janeiro 07, 2024

NOS RITUAIS - Adilson Zotovici



Se te convém bom futuro 

E te agrada transpor portais

Muito além do alto muro

Tens a escada em manuais 


Planos sem pressa mensuro 

Que as paragens são cabais 

Pra que viajes seguro 

Desde os três anos e mais... 


Inda que às vezes no escuro 

Há altares de luz, sinais

Se praticares...asseguro  


História,  símbolos, reais...

Antigos, atuais...auguro 

A glória tens nos Rituais ! 




janeiro 06, 2024

POTOSÍ - Roberto Ribeiro Reis


Não é preciso ser um abastado para experimentar a verdadeira felicidade. Se isso se consubstanciasse em verdade, não haveria bilionários infelizes, ou padecendo em aguda depressão. A verdadeira riqueza, sem sombra de dúvidas, não é deste mundo!

Pode parecer simples figura de retórica, mas o grande êxtase espiritual não está atrelado à efemeridade material e à fugacidade dos prazeres que a permeiam, mas à construção de um patrimônio singular, integrado por tesouros d’alma, de riquezas singulares e não aquilatáveis pelo homem de raciocínio médio.

A vida nos oferece um potosí de oportunidades, as quais muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos; prendemo-nos àquilo que nos impressione a visão, somos ludibriados pelas superficialidades, e, geralmente, esquecemo-nos de que a maior riqueza advém da essência das coisas.

A Maçonaria é um manancial farto de possibilidades sublimes. Dada a sua matriz veementemente filosófica, oferece-nos um arcabouço de imprescindíveis instruções, que nos auxiliarão na pavimentação de um caminho sólido, firme e ideal para a concretização de objetivos altaneiros.

Ela detém uma fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria, capaz de alimentar o nosso espírito de luz e esclarecimento, mantendo-se resoluta na consecução de sua principal meta, como seja a de resgatar os homens das cavernas lúgubres da ignorância.

É mister que nos embebedemos dessa rica fonte, sorvendo dela todas as benesses que se encontram ao nosso dispor; é fundamental que nos refresquemos nas sombras frondosas da árvore da vida, que é a nossa Magnífica Ordem.

A nossa existência é abençoada dádiva, pela qual temos que lutar, infatigavelmente; por mais que os homens continuem flertando cada vez mais com a morte, através das guerras, da cobiça desmesurada pelo poder e da intolerância sem precedentes, temos o dever de reverenciar a vida e toda sua grandeza, e de rendermos glória e respeito ao Grande Criador de Tudo.

A difícil tarefa tem sido a de nos apegarmos menos ao que é fugaz, efêmero, fútil e vulgar, e de nos interessarmos mais por aquilo que realmente possa nos engrandecer o interior. O fato de o homem querer sempre a aprovação alheia, reproduzindo os gestos e ações comuns do próximo, acaba se tornando um enorme obstáculo à sua evolução.

Em suma, vive-se o estado de coisas da superficialidade, da perecibilidade dos bons sentimentos e práticas, com ênfase visceral no poder da matéria. O homem, inevitavelmente, só perceberá isso no fim de sua vida, quando verificará que pôs tudo a perder, por não ter atendido aos reclames e súplicas de sua consciência.

Queridos Irmãos! Agradeçamos ao Arquiteto Maior pela parte material necessária que Ele tem proporcionado às nossas vidas; não nos desfaçamos do conforto ou daquilo que fartamente temos recebido, pois isso seria uma flagrante hipocrisia; todavia, jamais nos olvidemos que o nosso verdadeiro legado diz respeito às coisas do espírito, sem as quais nos tornamos pessoas ocas, ignóbeis e verdadeiramente pobres.






QUANTO CUSTA TER SEMPRE RAZÃO? - Sidnei Godinho


Ao começar mais um ano, sob a graça do Grande Geômetra, achei propício a Reflexão sobre condutas que precisam ser revistas para o aperfeiçoamento Moral, Social e Maçônico. 

Muitos dos irmãos já assistiram em loja, irmãos impondo suas opiniões, suas formas de condução dos trabalhos, seu jeito pouco democrático de conduzir uma sessão ou mesmo seus projetos de poder eterno no Oriente. 

Alguns já viram aquela expressão : Aquele irmão é o dono da loja... ou, hoje tem sessão na loja do fulano....

E ainda: "Quem manda na Loja é o Coronel, ou o Doutor, ou o Professor, etc... 

Alguns irmãos são sempre os donos da razão, causando assim transtornos muitas vezes irreversíveis à loja.

Aí eu pergunto : Qual é o preço de sempre se achar este dono da razão???

Qual o preço que se paga Em pensar ou agir assim??? 

Em algum momento, alguém já parou para analisar esta questão??? 

Já pensaram quais são as consequências de sempre querer provar que se está certo??? 

É claro que defender um ponto de vista é corriqueiro.

Colocar nosso posicionamento ou nossas ideias perante um fato, de maneira sensata, é mesmo saudável.

Trocar ideias a respeito de um tema, argumentar a favor de um conceito no qual se acredita, são posturas naturais e comuns nas relações cotidianas.

Porém, quando essa atitude supera todas as barreiras, está sempre como ponto de honra de nossa palavra, quando se torna fundamental ter a razão, qual o preço a ser pago??? 

Quantas vezes se aborrece com alguém pelo simples fato de querer convencê-lo de que ele está errado em sua forma de pensar???  

Quem de nós não se pegou transformando uma discussão tranquila em um afrontamento pessoal???

Ou ainda, quantas vezes não se eleva o tom da conversa, tornando-se ríspido no enfrentamento de ideias?

Defendemos nosso ponto de vista como acreditamos ser o mais adequado.

E, naturalmente, temos nossa maneira de ver a realidade, conforme nossos valores, conceitos e capacidades. 

Quatro pessoas, cegas de nascença, ao serem colocadas junto a um elefante vão conseguir relatar o que puderem tocar do animal.

Se não lhes derem a oportunidade de perceber as diferenças entre orelha, cauda, tromba, corpo, terão apenas uma ideia parcial.

Não estarão erradas, apenas cada uma terá somente parte da razão.

Muitas vezes isso acontece nos relacionamentos.

Temos a nossa percepção, a nossa capacidade de análise.

Não quer dizer que estejamos errados ou que não tenhamos razão em nossos argumentos.

Porém não podemos esquecer de que o outro tem sua própria forma de ver, seus valores, suas ideias.

Enfrentar-se, nessas situações, será o duelo de idéias, a briga de argumentos, em que, quase sempre, o que existe, de verdade, é o desejo de impor nosso raciocínio, nossa argumentação.

Inúmeras vezes, em nome de desejarmos provar que a razão nos pertence, usamos nossa palavra como quem está numa batalha, não desejando nunca perder. 

Ter sempre razão às vezes custa o preço de uma amizade ou pior, custa o preço de toda uma existência, de toda a imagem que se criou e se esvai pela prepotência não de se achar "Estar Certo", mas de afirmar que o outro está Errado... 😔 

Buscar impor aos outros nossos argumentos, repetidamente, pode ocasionar o desgaste da relação.

Querer estar sempre certo, no campo das ideias e reflexões, pode causar fissuras nas relações Familiares e Sociais. 

Amizades de décadas são rompidas por não aceitar um pensamento diferente do nosso. 

Assim, antes de se buscar ter razão, melhor buscar a preservação da harmonia.

Antes de querer ser vencedores em uma argumentação, melhor que se tenha paz de espírito.

A verdade, mais dia, menos dia, se fará presente, duradoura, perene, independente de quem estiver, naquele momento certo ou errado. 

Assim, mesmo quando toda a razão nos pertença, vale refletir se devemos continuar nossos duelos de ideias.

Talvez, o melhor, em determinadas situações, seja utilizar a capacidade pensante, o senso de validação para buscar compreender o próximo.

Ao assim proceder, poderemos entender o porquê dos argumentos alheios, de sua forma de agir, facilitando e aprofundando nossas relações.

Dessa maneira, evitar-se-á o granjear de atritos e dissabores, pesos desnecessários ao nosso coração.

*Por vezes Recuar não é fraqueza, mas PAZ DE ESPÍRITO.*  

Pensemos nisso.



janeiro 05, 2024

ACADEMIA SOROCABANA DE LETRAS


Recebi, com grata satisfação, o diploma de sócio correspondente da Academia Sorocabana de Letras, tão bem conduzida pelo acadêmico Antônio Luiz Pontes. É uma das cinco Academias as quais tenho a honra de pertencer, mas esta tem um sabor especial. 

Há cerca de 55 anos, em Sorocaba, fui trabalhar como jornalista na redação do Jornal Cruzeiro do Sul e o meu guia e mentor foi o jornalista, escritor, historiador e emérito intelectual Geraldo Bonadio, um dos primeiros a me guiar no caminho das letras.

Mais de meio século depois o mesmo Geraldo Bonadio, então presidente da Academia que reúne os melhores autores sorocabanos, foi o meu padrinho para ingresso neste sodalicio.




G DE… MAÇONARIA - Rui Bandeira


Embora a Maçonaria Continental use o símbolo do esquadro e compasso apenas com estes dois elementos, a Maçonaria anglo-saxónica, de tradição e língua inglesa, usa como símbolo notoriamente reconhecido como o da Maçonaria uma imagem similar à que encima este texto, com o esquadro, o compasso e a letra “G”.

É inevitável! O neófito, o recém iniciado, uma das primeiras perguntas que coloca é qual o significado desta letra.

Também eu, naquele tempo em que era Aprendiz, fiz essa pergunta. Mas como eu sempre gostei de “beber do fino”, não fui de modas e, quando se apresentou a oportunidade, fiz a pergunta ao Grão-Mestre! Era então Grão-Mestre, Fundador, o já falecido e, independentemente de infelizes sucessos posteriores, por mim muito admirado, Fernando Teixeira. Já noutro escrito o classifiquei como um vero príncipe da Renascença. Governava a Obediência com mão ferro envolta em luva de veludo. Experiente, sabedor – muito sabedor! -, inteligente e matreiro, bonacheirão na hora do descanso e ferreamente sério na altura do trabalho, era um líder carismático. Carisma que cultivava. E parte do cultivo desse carisma fazia-o com a disponibilidade que manifestava para ensinar, esclarecer, iluminar os Aprendizes com quem gostava de confraternizar.

Portanto, para mim não foi nada de mais fazer a pergunta que – imagino-o hoje – antes de mim dezenas ou centenas de outros lhe tinham feito: o que significa o “G”?.

O Fernando sorriu, recostou-se na cadeira e, mais uma vez, deu a resposta que já dezenas ou centenas de vezes dera: havia vários significados possíveis; uns defendiam que o “G” significava Gnose; outros que aludia a Geometria ou Geómetra, e por aí fora. Matreiro que era, nunca dizia o que se esperava que também dissesse e aguardava que a “brilhante sugestão” viesse do Aprendiz: e não significaria simplesmente “GOD” (Deus em inglês)? Mais um sorriso confirmava que a pergunta era aguardada e lá esclarecia que a Maçonaria era Universal, inerente a todas as línguas, que não parecia muito curial que um símbolo tão universal respeitasse a uma língua, e lá repisava as teses da Gnose (que lhe era cara, estudioso como era dos Mistérios Mitraicos) e da Geometria ou Geómetra.

Pese embora a minha admiração por ele, na altura pensei cá para os meus botões, aproveitando na íntegra o silêncio do Aprendiz, que “tá bem, abelha, a Maçonaria teve origem em Inglaterra, os ingleses são aqueles tipos que têm a mentalidade de pensar que, quando existe uma tempestade no Canal da Mancha e a navegação tem de ser ali suspensa, é o Continente Europeu que fica isolado deles, queriam lá saber da língua dos outros; o “G” era de GOD e não se falava mais nisso!” A solução mais simples costuma ser a correta, para quê complicar?

Os anos passaram, a Mestre cheguei e Mestre sou e, cá para mim, embora, quando perguntado, exponha a tese da Geometria ou Geómetra (a da Gnose nunca foi do meu agrado, demasiado rebuscada que a acho), sempre que do meu interlocutor lá vinha a referência ao “GOD” eu lá admitia como possível, se calhar provável. Não podia eu desmerecer do que intimamente eu próprio pensava…

Pois bem! Aprender até morrer! Só os burros não mudam de opinião!

Estou finalmente convencido que o “G” significa Geometria.

Nos antigos manuscritos da Maçonaria Operativa, a palavra Maçonaria era comumente usada como sinônimo de Geometria e da Geometria aplicada à construção, a Arquitetura. Pois bem, se “Maçonaria” era sinónimo de “Geometria”, a inversa também era verdadeira. Na Maçonaria Operativa, falar-se de maçonaria era falar-se de geometria, falar-se de geometria era falar-se de maçonaria. Então, nada mais simples do que criar o símbolo da Ordem com os artefatos da profissão e a letra inicial da ciência em que se baseava: o esquadro, o compasso e o “G”.

Portanto, afirmo e proclamo, abjurando das minhas antigas dúvidas e reservas: o “G” do símbolo da Fraternidade simboliza a Geometria. O que é o mesmo que dizer que… simboliza a Maçonaria!

Está assim explicado o título: “G” de… Maçonaria!

(E quanto a ti, meu caro Fernando Teixeira, meu sempre lembrado Grão-Mestre Fundador, que só por isso e pelo teu carisma obnubilas divergências posteriores, bem o sinto: se lá do assento etéreo em que subiste, memória deste mundo se consente… estou a ver o teu sorriso bonacheirão, contente e vitorioso! O “rapaz” foi teimoso, demorou vinte anos a lá chegar, mas finalmente acabou de te reconhecer a razão… – Não, meu caro, quanto à Gnose, não insistas… Já era um exagero… Concordemos em discordar… – Fica prometido: no próximo ágape ritual em que eu estiver, depois dos sete brindes rituais, chegada a hora dos brindes livres, eu proporei um brinde à tua memória. Porque de ti guardo e guardarei sempre enquanto por aqui andar a memória do teu carisma, da tua inteligência, da tua sabedoria, do muito de bom que fizeste e deixaste. Do resto, da divergência final, não cura a minha memória: já não eras tu, já era a doença final que te levou daqui. É assim que se constroem e se lustram as memórias daqueles que prezamos e admiramos!)



O POEMA REGIUS E O SEGREDO - Almir Sant’Anna Cruz


O Poema Regius, Manuscrito Regius ou Documento Halliwell, que se acha atualmente no Museu Britânico de Londres, foi manuscrito entre 1356 e 1450 e encontrado em 1839 na Régia Biblioteca do Museu Britânico de Dnodes pelo antiquário inglês não maçom Orchard Halliwell.

Trata-se de uma compilação dos antigos regulamentos, de data incerta, dos talhadores de pedra (Maçons), apresentada em 33 folhas de pergaminho, numa bela escrita gótica e sob a forma de um poema de 790 versos, para que os operários analfabetos pudessem facilmente decorá-los.

Seu autor foi provavelmente um clérigo com conhecimento de vários antigos documentos relativos à história da Ordem, pois, naquela época, os letrados eclesiásticos assumiam frequentemente as funções de secretário nas Lojas dos Maçons operativos, ou seja, foram os primeiros Maçons aceitos.

Presume-se também que o autor tenha sido encarregado de redigir um manual com as lendas do ofício e as regras da fraternidade, compilando-as das que já eram usadas nas assembleias dos Maçons. 

Está dividido em nove seções (três vezes três).

A terceira seção compreende quinze Pontos, sendo particularmente interessante o terceiro, que impõe o segredo profissional, provável embrião do segredo maçônico: 

Os conselhos de seu Mestre devem ser guardados e não revelados, assim como os conselhos de seus Companheiros.

 Não revelar a ninguém o que se passa na Loja.

O que ouvir ou que veja fazer deve ser guardado em seu coração. Não dizer a ninguém, onde quer que vá, os conselhos da sala e os conselhos da câmara. 

Guardar os segredos com a maior honra, temeroso de que os revelando se torne culpável e, com sua falta, seja motivo de opróbrio para o ofício.

Excertos do livro O que um Mestre Maçom deve saber -Interessados no livro contatar o autor, Irmão Almir, no WhatsApp *(21) 99568-1350

janeiro 04, 2024

MAÇONARIA: PODCAST SALMO 133 - Entrevista com Michael Winetzki

RONDÔNIA - A ESTRELA GAMA DO CÃO MAIOR - Aldino Brasil

Fim da manhã de 4 de janeiro de 1982, um temporal que desabava sobre Porto Velho não afastava a multidão de frente do Palácio Presidente Vargas e o aguaceiro, como sempre por aqui, chegou a ameaçar a cerimônia de instalação do mais novo Estado da Federação.

E sem qualquer previsão, como acontecera com a chuva, eis que o Sol “deu o ar da graça” e o ato solene pode ser realizado, com discursos do gov. Jorge Teixeira, do ministro Mário Andreazza e do ministro Abi-Ackel, representando o presidente da República.

Em 1962 que o deputado federal Aluízio Ferreira, apresentou um projeto de lei, que criaria o Estado, mas o Congresso não reconheceu a proposta, e aprovou naquele ano a criação do Estado do Acre.

A partir de 4 de janeiro de 1982 Rondônia passaria a integrar a Bandeira do Brasil, na parte inferior da legenda “Ordem e Progresso”. Rondônia foi ocupar a constelação Gama do Canis Majoris, onde já se encontrava MT e depois foram inseridos os estados de TO, AP e RR. Rondônia é a estrela n. (sete) 7.

ISAAC NEWTON







No dia 4 de janeiro de 1643 nascia na Inglaterra Isaac Newton, físico e matemático, conhecido pela criação da lei da gravitação universal. 

Ele é considerado um dos homens mais brilhantes da história. Filho de camponeses, órfão de pai e criado pelos avós, Newton viveu uma infância bastante infeliz, da qual não tinha boas recordações. 

Aos 12 anos, ingressou para a The King�s School em Grantham, onde estudou latim, grego e conceitos básicos de geometria e aritmética, onde mostrou grande facilidade de raciocínio. Desde aquele tempo, Newton já se dedicava a invenções e diversos trabalhos mecânicos. Além disso, gostava de reformar utensílios domésticos ou ferramentas, que tornavam-se mais produtivas depois de suas alterações. 

Aos 18 anos, ingressou em Cambridge, onde não foi um aluno extremamente brilhante, já que dedicava mais tempo aos seus próprios estudos e a pesquisas do que ao programa oficial da universidade. 

Em 1687, sua reputação como cientista estava consolidada, porém, seria a publicação de seu livro "Philosophiae Naturalis Principia Mathematica" que o transformaria no cientista mais importante da época. 

O livro, onde expõe sua famosa "Lei da Gravitação Universal", é considerado ainda hoje o mais importante da história da Ciência e o ápice da revolução científica iniciada por Copérnico, 200 anos antes.


Texto: HISTORY

AS ESCOLHAS EM NOSSA VIDA


Na obra de Shakespeare, Hamlet nos apresenta a angústia existencial de fazer escolhas cruciais em nossas vidas. Assim como o príncipe dinamarquês (Hamlet), nós, maçons, também enfrentamos momentos de dúvidas e decisões que moldam nossa trajetória na Ordem.

O Maçom se depara com a busca pelo autoconhecimento, questionando seu propósito e papel na sociedade. Assim como Hamlet diante das revelações, nós nos confrontamos com a verdade sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor.

Em nossa caminhada maçônica, a seleção criteriosa de novos membros é fundamental para preservar nossos valores e propósitos. A rigidez na escolha dos candidatos assegura que a Ordem se mantenha forte e coesa, reafirmando nossa probidade, honra e consciência cidadã.

À medida que avançamos em nosso percurso maçônico, somos instigados a aprimorar valores como tolerância, amor ao próximo e solidariedade. Cada irmão é convidado a contribuir para a felicidade da humanidade, almejando o combate aos vícios e a busca incessante por virtudes.

No entanto, tanto para a Loja quanto para o obreiro, a reflexão é necessária. Lojas devem criar ambientes dinâmicos e acolhedores, proporcionando crescimento intelectual e familiarizando os membros com os Princípios da Ordem.

Já ao obreiro, cabe o autoquestionamento: o que tenho feito pela Loja? Estou comprometido e engajado nas atividades? Participo das discussões e das festividades com entusiasmo? Cuido dos aprendizes e companheiros, oferecendo meu suporte?

Se os sinais de insatisfação e desinteresse surgirem, é hora de uma reflexão pessoal e profunda, assim como a de Hamlet. Se não nos sentimos preparados para fazer escolhas conscientes e alinhadas com os princípios da Ordem, devemos considerar a opção de buscar o "quite-placet".

Assim, seguindo o exemplo do príncipe Hamlet, enfrentemos nossos dilemas e façamos escolhas com sabedoria, sabendo que a Maçonaria é um caminho de comprometimento e crescimento contínuo. Que cada passo em nossa jornada maçônica seja pautado pela verdade, amor e respeito ao próximo.

 CURIOSIDADES DA MAÇONARIA


 


ANIMAL SOCIAL - EM PAZ CONSIGO MESMO - Newton Agrella-


É dado e sabido que o ser humano é um animal gregário e que convive socialmente, até mesmo para sua evolução, física, mental, espiritual e intelectual.

Inobstante este aspecto, cabe lembrar que "dar um tempo a sí mesmo", invariavelmente se revela uma necessidade pessoal.

Nascemos, atamo-nos a vínculos naturais, circunstantes à própria vida e somos parte de uma complexa engrenagem universal.

Apesar de tantas andanças e experiências que acumulamos, lá no fundo, somos indivíduos.

Convivemos e  compartilhamos.

Porém, a cada dia desta nossa aventura chamada vida, dividimos e multiplicamos, somamos e subtraímos numa complexa ciranda aritimética que nos acompanha ao longo de toda nossa existência.

Apesar de tudo, ainda assim, dispomos de uma propriedade única e intransferível que é a nossa individuação.

Pois é, esta individuação, se traduz como um processo pelo qual uma parte do todo vai se revelando gradativamente uma característica cada vez mais distinta e independente no nosso interior mais recôndito como combustível de nossa personalidade.

Nesse processo comportamental, há que se registrar uma explícita diferença entre "afastamento" e "isolamento".

No primeiro caso, o afastamento reside na necessidade voluntária ou involuntária de - em caráter transitório -  buscar abrigo num território onde podemos refletir, repensar e fazer um balanço de certo modo mais profundo e equilibrado sobre nossas açõe e reações. 

Para que isso se materialize é preciso que esse tempo possa nos reanimar e nos fazer sentir mais firmes e confiantes na retomada do caminho para o nosso aprimoramento da consciência.

Por outro lado, o isolamento,  remete-nos a um estado de abstenção do convívio com outros indivíduos ou com a sociedade de forma muito mais  preocupante.

Sua característica, via de regra, reveste-se de razões mais agudas de ordem emocional, tais como: depressão,  sentimento de não identificação ou de  não pertencimento e até mesmo de insatisfação consigo mesmo ou com outros grupos sociais. 

Neste caso uma ajuda terapêutica é de indiscutível valor.

O que vale no final das contas é a percepção para descobrir que estrada estamos percorrendo e com que habilidade conseguimos transitar sem sofrer maiores percalços.

Portanto, "dar um tempo pra sí mesmo" não faz mal a ninguém. 

Pelo contrário, é uma oportunidade sem igual, para que possamos reencontrar nosso próprio eixo e justificar nosso lugar no mundo.



janeiro 03, 2024

MAÇONARIA - MORAL E DOGMA


A Maçonaria possui em sua filosofia um ensinamento que pode ser expresso num simples ditame: “Proteja os oprimidos dos opressores; e dedique-se à honra e aos interesses de seu País”.

Maçonaria não é especulativa nem teórica, mas experimental, não sentimental, mas prática. Ela requer renúncia e autocontrole. Ela apresenta uma face severa aos vícios do homem e interfere em muitos de nossos objetivos e prazeres. Penetra além da região do pensamento vago; além das regiões em que moralizadores e filósofos teceram suas belas teorias e elaboraram suas esplêndidas máximas, alcançando as profundezas do coração, repreendendo-nos por nossa mesquinhez, acusando-nos de nossos preconceitos e paixões e guerreando contra nossos vícios.

É uma luta contra paixões que brotam do seio dos mais puros sentimentos, um mundo onde preconceitos admiráveis contrastam com práticas viciosas, de bons ditados e más ações; onde paixões abjetas não são apenas refreadas pelos costumes e pelos cerimoniais, mas se escondem por trás de um véu de bonitos sentimentos. Esse solecismo tem existido por todas as épocas. O sentimentalismo católico tem muitas vezes acobertado a infidelidade e o vício. A retidão dos protestantes apregoa, frequentemente, a espiritualidade e a fé, mas negligencia a verdade simples, a candura e a generosidade; e a sofisticação do racionalismo ultraliberal em muitas ocasiões conduz ao céu em seus sonhos, mas chafurda na lama de suas ações.

Por mais que exista um mundo de sentimentos maçônicos, ainda assim ele pode ser um mundo onde ela está ausente. Ainda que haja um sentimento vago de caridade maçônica, generosidade e desprendimento, falta a prática ativa da virtude, da bondade, do altruísmo e da liberalidade. A Maçonaria assemelha-se aí às luzes frias, embora brilhantes.

Há clarões ocasionais de sentimentos generosos e viris, um esplendor fugaz de pensamentos nobres e elevados, que iluminam a imaginação de alguns. Mas não há o calor vital em seus corações.

Boa parte dos homens tem sentimentos, mas não princípios. Os sentimentos são sensações temporárias, enquanto os princípios são como virtudes permanentemente impressas na alma para seu controle. Os sentimentos são vagos e involuntários; não ascendem ao nível da virtude. Todos os têm. Mas os princípios são regras de conduta que moldam e controlam nossas ações. Pois é justamente neles que a Maçonaria insiste.

Nós aprovamos o que é certo, mas geralmente fazemos o que é errado; essa é a velha história das deficiências humanas. Ninguém encoraja e aplaude injustiça, fraude, opressão, ambição, vingança, inveja ou calúnia; ainda assim, quantos dos que condenam essas atitudes são culpados delas, eles mesmos.

Já nos foi dito: “Homem, quem quer que sejas, se julgas, para ti não há desculpa, porque te condenas a ti mesmo, uma vez que fazes exatamente as mesmas coisas.”

É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem por outra. A boca exprime o que o coração deveria ter em abundância, mas quase sempre é o reverso do que o homem pratica.

Os homens podem realmente, de um certo modo, interessar-se pela Maçonaria, mesmo que muitos deficientes em virtudes. Um homem pode ser bom em geral e muito mau em particular: bom na Loja e ruim no mundo profano, bom em público e mau para com a família.

Muitos desejam sinceramente ser bons maçons. Mas é preciso que resistam a certos estímulos, que sacrifiquem certos caprichos. Como é ingrato aquele que morre medíocre, sem nada fazer que o glorifique para os Céus. Sua vida é como árvore estéril, que vive, cresce, exaure o solo e ainda assim não deixa uma semente, nenhum bom trabalho que possa deixar outro depois dele! Nem todos podem deixar alguma coisa para a posteridade, mas todos podem deixar alguma coisa, de acordo com suas possibilidades e condições.

Quem pretender alçar-se aos Céus, sozinho dificilmente encontrará o caminho.

A operosidade jamais é infrutífera. Se não trouxer alegria com o lucro, ao menos, por mantê-lo ocupado, evitará outros males. Tem-se liberdade para fazer qualquer coisa, devemos encará-la como uma dádiva dos Céus; tem-se a predisposição de usar bem essa liberdade, então é uma dádiva da Divindade.

Maçonaria é ação, não inércia. Ela exige de seus iniciados que trabalhem, ativa e zelosamente, para o benefício de seus Irmãos, de seu país e da Humanidade. É a defensora dos oprimidos, do mesmo modo que consola e conforta os desafortunados. Frente a ela é muito mais honroso ser o instrumento do progresso e da reforma do que se deliciar nos títulos pomposos e nos autos cargos que ela confere. A Maçonaria advoga pelo homem comum no que envolve os melhores interesses da Humanidade. Ela odeia o poder insolente e a usurpação desavergonhada. Apieda-se do pobre, dos que sofrem, dos aflitos; e trabalha para elevar o ignorante, os que caíram e os desafortunados.

A fidelidade à sua missão será medida pela extensão de seus esforços e pelos meios que empregar para melhorar as condições dos povos. Um povo inteligente, informado de seus direitos, logo saberá do poder que tem e não será oprimido. Uma nação nunca estará segura se descansar no colo da ignorância. Melhorar a massa do povo é a grade garantia da liberdade popular. Se isso for negligenciado, todo o refinamento, a cortesia e o conhecimento acumulado nas classes superiores perecerão mais dia menos dia, tal como capim seco no fogo da fúria popular.

Não é a missão da Maçonaria engajar-se em tramas e conspirações contra o governo civil. Ela não faz propaganda fanática de qualquer credo ou teoria; nem se proclama inimiga de governos. Ela é o apóstolo da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Não faz pactos com seitas de teóricos, utopistas ou filósofos. Não reconhece como seus iniciados aqueles que afrontam a ordem civil e a autoridade legal, nem aqueles que se propõem a negar aos moribundos o consolo da religião. Ela se coloca à parte de todas as seitas e credos, em sua dignidade calma e simples, sempre a mesma sob qualquer governo.

A Maçonaria reconhece como verdade que a necessidade, assim como o direito abstrato e a justiça ideal, devem ter sua participação na elaboração das leis, na administração dos afazeres públicos e na regulamentação das relações da sociedade. Sabe o quanto a necessidade tem por prioridade nas lidas humanas. A Maçonaria espera e anseia pelo dia em que todos os povos, mesmo os mais retrógrados, se elevem e se qualifiquem para a liberdade política, quando, como todos os males que afligem a terra, a pobreza, a servidão e a dependência abjeta não mais existirão. Onde quer que um povo se capacite à liberdade e a governar-se a si próprio, aí residem as simpatias da Maçonaria.

A Maçonaria jamais será instrumento de tolerância para com a maldade, de enfraquecimento moral ou de depravação e brutalização do espírito humano. O medo da punição jamais fará do maçom um cúmplice para corromper seus compatriotas nem um instrumento de depravação e barbarismo. Onde quer que seja, como já aconteceu, se um tirano mandar prender um crítico mordaz para que seja julgado e punido, caso um maçom faça parte do júri cabe a ele defendê-lo, ainda que à vista do cadafalso e das baionetas do tirano.

O maçom prefere passar sua vida oculto no recesso da penumbra, alimentando o espírito com visões de boas e nobres ações, do que ser colocado no mais resplandecente dos tronos e ser impedido de realizar o que deve.

Se ele tiver dado o menor impulso que seja a qualquer intento nobre; se ele tiver acalmado ânimos e consciências, aliviado o jugo da pobreza e da dependência ou socorrido homens dignos do grilhão da opressão; se ele tiver ajudado seus compatriotas a obter paz, a mais preciosa das possessões; se ele cooperou para reconciliar partes conflitantes e para ensinar aos cidadãos a buscar a proteção das leis de seu país; se ele fez sua parte, com os melhores e pautou-se pelas mais nobres ações, ele pode descansar, porque não viveu em vão.

A Maçonaria ensina que todo poder é delegado para o bem e não para o mal do povo. A resistência ao poder usurpado não é meramente um dever que o homem deve a si próprio e a seu semelhante, mas uma obrigação que ele deve a Deus para restabelecer e manter a posição que Ele lhe confiou na criação. O maçom sábio e bem informado dedicar-se-á à Liberdade e à Justiça. Estará sempre pronto a lutar em sua defesa, onde quer que elas existam. Não será nunca indiferente a ele quando a Liberdade, a sua ou a de outro homem de mérito, estiver ameaçada.

O verdadeiro maçom identifica a honra de seu país como a sua própria. Nada conduz mais à glória e à beleza de um país do que ter a justiça administrada a todos de igual modo, a ninguém negada, vendida ou preterida.

Não se esqueçam, pois daquilo a que você devotou quando entrou na Maçonaria: defenda o fraco contra o truculento.

Publicado na revista Universo Maçônico, Edição 11, de 15 de Junho de 2010

A DOUTRINA MAÇÔNICA E A ÉTICA DO OBREIRO - Leon Grinberg



O fundamento doutrinário maçônico é gnóstico, porque o homem interior habita a Verdade. Por isso a Instituição Maçônica propicia a busca e realização do homem interior, em todo homem e em todos os homens.

Ortega Grasset disse: “Eu sou eu e minha circunstância”, mas também o profeta Natan disse ao Rei David: “Tu és o homem. De ti depende o destino da humanidade”.

Focalizar especificamente o homem é contemplá-lo como um lento processo evolutivo de um princípio de consciência. 

Princípio de consciência ou substância primordial que se manifestou como matéria inerte na primeira etapa. Logo surgiu o fenômeno da vida, aparecendo nas formas vegetal e animal.

No reino animal, coincidindo talvez com a linha do pensamento de Teilhard de Chardin, foi ocorrendo o processo de aparecimento e formação do sistema nervoso central, culminando na configuração do cérebro humano. Cérebro este que possibilitou, a nível da mente humana, a faculdade da reflexão e da consciência de se fazer autoconsciente.

Todo este breve relato, em síntese, é expressão do movimento natural da consciência humana rumo a uma expansão e liberdade. A experiência central do mundo moderno é a busca da liberdade.

Claramente, ao sair da Idade Média, vislumbrou-se que o homem buscou a liberdade, para dar forma ao seu próprio destino como pessoa humana. Para muitos, a procura e o encontro dessa liberdade (qualquer que seja a acepção tomada, e ainda melhor: o conjunto de todas) é um fim em si próprio. Erich Fromm, na sua clássica obra O medo da liberdade diferenciou o conceito de liberdade de e de liberdade para.

Para outros, a liberdade não é um fim em si própria: é um meio para se atingir um fim superior ou mais transcendente. E este fim não poderá ser outro que o da Vida. Vida plena e real, com um autêntico sentido integrado. Viver é outorgar um sentido à existência.

Acreditemos ou não, sejamos ou não conscientes, nós, os homens, somos os únicos gestores e realizadores da História, através da nossa concepção da vida. A dialética do porvir humano de todos os tempos aparenta surgir de duas concepções divergentes: a materialista e a idealista.

Concepção que se manifesta na luta ou no defrontar do que poderíamos chamar: poder político e poder espiritual. A verdade da realidade vital contra os interesses criados. Verdades absolutas contra Verdades relativas, acomodadas. Liberdade individual contra autoritarismo. Liberdade versus dogmatismo.

O primeiro intento ocidental de unir ambas concepções, ou seja, os dois poderes, foi o dos pensadores gregos. Entre eles, Platão, no seu livro A República, tratou de espiritualizar a realidade, de onde surgiu a utopia de que os governantes deveriam ser filósofos, homens do espírito, segundo Martin Buber, é o encontro entre o homem e o transcendente. 

Daí ser necessária inevitavelmente a integração. As ideias têm valor contanto e enquanto se transformem em vida palpável, concreta. Não é possível permutar a vida pelo espírito, a ideia abstrata. Nem emancipar o transcendente, o espiritual, da vida cotidiana.

Espírito sem compromisso do dever é um dos sintomas da nossa atualidade, e também a sua contraparte: o materialismo desconhece a essência da vida. O material e o vital devem se fundir para que o espírito seja vida.

Responsabilidade, base da ética

Ser significa ser totalmente. Sermos nós mesmos, assumir. É nos comprometermos com cada hora de nossos dias, é sermos um homem em plenitude. Reiteramos: viver é dar sentido à vida. Cada momento da existência põe à prova o homem. Assumirá ele a responsabilidade de responder com todo seu ser à invocação do momento? É livre. Pode escolher e decidir. Nesta eleição ele joga o sentido da sua existência. E ao eleger para si mesmo, estará elegendo para a humanidade.

A responsabilidade é a única insofismável base de toda ética. É precisamente a responsabilidade que possibilita o exercício da ética e a prática da moral.

O que é conflitante? O que cria a crise do homem e no homem? A cisão da existência em tabela valorativas distintas. Pode ser que individualmente estabeleçamos a nossa própria escala de valores, nossa própria mensuração com prioridades diferentes. 

O importante é o ajustamento da nossa conduta à nossa tabela valorativa, evitando a multiplicidade de morais. Não há uma ética para o Templo e outra para o mercado.

O processo formativo maçônico nos encaminha, desde o primeiro grau, rumo a uma coerência entre pensamento, palavra e ação. Guia-nos para alcançar afirmativamente a unidade da vida do homem em todos os campos. Uma única vida, uma única resposta, uma única responsabilidade, um único compromisso, uma única ética.

Sempre há no recôndito do homem uma voz interior que o chama, que pergunta que indaga que reclama. Às vezes a chamamos de consciência. Perante ela, alguns se ocultam entre palavras, entre ideias. Entre ações. Outros se revelam se manifestam tal como são. 

Alguns argumentam tranquilizando-a, se justificando. Outros se realizam se ajustam. Lutam contra a fragmentação, a divisão da vida em categorias distintas e em recintos temáticos, qual compartimentos estanques, que nenhuma relação estabelece entre si. O ético, o estético, o religioso, o metafísico, o sociológico, o econômico, o psicológico etc., que em definitivo refletem aspectos do homem, nunca do homem total.

Karl Jasper disse: “O modo como vejo a grandeza e como em comporto perante ela, me faz chegar ao meu próprio ser”.

Ante um ideal de perfeição alguns expressam: são utopias; negam-no e reduzem tal ideal ao comodismo do nível em que se encontram. Outros, pelo contrário, e entre eles estão os maçons, tentam-se elevar, se realizar nessa meta de perfeição. Essa meta de perfeição. Essa meta de perfeição logicamente leva implícita a efetivação dos nossos princípios básicos.

Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Amor à justiça; procura da verdade. Respeito à sabedoria; reconhecimento da harmonia e da justiça. Tolerância no seu legitimo limite.

Rejeição, superação ou controle da hipocrisia, ambição, inveja, egoísmo etc. Mas, acima de tudo, a pedra básica, o fundamento da nossa Instituição; a Fraternidade. E ela depende da compreensão.

Ambas, fraternidade e compreensão determinam e descansam na responsabilidade, forjada, no nosso caso, como maçons, na real interiorização do que os nossos símbolos dinamizam.

Nossa formação maçônica implica ao menos estarmos a coberto de intenções e ideias espúrias, vigilantes de que a sabedoria, harmonizada pela beleza e pelo amor, seja a potência das nossas ações, e por onde a nossa conduta esteja nas vinte e quatro horas do dia, a prumo, no transcurso do reto caminho a transitar pela vida.