Quando se analisa a arquitetura de uma loja maçônica, estruturada em suas Joias e luzes, e divididos seus conhecimentos em seus graus hierárquicos, representados por suas ferramentas de trabalho, pode-se bem depreender que ao Ap.’. compete a Força e a Fé, pois é o início e como todo principiante, basta somente crer naquilo que agora tem como Verdade Absoluta, para malhar e cumprir as orientações que lhe são ministradas.
É a exploração do Corpo como matéria, pois os sentimentos afloram enquanto a razão é ofuscada pela empolgação natural do desconhecido.
A Fé se define como “a primeira das três virtudes teologais; um conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto” (Aurélio, 2006) e sendo o dogma “um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina ou um sistema” (Aurélio, 2006), clarifica-se ao Ap.’. explorar a Força de seu corpo e crer com toda sua Fé.
Já ao C.’.M.’., a maturidade alcançada, após os trabalhos monitorados, permite-lhe avançar doutrinariamente e abandonar o Rés-do-Chão, alternando seu caminhar e explorando novas crenças, onde o corpo é deixado fora e a Alma é trabalhada para fundamentar o que era Fé e então torná-la em Esperança ou seja na “segunda das três virtudes teologais; esperar aquilo que se deseja” (Aurélio, 2006).
"Onde outrora se cria, hoje se deseja."
A literatura maçônica relata que nas antigas escolas operativas e mesmo nos primórdios das lojas especulativas tinham-se como graus apenas o Ap.’. e o C.’.M.’., visto que comparado a atividade laboral era o Comp.’. o executor das tarefas em uma obra e o habilitado para tal, cabendo ao Ap.’. ser seu auxiliar braçal.
Somente mais tarde a função de M.’. foi introduzida como um controle de qualidade e um organizador da execução de um empreendimento, o que também foi trazido para a Ordem como o mais alto grau.
Esta visão do Maçom somente pode ser conseguida quando ele consegue ver a si mesmo, interiorizando-se para enfrentar seus temores e questionar suas crenças, libertando-se de preconceitos obscuros e alcançando a clarividência no meio que o circunda.
É o que na psicologia Junguiana se denomina Inconsciente Individual, ou seja: no inconsciente estariam ocultas a sede de poder e notoriedade, além de complexos e conflitos que se traduzem em dinâmicas patológicas e demandam profunda reflexão como parte de um tratamento psicoterapêutico.
A este processo de diferenciação da personalidade, pela seleção psicológica do ego de Freud, Jung chama de Individuação.
É um meio pelo qual a pessoa se torna singular, ainda que sujeita às forças da coletividade.
É uma análise dinâmica que passa pela compreensão da finitude da existência material, objetiva, face à inevitabilidade da morte física, e vai ao limite da busca da existência de Deus, para justificar sua autorrealização como o encontro da totalidade da Vida.
Cabe agora ao Mestre propagar a Última Virtude e a mais importante, o AMOR, pois como Aprendiz e Companheiro já vislumbrou a Fé e a Esperança.