dezembro 08, 2023

OUVIR, ENTENDER, RACIONALIZAR E ACATAR PARA SER VENCEDOR - Sidnei Godinho



... Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares... 

Com estas palavras DEUS ordenou a JOSUÉ que prosseguisse o legado de Moisés e, após 40 anos de peregrinação no deserto, bastava agora cruzar o rio Jordão e alcançar a terra santa de Canaã. 

É preciso estar Silente para ouvir seu chamado e Entender o propósito divino. 

Isto se faz com meditação e autocontrole emocional. 

Passo seguinte é Racionalizar as ações. 

Uma estratégia tem de ser contextualizada para dar forma inteligível de como a vontade de DEUS há de se cumprir por suas mãos. 

Isto requer preparo e muita dedicação, afinal é o próprio Senhor dos Exércitos falando por Seu escolhido e não pode haver falhas. 

Por fim é Acatar Suas ordens e executar com o primor do preparo e a certeza da Vitória. 

Parece simples receita de bolo, mas não é, pois o projeto é divino, mas o executante é apenas humano... 

E neste imenso diapasão de forças oponentes, tanto física quanto emocional, mais uma vez a Misericórdia se sobrepõe à racionalidade e ao poder aparente e o Próprio DEUS toma seu ungido pelas mãos e lhe faz saber quem ELE é, o Senhor da Guerra, Aquele que o mandou prosseguir, que o toma pela mão para com ele estar por onde quer que tiver de passar. 

Pronto, agora o ser humano se enche desta Graça e traça as maiores estratégias e conduz um povo fugido de um cativeiro e vagante 40 anos no deserto para ser o maior conquistador da história. 

Josué tinha cerca de 80 anos quando atravessou o Jordão e derrotou as muralhas de Jericó em uma empreitada militar de cerco e guerra psicológica e assumiu a cidade de Canaã, a terra prometida aos judeus. 

O tempo passa, os cenários mudam, os filhos crescem e os pais se vão, mas a Promessa de DEUS é Eterna. 

Todos precisam parar em algum momento para se permitir ouvir seu chamado e então realizar todo processo necessário para também ser um vencedor. 

Nossa muralha hoje não é Jericó mas pode ser seu relacionamento conjugal, social, no trabalho, no clube; pode ser a doença que o acomete ou a aflição da solidão; é alta, parece intransponível mas não há de resistir ao preparo e a dedicação dos ELEITOS para esta guerra. 

Não importa de onde você venha ou como e em quem deposita sua FÉ, nosso papel é a humildade de reconhecer a pequenez perante a Grande Luz que rege esse caos e se permitir ser guiado neste campo de batalha chamado VIDA. 

E cada um, ao seu tempo e ao seu modo, há de encontrar este caminho e ouvir no Silêncio as palavras do Seu DEUS de que nunca estará Sozinho... 

*FÉ* meus irmãos, 

*FÉ* Para também serem vitoriosos. 


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BANQUETE MAÇONICO - LOJA DE MESA


 

As Lojas do Litoral Sul de São Paulo realizaram mais uma vez nesta data, dia 07 de dezembro, o banquete maçônico que celebra o solstício de verão e o encerramento dos trabalhos do semestre. Este evento ocorre sempre em junho e dezembro em rodízio das Lojas de Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Itariri.

Desta feita coube à ARLS Pedro Alba de Peruíbe organizar o ritual que foi realizado no amplo salão de festas da ARLS Fraternidade de Itariri com a presença de cerca de cinquenta irmãos e dois delegados do GM, além de visitantes de outras Lojas.

O próximo banquete maçônico terá como anfitriã a minha Loja Tríplice Aliança 341 de Mongaguá.

dezembro 07, 2023

A IMPORTANCIA DO JORNALISTA MAÇOM NA DIVULGAÇÃO DA MAÇONARIA - Denizart Silveira de Oliveira Filho


Um jornalista maçom pode desempenhar papel de grande importância na Maçonaria, especialmente na divulgação de eventos, valores, atividades filantrópicas e causas defendidas pela Instituição. Além disso pode: 

(1) comunicar de maneira mais precisa e responsável, os princípios, valores e objetivos da Maçonaria, evitando mal-entendidos ou informações imprecisas;

(2) produzir artigos, colunas ou programas educativos que esclareçam e informem o público sobre a história, os princípios e os ensinamentos da Maçonaria de uma maneira objetiva e imparcial; 

(3) demonstrar e promover a importância da ética profissional e do compromisso com a verdade, a imparcialidade e a integridade na comunicação; 

(4) ajudar a desmistificar mitos e estereótipos associados à Maçonaria, oferecendo uma visão mais precisa e autêntica da fraternidade para o público em geral; (5) contribuir para a defesa dos direitos humanos, da liberdade de expressão e da democracia, ideais maçônicos por excelência.

É fundamental ressaltar que a Maçonaria valoriza a discrição e a privacidade de seus membros, e nem todos os aspectos da fraternidade devem ser divulgados publicamente. Portanto, o papel de um jornalista maçom na divulgação da Maçonaria deve ser pautado pelo respeito à cultura da Instituição, mantendo a discrição e não revelando informações confidenciais.

Exemplo de jornalista maçom que teve influência significativa na história do Brasil foi Hipólito da Costa, fundador do Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro. Ele usou seu periódico para divulgar as ideias iluministas, liberais e republicanas, que inspiraram os movimentos de independência do Brasil. Hipólito da Costa é reconhecido como patrono da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras e como um dos precursores do jornalismo brasileiro.

Outro jornalista maçom de grande importância na história do Brasil e da Maçonaria foi Joaquim Saldanha Marinho, que também foi advogado, sociólogo, escritor e político republicano. Como jornalista, usou o pseudônimo Ganganelli. Grão-mestre da Maçonaria, teve destacada atuação na Questão Religiosa na década de 1870. Com a Proclamação da República, foi um dos autores da Constituição de 1891 e senador da República. Como escritor teve como principais obras: “O Governo e os Bispos”; “A Igreja e o Estado”; “A Monarquia e a Política do Rei”. Ele nos legou uma bela declaração sobre a Maçonaria: 

“Há duas Instituições na humanidade que merecem um culto especial, o Cristianismo genuinamente apostólico e a Maçonaria. A primeira, por ser divina; a segunda, por ser a obra mais perfeita que o homem já compôs”.

Hoje, entre nós, temos o nosso irmão Francisco Feitosa da Fonseca, que nos tem agraciado com belos e importantes ensaios sobre relevantes temas maçônicos. Grande Bibliotecário e Jornalista do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, é o Fundador e Editor Responsável do Informativo ASTRÉA NEWS. É Membro Efetivo e Membro Correspondente de várias Academias de Letras, entre elas: Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de Janeiro; Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes; Academia Maçônica Fluminense de Letras; e da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras. A este valoroso irmão dedico este artigo.

MAÇONARIA: PRIMITIVA, OPERATIVA E ESPECULATIVA - Jair Donô



Os estudiosos e pesquisadores maçônicos, via de regra, dividem a história da Maçonaria em três períodos:

1. Maçonaria Primitiva;

2. Maçonaria Operativa; e

3. Maçonaria Especulativa.

A Maçonaria Primitiva, ou “Pré-Maçonaria”, como entende André Chedel, citado por Vanildo Senna em “Fundamentos Jurídicos da Maçonaria Especulativa”, abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da Maçonaria Operativa e, por sua vez, é dividida em nove fases sucessivas, a saber:

1. Mistérios Persas e Hindus;

2. Mistérios Egípcios;

3. Mistérios Gregos dos Cabires;

4. Mistérios Gregos de Ceres ou Demeter;

5. Mistérios Judaicos de Salomão;

6. Mistérios Gregos de Orfeu;

7. Mistérios Gregos de Pitágoras;

8. Mistérios dos Essênios; e

9. Mistérios Romanos.

A Maçonaria Operativa, que se estende por toda a Idade Média e a Renascença e termina com a fundação da Grande Loja de Londres, compreende a história dos operários medievais, construtores de basílicas, catedrais, igrejas, abadias, mosteiros, conventos, palácios, castelos, torres, casas nobres, mercados e paços municipais. Por vezes protegidos pelos Papas e deles dependentes, os Maçons operativos eram essencialmente católicos.

A fundação da Grande Loja de Londres determina, portanto, o fim da Maçonaria Operativa e marca o início do terceiro período da história da Maçonaria, a Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda, como disse Nicola Aslan, “da Maçonaria em seu aspecto atual de associação civil, filosófica e humanitária”.


Sobre a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa, diz-nos Vanildo Senna:

 “A esta transformação os ingleses dão a denominação de Revival, que significa renovação, renascimento, datando-a de 1717. O adjetivo “especulativo” só foi aplicado aos Maçons “Aceitos” em meados do século XVIII. Esta denominação de “especulativo” era dada, no século XVII, a toda pessoa propensa à contemplação e à meditação. O “especulativo” era o idealista e não o homem de ação ou profissional. Eram homens cultos, naturalistas, eruditos e historiadores.”

Com a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa surge, no ano de 1723, a primeira Constituição Maçônica, elaborada pelo Irmão Reverendo James Anderson para uso da Grande Loja de Londres. A partir de então a Maçonaria adotava uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante.

Atualmente a Maçonaria Especulativa conhece dois sistemas de organização política: o Sistema Obediencial Grande Loja e o Sistema Obediencial Grande Oriente, cada um com suas características próprias que os distinguem um do outro.

O Sistema Obediencial Grande Oriente compreende as Potências ou Obediências Maçônicas Simbólicas constituídas e organizadas à forma de governo do estado democrático em que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”, tendo Poder Executivo, exercido por um Grão-Mestre, Poder Legislativo, representado por uma assembleia constituída de representantes das Lojas jurisdicionadas, e o Poder Judiciário, todos “distintos e harmônicos entre si”.

O Sistema Obediencial Grande Loja – o mais difundido pelo orbe terrestre – engloba as Potências ou Obediências Maçônicas Simbólicas cujas constituições se moldam na forma de organização política adotada pela maçonaria inglesa; pela Grande Loja Mãe da Inglaterra. A chefia do governo da fraternidade nas Grandes Lojas é confiado a um Grão-Mestre e os poderes legislativo, administrativo e litúrgico a uma Grande Loja ou Assembleia Geral da Fraternidade constituída pelos Veneráveis e Vigilantes das Lojas a elas jurisdicionadas.

ANIVERSÁRIO DO VM TAKAKURA


 

Na terça feira, dia 5, foi comemorado o aniversário do Venerável Mestre de minha ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá. 

O irmão Osvaldo Takakura, que está de camisa branca no centro da foto, completava mais um ano de vida e de sucesso na gestão da Loja, que em seu veneralato teve todo o prédio pintado, o muro externo refeito com belíssima cerâmica, os vazamentos no teto da churrasqueira consertados e para fechar o ano com chave de ouro, adquirido o sistema de ar condicionado para o salão de festas. Além das sessões terem transcorrido com grande dedicação ao estudo.

Um jantar e um delicioso bolo marcaram a festividade.


PALAVRAS MUITO USADAS NA MAÇONARIA - Paulo Valle










    


Há  muitas  palavras  que  foram  criadas  pela maçonaria, mas tem também muitas palavras de  outras  origens  que  só  são  usadas  pela maçonaria e eu trarei à baila o significado de algumas delas, onde muitas dessas têm duplo significado  ou  quando  fora  da  filosofia  dão outro entendimento. 

Considerando  que  são  muitas  as  palavras próprias  da  maçonaria  e  para  disseca-las escrever-se-ia  um  livro  inteiro,  então  eu  vou escolher  a  que  mais  usamos,  qual  seja,  o amor.  Geralmente  quando  vamos  expressar um sentimento, isto se potencializa e quanto mais  falarmos  desse  ou  nesse  sentimento mais tornamos complexa a palavra em si. Vou  dar  um  exemplo,  quando  falamos  apalavra amor, muito usada na expressão, amor fraternal ou amor de irmãos, isto segundo os dicionários  significa  forte  afeição,  ligação calorosa  ou  simplesmente  atração  como  é empregada  no  mundo  profano.  

Esta  palavra vida  do  latim  cuja  grafia  é  a  mesma  em português e nas demais línguas dessa origem, significando  resumidamente  uma  afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração,   apetite,   paixão,   querer   bem, satisfação,  conquista,  desejo,  libido,  etc., entretanto  o  conceito  mais  popular  de  amor envolve, de um modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto  que  sejamos  capazes  de  nele depositarmos  um  carinho  na  forma  de comportamento amoroso e alimentar com isso, as  estimulações  sensoriais  e  psicológicas necessárias  para  a  sua  manutenção  e motivação. 

Amar, popularmente, tem o sentido de gostar muito e sendo assim, é possível amar qualquer ser  vivo  ou  objeto  inanimado,  mas  também aqui,  até  cabe  um  passeio  pelas  múltiplas formas  de  amor,  que  é  um  dos  meios  ou formas  de  produzir  conforto  espiritual,  e  que com  isso,  estou  afirmando  que  o  amor  é unidirecional,  ou  seja,  não  ecoa  na  ou  por reciprocidade,  portanto  se  amares  teu automóvel, não significa que ele, veículo, te amará  também. 

Antigamente  eu  até  me aprofundei neste assunto para saber se o que chamamos de amor é um sentimento ou uma reação  hormonal  e  concluí  que  é  o processamento de ambos, pois o sentimento é o responsável para fazer agir a glândula que ejetará  no  sangue  alguns  hormônios  cujos principais são o serotonina e a dopamina que ao  chegarem  no  cérebro  nos  dão  essa sensação  agradável,  produzida  por  alguma coisa  que  nos  atraia,  nos  agrade,  seja  um filme, um objeto, uma viagem ou uma pessoa e este  amor  é  proporcional  ao  prazer  que sentimos  com  quaisquer  destas  ou  outras causas agradáveis. 

Na  Bíblia  Sagrada,  os  sentimentos  são tratados tal qual a complexidade das relações humanas.  Os  salmos,  que  fazem  parte  dos chamados  livros  didáticos  do  A.  T.  e  são compostos por 150 salmos que abrangem todo o campo das emoções, desde o amor e alegria até  o  ódio,  do  desespero  até  a  esperança sendo entre estes salmos o de número 133, que de modo quase generalizado usamos na maçonaria e que pode ser classificado como um dos salmos de Fraternidade, mas outros trechos  podem  ser  identificados  como Eclesiástico 25:1 que diz assim: 

“Em três coisas se compraz o meu espírito, as  quais  têm  a  aprovação  de  Deus  e  dos Homens:  a  união  entre  irmãos,  à  amizade entre  os  vizinhos  e  a  boa  harmonia  entre marido e mulher.” 

Isto está em Carta aos Coríntios escritos por São Paulo. Já no capítulo13:1, também de São Paulo, diz assim: 

“Ainda  que  eu  fale  a  língua  dos  homens  e dos  anjos,  se  não  tiver  amor  e  caridade, sou como o bronze que ressoa, ou como o címbalo que tine.”

Também em coríntios 13:2 diz ainda: “que eu tenha  o  dom  da  profecia  e  conheça  todos os  mistérios  e  toda  a  ciência,  ainda  que possua  a  fé  em  plenitude,  a  ponto  de transportar as montanhas, se não tiver amor e caridade nada sou.” 

E para finalizar o estudo bíblico sobre o amor, em Coríntios13:4, diz:  “o  amor  é  paciente,  o amor é benigno não é invejoso, o amor não se ufana, não se desobedece.”

Já o salmo 133, tipifica as várias formas de amor,  através  da  afeição  familiar,  da fraternidade   e   do   amor   incondicional, principalmente quando cita que o escorrer do óleo  sobre  a  cabeça  de  Araão,  se  refere  a função  do  óleo  em  escorrer  como  forma  de amor e este fato, tem origem nas civilizações da  antiguidade  oriental,  mas  principalmente nas   cerimônias   de   consagração   dos sacerdotes, sendo para os autores sacros, a alusão e homenagem à relação homem com a mulher, a concepção, de geração em geração para o dito, crescei e multiplicai-vos. 

Ao  mesmo  tempo  que  convivemos  sempre falando  do  amor  nas  suas  mais  diversas formas,  ou  seja,  do  amor  físico,  do  amor platônico, do amor fraterno, do amor materno, do amor ao G∴A∴D∴U∴, do amor à vida com todas as suas múltiplas dificuldades que essa diversidade  de  termos  oferece,  em  conjunto com   esta   suposta   complexidade   de significados,  ocorrem  não  só  nos  idiomas modernos, mas também no grego e no latim, quando  no  latim  encontramos  amor,  dileto, Charitas, bem como Eros quando se refere ao amor personificado numa deidade. O  grego  possui  outras  palavras  para  amor, cada  qual  denotando  um  sentido  específico, como  por  exemplo  o  EROS  que  é  um sentimento  baseado  em  atração  sexual  e desejo ardente, já o STORGE significa afeição, especialmente  com  a  família  e  entre  seus membros,  o  PHILOS  significa  a  fraternidade, amor recíproco e finalmente o ÁGAPE que é o amor incondicional, no comportamento com os outros,  sem  exigir  nada  em  troca,  amor  da escolha deliberada. 

Para poupar os irmãos eu vou traduzir estes termos    gregos:    Eros,    quando    eles pronunciavam  esta  palavra  queriam  dizer, coisa boa e daí a pronúncia amendoim que é um  afrodisíaco.  Quando  eles  pronunciavam store, se referiam a casa e como consequência família. 

Quando eles, gregos pronunciavam Ágape, se referiam  a  festa  religiosa  em  família.  Vejam aqui, portanto, como as palavras sofrem uma metamorfose de sons e grafias para finalmente se  referirem  a  um  mesmo  fato.  

Vejam  meus irmãos  em  maçonaria,  como  esta  filosofia  se refere  ao  amor,  em  seus  ensinamentos, tomando como ponto de partida as instruções do  primeiro  grau,  em  cujo  objeto  de  análise, verifica-se  como  o  amor  é  utilizado  para  o desbaste da pedra bruta de conformidade coma conceituação grega que se identifica assim: EROS  que  tem  como  fim  o  amor  direto  que temos  com  a  nossa  estima  e  ao  nosso  afeto com o que praticamos ou fazemos, portanto é o fato de amarmos o ato de polirmos a nossa pedra bruta, ou seja, de gostarmos de polir.

Já  o  STORGE,  Seus  fins  supremos  são Liberdade,  Igualdade  e  Fraternidade,  além disso, considera todos os irmãos realmente como  Maçons,  quaisquer  que  sejam  suas etnias, brancas, amarelas, pardas ou pretas e também   suas   nacionalidades   convicções políticas  ou  crenças,  já  que  sustenta  que  os Maçons tem os seguintes deveres essenciais: amor  à  família,  fidelidade  e  devotamento  à Pátria  e  obediência  à  lei,  mas  praticando continuamente, a beneficência, socorrendo os seus    irmãos,    satisfazendo    as    suas necessidades  mais  urgentes,  minorando  os seus  infortúnios,  assistindo-os  com  os  seus conselhos e as suas luzes, já que jurou ainda, ajudar e defender os seus irmãos em tudo que puder e for necessário. 

Assim diz a bíblia ou livro da lei. “Raiou, enfim, o dia em que se abrem, para vós, as portas da verdadeira  amizade  e  de  agora  em  diante considerei-nos  como  irmãos  e  amigos  que conquistastes e que achareis sempre prontos acorrer em vosso socorro, e a servirem dessas espadas  para  defenderem  a  vossa  vida  e  a vossa honra.” (p.111) PHILO.

Agora ouçam esta expressão que com certeza também  lhes  soará  como  familiar –
“O  que trazeis, meu Ir∴ Amizade, paz e prosperidade a todos os meus amados irmãos”.

“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso  sobre  a  cabeça,  que  desce  sobre  abarba, a barba de Arão e que desce à orla de suas vestes”. 

Outro verbete, toda ocasião que ele perde de ser útil é uma infidelidade; todo socorro que recusa é um perjúrio; e se a terna e consoladora amizade também tem culto nos nossos  Templos  é  menos  por  ser  um sentimento,  do  que  um  dos  fundamentos  da nossa comunidade. Vejam que tudo que está escrito  como  forma  de  amor  no  ritual  do primeiro  grau,  nada  foi  inventado,  tudo  foi tirado do antigo testamento. Lembro, também, que deveis dedicar parte de vosso  trabalho  maçônico  em  socorrer  os maçons necessitados, as viúvas e órfãos, e de todo  o  coração,  cumprindo  não  só  um  dever maçônico,  como  uma  das  finalidades  desta loja, portanto  ainda  que  não  esteja  redigido  “ibsis verbs” do antigo testamento, porém a ideia veio dele, o livro da lei. 

Esta  expressão  Ágape  vem  da  pergunta:  O que desejais meu irmão. Um lugar entre vós e que quer dizer, um lugar à  mesa,  pois  determina  que  os  Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os  unem  a  todos  os  homens  esparsos  pela superfície da terra já que prometeram praticara solidariedade humana sempre que possível, amparando  a  todos,  sem  ostentação,  sem vaidade,  sem  orgulho,  com  a  verdadeira humildade  maçônica,  guardando,  deste  ato, profundo segredo, ou seja acolher e alimentar pelo  amor  e  nada  mais  em  troca. Pode-se concluir  que:  entendendo  a  palavra  amor  por suas  múltiplas  dimensões,  e  verificando  a utilização de todas elas, nos ensinamentos do primeiro  grau  verificamos  que  a  maçonaria  é realmente uma escola que ensina o AMOR!

Adaptado por um “Filho da Viúva”

FIM DE ANO NOS FILOSÓFICOS


     
    Em agradável reunião administrativa realizada na noite de quarta-feira, dia 6, em Itanhaém, foram escolhidos os dirigentes para o ano de 2024 das Lojas de Perfeição "Orvalho de Hermon" e "Constantin N. Vassalos" de Itanhaém e Peruíbe e também os irmãos que vão dirigir o Capítulo Rosa Cruz e Conselho de Cavaleiros Kadosh. 

        Ao final, um delicioso ágape à base de peixes oferecido pelo irmão Ferreirinha fechou com chave de ouro os trabalhos do ano.

dezembro 06, 2023

MORAL DA MAÇONARIA E DO ILUMINISMO



No século XVII foram criadas as condições para o surgimento do movimento iluminista que aconteceu  no  século  seguinte  e  foi  neste momento  que  dois  filósofos,  Descartes  e Espinosa  destacaram-se  na  preparação  do terreno para estes novos tempos. Se tivesse de definir iluminismo diria assim: Iluminismo é um  movimento  popular  que  criticava  o absolutismo  e  defendia  um  governo  não basicamente religioso, mas de crenças livres, desde que não desagregadoras entre si. Baruch  de  Espinosa,  nascido  em  1632  na Holanda, ao afirmar que no Antigo Testamento não contém verdades, mas preceitos morais e políticos que visam a preservar a unidade e a dirigir o povo judaico através dos tempos, ele sofreu  os  efeitos  da  intolerância  religiosa, acusado  de  ateu  e  excomungado  pela sinagoga  de  Amsterdam.  Isto  é  normal, acontece também com a maçonaria até estes dias,  somos  atacados  por  quem  na  verdade não  sabe  quais  nossos  objetivos,  sociais  e políticos.

Segundo  Espinosa,  todo  estado  autoritário tem  origem  na  superstição,  onde  os  chefes alimentam  o  terror  das  massas,  e  este pensamento  de  Espinosa  coincide  com  o pensamento  tanto  do  Iluminismo  como  o pensamento  maçônico,  onde  o  fanatismo político e religioso é tido como o responsável pelas  maiores  desgraças  vivenciadas  pela humanidade. René  Descartes,  nascido  em  1596,  era filósofo e matemático francês e dedicou grande parte  da  sua  obra  às  questões  relacionadas com  a  moralidade.  Em  sua  obra  “O  Tratado das Paixões” ele deduz que é no livre-arbítrio que o homem poderá buscar a educação do intelecto,  capaz  de  livra-lo  do  vício,  que  é  a preguiça de pensar. Afirma também que o erro moral é precedido pela falta de sabedoria, pois para  ele  a  moralidade  na  mão  de  insanos, consiste em governar segundo seus princípios, usando o povo apenas como um instrumento para atingir seus objetivos, sejam eles lá quais forem.

Vejamos o seguinte, se os irmãos de ambas instituições,  maçonaria  e  iluminismo  não tivessem o livre arbítrio para seguirem o seu objetivo  social,  estariam  também  inclusos  nogado repontado para o matadouro, mas eu vou explicar  melhor,  se  um  governo,  se  uma universidade  se  uma  grande  instituição religiosa  afirmassem  que  só  existe  um caminho  a  ser  seguido,  qual  seja,  o  seu caminho,  essas  fontes  doutrinárias  estariam iludindo  com  uma  pseudo  moral  e  seus governados,  estudantes  ou  religiosos  que estariam  por  sua  vez  literalmente  sendo repontados  para  um  abismo  maquiavélico, preparado para fazer frente a seus objetivos, ou  seja,  fazendo  a  cabeça  de  incautos  que passam a imaginar que o mundo só tem uma faceta,  onde  em  tempo  curto  cairiam  numa desgraça  devido  a  lavagem  cerebral.  

É  por isso  que  estes  dois  seguimentos  filosóficos lutam para livrar as pessoas da ilusão de que tudo na vida tem um lado só, portanto tenham, como se diz no vulgo popular, um cérebro lavado,   e   é   para   fugirmos   disto   que defendemos o livre arbítrio, ou seja, estudar outro  lado  também,  não  achando  que  seu chefe é o dono da verdade única e correta. 

A  ruptura  desse  filósofo  francês  com  o pensamento eclesiástico, reside no fato de que o pensamento cristão tratava da virtude como uma preparação para a vida futura, ao passo que  para  ele  o  homem  racional  poderia alcançar  a  virtude  pelo  seu  esforço  de  bem agir,  portanto  cada  instituição  tem  seu  lado bom, mas antes de aprisionar um ser, deixe-o ver  o  outro  lado,  pois  isso  é  que  é  ter  livre arbítrio e não ser repontado. 

Considerando  que  as  obras  dos  principais filósofos do Iluminismo, entre os quais Voltaire, Rousseau,  Montesquieu  e  Diderot,  ainda  não eram  conhecidos  naquela  época,  onde  então aqueles frequentadores da taberna buscavam inspiração   filosófica   e   motivação   para fundarem  uma  instituição  maçônica  da  forma como  é  conhecida  nos  dias  atuais,  eles buscavam criar a hoje maçonaria sem inutilizar o  livre  arbítrio.  

Embora  a  aprovação  da Constituição  do  reverendo  James  Anderson, em  24  de  junho  de  1717,  tenha  acontecido sessenta  e  sete  anos  depois  de  Descartes, suas   ideias   no   campo   da   moralidade influenciaram  certamente  os  fundadores  da instituição maçônica, o que ficará demonstrado mais  adiante,  pelos  seus  conceitos  sobre  a questão  moral  do  ponto  de  vista  racional  e científico. 

E,  para  discernir  entre  os  Vícios  e  Paixões, derivados  da  união  da  alma  com  o  corpo, Descartes sugere a busca da Verdade, através do   Autoconhecimento   impulsionado   pela Vontade,   cujos   conceitos   precisam   ser analisados    meticulosamente,    buscando demonstrar  as  origens  do  pensamento  moral na filosofia cartesiana, como era chamada. 

E  para  finalizar  esta  conversa,  tanto  a maçonaria  como  o  iluminismo  defendem,  já não  digo  o  dever,  mas  a  obrigação  das pessoas se instruírem, construindo o seu livre arbítrio a fim de analisarem a longo prazo o que  será  útil  para  uma  sociedade  em constante mudança. 

É muito mais fácil para um doutrinador, quer governante,   quer   reitor,   quer   orientador religioso, ensinar apenas um lado da questão, ou seja, o seu lado, pois aí em repontando não haverá  ovelha  desgarrada,  todos  comerão  na sua  mão,  para  o  bom  ou  mau  caminho, segundo a sua ótica ou segundo para o que foi ou está sendo pago.

Adaptado por um “Filho da Viúva”

ANGÚSTIA INTELECTUAL - Newton Agrella

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A educação é sem sombra de dúvida um problema estrutural em nosso país.

A raquítica formação escolar, somada à falta de leitura, e a carência de incentivo à cultura formal, contribuem para este estado de inércia intelectual em praticamente quase todos os segmentos da nossa sociedade.

Poucos são aqueles que conseguem desenvolver o "Espírito Crítico" e a capacidade da "Argumentação".

Cabe ainda lembrar que invariavelmente defrontamo-nos com a questão de Irmãos mais experientes e que tenham acumulado mais conhecimento ao longo de suas jornadas maçônicas em orientar Irmãos Aprendizes, Companheiros ou recém graduados Mestres - sem ferir suscetibilidades. 

A rigor, o que falta para ajudar os Irmãos que recém ingressam na Ordem, antes de qualquer coisa, é desmistificar, muitos conceitos que trazem arraigados consigo, e treiná-los no sentido de "aprender a interpretar" o significado das coisas, em cada contexto semântico.  

É mostrar que ser reconhecido maçom não significa "ser bonzinho e temente a Deus", mas sim, a entender sua missão como construtores sociais de seu tempo.

É bem verdade que esta é uma missão árdua e extenuante, para não dizer "quase impossível".

 Propõe-se um caminho:    - incentivar a discutir ideias e não dogmas. - estimular a revisitar conceitos sem perder de vista o alicerce filosófico maçônico.

- discernir a respeito das propriedades dialéticas contemporâneas sem menosprezar a Tradição como um dos pilares mais consistentes da Maçonaria.

- criar um ambiente sempre favorável à especulação intelectual, ao incentivo da capacidade de argumentação e contra-argumentação, sempre pautada pelos princípios básicos que norteiam a Sublime Ordem.

- e claro, pelo estímulo ao desenvolvimento da "consciência crítica" sublimando a liberdade de pensamento, e os aspectos antropocêntricos e espirituais aliados à atmosfera esotérica que fazem parte do arcabouço histórico e filosófico da Maçonaria.

Talvez isso tudo possa contribuir para que se imprima uma revitalização na Ordem, sem ferir a sua essência. 

Parafraseando o filósofo Sócrates:

"Pessoas sábias falam sobre ideias;

Pessoas comuns falam sobre coisas;

Pessoas medíocres falam sobre pessoas."



O FIO DO CINZEL - Roberto Ribeiro Reis


A dedicação incansável ao   trabalho deve ser,   precipuamente, um dos   objetivos do Maçom. Não é exclusividade dos aprendizes, por serem incipientes na Arte Real, mas deve ser atributo de todo Pedreiro, cujo desiderato maior é o de ver a Obra Justa e Perfeita.

Que nossa labuta seja –literalmente- “maçante”, não no sentido de ser exaustiva, mas que   traduza, simbolicamente,   que em todo nosso labor   houve o emprego da determinação e vontade típicas do que representa o maço.

Que essa vontade se dê de maneira firme, constante e resoluta; que em nossas Oficinas todos os Obreiros promovam a edificação de acordo com o que reza a Gloriosa Cartilha do Grande Arquiteto.

Que não nos tornemos   insipientes a ponto de   macularmos a Excelsa   Ordem, menoscabando o Grande Projeto que o Criador tem nos revelado, e em cujas diretrizes devemos todos confiar.

Não nos alienemos a tal ponto de embrutecermos –ainda mais – nossos sentidos. Que possamos   cinzelar as asperezas e   imperfeições que nos   envolvem o coração empedernido e, especialmente, a alma.

Observaremos em nossas vidas uma mudança gradativa, lenta, porém de vital importância: uma discreta, pequena, no entanto visível fagulha de luz, produzida pelo fio do cinzel.

Para os imediatistas, um esforço hercúleo para  quase nada. Todavia, para   nós que sabemos que a edificação do templo íntimo ideal demanda dedicação de tempo e muita prática, essa faísca luminosa é uma conquista formidável e de um valor incomensurável.

Ninguém experimenta a faculdade, sem antes ter passado pelo ensino médio. Para nós Maçons, considerados essencialmente progressistas, a evolução interior é um processo paulatino, que deve ser exercido com o preparo necessário.

O fio de luz que há no cinzel é o resultado da aplicação disciplinada, sistêmica e que envolve o estudo aprofundado e individualizado dos Obreiros, na busca incessante e incansável por seu autoconhecimento.

Só teremos acesso à Luz Infinita no momento que em nosso recipiente (ou templo interior) esteja apto a recebê-la. E só estaremos aptos a tal benesse quando nos conhecermos e nos libertarmos através da Verdade.

Por tais motivos, é que o trabalho exercido com o Maço e o Cinzel não é exclusividade dos   Aprendizes, mas de todos   nós Maçons, que   buscamos a luz da   verdade e do conhecimento.

Todas as ferramentas presentes em Oficina estão  dispostas em nosso favor. A única diferença existente é que, à medida que ascendemos pelo estudo, temos a oportunidade de   manusearmos todos   Instrumentos Reais, deles   absorvendo a instrução necessária para a nossa marcha evolutiva.




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dezembro 05, 2023

LEALDADE MAÇÔNICA - Sergio Quirino Guimarães


Essa é, sem dúvida, a mais difícil virtude a ser adquirida por nós, Maçons. Por motivos simples por termos e sermos uma estrutura hierárquica, a natureza humana segrega, cria "patamares" e penduricalhos fantasiosos lugar

Em tal processo imaginário de castas e esferas de poder, o Homo sapiens maçonauta chegou à conclusão de que quanto mais, melhor! Acontece que para tudo há um tempo e para todos, um lugar

Assim, quando alcançamos essa conscientização, desenvolvemos o compromisso com a retidão moral, a honestidade e a sinceridade.

A LEALDADE MAÇONICA NÃO É PARA COM O OUTRO, MAS PARA CONSIGO.

Estamos em uma Ordem a fim nos tomarmos melhores que nós mesmos. O "eu" de hoje tem que ser melhor do que o "eu" de ontem. Contudo, isso, de fato, constatamos quando não nos

envergonhamos de fitar nossos olhos no espelho.

No caminho do enlevo como Ser Humano, não pode haver a dualidade opositiva do fazer diferente do que se pensa. É o comportamento falso, exemplificado pelo "tapinha nas costas", e a saudação afetuosa dos "Pinóquios"

Podemos seguir os rituais, trajar-nos adequadamente, tecer elogios, cumprir missões, aparentar o cumprimento do propósito e dizer que temos as mãos e a alma limpas. Isso tem o nome de FIDELIDADE.

Portanto, a fidelidade é uma obrigação social, imposta por leis e parâmetros e, muitas vezes, impõe regras aos relacionamentos.

Já a lealdade é espontânea. Ela independe do outro. São comportamentos que trazem satisfação pessoal e ouvir que temos as mãos e a almas limpas, Mas há ou onde está a instrução para a Lealdade Maçônica?

O primeiro "Fio de Ariadne" são as Luvas Brancas a nos alertarem sobre não mancharmos nossas mãos e que sejam encaminhadas a quem pode sempre nos recordar dos compromissos contraídos perante a Maçonaria.

O contrário de Lealdade não é deslealdade é Traição. Por isso, quando nos desviamos começamos a querer mais do outro, a julgar com base na perspectiva pessoal em prol do próprio eu facilmente esses comportamentos são identificados e são de suma importância para todos nós, uma vez que nos informam que os Jubellos são reais e que sempre haverá maus companheiros.

E é justamente nessa alegoria que, pelo exemplo contrário, adquirimos a Lealdade Maçônica:

NOSSAS PALAVRAS NÃO CAUSARÃO O CORTE DA GARGANTA.

TEMOS BONS SENTIMENTOS QUE SE CONSERVAM DENTRO DO PEITO.

NÃO TEMOS COMPORTAMENTOS AMBIGUOS, POR ISSO NÃO ESTAMOS AO MESMO TEMPO NO NORTE E NO SUL.



A MARCHA DO APRENDIZ - Robson Rodrigues da Silva





Inicialmente deve ser esclarecido o significado de marcha. Marcha é o ato ou efeito de marchar, caminhar.

Na maçonaria uma marcha específica é usada para cada grau e cada Rito Maçônico possui igualmente a sua marcha específica. Portanto, a marcha varia em alguns casos de acordo com o Rito.

Os Maçons executam a marcha, pois esta representa a forma de caminhar em Loja em busca da Luz do conhecimento. No caso do Aprendiz este só sabe dar três passos em busca dessa Luz.

A origem desses três passos, ou seja, o porquê dos mesmos, nunca foi explicado, nem há qualquer registro na história. Alguns escritores maçônicos especulam, acreditando que os três passos se devem ao fato do lugar onde eram feitas as cerimônias maçônicas (as Tabernas) ser muito pequeno.

Outra especulação também é feita em relação ao número três dos passos. O que se pode dizer é que este número não é exclusivo da Maçonaria. A Maçonaria o adotou para o Grau de Aprendiz, pois este número é considerado sagrado ou mágico e sempre foi usado por quase todos os povos da antiguidade.

A marcha do aprendiz é feita em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto não saberá a ele retornar. Ela tem início quando o Obreiro ingressa no Templo e, no Rito Escocês Antigo e Aceito, ela é rompida com o pé esquerdo, o mesmo ocorrendo em relação aos Ritos Brasileiro e Schröeder.

Nos Ritos Adonhiramita e Moderno os passos são rompidos com o pé direito. A cada passo dado, é formada uma esquad.’., com a junção dos calc.’., e sempre à ordem. Esta é a única exceção em que o Obreiro ao caminhar, o faz estando à ordem. Em outras oportunidades o Obreiro caminha normalmente pelo Templo sem estar à ordem.

Também muita tinta foi gasta para tentar justificar a forma correta de romper a marcha, ou seja, se com o pé esquerdo ou o direito. Uns alegando que deveria ser com o pé esquerdo, pois este é o lado do coração, da emoção; outros, com o pé direito, pois era o lado da razão.

A cada passo dado com o sentimento da emoção, juntava-se outro, com a razão. Assim, emoção e razão estariam sempre em equilíbrio. No entanto, tudo isso é apenas especulação, sem nenhuma justificativa histórica.

Originariamente, nas Lojas inglesas, os passos eram rompidos com o pé direito. Mas como essa forma de executar a marcha foi revelada por um Irmão indigno chamado Samuel Prichard, que publicou um livreto revelando alguns segredos da Maçonaria, a Grande Loja de Londres resolveu mudar, para impedir o ingresso de profanos nas reuniões maçônicas. Os Ritos Moderno e Adonhiramita, de origem francesa, preferiram continuar segundo a origem inglesa.,

Bibliografia:

-Castellani, José. Dicionário Etimológico Maçônico, Editora a Trolha, Londrina, 1988.

-Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito, edições do GOB.

-SILVA, Robson Rodrigues  - Das Pompas Fúnebres e Outros Estudos Maçônicos. Editora A Trolha, Londrina, 2009.

-XICO TROLHA. Ponte para a Liberdade. Editora A Trolha, Londrina, 2004

USOS E COSTUMES - Heitor Rodrigues Freire


A minha já longa e proveitosa encarnação me tem permitido um aprendizado constante, nas mais diversas atividades que exerço, onde aprendi que o meu ofício é aprender.

Assim, aprendi que não existe aposentadoria. O trabalho é permanente. E é justamente o trabalho que nos permite desenvolver nossa inteligência, aplicar e multiplicar nossos talentos.

Quem não aplica seus talentos acaba empobrecendo sua própria vida. A verdadeira pobreza é um estado mental de carência e falta de entendimento do que representa sua encarnação. Da mesma forma, a verdadeira riqueza também decorre de um estado mental de abundância, quando nos colocamos em harmonia com as leis da Natureza. O mesmo se dá com a nossa saúde. Tudo depende diretamente da nossa atitude mental.

Nós temos liberdade de consciência, ou seja, cabe-nos buscar o entendimento para aplicação do conhecimento ou não. Cada um vai receber de acordo com sua semeadura, que é livre, mas a colheita é obrigatória.

Nessa caminhada de aprendizado, aprendi que uma das características fundamentais do ser humano, é a linguagem. Só ele, é capaz de se expressar por intermédio das palavras. A capacidade de produzir e estruturar frases é inata no ser humano, faz parte do seu patrimônio genético.

“A língua é viva porque está sendo usada sempre, em vários contextos, em várias situações, o que faz com que ela tenha novos usos e novas possibilidades. Isso acontece tanto no espaço quanto no tempo. No espaço geográfico, diferentes regiões; no tempo, em diferentes situações que mudam na sociedade. Assim como a sociedade vai mudando, a língua acompanha essas mudanças da sociedade”. (Ricardo Lima, Departamento de Estudos da Linguagem UERJ).

Mudanças na sociedade se refletem na linguagem falada e escrita. Viva, a língua está sempre se modificando ao longo do tempo e no espaço. Ela absorve novas palavras, assume gírias e, de tanto ser usada, pode até contrair expressões. Isso acontece a todo momento, mesmo que de forma imperceptível. O que penso, deve se evitar, é o empobrecimento verbal, pela repetição de modismos.

Para Noam Chomsky – filósofo norte-americano –, “a linguagem é um órgão da mente. Na mente, há um órgão da linguagem que todos os seres humanos – e apenas os seres humanos têm”. 

A crescente influência dos meios modernos de comunicação tem causado devastação no linguajar da população. “A gente”, por exemplo, enterrou a individualidade das pessoas. O eu e o nós, foram para a lixeira. Agora tudo é a gente.

Vamos pensar antes de falar, para só falarmos aquilo que de fato queremos ver realizado. E assim, conscientemente – a palavra-chave é consciência – acordados, estando presentes a cada momento, evitemos agir de modo automático, na repetição constante de modismos ocasionais.

E assim, perdermos a oportunidade de utilizar a palavra no seu mais profundo poder, que é o da realização daquilo que desejamos. É necessário – mais do que necessário, indispensável – o nosso despertar para a utilização plena de todo o potencial com que fomos dotados.

Exatamente a crescente influência dos meios modernos de comunicação acabam deteriorando a linguagem. Para evitar essa influência, é fundamental estarmos conscientes do que falamos e como falamos. É uma luta constante e que exige presença no aqui e agora.

“A grandeza do homem não está em acumular dinheiro, nem em ampliar poder para dominar os outros. O que existe de grandeza no homem é o significado de sua vida” Juvenal Arduini in Destinação Antropológica.

E esse significado se torna mais importante na medida em que agimos de forma consciente para evitarmos ser conduzidos pelos usos e costumes vigentes.