dezembro 15, 2023

ARREBOL DE CERTEZAS - Roberto Ribeiro Reis



Mais um dia chega, trazendo consigo, além de um clarão de boas-novas, um belíssimo céu de oportunidades. É fundamental agradecermos ao Arquiteto Maior, antes de iniciarmos quaisquer atividades

Um arrebol de certezas irrompe o firmamento, noticiando que o mundo conspira a nosso favor, conquanto com ele estejamos em constante conexão. Afinal, é sabido que nossos corpos –físico e mental- são a representação do microcosmo. O universo reside em cada um de nós.

Temos que praticar o dificílimo exercício de não deixarmos com que os problemas do cotidiano abalem as estruturas de nossa casa mental; às vezes, um pequeno contratempo é capaz de nos desestabilizar por completo, alterando-nos o humor e a paz de espírito.

Com efeito, o ser humano vive sob o efeito dos extremos: se tudo vai bem, ele se ajoelha e se rende inteiramente a Deus, num exercício de louvor e devoção; por outro lado, se o céu começa a ficar nublado, e a tempestade desce à sua cabeça, o Criador é logo esquecido, dando-se lugar às infindáveis reclamações e lamúrias.

Queridos Irmãos, o Maçom deve buscar um pouco mais de intimidade com o Grande Arquiteto, tendo a convicção de que Ele se encontra presente em toda a Obra, e de que toda queda do Pedreiro precede a uma gloriosa conquista.

Destarte, não nos prostremos quando as aflições se fizerem presentes em nossas vidas; ergamos nossas cabeças, elevemos nossas vibrações, sabedores de que na vida tudo passa. Fantasmas mentais existem para serem extirpados de nosso convívio. Problemas –grandes ou pequenos- existem para serem solucionados. Em tudo, é possível a presença da Graça e da Misericórdia do Excelso Criador!

Se fizéssemos uma viagem profunda pelo tempo, ancoraríamos nas terras do passado, e chegaríamos à inevitável conclusão de que já vencemos enormes e variados desafios. Algo que, à época, se nos parecia impossível de resolver, mas que teve um desfecho melhor para as nossas vidas.

E, na maioria das vezes, nem sempre o que é melhor para as nossas vidas é o que fortemente desejamos. Temos que fazer tal reflexão precisa, pois somente assim a nossa existência será menos pesada e sob a forte influência das amarguras e dos tropeços. Contemplar o que se passa dentro de nós, despidos dos extremismos enfermiços de nosso ego, é fundamental para que passemos pelos dias com mais leveza e sobriedade espiritual.

Saibamos experenciar todas as maravilhas que nos são oferecidas pela Sublime Ordem. Firmemos na beleza existente desde a Abóbada Celeste – representando nossa universalidade cósmica - e nos deslumbremos com o cenário de dualidades que nos é apresentado pelo Pavimento Mosaico, que representa nossa consciência de escolha. A vida fluirá, com certeza, em toda sua plenitude.


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O DEVER DA VISITAÇÃO MAÇÔNICA - Murilo Américo da Silva

O dicionário da língua portuguesa no Brasil do filólogo e professor Aurélio Buarque de Holanda define visita como “ir ao encontro de alguém; ato de encontrar uma pessoa, num local determinado, para contemplar alguma coisa”. Partindo desta definição pode-se entender que em Maçonaria o aludido conceito condiz com o que nós maçons pretendemos ao realizarmos nossas visitas em uma loja coirmã.                                                                            

O décimo quarto Landmark consagra como direito universal e inerente a todo maçom, o de visitar e tomar assento em qualquer Loja Maçônica do universo. Esse direito é garantido em decorrência do fato de a Maçonaria ser uma instituição universal, estar localizada em todos os recantos da terra e não fazer quaisquer distinções entre seus iniciados, o que a constitui em uma grande e fraterna família.                                                                                                                       

Corroborando com o Landmark anterior, o décimo quinto Landmark estabelece que o ingresso de um irmão maçom em uma assembleia de loja maçônica diversa da qual ele pertença, independentemente do rito ou da obediência, só será permitido caso este seja um irmão já conhecido, for apresentado por um irmão membro da loja visitada ou irmão de outra loja, desde que seja reconhecido como irmão maçom e, caso o visitante ou visitantes não sejam reconhecidos deverão passar por um exame, conforme os antigos costumes da Ordem, o chamado telhamento ou trolhamento.                                        

Desde seu ingresso como obreiro da Arte Real, o maçom deve sempre trazer internalizado consigo seu compromisso firmado para com a maçonaria no que diz respeito a este intercâmbio salutar e essencial para que os laços maçônicos se tornem cada vez mais estreitos e sólidos. É através da visitação que nós, irmãos maçons, nos interagimos e podemos trocar experiências e conhecimentos voltados para os mais variados aspectos atinentes ao engrandecimento e perpetuação das tradições de nossa Sublime instituição.                     

É através da visitação que surgem oportunidades únicas de experimentarmos as mais variadas sensações atmosféricas e sentirmos as energias que emanam das Egrégora proporcionadas por belíssimas reuniões repletas de conhecimentos e ricas em sabedorias, as quais são realizadas por meio de seus mais variados ritos e rituais maçônicos, fator esse que faz com que o misticismo dos símbolos, das alegorias e das harmonias contidas nos templos captem as mais distantes e puras energias contidas no cosmos celeste, as quais são irradiadas, poderosamente, pelo Grande Arquiteto do Universo.                           

Sendo assim, concito aos irmãos maçons reafirmando a importância que há em visitarmos, independentemente do oriente, da potência ou até mesmo da distância que nos separa.

A satisfação deste ato de desprendimento, solidariedade e apreço é de valor imensurável, típico de nossa natureza maçônica. Importa citar que muitas lojas necessitam do auxilio de irmãos visitantes para comporem os cargos a fim iniciarem seus trabalhos com número regular;visto porque, muitas oficinas têm seu quadro obreiros bastante reduzido, sendo a visitação uma oportunidade de colaborar para que essas reuniões não se tornem prejudicadas, os irmãos desanimem, a loja adormeça e, fatalmente, abata suas colunas.                                                                                                                    

Em contrapartida ao incondicional dever maçônico de visitar, a loja anfitriã tem por obrigação recepcionar os irmãos visitantes com alegria e calorosa festa, pois nada mais gratificante para um obreiro do que receber no seio de sua loja vistas de irmãos valorosos que venham a integrar os trabalhos de modo a contribuir para o maior brilhantismo da reunião; e nada mais prazeroso para um irmão visitante do que sentir-se abraçado e útil em integrar aos trabalhos colaborando para a sua efetiva realização.                                                                                  

Portanto, lembremos do dia de nossa iniciação, onde, no templo, havia inúmeros irmãos de diversos orientes e obediências, revestidos com seus aventais e insígnias com as mais variadas cores e ornamentações, formando assim um belo e curioso mosaico retratando, assim, não existir fronteiras que possam impedir ou limitar que irmãos maçons se reúnam em prol de um objetivo comum entre si, que é o de tornar feliz a humanidade através da busca constante da verdade.                                                                                                                                

A solidariedade que tanto enobrece o maçom através suas atitudes podem ser percebidas ao extrapolarem as paredes do templo e se colocarem a serviço de algo ainda maior e sublime. Tais atitudes ocorrem através de um auxílio ou uma palavra de conforto a um irmão necessitado, adoentado, ou que por algum outro motivo encontra-se afastado do convívio maçônico; e também aos familiares de um obreiro que se encontra enfermo em um leito de hospital ou que passou ao oriente eterno.

Como podemos ver a visita não deve se esgotar ou limitar-se somente às oficinas coirmãs, sua finalidade vai muito, além disso, ela transcende as colunas do templo e os umbrais das salas dos passos perdidos indo levar conforto e alento a quem necessitar, sendo maçom ou não.                     

Finalmente, vale aqui destacar um corolário muito utilizado no meio maçônico que nos faz refletir sobre a questão da visitação: “Quem não visita não é visitado”; ou seja, se visitamos, em algum momento seremos retribuídos.

O PAPEL DO REVÉRBERO CONSTITUCIONAL FLUMINENSE PARA A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - Almir Sant’Anna Cruz









A liberdade de imprensa brasileira conquistada com a vinda da família real, logo propiciou a disseminação entre a população, as ameaças que o Brasil vinha sofrendo de Portugal, e publicavam-se notícias de várias independências de países latino-americanos, incentivando a crescente insurreição da população brasileira para a luta da independência.

O papel da imprensa no processo da independência do Brasil foi de grande importância, embora alguns historiadores não tenham visto sua relevância, sob o argumento de que a maioria da população era analfabeta e não tinha conhecimento das ideias disseminadas pelos jornais.

Conquanto seja inquestionável o fato de que a maioria da população era iletrada, esses historiadores não levaram em conta que as matérias jornalísticas não ficaram restritas ao povo mais culto, uma vez que os jornais e panfletos eram lidos em voz alta nas praças, casas, bares e outros espaços públicos, disseminando as ideias da independência sobre as camadas populares.

O
Revérbero Constitucional Fluminense, fundado pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, teve a sua primeira edição quinzenal publicada em 15 de setembro de 1821 e foi um dos primeiros periódicos a surgir, se opondo ao domínio português e repudiando as ordens provenientes de Lisboa.

Foi o órgão doutrinário da independência do Brasil, com seus contundentes artigos e imprimindo em suas páginas a defesa de um projeto político nacionalista visando uma monarquia constitucional, ou, em suas palavras, “um governo liberal e permanente, regulado pelas leis fixas e bebidas da natureza”.

Em sua segunda edição, publicada em 1º de outubro de 1821, quando aqui chegaram as notícias que as Cortes pretendiam separar o Grão Pará (que corresponde atualmente aos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e parte do Mato Grosso) do Reino do Brasil, rebaixando aquela província à situação de colônia do Reino de Portugal, o Revérbero Constitucional Fluminense publicou o seguinte artigo, cheio de ironia:

“Pela parte dos nossos compatriotas, congresso ilustre da lusa monarquia, nós vos agradecemos a proclamação de nossa liberdade. Se as nossas vozes tiveram a fortuna de ressoar ao vosso reino, nesse templo augusto de filosofia e de liberdade, que elas pregoem que eterno vínculo nos ligará eternamente ... que em vós tudo confiamos, porque uma parte da nação livre não há de querer escravizar a outra ... Vomite embora a calúnia os seus venenos, tais são os votos dos brasileiros.

Acima de tudo, o Revérbero Constitucional Fluminense publicava artigos doutrinários favoráveis a independência, mas também trazia transcrições de jornais de Lisboa, Paris e Londres, inclusive os artigos do célebre Correio Brasiliense, editado em Londres pelo Maçom Hipólito José da Costa (patrono da imprensa brasileira), exilado por sua linha editorial ter sido sempre contrária à coroa portuguesa.

As atividades revolucionárias de Gonçalves Ledo, de forma alguma passavam despercebidas pelas autoridades, como se verifica no trecho do Decreto datado de 4 de dezembro de 1821, em que o Intendente Geral de Polícia, Desembargador João Ignácio da Cunha, enviou ao Ministro do Reino: 

“... permita V. Excia. que diga ser impossível agir, sem tropas fiéis, pois as que temos estão na maioria filiadas aos conspiradores, sendo conveniente mandar buscar outras no reino, pois o movimento da independência é por demasia generalizado, pela obra maldita dos maçons astuciosos, com a chefia de Gonçalves Ledo”.

Vê-se que Gonçalves Ledo exercia uma espécie de poder paralelo, pois além de seu periódico, contava com o apoio de diversos militares de alta patente, que ele próprio havia convidado para ingressar na Maçonaria. 

Que providências poderiam ser tomadas contra ele e os Maçons? Como bem o disse o Intendente Geral de Polícia, só com novas tropas vindas de Portugal.

Em 25 de dezembro de 1821, um novo ofício do Intendente Geral de Polícia dizia:

“... E é de fonte segura que a maçonaria pretende fazer a independência em meados do ano vindouro de 1822. É de uma larga prudência que o Príncipe aproveite com astúcia o momento para dirigir a maçonaria e torcer-lhe a ação nefasta”.

Errou por pouco: a independência ocorreu alguns meses depois, em setembro; o Príncipe realmente passou a dirigir a Maçonaria, mas proclamou antes a independência; e meses depois fechou o Grande Oriente do Brasil.

Enquanto editavam e redigiam o Revérbero Constitucional Fluminense, Gonçalves Ledo e o Cônego Januário da Cunha Barbosa não se mantinham exclusivamente nessa função

Nelson Werneck Sodré, in História da Imprensa no Brasil, expõe que partiu de ambos a representação, que contou com a adesão de outras figuras destacadas, sobretudo de Maçons, para a convocação do Conselho de Procuradores, primeira e rudimentar forma de delegação eleitoral a vigorar no Brasil, a nível geral, decisão esta que o governo de Lisboa não poderia considerar senão como rebeldia. 

Se isso aconteceu em fevereiro de 1822, a edição extraordinária do Revérbero Constitucional Fluminense de 12 de maio, transcrevia do Correio Brasiliense, editado em Londres pelo Maçom Hipólito José da Costa, o artigo “União de Portugal com o Brasil”, em que se exaltava a separação entre a colônia e a metrópole. 

A linguagem do jornal de Ledo e Januário aumentava em vigor, a cada dia, acompanhando a evolução dos acontecimentos e a crescente exaltação dos brasileiros. 

Foi essa consonância com o sentimento e a opinião que alicerçou o seu papel e lhe conferiu, e aos seus dois redatores, o grande prestígio de que desfrutaram.

Dentro de seu projeto político para o Brasil, e em consonância com o seu próprio título, o Revérbero Constitucional Fluminense insistia na necessidade da convocação de uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, tendo como exemplo a edição extraordinária de 18 de maio de 1822.

Os conservadores eram contra esse clamor, tachando a Constituinte de “mera farsa e paródia da que perdeu a França”. D. Pedro, todavia, atendeu o pedido, convocando os trabalhos que dariam origem à constituição de 1824, consumando, assim, a Independência.

Excertos do livro A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

dezembro 14, 2023

VISITA À ARLS TEMPLÁRIOS 232 EM S. PAULO




Visitei na noite de ontem, quarta-feira, a ARLS Templários n. 232 que funciona no edifício defronte a GLESP.

Loja pequena e muito animada em que, na sessão de encerramento do ano, pude apreciar uma excelente palestra sobre amizade proferida pelo irmão José Carlos Drager e também contribuir com uma breve fala sobre a história da maçonaria. 

Agradeço a gentileza recepção com que fui recebido pelo VM Luis Marcelino Serrano e demais irmãos.

MEU QUERIDO E AMADO IRMÃO - Cledson Cardoso






O Natal e o Ano Novo se aproximam e,  com eles a esperança e a alegria.

Será?

No conturbado momento histórico em que nos encontramos, uma parte da humanidade luta, de forma ferrenha, para destruir outra parte: seja na Ucrânia,  seja em Gaza, ou em qualquer outro lugar deste pequeno planeta Terra.

Enquanto nos dividimos entre bons ou maus, direita ou esquerda,  ateus ou religiosos, pacifistas ou fanáticos  ... a nossa vida segue seu inexorável caminho para o fim.

Como estamos aproveitando esta viagem chamada VIDA?

Que bagagem estaremos carregando nas mãos quando chegarmos na estação em que deveremos desembarcar?

Como seremos recebidos    quando chegarmos lá?

Será que fizemos por merecer que alguém esteja nos esperando?

E o que carregamos em nossa mente e coração,  para que possamos presentear a alguém quando desembarcarmos?

As mais sérias e respeitáveis pesquisas já realizadas, comprovaram que ter se dedicado, honestamente,  é um dos melhores seguros desta viagem que podemos ter feito.

Aproveite enquanto ainda está nesse trem; enquanto as guerras e massacres não lhe alcançaram; enquanto ainda lhe é permitido viver com relativa tranquilidade ... e torne-se Amigo, torne-se merecedor da amizade de alguém.

Comece pelos mais próximos,  sua própria família; e, se tiver tempo antes da próxima estação,  vá incluindo outras pessoas em sua *rede de amizade*.

Se você não fez isso até ontem, não deixe para amanhã

Faça isso hoje!

Não espere o jantar do Natal, a contagem regressiva do final do ano,  ou o momento das propostas para o Ano Novo.

Milhares de sonhos e projetos são interrompidos TODOS OS DIAS.

Se você não sabe por onde começar,  saiba que não existe uma fórmula magica; mas, seja educado, não pense só em você,  procure fazer aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem, respeite o outro, procure fechar os olhos para os defeitos alheios e abri-los para as características boas.

Garanto que essas atitudes vão lhe ajudar a começar belas e valorosas amizades.

E tenha sempre em mente que a nossa estação está próxima; mas, enquanto não desembarcarmos, ainda teremos tempo para nos tornarmos um pouco melhores do que somos.

E, mesmo que ninguém esteja à nossa espera, talvez tenhamos tornado a viagem de outros bem melhor, pelo simples fato de termos passado em suas vidas.

Afinal: distribuir sopas quentes no frio,  agasalhos, água, cestas básicas,  *faz muito bem e ajuda bastante*.

Mas, distribuir gentileza, sorrisos, abraços e doar o ombro para que o outro repouse suas mágoas e lágrimas, não tem preço (nem mesmo para você).

Ei !!!!

Se você leu até aqui é sinal de que considera importante o que escrevo para ti.

Então, saiba que você está no rol dos meus Verdadeiros Amigos.

Fica em paz!





VELAS E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA - Hercule Spoladre


Toda vela ao ser acesa, ou será como iluminação, ou como ornamentação do ambiente ou então fará parte de um ritual onde a concentração mental e a chama como elementos simbólicos comporão um processo especial onde acontecerá uma intenção, como por exemplo, um desejo, uma promessa, uma oferta votiva uma invocação quer com fins religiosos ou mágicos. Na Maçonaria, nos ritos em que elas existem, participam de um simbolismo muito profundo quando da invocação de Deus, no inicio e durante e no final de uma sessão ritualística.

É importante o uso do poder da mente e o desejo de se obter algo quando se acende uma vela. Uma das velas usada na Maçonaria é uma vela grande chamada círio a qual deverá ter em sua composição mais de 50% de cera de abelha, o que lhe garantirá uma chama pura.

As velas são usadas desde a mais remota antiguidade, inclusive sendo usadas pelos pagãos e pelos povos primitivos ou como iluminação ou com fins iniciáticos ou religiosos. Somente a partir do século V foi que seu uso se generalizou na Europa.

A vela não é, portanto, um símbolo criado pela Maçonaria, sendo emprestado da Igreja Católica adotado por ela, e que também copiou dos antigos e deu sua própria versão.

As verdadeiras velas são constituídas por um bastonete de cera de abelhas, ou então as fabricadas hoje industrialmente não sendo, portanto, as verdadeiras velas de outrora, onde usam uma composição de acido esteárico ou de parafina que envolve uma mecha luminosa, cuja combustão fornece uma chama luminosa. A matéria prima mais empregada era a fabricação de velas era cera de abelha, sebo, óleo de baleia, gordura animal. Posteriormente a indústria mais desenvolvida passou a usar produtos de destilação do petróleo, xisto betuminoso (parafina) bem como ésteres esteáricos da glicerina (estearina). Nas funções religiosas da Igreja Católica são usados os círios que é em realidade, uma vela grande. A maçonaria adotou o mesmo critério. Durante séculos os círios foram fabricados em cera de abelha pura. Isto é, sem mistura.

A chama de um círio é para os Maçons, pura, viva e ritualística e há nela uma profunda espiritualidade. Enquanto que a chama produzida a gás, ou por velas de estearina ou parafina, que fazem parte das velas comuns, e ainda por lâmpadas elétricas imitando uma chama de vela são estranhas artificiais e impuras, mas substituem as velas de cera, porque tudo mudou no mundo.

Os tempos mudaram a Maçonaria, não em seus princípios que continuam duradouros, mas mudou e os maçons de hoje também mudaram, mas a essência deste simbolismo não mudou e através da imaginação e do seu poder mental os maçons podem sentir que as ditas velas chamadas impuras possam fazer o mesmo efeito simbólico das velas puras, pois tudo é simbolismo. É tudo uma questão de reprogramação mental Hoje as velas de cera de abelha são bastante caras e não se tem mais a certeza de que sejam totalmente de cera de abelha. Então que se imagine e que se que a chama de uma vela atual tenha o mesmo valor simbólico e espiritual, mas o maçom terá que senti-lo como tal, e que as sempre lembradas velas de cera de abelha e a essência dos princípios maçônicos continuarão os mesmos.

Antes do advento da luz elétrica as velas eram usadas com fins litúrgicos na Maçonaria simbolicamente, e também como iluminação dos locais onde os maçons se reuniam. Hoje fabricam lâmpadas elétricas que simulam artificialmente a chama de uma vela. Atualmente uma grande maioria de lojas substituíram as velas de cera por lâmpadas imitando velas.

Uma rica tradição, simbólica e poderosa foi aos poucos sendo abandonada em favor do modernismo. Felizmente muitas Lojas, para o bem da tradição ainda conservam os costumes antigos usando velas de cera de abelha.

Segundo Boucher, a cera de abelhas, quando faz parte de uma vela acesa apresentam dentro da ritualística maçônica os seguintes símbolos: Trabalho, Justiça Atividade e Esperança.

Há ainda outro símbolo, muito usado na Maçonaria Americana, a Colmeia que significa o Trabalho e a Diligência.

No Catolicismo o uso das velas é antigo, apesar dos primeiros cristãos ridicularizarem os pagãos que empregavam velas em seus ritos, e passaram a usa-las. As velas foram oficializadas quando no século V em Jerusalém foi feita a primeira procissão de velas. No século XI a Igreja adotou o uso das velas sobre os altares, já que até então elas eram dispostas a frente dos altares para uso litúrgico e atrás dos mesmos para ornamentação e iluminação.

Para alguns autores sacros o Pai seria a cera, o Filho, o pavio e a chama seria Espirito Santo. Ainda representaria outro ternário: corpo alma e espirito.

Se observarmos atualmente os círios na Igreja Católica eles contem inúmeros símbolos gravados no   bastonete da vela de cera que usam.

As velas são usadas em festas judaicas em especial na festa de Hanukhah ou Festa da Dedicação ou ainda das Luzes, que dura oito dias, e são acesas progressivamente oito velas, uma cada dia, do chanukiá, que é um candelabro de nove braços, no centro do qual existe uma pequena vela, que serve para acender as outras 8 velas. Um dos símbolos importantes do judaísmo é um candelabro de sete braços chamado menorah. Não será necessário dizer que durante as cerimônias cada braço será o suporte de uma vela acesa.

Na umbanda e no candomblé como são conhecidos atualmente, também usam as velas como oferendas ou como pedidos. Os adeptos destas religiões costumam acender velas de cores de acordo com as entidades invocadas.

Adeptos do ocultismo, ou também como são conhecidos atualmente como bruxos ou simplesmente magos utilizam velas para realizar seus rituais, com fins mágicos. Segundo manuais de ocultismo os magos visam através destas práticas, liberar seu subconsciente. Trabalham em silêncio e seus trabalhos exigem muita concentração. Costumam antes das sessões de magia, queimar incenso para despertar a mente. A seguir usam um óleo especial para untar a vela visando desta forma criar um elo entre a vela e o mago através do tato. Ainda ao passar as mãos na vela acreditam que transmitam a ela as suas próprias vibrações que passaria a atuar como um magneto psíquico. Enquanto o mago unta a vela, ele dirige a mente ao que está desejando. Citam os manuais de magia que todo trabalho perfeito do mago é realizado em primeiro lugar na sua mente. “O que sem tem na mente torna-se realidade” afirma uma escola parapsicológica. Como se pode observar o uso das velas nestas situações é importante até na Magia.

Segundo autores maçônicos a velas da época das corporações de oficio e das guildas seriam ofertas votivas. Não nos dão a ideia de que os maçons operativos promoviam a guarda de votos de gratidão, por graças recebidas. Mas como a maçonaria operativa era totalmente católica e a Igreja já existia há mil anos antes dos maçons operativos se acredita que estes seguiam a mesma tradição católica em relação ao uso das velas. Seria apenas a continuação de um costume já antigo no mundo, religioso ou não.

A tradição maçônica está ligada a todas as filosofias antigas às religiões, inclusive a Católica, e em especial em muitos dos seus símbolos.

Um fato que chama a atenção é que após a fundação da Grande Loja de Londres fundada em 24/06/1717, quando a Maçonaria ilusoriamente se tornou Especulativa ou Moderna, pois desde 1600 já estavam recebendo “maçons aceitos”, a orientação católica enfraqueceu a Ordem dela passou a contar com a participação muito grande de pastores principalmente de anglicanos e luteranos. Foi nesta fase que a Ordem além da influência evangélica, começou a receber um novo contingente de alquimistas, cabalistas, rosacrucianos e ocultistas que enriqueceram os nossos símbolos, em nossos rituais. Somos obrigados a raciocinar que estes novos tipos de maçons introduziram algum simbolismo a mais às velas, além dos sentidos espirituais.

Mas de qualquer forma as velas que desde as épocas mais distantes representam para certas correntes espiritualistas a Sabedoria, Iluminação, Conhecimento e Realização espiritual e ainda a alma imortal.

Sabemos que os maçons pertencentes à Grande Loja e Londres eram chamados de Modernos e que tiveram por muito tempo influência grande no mundo maçônico. Eles acendiam velas, provavelmente círios (vela grande) em seus candelabros e as chamavam de as Três Grandes Luzes que representavam as posições do Sol em seu trajeto diário e noturno nas vinte e quatro horas. Diziam também que elas significavam o Sol, a Lua e o Venerável da Loja.

Este conceito temos até hoje em nossas instruções em Loja.

Entretanto a grande rival da Grande Loja de Londres, ou seja, a Grande Loja dos Antigos e Franco Maçons, fundada em 1753, consagrada aos Antigos obedeciam às Antigas Obrigações (Old Charges) que até então respeitavam os “maçons livres em loja livre” isto, é lojas sem potência.

Somente em 1813 é que se uniram a Grande Loja de Londres e a Grande Loja dos Antigos e Franco Maçons e fundaram a Grande Loja Unida da Inglaterra como é conhecida hoje. Os Antigos admitiam as três velas como Pequenas Luzes que representavam o Venerável e os dois Vigilantes E as Grandes Luzes que seriam o Livro da Lei o Esquadro e o Compasso.

Os círios ou velas são também chamados de Estrelas. Por isso usa-se em Maçonaria a expressão “Tornar as estrelas visíveis” quando o Venerável ordena em alguns ritos que se acendam as velas. Quando uma Loja recebe visitantes ou Dignitários ilustres e que serão recebidos de acordo com o protocolo de recebimento com tantas estrelas conforme sua importância na Ordem. Todavia segundo um antigo costume as estrelas (velas) não serão usadas para iluminar os visitantes, mas sim para representar Luz que eles representam.

O número e a disposição das velas em Loja variam, conforme o costume, grau, rito e até à potência à qual pertencem.

Desde o inicio da Maçonaria Especulativa ou Moderna foram usadas três velas grandes (círios) colocando-as em cima de grandes candelabros. Está claro que deveriam existir outros tipos de velas ou candeeiros com finalidade de iluminação, ou fonte de luz já que não já nesta época não se tinha descoberto o uso da energia elétrica. Em algumas Lojas eram colocados no chão em forma de triângulo. No fim do século XIX as velas foram colocadas ao lado do Venerável e dos Vigilantes (tocheiros como são chamados no Trabalho de Emulação).

Atualmente dependendo do Rito usa-se uma vela em cima do Altar das Luzes e além das três citadas, usa-se três círios ao lado do Altar dos Juramentos, ou painel das Lojas ou como no caso do Rito de Schröder que não tem Altar dos Juramentos, mas estende-se o seu maior símbolo, o Tapete entre três círios.

O modernismo fez com que quase em todas as Lojas, a velas fossem substituídas por lâmpadas de luz elétrica imitando os bastonetes das velas.

Portanto, não há mais parâmetros de comparação ou um estudo mais sério a respeito. E com o modernismo veio normalmente a alteração das interpretações, e eisto é um fato, mas ao lado este detalhe, os inventores, “achistas” irmãos que gostam de aparecer, fazendo suas fantasias virarem procedimentos, trataram de alterar ainda mais a Ordem. E estas mudanças feitas pelo próprio maçom, acabam tornando-se verdades para principalmente os que foram iniciados na Ordem após elas terem disso realizadas.

Posteriormente com a criação de novos Ritos foram criados procedimentos ritualísticos, diga-se de passagem, alguns deles muito lindos como é o caso do Rito Adonhiramita e o Rito de Schröder (Alemão).

Já o Rito Francês ou Moderno aboliu-se definitivamente o uso das velas, do Altar dos Juramentos e da Bíblia.

O REAA usa as velas com finalidade litúrgicas. Além das velas sobre os altares do Triângulo Dirigente, é comum observar velas acesas em cima dos altares do Orador e Secretário e das Luzes Místicas que triangulam o Altar dos Juramentos onde deve estar a Bíblia aberta. Estas três velas representariam simbolicamente os três aspectos da Divindade: Onisciência, Onipresença e Onividência.

No Trabalho de Emulação usam-se os chamados tocheiros que são um tipo de coluna pequena sobre a qual um círio permanece aceso durante a sessão. São três tocheiros, um à direita do Venerável e um ao lado de cada um dos Vigilantes.

As cerimônias de acendimento das velas deveriam obedecer alguns princípios que seguem as antigas tradições Sempre o Fogo Sagrado deverá vir do Oriente, pois toda Sabedoria, e toda Luz vem do Oriente.

As velas não podem ser acesas com isqueiros, gasolina fósforos enxofrados, ou qualquer outro meio que produza fumaça ou cheiro fétido. A vela do Altar do Venerável deverá ser acesa através de outra vela intermediaria, para que a chama recebida possa ser pura. Igualmente ao apaga-la não poderá ser com o hálito que é considerado impuro, ou com dois dedos se tocando, abafando a chama como é comum ocorrer. Esta tradição a Maçonaria foi buscar na Antiga Pérsia segundo Boucher que afirma que o culto ao Fogo dos persas era tão sagrado que jamais empregavam o hálito ou sopro para apagar a chama, bem como jamais usavam agua para apagar o fogo. Isto quando estavam executando uma cerimonia sagrada ou ritualística. Provavelmente usavam o sopro e a agua para apagarem o fogo fora dos seus templos ou lugares sagrados.

Devemos usar um velador, adaptado com um abafador. Um velador é um suporte fino de uns 30 cm de comprimento feito de madeira ou metal na extremidade do qual existe um disco para a vela ou candeeiro. Perto da extremidade adapta-se um abafador pequeno de metal para apagar a vela. Todavia nem sempre o velador deverá ter um abafador ou apagador de velas, acoplado. Um abafador ou apagador de velas poderá ser uma peça de madeira ou de ferro, tendo presa a uma das suas extremidades uma espécie de campânula que se usará para abafar ou apagar a chama da vela, mas nunca com sopro ou outro meio.

Alguns autores sugerem que o Venerável e Vigilantes utilizem o próprio malhete para apagar a vela de seus altares. Não nos parece esta prática, uma maneira adequada para se apagar uma vela dentro de uma sessão ritualística que tem um simbolismo tão profundo. E ainda tem que se considerar que o malhete não foi feito para dar pancadas em velas para apaga-las. Isto é um absurdo.

Três dos Ritos existentes no Brasil têm uma ritualística própria e especial muito interessante com relação às velas, que merecem ser mencionadas. São muito lindas, e repleta de espiritualidade, que vale a pena serem descritas como está no Ritual porem de maneira sintética só descrevendo suas etapas mais importantes, onde mostram o trajeto das velas durante esta cerimônia de abertura e fechamento da Loja.

No Rito Adonhiramita esta passagem ritualística chama-se Cerimônia do Fogo. Antes do inicio da sessão o Arquiteto, Mestre de Cerimônia e 1º Experto acendem o Fogo Eterno ( Reavivamento da Chama Sagrada) que é uma grande vela um círio portanto, que fica situado no Oriente entre o Altar dos Juramentos e o Altar do Venerável. Após iniciada a sessão é realizada a Cerimônia da Incensacão que é uma parte da ritualística. A seguir, o Venerável ordena ao Mestre de Cerimônia que realize a Cerimônia do Fogo. O Mestre de Cerimônias com um velador ou acendedor apanha a Chama Sagrada junto ao Fogo Eterno, que está entre o Altar dos Juramentos e o Altar da Sabedoria ou do ou do Venerável e o conduzirá ao Altar do mesmo. Este, ao receber o velador, ergue-o com as duas mãos à altura de sua face e diz: “Que a Luz da Sabedoria ilumine nossos trabalhos” Em seguida acende sua vela e diz ”Sua Sabedoria é infinita” o Mestre de Cerimônia leva a chama ao Altar do Primeiro Vigilante Este igualmente ergue o velador à altura da face e diz” Que a Luz de sua Força nos assista em nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Força é infinita” Repete-se o mesmo procedimento com o 2° Vigilante e este dirá: ”Que a Luz de sua Beleza manifeste-se em nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Beleza é infinita”.

O Mestre de Cerimônia apaga a Chama do velador com o abafador ou apagador e comunica ao Venerável que terminou a cerimônia. Este no final da sessão após vários procedimentos ritualísticos determina ao Mestre de Cerimônia que proceda o adormecimento do Fogo.

O Mestre de Cerimônias vai até o 2° Vigilante e entrega-lhe o abafador ou apagador. Este adormece a Chama dizendo “Que a Luz de sua Beleza continue a flamejar em nossos corações”. Devolve o apagador para o Mestre de Cerimônias vai ao Altar do Primeiro Vigilante entrega-lhe o apagador : “Que a Luz de sua Força permaneça em nossos corações” e adormece a sua chama. É devolvido ao Mestre de Cerimônia o apagador que vai até o Venerável e este ao apagar ou adormecer a sua Chama dirá: “Que a Luz da Sabedoria prossiga habitando nossos corações”. O Mestre de Cerimônia volta ao seu lugar a e avisa que procedeu a Cerimônia de Adormecimento do Fogo.

O Venerável termina a sessão, todos saem, permanecem no Templo apenas o Irmão Cobridor Interno, Mestre de Harmonia e Arquiteto, sendo este o ultimo a sair do templo após adormecer a Chama Sagrada o que fará em companhia do Mestre de Cerimonia e 1° Experto que se colocam numa posição a formar um triangulo. O Arquiteto fechará o templo.

No Rito de Schröder ou Rito Alemão no centro do Templo há um Tapete o qual contem todos os símbolos do Rito e que é desenrolado no inicio dos trabalhos de uma sessão, sendo enrolado no final com uma ritualística especial. Ao lado do tapete junto às bordas estão três Colunas Dórica Jônica e Coríntia de 90 cm a 120 cm em cima das quais estão três círios, um em cada coluna.

Já antes do inicio da sessão deverá estar acesa uma vela fixa, chamada de Luz do Mestre, no Altar do Venerável o qual entregará ao Primeiro Diácono uma pequena vela que foi acesa na Vela do Mestre. O Primeiro Diácono vai até o Altar do Segundo Vigilante e acende sua vela e a seguir vai até o Altar do Primeiro Vigilante e acende também sua vela. A seguir o Primeiro Diácono segue pelo Norte e vai até o Altar do Primeiro Vigilante e vai até a Coluna Jônica que está ao lado Tapete e aguarda o Venerável que chega em seguida e lhe entrega sua pequena Vela. O Venerável acende com esta pequena vela o círio da Coluna Jônica e diz “Sabedoria dirija nossa Obra”. O Primeiro Vigilante acende o círio da Coluna Doria e dirá: “Força, execute-a” e o Segundo Vigilante acende em seguida o círio da coluna Coríntia e diz: “Beleza, adorne-a”. No final da Sessão, O Venerável e os Vigilantes se colocarão junto às suas colunas representativas já citadas, que estão localizadas nos três cantos ao lado Tapete. Os círios vão sendo apagados e as Luzes da Loja dirão: Primeiro Vigilante - “A Luz se apaga, mas que, em nós atue o fogo da Força”. 2° Vigilante – “A Luz de apaga, mas que fique, em torno de nós o brilho da Beleza”. Venerável: – “A Luz se apaga, mas que, sobre nós continue a brilhar a Luz da Sabedoria”

O Rito Brasileiro não nega que tenha emprestado as cerimônias mais lindas dos demais ritos praticados no Brasil e colocadas no seu ritual. Tem também a cerimônia do acendimento das Luzes Místicas que é uma adaptação das cerimônias usadas nos Ritos Adonhiramita e de Schröder, mais simples, porem também muito bonita.

O Criador dos mundos emite continuadamente Sabedoria Força e Beleza. Para nós Maçons, compete apenas abrirmos o canal espiritual para recebermos esta Energia. Uma vela dentro da nossa ritualística, quando acesa funciona como um emissor repetidor das vibrações mentais nela enfocadas e concentradas. Enquanto estiver ardendo a chama estará se repetindo o propósito pelo qual a vela foi acesa. Ela é, pois o símbolo do Fogo Sagrado emitido pelo GADU. Mas não esqueçamos que através tão somente do poder mental que todos nós possuímos, verdadeira dádiva de Deus, poderemos desde que nossa mente devidamente sintonizada em ondas alfa ou téta, e programada para esse fim, conseguir o mesmo efeito que uma vela acesa dentro de um Templo maçônico. Tudo dependerá do grau de concentração no Criador. Mas de qualquer forma as velas sagradas usadas nas nossas ritualísticas, tem um valor muito grande para que nossa mente fique focada totalmente no GADU e a Maçonaria soube de maneira tão profunda e linda, usar o poder mágico das Velas.

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Referências

ASLAN, Nicola - Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria Simbólica Vol. 4

BOUCHER, Jules - La Symbolique Maçonique

CASTELLANI, José – Liturgia e Ritualística do Aprendiz Maçom

CHARLIER, René Joseph – Pequeno ensaio da Simbólica Maçônica

HOWARD, Michael - Uso mágico das Velas e seu significado oculto.

MENSAGEM DA COMUNIDADE JUDAICA A LULA:

 

" Nós, judias e judeus brasileiros, junto a muitos não judeus que compartilham nossa dor, vimos por esta  carta aberta expressar ao presidente da República e à sociedade nossa preocupação pelas consequências  por aqui da guerra do Hamas contra Israel.

O massacre de 7 de outubro, há pouco mais de dois meses, foi a maior matança de judeus por serem judeus desde o  Holocausto. Mais de 1.200 pessoas foram assassinadas a sangue frio num atentado terrorista macabro que incluiu  estupros, corpos queimados ou mutilados, famílias inteiras mortas no próprio lar e mais de 200 crianças, idosos,

mulheres e homens sequestrados. Quase todos e todas nós –– uma comunidade formada por pouco mais de cem mil  brasileiros que amam o país –– conhecemos alguém por lá que foi morto, ferido, perdeu um familiar ou aguarda a  liberação de um refém.

Israel tem o direito de se defender dessa barbárie, como o Brasil teria se o massacre tivesse sido aqui. Mas foi lá numa  terra distante que sempre foi alvo de preconceito e desinformação. Desde o início desta guerra, assistimos a um  aumento alarmante do antissemitismo, nas ruas e nas redes. Falas até pouco impensáveis encontram agora livre vazão.  Já vimos, inclusive, passeatas com bandeiras do Hamas no Brasil, que assiste a uma horrenda normalização do terrorismo e à banalização dos chamados a ferir e matar judeus. Entenda que tudo isso ameaça a segurança das nossas  famílias –– e de toda a sociedade.

Não é um caso especial: está acontecendo no mundo, e nós não queremos chegar à situação de outros países onde os  judeus e judias precisam tirar as mezuzás das portas, andar na rua sem kipá e esconder a estrela de Davi pendurada  no pescoço. Não queremos ter que pedir aos nossos filhos, aqui no Brasil, que troquem de roupa para não ser vistos  na rua com o uniforme de uma escola judaica –– e tem famílias que já estão passando por isso. É urgente que autoridades e políticos comecem a agir com determinação e fazer pedagogia social. Não aceitaremos viver sob o temor  permanente de ser vítimas do ódio e da violência.

Presidente Lula, na última campanha, Vossa Excelência pregou o fim dos discursos de ódio, fake news e ataques às  minorias, e prometeu trabalhar pela união dos brasileiros e brasileiras. É mais do que necessário. Acreditamos nestas  suas falas e esperamos que honre o compromisso. Por isso mesmo, tem palavras que doem e silêncios ensurdecedores.

Doem as falsas equivalências: um povo que se defende não pode ser equiparado àqueles que querem massacrá-lo, e  um Estado democrático que protege seu povo (a única democracia do Oriente Médio) não pode ser equiparado a um  grupo terrorista que usa civis inocentes como escudos — um grupo fundamentalista religioso que instaurou uma  ditadura militar em Gaza há mais de 15 anos e mantém sua população de refém, violando os direitos humanos, oprimindo as mulheres e perseguindo a população LGBT. Doem as declarações que, por desconhecimento, reproduzem fake  news e teorias conspiratórias sobre Israel, que alimentam o preconceito sobre os judeus e o sionismo –– nome próprio  do movimento nacional de autodeterminação do povo judeu. Ensurdece a ausência de vozes que repudiem o antissemitismo naqueles setores políticos e sociais onde ele se espalha perigosamente.

Recentemente, o senhor recebeu a irmã e a filha do brasileiro Michel Nisenbaum, ainda refém do Hamas. Foi um passo  importante, mas a gravidade da situação exige muito mais. As falas, decisões e posturas públicas da máxima autoridade do país podem nos trazer segurança ou insegurança –– e, se acertadas, podem educar, ajudando a construir uma  sociedade pacífica e consciente dos males do antissemitismo.

A nossa dor, contudo, não nos leva ao distanciamento: queremos dialogar, conversar, ser ouvidos. Sabemos que Vossa  Excelência é uma pessoa aberta, que sabe ouvir, e esperamos que compreenda o quanto seria importante, pela sua  influência, que fale em alto e bom som que Hamas é um grupo terrorista –– pelos fatos que todo o mundo viu, apesar  da cegueira da ONU –– e exija nos fóruns internacionais a liberação incondicional todos os reféns. Que ouça o testemunho dos compatriotas que voltaram de Israel depois do massacre e ainda não foram recebidos. Que preste homenagem  aos brasileiros assassinados, Karla Stelzer, Bruna Valeanu e Ranani Glazer, e também Celeste Fishbein, filha e neta de  brasileiras.

E, sobretudo, que se empenhe pessoalmente, como representante do povo brasileiro, na luta contra o preconceito que  nos atinge também aqui, em casa, adotando oficialmente –– como já fizeram, entre outros, Fernández, na Argentina;  Biden, nos EUA; Macron, na França; Sánchez, na Espanha, e Merkel, na Alemanha –– a definição de antissemitismo da  Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) e liderando, aqui no Brasil, uma mudança social na  compreensão de um problema tão antigo e infelizmente tão atual.

INFORME PUBLICITÁRIO AO EXMO. SR. PRESIDENTE  DA REPÚBLICA FEDERATIVA  DO BRASIL, LUIZ INÁCIO  LULA DA SILVA"

dezembro 13, 2023

ENTREVISTA COM MICHAEL WINETZKI




https://open.spotify.com/episode/7diXZVr50xu8JwQaMFCDjs?si=sZznAgG8Rlub0axqBFFJjA 

O LUGAR DO APRENDIZ - Rui Bandeira




O local onde uma Loja maçônica se reúne é pelos maçons designado de Templo.

Dentro do Templo, e no decorrer de uma reunião de Loja, tudo existe segundo uma

ordem determinada e todos têm assento em locais definidos.


O sentido de ordem, a segurança que psicologicamente é transmitida a quem se

encontra num local ordenado, onde tudo e todos estão no seu lugar, ajudam à

criação de uma atmosfera de confiança, descontração e concentração que é

preciosa, quer para o bom desenrolar da sessão, quer para o conforto de todos,

quer para a predisposição para atender aos assuntos do espírito, deixando-se

efetivamente os metais à porta do Templo.


Como todos os outros obreiros, o Aprendiz tem o seu lugar determinado. Ou,

melhor dizendo, uma zona da sala destinada a que ele ali se coloque e assista a

tudo o que se passa. Esse lugar, essa zona, situa-se nas cadeiras traseiras do

lado Norte da sala.

O lado Norte aqui em causa é, como quase tudo em Maçonaria, simbólico. Pode,

portanto, corresponder ou não ao Norte geográfico. Normalmente, as salas onde

decorrem as reuniões de Lojas têm a forma retangular, com a entrada colocada num

dos lados mais pequenos. E quando não tem essa forma, utilizam-se os adereços

necessários para que o local onde decorre a reunião tenha essa disposição.

O lado onde se situa a entrada é, por convenção, designado de Ocidente. Logo, o

lado oposto, onde se coloca a Cadeira de Salomão, é o Oriente. A generalidade

dos obreiros toma assento nos lados direito e esquerdo da entrada. Convencionado

que está que a entrada se situa no Ocidente, o lado direito de quem entra é,

portanto, o Sul e o lado esquerdo de quem entra é o Norte.

Portanto, o Aprendiz toma assento na segunda fila do lado esquerdo de quem

entra. Como sempre, esta disposição tem um significado simbólico. Para ser

entendido, há que ter presente que a Maçonaria nasceu no hemisfério Norte. Neste

hemisfério, o que está situado a Norte é menos ensolarado, menos iluminado. Em

termos de Maçonaria, o Aprendiz ainda está na fase de transição da vida profana

para a vivência maçónica.

Está em processo de aprendizagem dos símbolos, dos princípios, da vivência, da

Maçonaria. Está no início do percurso que todos os maçons procuram fazer, do seu

aperfeiçoamento, da busca do Conhecimento do significado da Vida e da Morte, da

Criação, do Universo, do Material e do Imaterial. Está, como os maçons dizem, no

início do caminho para a Luz. O Sol nasce a Oriente. Simbolicamente a Luz que o

Maçom busca encontra-se a Oriente.

Daí que seja no lado que simboliza o Oriente que se encontra a Cadeira de

Salomão, onde toma assento o Venerável Mestre, que conduz a Loja e os seus

Obreiros na busca, individual e coletiva, do aperfeiçoamento e do Conhecimento,

na busca da Luz. O Conhecimento, para quem não está preparado, pode ser nefasto,

pode ser incompreendido ou mal compreendido e, logo, recusado, afastado,

distorcido. Portanto, o acesso à Luz deve ser gradual, em função da capacidade,

da preparação, do Caminhante. Consequentemente, aquele que está ainda menos

preparado, aquele que está ainda na fase inicial da sua Jornada, deve ser

protegido do excesso de Luz, para que nele se não torne nefasto o que deve ser


benfazejo. Assim, deve tomar assento na zona mais protegida da Luz, ou seja, no

Norte.

Quanto ao facto de tomar assento nas cadeiras traseiras, e não na primeira fila,

tal deve-se, quer ao facto de, quanto mais ao Norte estiver, mais protegido

estar da Luz em excesso, quer, muito mais prosaicamente, ao facto de o Aprendiz

ainda ter uma reduzida intervenção nos trabalhos e ser conveniente deixar a

primeira fila ser ocupada por quem pode intervir ou necessita de circular pela

sala...

Esta regra só tem uma exceção: no dia da Iniciação, finda a respectiva

Cerimônia, o novo Aprendiz toma assento, até ao final da sessão (e só nessa

sessão), na primeira fila do Norte. Também por uma razão muito prática: não faz

sentido ser colocado mais atrás, porventura obrigando outros obreiros a

desviarem-se para lhe dar passagem, para o que resta da sessão.

Dá muito mais jeito manter reservado um lugar na primeira fila que, a seu tempo,

será então ocupado pelo recém-iniciado. Afinal, depois do turbilhão de emoções

que constitui a Iniciação, sabe bem sentar-se pertinho, pertinho, no primeiro

lugar disponível e facilmente acessível...

A partir da sessão seguinte, e durante todo o tempo em que for Aprendiz, tomará,

então assento na zona que lhe está destinada, os assentos traseiros do lado

Norte. Protegido na sua zona, subtraído a movimentações, o Aprendiz está

sossegado, em plenas condições de se concentrar, de tudo observar, de tudo

apreender. Em Maçonaria, o Aprendiz é um Homem

13 DE DEZEMBRO - Joab Nascimento


I

Hoje é dia do marinheiro,

Do forró e Gonzagão,

É dia de Santa Luzia,

Protetora da visão,

Pedreiro e violinista,

Dia do ótico, oculista,

Que faz lente e armação.

II

Marinheiro é um herói,

Guardião do litoral,

Desbravando oceanos,

Enfrentando temporal,

Protege a soberania,

Por meio da diplomacia,

No meio internacional.

III

O nosso amado forró,

Tem xaxado, tem baião,

Tem xote e tem lambada,

Arrastapé e bailão,

Forrobodó e piseiro,

Todo povo brasileiro,

Vai bailando no salão.

IV

No dia 13 de dezembro,

Em Exu, ele nasceu,

Já tocando uma sanfona,

Dessa forma ele cresceu,

Foi um simples operário,

O filho de Januário,

Para o mundo apareceu.

V

Foi embora muito jovem,

Serviu Exército brasileiro,

Um soldado dedicado,

Excelente corneteiro,

Saiu da força armada,

Com a sua sanfona amada,

Chegou ao Rio de Janeiro.

VI

Nos bares e cabarés,

Começou se apresentar,

Chapéu de couro e gibão,

Ele passou a usar,

No mangue, vila mimosa,

Com a sua voz majestosa,

Não parava de cantar.

VII

Com a sua sanfona branca,

Mostrou o forró pro mundo,

Conquistou os cariocas,

Tocando no submundo,

Nosso grande sanfoneiro,

Do forró foi pioneiro,

Com o seu saber fecundo.

VIII

Foi autor da asa branca,

Hino do nosso nordeste,

Cantou todo sofrimento,

Que assola todo agreste,

Compôs acácia amarela,

Uma cantiga tão bela,

Sob abóboda celeste.

IX

O nosso Rei do Baião,

Nos deixou muita saudade,

Poliu a sua pedra bruta,

Usou da criatividade,

Esse dedicado irmão,

Levou seu acordeão,

Foi tocar na eternidade.

X

Deus salve nosso forró,

E proteja o Gonzagão,

Esse ilustre nordestino,

O precursor do baião,

Com asa branca, voou,

Para o Brasil só restou,

Toda nossa gratidão.


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PERCEPÇÕES E CORRELAÇÕES COM O MUNDO PROFANO - Cícero Braz


Instrução – ao que percebo esta será uma palavra permanente na vida maçônica. Estaremos sempre envoltos a ensinamentos, balizas, manuais, Landmarks e entre eles, uma forma de instrução velada, porém, de valor inestimado, de carácter prático, e que igual e juntamente com as outras ferramentas já citadas perfazem as instruções necessárias a construção do aprendiz Maçom. A referida forma é o reflexo das 3 luzes da nossa loja e também dos demais Irmãos. Cada um entregando aos demais, um exemplo de conduta compatível com os nossos Landmarks.

Quando começamos a nossa viagem na vida profana, deparamo-nos com a ignorância total, não sabemos andar e quando aprendemos vamos logo tropeçando, não contemos o nosso próprio corpo, a nossa fala não é clara como pensamos que seja, a visão é turva, indefinida, guiamo-nos pelas vozes que generosamente nos indicam um caminho, o qual confiamos e trilhamos com coragem, observamos um sorriso ou uma cara fechada que nos dirá se é hora de continuar ou de ficar parado, inerte ou quem sabe recuar.

A nossa jornada iniciática em Loja possui também inúmeros obstáculos, ruidosos, doloridos, difíceis de serem transpostos, além da ignorância absoluta, a ausência de luz tornaria a tarefa impossível, não fosse pelo apoio e a instrução que nos guarnece conduzindo-nos a vencer tais dificuldades e alcançar o desejado caminho da luz. E neste sentido faz-se novamente revelar a grandeza extrema dos valores da maçonaria, não aqueles que estão nos ritos e instruções, sem suprimir a sua serventia, mas os valores praticados, aqueles que deveriam no dia a dia mostrar-nos o caminho a seguir, as vozes das luzes que nos devem clarear o pensamento e servir como guia fiel.

“Homens livres e de bons costumes”, ao contrário do pretenso significado que a interpretação profana pode dar a essa expressão, ela é um fortíssimo requisito aos candidatos que se submetem ao desejo de ingressar na nossa ordem. Ser livre é bem mais do que não ser escravo, assim como bons costumes é bem mais do que ter um trato polido com quem se relaciona. Ser livre é poder exercer as suas convicções, orientadas por uma moral sã, significa poder dizer “não” quando o interlocutor gostaria de ouvir o “sim”, significa não se entregar aos desejos e paixões as quais podemos sentir- nos seduzidos no trabalho em loja ou nas nossas negociações profanas. Ser livre é vencer as nossas paixões e submeter as nossas vontades, com progresso e continuamente, evoluindo a cada idade alcançada.

Nascer para a Maçonaria despojado de metais, privado da visão, nem nu nem vestido, é uma provação que mostra a possibilidade de termos as nossas paixões vencidas bem como as nossas vontades submetidas, é uma amostra da plena força que temos, apesar de o flagrante tentar mostrar o contrário, assim como atravessar tempestades e caminhar ao som das armas inquietas de forma convicta e honrosa, é também uma prova de coragem e despojamento do próprio orgulho tão comum do homem profano. Orgulho este que atordoa e desorienta até nos colocar de joelhos novamente à prova diante das nossas paixões, do egoísmo das nossas vontades. Ao nos percebermos despojados de metais, colocamo-nos no mesmo patamar dos que não tem e precisam, situação comum, sobretudo num país em que muitos tem pouco e poucos tem tudo, um cliché, tanto quanto uma verdadeira chaga da sociedade.

Mas como encontrar um caminho, que seja justo e perfeito? Viajando. Desbravando a Terra, eis a instrução capaz de criar os alicerces para edificar a moral humana. Viajar do Ocidente ao Oriente percorrendo aquele caminho escabroso onde reina o caos a insegurança de um mundo desordenado, passional, marcado por excessos primitivos. Ao Sul, a primeira parada desta jornada, uma porta, onde ao ser atendido, concederam-me passagem. No segundo trecho da viagem, ainda sentindo um pouco do peso gerado por um ambiente também carregado e ruidoso, porém desta vez com um tom agudo tal qual pontas de espadas a me perseguir, riscando próximo a minha vida, soando suave como um alerta de presença, e por instantes mais intenso, instigando um possível combate, aquele necessário quando se busca o estado de equilíbrio. Já me distanciando, novamente uma porta, desta vez no Ocidente, onde percebi que boas intenções se aproximavam através da purificação pela água. Na terceira viagem a serenidade, a moderação das paixões características da idade madura. Mas ainda uma outra porta a qual finaliza com purificação através do fogo que me habilita a receber a luz da verdade. Após confirmar em alto e bom som a sinceridade dos meus votos, mostrar a coragem desejada e empenhar-me perseverantemente na busca da luz, entreguei-me ao julgo daqueles que poderiam me dar à luz da verdade. Então recebi através das espadas empunhadas na minha direção, os raios de luz que instantaneamente ofuscaram minha visão e me apresentam de forma moderada uma nova perspectiva de vida.

Finda a viagem, reconhecer sobre todas as coisas que ali estamos por crer numa verdade comum, faço a ligação definitiva com um juramento e a consagração. Juramento do qual não há traço de arrependimento, e que se renova em loja a cada dia trabalhado, agora já paramentado, com o avental, tal qual todos os demais IIr∴, para nunca esquecer o motivo que aqui nos traz, o trabalho incessante na busca do aperfeiçoamento da humanidade, o trabalho que permitirá manter-nos neste caminho distinto, tranquilo e belo, característico de lugares tomados pela disciplina e ordem, sinalizado pela moral.

Para todas as coisas existentes entre o céu e a terra, além dos homens, os mais complexos certamente, uma infindável quantidade de símbolos, o Sol, a Lua entre outros astros e constelações necessitam ser desvendados, assim como as colunas e os seus signos. Por outro lado os 3 pilares já apresentados de forma mais clara são eles a Sabedoria, a Força e a Beleza, difusores de conhecimento. Figuras alegóricas que nos cercam, ferramentas de trabalho capazes de transformar coisas brutas e disformes em peças finas, modelos de comportamento para qualquer Irmão, se manuseadas com sabedoria e vigor.

E neste paralelo entre a vida profana e a vida sob a abóboda celeste existe uma relação de comparação inegável e permanente a qual na verdade é um dos objetivos do nosso trabalho, tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito a autoridade e a crença de cada um. Porém na infância, pela incapacidade de falar, por não ter uma visão clara, por não ter inteligência suficiente para discernir entre o bem e o mal e nem habilidade para manusear as demais figuras alegóricas como Esquadro, Compasso, Nível e o Prumo, ficamos submetidos aos cuidados e exemplos dos nossos genitores, dos nossos iniciadores que precisam estar realmente revestidos de tolerância, de igualdade, e de amor, pois neles é que se fundamentará um ser maduro capaz da mesma forma ser um Maçom agindo pelo aperfeiçoamento da humanidade.

A grande verdade comungada entre nós pode ser a chave daquilo que buscamos na vida profana e sobretudo na vida maçônica. Encontrar as razões e a moral de tudo, discernir entre o bem e o mal, pronunciar ou calar, tudo deve ser revelado pela inteligência que o Grande Arquiteto, Ente Supremo e Criador do Universo nos concederá ao longo da infância, adolescência e maturidade, tudo dirigido por uma moral sã, regada com o amor entre os Irmãos.


DIFAMAR A MAÇONARIA NÃO É DE AGORA.


A fraude antimaçônica de Léo Taxil e como a visão popular ainda é influenciada por ela até os dias de hoje

A Fraude de Taxil de 1890, é provavelmente a mais famosa farsa antimaçônica francesa. Seu autor, Léo Taxil, quis vingar-se da Maçonaria, da qual foi expulso em 1882 por um caso de plágio.

Léo Taxil era o nome de pena de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès, que tinha sido anteriormente acusado de difamação a respeito de um livro que escreveu chamado The Secret Loves de Pope Pius IX. Taxil inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Taxil ingressou na Maçonaria em 1881, mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação.

Em 20 de abril de 1884 o Papa Leão XIII publicou uma encíclica, Humanum Genus, que afirmou que a raça humana foi "separada em duas partes opostas e diversas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e a virtude, a outra é daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Uma é o reino de Deus sobre a terra, a saber, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (…) O outro é o reino de Satanás".

Este outro reino dito, ao que se supõe pelo posicionamento do pontífice com relação aos maçons, "levado ou assistido" pela Maçonaria.

Após esta encíclica, Taxil viu, como ele mesmo confessaria mais tarde, uma grande oportunidade para uma brincadeira onde ridicularizaria a Igreja e se vingaria da Maçonaria por tê-lo expulso. Em 1885, Taxil submeteu-se a público, dizendo converter-se ao catolicismo romano, e anunciou a sua intenção de reparar o dano que ele tinha feito para a verdadeira fé. Em seguida, inventou uma ordem maçônica satânica imaginária de nome Palladium, cujo objetivo principal seria de dominar o mundo.

O suposto objetivo de Taxil era denunciar tal ordem, revelando seus segredos e ações à sociedade. Tendo começado por acusar a Maçonaria de ocultar as piores misérias morais e incentivar seus seguidores ao vício, quando não ao assassinato, em seguida, acusou de ser uma seita satânica que dedica seus cultos a Baphomet, nos camarotes dos quais o chefe supremo Albert Pike recebia as suas ordens, de Lúcifer em pessoa.

Para tornar a farsa mais credível, Taxil misturou elementos do ritual Maçônico com elementos fantasiosos de sua invenção. Em particular, sobre as várias imagens doravante famosas, reutilizou o símbolo do 18º do Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo o cordeiro pascal pela imagem de Baphomet, uma figura simbólica concebida e divulgada a partir de 1854 pelo ocultista francês Eliphas Levi.

O primeiro livro produzido por Taxil após a sua suposta conversão católica era um quarto-volume da história da Maçonaria, que continha verificações fictícias de uma testemunha da sua participação no satanismo. Com um colaborador que publicou como "Dr. Karl Hacks", escreveu outro livro chamado Devil in the Nineteenth Century, que introduziu um novo personagem, Diana Vaughan, uma suposta descendente do alquimista Rosacruz Thomas Vaughan. O livro continha muitos contos sobre seus supostos encontros com demônios encarnados, um dos quais supostamente escreveu profecias sobre a sua volta com sua cauda, e outro que tocava piano, sob a forma de um crocodilo.

Segundo Taxil, Diana Vaughan teria sido envolvida na maçonaria satânica, mas fora resgatada quando um dia ela professou admiração por Joana d'Arc (ainda não canonizada na época), cujo nome teria posto os demônios em fuga. Declarando co-autoria como Diana Vaughan, Taxil publicou um livro chamado Eucharistic Novena, uma coleção de orações que foram elogiadas pelo Papa.

Leo Taxil convenceu muitos católicos com a sua farsa - tanto que em 1887 foi recebido em audiência pelo Papa Leão XIII, que declarou ser admirador da obra de Taxil, solicitou que ele escrevesse mais livros e passou a financiá-lo.

Continuando a farsa, Taxil alegou que Albert Pike, Grande Comendador do Supremo Conselho de Jurisdição do Sul do Rito Escocês antigo e aceito, era um "Papa Luciferianista", o líder supremo de todos os Maçons do mundo, e que ele admitiu que toda sexta-feira às três horas conferia com o próprio Satanás. Monsenhor Northrop, bispo de Charleston (Carolina do Sul), foi especialmente para Roma, a este respeito a fim de garantir a Leão XIII que os maçons da sua cidade episcopal são pessoas dignas, e seu templo não adornava qualquer estátua de Satanás.

Em 19 de abril de 1897, após dez anos de patrocínio pelo Papa, Taxil chamou uma conferência de imprensa organizada na Sociedade de Geografia (a chamada Conferência de Leo Taxil), na qual confessou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias; admitiu que Diana Vaughan não existia, pelo contrário, que o nome tinha sido emprestado de sua secretária; revelou que tal ordem Paládio não existia; explicou detalhadamente os cuidados que teve para criar a e manter a farsa e agradeceu ao clero por sua assistência em dar publicidade às suas alegações selvagens; e afirmou que a sua "brincadeira amigável" teria feito o seu sucesso no tempo do livre pensamento que iria "Matá-los através de riso." Isso revelou o grau de sua impostura e provocou um escândalo em que a polícia teve que intervir para acalmar e dar assistência e proteção ao autor.


Mais detalhes em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude_de_Taxil