dezembro 17, 2023

POR QUE LOJA MAÇÔNICA? - Kennyo Ismail


Qual maçom nunca foi questionado por um profano do porquê do termo “LOJA”? 

Muitos são aqueles que perguntam se vendemos alguma coisa nas Lojas, para justificar o nome. 

Alguns, fanáticos e ignorantes, chegam ai ponto de indagar que é na Loja que os maçons vendem suas almas! 

Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que, só porque “loja”, em português, denomina um estabelecimento comercial, isso não significa que o mesmo termo em outras línguas tem o mesmo significado. 

Vejamos: “Loge”, palavra francesa, pode se referir à casa de um caseiro ou porteiro, um estábulo, ou mesmo o camarote de um teatro. 

Mas os termos franceses para um estabelecimento comercial são “magasin”, “boutique” ou “commerce”. 

Da mesma forma, o termo usado na língua inglesa, “lodge”, significa cabana, casa rústica, alojamento de funcionários ou a casa de um caseiro, porteiro ou outro funcionário. 

Os termos mais apropriados para um estabelecimento comercial em inglês são “store” ou “shop”. 

Já o termo italiano “loggia” significa cabana, pequeno cômodo, tenda, mas também pode designar galeria de arte ou mesmo varanda. 

Os termos corretos para um estabelecimento comercial são “magazzino”, “bottega” ou “negozio”. 

Em espanhol, “logia”, derivada do termo italiano “loggia”, denomina alpendre ou quarto de repouso. 

As palavras mais adequadas para estabelecimento comercial são “tienda” e “comercio”. 

Por último, podemos pegar o exemplo alemão, “loge”, que não tem apenas a grafia em comum com o francês, mas também o significado: um pequeno cômodo mobiliado para porteiro ou caseiro, ou um camarote. 

Já os melhores termos para estabelecimento comercial em alemão são “kaufhaus”, “geschaft” ou “laden”. 

Com base nesses termos, que denominam as Lojas Maçônicas nas línguas francesa, italiana, espanhola, alemã e inglesa, pode-se compreender que as expressões referem-se a uma edificação rústica utilizada para alojar trabalhadores, e não a um estabelecimento comercial. 

Verifica-se então uma relação direta com a Maçonaria Operativa, em que os pedreiros costumavam e até hoje costumam construir estruturas rústicas dentro do canteiro de obras, onde eles guardam suas ferramentas e fazem seus descansos. 

Essas simples edificações que abrigam os pedreiros e suas ferramentas nas construções são chamadas de “loge, lodge, loggia, logia” nos países de língua francesa, alemã, inglesa, italiana e espanhola. 

A palavra na língua portuguesa que mais se aproxima desse significado não seria “loja” e sim “alojamento”. 

Nossas Lojas Maçônicas são exatamente isso: alojamentos simbólicos de construtores especulativos. 

Isso fica evidente ao se estudar a história da Maçonaria em muitos países de língua espanhola, que algumas vezes utilizavam os termos “Alojamiento” em substituição à “Logia”, o que denuncia que ambas as palavras têm o mesmo significado. 

À luz dos significados dos termos que designam as Lojas Maçônicas em outras línguas, podemos observar que a teoria amplamente divulgada no Brasil de que o uso da palavra “Loja” é herança das lojas onde os artesãos vendiam o “handcraft”, ou seja, o fruto de seu trabalho manual, além de simplista, é furada. 

Se fosse assim, os termos utilizados nas outras línguas citadas teriam significado similar ao de estabelecimento comercial, se seria usado em substituição às outras palavras que servem a esse fim. 

Na próxima vez que você passar em frente a um canteiro de obras e ver à margem aquela estrutura simples de madeira compensada ou placas de zinco, cheia de trolhas, níveis, prumos e outros utensílios em seu interior, muitas vezes equipada também com um colchão para o pedreiro descansar à noite, lembre-se que essa estrutura é a versão atual daquelas que abrigaram nossos antepassados, os maçons operativos, e que serviram de base para nossas Lojas Simbólicas de hoje.


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dezembro 16, 2023

ENCONTRO DE ACADEMICOS




Encontro na Assembleia da GLESP com o eminente intelectual e escritor Mauro Ferreira, presidente e um dos confrades fundadores da  Academia Maçônica Brasileira de Letras, Teatro, Artes, Ciências e Cultura, na qual tenho a honra de ocupar uma das cadeiras e fazemos pose com a nossa estola de acadêmicos defronte a mesa com as excelentes obras de Mauro Ferreira.

 

VISITA A ARLS SABEDORIA TRIUNFANTE 665 - SP


Visitei nesta sexta feira a ARLS Sabedoria Triunfante 665 da GLESP que faz jus ao nome.

Um aprendiz, que depois fiquei sabendo ser doutor pela USP, apresentou um trabalho tão extraordinário que o resto da sessão foi dedicado aos inteligentissimos comentários sobre o mesmo. Uma sessão notável pela cultura maçônica e pela participação dos irmãos. 

Agradeço ao muito simpático VM Anderson Basilio da Silva e ao quadro da Loja pela amável recepção.

O MITO DE ÍCARO - Jorge Gonçalves

 


"Fly, on your way, like an eagle,

Fly as high as the sun,

On your way, like an eagle,

Fly as high as the sun." 


O trecho da música "Flight of Icarus", interpretada pela banda inglesa Iron Maiden, faz parte do álbum "Piece of Mind", lançado em 1983, e faz referência à mitologia grega. 

Na história, Ícaro e seu pai Dédalo, um inventor do labirinto que aprisionava o Minotauro na ilha de Creta, escapam do labirinto usando asas feitas de penas e cera. 

Ícaro, desobedecendo ao aviso de seu pai para não voar muito alto, acaba voando perigosamente perto do sol, derretendo a cera que unia as penas. Suas asas são destruídas, e ele cai no Mar Egeu, resultando em sua morte. 

A civilização grega é a pedra fundamental da civilização ocidental. O mito de Ícaro, que relata a ambição de voar, ilustra como os lendários gregos, há mais de dois mil anos, foram capazes de imaginar algo tão distante e improvável como o voo humano, que hoje nos parece tão normal. 


IRMÃOS, POR QUE SOIS MAÇOM ? - Denizart Silveira de Oliveira Filho

Queridos irmãos e confrades ! Alguns meses após minha Iniciação na Maçonaria em 25/01/1992, fiz uma pesquisa entre Irmãos de vários Graus, perguntando-lhes: “Irmão, porque você decidiu tornar-se Maçom?”. Das respostas obtidas, escrevi a Peça de Arquitetura que segue abaixo, publicada em vários boletins e revistas maçônicas, que gostaria de compartilhar com os irmãos. Abraços.

Basicamente, porque tendes um coração propenso à prática do bem e à compreensão do interesse público e das necessidades humanas; porque sois homens livres e de bons costumes; tendes uma reputação de honra ilibada e de probidade inconteste. Por isso, vós fostes escolhidos para fazer parte da Maçonaria, para nela levantar Templos à virtude e cavar masmorras ao vício; honrado pelo privilégio, vos sentistes no dever de corresponder a tão alta distinção e passastes a frequentar a sua Loja.

Então, a cada semana que transcorrera, mais e mais vos prendestes ao encantamento maçônico. Por quê?

Porque percebestes que estás num pomar de árvores de amizade (e os amigos estão entre as grandezas do mundo), onde se robustece a confiança recíproca nascida da alegre convivência, onde se vão descortinando, pouco a pouco, experiências de vida através do conhecimento mútuo; porque percebestes que na Maçonaria se ensina a moral mais pura e mais propícia à formação do caráter do homem, moral esta que se baseia no Amor ao próximo; porque passastes a fazer parte de uma Associação íntima de homens escolhidos, cuja doutrina tem por base o G∴A∴D∴U∴, que é Deus; e, por fim, a felicidade dos povos que, incessantemente, ela procura reunir sob sua bandeira de paz; uma Associação que procura investigar a Verdade e aperfeiçoar-se na Arte Suprema do pensamento, a Arte Real; uma Associação de homens que se reúnem para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, e glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade, para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade.

Uma Instituição, na qual, aplica-se a visão panorâmica internacional, pela oportunidade que se vos oferece de contatos com Maçons de outros países e do conhecimento da ação que a Maçonaria realiza em todos os continentes.

Durante vosso trabalho em Loja, que é também uma higiene mental, um conforto espiritual e um saboroso “relax” das preocupações e encargos do labor diário, vós exercitais, imperceptivelmente, um treinamento de liderança humanística; à sombra benfazeja do ideal de trabalhar pela felicidade humana, aprimora-se a personalidade, na prática de boas ações e no cultivo de bons sentimentos; sublima-se a postura elegante do espírito, a poesia da Fraternidade.

E vós, que viestes ter à Maçonaria visando este objetivo, sem propósitos de auferir dela vantagens pessoais; sem curiosidade profana; sem receio que vossos defeitos sejam descobertos; sem apego às distinções humanas; sem dissimulação; sem medo; sabendo que Deus julga os justos e os pecadores; e que sois pó e ao pó tornareis; vós vos tornastes um grande beneficiado; ganhastes centenas de amigos, de irmãos; ao viajares, diante das dificuldades, recebestes gentilezas de prestimosos irmãos até então desconhecidos; fizestes de vossa Loja um prolongamento do vosso próprio lar, nela recebendo ensinamentos de vida; e sentis na Maçonaria a beleza das preciosas palavras de Rabindranath Tagore*: “tornaste-me conhecido de pessoas que eu ignorava; deste-me acesso a lares que não eram meus; tornaste-me próximo do que era distante; fizeste-me do estranho um Irmão”.

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*Rabindranath Tagore (1861-1941), escritor, poeta e filósofo hindu, Prêmio Nobel de 1913, por sua contribuição ao entendimento mútuo entre a civilização ocidental e a indiana. Em 1901, fundou a instituição que posteriormente viria a ser a Universidade Internacional Visva-Bharati.


A RITUALÍSTICA, UMA TRADIÇÃO A SER CULTIVADA COM ORGULHO


Toda instituição que possua um trabalho ritualístico, cultivando com esmero e fidelidade, certamente haverá de perpetuar seus ensinamentos. A própria história da Ordem Maçônica nos mostra esta realidade. 

O trabalho ritualístico não é somente uma bela e dramática forma de atuação, é, também, uma parte eficiente e importante da marca e do estilo da Ordem Maçônica.

Uma ritualística pobre tende ofuscar o brilho da reunião! 

Quando a parte ritualística é feita corretamente, com amor e dedicação, faz com que uma reunião – que muitas vezes não apresente riqueza maior de programação – se torne uma grande arte. O significado de cada gesto, de cada passo, de cada movimento, aumenta a beleza de uma reunião, quando bem executados. Como qualquer drama respeitável, nosso trabalho ritualístico mostra não só a beleza de nossa história e tradição,  mas também a verdade inconteste dos ensinamentos legados pelo Criador. 

Mais ainda,  quando nosso trabalho ritualístico é apresentado da forma mais correta possível, até  memorizado ou, ainda, lido corretamente. Torna-se parte integrante de cada um de nós. Cada  sílaba fica gravada em nossa memória e cada gesto e lição impressos em nosso espírito. 

Quando transmitimos este conhecimento a um novo irmão da melhor forma, fazemos com que  ele sinta em cada palavra e movimento, o desejo de cultivar com carinho as lições aprendidas  e a ânsia de aprender cada vez mais. 

Quando nós dissermos a um neófito o quanto o amor  Fraternal pode significar, o quanto nossos ensinamentos são importantes na edição do  caráter humano, a perpetuidade dessa verdade não se perderá. 

A beleza de um trabalho ritualístico dá a ideia de unidade que é, com efeito, a essência de nossas vidas. Quando entramos no Templo Maçônico não estamos meramente preenchendo espaços  vazios; juntos formamos um fluxo de unidade, de confiança mútua e nos sentimos  devotados reciprocamente, todos voltados aos ensinamentos de uma Verdade Perene. 

Nossa  passagem de forma respeitosa através dos espaços cria uma linha ordenada de significado, uma demonstração de vontade uníssona de bons propósitos. Encaremos sempre o nosso  trabalho ritualístico com seriedade e tornaremos cada reunião maravilhosa. 

Já se disse que  a mais refinada espécie de orgulho é aquela que faz com que o elemento humano dê o melhor  de si, juntamente quando ninguém o está observando. Flui divinamente. Devemos agir de forma rigorosa e natural para que possamos sentir este orgulho. 

Nós somos Maçons, escolhidos dentre muitos. Podemos criar e perpetuar Beleza e Amor Fraternal! Que Deus nos dê sempre esta disposição de espírito para que possamos preparar o caminho para aqueles que virão depois de nós. 

Caminhando firmes e resolutos  fortaleceremos nossa Loja, assim nossa união se fortalecerá cada dia, mais e mais. Devemos  nos orgulhar desta condição, porque somos Obreiros da Paz, Homens Livres e de Bons  Costumes. 

(AUTOR DESCONHECIDO. Fonte: JORNAL do APRENDIZ, EDIÇÃO DE FEVEREIRO 2013, ANO IV, Nº 44)

dezembro 15, 2023

VISITA A ARLS UNIÃO E SEGREDO 693 EM SÃO PAULO


Quinta-feira a noite. Vou visitar a ARLS União e Segredo 693 da GLESP em São Paulo, que já conhecia de outra oportunidade e pude confirmar, é uma Loja de irmãos muito cultos e inteligentes. 

Foram apresentados alguns ensinamentos e os comentários sobre estes ensinamentos foram tão bons ou até melhores do que os mesmos.

Todos os irmãos usaram da palavra e foi impossível definir quem falou melhor.

O jovem VM Leandro Martins Rodrigues Barbosa conduziu a sessão com segurança e leveza e apesar de ter terminado bem tarde ninguém se incomodou tão agradáveis e instrutivos foram os trabalhos.

OREMOS PELA PAZ NA TERRA SANTA



Na mensagem postada abaixo divulgada pelo Vaticano percebemos que mesmo pessoas cultas e merecedoras de todo o respeito incorrem em equívocos quando avaliam situações como as que vivemos. 

A guerra não é contra os palestinos, é contra os animais terroristas do Hanas que usam seu próprio povo como escudo sem lhes dar maior importância do que aos civis assassinados em Israel.

A guerra prossegue porque os animais terroristas têm em seu poder mais de 200 reféns, homens, mulheres, crianças e idosos, e ninguém diz uma palavra sequer para a soltura deles. Israel cessaria os ataques no momento em que fossem soltos.

Os bilhões de dólares entregues ao Hamas e ao Hesbollah pelos países arabes não foram aplicados em infraestrutura urbana ou melhorias sociais, foram gastos em armas e luxos exorbitantes para seus dirigentes. Os palestinos continuam vivendo na miséria como seus antepassados mas os líderes não andam mais em camelos, cavalgam Mercedes e Rolls Royce.

E pedidos como os da ONU ou do Papa são apenas para registro midiático e não para resolver qualquer problema.

OREMOS PELA PAZ NA TERRA SANTA

Papa Francisco: “palestinos e israelenses têm direito à paz, rezemos pela Terra Santa”.

Em uma mensagem de vídeo divulgada pela Rede Mundial de Oração, o Papa Francisco pede aos fiéis que rezem pela Ucrânia e especialmente pela Terra Santa, para que "as diferenças se resolvam através do diálogo e da negociação e não com uma montanha de mortos de cada lado".

Toda guerra é uma derrota. Não se resolve nada com a guerra. Nada. Tudo é conquistado por meio da paz e do diálogo. 

Francisco repete isso repetidamente para todos os conflitos no mundo. Nos últimos tempos o Pontífice tem voltado seu olhar particularmente para a Ucrânia e a Terra Santa, lugares para os quais os apelos são cotidianos, como o de hoje, através da mensagem de vídeo realizada pela Rede Mundial de Oração do Papa, à qual ele mesmo pediu para organizar uma campanha especial de oração pela paz no mundo e na Terra Santa.

Todos sentimos a dor das guerras. Sabeis que, desde que terminou a segunda guerra mundial até hoje, as guerras continuaram em diferentes regiões do mundo. 

Quando ficam longe, não as sentimos muito. Há duas muito perto de nós que nos levam a reagir: na Ucrânia e na Terra Santa. São dois povos irmãos. O que está acontecendo na Terra Santa, segundo as palavras do Papa, "é muito duro". 

O povo Palestino e o povo de Israel têm direito à paz, têm direito a viver em paz dois povos irmãos. O pedido é, mais uma vez, de rezar pela paz na Terra Santa: “Rezemos pela paz na Terra Santa. Rezemos para que as diferenças se resolvam através do diálogo e da negociação e não com uma montanha de mortos de cada lado. Por favor, rezemos pela paz na Terra Santa”.

VaticanNews  https://twitter.com/padrejoaozinho/status/492623302528348160

ARREBOL DE CERTEZAS - Roberto Ribeiro Reis



Mais um dia chega, trazendo consigo, além de um clarão de boas-novas, um belíssimo céu de oportunidades. É fundamental agradecermos ao Arquiteto Maior, antes de iniciarmos quaisquer atividades

Um arrebol de certezas irrompe o firmamento, noticiando que o mundo conspira a nosso favor, conquanto com ele estejamos em constante conexão. Afinal, é sabido que nossos corpos –físico e mental- são a representação do microcosmo. O universo reside em cada um de nós.

Temos que praticar o dificílimo exercício de não deixarmos com que os problemas do cotidiano abalem as estruturas de nossa casa mental; às vezes, um pequeno contratempo é capaz de nos desestabilizar por completo, alterando-nos o humor e a paz de espírito.

Com efeito, o ser humano vive sob o efeito dos extremos: se tudo vai bem, ele se ajoelha e se rende inteiramente a Deus, num exercício de louvor e devoção; por outro lado, se o céu começa a ficar nublado, e a tempestade desce à sua cabeça, o Criador é logo esquecido, dando-se lugar às infindáveis reclamações e lamúrias.

Queridos Irmãos, o Maçom deve buscar um pouco mais de intimidade com o Grande Arquiteto, tendo a convicção de que Ele se encontra presente em toda a Obra, e de que toda queda do Pedreiro precede a uma gloriosa conquista.

Destarte, não nos prostremos quando as aflições se fizerem presentes em nossas vidas; ergamos nossas cabeças, elevemos nossas vibrações, sabedores de que na vida tudo passa. Fantasmas mentais existem para serem extirpados de nosso convívio. Problemas –grandes ou pequenos- existem para serem solucionados. Em tudo, é possível a presença da Graça e da Misericórdia do Excelso Criador!

Se fizéssemos uma viagem profunda pelo tempo, ancoraríamos nas terras do passado, e chegaríamos à inevitável conclusão de que já vencemos enormes e variados desafios. Algo que, à época, se nos parecia impossível de resolver, mas que teve um desfecho melhor para as nossas vidas.

E, na maioria das vezes, nem sempre o que é melhor para as nossas vidas é o que fortemente desejamos. Temos que fazer tal reflexão precisa, pois somente assim a nossa existência será menos pesada e sob a forte influência das amarguras e dos tropeços. Contemplar o que se passa dentro de nós, despidos dos extremismos enfermiços de nosso ego, é fundamental para que passemos pelos dias com mais leveza e sobriedade espiritual.

Saibamos experenciar todas as maravilhas que nos são oferecidas pela Sublime Ordem. Firmemos na beleza existente desde a Abóbada Celeste – representando nossa universalidade cósmica - e nos deslumbremos com o cenário de dualidades que nos é apresentado pelo Pavimento Mosaico, que representa nossa consciência de escolha. A vida fluirá, com certeza, em toda sua plenitude.


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O DEVER DA VISITAÇÃO MAÇÔNICA - Murilo Américo da Silva

O dicionário da língua portuguesa no Brasil do filólogo e professor Aurélio Buarque de Holanda define visita como “ir ao encontro de alguém; ato de encontrar uma pessoa, num local determinado, para contemplar alguma coisa”. Partindo desta definição pode-se entender que em Maçonaria o aludido conceito condiz com o que nós maçons pretendemos ao realizarmos nossas visitas em uma loja coirmã.                                                                            

O décimo quarto Landmark consagra como direito universal e inerente a todo maçom, o de visitar e tomar assento em qualquer Loja Maçônica do universo. Esse direito é garantido em decorrência do fato de a Maçonaria ser uma instituição universal, estar localizada em todos os recantos da terra e não fazer quaisquer distinções entre seus iniciados, o que a constitui em uma grande e fraterna família.                                                                                                                       

Corroborando com o Landmark anterior, o décimo quinto Landmark estabelece que o ingresso de um irmão maçom em uma assembleia de loja maçônica diversa da qual ele pertença, independentemente do rito ou da obediência, só será permitido caso este seja um irmão já conhecido, for apresentado por um irmão membro da loja visitada ou irmão de outra loja, desde que seja reconhecido como irmão maçom e, caso o visitante ou visitantes não sejam reconhecidos deverão passar por um exame, conforme os antigos costumes da Ordem, o chamado telhamento ou trolhamento.                                        

Desde seu ingresso como obreiro da Arte Real, o maçom deve sempre trazer internalizado consigo seu compromisso firmado para com a maçonaria no que diz respeito a este intercâmbio salutar e essencial para que os laços maçônicos se tornem cada vez mais estreitos e sólidos. É através da visitação que nós, irmãos maçons, nos interagimos e podemos trocar experiências e conhecimentos voltados para os mais variados aspectos atinentes ao engrandecimento e perpetuação das tradições de nossa Sublime instituição.                     

É através da visitação que surgem oportunidades únicas de experimentarmos as mais variadas sensações atmosféricas e sentirmos as energias que emanam das Egrégora proporcionadas por belíssimas reuniões repletas de conhecimentos e ricas em sabedorias, as quais são realizadas por meio de seus mais variados ritos e rituais maçônicos, fator esse que faz com que o misticismo dos símbolos, das alegorias e das harmonias contidas nos templos captem as mais distantes e puras energias contidas no cosmos celeste, as quais são irradiadas, poderosamente, pelo Grande Arquiteto do Universo.                           

Sendo assim, concito aos irmãos maçons reafirmando a importância que há em visitarmos, independentemente do oriente, da potência ou até mesmo da distância que nos separa.

A satisfação deste ato de desprendimento, solidariedade e apreço é de valor imensurável, típico de nossa natureza maçônica. Importa citar que muitas lojas necessitam do auxilio de irmãos visitantes para comporem os cargos a fim iniciarem seus trabalhos com número regular;visto porque, muitas oficinas têm seu quadro obreiros bastante reduzido, sendo a visitação uma oportunidade de colaborar para que essas reuniões não se tornem prejudicadas, os irmãos desanimem, a loja adormeça e, fatalmente, abata suas colunas.                                                                                                                    

Em contrapartida ao incondicional dever maçônico de visitar, a loja anfitriã tem por obrigação recepcionar os irmãos visitantes com alegria e calorosa festa, pois nada mais gratificante para um obreiro do que receber no seio de sua loja vistas de irmãos valorosos que venham a integrar os trabalhos de modo a contribuir para o maior brilhantismo da reunião; e nada mais prazeroso para um irmão visitante do que sentir-se abraçado e útil em integrar aos trabalhos colaborando para a sua efetiva realização.                                                                                  

Portanto, lembremos do dia de nossa iniciação, onde, no templo, havia inúmeros irmãos de diversos orientes e obediências, revestidos com seus aventais e insígnias com as mais variadas cores e ornamentações, formando assim um belo e curioso mosaico retratando, assim, não existir fronteiras que possam impedir ou limitar que irmãos maçons se reúnam em prol de um objetivo comum entre si, que é o de tornar feliz a humanidade através da busca constante da verdade.                                                                                                                                

A solidariedade que tanto enobrece o maçom através suas atitudes podem ser percebidas ao extrapolarem as paredes do templo e se colocarem a serviço de algo ainda maior e sublime. Tais atitudes ocorrem através de um auxílio ou uma palavra de conforto a um irmão necessitado, adoentado, ou que por algum outro motivo encontra-se afastado do convívio maçônico; e também aos familiares de um obreiro que se encontra enfermo em um leito de hospital ou que passou ao oriente eterno.

Como podemos ver a visita não deve se esgotar ou limitar-se somente às oficinas coirmãs, sua finalidade vai muito, além disso, ela transcende as colunas do templo e os umbrais das salas dos passos perdidos indo levar conforto e alento a quem necessitar, sendo maçom ou não.                     

Finalmente, vale aqui destacar um corolário muito utilizado no meio maçônico que nos faz refletir sobre a questão da visitação: “Quem não visita não é visitado”; ou seja, se visitamos, em algum momento seremos retribuídos.

O PAPEL DO REVÉRBERO CONSTITUCIONAL FLUMINENSE PARA A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - Almir Sant’Anna Cruz









A liberdade de imprensa brasileira conquistada com a vinda da família real, logo propiciou a disseminação entre a população, as ameaças que o Brasil vinha sofrendo de Portugal, e publicavam-se notícias de várias independências de países latino-americanos, incentivando a crescente insurreição da população brasileira para a luta da independência.

O papel da imprensa no processo da independência do Brasil foi de grande importância, embora alguns historiadores não tenham visto sua relevância, sob o argumento de que a maioria da população era analfabeta e não tinha conhecimento das ideias disseminadas pelos jornais.

Conquanto seja inquestionável o fato de que a maioria da população era iletrada, esses historiadores não levaram em conta que as matérias jornalísticas não ficaram restritas ao povo mais culto, uma vez que os jornais e panfletos eram lidos em voz alta nas praças, casas, bares e outros espaços públicos, disseminando as ideias da independência sobre as camadas populares.

O
Revérbero Constitucional Fluminense, fundado pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, teve a sua primeira edição quinzenal publicada em 15 de setembro de 1821 e foi um dos primeiros periódicos a surgir, se opondo ao domínio português e repudiando as ordens provenientes de Lisboa.

Foi o órgão doutrinário da independência do Brasil, com seus contundentes artigos e imprimindo em suas páginas a defesa de um projeto político nacionalista visando uma monarquia constitucional, ou, em suas palavras, “um governo liberal e permanente, regulado pelas leis fixas e bebidas da natureza”.

Em sua segunda edição, publicada em 1º de outubro de 1821, quando aqui chegaram as notícias que as Cortes pretendiam separar o Grão Pará (que corresponde atualmente aos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e parte do Mato Grosso) do Reino do Brasil, rebaixando aquela província à situação de colônia do Reino de Portugal, o Revérbero Constitucional Fluminense publicou o seguinte artigo, cheio de ironia:

“Pela parte dos nossos compatriotas, congresso ilustre da lusa monarquia, nós vos agradecemos a proclamação de nossa liberdade. Se as nossas vozes tiveram a fortuna de ressoar ao vosso reino, nesse templo augusto de filosofia e de liberdade, que elas pregoem que eterno vínculo nos ligará eternamente ... que em vós tudo confiamos, porque uma parte da nação livre não há de querer escravizar a outra ... Vomite embora a calúnia os seus venenos, tais são os votos dos brasileiros.

Acima de tudo, o Revérbero Constitucional Fluminense publicava artigos doutrinários favoráveis a independência, mas também trazia transcrições de jornais de Lisboa, Paris e Londres, inclusive os artigos do célebre Correio Brasiliense, editado em Londres pelo Maçom Hipólito José da Costa (patrono da imprensa brasileira), exilado por sua linha editorial ter sido sempre contrária à coroa portuguesa.

As atividades revolucionárias de Gonçalves Ledo, de forma alguma passavam despercebidas pelas autoridades, como se verifica no trecho do Decreto datado de 4 de dezembro de 1821, em que o Intendente Geral de Polícia, Desembargador João Ignácio da Cunha, enviou ao Ministro do Reino: 

“... permita V. Excia. que diga ser impossível agir, sem tropas fiéis, pois as que temos estão na maioria filiadas aos conspiradores, sendo conveniente mandar buscar outras no reino, pois o movimento da independência é por demasia generalizado, pela obra maldita dos maçons astuciosos, com a chefia de Gonçalves Ledo”.

Vê-se que Gonçalves Ledo exercia uma espécie de poder paralelo, pois além de seu periódico, contava com o apoio de diversos militares de alta patente, que ele próprio havia convidado para ingressar na Maçonaria. 

Que providências poderiam ser tomadas contra ele e os Maçons? Como bem o disse o Intendente Geral de Polícia, só com novas tropas vindas de Portugal.

Em 25 de dezembro de 1821, um novo ofício do Intendente Geral de Polícia dizia:

“... E é de fonte segura que a maçonaria pretende fazer a independência em meados do ano vindouro de 1822. É de uma larga prudência que o Príncipe aproveite com astúcia o momento para dirigir a maçonaria e torcer-lhe a ação nefasta”.

Errou por pouco: a independência ocorreu alguns meses depois, em setembro; o Príncipe realmente passou a dirigir a Maçonaria, mas proclamou antes a independência; e meses depois fechou o Grande Oriente do Brasil.

Enquanto editavam e redigiam o Revérbero Constitucional Fluminense, Gonçalves Ledo e o Cônego Januário da Cunha Barbosa não se mantinham exclusivamente nessa função

Nelson Werneck Sodré, in História da Imprensa no Brasil, expõe que partiu de ambos a representação, que contou com a adesão de outras figuras destacadas, sobretudo de Maçons, para a convocação do Conselho de Procuradores, primeira e rudimentar forma de delegação eleitoral a vigorar no Brasil, a nível geral, decisão esta que o governo de Lisboa não poderia considerar senão como rebeldia. 

Se isso aconteceu em fevereiro de 1822, a edição extraordinária do Revérbero Constitucional Fluminense de 12 de maio, transcrevia do Correio Brasiliense, editado em Londres pelo Maçom Hipólito José da Costa, o artigo “União de Portugal com o Brasil”, em que se exaltava a separação entre a colônia e a metrópole. 

A linguagem do jornal de Ledo e Januário aumentava em vigor, a cada dia, acompanhando a evolução dos acontecimentos e a crescente exaltação dos brasileiros. 

Foi essa consonância com o sentimento e a opinião que alicerçou o seu papel e lhe conferiu, e aos seus dois redatores, o grande prestígio de que desfrutaram.

Dentro de seu projeto político para o Brasil, e em consonância com o seu próprio título, o Revérbero Constitucional Fluminense insistia na necessidade da convocação de uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, tendo como exemplo a edição extraordinária de 18 de maio de 1822.

Os conservadores eram contra esse clamor, tachando a Constituinte de “mera farsa e paródia da que perdeu a França”. D. Pedro, todavia, atendeu o pedido, convocando os trabalhos que dariam origem à constituição de 1824, consumando, assim, a Independência.

Excertos do livro A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

dezembro 14, 2023

VISITA À ARLS TEMPLÁRIOS 232 EM S. PAULO




Visitei na noite de ontem, quarta-feira, a ARLS Templários n. 232 que funciona no edifício defronte a GLESP.

Loja pequena e muito animada em que, na sessão de encerramento do ano, pude apreciar uma excelente palestra sobre amizade proferida pelo irmão José Carlos Drager e também contribuir com uma breve fala sobre a história da maçonaria. 

Agradeço a gentileza recepção com que fui recebido pelo VM Luis Marcelino Serrano e demais irmãos.

MEU QUERIDO E AMADO IRMÃO - Cledson Cardoso






O Natal e o Ano Novo se aproximam e,  com eles a esperança e a alegria.

Será?

No conturbado momento histórico em que nos encontramos, uma parte da humanidade luta, de forma ferrenha, para destruir outra parte: seja na Ucrânia,  seja em Gaza, ou em qualquer outro lugar deste pequeno planeta Terra.

Enquanto nos dividimos entre bons ou maus, direita ou esquerda,  ateus ou religiosos, pacifistas ou fanáticos  ... a nossa vida segue seu inexorável caminho para o fim.

Como estamos aproveitando esta viagem chamada VIDA?

Que bagagem estaremos carregando nas mãos quando chegarmos na estação em que deveremos desembarcar?

Como seremos recebidos    quando chegarmos lá?

Será que fizemos por merecer que alguém esteja nos esperando?

E o que carregamos em nossa mente e coração,  para que possamos presentear a alguém quando desembarcarmos?

As mais sérias e respeitáveis pesquisas já realizadas, comprovaram que ter se dedicado, honestamente,  é um dos melhores seguros desta viagem que podemos ter feito.

Aproveite enquanto ainda está nesse trem; enquanto as guerras e massacres não lhe alcançaram; enquanto ainda lhe é permitido viver com relativa tranquilidade ... e torne-se Amigo, torne-se merecedor da amizade de alguém.

Comece pelos mais próximos,  sua própria família; e, se tiver tempo antes da próxima estação,  vá incluindo outras pessoas em sua *rede de amizade*.

Se você não fez isso até ontem, não deixe para amanhã

Faça isso hoje!

Não espere o jantar do Natal, a contagem regressiva do final do ano,  ou o momento das propostas para o Ano Novo.

Milhares de sonhos e projetos são interrompidos TODOS OS DIAS.

Se você não sabe por onde começar,  saiba que não existe uma fórmula magica; mas, seja educado, não pense só em você,  procure fazer aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem, respeite o outro, procure fechar os olhos para os defeitos alheios e abri-los para as características boas.

Garanto que essas atitudes vão lhe ajudar a começar belas e valorosas amizades.

E tenha sempre em mente que a nossa estação está próxima; mas, enquanto não desembarcarmos, ainda teremos tempo para nos tornarmos um pouco melhores do que somos.

E, mesmo que ninguém esteja à nossa espera, talvez tenhamos tornado a viagem de outros bem melhor, pelo simples fato de termos passado em suas vidas.

Afinal: distribuir sopas quentes no frio,  agasalhos, água, cestas básicas,  *faz muito bem e ajuda bastante*.

Mas, distribuir gentileza, sorrisos, abraços e doar o ombro para que o outro repouse suas mágoas e lágrimas, não tem preço (nem mesmo para você).

Ei !!!!

Se você leu até aqui é sinal de que considera importante o que escrevo para ti.

Então, saiba que você está no rol dos meus Verdadeiros Amigos.

Fica em paz!