dezembro 20, 2023

AS CRUZADAS - parte 2



Vejam a seguir alguns dos inacreditáveis e dramáticos relatos dum dos discursos que antecederam as cruzadas, o qual foi proferido em 26 de novembro do ano de 1095, no Concílio de Clermont, sendo atribuída a sua autoria ao Papa Urbano II. Nos bons tempos, Sua Santidade Urbano II, progrediu por terrenos incertos, auxiliado por cardeais e bispos. Nos bons tempos, sua santidade, Urbano II, progrediu por terrenos incertos, assessorado e auxiliado por cardeais e bispos que se não eram fanáticos criminosos, no melhor das hipóteses, eram omissos, corruptos e irresponsáveis. 

Vejamos mais alguns extratos do discurso proferido no Concílio de Nicéia pelo fanático e irresponsável Papa. Ali, naquela data fatídica, ele abençoou-se e louvou-se com o sinal da Cruz. Ergueu suas mãos em sinal de silêncio. A multidão em reverência calou-se. Então falou com doçura e eloquente persuasão. 

“Ó Francos, de quantas maneiras Nosso Senhor os abençoou? Vejam quão férteis são suas terras. Quão verdadeira é sua fé. Quão indisputável é sua coragem. A vocês, abençoados homens de Deus, dirijo essas palavras. E que não sejam levadas levianamente, pois são expressas pela Santa Igreja, que, pelo sagrado pacto com Nosso Senhor, é Sua santíssima voz na terra. Vós que sois justos e bons, vós que brilhais em santa fé escutai. Que saibam de justa e grave causa que nos reúne hoje aqui, sob o mesmo teto, na piedade de Nosso Senhor. Relataremos fatos horríveis. Ouvimos sobre uma raça de homens saídos de presença profana e falta de fé. Turcos, Persas, Árabes, amaldiçoados, estranhos a nosso Deus, que devastam por fogo ou espada as muralhas de Constantinopla, o Braço de São Jorge. Até hoje, por misericórdia do Supremo, Constantinopla foi nossa pedra, nosso bastião de fé em território infiel. Agora essa sagrada cidade encontra-se desfigurada, ameaçada. Quantas igrejas esses inimigos de Deus poluíram e destruíram? Ouvimos de altares e relíquias sendo dessecrados por sujeira produzida por corpos Turcos. Ouvimos sobre verdadeiros crentes sendo circuncidados e o sangue desse ato sendo vertido em pias batismais. O que podemos dizer a vocês? Turcos transformam solo sagrado em estábulo e chiqueiro, expelem o conteúdo de seus fétidos e putrefatos corpos em vestimentas dos emissários da palavra de Nosso Senhor. Os descrentes forçam Cristãos a ajoelhar sobre essas roupas imundas, curvar as cabeças e esperar o golpe da espada. Essas vestes, que através da imundície e sangue são testemunhas de aberrações na falta da verdadeira fé, são exibidas junto com corpos dos mártires. O que mais devemos lhes dizer, ó fieis? Turcos abusam de mulheres Cristãs. Turcos abusam de crianças Cristãs. Pensem nos peregrinos da fé que cruzam o mar, obrigados a pagar passagem em todos os portões e igrejas de todas as cidades. Quão freqüente esses irmãos no sangue do Cristo passam por humilhações e falsas acusações? Aqueles que crêem em pobreza, como são recebidos nesses lugares de nenhuma fé? São vasculhados em busca de moedas escondidas. As calosidades em seus joelhos, causadas pelo ato de fé ao Nosso Senhor, são abertas por lâminas. Aos fiéis são dadas bebidas de natureza vomitória para que sejam vasculhadas suas emissões estomacais. Após isso são ainda obrigados a sorver excremento liquefeito de bodes e cabras de forma a esvaziar suas entranhas. Se nada for encontrado que satisfaça essas crias infernais, ó fieis, escutem. Turcos abrem com lâmina da espada as barrigas dos verdadeiros seguidores, em busca de peças de ouro ingeridas e assim escondidas. Espalham e retalham entranhas mostrando assim o que a natureza manteria secreta. Tudo a procura de riquezas ou por prazer insano. Turcos perfuram os umbigos dos fiéis, amarram suas tripas a estacas e afastam os Cristãos, prendendo-os com cordas a outro poste, de forma a que vejam suas próprias entranhas endurecendo ao sol, apodrecendo e sendo consumidas por corvos e vermes. Os Turcos perfuram irmãos na fé com setas, fazem dos mais velhos alvos móveis para seus malditos arcos. Queimam os braços e pernas dos mártires até o negro e soltam cães famintos para os devorar, ainda vivos. Ó Francos, o que dizer? O que mais deve ser dito? A quem, pois, deve ser dirigida a tarefa de vingança tão santa quanto a espada de São Miguel? A quem Nosso Senhor poderia confiar tal tarefa senão aos seus mais abençoados e fiéis filhos? Ó Francos, vocês não são habilidosos cavaleiros? Poderosos guerreiros na palavra de Deus? Próximos a São Miguel na habilidade de expurgar o mal pela espada? Dêem um passo a frente! Não mais levantarão as espadas entre si, ceifando vidas e pecando contra A palavra. Aproximem-se guerreiros abençoados. Os que dentre vocês roubaram tornem-se agora soldados, pois a causa é suprema. Aqueles que cultivam mágoas juntem-se aos seus causadores, pois a irmandade é essencial ao objetivo. Aproximem-se os que desejam vida eterna, aproximem-se os que desejam absolvição no sagrado. Saibam que Nosso Senhor espera seus filhos em lugar abençoado. Na palavra do Santíssimo seguirão e combaterão, não deixem que obstáculos os parem, creiam Na palavra e nada os deterá. Deixem todas as controvérsias para trás! Unam-se e acreditem! Não permitam que posses ou família os detenham. Lembrem-se das palavras de Nosso Salvador, “Aquele que abandonar sua morada, família, riqueza, títulos, pai ou mãe pelo meu nome, receberá mil vezes mais e herdará a vida eterna”. Se os Macabeus dos tempos de outrora conquistaram glória pela sua luta de fé, da mesma forma a chance é ofertada a vocês. Resgatem a Cruz, o Sangue e a Tumba. Resgatem o Gólgota e santifiquem o local. No passado vocês não lutaram em perdição? Não levantaram aço contra iguais? Orgulho, avareza e ganância não foram suas diretivas? Por isso vocês merecem a danação, o fogo e a morte perpétua. Nosso Senhor em sua infinita sabedoria e bondade oferece aos seus bravos, porém desvirtuados filhos, a chance de redenção. A recompensa do sagrado martírio. Ó Francos,ouçam! Deixem a chama sagrada queimar em seus corações! Levem justiça em nome do Supremo! Francos! A Palestina é lugar de leite e mel fluindo, território precioso aos olhos de Deus. Um lugar a ser conquistado e mantido apenas pela fé. Pois chamamos por suas espadas! Lutem contra a amaldiçoada raça que avilta a terra sagrada, Jerusalém, fértil acima de todas outras. Glorifiquem suas peregrinações para o centro do mundo, consagrem-se em Sua paixão! Alcancem a redenção pela Sua morte! Glorificado pelo Seu túmulo! O caminho será longo, a fé no Onipotente tornar-lhe-á possível e frutífera. Não temam Francos! Não temam tortura, pois nela reside a glória do martírio! Não temam a morte, pois nela reside a vida eterna! Não temam dor, pois serão resignados! Os anjos apresentarão suas almas a Deus, o Santíssimo será glorificado pelos atos de seus filhos! Vejam a sua frente aquele que é voz de Nosso Senhor! Sigam Sua presença e palavras eternas! Marchem certos da expiação de seus pecados, na certeza da glória imortal. Deixem as hordas do Cristo Rei se atracar com o inimigo! Os anjos cantarão suas vitórias! Que os conhecedores Da palavra entrem em Jerusalém portando o estandarte de Nosso Senhor e salvador! Que o símbolo da fé seja mostrado em vermelho sobre o imaculado branco, pureza e sofrimento expressados! E que Sua palavra se faça ouvida como retumbante trovão, trazendo medo e luz para os infiéis! Que agora o exército do Deus único grite em glória sobre os Seus inimigos!”. “Louvado seja o Senhor meu Deus!” Gritaram as centenas de cavaleiros Francos reunidos no campo de Clermont. E as Cruzadas tiveram início…

Acompanhem este outro interessante relato.

Segundo Foucher de Chartres (Cronista Cristão no tempo da primeira Cruzada), em 26 de novembro do ano de 1095, no Concílio de Clermont, Urbano II Proferiu o seu famoso discurso nos termos infracitados, dando início à primeira cruzada.

Veja, a seguir, o histórico discurso que circula na Internet.

Meus queridos irmãos, ungido pela necessidade, eu, Urbano, com a permissão de Deus o bispo chefe e prelado de todo o mundo, vim até esse lugar na qualidade de embaixador, trazendo uma mensagem divina a todos os servos de Deus.

Vim aqui com a esperança de os encontrar no serviço do Senhor, fiéis e zelosos, como é de se esperar. Porém, se há alguma deformidade ou fraqueza contrariando a lei divina, invocamos sua ajuda e faremos o mais que pudermos para erradicar isso. Porque o Senhor os tem posto como criados em sua família. Felizes sereis se encontrares fileiras a vosso ministério.

Somos chamados pastores, esmeramos em atuar como pastores, porém, sedes bons pastores. Sempre levando o povo em suas mãos. Não durma, apenas guardes todo o tempo o rebanho que assim o tem chamado. Porque se por vossa negligência vem um lobo e arrebata uma só ovelha, então, não sereis dignos da recompensa que Deus havia reservado para vós. E depois de haverem sido flagelados impiedosamente por vossas faltas, sereis oprimidos com as penas do inferno, a residência da morte. Sabeis-vos que foram chamados no evangelho de sal da terra (Mateus 5:13), porém, se faltarem a vossos deveres, como, se perguntaram todos, se poderá salgar a terra? Oh, que tão grande é a necessidade de sal!!!

Em todo o caso, é necessário que vos se corrijam, dando o sal da sabedoria a todos aqueles ignorantes que estão entregues aos prazeres do mundo. Não vêem que o Senhor, quando quer dirigir-se a eles, os encontra putrefatos em meio aos seus pecados necessitados em se curar. Pois, se Deus encontra dentro deles vermes, a se saber, pecados, porque vossa negligência os deixou doentes. Os declarará com imprestáveis, merecedores unicamente de ser jogados no abismo onde se joga as coisas ruins. E já que vós, não podeis evitar ao Senhor estas graves perdas, seguramente, Ele os condenará e os afastará de sua doce presença. Pois aquele que administra o sal deve ser prudente, sábio, modesto, instruído, pacífico, observador, piedoso, justo, equilibrado e puro.

Porque como pode o ignorante ensinar aos outros? Como pode o licencioso ser modesto aos outros? Como pode o impuro ser puro aos outros? Como pode alguém que odeia a paz acalmar os ânimos dos outros? E como pode alguém que esta manchado em sua mãos com a vilania limpar as impurezas dos outros? E bem disse as Escrituras que se os cegos guiam os outros cegos, todos iram a sarjeta (Mateus 15:14). Primeiro corrijas a vós para que assim, livres de toda a culpa, poderem limpar aqueles que vivem abaixo de vossas jurisdições.

Se quiserem ser amigos de Deus, o façam de boa vontade para Ele e para seu lugar. Em particular, deveis deixar que todos os assuntos da igreja se guiem pela lei da igreja. E tens cuidado em que a simonia (Tráfico criminoso de objetos sagrados, venda ilícita de coisas santas ou espirituais) não aches raízes em vós, não sejam como aqueles que compram e como aqueles que vendem (Investiduras) eles serão golpeados pelos açoites do Senhor entre ruas estreitas e serão logo levados para o lugar da destruição e da confusão. Mantendo a Igreja e o clero, em todos os seus agrados, completamente livres da influência do poder secular. Verifiquem que à parte da produção de terra que corresponde a Deus seja paga por todos; que esta não seja vendida e retida. Se alguém captura e retém um bispo, é permitido que o trate como um bandido. Se alguém seqüestra e rouba um monge, clérigos, monjas, seus serventes, peregrinos, mercadores, permitam que os considerem a anátema (Excomunhão). Deixai que os ladrões e os incendiários sejam excomungados junto com todos os seus cúmplices. Se um homem não é capaz de dar nunca uma parte de seus bens em donativo é castigado com as punições do inferno, como não vai ser castigado aquele que remove os bens dos outros? Por isso foi castigado o homem rico que fala o evangelho (Lucas 16:19) Não por ter removido os bens dos outros, senão por não haver empenhado corretamente os próprios. Vós sabeis e tem visto a grande desordem que estes crimes estão produzindo no mundo. És tão grande em algumas províncias, eu escutei, e tão débil é vossa administração de justiça, que dificilmente pode viajar de dia ou de noite sem ser atacado por ladrões, e sei que se estando em casa ou longe dela, sempre existe o perigo de ser despojado de seus bens ou por força ou por fraude. Por tanto, é necessário voltar a por em prática a trégua, como se conhece comumente, a qual foi instaurada fazem vários anos por nossos santos padres. Os exorto e exijo que cada qual se esforce para que se cumpra a trégua em suas respectivas dioceses. E se alguém for levado por sua arrogância a romper essa trégua, pela autoridade de Deus e com a aprovação dessa assembléia deve ser então declarado a anátema. Embora, oh filhos de Deus, vos sabeis, prometeram mais firmemente que nunca manter a paz entre vocês e manter os decretos da Igreja, ainda existe um importante trabalho que devem realizar. Ungidos pela correção divina, devem aplicar a força de vossa retidão a um assunto que interessa a Deus. Posto que vossos irmãos que vivem no Oriente, requerem urgentemente as vossas ajudas, e vós deveis esmerar para prestar-lhes a assistência que a eles vem sendo prometida faz tanto tempo. Aí que, como sabeis todos, os Turcos e os árabes, os tens atacado e estão conquistando vastos territórios da terra de România (Império Bizantino), tanto no oeste como na costa do Mediterrâneo e em Helesponto, que é chamado o braço de São Jorge. Estão ocupando cada vez mais e mais os territórios cristãos, e já venceram sete batalhas. Estão matando e capturando muitos, e destruindo as igrejas e devastando o império. Se vós, impuramente, permitires que isso continue acontecendo, os fieis de Deus seguiram sendo atacados, cada vez mais com dureza. Em vista disso, eu, e não bastante, Deus, os designa como herdeiros de Cristo para anunciar em todas as partes e para convencer as pessoas de todas as gamas, os infantes e cavaleiros, para socorrer prontamente aqueles cristãos e destruir a essa raça vil que ocupa as terras de nossos irmãos. Digo isto para os presentes, mas também se aplica àqueles ausentes. Mais ainda, Cristo mesmo os ordena. Todos aqueles que morrerem pelo caminho, seja por mar ou por terra, em batalha contra os pagãos, serão absolvidos de todos seus pecados. Isso lhe é garantido por meio do poder com que Deus me investiu. Oh terrível desgraça se uma raça tão cruel e baixa, que adora demônios, conquistar a um povo que possui a fé de Deus onipotente e tem sido glorificado em nome de Cristo! Com quantas reprovações nos oprimiria o Senhor se não ajudarmos a aqueles, que como nós, professam a fé de Cristo! Façamos que aqueles que estão promovendo a guerra entre fieis marchem agora a combater contra os infiéis e conclua em vitória uma guerra que deveria ter se iniciado há muito tempo. Que aqueles que por muito tempo tem sido foragidos, que agora sejam cavaleiros. Que aqueles que estão pelejando com seus irmãos e parentes, que agora lutem de maneira apropriada contra os bárbaros. Que aqueles que estão servindo de mercenários por pequena quantia, ganhem agora a recompensa eterna. Que aqueles que hoje se malograram em corpo tanto como em alma, se dispunham a lutar por uma honra em dobro. Vejam! Neste lado estarão os que lamentam e os pobres, e neste outro, os ricos; neste lado, os inimigos do Senhor, e em outro, seus amigos. Que aqueles que decidam ir não adiem a viajem senão que produzam em suas terras e reúnam dinheiro para os gastos; e que, uma vez concluído o inverno e chegada à primavera, se ponham em marcha com Deus como guia”. Durante a proposta de alistamento, consta que Pedro, o Eremita, teria gritado Deus vult, o que todos repetiram em uma só voz: “Deus vult! Deus vult!” (Deus quer!). Os cristãos ficaram convencidos da justiça de sua causa e decidiram pela guerra. A partida foi então programada para 15 de agosto de 1096. Para distinguir o exército católico de qualquer outro movimento, o Papa determinou que os seus homens usassem uma cruz vermelha costurada a roupa. Diz Urbano II “…a conselho do espírito santo.”

Memo, excelsocon.org/old/literaturas/sintese_historica/historia_geral/as_cruzadas. Extraído da “Gesta Francorum” adaptado e traduzido por Cato.

AS CRUZADAS - parte 1

As Cruzadas se constituíram num dos mais dramáticos movimentos da História. Sua finalidade principal foi a conquista de bens e dos direitos daqueles que detinham a propriedade dos meios de produção. Seus agentes executores eram, senão todos, quase todos tutelados da Igreja Católica Apostólica Romana. A programação, comando chefia e controle inicial dessa gigantesca operação bélica coube ao sanguinário Papa Urbano II que, conforme veremos depois da cronologia que se segue, em 26 de novembro do ano de 1095, no Concílio de Clermont, incitou a massa de fiéis e determinou a gigantesca operação bélica. Esta custou ao mundo milhões de vidas humanas. Só na primeira cruzada os exércitos comandados pela Igreja ceifou a vida de nada menos do que 500 mil homens. Nem isto foi capaz de deter a sandice dos papas católicos.

Cavalgando o dorso do poder temporal e determinados a conquistar, bem como ansiosos para dominar o mundo, eles programaram a monstruosa operação e conspiraram contra a humanidade, matando indiscriminadamente todos que atravessassem à frente dos seus exércitos.

Os famigerados reis, príncipes, duques, condes e outros tantos nobres de sangue, totalmente enlouquecidos e iludidos com as promessas de conquista de terras e poder, marcharam contra o Oriente Médio. Por onde passavam, destruíam tudo que encontravam pelo caminho. Nesta primeira parte deste breve histórico encontra-se uma descrição cronológica das diversas etapas dessa vergonhosa operação, assim como das personalidades que direta ou indiretamente, antes ou durante, estiveram envolvidas neste lamentável episódio que ficou conhecido como as cruzadas. (Por Reivax)

Cronologia dos Antecedentes Daquele Fatídico Movimento

622. Maomé (570-632) é obrigado a sair de Meca, retirando-se para Medina, atual cidade do profeta, dando início a Hégira ou exílio deste notável profeta. Nessa mesma data, tem início a contagem do calendário muçulmano, cuja data inicial é 16 de Julho de 622.

630. Em 01 de janeiro desse mesmo ano, Maomé regressa a Meca, após ter derrotado as forças que se organizaram contra ele em Meca, bem como silenciado os seus aliados. Começa aí o triunfo da doutrina mulçumana na Arábia Saudita .

632. Maomé morre em Medina e Abu Bakr é escolhido por aclamação como seu sucessor e primeiro califa. Os chamados falsos profetas e as tribos rebeldes são derrotados.

634 a 644. Surge o califa Omar. Ele foi o primeiro a usar o título de Amir al-Muminin ou príncipe dos Fiéis. Fortalecido pela nova religião, o califa transforma o Estado nacional árabe num império teocrático internacional, estabelecendo uma administração militar. O chefe das tropas de ocupação foi transformado em em governador civil, chefe religioso e juiz temporal.

634. Teodoro, irmão do imperador bizantino Heráclio foi derrotado em Ajnadayn, pelo exército árabe, entre Gaza e Jerusalém.

636. Mais uma derrota é capitalizada em favor dos mulçumanos. Desta vez, a vítima foi o exército bizantino, em Yarmuk, ao sul do Lago Tiberíades.

638. O califa Omar apodera-se de Jerusalém. Ainda nesse ano, a Palestina e a Síria são conquistadas.

639 a 641. A Mesopotâmia, atual Iraque, foi conquistada pelos exércitos religiosos árabes.

642. Até o indomável Egito entrou na dança e foi conquistado, sendo sua negociação conduzida pelo patriarca de Alexandria. As condições estabelecidas nessa negociação garantiram a segurança das pessoas e seus bens, bem como a liberdade de culto para os cristãos. Data dessa mesma época a Fundação do Cairo, al-Fustât.

649. As conquistas muçulmanas não pararam por aí e a próxima vítima foi o Chipre.

655. As atividades bélicas mulçumanas prosseguiram e a Conquista de Cabul foi inevitável.

687. Fortalecidos e com muito dinheiro, usurpado em função das atividades militares, os mulçumanos dão início à construção da mesquita de Omar, em Jerusalém.

711. A sede de conquista dos mulçumanos não pára. Assim, nesse ano, a Península Ibérica foi invadida. Rodrigo, último rei visigodo foi derrotado e os espanhóis subjugados. De quebra, a região do Indo, atual Paquistão e Afeganistão, também foram vítimas dos mulçumanos, cuja sede de poder parecia não ter limites.

716 – 717. Nessa oportunidade, a ousadia dos mulçumanos já era tamanha que uma das maiores e mais potentes cidades daquela época, Constantinopla, foi sediada pelos exércitos islâmicos.

732. Com a Batalha de Poitiers, ocorreu o fim da expansão árabe na Europa.

747. Sublevação abássida no Kkorassan. Nota: Abássida é atributo relativo à dinastia dos abássidas ou indivíduo dessa dinastia, composta dos califas muçulmanos que se consideravam descendentes de Abbas, tio de Maomé, e que reinou em Bagdá de 750 a 1258,

750. Nesse ano, ocorreu a derrota do último califa Omíada de Damasco, na batalha do Grande Zab, na Pérsia revoltada pelos Chiitas.

750 – 1258. Abu al-Abba funda e dá suporte à Dinastia Abássida, sediada em Bagdadá, a nova cidade implantada às margens do rio Tigre.

755 – 1031. Foi criado o Emirado, estado ou região chefiada por um emir e, mais tarde Califado (929) ou conjunto de princípios seguidos por chefes políticos e religiosos, após a morte de Maomé. Nesse mesmo período foi criada a Omíada de Córdova, na Península Ibérica, cuja fundação é atribuída a Abd al-Rahman, fugido do massacre dos omíadas em Damasco.

800. Mercadores muçulmanos se estabeleceram em Cantão e fundaram uma fábrica de papel em Bagdá.

809. Ocorreu a morte do califa Haroun al-Rachid, conhecido pelas Mil e Uma Noites. Nesse período registrou-se o apogeu do império árabe.

825. A Ilha de Creta foi ocupada pelos muçulmanos, cujas atividades voltaram a entrar em ação.

827. O Mutazilismo, escola do Islã clássico, foi fortemente influenciada pelo racionalismo e proclamando doutrina oficial.

830 Por essa ocasião os árabes realizaram as primeiras peregrinações a Santiago de Compostela.

831. Os árabes insistem na conquista dos demais povos e Palermo, na Sicília, não escapa à sandice dos mesmos.

842. A conquista de Messina, na Sicília, deu-se por essa ocasião e a de Tarento, na Península Itálica, foi mais um feito dos Árabes.

842 – 902. De 842 a 902 as conquistas se intensificaram e a queda da Sicília foi mais uma das façanhas dos Árabes.

846. Nem um dos maiores e mais respeitados impérios da época, a histórica e poderosa Roma, escapou das incursões muculmanas.

857. Nesse ano morre Muhâsibi, um dos primeiros e mais influentes membros do islamismo.

864. Nesse período surgiu a doutrina do «encerramento das portas do raciocínio individual» em matéria de interpretação da Lei.

868-883. Entre 868 e 883, teve lugar a revolta dos escravos negros ou Zandj, no Baixo-Iraque.

869. Neste ano, os árabes conquistaram a ilha de Malta.

874. Aqui registrou-se o nascimento do teólogo al-Ash’ari e deu-se a conciliação do racionalismo mu’tazilita com o tradicionalismo sunnita.

875. Comerciantes muçulmanos foram massacrados na China.

940 – 1258. O califado dos Abássidas fracassa e perde toda e qualquer importância política. Assim, surgem ás revoltas chiitas. Devido à incompetência do califa, surgem várias dinastias locais, cujos príncipes tomam o título de califa.

960. Registrou-se a conversão dos Turcos Qarakhânidasao ao Islã

961. Nesse período, Creta é reconquistada pelos bizantinos.

962. Nessa oportunidade, registrou-se a fundação da dinastia Ghaznévida, no Afeganistão, constituindo-se na primeira dinastia turca no mundo muçulmano, cujo predomínio estendeu-se até 1186, quando os Bizantinos retomaram Alepo.

969. Os Fatimidas, espécie de dinastia que surgiu ao Norte de África por volta de 910, apoderam-se do Egito e fundaram o novo Cairo (al-Aâhira). Nesse mesmo ano, os Bizantinos voltam a ocupar Antioquia.

993. Nasceu Ibn Al Hazm, poeta e teólogo andaluz que defendia a interpretação literal do Al Kuram, bem como da tradição islâmica.

996. Nesse período deu-se o massacre de mercadores de Amalfi, porto no sul de Itália, no Cairo.

997. Registrou-se a incursão muçulmana contra S. Tiago de Compostela.

1009. O califa fatimida do Cairo, al-Hakim, mandou destruir as igrejas de Jerusalém.

1017. Marco inicial do começo da pregação druza.

1019. O califado de Bagdá proclamou um credo de inspiração hanbalita, uma das quatro escolas do Islã sunnita, a qual se caracterizou pela atenção dispensada ao respeito da tradição corânica e profética. Uma 2.ª proclamação deu-se em 1042 e uma 3.ª, em 1053.

1031. Nesse ano ocorreu o fim do Califado de Córdova. As possesões muçulmanas da Península Ibérica foram repartidas em principados ou tawa’if, conhecidos por Taifas.

1035. Peregrinação a Jerusalém de de Roberto, o Diabo ou o Magnífico, duque da Normandia.

1036. Os Muçulmanos e os Bizantinos concordaram em reconstruir as igrejas cristãs de Jerusalém.

1040. Vitória dos Turcos Seljúcidas sobre os Ghaznévidas em Dandanaqan.

1043. Miguel Cerulário torna-se patriarca de Jerusalém.

1054. A 25 de Julho, ocorreu o Cisma entre Roma e Constantinopla. Miguel Cerulário, que fora excomungado pelo papa Leão IX, excomungou todos os latinos.

1055. Os Turcos seljúcidas conquistaram Bagdá.

1062. Os mulçumanos, já bastante odiados pelas suas agressividades bélicas, atraiam a rejeição de todos. Diante do fato, o papa Alexandre II aproveitou o momento para conceder perdão dos pecados a quem os combatesse.

1063. Início da cruzada de cavaleiros borgonheses à Península Ibérica. Em 1064, o exército cruzado conquista a cidade de Barbastro, após 4 meses de impiedoso cerco. Ainda no ano de 1064, O arcebispo Gunther de Maiença e os bispos Guilherme de Utrecht e Otto de Ratisbona organizaram uma peregrinação de 7.000 pessoas a Jerusalém.

1071. Em 19 de Agosto, os Bizantinos foram derrotados pelos Turcos Seljucidas, em Manzikert.

1080. Mercadores de Amalfi fundaram, perto do Santo Sepulcro, o hospital de São João de Jerusalém, para recolher e prestar socorro aos peregrinos pobres que eram agredidos e espoliados de todas as formas possíveis pelos árabes. Data dessa mesma ocasião a fundação da seita muçulmana dos Assassinos.

1081. Aleixo Comneno foi declarado o imperador do Oriente.

1082. Devido à ajuda prestada contra os Normandos, Veneza obtve o direito de comerciar em todo o Império Bizantino, sem pagar direitos alfandegários.

1084. Antioquia caiu nas mãos dos Turcos.

1085. Os Normandos dominaram a Sicília e Toledo foi conquistada por Afonso VI de Castela.

1086. Afonso VI de Castela foi vencido na batalha de Sagrajar, pelos berberes almorávidas, chamados à Península Ibérica pelos reis muçulmanos das Taifas, devido à conquista de Toledo.

1086 – 1090. Nesse período, intensificou-se a peregrinação à Terra Santa, sendo que entre os peregrinos consta o registro da presença do conde de Flandres, Roberto de Frison.

1087. Ocorreu uma cruzada francesa à Espanha, organizada por Urbano II, e dirigida por Raimundo de Saint-Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha.

1090. Os Normandos Conquistaram Malta e os «Assassinos» apoderaram-se do castelo de Alamute, na Pérsia.

1092. Os “Assassinos” mataram o vizir Nizam al-Mulk.

Memo, excelsocon.org/old/literaturas/sintese_historica/historia_geral/as_cruzadas. Extraído da “Gesta Francorum” adaptado e traduzido por Cato.

A OBSOLESCÊNCIA DO HOMEM - Günther Anders





Sem nenhuma dúvida, já estamos vivendo intensamente em muitos países, Brasil entre os protagonistas, essa reflexão filosófica e distópica de Gúnther Anders.

Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão Günther Anders escreveu esta reflexão:

′′Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas...

Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista..... que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo.

 Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.

Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.

Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado...

Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal ′′



dezembro 19, 2023

COMPLEXO DE MESSIAS - Newton Agrella



O "Complexo de Messias" tem sido uma ferramenta recorrente de que se valem inúmeros maçons, especialmente aqui no Brasil, quando escrevem algum texto a respeito da Sublime Ordem.

As exageradas e frequentes referências a Jesus Cristo,  a Apóstolos, a citações bíblicas e  por aí afora, acabam por revelar  algo que a própria Maçonaria rechaça, ou seja; o "proselitismo religioso", que significa um postulado, uma apologia ou uma clara preferência por determinada religião, credo ou doutrina.

Cabe deixar manifestado que este espírito messiânico em nada contribui para o desenvolvimento intelectual do maçom, especialmente em se tratando de uma Instituição Iniciática que trouxe consigo inúmeras influências históricas, lendárias, místicas e religiosas, especialmente do cristianismo e do judaísmo em menor escala, mas que desde o advento do Iluminismo, seu perfil e sua exegese ganharam  um caráter notadamente "Especulativo".  

Isso lhe confere portanto, a missão inequívoca da busca do Conhecimento e do Aprimoramento humano através da Investigação e do Estudo, sem se pautar pela insistente  explicação das coisas sob um prisma sobrenatural, divinal, transcendental e metafísico.

Não raro, deparamo-nos com Trabalhos, Palestras, Artigos e Textos em que a veneração e o culto às divindades não passam despercebidos. 

Pelo contrário, parecem peças religiosas.

Cabe salientar e deixar cristalinamente claro, que o fato de na maioria dos rituais maçônicos encontrarmos ainda fragmentos de orações e até mesmo de salmos e citações bíblicas, isso não lhe confere um aspecto religioso, senão histórico e ritualístico, fruto da Tradição, e em razão da significativa influência da Igreja no passado - mormente durante a Idade Média - quando a Ordem tinha um caráter Operativo e sua base era composta pelas Corporações de Ofício, guildas e operários,  cujo embasamento cultural se traduzia fundamentalmente através do pensamento religioso.

O Iluminismo, foi um divisor de águas na história da Maçonaria, que com os Maçons Aceitos, elencado por figuras exponenciais da cultura, dentre Filósofos, Escritores, Artistas, e Intelectuais, dotaram a Ordem de uma característica muito mais profunda e dialética que se constitui no trabalho do aprimoramento interior do Homem, sob a chancela antropocêntrica e hominal, sem no entanto abdicar de um senso comum que é a crença num "Princípio Criador e Incriado do Universo" a que os Maçons designam como "G.'.A.'.D.'.U.'."  



FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE NA VISÃO MAÇÔNICA. - Sidnei Godinho

 

Quando  se  analisa  a  arquitetura  de  uma  loja maçônica,  estruturada  em  suas  Joias  e  luzes,  e divididos  seus  conhecimentos  em  seus  graus hierárquicos,  representados  por  suas  ferramentas  de trabalho,  pode-se  bem  depreender  que  ao  Ap.’.  compete a  Força  e  a  Fé,  pois  é  o  início  e  como  todo  principiante, basta  somente  crer  naquilo  que  agora  tem  como Verdade  Absoluta,  para  malhar  e  cumprir  as  orientações que  lhe  são  ministradas. 

É  a  exploração  do  Corpo  como matéria,  pois  os sentimentos  afloram  enquanto  a  razão  é  ofuscada  pela empolgação  natural  do  desconhecido.  

A  Fé  se  define como  “a  primeira  das  três  virtudes  teologais;  um conjunto  de  dogmas  e  doutrinas  que  constituem  um culto”  (Aurélio,  2006)  e  sendo  o  dogma  “um  ponto fundamental  e  indiscutível  de  uma  doutrina  ou  um sistema”  (Aurélio,  2006),  clarifica-se  ao  Ap.’.  explorar  a Força  de  seu  corpo  e  crer  com  toda  sua  Fé. 

Já  ao C.’.M.’.,  a  maturidade  alcançada,  após  os trabalhos monitorados, permite-lhe avançar doutrinariamente  e  abandonar  o  Rés-do-Chão, alternando  seu caminhar e explorando novas crenças,  onde  o  corpo  é  deixado fora  e  a  Alma  é  trabalhada  para  fundamentar  o  que  era Fé  e  então  torná-la  em  Esperança  ou  seja  na  “segunda das  três  virtudes  teologais;  esperar  aquilo  que  se  deseja” (Aurélio,  2006).  

"Onde  outrora  se  cria,  hoje  se  deseja." 

A  literatura  maçônica  relata  que  nas  antigas escolas  operativas  e  mesmo  nos  primórdios  das  lojas especulativas  tinham-se  como  graus  apenas  o  Ap.’.  e  o C.’.M.’.,  visto  que  comparado  a  atividade  laboral  era  o Comp.’.  o  executor  das  tarefas  em  uma  obra  e  o habilitado  para  tal,  cabendo  ao  Ap.’.  ser  seu  auxiliar braçal.  

Somente  mais  tarde  a  função  de  M.’.  foi introduzida  como  um  controle  de  qualidade  e  um organizador  da  execução  de  um  empreendimento,  o  que também  foi  trazido  para  a  Ordem  como  o  mais  alto grau. 

Esta  visão  do  Maçom  somente  pode  ser conseguida  quando  ele  consegue  ver  a  si  mesmo, interiorizando-se  para  enfrentar  seus  temores  e questionar  suas  crenças,  libertando-se  de  preconceitos obscuros  e  alcançando  a  clarividência  no  meio  que  o circunda. 

É  o  que  na  psicologia  Junguiana  se  denomina Inconsciente  Individual,  ou  seja:  no  inconsciente estariam  ocultas  a  sede  de  poder  e  notoriedade,  além de  complexos  e  conflitos  que  se  traduzem  em dinâmicas  patológicas  e  demandam  profunda  reflexão como parte  de  um tratamento  psicoterapêutico. 

A  este  processo  de  diferenciação  da personalidade,  pela  seleção  psicológica  do  ego  de Freud,  Jung  chama  de  Individuação.

É  um  meio  pelo qual  a  pessoa  se  torna  singular,  ainda  que  sujeita  às forças  da  coletividade. 

É  uma  análise  dinâmica  que  passa  pela compreensão  da  finitude  da  existência  material, objetiva,  face  à  inevitabilidade  da  morte  física,  e  vai  ao limite  da  busca  da  existência  de  Deus,  para  justificar sua  autorrealização  como  o  encontro  da  totalidade  da Vida. 

Cabe  agora  ao  Mestre  propagar  a  Última  Virtude e  a  mais  importante,  o  AMOR,  pois  como  Aprendiz  e Companheiro  já  vislumbrou  a  Fé  e  a  Esperança. 



TEMPO X EXPERIÊNCIA NA MAÇONARIA



Já dizia Einstein que o tempo é relativo. Isso não se aplica apenas à ciência, mas na vida também. E sendo o tempo relativo, não é indício de experiência, pois enquanto o tempo é relativo, a experiência é absoluta.

A dependência entre o tempo e a experiência é de que o tempo não garante experiência, enquanto que para se ganhar experiência precisa-se de tempo. Isso porque a experiência depende de atividades, trabalhos, esforços, e esses gastam tempo para serem realizados. A verdade é que você pode ver os anos se passarem e não ganhar experiência alguma, ou pode agir e ganhar experiência a cada dia.

Na Maçonaria isso não é diferente. Você pode ter 40 anos de Maçonaria e não ter experiência alguma. Basta você não visitar outras Lojas, não conhecer outros Ritos, não visitar Obediências amigas, não participar dos mais diversos eventos maçônicos, não ingressar nos Altos Graus, não ler e estudar. Você terá muito tempo de Maçonaria, mas não terá experiência alguma além daquela obtida em sua própria Loja. Em contrapartida, a realização de tais atividades é diretamente proporcional à experiência maçônica, o que significa que um maçom atuante e estudioso, com o passar dos anos, poderá acumular bagagem o bastante para ser uma boa referência em seu meio e colaborar para o desenvolvimento de seus irmãos.

Em outras palavras, tempo está relacionado a sobreviver, enquanto que experiência está relacionada a viver. Se você viver a Maçonaria, você ganhará experiência, e se você apenas sobreviver na Maçonaria, apenas acumulará tempo. É uma questão de escolha e de vontade. Tempo só é sinal de experiência quando bem aproveitado. Então faça a escolha certa e aproveite o tempo, e assim você viverá experiências maravilhosas na Maçonaria.

dezembro 18, 2023

MAÇONS SE SENTEM SÁBIOS EM DOIS ANOS E MEIO


Pesquisadores da United States Chamber of Freemasonry (grupo de pesquisa maçônica com sede em Washington D.C.), divulgaram resultados de um estudo que demonstra que a quantidade média de tempo que um novo maçom acha que sabe tudo é de cerca de dois anos e meio

“Sim, ele vai variar de loja para loja”, explicou o Irmão Ledge Porter. 

“Mas de um modo geral, em algum momento entre dois e três anos, um maçom vai acreditar saber o suficiente para começar a se sentir superior aos novos iniciados”.

Falando sobre o paradoxo que contrasta os resultados do estudo com a afirmação de que a Maçonaria é um processo de aprendizagem ao longo da vida:

“Oh, não há dúvida de que muitos dos maçons realmente não acreditam que sabem tudo, mas uma vez que atingiu esse momento crítico, eles desenvolvem certos sentimentos de presunção de que eles têm bastante conhecimento e na verdade, o suficiente para que eles possam até mesmo começar a fazer julgamentos morais sobre o comportamento de um novo membro”.

Observando que muitos maçons são convidados a ocuparem cargos de oficiais em uma loja dentro de seus primeiros anos, nós entendemos que pode haver uma conexão.

“Nós não vimos uma conexão causal sólida”, disse Porter. 

“Isto é, nós ainda não descobrimos se ocupar um cargo de oficial nos faz sermos um pouco de burros moralizantes, ou se ele leva dois anos a fim de internalizar a cultura maçônica na medida em que a pessoa se sente confortável em fazer correções públicas aos novos irmãos”.

Porter acrescentou: “É claro, a satisfação presunçosa de corrigir um novo maçom em público é algo que fica com os maçons durante toda a sua carreira maçônica, por isso não esperamos que esta pesquisa leve a qualquer cura. 

No entanto, pensamos que isso pode ter alguma utilidade, porque alguns daqueles que atingiram este momento não estão apenas fazendo julgamentos sobre novos membros, mas também sobre oficiais mais velhos”.

Em resumo, lamentavelmente não é difícil encontramos tais atitudes em irmãos que se acham superiores, seja por tempo de iniciado ou por algum grau conquistado.

O conhecimento deve ser utilizado para nos igualarmos e não para nos tornar superiores aos mais novos.

Elogie em público e corrija em particular. 

"Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar”.

Retirado do site: http://www.oprumodehiram.com.br/macons-sabios-em-dois-anos-e-meio/

A ORIGEM E O SIGNIFICADO DO TRIPONTO - Kennyo Ismail


O triponto está presente nas abreviações contidas em diplomas, pranchas, manuais e rituais do REAA e na assinatura de todo maçom brasileiro que se preze. Mas qual é a origem desse costume e seu real significado?

Muitos se arriscam em chutar seu significado: os três graus simbólicos; o Esquadro e Compasso e o Livro da Lei; as Colunas Jônica, Dórica e Coríntia; o Venerável e seus dois Vigilantes; o triângulo superior da Árvore da Vida; as pirâmides de Quéops, Quefren e Miquerinos; o Enxofre, o Mercúrio e o Sal; Pai, Filho e Espírito Santo; ou mesmo Prótons, Elétrons e Nêutrons; etc, etc, etc. Daí, em cima do suposto significado, “deduzem” a origem: Grécia Antiga Cabala, Egito Antigo, alquimistas, Igreja e até na Física.

Temos que concordar que o tema colabora para o quase infinito número de interpretações, muitas sem pé nem cabeça, afinal de contas, o número 03 pode ser encontrado em todas as culturas, épocas e religiões. Aliás, pode-se encontrar nessas qualquer número entre 01 e 09, basta um pouco de criatividade! Os números acima de 09 não são tão populares exatamente por dar mais trabalho encontrá-los.

Mas não é possível que continuemos a utilizar o triponto nas abreviações e até mesmo em nossas assinaturas sem saber a real origem e significado do mesmo. 

Então, vamos ao que interessa: O triponto não está presente na Maçonaria Universal, e sim apenas nos Ritos de origem francesa. Sua forte presença no Brasil deve-se à supremacia do REAA no país. Conforme Rangon, em sua obra “Ortodoxia Maçônica”, o triponto começou a ser oficialmente usado nas abreviações a partir de 12/08/1774, através de determinação do Grande Oriente da França. Chapuis evidencia que o uso já era adotado por algumas Lojas francesas anteriormente, como na Loja “A Sinceridade”, de Besançon, em ata de 1764.

O costume de abreviar as palavras surgiu com os gregos e foi extensamente explorado pelos romanos através das “anotações tironianas” que, aliás, criaram a regra de duplicar a letra inicial quando da abreviação de termo no plural, regra ainda existente na abreviação maçônica.  

Esse sistema de abreviação do latim sobreviveu de tal forma na Europa pós-romana que, para se ter uma ideia do uso e abuso das abreviaturas na França, em 1304 o Rei Felipe IV, o Belo, publicou lei proibindo abreviações nas atas jurídicas.

Se sempre adotadas em atas e sinalizadas por traços, barras ou reticências é claro que nas atas maçônicas as abreviações não ficariam de fora e ganhariam um sinal correspondente com a instituição: uma variação das reticências, lembrando o símbolo geométrico mais importante para a Maçonaria, o Triângulo. 

Não demorou para que, pelo costume da escrita e exclusividade do uso, o triponto ultrapassasse sua utilidade caligráfica e alcançasse a assinatura dos Irmãos.

Por que os maçons ingleses e americanos não utilizam o triponto? 

Simplesmente porque a língua inglesa não é uma língua neolatina, românica. Ocorrem abreviações, porém respeitando outras regras e sem o uso de sinais.

Com a questão esclarecida, sejamos sinceros: a verdade é bem melhor do que imaginar que estamos desenhando Quéops, Elétrons ou Enxofre quando assinamos!

A LENDA DO PELICANO - Guilherme de Tyr ,



O simbolismo do pelicano assenta-se sobre uma comovente lenda com origem na idade média, que afirma que o pelicano, quando não encontra alimento para sustentar sua prole, rasga seu próprio ventre para alimentá-la com seu sangue.

O pelicano é uma ave de grande porte que vive nas regiões aquáticas em todos os continentes, possui bico avantajado e tem, no bico inferior uma bolsa onde acumula os peixes pescados. As fêmeas alimentam os filhotes despejando as reservas acumuladas na bolsa menbranosa. Para esvaziá-la, comprime o peito com o bico, fato este, que deu origem à essa antiga lenda, onde o pelicano abre o próprio peito para dele extrair sua carne a fim de alimentar os filhotes , quando não encontra alimento. Simboliza portanto, o amor com desprendimento.

O pelicano é também o símbolo alado da dedicação e das

obrigações sociais. É a mente provida de asas para que possa pairar sobre o mundo, desprendendo-se da matéria, e contemplar sob o prisma da Verdade, toda a obrada Maçonaria.

Os sete filhotes, que usualmente se encontram junto ao Pelicano, representam justamente, as sete cores do arco-íris ou sete estados de consciência representados por cada cor, ou ainda a hierarquia dos seres, onde o Maçons que exercem a verdadeira filosofia ocupam seu lugar dentre os mais elevados.

No simbolismo católico, o pelicano é Jesus Cristo dando seu sangue para a salvação da humanidade, ou alimentando o homem na eucaristia. Também é o símbolo da Redenção.

O símbolo do pelicano pertence também ao domínio da vida cotidiana, que não é contudo, menos comovedor, sobretudo para aqueles a quem as circunstâncias e as responsabilidades impõem uma escolha, pondo em jogo ao interesses vitais e mesmo a existência.

Escolha muitas vezes difícil, diante da qual o profano recua, mas não o Maçom, que não hesita, sacrificando-se à sua família, ao seu país, à humanidade inteira. Sacrificar o egoísmo, os interesses as vezes legítimos, a sua própria vida se preciso for, e a mais forte razão, seu orgulho e suas ambições, a fim de colocar em seu lugar, o altruísmo e a caridade. Tal como o pelicano, o Maçom alimenta simbolicamente os fracos com suas próprias entranhas, perecendo para permitir aos outros viver.

As vezes é preciso que a célula pereça para que o organismo perdure, é preciso ao indivíduo morrer e renascer para que a humanidade continue.

Essa é a lição simbólica que se aprende na lenda do pelicano, mostrando ao maçom a conduta que deve ter a todo instante.

O pelicano é o emblema mais característico da caridade. É também o símbolo da morte e do renascimento perpétuo da natureza. Num contexto um tanto Druida: é a terra que nutre os seus filhos, é a mãe que cumpre os seus sagrados deveres, é a caridade para com nossos irmãos.

A lenda do pelicano foi uma tradição que se enraizou também dentro da igreja cristã como símbolo, tomando aspectos muitas vezes inusitados e inesperados .

As igrejas medievais a aceitaram em suas decorações, mais de um católico o adotou em suas armas e Henrique VIII chegou a mudar as armas do Arcebispo de Granmer por três pelicanos.

No intuito de ajudar a guerra que os cruzados sustentavam na Terra Santa contra os muçulmanos, o Papa Inocêncio III ordenara que em toda as igrejas fossem colocados cofres, muitos feitos de troncos de árvores cavados, cujo objetivo seria recolher donativos dos fiéis, já que o clero medieval, embora detivessem suas mãos grande parte das riquezas da época, não se mostrava suficientemente generoso.

Dessa forma, os construtores das catedrais medievais, tomaram o costume de colocar troncos ao lado das pias de água benta, para que os fiéis pudessem neles depositar o "dinheiro da vida". E a fim de melhor inspirar o sentimento da caridade, estes artistas deram a esses troncos a forma do pelicano, como ainda pode ser visto em algumas catedrais europeias.

Nenhum outro símbolo podia melhor expressar o que se pretendia. Só o símbolo da abnegação da ave que se sacrificava a si mesma para alimentar a sua prole, podia representar aquele que se priva de seus haveres em benefício dos pobres.

O pelicano é o símbolo do próprio sacrifício, que indica que na medida em que damos, desenvolvemos o nosso caráter e a nossa personalidade, e a medida que os anos passam o próprio sacrifício se reflete em boas ações que perduram além da nossa vida e são reflexo dos sacrifícios que fizemos.

O mestre deve fazer-se amar, e não poderá ter êxito a não ser amando ele mesmo com uma generosidade que o leve até a dedicação absoluta, até o sacrifício de si mesmo. Deste ponto de vista, o pelicano é o emblema dessa caridade, sem a qual, na iniciação, tudo será irremediavelmente vão. Os dons mais brilhantes da inteligência e da vontade não farão outra coisa do adepto que não tenha cultivado as qualidades do coração, a não ser um falso Mago.

A lenda do pelicano, de certa forma comove pela sua extrema generosidade, encontra-se no cerne dos princípios da Maçonaria, o total sacrifício do ego em favor do próximo. Os ensinamentos exigem que o maçom que se encaminha na senda da perfeição, deve desprender-se de todos os sentimentos negativos do egoísmo, orgulho e ambição negativa, transformando-os alquimicamente em sentimentos de altruísmo, humildade e abnegação.

É preciso que o verdadeiro maçom, através do sacrifício do seu próprio eu, chegue ao conhecimento do amor. Cumprirá assim a sua finalidade de iniciado e atingirá por esse meio a meta almejada: a completa superação de sua personalidade humana para alcançar sua própria Redenção Crística, e se tornará um verdadeiro mestre!

É justamente dessa forma que o Maçom consegue a transmutação alquímica do que era inferior, do fogo em luz, do humano em Divino. É assim que terá encontrado a Pedra Filosofal e realizado a Grande Obra, a transmutação total do chumbo em ouro, do homem em Deus.



dezembro 17, 2023

GRÃO MESTRE VISITA EXPOSIÇÃO LITERÁRIA














O  Serenissimo Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Ir Jorge Anysio Haddad me dá a honra de visitar a exposição de minhas obras literárias durante a Assembleia da GLESP. Valorizando a cultura maçônica e os produtores de conteúdo literário, uma parte do Templo Nobre da GLESP foi dedicado a uma exposição de livros de autores que pertencem a Ordem.

 

UM CLOCHARD - Heitor Rodrigues Freire


 O tempo passa, continuamente. À medida que o relógio corre, vão-se os minutos; e podemos estar certos do seguinte: agora, há menos minutos em nossa encarnação do que havia há alguns momentos atrás. Portanto, devemos ter sempre em mente a ideia de que o tempo tem o seu valor no que concerne ao seu emprego. Somente na medida em que utilizamos bem o nosso tempo, nos tornamos capazes de extrair dele algo de valor, transformando o no verdadeiro tesouro que ele representa. A experiência, o conhecimento acumulado nesta encarnação, no campo físico, mental e espiritual, fundamenta se naquilo que temos adquirido ao longo da vida.

E embora todos saibamos que o tempo é apenas uma contingência da situação terrena em que vivemos, ele é indiscutivelmente irreversível e leva em suas asas muitas oportunidades de nossa vida, que deixamos passar.

A velocidade imposta pelos tempos modernos em todas as atividades humanas, acaba se constituindo num fator de desperdício, e isso ocorre principalmente com os mais jovens, que quase sempre se tornam vítimas dos modismos e da necessidade de afirmação, querendo, a todo custo, mostrarem-se atualizados e “por dentro das coisas”.

A esse propósito, bem observou o escritor Juvenal Arduini, em Destinação Antropológica: “O homem é essencialmente utópico porque não se cansa de lutar para que a verdade, a liberdade, o alimento, a saúde, a solidariedade, a dignidade, a participação de todos nos bens econômicos e culturais fixem residência definitiva na sociedade. Identificar utopia com fantasia é expediente utilizado para impedir que ela se enraíze no chão da história”.

Reagindo a essa velocidade que nos consome, de repente me vi como um clochard, rimando com a perfeita definição de utopia, descrita por Juvenal Arduini. Clochard, no mais puro romântico e filosófico sentido do termo, significa vagabundo, pessoa que não trabalha, embora o meu caso seja de desfrute puro e simples. E merecido.

Clochardiar minha vida, é o momento que estou vivendo agora. Sempre trabalhei muito. Desde os sete anos, vendendo bilhetes de loteria na rua, sem saber direito o português, ajudando meu pai. E naturalmente, continuo provendo minha sustentabilidade. Mas num novo diapasão. De leve, de vanguê...

Enfim, assim, com a consciência do dever cumprido, me sinto no direito de usufruir de um dolce far niente, mas sempre com um olhar atento, para que possa ainda contribuir com todas as entidades de que participei e ainda participo, como no Sindicato dos Corretores de Imóveis, no Instituto Histórico e Geográfico e na Santa Casa, onde, aliás, coordeno o centro histórico e cultural.

Ou seja, como um clochard, mas não tanto. Sem pendurar as chuteiras. Na continuidade consciente de que a vida não se esgota numa encarnação e que utopia, tal como considerada, se constitui num ideal de vida, na concretização de sonhos que inspiram e ajudam a transformar este mundo, que se empobrece pela velocidade dos modismos e necessidade de afirmação, e que mais que nunca carece da utopia.


O GIRO DO HOSPITALEIRO - José de Oliveira Mendes


É algo que transmite robustez

Simbolizando a benevolência.

Por ensejar conteúdo, talvez,

Para uma eficaz beneficência. 


O Tronco não requer mesquinhez,

Mas uma pequena ou boa quantia,

Colocando, cada qual, na vez,

Como requer a Maçonaria.


Viagens fazem o hospitaleiro,

Segurando o “tronco” na mão.

Em seu passar, por certo, esgueiro


E portador de singela ação.

O Rito lhe é um timoneiro

Indicando qual a direção.

TEMPO VELOZ - Adilson Zotovici



O tempo, veloz, avança !

Não para nalgum canteiro

Não algoz, bom  agoireiro 

Em seu rasto a esperança 


E segue o livre pedreiro 

Em sua eterna aliança 

Levando a superna herança 

Luz, espírito duradeiro 


Busca a bem aventurança 

Inda que em paragem ingrata

Com coragem e confiança 


Passagem de pompa retrata  

Aprendizagem e mestrança

Até que rompa o fio de prata ! 


Adilson Zotovici

Academia Maçônica de Letras de Juiz de Fora