dezembro 27, 2023

Do livro: CONEXÃO ENTRE MENTE E MATÉRIA de Dr. Fred Alan Wol

 




 



Para os alquimistas, a inércia não apenas parecia permear o mundo externo, tendendo a manter as coisas em seus respectivos lugares separados, como também permeava o mundo interior do pensamento e da percepção, tendendo a fazê-los aceitar como fato objetivo o que podia ser incessantemente repetido.
De fato, Isaac Newton, ele mesmo um alquimista, descobriu o princípio universal da inércia, que o levou a formular as leis mecânicas objetivas do movimento.
Para conseguir fazer a ruptura, para vencer a inércia mental, é necessária uma nova maneira de pensar.
Com uma nova maneira de pensar, aparecerão novas maneiras de avaliar o que se pensa.
E com essas novas ferramentas de avaliação, emergirão novas maneiras de sentir.
Ora, por "sensação" não estou me referindo ao sentido do tato; eu me refiro àquilo de que falava Carl Jung.
Sensação significa passar por uma ocorrência comprovada e duradoura, tornando-se ciente de uma experiência "aqui dentro" ao longo do tempo, mas não consciente do tempo que a sensação dura — tornando-se consciente, ao longo de um certo período de tempo, de um tipo ou qualidade específicos de estado físico, mental ou emocional.
A qualidade duradoura de uma sensação é extremamente importante para aquilo que se segue.
Com o surgimento de uma nova maneira de sentir os seus próprios pensamentos, você começará a perceber o mundo "lá fora" com novos olhos: de maneira criativa, informativa, renovada, como uma criança. Com o surgimento de novas sensações iluminadas, você começará a ter intuições mais profundas.
Essas intuições surgem como ideias, conhecimentos, previsões do futuro ou reavaliações do passado.
Elas aparecem como visões.
E cada novo pensamento institui um ciclo.
O ciclo se move através de fases, como as do sol e da lua, do pensamento para o sentimento para a sensação para a intuição, o que reinicia o ciclo. A continuação do ciclo forma uma energia nervosa vibratória que se repete fisicamente no corpo.
Sem algo para rompê-lo, ele forma uma memória que poderia ser reacessada como alguém que vai até um barril de chope para reencher a caneca.
Dessa maneira cíclica, todas as lembranças se formam, todas as impressões se estabilizam como "fatos", todas as opiniões a respeito do mundo e a respeito de você mesmo neste mundo se formam.
Quando o ciclo se rompe, quando o hábito que nele nos vicia se dissolve, um novo ciclo começa.
Repare que um ciclo completo tem o que é preciso para se tornar parte da realidade: ele tem inércia, tem resistência, e, se for alimentado com ciclos energéticos que estejam em fase com ele, crescerá e viverá.
Se ele crescer e viver sem ser reprimido, ele se tornará um arquétipo e possuirá o usuário de maneira tão certa quanto qualquer demônio possuía um filósofo medieval firmemente determinado a obter acesso aos segredos de Dus.
Um tal segredo era continuamente revelado aos antigos alquimistas e ele os possuía.
Ele lhes aparecia em sonhos ou surgia em seus pensamentos quando eles macaqueavam com a matéria em seus laboratórios.
Eles recebiam uma insinuação de que aquilo que acontecia aqui na terra (o mundo inferior) estava ligado com aquilo que acontecia nos céus (o mundo superior), e que aquilo que acontecia no mundo interior da psique transforma o mundo exterior das estrelas, das pessoas, dos lugares e das coisas.
Eles viram como a informação podia se transformar em matéria.
E eles viram o inverso.
Eles tiveram acesso ao princípio de vida-morte.
Eles atingiram o vazio e dissolveram a membrana da inércia.




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PERCEPÇÃO, VERDADE E TOLERÂNCIA - Paulo M. (Portugal 🇵🇹)



"Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo." Disse Kant. 

Deste lema pode também apropriar-se a maçonaria. 

Esta esteve na linha avançada do Iluminismo, promovendo as ciências, as artes e a razão ao serviço do Homem. 

Esta tríade tem de fato vindo, paulatinamente, a dar-nos cada vez mais e melhores meios para entendermos o mundo de forma objetiva, permitindo confirmar - e refutar - muitas das convicções que antes tínhamos sem que as pudéssemos provar.

Se - como afirmam alguns - a ciência tem vindo a "tentar tirar o lugar a Deus", explicando e atribuindo a fenômenos naturais o que dantes era do foro do maravilhoso e do sagrado, não era senão de esperar que o entusiasmo de uns se tornasse no anátema de outros, tornando o choque inevitável.

Esse choque foi interiorizado de formas diversas em diferentes culturas. 

Na França deu origem a um "anticlericalismo" feroz, cujos princípios estiveram na gênese da Maçonaria Liberal. 

Na Alemanha e na Inglaterra, por seu lado, esse choque foi mais suave, até porque os seus maiores pensadores e filósofos da época procuravam a harmonia entre a razão e a espiritualidade, e cedo entenderam que há convicções que a ciência não pode provar ou refutar.

De fato, as verdades da fé não são, por definição, demonstráveis.

As "provas da existência de Deus" passaram já de muito por isso mesmo.

Se algo é demonstrável, então não é preciso a fé para que nos convençamos da sua veracidade: basta a constatação. 

Por outro lado, se a fé é necessária, então de nada serve tentar-se recorrer à razão, pois esta não está no seu meio.

Ora, todas as religiões apresentam, em maior ou menor grau, em maior ou menor quantidade, postulados, axiomas ou dogmas que não podem ser demonstrados nem são passíveis de discussão. 

Se não apresentassem dogmas e apenas se confinassem ao que a razão pode demonstrar não seriam religiões, mas meras disciplinas científicas.

Mais: a maioria das religiões reclama para si a verdade. 

Não uma verdade, mas a verdade.

A maioria afirma mesmo, clara e inequivocamente, deter o "monopólio" da Verdade, da Salvação e do Bem. 

Não contentes com isso, muitas demonizam, excluem e proscrevem os seguidores de qualquer outra religião.

Nos melhores dos casos, aceitam que uma pessoa boa possa, sem culpa própria, estar equivocada, não devendo por isso ser excluída da recompensa que essa religião anuncia estar reservada aos "eleitos", seja esta o Paraíso, o Nirvana, ou qualquer outra designação que se lhe dê.

Ora, se todas as religiões acreditassem nas mesmas coisas, ou se tudo aquilo que afirmassem fosse compatível, poderíamos, no limite, tomar todas essas afirmações por verdadeiras. 

Contudo, não é o que se verifica. 

De fato, cada fé, cada religião, cada crença, se distingue das demais precisamente pela singularidade dos seus dogmas. 

Assim, como seria facilmente demonstrável, é racionalmente impossível que todas estejam certas.

Acolhendo no seu seio crentes de diversas facções e correntes, a maçonaria não poderia privilegiar uma religião em detrimento de outra, sob pena de alienar uns para agradar a outros.

Assim, a fé de cada um é, dentro da maçonaria, um assunto pessoal que não se discute em loja. 

Cada um é livre para depositar a sua fé onde queira, sem que essa mesma fé seja questionada, escrutinada ou contrariada; todas são aceitas.

Não quer dizer isto que um maçom, pelo fato de o ser, tenha que aceitar como verdadeiros todos os dogmas de toda fé e religiões professadas por todos os maçons do mundo. 

Pelo contrário, espera-se de cada maçom que acredite e preste culto de acordo com os preceitos da sua própria fé.

Espera-se, por outro lado, que aceite que cada pessoa possa ter um sistema de crenças diferente, e que este possa ser tomado por verdadeiro por cada um que nele acredite, e como tal deva ser respeitado.

A posição da maçonaria é, assim, clara: promove e discute as verdades que a razão pode demonstrar, e respeita sem discutir aquelas que são do foro da fé.

Contudo, por ser promotora de uma atitude tida, por um lado, por "disruptiva" e iconoclasta, enquanto promotora da ciência e da razão e, por outro lado, por relativista e sincrética, em face da multiplicidade de verdades incompatíveis entre si, que as diversas religiões professam, a maçonaria tem, desde a sua origem, sido afastada, repudiada e condenada pela maioria dessas mesmas religiões.






O QI MÉDIO DA POPULAÇÃO TEM DIMÍNUÍDO - Getulio Valls


 “O QI médio da população mundial, que sempre aumentou desde o pós-guerra até o final dos anos 90, diminuiu nos últimos vinte anos ...

É a inversão do efeito Flynn.

Parece que o nível de inteligência medido pelos testes diminui nos países mais desenvolvidos.

Pode haver muitas causas para esse fenômeno.

Um deles pode ser o empobrecimento da linguagem.

Na verdade, vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem: não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as sutilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos.

O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.

A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de "golpes mortais" na precisão e variedade de expressão.

Apenas um exemplo: eliminar a palavra "signorina" (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias.

Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento.

Estudos têm mostrado que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras.

Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível.

Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece.

A história está cheia de exemplos e muitos livros (Georges Orwell - "1984"; Ray Bradbury - "Fahrenheit 451") contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.

Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras.

Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional?

Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro?

Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu?

Caros pais e professores: Fazemos com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinar e praticar o idioma em suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado.

Porque nesse esforço existe liberdade.

Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem de seus "defeitos", abolir gêneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana.

Não há liberdade sem necessidade.

Não há beleza sem o pensamento da beleza. "


dezembro 26, 2023

A VERDADE ATRAVÉS DA TOLERÂNCIA - Milo Bazaga



Todos sabem que uma das colunas mestras da Maçonaria é a procura da Verdade. 

Mas o que é a Verdade? 

Se consultarmos os filósofos, encontraremos, ao longo dos tempos, pelo menos, cinco conceitos da Verdade:

_Verdade como sinônimo de correspondência entre o conhecimento das coisas e as coisas em si. 

_Verdade como sinônimo de revelação. 

_Verdade como sinônimo de conformidade a uma regra. 

_Verdade como sinônimo de coerência. 

_Verdade como sinônimo de utilidade. 

Contudo, os dois primeiros: Verdade como sinônimo de correspondência e Verdade como sinônimo de revelação são os conceitos mais difundidos. 

Já dizia Platão que “verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são”. 

Aristóteles afirmava que a Verdade está no pensamento e na linguagem, não nos seres ou nas coisas. 

E, mais ainda, que a medida da Verdade é o ser ou a coisa. 

Dito em outras palavras: uma coisa não é branca, só porque você diz que é assim, mas porque ela é realmente branca. 

Santo Agostinho fala da Verdade como “o que revela o que é, ou se manifesta a si mesmo” e, assim, identifica a Verdade como o Logos ou o Verbum, ou seja, com Deus, o Grande Arquiteto do Universo. 

A Verdade é, para ele, então, Revelação. 

São Tomas de Aquino vai um pouco mais adiante e constata que Verdade é “a adequação do intelecto e das coisas”. 

As discussões, em torno do conceito da Verdade, ocuparam e ocupam os estudiosos, até os dias de hoje, sem que tenham chegado a uma conclusão. 

Porque isso acontece, perguntaríamos? 

A resposta imediata seria: porque não conseguimos atingir a Verdade, a Verdade entendida como Verdade Absoluta. 

Dante, em seus tratados da Razão Crítica e da Razão Pura, já havia chegado a esse raciocínio:

A VERDADE ATRAVÉS DA TOLERÂNCIA. 

Hoje, até os linguistas discutem o assunto. 

Na realidade, há uma distância entre as coisas e nós. 

Nós só chegamos às coisas, através dos sentidos (Visão, Audição, Tato, Paladar e Olfato) que estimulam os nervos que levam determinadas correntes energéticas ao cérebro que as interpreta e armazena na memória. 

Então vejam: as coisas chegam a nós de maneiras bem diferentes; quando temos uma casa diante de nós, podemos percebê-la, sobretudo através das cores em que está pintada e, deste modo, ela se fixa em nossa memória. 

Mas nossos amigos podem perceber a mesma casa pelos sons que veem dela e é, desse jeito, que ela vai ficar registrada em sua memória. Isto quer dizer que cada um de nós tem uma imagem diferenciada da mesma casa. 

Se alargarmos o processo de conhecimento da realidade a todos os níveis, podemos imaginar como o mesmo mundo chega até nós das maneiras mais variadas, dependendo do modo como a aprendemos e o expressamos. 

Com este preâmbulo queremos levar a seguinte reflexão: Ninguém consegue, pelo menos, por enquanto, atingir a Verdade Absoluta. 

Cada ser é portador de sua verdade individual que é limitada. 

Se quiser aumentá-la, ter-se-á que ter acesso a verdade dos outros e, assim enriquecer-se. 

Ora, isto quer dizer que, aquilo que os outros têm a nos dizer, na maioria das vezes, acrescenta-nos algo. 

Portanto, o primeiro passo para o enriquecimento da nossa verdade é ouvir a opinião dos outros e tentar entender as suas verdades. 

A isto se chama de tolerância, que se coloca assim em posição diametralmente oposta à ignorância. 

É verdade que, às vezes, na tentativa de entender o que os outros têm a nos dizer, surgem discussões. 

Porém, se não se perder de vista, que a finalidade do diálogo é nosso próprio enriquecimento, as discussões serão apenas explicações, aulas, sobre o nosso modo de pensar e sobre o modo de pensar dos outros. 

E aulas e explicações dão-se, didaticamente, com as emoções em equilíbrio. 

Como exercitar o diálogo, com tolerância, em busca do enriquecimento da verdade de cada um? 

Diríamos: aplicando a Lei de Newton, que afirma que “toda a ação sofre uma reação de igual intensidade”. 

Assim, se a ação for amorosa, a reação também será amorosa. 

Com a intolerância e o desamor só se alcança desunião. 

Ora, se opta a se ter o privilégio de ser Iniciado na Ordem Maçônica, tendo acesso aos seus ensinamentos, passa-se a busca da Verdade Absoluta, passa-se a construção do Templo Interno. 

Porque não aproveitar esta oportunidade de ouro, talvez a única nesta altura de nossas vidas? 

Fazemos parte de uma Instituição séria e universal, portanto temos que buscar a união e, para isso, não podemos prescindir da tolerância, a fim de ajudar o País, a Humanidade e a Terra neste momento crucial da passagem para o Terceiro Milênio.



ALMAS ALTEROSAS - Roberto Ribeiro Reis



 

As nódoas da vida profana insistem em se estabelecerem nas vestes de nossa alma. Todas as vezes que nos alimentamos de sentimentos inferiores, quais sejam o rancor, a inveja, a cólera, o ressentimento, absorvemos energias nocivas às nossas vidas, que comprometem sobremodo a nossa marcha evolutiva.

O padrão vibratório das pessoas é responsável por tudo que envolve sua vida: o sucesso ou o fracasso, a saúde ou a doença, o amor ou a indiferença, enfim, pela possibilidade de uma existência plena ou de escassez.

Pessoas que respiram, falam e praticam o bem tendem a receber do Criador tudo aquilo que doaram ao próximo; nesse sentido, inevitavelmente, hão de receber o bem em dosagem superior à doada. É a lei da atração universal ou simplesmente lei de causa e efeito.

Lado outro, pessoas que usam seu tempo para a propagação de calúnias, difamações, e todo um repertório verbal funesto e degradante tendem, infelizmente, a receber a maldade em sua manifestação mais impiedosa e cruel possível. São seres cuja alma se compraz em ver a dor alheia, e que se regozijam da dor visitando a casa de seu semelhante.

Feliz é o homem que tem a oportunidade de se conhecer e de se transformar intimamente. Repleto de graças é aquele que pode promover sua Grande Alquimia Interior, convertendo sua alma (antes) vulgar numa alma (agora) sutil, numa verdadeira alma alterosa.

A Maçonaria tem a capacidade de proporcionar essa transmutação alquímica, de permitir que um inveterado habitante das trevas mude para a aconchegante Casa de Luz. Isso não nos torna seres alados ou anjos, tampouco santos ou divindades, mas nos proporciona a força e o vigor necessários para seguirmos firmes e serenos em nossa caminhada rumo à perfeição.

É esplendoroso e magnificente podermos estar entre colunas, num exercício de aprendizado que dura a vida toda. É gozar da sensação inestimável e única de estarmos rodeados de Irmãos (verdadeiros “Aprendizes-Mestres”), que se instruem em nossa companhia e, simultaneamente, auxiliam-nos a sermos melhores construtores de nossos templos íntimos.

A majestade da Maçonaria reside nessa dialética e sistêmica ritualística, capaz de elevar e exaltar o homem a estados de consciência que lhe permitam a indizível experiência de se aproximar com o Supremo Arquiteto. Essa possibilidade de transcendência, além da rara oportunidade de conexão com o Sagrado, enseja ao artífice o manuseio ideal das ferramentas utilizadas no fortalecimento de seu próprio edifício interno.

Saibamos valorizar a Sublime Arte, bem como todas as almas alterosas que dela fazem parte. E que, a despeito desse indispensável processo de valorização, também possamos ser exitosos na busca de apresentar a Verdadeira Luz a outros tantos desorientados pelo mundo, que dela urgentemente necessitam. 






DEZEMBRO QUE VEIO E QUE VAI -(SOLSTÍCIO DE VERÃO) - Newton Agrella


Abrem-se as cortinas para o encerramento simbólico de um período da vida convencionado pelo chamado, calendário gregoriano.

Dezembro reapresenta suas credenciais, por essas bandas do planeta.  

É o anúncio do Solstício de Verão  no hemisfério sul, que ocorre entre os dias 21 ou 22 de Dezembro a cada ano.

Aqui em nosso hemisfério é o Sol, marcando presença e que simbolicamente representa o renascimento da vida e a renovação espiritual..

No Brasil, a cultura da renovação é algo que se pronuncia das mais variadas formas para o realinhamento de novos planos, especialmente na "noite da virada", sob a inspiração do divinal, do metafísico e do transcendental...

Algo como que um Ritual, que ganha ares de reflexão, quando se celebra o Natal e famílias se reúnem para celebrar a vida...

Assim como ganha um certo ar de reminiscências, quando um toque de nostalgia invade a alma e cultivamos lembranças de familiares, que já não se encontram mais entre nós...  

Essa reflexão mais contida, porém, uma semana mais tarde acaba ganhando uma explosão de alegria, esperança e felicidade, quando o show está por terminar... 

As cortinas se fecham por tênues segundos, posto que o show tem que continuar...

É o Novo Ano que se apresenta...

Chega com todo requinte e exaltação de um tempo melhor.

Dezembro vai dar adeus, e sua presença ilustre, deixa como legado, o exercício da reflexão humana, da reconexão com os valores éticos e morais que buscamos como alicerces para a nossa contínua evolução.

Dezembro brasileiro é uma ferramenta para elaborar com mais afinco o aprimoramento de nossa consciência, reaprender a se enxergar no outro, e a remover cargas negativas que acumulamos durante o ano.

Dezembro é a fronteira simbólica do nosso tempo, da civilização ocidental e da cultura da renovação, mesmo diante de tantas adversidades, pandemias e de tanta ignorância a que o ser humano ainda se submete.

Que  possamos viver Dezembro intensamente e  permitamos que ele se vá, deixando-nos com o nosso espírito desarmado, nosso coração mais leve e a nossa capacidade de Compreensão e Discernimento cada vez mais aguçada...


dezembro 25, 2023

OS REIS MAGOS - Jorge Gonçalve


No Novo Testamento, o Evangelho de Mateus narra o nascimento de Jesus Cristo e a história dos reis magos. 

Os "Magos" eram assim chamados devido ao seu vasto conhecimento em astrologia. É importante lembrar que, na antiguidade, astrologia e astronomia representavam os mesmos conceitos e seus significados permaneceram inseparáveis durante milênios. 

Na Pérsia, o termo "Mago" referia-se a sábios. Os judeus os chamavam de "escribas", os gregos de "filósofos" e os latinos de "sábios". A palavra original para "sábios" foi "magi", o plural de "magus". Embora os magos viessem do oriente, ao longo do tempo, o termo evoluiu para significar astrólogo ou praticante de artes ocultas, originando a palavra "magia". 

Em 1535, a primeira Bíblia completa em inglês tornou-se disponível na Inglaterra. Naquela época, era raro encontrar uma Bíblia fora de locais como igrejas, monastérios ou famílias abastadas. 

O Rei James ordenou a tradução para o inglês, visando permitir que as pessoas lessem a Bíblia sem depender exclusivamente dos clérigos. Os tradutores mudaram cada menção de magus para "mágico" ou "feiticeiro" para ajudar a demonizar a prática da astrologia. Veja Daniel 2:2 (Rei James). 

Houve apenas uma exceção, o Evangelho de Mateus, que narra a história do nascimento de Cristo: Mateus 2:1 (Rei James) "E, tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém." 

 *Feliz Natal!*

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ETERNO FELIZ NATAL - Adilson Zotovici




À terra, um tempo de paz

Do mais puro amor fraternal 

Sem guerra , desamor voraz 

Sem muro e distância abissal 


Um evento que o homem é capaz 

De transmutar um mal astral 

Que salutar,  seja sagaz  

Congraçamento Divinal 


Fazer desse tempo fugaz 

Adstrito à paz universal

Perenal de bondade, tenaz... 


Ergue obreiro d'Arte Real 

Canteiro superno, compraz

A um eterno *Feliz Natal* ! 


dezembro 24, 2023

JESUS CRISTO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO? - Almir Sant’Anna Cruz



Existem eventos que pela sua natureza quase não são questionados. Um deles refere-se ao Natal. 

Habituados que estamos a comemorá-lo todos os anos em 25 de dezembro, jamais poderíamos supor que o nascimento de Jesus tivesse ocorrido em outra data. 

No entanto, é justamente o nascimento de Cristo o acontecimento histórico que mais tem atraído a atenção de inúmeros astrônomos e astrofísicos, além de historiadores, em particular daqueles interessados em problemas historiográficos e preocupados com a procura de uma explicação racional para o grande mistério da Estrela de Belém.

Segundo o internacionalmente famoso astrônomo e astrofísico brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935-2014) em sua obra “O livro de Ouro do Universo”, Jesus Cristo não nasceu em 25 de dezembro, apresentando argumentos astronômicos, climáticos e históricos, inclusive bíblicos, para apontar o seu nascimento no dia 23 de agosto do ano 7 AC. Como nossa era baseia-se no nascimento de Cristo, então, 2020 seria 2027!!!!!

E explica que o dia 25 de dezembro corresponde ao solstício do inverno no Hemisfério Norte. É o meio do inverno, dia depois do qual os dias começam a se alongar aos poucos.

A festa pagã do “dies solis invicti natalis”, ou seja, “dia do nascimento do Sol”, era celebrada no dia que coincidia com os meados da saturnália, estação durante a qual os trabalhos cessavam. 

Neste dia em que o Sol começava a se dirigir para o Norte, as casas eram decoradas com árvores, presentes eram trocados entre amigos e parentes, ceias e procissões eram realizadas pelos povos pagãos em homenagem ao Sol que voltava a sua posição elevada. Como os primeiros cristãos comemoravam esse feriado, a Igreja primitiva decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa genuinamente cristã. 

Assim, o dia 25 de dezembro passou a representar o dia do nascimento de Cristo, e não mais o nascimento do Sol.

No Oriente, o nascimento de Jesus foi inicialmente celebrado em 06 de janeiro, data que estava associada à Estrela de Belém. 

Essa comemoração tinha como objetivo substituir a cerimônia pagã que, em 06 de janeiro, se comemorava no templo de Kore, em Alexandria, no Egito, a virgem que deu à luz Aion, um deus pagão das Arábias.

Mas não será por esse conhecimento que deixaremos de comemorar o Natal no próximo dia 25.

*Feliz Natal para todos os Irmãos e família!*

QUAL SIMBOLO NATALINO NOS DEVE PROVOCAR MAIS REFLEXÕES? - Sérgio QUIRINO Guimarães



O primeiro ponto a ser esclarecido é que devemos ter redobrada atenção em não procurarmos vínculos maçônicos nessa efeméride religiosa. Por um único motivo: profanação!

É muito triste quando recebemos figurinhas de WhatsApp de ícones cristãos com alfaias ou instrumentos maçônicos ou quando encontramos dentro dos Templos ou durante os trabalhos o sincretismo religioso.

O Natal é uma festa crista que deve ser comemorada com toda a glória e humildade do aniversariante, dentro das condições e do entendimento de cada família em celebrá-la.

Portanto, como resposta ao tema, sugiro as Velas, esse cilindro de cera com pavio que se consome para iluminar ao seu redor.

A primeira reflexão é esta: a humildade de compreender que a missão é servir, um "serviço" de iluminar que, independentemente das consequências, cumpre até a última gota.

De modo instintivo, compreendemos que as velas criam um elo forte entre nós e o mundo espiritual, por associarmos a dispersão das trevas (ignorância) e ampliarmos o campo de visão (entendimento).

Outra reflexão são os movimentos da chama, como procurando se desprender do pavio (matéria) e alcançar o espaço (espírito). Talvez seja a representação visual do conceito "que a Criatura retorne ao Criador".

E creio que devemos ser assim, sempre querendo nos elevar, mudando a estrutura sólida e bruta da cera, passando a um grau mais liso e líquido. Desprender-se na plenitude do etéreo gás, exaltando luz e calor.

Para além das possíveis reflexões causadas pelo e durante o uso, devemos nos atentar à palavra "Vela", a qual designa o artefato iluminador, como também as estruturas de pano que recebem o invisível e leve vento e impulsionam as pesadas caravelas mar a dentro.

Outrossim, essa palavra representa proteção. O velar, manter-se desperto, em vigia.

O MAÇOM DEVE SER UMA VELA OU O MAÇOM VELA?

Então, nesta noite na qual, provavelmente, estaremos juntos das passadas e das novas gerações de nossa família, que, no silêncio do Templo Interior, procuremos as respostas.

O futuro ao Criador pertence, mas é ou não construído por suas criaturas. A isso dá-se o nome de livre arbítrio. A vela, em si, não arde por si própria. Ela demanda um despertar, assim como os estados de alerta surgem pela conscientização do que se passa ao redor, quebrando a inquietude diante de tudo o que genericamente chamamos de Vicio.

Portanto, devemos, para além de conhecermos o que somos, descobrir o motivo de assim o sermos. O importante é iluminar, combater as trevas e, sobretudo, não deixar a chama do Bem e da Paz apagar.

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ENTÃO É NATAL - Sidnei Godinho



É comum as festas natalinas trazerem comoção, afinal falam do milagre do nascimento de Jesus, aquele que havia de trazer a redenção para uma humanidade perdida em seus vícios.

Nesta época, ao menos por alguns dias, as pessoas se tornam sensíveis às outras e se perdoam mutuamente, como num mantra para se sentirem livres de suas culpas e serem felizes.

Pode parecer superficial e apenas ato reflexo dos costumes ocidentais, mas fato é que, por estes dias, há uma egrégora natural no ar e o universo parece conspirar para uns momentos de Paz, Harmonia e Concórdia entre as pessoas.

Enfim, acredite você em quem quiser, seja qual for sua divindade, aproveite esta oportunidade para também refletir sobre suas ações, sobre o arrependimento e sobre o Perdão.

Tire por alguns minutos seu foco central, olhe para os lados e veja o quanto você já é abençoado. 

Veja sua Família, seus Amigos, seu trabalho e tenha a consciência de que a Felicidade não está no que almeja, mas no que já possui e não percebe. 

Acredite em suas próprias palavras e dê o primeiro passo na direção que tanto aponta para os outros. 

O exemplo cala quando as palavras são apenas gritos de um ego distorcido que julga ensinar o que nunca aprendeu.

Por fim, olhe-se no espelho e permita-se rever seus conceitos e se dê uma chance para tentar recomeçar.

Aprenda a pedir perdão e a perdoar. 

Este é o momento, não o desperdice com orgulho ou preconceitos que o impedem de ser Livre e FELIZ. 

..."Eu vim para que tenham Vida e a tenham em Plenitude"... (Jesus de Nazaré) 

E um FELIZ NATAL  para todos. 🎅 🎄 🎅 




OCASIONAL - Adilson Zotovici

À alma,  é o alimento 

Ao livre pedreiro cabal

O verdadeiro provento 

"_A Cultura_" d' Arte Real 


Mas, o que é complemento,

Que o ágape fraternal, 

Tornaram  acontecimento 

Como  evento  primacial 


Sem qualquer constrangimento

Em detrimento do ritual 

O cardápio é o advento 


A filosofia, cabal,

Liturgia, conhecimento... 

No momento ...é ocasional ! 


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

dezembro 23, 2023

O PEREGRINO E O ANDARILHO - Roberto Ribeiro Reis


E lá se foi o peregrino, desbravando a estrada e a sorte do destino. Em sua mochila alguns bons livros, companheiros inseparáveis nessa caminhada rumo ao conhecimento de novos povos e de novas culturas. Seu escopo principal sempre foi a iluminação interior, o que só pode ser obtido através da verdade e da palavra perdida.

O peregrino andava sem hesitar, jamais olhando para trás; sua marcha era firme, e resolutos eram os seus passos, dados em garbosa esquadria. Ele contemplava todo o itinerário, sem jamais deixar de render culto à natureza, que lhe inspirava os movimentos e, acima e tudo, os mais sublimes sentimentos.

O indivíduo andante, cuja empreitada maior era espalhar o conhecimento pelos lugares por onde passava, e granjear amigos – para ele, seu maior patrimônio. Por mais que ele enfrentasse temporais de aflições e vendavais de tormentas, o peregrino jamais esmorecia, pois sabia que, em qualquer ocasião, jamais se encontraria sozinho.

Havia também um Viajante Soberano, cuja onipresença o resguardava e o protegia, sempre que ele estivesse em suas incursões mundo afora. O peregrino nunca o viu presentemente, mas sempre o sentiu com todo seu fulgor e graça. Ele sentia toda essa “Força Estranha”, todas as vezes que partia ou chegava de algum lugar, pois por Ela sempre foi acompanhado, num compasso de amor e profunda misericórdia.

Misericórdia essa que o levou a amparar o andarilho, que se encontrava sozinho na estrada da vida. Pés descalços e queimados pelo calor quase desértico; nem mesmo a sede ou a fome eram capazes de dissuadir esse humilde viajante, que andava sem rumo ou direção exata, mas com a certeza de que chegaria a um porto seguro de paz, harmonia e concórdia.

O peregrino percebia que tinha tudo, e que tinha deixado família e amigos para trás, momentaneamente; lado outro, olhava para o andarilho, cuja sina era solitária e perigosa, mas que ainda assim persistia em sua caminhada. Ele via que, a despeito da solidão e das inúmeras dificuldades vividas pelo irmão de viagem, este seguia confiante e esperançoso de que o mundo pudesse lhe apresentar um destino melhor.

Ambos, porém, sentiam a presença do Supremo Viajante, cada qual a seu modo: o peregrino se emocionava por tudo o que recebia da vida, seja a abundância material, seja principalmente pela possibilidade de ter tido uma abençoada família e amigos verdadeiros.

Por outro lado, a sorte não havia sido muito sorridente para com o andarilho. Pouca instrução, não conheceu aos pais, e a pobreza material sempre foi sua companheira nas noites frias das calçadas das ruas ou mesmo pelas estradas. Contudo, para além desse cenário de dor e desolação, o pobre viajante sempre sentiu a proteção vinda “sabe-se lá de onde”. E essa certeza jamais fez com que ele perdesse sua fé, tampouco a inexprimível sensação de liberdade, que sempre o acompanhou estrada a fora.

Após boa refeição, o peregrino e o andarilho tiveram uma longa conversa, compartilhando, cada qual, suas experiências de vida; o peregrino presenteou o andarilho com um par de chinelos e sapatos, além de algumas roupas que trazia consigo. Deixou também alguns alimentos e água, a fim de auxiliar o irmão em sua caminhada. O andarilho, a seu turno, ofereceu ao mais novo amigo um exemplar da bíblia King James –que ganhara de um senhor de terno preto- cujo marcador apontava para o Salmo 133. Como essa vida é inexplicavelmente bela!

O andarilho encantava ao peregrino cada vez que relatava o seu modus vivendi: as longas e difíceis viagens, a privação material, a fome, as moléstias físicas, dentre outros obstáculos. No entanto, falava também das pessoas que –generosamente- o acolhiam, que o recebiam em seus lares, e que com ele dividiam confidências, desabafos e afabilidades.

O pôr do sol anunciava que era chegada a hora da despedida. Andarilho e peregrino assustaram-se com a rapidez e volúpia do tempo, pois ainda havia no íntimo de ambos uma necessidade pulsante de conversarem e compartilharem suas experiências de vida.

Para selar aquela nova amizade, eles se abraçaram triplamente, sob a sombra de uma frondosa acácia, a qual, inesperada e aparentemente, havia surgido do nada, para espanto de ambos. Despediram-se com os olhos marejados, os corações reconfortados, e com a sensação de já terem se conhecido antes. Cada um dos viajantes tomou uma direção diferente, sendo tocados pela suave chuva, a qual revelava que, àquela altura, a Mãe Natureza também estava emocionada por aquele encontro prodigioso.

Naquele memorável dia, sob os auspícios do Supremo Viajante, o destino trouxe ao encontro duas pessoas com sortes diferentes, mas cuja essência em comum era o desapego material e a valorização da vida com liberdade, em viagens compassadas de amor e fraternidade.