nós, como tivemos nos maçons do passado, o exemplo motivador da defesa da cidadania como instrumento de busca de uma sociedade mais igualitária, mais justa e fraterna, portanto mais feliz.


LEMBRA-TE QUE ÉS MORTAL



Na época do Império Romano os Generais ao voltarem das batalhas eram recebidos em Roma para serem homenageados pela população. A homenagem consistia numa aclamação pelo povo e no recebimento das mãos de um dos representantes do Senado de uma bandeja de prata com folhas da palmeira (esta era a mais alta honraria dada a um cidadão romano).

O General romano entrava na cidade sozinho numa biga (os exércitos eram proibidos de entrarem na cidade, ficavam em campos de treinamento fora dos muros de Roma) e percorria um longo caminho até o Senado, durante o percurso o povo o aclamava.

Junto ao General, na biga, iam dois escravos, o primeiro para conduzir a biga, e o segundo ficava ao lado do general agachado. A função do segundo escravo era extremamente interessante e nos faz refletir sobre a sabedoria dos povos da antiguidade.

Um General voltando vitorioso de várias batalhas, sendo aclamado pelo povo e sentindo-se invencível poderia ser uma ameaça a democracia romana, para evitar isso a função do escravo era uma só. A cada 500 metros do percurso, o escravo levantava-se, aproximava-se do ouvido do general e dizia :

- “Lembra-te que és mortal!”

Mais 500 metros, e novamente:

- “Lembra-te que és mortal!”

Quando no sentirmos invencíveis e acima de tudo e de todos, nos lembremos que somos mortais!”

FUNDADA NOVA ACADEMIA MAÇONICA DE LETRAS

 

        Oficialmente instalada nesta quarta-feira, dia 15, a Academia Brasileira Maçônica de Letras, Teatro, Ciências, Artes e Música tem como objetivo congregar maçons para promover a cultura, estimular e desenvolver estudos, produção literária, artística, social e cultural. A instalação da nova academia ocorreu durante cerimônia pública no templo da centenária loja maçônica Quintino Bocaiuva, localizada na rua Catulo da Paixão Cearense, no bairro Bosque da Saúde, em São Paulo. Essa loja, que leva o número 10, foi uma das primeiras a ser fundada na Grande Loja Maçônica. A cerimônia contou com a participação do ex-Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP), Ronaldo Fernandes, e também do jornalista e apresentador de televisão Gilberto Barros Filho.

        Ao todo são 33 cadeiras para acomodar maçons considerados como imortais. Todos receberam estolas, nas cores verde e amarelo com o desenho do brasão da Academia bordado nos dois lados. Cada cadeira tem o nome de patrocinador histórico. Entre os nomes estão os dos compositores Amadeus Mozart e Antônio Carlos Gomes, do desenhista Walt Disney, de Melvim Jones (fundador do Lions), Paul Harris (fundador do Rotary), George Savalla Gomes (palhaço Carequinha), Frank Shermam Land (fundador da Ordem DeMolay) e  Jacques Demolay, último Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários.

        A academia tem também como objetivo contribuir na construção, reconstrução, preservação e valorização da memória e história da Maçonaria brasileira. A academia tem como seu primeiro presidente o escritor e advogado Mauro Ferreira de Souza. Entre os 33 integrantes titulares estão o escritor Amilcar Alabarce Mathias, os músicos Leo Cinezi e Wilmar Cirino (Londrina-PR) e o responsável por este blog, o escritor e palestrante Michael Winetzki.

        Os Grão-Mestres Jorge Anysio Haddad (GLESP),  Fernando Fernandes (Grande Oriente Paulista) e Paulo Benevenute Tupan (Grande Loja de Rondônia) figuram entre os 33 acadêmicos honorários e correspondentes, assim como os jornalistas Manoel Alves dos Santos e Nelson Gonçalves, ambos com atuação profissional e  em lojas na região de São José do Rio Preto.

            Abaixo as cadeiras, os Patronos e os  Acadêmicos Fundadores: 

1 Albert Gallatin Mackey Autor e Escritor Maçom MAURO FERREIRA DE SOUZA

2 Albert Pike Autor e Escritor Maçom ANTONIO JOÃO SANTO

3 Mário Behring Fundador das Grandes Lojas no Brasil AMILCAR ALABARCE MATHIAS

4 James Anderson Autor e Escritor Maçom JOÃO FERNANDES LOPES

5 José Castellani Escritor Maçom ANTONIO DO CARMO FERREIRA

6 José Rodrigues Trindade (Zé Rodrix) Escritor, Cantor e Compositor LEO CINEZI

7 José Maria Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco) Estadista, Diplomata ZILDO PACHECO DE ÁVILA

8 Melvin Jones Fundador do Lions International SERGIO GUILLEN

9 Nicola Aslan Escritor Maçom CARLOS TOSCHI NETO

10 Luiz Gonzaga Cantor JARICÉ BRAGA RAMOS

11 Francisco de Assis Carvalho (Xico Trolha) Escritor Maçom ALDY CARVALHO

12 Irineu Evangelista de Sousa Barão de Mauá ALMIR SANT'ANNA CRUZ

13 Ruy Barbosa Estadista Brasileiro EUGENIO GOWSZA TSCHELAKOW

14 Waldemar Seyssel Ator, Palhaço Arrelia IZAUTONIO DA SILVA MACHADO JR

15 Prince Hall Primeiro Grão Mestre Negro GILDECI DE OLIVEIRA LEITE

16 George Savalla Gomes Ator, Palhaço Carequinha JOÃO BATISTA SALGADO LOUREIRO

17 Francisco Ge Acayaba de Montezuma Fundador do SC33 REAA Brasil PAULO ANDRÉ DE SENA

18 Alfredo Rocha Vianna Filho (Pixinguinha) Cantor e Compositor LUIZ CLAUDIO NOGUEIRA DO NASCIMENTO

19 Robert Lomas Escritor Maçom WALLAS DE OLIVEIRA

20 Paul Percy Harris Fundador do Rotary Internacional MICHAEL WINETZKI

21 Walter Elias Disney (Walt Disney) Ator e Cineasta MARCELO GERALDI RAFAEL

22 Jules Boucher Estadista Brasileiro, Patrono da Diplomacia NEVIO GUILHERME DOS SANTOS BURGOS

23 Joaquim da Silva Rabelo (Frei Caneca) Revolucionário e Libertário LUIGI GOMES

24 João Paulo dos Santos Barreto Fundador do REAA Brasil CLOVES GREGÓRIO

25 Jacques Demolay Grão Mestre Templário JOHN VAZ LOPES

26 Jorge Adoum Escritor Maçom MARCELO PEREIRA REZENDE DA SILVA

27 Luís Alves de Lima e Silva Duque de Caxias DENIS SALVATORE CURCURUTO

28 João Salvador Perez Cantor: Tonico da Dupla Tonico e Tinoco WILMAR CIRINO

29 José Bonifácio de Andrada e Silva Estadista Brasileiro e Escritor ARNALDO DEBIAGI

30 Frank Sherman Land Fundador da Ordem Demolay DIEGO PEREIRA FRANZEN

31 Wolfgang Amadeus Mozart Músico e Compositor JOSE OMAR TELLEZ JIMENEZ

32 Antônio Carlos Gomes Músico e Compositor PAULO EDUARDO TEMPLE DELGADO

33 José Maria da Silva P. Jr (Barão do Rio Branco) Estadista Brasileiro, Patrono da Diplomacia SAMIR NAKHE KHOURY

novembro 15, 2023

A ARTE DE RELEVAR - Richard L. Evans (Adapt. Sidnei Godinho)



“A arte de ser sábio”, disse William James, “é a arte de saber o que relevar”

A vida sem amigos, parentes, camaradagem, seria completamente vazia. 

Mas como as pessoas não são perfeitas, o companheirismo nunca é perfeito.

Quando nos ligamos às pessoas, aceitamo-las com suas imperfeições.

Entretanto, superestimar imperfeições gera descontentamento, infelicidade, desencanto.

É assim no casamento, no lar, na família, entre amigos e em todos os contatos da sociedade. 

*É assim em uma Loja também.*

E uma das maiores lições da vida é aprender a auxiliar as pessoas a aperfeiçoarem-se sem deixá-las ressentidas, abalar sua confiança ou destruir nossa influência sobre elas.

Corrigir em público é particularmente embaraçoso e repreensões sarcásticas sempre ofendem.

Nenhum de nós jamais faz tudo o que precisa fazer com a perfeição com que deveria.

*Ninguém é dono de todas as virtudes de habilidades ou tem conduta impecável.*

Não existe pessoa que “nunca” seja descuidada. 

Que siga sempre uma mesma linha, tomando as refeições à hora certa (sem jamais se atrasar), que mantenha a casa como se esperasse constantemente visita, que tenha tudo sempre no lugar. 

O homem não é uma mera máquina – é muito mais – até as máquinas precisam de compreensão e apresentam falhas de funcionamento.

Há muito para ser relevado em cada um de nós – e muito que “não” deve ser relevado. 

Mas, mesmo essas coisas podem ser tratadas com tato e dedicação, escolhendo-se a hora, o lugar, a disposição de ânimo e o método certo.

Existem formas de sugerir, ser indulgente, corrigir com bondade, ao invés de repreender de maneira ríspida, cruel e precipitada, o que faz com que a pessoa fique humilhada, ferida, ressentida. 

Há hora de corrigir e de não corrigir.

Existem formas de repreender e de não repreender. 

“A arte de ser sábio é a arte de saber o que relevar” – e “quando”.

Que possamos aprender em loja a resolver nossas diferenças já que TODOS somos falhos em nossas ações, TODOS ERRAMOS em algum momento...


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novembro 14, 2023

OS VERSOS DE OURO DE PITÁGORAS

 


Os Versos de Ouro, a partir do texto de Hierocles de Alexandria, com base na versão em língua inglesa feita por N. Rowe em 1707, e adotada hoje pela maior parte dos estudiosos da tradição pitagórica. Leve-se em conta, outras versões importantes dos Versos, entre elas a de Fabre d´Olivet (século 19). A seguir, portanto, um texto imortal que se pode ler, reler e meditar ao longo do tempo.        É um mapa, um guia e um tratado completo sobre a vida dos sábios.


01. Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.

02. A seguir, reverencia o juramento que fizeste.

03. Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.

04. Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.

05. Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.

06. Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.

07. Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.

08. Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro.

09. Porque o poder é limitado pela necessidade.

10. Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões.

11. Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.

12. Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.

13. E, sobretudo, respeita a ti mesmo.

14. Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.

15. E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.

16. Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos.

17. E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.

18. Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for.

19. Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.

20. Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.

21. E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.

22. O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.

23. Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.

24. Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.

25. Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora.

26. Não deixa que ninguém, com palavras ou atos,

27. Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.

28. Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas.

29. Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.

30. Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.

31. Não faze nada que sejas incapaz de entender.

32. Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.

33. Não esquece de modo algum a saúde do corpo.

34. Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.

35. O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.

36. Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.

37. Evita todas as coisas que causarão inveja.

38. E não comete exageros. Vive como alguém que sabe o que é honrado e decente.

39. Não age movido pela cobiça ou avareza. É excelente usar a justa medida em todas estas coisas.

40. Faze apenas as coisas que não podem ferir-te, e decide antes de fazê-las.

41. Ao deitares, nunca deixe que o sono se aproxime dos teus olhos cansados,

42. Enquanto não revisares com a tua consciência mais elevada todas as tuas ações do dia.

43. Pergunta: "Em que errei? Em que agi corretamente? Que dever deixei de cumprir?"

44. Recrimina-te pelos teus erros, alegra-te pelos acertos.

45. Pratica integralmente todas estas recomendações. Medita bem nelas. Tu deves amá-las de todo o coração.

46. São elas que te colocarão no caminho da Virtude Divina.

47. Eu o juro por aquele que transmitiu às nossas almas o Quaternário Sagrado.

48. Aquela fonte da natureza cuja evolução é eterna.

49. Nunca começa uma tarefa antes de pedir a bênção e a ajuda dos Deuses.

50. Quando fizeres de tudo isso um hábito,

51. Conhecerás a natureza dos deuses imortais e dos homens,

52. Verás até que ponto vai a diversidade entre os seres, e aquilo que os contém, e os mantém em unidade.

53. Verás então, de acordo com a Justiça, que a substância do Universo é a mesma em todas as coisas.

54. Deste modo não desejarás o que não deves desejar, e nada neste mundo será desconhecido de ti.

55. Perceberás também que os homens lançam sobre si mesmos suas próprias desgraças, voluntariamente e por sua livre escolha.

56. Como são infelizes! Não veem, nem compreendem que o bem deles está ao seu lado.

57. Poucos sabem como libertar-se dos seus sofrimentos.

58. Este é o peso do destino que cega a humanidade.

59. Os seres humanos andam em círculos, para lá e para cá, com sofrimentos intermináveis,

60. Porque são acompanhados por uma companheira sombria, a desunião fatal entre eles, que os lança para cima e para baixo sem que percebam.

61. Trata, discretamente, de nunca despertar desarmonia, mas foge dela!

62. Oh Deus nosso Pai, livra a todos eles de sofrimentos tão grandes.

63. Mostrando a cada um o Espírito que é seu guia.

64. Porém, tu não deves ter medo, porque os homens pertencem a uma raça divina.

65. E a natureza sagrada tudo revelará e mostrará a eles.

66. Se ela comunicar a ti os teus segredos, colocarás em prática com facilidade todas as coisas que te recomendo.

67. E ao curar a tua alma a libertarás de todos estes males e sofrimentos.

68. Mas evita as comidas pouco recomendáveis para a purificação e a libertação da alma.

69. Avalia bem todas as coisas,

70. Buscando sempre guiar-te pela compreensão divina que tudo deveria orientar.

71. Assim, quando abandonares teu corpo físico e te elevares no éter.

72. Serás imortal e divino, terás a plenitude e não mais morrerás.

novembro 13, 2023

O CONCEITO DE DEUS EM MAÇONARIA - Fernando Teixeira


 

Quando lemos nos textos da Inquisição o processo de John Coustos, há um fato que é realmente deslumbrante.

Trata-se da perfeita e total incredulidade dos juízes que interrogavam o Maçom J. Coustos, quando este afirmava a sua normalíssima crença em Deus, e não só a sua, mas também a de todos os outros réus do mesmo processo, que é como quem diz da mesma Loja. Portanto, já em 1730, os Maçons tinham grande fama, não exatamente de ateus mas sim de gente herética com credos e práticas nada ortodoxas. Vejamos onde é que tal fama poderia ter tido origem.

Se nós quisermos limitar ao exame dos documentos escritos relativos à história da Maçonaria na Idade Média, encontramos de imediato um documento da maior importância, o célebre decreto do Concílio Cismático de Avignon de 18 de Junho de 1326. Aí se verifica a condenação das Sociedades e “Confrarias” que reúnem nas Igrejas. Ora isto é perfeitamente esclarecedor no sentido em que revela uma evidente animosidade contra determinados agrupamentos cristãos, perfeitamente natural em tempos de confusão cismática. Para mais, essas confrarias de cristãos putativamente heréticos despertavam enormes suspeitas com as suas reuniões misteriosas e os sinais e símbolos “aliquibus” “exquisitus”. Um exame específico das relações entre a Igreja e diversas instituições, designadamente a Ordem Maçônica, revela que na realidade a situação de conflito com essas instituições se agudiza sempre que a unidade doutrinária da própria Igreja é posta em perigo.

No entanto, a melhor prova de que a Ordem Maçônica não pode viver fora do conceito mais clássico de Deus, encontra-se documentada pela mesma época no célebre Poema Regius. Segundo os paleógrafos do British Museum o manuscrito, com data provável de 1390, consta basicamente de um enunciado de regras pelas quais se deviam reger as comunidades de maçons. Esta parte normativa divide-se em 15 artigos correspondentes a uma espécie de regulamento e a 15 pontos que constituem no seu conjunto uma verdadeira Constituição e, que bem poderíamos chamar pontos de Regularidade. Vejamos o enunciado do primeiro ponto:

Obrigação do amor a Deus, à Igreja e aos Irmãos. Ou seja, amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

É evidente que o primeiro texto das primeiras Constituições apresentado por Anderson à Grande Loja em 1722 repete grande parte dos pontos e das regras constantes do manuscrito Regius, em tempos comunicado às Lojas de Londres pelas Lojas de Edimburgo e Kilwarney. Daqui se pode deduzir que a célebre divisão da História da Maçonaria em períodos Operativo e Especulativo é altamente controversa. Na realidade o texto de Andersen de 1722 é inicialmente aceite por aqueles que mais tarde virão a ser chamados Antigos e que permanecerão afastados da Grande Loja Unida de Londres durante um século. Isto parece ser devido ao fato de um ano depois, isto é, em 1723, Anderson ter apresentado um novo texto das Constituições. Ora esta versão representava um profundo corte com velhas tradições constantes das “Old Charges” e do próprio Manuscrito Regius.

Por outro lado, a redação do texto referente às Obrigações do Maçom não era muito clara, em parte devido a situações de conflito com o Grão Mestre, o Duque de Wharton, que motivaram referências azedas a “ateus estúpidos ou libertinos irreligiosos. Nessa frase se têm apoiado as Maçonarias ditas Irregulares, para defenderem que Andersen admite a existência de “ateus inteligentes”. Portanto, o Deus da Constituição de 1723 é seria um Deus de Deísmo abrangente, contrariamente ao clássico Grande Arquiteto do Universo que é expressão de um verdadeiro Teísmo e não se presta a confusão alguma. Esse, o dos velhos textos, é o Deus da Bíblia, Deus dos Judeus, como dos Cristãos ou até mesmo dos Muçulmanos. A Bíblia é uma das Grandes Luzes da Maçonaria, preside aos seus trabalhos e compreende o Antigo e Novo Testamento. A Maçonaria Tradicional inspira- se tanto no Evangelho como na lei de Moisés ou dos Noaquitas.

O G∴ A∴ D∴ U∴ é um Deus que fala ao Homem, a Noé, aos Patriarcas, a Moisés, a Jesus e através deles a toda a Humanidade.

Notemos que nesta fase da História de Inglaterra acima de tudo importava agregar os maçons num esquema religioso aceitável por todos os homens de bem, ou seja, em torno de um Deus sobre o qual se pudessem entender pacificamente Católicos e Protestantes. As interpretações dadas pelas obediências irregulares ao texto pretensamente deísta são absolutamente abusivas. Com efeito a abrangência do texto de 1723 representa uma abertura mas sim em relação à entrada dos primeiros Judeus na Ordem Maçônica que se verifica justamente nessa altura. A imprecisão possível do texto de 1723 abrindo caminho a uma interpretação iluminista tipo Voltairiano ou mesmo Newtoniano está aliás amplamente condenada no mesmo texto, com as frases relativas aos ateus e aos libertinos. De resto, essa mesma imprecisão é desfeita pelo próprio Anderson em 1738. Passo a citar o texto do artigo Primeiro:

“(…)no que respeita a Deus e à Religião. um Maçom é obrigado, implicitamente a observar a Lei Moral. Se é um verdadeiro Noaquita e se compreende bem o ofício, não será nunca um ateu estúpido, nem um libertino irreligioso, nem agirá contra a sua própria consciência. Noutros tempos, os cristãos que viajavam estavam sujeitos a conformar-se com os costumes cristãos do país em que se encontravam, mas como a Maçonaria existirá em todas as Nações mesmo de religiões diversas, eles são agora obrigados a aderir àquela Religião sobre a qual todos os homens estão de acordo deixando a cada irmão as suas próprias opiniões quer dizer, devem ser homens de bem e leais, de honra e de probidade, quaisquer que sejam os nomes, religiões e confissões que os distingam. Porque todos estamos de acordo sobre os três Grandes Artigos de Noé” (fim de citação).

A referência bíblica da Aliança Noaquita, que não existe no texto de 1723, prova irrefutavelmente a vocação universalista da Ordem na fidelidade ao velho princípio na Fé de um Deus Revelado. O Noaquismo sem dúvida alguma é a revelação de Deus a Noé. Já dizia o Cavaleiro Ramsey que a Maçonaria era a expressão mais abrangente do monoteísmo. Naturalmente esta concepção ecuménica, extensiva aos próprios judeus, volta a despertar profundas suspeitas de heresia, na medida em que é de fato, naquela época, uma ideia extremamente arrojada.

Mas enfim, muito mais haveria a dizer. A própria teoria da Via Substituída, tão decisivamente analisada por Jean Baylot, enferma dum erro gravíssimo.

O conceito de Deus incluído dentro dum Movimento Religioso não pode ser nunca alvo de uma concepção pessoal. A palavra religião deriva do latim “religare”, e como o seu nome indica une indivíduos em torno de uma ideia sagrada. Um conceito individual de Deus só é concebível portanto fora de um contexto coletivo, ou seja não há religiões de uso individual e exclusivo. Ora e voltemos ao próprio Anderson de 1723. O Maçom não poder ser nunca um ateu estúpido ou um libertino irreligioso. Portanto, jamais Andersen, aliás presbítero bem ortodoxo, se poderia estar referindo a um Deus pessoal tipo “Princípio Criador Universal”, completamente alheio às religiões “oficiais” da época.

Verdade seja dita que os tempos atuais dificultam para muitos uma tomada de posição clara neste aspecto. Diz Mircea Eliade que a única criação do homem moderno no campo das religiões foi a destruição sistemática do sagrado ou, quando tal não foi possível, a sua completa camuflagem. E esta iconoclastia foi de tal forma exaltada por auras mediáticas de radicalismo super intelectual que a simples confissão da Fé em Deus começou a exigir alguma coragem aos pobres de espírito que a quisessem afirmar. Mais ainda, dentro do tal esquema de camuflagem a que alude Eliade muitos homens há que, afastados das práticas tradicionais dos cultos por todo o imenso esforço do “fundamentalismo ateu”, escondem envergonhadamente a sua crença em Deus, chamando-lhe eufemisticamente nomes tão pomposos e vazios como o célebre Princípio Criador Universal e outras sandices que tais.

Recordo a propósito uma deliciosa intervenção num programa televisivo do Prof. Fernando C. Rodrigues quando entrevistado pela jornalista Teresa Guilherme. Perguntou ela ao Prof. C. Rodrigues se o satélite português iria descobrir muita coisa e, obteve em troca esta resposta lapidar; “Muita não direi, mas é natural que descubra mais algumas zonas da nossa ignorância”. E a propósito contou que a sua sobrinha havia uns dias tinha dito à mãe que o seu colégio projetava um piquenique para o dia seguinte no Jardim Zoológico. E logo a mãe lhe disse que não lhe parecia que tal fosse possível porquanto o boletim meteorológico previa muita chuva para o dia seguinte. A pequena quis saber porque é que eles diziam isso e a mãe pacientemente explicou que pelas fotografias do satélite se observava que havia uma baixa de pressão situada a nordeste dos Açores que se dirigia para a Península Ibérica com uma forte componente de ar marítimo e portanto iria chover. E porque é que essa depressão vem para cá? perguntou a pequena. E a mãe explicou que a diferença de pressão atmosférica ia impelir para cá as nuvens. E a pequena perguntou mais uma vez, mas porque é que a pressão atmosférica está assim? E a mãe respondeu que nessa altura do ano as pressões mais altas vão para o hemisfério Sul. E a pequena voltou a perguntar porque é as pressões mais altas vão para o Hemisfério Sul? Foi então que a mãe lhe deu a mais científica de todas as respostas: Olha, filha, porque Deus Nosso Senhor quer que chova amanhã…

Mas, e porque falamos de M. Eliade é talvez interessante analisarmos aquele que é um argumento tão definitivo que francamente muitas vezes não me apetece esgrimir com ele, porquanto para mim na realidade o assunto se esgota na própria definição de Maçonarias.

Ora, vejamos e deem-lhe por favor as voltas que quiserem: A Maçonaria é uma Sociedade Iniciática, ponto parágrafo e mais que final.

Pois bem, o iniciatismo não tem possibilidade alguma de existência fora de um conceito Sagrado. Admitir o contrário deste verdadeiro postulado científico só pode revelar ou uma triste ignorância ou uma degradação profunda de atos supostamente iniciáticos.

Muito mais havia a dizer neste aspecto. Na realidade, realçamos com frequência o Iniciatismo da Ordem Maçônica, orgulhamo-nos que isso assim seja, cultivamos muito cuidadosamente os rituais de Iniciação mas esquecemo-nos daquilo que eles têm implícito. Sem sombra de dúvida, obedecemos a todos os padrões e regras fundamentais dos ritos iniciáticos, tal como estão imutavelmente definidas desde os tempos clássicos de Van Gennep:

A privacidade dos ritos.

O seu significado especial para um grupo de indivíduos.

A sua apresentação de forma teatralizada.

A sua realização sobre a forma de experiência participativa.

Tudo isto nos define como uma Sociedade Iniciática, a última que persiste no Mundo Ocidental. Retire-se lhe o conceito Sagrado, e o que é que resta? Uma paródia, uma cegada, uma brincadeira de crianças crescidas, diria mesmo uma espécie de festa de recepção aos caloiros… Aqueles que conhecem as iniciações das Maçonarias Irregulares, sabem bem como elas tem tendência a transformar-se em comédias mais ou menos agarotadas, tentação essa que às vezes infelizmente também se verifica por errada tradição nas Maçonarias Regulares. Refiro-me explicitamente a alguns comportamentos cuja ligeireza é por vezes lamentável e que traduz apenas uma fraca convicção do sentido sagrado da cerimônia, quando não a sua total incompreensão.

É que não basta afirmar num papel a condição de crente para se poder ser Maçon. É preciso, sim, ter condições para cumprir o primeiro e mais fundamental dos Landmarks e acreditar verdadeiramente na existência de Deus. E eu confio inteiramente nos meus Irmãos. Sei que hão de vencer as forças sociais que modernamente obstaculizam a fruição dos valores espirituais e hão de prosseguir com a valorização do nosso indestrutível património de iniciatismo, em Espaço e Tempo Sagrados, no Templo que dia a dia todos frequentamos.

novembro 12, 2023

SOBRE ELEUTERIO NICOLAU DA CONCEIÇÃO - Jorge Gonçalves

Tive a honra e o desafio de realizar a apresentação do nosso palestrante nesta noite. É desafiador, pois, por um lado, nosso irmão é um verdadeiro patrimônio da Maçonaria brasileira, dispensando qualquer apresentação. Por outro lado, a tarefa me foi dada, e preciso executá-la. Assim, pensei em ler seu currículo, mas, dada a extensão e amplitude do currículo, isso tomaria vários minutos da apresentação.

Assim, meu Venerável Pedro Brito, decidi fazê-lo à minha maneira. Perdoe-me:

Nasceu em Florianópolis (SC) e hoje, aos 73 anos, está no auge de seus conhecimentos, dedicando aproximadamente 40 anos à Maçonaria, com vários livros publicados, artigos escritos e palestras realizadas. Ele é um irmão espetacular, cujas qualidades parecem retiradas de uma obra de ficção científica.

Costumo compará-lo a Yoda, um personagem fictício do universo Star Wars, criado por George Lucas. Assim como Yoda é um sábio Mestre Jedi, ele é o mestre dos mestres.

Com o lado esquerdo do cérebro voltado para o raciocínio lógico, cursou Licenciatura em Física e obteve posteriormente o Mestrado na mesma área. Ao longo de 27 anos, inspirou seus alunos no Departamento de Física da UFSC com seu profundo conhecimento.

Já seu lado direito do cérebro, mais artístico, manifesta-se sua capacidade de produzir obras de arte magníficas, como "A Saga do Contestado" e "Nossa Senhora do Desterro". Tenho o privilégio de possuir uma pintura feita por suas talentosas mãos. Ele também é um cantor, e seu timbre ressoa de maneira agradável aos ouvidos. Seus livros são contundentes, precisos e de fácil leitura. Realizei o sonho de escrever um livro junto ao mestre: "Da Pedra Bruta à Inteligência Artificial: O Legado da Maçonaria e a Era Digital do Conhecimento".

Suas palestras são verdadeiras aulas magnas, abrangendo temas desde a magia quântica, um tema desafiador até para os mais capacitados, até a filosofia e a religião. Em suas palestras, se as evidências não correspondem aos fatos, certamente ouvirá o mestre dizer: "Não é bem assim!" 


Nós, maçons, compartilhamos uma característica que supera todas as nossas diferenças, uma profunda admiração pelos maçons notáveis que fizeram e fazem parte de nossa história. 


"Está vendo aquele maçom? Ele é nosso irmão: 

 *ELEUTERIO NICOLAU DA CONCEIÇÃO.* 



ARLS ESTRELA DO SUL 3 - CAMPO GRANDE


Fui iniciado nesta Loja, no acanhado templo da Rua José Antonio em 3/10/1981. Da turma original, 14 irmãos, só restam eu e Otaviano, que também está na foto.

Tornei a visitar a minha Loja mãe, a ARLS Estrela do Sul n. 3, em Campo Grande, MS, nesta sexta-feira, 10/11. Hoje é uma das maiores Lojas do país, tanto em tamanho físico quanto em número de irmãos, mais de 130.

Juntei a velha guarda para esta histórica foto. Os irmãos com.mais de 40 anos de Ordem e que ainda enriquecem a Loja com a sua presença, inteligência e cultura. 

Um momento sublime de emoção e recordação.

COMPANHEIRO...MESTRE - Adilson Zotovici

 


De “mestre” serás chamado

Muda o avental, a idade

Em exaltação aclamado

Se sem cobiça ou vaidade


E te verás rodeado

Por iguais da irmandade

Se tiveres comprovado

Contrário à deslealdade


Não só donde abrilhantado

Passarás ter liberdade

Por todo canteiro sagrado


Estudaste compenetrado

Que aprovado em verdade

De ti esperam um “ mestrado"

novembro 11, 2023

O LADO ELEGANTE DO TERRORISMO - Olavo de Carvalho





Que o terrorismo mantém o mundo num estado permanente de guerra não declarada, todo mundo sabe. Mas essa guerra tem ainda uma segunda peculiaridade: ela é calculada para subtrair antecipadamente das nações atacadas — EUA e Israel em primeiro lugar — toda possibilidade de defesa.

Para compreender esse fenômeno é preciso estar ciente de que um atentado terrorista nada vale sem o aproveitamento político e midiático de suas consequências. Estas são tão meticulosamente planejadas como o atentado mesmo, o que seria impossível se as organizações terroristas não contassem com uma ampla rede de apoio nos canais formadores da opinião pública de dentro e de fora da nação atacada.

Atendida essa condição — e nunca ela foi tão bem atendida quanto hoje —, paralisar a vítima torna-se uma operação bem simples. Se uma nação é alvo de ataques terroristas, que é que ela pode fazer para resolver o problema? Pode, em primeiro lugar, defender-se no seu próprio território, perseguindo os agentes locais do terrorismo. Segundo: pode descobrir os Estados que dirigem ou apoiam a ação terrorista, e atacá-los em guerra declarada.

Terceiro: pode tentar combater seus inimigos por meio de ações tão camufladas e informais quanto as deles próprios, subsidiando grupos paramilitares de antiterrorismo, seja no seu próprio território, seja no Exterior.

Em qualquer dessas três vias, a reação pode ser obstada pela pressão da mídia e da opinião pública. A repressão local é condenada como ditadura policial e atentado aos “direitos humanos” dos possíveis suspeitos, a simples ameaça de declaração de guerra suscita uma epidemia de protestos “pela paz”, a luta clandestina é denunciada como crime por meio de inquéritos parlamentares e reportagens de escândalo, provocando crises diplomáticas e eventualmente a queda do governo.

Na guerra entre as nações e o terrorismo, todas as vantagens vão para este último. A situação é estruturalmente análoga à do confronto entre o cidadão comum e o criminoso armado.

Este, já estando a priori fora da lei, tem à sua disposição os instrumentos de ação que bem deseje. Aquele é tolhido pela própria lei, que, habilmente manipulada, pode chegar a privá-lo de seus meios de legítima defesa e tornar-se o mais sólido baluarte em defesa do crime.

Assim também se passa na esfera do terrorismo. Burocratas, jornalistas, intelectuais, estrelas da TV e do cinema, o beautiful people na sua totalidade, são tão vitais para o bom êxito do empreendimento criminoso quanto os próprios agentes da violência física. A rede que eles formam tem hoje as dimensões de um mega poder internacional, incalculavelmente maior que o de qualquer nação.

Nenhum Estado tem meios de angariar tanto apoio, na opinião pública mundial e nos organismos internacionais, quanto as organizações terroristas. Nenhum Estado pode manter, no exterior, partidos com milhões de militantes e ONGs com milhões de colaboradores atuando em caráter permanente.

Nenhum Estado pode comprar consciências a granel entre jornalistas e intelectuais de um país estrangeiro. “Nenhum” Estado? Não é bem assim. Os Estados totalitários podem, porque não têm satisfações a dar à opinião pública interna. A China pode.

Cuba pode. O Iraque pode. Mas, precisamente, esses Estados estão do lado do terrorismo, em favor do qual usam de meios de ação com que um Estado democrático e constitucional não ousaria sequer sonhar.

É assim que, na mídia internacional, e em especial na de certos países mais abertos à propaganda esquerdista, como é o caso do Brasil, a dualidade de pesos e medidas no julgamento do confronto entre os terroristas e suas vítimas se torna um fator permanente e quase institucional, atuando sempre em prol dos terroristas. Estes só são condenados, quando chegam a sê-lo, durante o breve momento de impacto de suas ações espetaculares.

Passado o susto, preenchida a quota de lamentações pro forma necessária para salvar as aparências, os formadores de opinião passam à segunda e decisiva fase das operações, que consiste em bloquear o revide. Se na primeira fase tudo não passou de um florescimento passageiro de verbalizações emocionais sem consequência prática, na segunda a ação é contínua, persistente, ordenada e racional, não se dando por concluída enquanto a nação atacada não seja induzida a abdicar de seu direito de reagir.

É por isso que, há décadas, a força do terrorismo cresce ininterruptamente, ao passo que toda veleidade de resposta das vítimas esbarra cada vez mais em obstáculos psicológicos, políticos, jurídicos e culturais, seja no exterior, seja em seus próprios territórios.

O terrorismo não será vencido enquanto a rede de seus colaboradores na mídia, na intelectualidade, no show business e nos organismos internacionais não for investigada, conhecida, denunciada e desmantelada. Mas os obstáculos que se opõem a isso são ainda mais temíveis do que aqueles que vetam uma resposta direta ao terrorismo.

O direito dos terroristas ao apoio unilateral é hoje quase uma cláusula pétrea da “ética” midiática mundial. No Brasil, então, nem se fala. Ninguém vê nada de anormal ou escandaloso em que agentes de influência diretamente ligados à coordenação política do movimento comunista no continente exerçam na mídia o cargo de editores ou comentaristas políticos.

Ninguém percebe sequer a diferença entre o que eles fazem e o serviço normal de um jornalista. Mas que um cidadão isolado, sem conexões organizacionais de espécie alguma, se aventure a protestar contra alguma mentira que eles digam, e será imediatamente rotulado de vendido, de agente estrangeiro, de “ponta de um iceberg” etc. etc. Isso é, aliás, perfeitamente lógico.

Se a rede existe para criar uma dualidade de critérios em defesa do terrorismo, por que não haverá de usar dessa mesma dualidade em favor de si própria?

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O texto acima integra o livro 'A Felicidade Geral da Nação: O que Restou do Imbecil – Volume VI', que traz textos publicados pelo filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022) na imprensa em 2003 (primeiro ano de Lula como presidente do Brasil e também da Guerra do Iraque). A obra póstuma, que chega nesta segunda-feira (6/11) às lojas físicas e virtuais, é um lançamento da Vide Editorial.


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novembro 10, 2023

PALESTRA EM COXIM - MS



Há 40 anos tive uma estreita relação com a cidade de Coxim, na época capital nacional da pesca, onde residiam aquele que me conduziu no ramo da joalheria Jose Adelino de Carvalho, o Zelão, grande empresário e garimpeiro de diamantes (que provavelmente inspirou o personagem Comendador, da novela), meu compadre José Raimundo dos Santos, que foi prefeito da cidade, meu querido amigo Francisco Antônio Von Spitzenbergen, o Chico Piloto, que se tornou parte de minha família e outros muitos e muitos personagens que foram importantes naquela época. 

Embora tivesse propriedades em Coxim, nunca mais retornei.

Passadas quatro décadas o irmão  Gilson Prazeres me proporcionou retornar a Coxim para uma palestra.

 A emoção teve início na entrada do belo prédio do Templo, onde uma placa de bronze perpetua o nome dos que o erigiram, e todos os meus antigos amigos estavam lá. 

Na palestra, cujo tema foi O Caminho da Felicidade, estiquei o tempo para recordar a minha participação na cidade naquela longínqua época que emocionou aos presentes.

A sessão conjunta das Lojas ARLS Acácia de Coxim 31 (VM Paulo Cesar Mariano) e ARLS Amor e Justiça 07 (VM Gilson Leonardo da Costa Santos, filho do meu anfitrião) trancorreu com diversas homenagens, inclusive ao ir. Gilson Prazeres que completava 40 anos de iniciado na Loja que atualmente seu filho dirige.

Estavam presentes além de dois delegados regionais do GM irmãos de Lojas de outras cidades como a ARLS Filhos de Hiram 15, de Rio Verde, ARLS Paz e União 58 de Pedro Gomes, a ARLS Igualdade e União 2035 de Acreuna e a Loja do Rito Brasileiro Vigilantes do Taquari 3006 de Coxim.

Foi uma sessão memorável e o agape simplesmente espetacular, moqueca de pintado e costelas assadas de tambaqui entre muitas outras delícias.

A ESTRELA DE CINCO PONTAS - Flávio Dellazzana. Pesquisa: Ir. Jaime Balbino de Oliveira


Através dos séculos houve sempre a preferência por uma estrela de cinco pontas como figura dos astros de aparência menor do que a do sol e da lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e é considerado uma estrela matinal e vespertina, ensejou lendas sem conta. 

Por outro lado, A Estrela de Cinco Pontas sempre foi, desde tempos remotos e até hoje, o distintivo de comandantes militares, e de generais. 

Como Símbolo Maçônico, a Estrela Flamejante de origem Pitagórica, pelo menos quanto ao seu formato e significado, este muito mais antigo do que aqueles que lhe deram alquimia, a magia e o ocultismo, durante a idade média. O seu sentido mágico alquímico e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico e teólogo, professor em diversas cidades europeias. 

A magia, dizia ele, permite a comunicação com o superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário morrer para o mundo (iniciação). Símbolo e distintivo dos Pitagóricos, A Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Hominal é também denominada com impropriedade etimológica, Pentáculo (cinco cavidades), Penta Grama (cinco letras ou sinais gráficos, cinco princípios) ou Pentalfa. Importa saber que os pitagóricos a usam para representar a sabedoria (sophia) e o conhecimento (gnose) e provavelmente empregavam no interior do pentáculo a letra gama, de gnosis. 

A Estrela Flamejante era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. 

A Estrela Flamejante corresponde ao Pentagramaton ou Tríplice Triângulo cruzado dos pitagóricos. Distingue-se do Delta ou Triângulo do Oriente, embora, entre os antigos egípcios representasse também Horus que em lugar do pai, Osíris passou a governar as estações do ano e o movimento. 

O verdadeiro sentido da Estrela Flamejante é Homonial, eis que o símbolo designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma, ou de fator de movimento e trabalho. Ou seja, o indivíduo como espírito ou fagulha interna que lhe concedeu o G.·.A.·.D.·.U.·. . A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas.

Na Maçonaria essa ideia serve para lembrar ao Maçom que o homem deve criar e trabalhar, isto é, inventar, planejar, executar e realizar, com sabedoria e conhecimento. 

Pode ocorrer que o ser humano falhe nos seus desígnios. O Maçom também pode falhar como ser humano, mas seu dever é imitar, dentro de seus ínfimos poderes o G.·. A.·. D.·. U.·., o ser dos seres. Aí está O principal segredo do Grau de C.’.M.’..

Outra interpretação é a que se refere a 3+2=5, soma em que três é a divindade cuja fagulha é encarnada e dois é o material, o ser que se reproduz por dois sexos opostos e não consegue perpetuar-se de outro modo. 

As cinco pontas da Estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição, visão, olfato e paladar, dos quais para os Maçons três servem a comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques, pela audição se percebem as palavras, e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode esquecer o paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho. Finalmente, pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e os aromas do altar de perfumes. 

A letra "G", no interior, com o significado de gnose ou conhecimento lembra a quinta essência, quanto ao transcendental. 

Quanto ao Homonial, lembra ao Maçom o dever de conhecer-se a si mesmo. No Grau de Companheiro recomenda-se ao Maçom o dever de analisar as próprias faculdades e bem empregados poderes pessoais em benefício da humanidade. 

POSIÇÃO DA ESTRELA FLAMEJANTE NO TEMPLO

Os Rituais do mundo e os diversos Ritos Maçônicos não se entendem também quanto à colocação da Estrela Flamejante no alto do recinto do Templo. Uns a colocam no oriente a frente do trono, outros a configuram no interior do D.·., o que parece mais sugestivo, principalmente quando o Obreiro na elevação de Grau é chamado a contemplar o Triângulo Radiante.

Outros, entendendo que ela é de brilho intermediário, isto é, de luminosidade simbolicamente situada entre a luz ativa do sol e a luz próxima ou reflexa da lua, mandam situá-la no meio do teto do Templo, dependurada, ou pelo menos no meio-dia, onde à maneira inglesa está o 2º Vigilante. Outros a consideram uma Estrela do Ocidente. 

Lojas do Rito Moderno as têm colocado no ocidente ao lado do 2° Vig.·. (norte). Entende-se que a melhor forma é se colocar a Estrela Homonial no meio do teto do Templo, ou de maneira que o Iniciado possa contemplar o Símbolo quando é chamado a fazê-lo. 

SIGNIFICADOS MAÇÔNICOS DA LETRA G NO INTERIOR DO PENTAGRAMA

Ficou demonstrado que a melhor significação do G central do pentagrama é gnose=conhecimento. O caráter Homonial da Estrela Flamejante é indiscutível, a luz das fontes pitagóricas e das referências gregas e romanas. Ninguém negaria ao Símbolo o seu sentido mágico, eis que Pitágoras se dedicava à magia. No pentagrama a letra G quer dizer principalmente gnose, porém para satisfazer gregos e troianos tem que se acrescentar os significados, GERAÇÃO, GÊNIO, GEOMETRIA e GRAVITAÇÃO e também GLÓRIA PARA DEUS, GRANDEZA PARA O VENERÁVEL DA LOJA, ou para A LOJA, e tem sido registrado em muitos Rituais Maçônicos na tentativa de se encontrar ligação entre estes hipotéticos significados da letra "G". Diz-se que GERAÇÃO estaria ligada ao princípio (gênesis da Bíblia) ou a Arquem, dos gregos. 

Gênio seria o correspondente a "DJINN" dos árabes e a "GINES" dos persas, que no ocultismo tange aos chamados "ELEMENTAIS" ou "SEMI-INTELIGENTES ESPÍRITOS DA NATUREZA" e em outras interpretações quer dizer o espírito criador ou inventor, ou a chama realizadora. GEOMETRIA, ciência da medida das extensões, que lembra as regras do grande geômetra para realizar a Arquitetura do Universo. Na sabedoria ela provocou os diálogos sobre ORDEM, EQUILÍBRIO e HARMONIA. 

A GRAVITAÇAO lembra Newton e sua lei: A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. ARQUEU, O PRINCÍPIO, O FOGO REALIZADOR A palavra Arqueu, que deriva do grego que queria dizer, princípio, principal, primeiro, príncipe, reino, domínio. 

Para os gregos, a palavra tinha o sentido de poder formador da natureza. Seria a essência vital que exprime as propriedades e as características das coisas. Por comparação, corresponderia ao sopro divino que deu vida a Adão na Bíblia. Ensinam certas instruções maçônicas o motivo simbólico das chamas que envolvem a Estrela Pentacular, relembrando Arqueu, o Fogo Realizador, ou ensinando que a letra G significa o gênio ou a BUSCA SAGRADA que anima o C.·. M.·. à realização. 

Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do C.·. M:. ou que representa o próprio homem Maçom dotado da luz divina que lhe foi transmitida. A estrela de cinco pontas é então a força que impulsiona o companheiro em direção das suas metas e da sentido às suas realizações, o número cinco a qual a estrela faz alusão se funde na alma do companheiro que uma vez elevado a um patamar mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e pode-se então guiar por esta luz pra que a sua caminhada que já é longe das trevas do mundo profano possa se refinar e dar sentido a sua obra interior, absorvendo a luz desta estrela que representa o corpo humano e utilizando a quintessencia o companheiro desperta para as luzes do saber e da compreensão da humanidade e do sentido oculto do saber e do realizar.