janeiro 02, 2024

DOIS MIL E VINTE E QUATRO SERÁ O ANO DA ROMÂ - Sérgio Quirino Guimarães


Saudações, estimado Irmão!

Neste último artigo do ano, justamente no último dia de 2023, qual reflexão devemos fazer após 365 dias vividos e tendo à frente o início de mais um ciclo de 365 dias?

Uma vez que trabalhamos com simbolismos e alegorias, peço aos Irmãos que à meia-noite de hoje visualizem uma semente de Româ e pensem:

ESTA SEMENTE SOU EU! E O QUE SOU? E O QUE ME TORNAREI EM 20247

A Romă, por conta de sua cor, sua forma e sua relação mitológica com Perséfone, simboliza o amor e a fertilidade. Quando aberta, expressa abundância, fartura, em virtude de suas muitas sementes. Inclusive, há uma lenda de que cada Romă carrega em si o número de 613 sementes, mesmo número dos mandamentos judaicos (613 Mitsvol da Torá).

Outra situação interessante é que, na cultura iraniana, a fruta proibida no Jardim do Éden era a Roma.

No entanto, como pode ter havido a troca das frutas no Livro Sagrado?

Talvez por questão de tradução, afinal romă, em inglês, é pomegranate, palavra de origem latina formada de pomum (maçă) e granatus (com semente).

Retornando, porém, ao tema e trazendo-o para os estudos maçônicos, a Roma carrega o simbolismo da polidez redonda externa, embora seja formada internamente por cubos irregulares e com muitas arestas.

E justamente sobre esses pequenos cubos irregulares que devemos especular. Apesar de multifacetados, cada qual se encontra integrado de maneira harmoniosa com os que estão ao seu lado.

ASSIM SÃO OS IRMÃOS. CADA UM COM SUAS CARACTERÍSTICAS PARA CADA UMA DELAS, HAVERÁ UMA JUNÇÃO. OMBRO A OMBRO! PARTICULARES E,

Não existe hierarquia ou classificação entre as sementes, pois o único propósito é dar forma e cumprir a missão do fruto. Oh! Quão bom e quão suave seria se todos entendêssemos esse simbolismo.

Conscientizados de que, enquanto Maçons, não somos o fruto, mas parte dele, entendemos que a missão dar-se forma (lavrar-se), ajudar a dar forma a outros (tornar feliz a humanidade) e sementar (inspirar).

Então, eu sou semente da Roma! Então, eu sou Maçom da Maçonaria!

O que sou como semente? O que sou como Maçom?

Como semente, o que me tornarei em 2024? Como Maçom, o que me tornarei em 2024? Recorro à Parábola do Semeador (Marcos 4,1-9). CUIDADO, SOMOS SEMENTES DESEJADAS POR SEMEADORES NÃO PREPARADOS E AMBICIOSOS.

Todo mundo aspira eternizar seu nome, ser o responsável por um grande pomar de romās. Deixarão sementes á beira do caminho; jogarão sementes sobre as pedras das injúrias; outras irão para os espinhos das falácias hipócritas, mas haverá algumas que sobreviverão.

Seja uma dessas. Mantenha-se integro, conhecendo o cerne do discernimento, da missão intrínseca para a qual você foi gerado e pela qual foi nutrido. Não espere milagres ou sorte. Construa um 2024 com base em suas raízes. Que você mesmo dirija seus braços à procura da Luz e, em especial, lembre-se de que você veio de outra semente e, portanto, deve se esforçar para ser a origem de outras sementes.

Que essas, por sua vez, sejam Limpas e Puras, que seu nome seja lembrado como quem fez e seguiu em frente.





A CONQUISTA DE GRANADA - Carlos Solera ASL


02 de janeiro de 1492: Os reis de Castela e Aragão conquistam Granada, último reino islâmico da Península Ibérica. Termina a reconquista de sete séculos

Último reduto muçulmano na Península Ibérica, até 1492, o reino de Granada resistiu mas floresceu, assumindo por um lado uma atitude guerreira e constantemente defensiva, e por outro incrementando o desenvolvimento das letras, das artes, das ciências e do urbanismo.

A cidade espanhola de Granada, pertencente à Região Autónoma da Andaluzia, formou-se em torno de uma fortaleza construída pelos Árabes. No centro da cidade encontra-se a Catedral de Santa Maria da Encarnação (1523-1703), onde estão sepultados os Reis Católicos.

Explorada por Fenícios, Cartagineses e Gregos, dominada por Romanos e Visigodos, assolada por Vândalos e Alanos, a região de Granada, como quase toda a Península Ibérica, foi ocupada em 711 pelos muçulmanos comandados por Tariq, acontecimento este de real importância para a sua definição histórica e territorial.Dominada por Córdova, emirado e depois califado, Garnatha Alyejud (designação árabe da cidade perto da atual Granada, a Iliberis dos Romanos ou a Elvira dos Visigodos) conheceu um grande desenvolvimento no século VIII, sendo uma das mais importantes cidades do Al Andalus. 

Com a desagregação do califado de Córdova em 1031 em vários reinos taifa (designação jurídica árabe), devido à fitna (guerra civil), num deles se transformou Granada, governada entre 1010 e 1090 pela dinastia berbere dos Ziríadas (povo do Norte de África, que obriga os habitantes de Garnatha a fugir para Elvira), suprimida no último ano pela dos Almorávidas, substituídos em 1156 pelos Almóadas. Em 1231, chegaram os nazerís, de Ibn Nasr, cujo título real era Muhammad I, que se mantiveram em Granada até ao século XV. A partir desta dinastia, o reino passou a designar-se por Granada.

Em 1247, aquele rei árabe apoiou os castelhanos na tomada de Sevilha, o que gerou descontentamentos generalizados no reino, principalmente depois de os cristãos transformarem a mesquita em catedral. Os ataques de Castela, apesar da ajuda granadina em Sevilha, sucederam-se contra o reino nazerí, que apoiava revoltas mouriscas em Castela. 

Entre múltiplas tréguas, alianças e cedências de praças de parte a parte, Granada, para sobreviver como reduto muçulmano peninsular, teve que procurar até ao século XV um equilíbrio de forças com Castela e mesmo com os muçulmanos do Norte de África, ambos com políticas expansionistas sobre este território. 

Para além desta diplomacia, ora política ora guerreira, o reino de Granada teve que enfrentar revoltas internas ocasionais, e serviu de acolhimento aos muçulmanos que fugiam de todas as regiões peninsulares face ao avanço da Reconquista, principalmente da Andaluzia ocidental e do Levante (Valência, Múrcia), onde se sucediam pressões militares de Aragão, com quem se firmaram pactos também.

Neste clima de instabilidade quase permanente e de esforço de guerra, a riqueza e a grandeza da civilização nazerí de Granada não perderam brilho, esmaltando o reino, nomeadamente a capital, de belas jóias arquitectónicas ainda existentes, com o apoio e interesse constantes da corte. É o caso do conjunto monumental da Alhambra (do árabe, Al Hamra, a vermelha), começado a edificar no século XIII, bem como do Generalife, do século XIV, casa de campo e descanso dos reis de Granada. 

Deste século são também os poetas e eruditos Ibn Alcatib e Ibn Zamrak, cujos versos estão gravados nas paredes dos palácios da Alhambra. Por aquela altura brilharam ainda outras figuras da filosofia, das artes e da medicina, entre outras ciências, e até uma célebre universidade medieval - La Madraza. O desenvolvimento de técnicas agrícolas, com introdução de novas culturas e com os regadios, cimenta a exponencia civilizacional a que chegou este reino, o que despertou cobiças e apressou a Reconquista.

Em 1309, Castela tomou Gibraltar, mantendo-se árabe, porém, Algeciras. Estes dois pontos eram estratégicos (passagem para África) para o reino de Granada, que daí se estendia até Almería, a leste, onde se continuavam a dar frequentes ataques aragoneses, ainda que sem resultados. No primeiro quartel do século XIV, os castelhanos chegaram às portas de Granada, sendo porém rechaçados para fora do reino, entretanto reorganizado em termos de defesa. 

Em 1333, Granada reconquistou Gibraltar, apoiada por genoveses e dinastias norte africanas, conhecendo porém em 1340 a derrota na Batalha do Salado perante forças combinadas luso castelhanas, o que deitou por terra o desejo de reconquista muçulmana da Península. Ao longo do século XIV, a Alhambra continuou a construir-se; a Reconquista deteve-se por vezes; mas o século XV, com a pressão demográfica e a expansão económica de Castela, seria a centúria da derrocada do reino de Granada. 

Para além de lutas internas (conspirações, rebeliões, guerra civil em 1427) e de falta de apoios do mundo árabe, Granada, apesar de conseguir suster alguns avanços de Castela e obter algumas tréguas, não conseguiu reestruturar-se internamente e começou a ceder aos ataques cristãos. Ainda desencadeou um contra-ataque entre 1433 e 1440, recuperando praças de Castela, mas a partir daqui, a história de Granada foi de defesa contra Castela, bloqueios económicos, tréguas e devolução de cativos, até ao golpe final dos Reis Católicos, em 2 de janeiro de 1492, quando a conquistaram ao rei Boabdil.

Este, diz a lenda, terá chorado e morrido de desgosto e nostalgia por abandonar a joia da civilização árabe da Península Ibérica. No século XVI, apesar do embelezamento e da valorização cultural da cidade e da região pelos espanhóis, ainda havia, na minoria mourisca, sentimentos saudosistas do antigo reino nazerí, como nos levantamentos nas Alpujarras, último foco de resistência árabe.

Fonte: Reino de Granada. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 

Conquista de Granada. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.


QUEM FOI HIRAM ABIF? - Almir Sant’Anna Cruz


Os livros bíblicos que tratam da construção do Templo de Salomão e mencionam Hiram Abif, divergem quanto à sua filiação:

Em I Reis (7:14), Hiram Abif é apresentado como “filho de uma viúva da tribo de Neftali e fora seu pai um homem de Tiro”. 

Em II Crônicas (2:14) é mencionado como sendo “filho duma mulher das filhas de Dã, e cujo pai foi homem de Tiro”.

Portanto, os textos bíblicos são concordes quanto ao seu pai: um homem de Tiro, isto é, um fenício da cidade-estado de Tiro. Concordam também quanto ao fato de ser ele um “filho da viúva”: em I Reis é assim apresentado e em II Crônicas está implícito, com a utilização do verbo no passado (“foi homem ...”).

Assim, a divergência é quanto à tribo a que pertencia sua mãe, uma judia: Dã ou Neftali. Historicamente, tanto a tribo de Dã quanto a de Neftali tinham uma origem comum: eram descendentes da relação entre Jacó (Israel) e Bilha, escrava de Raquel, uma de suas esposas.

Geograficamente, Neftali dispunha de um território mais extenso e fértil, as duas tribos situavam-se no extremo norte e eram fronteiriças, com Dã a leste e Neftali a oeste. Dã não fazia fronteira com a Fenícia, ao contrário de Neftali, situada a leste de Tiro.

Politicamente, ambas as tribos participaram do cisma ocorrido no reinado de Roboão, filho e sucessor de Salomão, formando o Reino de Israel sob o reinado de Jeroboão. Somente as tribos de Judá e Benjamim permaneceram fiéis a Roboão, formando o Reino de Judá.

Sob o ponto de vista religioso, após o cisma, foi erigido em Dã um bezerro de ouro para ser cultuado pelo povo. 

Além disso, segundo o profeta Isaías, Neftali um dia veria a luz da libertação (Isaías 9:1), esperança que se realizou com Jesus, que fez das cidades de Neftali o centro de todo o seu ministério na Galiléia. 

Dã, ao contrário, é a única tribo sem eleitos a serem salvos, conforme o livro do Apocalipse (7:4-8).

Entre os autores – cristãos, judeus ou Maçons – que se detiveram neste tema, não há consenso. Uns consideram a mãe de Hiram Abif como sendo da tribo de Dã e outros da tribo de Neftali. 

No nosso entendimento, o que menos importa é a tribo de sua mãe. O fato é que ela era uma judia.

Quanto a seu pai, não resta dúvida que era um fenício de Tiro, embora existam os que afirmam, sem qualquer argumento lógico – sobretudo judeus – que seu pai era um judeu que morava em Tiro.

Hiram Abif morava na Fenícia (se morasse em território judeu Salomão e não Hiram o conheceria), e quando seu pai morreu já possuía idade suficiente para dele receber os ensinamentos que o fez famoso em Tiro, a ponto de o Rei Hiram conhecê-lo e indicá-lo nominalmente ao Rei Salomão. Além disso, em II Crônicas (2:14), consta que ele sabia trabalhar em púrpura, maior riqueza e um dos principais segredos dos fenícios, que detinham o monopólio da fabricação do corante. 

Sumariando, Hiram Abif era filho de um fenício de Tiro e de uma judia. Foi criado em Tiro, dentro da tradição fenícia. Depois, foi indicado pelo Rei de Tiro ao Rei dos Judeus, para fazer todas as obras de adorno do Templo de Salomão.

Consoante o que consta na Bíblia (I Reis 7:14 e II Crônicas 2:13-14), o Rei de Tiro ao apresentar Hiram Abif a Salomão, disse ser ele um homem inteligente, sábio, engenhoso e conhecedor de todas as ciências necessárias à realização de qualquer gênero de obras. Era, portanto, extremamente versátil. Entendia de metalurgia, trabalhando em ouro, prata, cobre, bronze e ferro; de alvenaria, de escultura, de carpintaria e de marcenaria, manejando o buril com habilidade em todos os tipos de pedras, mármores e madeiras; de tinturaria e de tecidos, usando púrpura, carmesim, azul, jacinto e linho fino.

Além de todos esses atributos, a tradição maçônica credita a Hiram Abif amplos conhecimentos de Arquitetura e o considera como sendo o arquiteto chefe do Templo de Salomão.

Gerard Brett, citado por Alex Horne in O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica, afirma que tanto Clemente (século II) quanto Eusébio (século IV), este utilizando como fonte o escritor judeu Eupolemo (150 a.C.), se referem a Hiram Abif “mais como arquiteto do que como fundidor de bronze”.

Bernard E. Jones, igualmente citado por Horne, assim se posiciona a respeito: “Como os escritos desses dois autores antigos (Clemente e Eusébio) duraram até hoje e são conhecidos dos estudiosos, deve ter havido, em todo o decorrer do período medieval, homens doutos sabedores de que, nos primeiros séculos da era cristã, Hiram tivera um lugar na tradição de um arquiteto. É portanto possível, e até não é improvável, que persistisse uma lenda em alguns setores, através dos séculos, de que Hiram era mais do que o fundidor de metais de Salomão – pois era, na realidade, seu principal arquiteto” 

E Alex Horne conclui: “Os modernos estudiosos da Bíblia de um modo geral – fora do campo maçônico – aceitam, satisfeitos, a imputação arquitetural que se transformou no núcleo central da tradição maçônica, a despeito da ausência de uma clara corroboração das Escrituras. Assim, o Dicionário da Bíblia de Smith fala de Hiram como nós o fazemos, como ‘o arquiteto-chefe do Templo’. O Dicionário da Bíblia de Hastings faz o mesmo, ao passo que o Professor Paul Leslie Garber, o planejador de um dos mais autênticos modelos modernos do Templo, baseado ‘nos últimos achados do estudo dos textos e nos dados importantes da arqueologia bíblica’ escreve sobre ‘O Templo de Jerusalém que Hiram desenhou e construiu.’

A isso, acrescente-se que, segundo o relato bíblico, Hiram Abif era conhecedor de todas as ciências necessárias à realização de qualquer gênero de obras, podendo-se incluir, no rol dessas ciências, a Arquitetura.

Para a Maçonaria, Hiram Abif representa a Beleza, pois foi ele quem fez as obras que adornaram e embelezaram o Templo de Salomão. Nas Lojas maçônicas, o Segundo Vigilante personifica Hiram Abif e a deusa Vênus, símbolo clássico da Beleza.

Excerto do livro *Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica* do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

janeiro 01, 2024

JANO, O DEUS DE DUAS FACES - O INÍCIO E O FIM - Rogério Vaz de Oliveira


Seja bem vindo a Janeiro! 

A pouco encerramos um ano, um período recheado de aprendizados, alegrias, tristezas, de ganhos e perdas. A sensação de finalizar algo é tão importante quanto começar, e com ele todos os desafios. Chegou o novo ano, onde depositaremos esperanças, sonhos e realizações; a mitologia romana possuía e venerava o Deus Jano (do latim Janus ou Ianus), o Deus das Duas Faces, era o porteiro celestial, simbolizando os términos e os começos, o passado e o futuro, o dualismo relativo de todas as coisas. 

Graças a ele ganhamos o janeiro, que marca o inicio de um novo ano e a transição do passado para o futuro. A propósito, janeiro só passou a ser o primeiro mês quando o Imperador Júlio Cesar (100-44 a.C.) introduziu, em 46 a.C., o ano de 365 dias, antes era de somente 304 dias e dividido em dez meses – a contagem começava em março e terminava em dezembro. 

O Templo em honra a Jano permanecia com as portas principais abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz. Ele presidia tudo o que se abre, era o deus tutelar de todos os começos; regia o que regressa ou que se fechava. Tornou-se, então, patrono dos exércitos. 

Costumava ser o primeiro deus a ser mencionado nas cerimônias religiosas. Era adorado no início da época de colheita, plantio, casamento, nascimento, e outros tipos de origens, especialmente os começos de acontecimentos importantes na vida de uma pessoa. 

Originalmente, uma face possuía barba e a outra não, e, às vezes, era masculino e feminino - provavelmente uma representação do sol e da lua (Janus e Jana). No entanto, é mais fácil encontrar duas faces com barba. Existem em alguns locais, representações suas com quatro faces. 

A dualidade de Jano se apresentava quando uma das faces falava a verdade enquanto a outra mentia, confundindo assim a pessoa na hora de fazer uma escolha importante que poderia trazer grandes consequências, demonstrando claramente o seu papel como Deus das indecisões, pois representava assim aquele que acalenta e guia, protege e ama ao mesmo tempo que é aquele que engana, que trai, que odeia e que trapaceia. Algumas tradições acreditavam que Janus também encarnava o caos, tanto exterior como interior. 

A dualidade sempre esteve presente no ser humano, desde o momento em que ele começou a pensar, desenvolvendo a capacidade de discernir. Os opostos têm-lhe constituído desafios para a consciência, que deve eleger o que lhe é melhor, em detrimento daquilo que lhe é pernicioso, perturbador, gerador de conflitos. 

É também representado com uma chave em uma das mãos, e na outra uma vara para mostrar que é o guardião das portas e que preside os caminhos. É provável que o cristianismo utilizou a figura de Jano para apresentar São Pedro, como o Porteiro do Céu, e carregando uma chave. Outra curiosidade a respeito deste Deus Romano, eram que as suas estátuas apontavam muitas vezes com a mão direita o número trezentos, e com a esquerda o sessenta e cinco, representando o total de dias do ano.

A ele se atribui a invenção dos navios e possivelmente o dinheiro, em moedas, pois as primeiras foram cunhadas com a cabeça de duas faces. 

Janus, portanto, é aquele se apresenta para nos mostrar que questões como bem/mal, dia/noite, fé/descrença ou qualquer coisa que seja dual na realidade são separadas apenas pelos humanos, pois a divindade é em si mesma detentora de todos os mistérios e encerra em si mesma o conceito do Um, do Todo. Janus nos permite observar os ciclos que já passaram e visualizar o que o futuro nos reserva em virtude das escolhas que já fizemos e fazemos no presente. Ele traz consigo o poder da transição de um estado para outro e traz sempre movimento a existência.

Encerramos este pequeno artigo rogando ao Deus Jano que o ano que inicia seja repleto de harmonia, paz e fraternidade. Que a tolerância e a ética sejam constantes nas decisões dos nossos dirigentes.

O VELHO SÁBIO - Roberto Ribeiro Reis


Eu andava por uma estrada vazia, coberta somente de terra, mas ladeada por generosa vegetação, donde avistava ipês amarelos e flamboyants das mais variadas tonalidades. Meu pensamento erradio mal valorizava a exuberância de enorme cachoeira, cuja abundância d’água precipitava num espetáculo de força e graça suprema.

Não obstante a esse contato sublime com a mãe natureza, um vendaval de aflições me perturbava o ânimo. Por mais que eu tivesse de tudo –amores, amigos e entes queridos- um vazio sem explicação ocupava parte do meu interior despedaçado.

Ao invés de enveredar meus pensamentos pelas regiões da gratidão e do reconhecimento, só conseguia me afogar nas águas lamacentas da insatisfação e da incompreensão. Foi quando – para meu espanto - surgiu do nada um pequeno ancião, qual um mago de baixa estatura, cuja tez enrugada denunciava-lhe a idade e a  experiência de vida, e virou-se, em minha direção:

- meu filho, por que tanto choras?

Fiquei assustado, tão logo percebi que o senhor de baixa estatura não enxergava, mas que ainda assim sentiu minha presença quando de sua repentina aparição. Sem quase nada entender, respondi a ele:

- eu não estava chorando, senhor..?

- Tempo, pode me chamar de Tempo, meu querido filho.  Você pode não estar com os olhos marejados, mas sinto sua alma vertida em prantos, em profunda aflição e numa extrema angústia, a qual parece não ter fim.

Assustei-me com a serenidade e precisa ponderação daquele estranho e velho sábio; todavia, não querendo dar o braço a torcer, dissimulei:

- Senhor Tempo, deve ser somente o cansaço e o calor do dia-a-dia. Não tenho motivo nenhum para chorar ou mesmo reclamar. A vida me tem sido muito benevolente. Por quais motivos uma pessoa tão privilegiada feito eu poderia chorar ou mesmo reclamar? Agradeço ao senhor, mas estou muito bem!

- Fico muito feliz, meu filho. Afinal, já escutei diversos relatos feito o seu. Pessoas cujos maiores patrimônios eram os amigos e a família; no entanto, a correria e loucura do cotidiano faziam com que elas se distanciassem de todos. Elas sempre buscavam amealhar fortuna material, deixando seus afetos para um segundo, terceiro ou quarto planos. Eis que um dia a morte, inexorável e impiedosa visitante, veio estar junto delas, não oportunizando sequer uma breve despedida. Você ainda tem tempo para rever seus conceitos, querido irmão! Reflita bem sobre isso, e não desperdice as oportunidades de viver o verdadeiro amor, em sua plenitude.

Aquelas breves palavras tocaram a fundo o imo de minha alma. Como um velho sábio, desconhecido, conseguiu ler meus pensamentos, fazendo com que um filme de minha existência passasse por minha cabeça tão eficiente e rapidamente? Foi quando os ventos irromperam daquela extasiante vegetação, trazendo um frescor jamais sentido por mim antes, e uma brisa leve e carinhosa insistiu em tocar minha face, proporcionando-me uma paz indizível ao coração.

Olhei para todos os lados, à procura daquele ser carismático e misterioso, para externar a ele meu agradecimento, mas o “generoso amigo” havia sumido, tal quais sumiram os sentimentos de amargura e dor que me inquietavam o âmago. O que acontecera comigo? Afinal, quem era aquele distinto e nobre senhor? Por que aparecera em meu caminho e por qual razão houvera sua intervenção em meu favor?

Até hoje, penso ter vivido bons instantes de epifania, mesmo sem ter feito por aquilo merecer. Num primeiro momento, não havia entendido por que aquele velho sábio havia aparecido e sumido do nada, como num piscar de olhos. Porém, com o passar dos anos, pude constatar que, em tudo nessa vida, existe o Toque Magistral de Deus. Aquele pacífico e sereno senhor mostrou-me que o Tempo surge, e passa muito rápido para todos nós. Portanto, é fundamental que saibamos valorizá-lo, com todas as forças d’alma!

O Senhor Tempo é uma das dádivas do Grande Arquiteto, capaz de cicatrizar todas as feridas, e de trazer o bálsamo necessário para as dores dos homens. Não o desperdicemos com aquilo que é efêmero e frívolo. Aproveitemos seu auxílio fraterno, para vivermos em companhia daqueles a quem amamos, e que são os verdadeiros responsáveis por nossos momentos de felicidade em sua plenitude. 



dezembro 31, 2023

FELIZ ANO NOVO


Mais um ano que se encerra. O próximo ano renova a nossa esperança de dias de saúde, paz, alegria, amor e prosperidade. 

Que o nosso país reencontre o caminho da justiça social e do desenvolvimento. Do equilíbrio e da ética. 

Que venhamos a estreitar ainda mais os laços que nos unem aos nossos amigos e irmãos. Nossa família estendida.

Que nossa relação amorosa seja um romance a cada dia. Não deixe de dizer sempre "eu amo você".

Que nossos filhos nos proporcionem orgulho e prazer.

São os nossos votos. Alice e Michael

SOIS MAÇOM? - Almir Sant'Anna Cruz


Quem poderia responder essa pergunta conscientemente e com a absoluta certeza de que é um verdadeiro Maçom?

O verdadeiro Maçom é aquele que lê, que estuda as origens, a história, o simbolismo, a filosofia, enfim, tudo o que a Maçonaria nos oferece em termos de compreensão da Ciência Maçônica e distribui a Luz do Conhecimento a todos que estão nas Trevas da Ignorância e não aqueles que por usarem um avental maçônico, se acham superiores a quem não os usa, como se todos nós não fomos um dia profanos.

E uma das formas de demonstrarem sua “superioridade", evidentemente inexistente, é tratar tudo como se fossem "grandes segredos maçônicos", na verdade pseudo segredos. 

São os "profanos de avental”, que pouco ou nada sabem do que é verdadeiramente a Maçonaria e por isso para eles tudo é segredo ou landmarque. 

Quando perguntados sobre um assunto maçônico trivial, para encobrir seu total desconhecimento, respondem profissionalmente com um enigmático “isso é segredo”.

 *SOIS MAÇOM?*

PERENAL DESAFIO - Adilson Zotovici


 







Um "novo ano" está perto 

Faça calor ou faça frio 

Tempo fechado ou aberto

Se maço pesado ou macio 


Na caminhada por certo

Inda que casual desvio 

Feito pássaro liberto

_É perenal o desafio_


Breve canteiro  reaberto 

À boa colheita o plantio 

Receita dum templo a coberto 


Do livre pedreiro é feitio 

Não parar a obra decerto 

_Cada ano...de fio a pavio_ ! 



TÊNUE AFASTAMENTO - Newton Agrella


Nada como se entregar ao anonimato e a uma  certa reclusão a cada espaço de tempo.

É preciso revisitar a própria consciência e nos dar conta que nada gira em torno de nós, V.'.I.'.T.'.R.'.I.'.O.'.L.'.

Somos apenas uma ínfima engrenagem deste complexo Universo que nos abraça e que nos faculta a chance de nos tornarmos um elemento agregador da humanidade.

Sair de cena tem um valor significativo, que pode nos remeter à real dimensão de nosso valor.

O tempo, queira ou não, é o agente responsável pelo protagonismo de cada um de nós.  

Ele é o cenário, o texto, o script, o palco e o diretor da peça que vamos interpretar.

A intensidade de nossa atuação corresponde ao nosso papel na vida.

Saber falar, mas principalmente saber ouvir, é o que realmente nos propicia obter as respostas à tudo aquilo que buscamos.

Falar demais impede-nos de escutar, aprender, aceitar, aquiescer  e refletir sobre cada circunstância com que nos deparamos.

Talvez seja a hora de nos entregarmos a um exercício de introspecção e reaguçar nossas percepções.

O silêncio e a quietude seguramente, por vezes, assumem o protagonismo da própria história de cada um, seja como for.

Afinal, o que de fato conta, é viver com todo um significado e não apenas existir como um reles número de registro cadastral.

Sejamos mais !

Sejamos vida que pulsa intensamente e uma sigificativa memória do que um dia 

dezembro 30, 2023

RUMO À ESTRADA REAL - Roberto Ribeiro Reis


Caminhando sem rumo e direção, o homem encontra-se perdido, desorientado e com a mente sendo alvejada por pensamentos de baixo padrão vibratório. Ele não sabe se dá ouvidos à mídia (tendenciosa) ou aos falsos profetas que têm viralizado nas mídias sociais.

Sua cabeça parece ferver ante o turbilhão de pensamentos negativos que lhe furtam a paz. Falta um norte, um guia, a indicação do caminho, ainda que esse caminho não lhe aponte um mar de facilidades, como ele muito almeja.

Quando tudo parece estar perdido, ele recebe um inesperado convite. Algo que, num primeiro momento, parece ser um chamado para que o irmão desconsolado possa participar de uma confraria, ou um clube de frivolidades. Quando as visitas começaram a chegar ao seio de seu lar – após o envio de uma documentação seriamente criteriosa- a ovelha desgarrada percebe se tratar de algo mais nobre, dada a forma cortês e fraterna com a qual se desenvolveram as conversas, nas três reuniões domésticas.

O tempo passa, e é chegado o dia do renascimento. Após experenciar viagens sublimes, dotadas de um simbolismo sui generis, o (agora) Irmão recebe aquilo que vem constatar ser o maior de todos os presentes recebidos em sua vida: a iniciação em nossa Excelsa Ordem. Um dia do qual ele jamais irá se esquecer, e pelo qual ele há de agradecer pelo resto de sua existência.

Extasiado pelo recebimento da luz e com o coração cheio de júbilo, o neófito se permite um choro convulsivo, pois sente um fogo sagrado e aconchegante tocar as profundezas de sua alma. Doravante, o novo obreiro carrega consigo a certeza de não estar mais sozinho e desesperado, numa estrada de incertezas, mas que seu novo itinerário o conduzirá rumo à Estrada Real, uma estrada permeada de brilho e fulgor, cujo destino final é a chegada à dimensão superior da consciência, onde habitam os sentimentos inefáveis.

 O antigo ser errante, amargurado e aflito, agora dá lugar a um homem sereno, equilibrado, cuja postura será a de encarar a vida – com seus altos e baixos- nutrindo uma fé raciocinada e inamovível no Supremo Arquiteto Universal, cuja misericórdia e bondade nos possibilitam enveredarmos pela seara de nossa transformação íntima.

Um Pai Maior que nos indica o caminho a ser trilhado, que nos instrui com a simplicidade e com o amor, que nos soergue, a cada queda que temos, que nos conforta, nos dias em que tudo parece ser dor e sofrimento intermináveis. O Pai inexcedível em graça e resplendor, em sabedoria e entendimento, que deseja encontrar abrigo em nossos corações, a fim de abrandá-los.

Roguemos seja concedido ao homem vulgar o beneplácito de ser iniciado em nossos Augustos Mistérios. É possível retirar o véu da ignorância, que ainda insiste em cegar os profanos, aprisionando-os nos bolsões de pobreza espiritual. A Maçonaria é a Estrada Real, que não preza pela suntuosidade dos templos físicos, mas cujo escopo precípuo é o de ensinar ao homem a fortalecer as bases de seu edifício interior. Trilhemos por esse caminho de luz, e busquemos conduzir conosco quem aspire à verdade libertadora.





Roberto Ribeiro Reis

ARBLS Esperança e União 2358

Or.'. Rio Casca-MG

NULLIUS IN VERBA NA ERA DIGITAL -Jorge Gonçalves


No livro "Novum Organum," publicado por Francis Bacon em 1620, o filósofo inglês apresentou um conceito fundamental que inaugurou o método científico, descrevendo a importância de testar constantemente nossas ideias por meio de diversas investigações.

O rei Charles II (1660-1685) da Inglaterra concedeu uma carta régia para a inauguração da Royal Society of London. A sociedade foi fundada com o objetivo de se dedicar à investigação baconiana da natureza. Seus membros adotaram o lema "Nullius in Verba," que significa "nunca acreditar apenas na palavra de alguém."

Aproximadamente 400 anos depois, no final de dezembro de 2023, observamos uma explosão na aquisição de informações, impulsionada pelas inteligências artificiais e pela facilidade da tecnologia na palma da mão. Recursos como a internet, streaming, YouTube, WhatsApp e uma infinidade de blogs online possibilitam a exploração gratuita e ilimitada de uma vasta variedade de conteúdos. No entanto, lamentavelmente, o método investigativo proposto por Francis Bacon muitas vezes é esquecido.

Realizar pesquisas criteriosas para assegurar a confiabilidade das fontes de informação é fundamental. Nesse contexto, uma boa revisão bibliográfica se torna imprescindível, permitindo a verificação e confirmação das informações obtidas.

Permita-me indicar alguns endereços eletrônicos que possuem uma biblioteca inestimável de conteúdo maçônico de qualidade para estudar e aplicar o método proposto por Bacon. 

Todo esse acervo digital não é apenas o apoio de uma loja física, mas o ideal maçônico em suas raízes, que é transformar a Maçonaria Universal de fato, ampliando os limites de uma loja para todo o globo terrestre.

Da minha parte, agradeço aos esforços desses extraordinários irmãos que continuam a difundir a cultura maçônica de qualidade e de forma gratuita, retribuo o elogio do irmão e talentoso jornalista Diego Franzen.

Muito obrigado.

Tenham todos um feliz ano novo.


https://www.youtube.com/@maconizando

https://www.noesquadro.com.br/

https://www.michaelwinetzki.com.br/

https://pedro-juk.blogspot.com/

https://www.glomaron.org.br/47luxintenebris

https://youtube.com/@arlsvirtualluzeconheciment7581

https://www.livesmaconicas.com.br/lives/principal

NÃO TENHO LÁGRIMAS - André Naves



Nat “King” Cole admirava demais a cultura brasileira. O sorriso o acompanhava sempre que ouvia a musicalidade de nossa poesia, a cordialidade de nossa gente, e a maneira gentil com que ele sempre fora tratado. 

Isso sim era uma democracia racial, um império do amor e da benquerença. O rei era um negro também, que com a bola, escrevia poesias populares de profunda beleza... Era impressionante! Toda criança, não importa a origem, vestia a camisa 10 canarinho como se fora um sagrado manto da majestade, o “Rei Pelé”!

E a palavra “saudades”, então? Ela é, por si só, uma flor rara e preciosa, uma beleza surpreendente e poética de poucas letras, um samba de uma nota só... Foi para tentar desbravar seus ocultos sentidos que o “rei” Cole escreveu um singelo samba...

E que samba!!!!

Puxa vida! Tantas vezes são os outros que nos apontam os nossos mais importantes valores! 

As saudades ganharam temperos novos aqui no Brasil. É uma palavra da língua portuguesa, mas seu significado é tão nosso que na nossa bandeira poderia estar escrito: “Terra do povo saudoso!”.

É que é isso, sabe? 

O banzo deu aquela ponta de angústia a ela. Essa é a cultura popular brasileira: juntamos o banzo e as saudades, e escrevemos, juntos, os mais bonitos significados... Da dor nasce a Flor!

Saudades... Memórias... Uma ponta de angústia, mas muita esperança e desejo de agir! Essa é a boniteza da saudade! 

Dia desses, 20 anos depois, eu e um grande amigo decidimos voltar a um restaurante que tinha dado um significado a mais a nossa vida estudantil...

Enquanto eu cruzava as redondezas uma ponta de angústia dominava meu coração... Quero chorar! Não tenho lágrimas! Saudades do caminho que nos trouxe até aqui e que nos levará ao desconhecido...

Saudades...

Memórias...

As pedras de ontem viraram o poema de hoje! 

Sabe o mais impressionante? O mesmo garçom nos serviu. Pedimos o mesmo prato, as mesmas sobremesas, licores exatamente iguais... 

As chamas torravam os grãos de café mergulhados naquela taça de sambuca romana e os aromas do passado nos visitavam... Ao mesmo tempo, ouvíamos a música do futuro, com toda a sua força, nos chamando...

Saudades... Futuro!

É isso que eu quero... Só isso e TUDO ISSO!

f


dezembro 29, 2023

DE DESGOSTO E SEM AR - Carlos Solera ASL





⛪ 28/12/1889

De desgosto e sem ar.

 A terrível morte de Tereza Cristina a última imperatriz do Brasil.

Depois da Proclamação da República, a Família Imperial voltou à Portugal para recomeçar, mas a decepção do golpe deixou a imperatriz de cama Pouco antes de marechal Deodoro da Fonseca declarar a Proclamação da República e colocar um fim no Brasil Imperial, a família de Dom Pedro II saiu do país. Chegaram à Portugal derrotados, depostos e com o sentimento de um golpe.


No dia 17 de novembro de 1889, logo que colocaram os pés em Lisboa, a Família Imperial recebeu um recado do governo português: não eram mais bem vindos na capital. Isso porque o rei D. Carlos I já estava assumindo o poder e um imperador deposto não era uma imagem desejada.

Ainda mais humilhados, D. Pedro II e Teresa Cristina, ex-Imperatriz Consorte do Brasil Império, foram para a cidade do Porto. Isabel e seus filhos tomaram rumo para a Espanha. 

D. Pedro II recebeu a notícia que ele e Teresa foram banidos do país sul-americano para sempre, no dia 24 de dezembro.

Segundo o próprio Dom Pedro II, a notícia sobre o banimento “aniquilou a vontade de viver de D. Teresa Cristina”. Em seu diário, ele escreveu que a esposa estava se queixando de frio e dor nas costas, mas não apresentava febre.

Ele saiu de casa em direção da biblioteca da cidade. Ao mesmo tempo, a saúde de Teresa Cristina piorou consideravelmente. Sua respiração ficou pesada e, de repente, seu sistema respiratório parou de funcionar.

Enquanto seu estado decaía, Teresa, em seu leito de morte, disse à Baronesa de Japurá que não morria de doença. “Morro de dor e de desgosto”, alegou. Suas últimas palavras demonstraram a saudade das filhas, dos netos e do Brasil.

A antiga Imperatriz Consorte do Brasil Império morreu naquela mesma tarde, no dia 28 de dezembro de 1889. Ela tinha 67 anos e foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. O corpo da dama foi levado até a Igreja de São Vicente de Fora, perto de Lisboa.

Mais tarde, a pedido de Dom Pedro II, ela foi sepultada no Panteão dos Braganças. Quando o antigo Imperador morreu, ambos foram sepultados juntos na Catedral de S. Pedro de Alcântara, em Petrópolis, em 1939.



A terrível morte de Tereza Cristina a última imperatriz do Brasil.

Depois da Proclamação da República, a Família Imperial voltou à Portugal para recomeçar, mas a decepção do golpe deixou a imperatriz de cama Pouco antes de marechal Deodoro da Fonseca declarar a Proclamação da República e colocar um fim no Brasil Imperial, a família de Dom Pedro II saiu do país. Chegaram à Portugal derrotados, depostos e com o sentimento de um golpe.

No dia 17 de novembro de 1889, logo que colocaram os pés em Lisboa, a Família Imperial recebeu um recado do governo português: não eram mais bem vindos na capital. Isso porque o rei D. Carlos I já estava assumindo o poder e um imperador deposto não era uma imagem desejada.

Ainda mais humilhados, D. Pedro II e Teresa Cristina, ex-Imperatriz Consorte do Brasil Império, foram para a cidade do Porto. Isabel e seus filhos tomaram rumo para a Espanha. 

D. Pedro II recebeu a notícia que ele e Teresa foram banidos do país sul-americano para sempre, no dia 24 de dezembro.

Segundo o próprio Dom Pedro II, a notícia sobre o banimento “aniquilou a vontade de viver de D. Teresa Cristina”. Em seu diário, ele escreveu que a esposa estava se queixando de frio e dor nas costas, mas não apresentava febre.

Ele saiu de casa em direção da biblioteca da cidade. Ao mesmo tempo, a saúde de Teresa Cristina piorou consideravelmente. Sua respiração ficou pesada e, de repente, seu sistema respiratório parou de funcionar.

Enquanto seu estado decaía, Teresa, em seu leito de morte, disse à Baronesa de Japurá que não morria de doença. “Morro de dor e de desgosto”, alegou. Suas últimas palavras demonstraram a saudade das filhas, dos netos e do Brasil.

A antiga Imperatriz Consorte do Brasil Império morreu naquela mesma tarde, no dia 28 de dezembro de 1889. Ela tinha 67 anos e foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. O corpo da dama foi levado até a Igreja de São Vicente de Fora, perto de Lisboa.


Mais tarde, a pedido de Dom Pedro II, ela foi sepultada no Panteão dos Braganças. Quando o antigo Imperador morreu, ambos foram sepultados juntos na Catedral de S. Pedro de Alcântara, em Petrópolis, em 1939.