janeiro 28, 2024

É UM POEMA - Adilson Zotovici


O mundo é um poema !

Que o Arquiteto Universal

Brindou-nos profundo tema

De afeto, a “Arte Real”


Quão grandiosa, genial

Que desfaz algum dilema

E apraz desde o inicial

Atemporal o sistema


Antropocêntrica, fulcral

Geometria, teorema

Sabedoria, filosofal


As Artes como emblema

E o puro amor fraternal

Como o principal lema 

RECORDAÇÕES (Minhas experiências aéreas 1) - Michael Winetzki




        Eu me permito postar no blog algumas lembranças que povoam minha memoria em noites insones e aqui recordo minhas experiências aéreas - a primeira parte delas. 

            Voei pela primeira vez em 1966, quando um colega de classe no curso ginasial, Cory Ronald Blume de Araújo, que era instrutor do Aero Clube de Sorocaba, muito ativo na época, me levou para um voo panorâmico sobre a cidade. Voei mais algumas vezes com ele em domingos. Fiquei muitos e muitos anos sem voar, até a minha mudança para Campo Grande, MS, em 1976, quando fui trabalhar como corretor de imóveis com Alípio Rodrigues, então dono da Imobiliária Radar e nas horas vagas piloto de acrobacias. Alípio chegou a comprar um avião para realizar o que na época eu considerava loucuras. Ele fazia as mesmas manobras realizadas pela Esquadrilha da Fumaça, mas jamais se acidentou com o avião. Veio a falecer em um banal acidente de automóvel.

        Também cheguei a dar um voo com o piloto que tinha o brevê de aviador número 1 do país, Comte. Rocha, e que era então esposo de minha secretária Rosangela. Mas tive contato mais frequente com aviões no Mato Grosso do Sul quando encontrei o querido amigo Francisco Antônio van Spitzenbergen, que todos conheciam por Chico Piloto e que voava para o empresário José Adelino de Carvalho, o Zelão de Coxim, que era nosso patrão em comum. Zelão tinha supermercados, máquinas de arroz, concessionária de automóveis, mas seu negócio principal era o garimpo de diamantes em Poxoréu, Torixoréu e outras localidades. Era um dos maiores comerciantes da pedra preciosa no país e voava continuamente para seus garimpos. Eu era sócio minoritário da Brilhante Joias em Campo Grande, de sua propriedade, e voei muitas vezes de Campo Grande para Coxim em seu avião. Meu amado amigo Chico faleceu muitos anos depois em um acidente aéreo pilotando seu próprio avião em MT.

        Através do Alípio conheci o Cel. Aral Cardoso, cuja mãe recebeu um honroso título da Aeronáutica, porque seus seis filhos se tornaram pilotos, alguns militares e outros civis. Tenho um livro que conta a história da família, e através do Aral fui apresentado ao Angelo Coló, de família sorocabana e que era o agente da Vasp na cidade. Nos tornamos bons amigos. Coló era conhecido do Comte. Rolim, da TAM, e este lhe ofereceu a representação da sua empresa aérea. O contrato com a Vasp não permitia, ele me apresentou ao Comte. Rolim e acabei me tornando o agente da TAM em Campo Grande, Três Lagoas e Ilha Solteira, e passei a voar com frequência nos apertados aviões Bandeirantes e depois nos Fokker.

        Os voos para São Paulo através de Araçatuba e Bauru ou através de Londrina eram diários, exceto aos domingos. O Bandeirante chegava a Campo Grande no sábado e decolava na segunda. Tive a ideia de fazer uma conexão para Porto Murtinho, um dos paraísos de pesca no Brasil, em parceria com um belíssimo hotel na beira do Rio Paraguai que pertencia à família Baís. O voo levava o grupo de pescadores no sábado para uma semana de pescaria e trazia de volta o grupo da semana anterior. Na primeira temporada de pesca a linha foi um sucesso, mas fora da temporada não havia demanda e Rolim acabou por desativá-la. Foi o fim de minha efêmera experiência como empreendedor aéreo. Ainda permaneci como agente da TAM por alguns anos, mas eu tinha outros negócios em vista, montei uma loja e a agência tomava tempo demais. Pesei os prós e contras e devolvi a representação, mas permaneci amigo do Comte. Rolim até a sua morte em Pedro Juan Caballero.

        A TAM tinha sua agência principal na Av. S. Luiz com a Major Quedinho, na galeria do prédio onde funcionava o Hotel Jaraguá e o jornal O Estado de S. Paulo, e Rolim que era louco pela Pantanal me pediu para organizar uma exposição de fotografias na agência com um coquetel, quando da inauguração da linha de Porto Murtinho. Ele convidaria a imprensa para documentar. Organizei um belo evento e recebi da TAM um voucher para hospedagem no Hotel Hilton, (foto) que era próximo e dava para ir a pé. Depois da festa, ao retornar ao hotel descobri que o frigobar estava trancado. Liguei para a portaria e alguém me disse, que por estar hospedado como cortesia, não tinha direito ao frigobar.

        Comentei o fato com o Comandante no dia seguinte e ele ligou para o gerente do hotel dizendo que quando dava uma cortesia de voo para os funcionários do hotel ele não mandava cortar o lanche servido nos aviões e me orientou a descrever o fato numa carta que iria encaminhar. Fiz isso e a partir daí passei a ser assediado pela gerência do Hilton me convidando insistentemente para voltar ao hotel. Retornei a SP dois meses depois e fui atender o convite. Já havia uma ficha minha com um enorme carimbo VIP. Fui encaminhado para uma suíte maravilhosa cuja cama tinha uns 3x3 mts. Havia uma grande cesta de frutas no quarto, vinho, champanhe e uma necessaire com todo tipo de perfumarias e cosméticos personalizados, um bilhete dizendo que tudo era cortesia e ainda um convite para jantar com o gerente. Durante o jantar o gerente me contou que a carta havia pousado na matriz nos Estados Unidos e por se tratar de documento enviado pelo dono de uma das maiores empresas aéreas do país criou uma revolução. A ordem era que eu, a vítima, deveria me retratar por escrito ou as consequências seriam sérias. Por isso aquela mordomia toda. Passei uns três dias com vida de milionário, escrevi a tal carta dizendo que estava satisfeito e nunca mais voltei ao Hilton, mas devo destacar o cuidado com que eles tratam o hóspede desde a matriz e o enorme prestígio internacional do Comte. Rolim. Vi ainda outras coisas com o Comte., um notório paquerador, mas o respeito à sua memória e a sua família jamais permitirão que eu as conte.

SEGUE

janeiro 27, 2024

DIA INTERNACIONAL EM MEMORIA DAS VITIMAS DO HOLOCAUSTO

A libertação de Auschwitz é relembrada mundialmente a 27 de janeiro, data que marca o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. 

Na manhã de 27 de janeiro de 1945, 7500 prisioneiros em Auschwitz foram libertados pela 322ª Divisão de Rifles do 60.º Exército de Frente Ucraniana do Exército Vermelho. Os oficiais da URSS enfrentaram duras penas e batalhas, fome e frio, e situações de desespero extremo, o indizível, para libertar o mundo do terror nazi-fascista.

O primeiro homem a abrir os portões de Auschwitz foi o Comandante Anatoly Pavlovich Shapiro, judeu ucraniano, herói condecorado por bravura em quatro ocasiões com as honrarias máximas do Exército Vermelho.

O Comandante Shapiro treinou 900 homens para a Libertação de Auschwitz-Birkenau. Recebeu em vida as honras pela sua coragem, e faleceu em 2005. Deixou registrado em livros suas memórias e concedeu entrevistas.

Os homens que libertaram Auschwitz seriam suas vítimas. Honra e glória ao destacamento do Comandante Shapiro, para todo o sempre! 

OITO PASSOS PARA A EXCELÊNCIA: A LOJA OBSERVANTE- Andrew Hammer





        A crescente popularidade da ideia da Maçonaria “observante” encontrou Irmãos em todos os cantos da Ordem perguntando o que é exatamente uma Loja observante e como poderiam fazer para aumentar a observância Maçônica nas suas próprias Lojas. Este documento oferece oito medidas básicas que, se respeitadas, devem resultar no desenvolvimento de uma Loja observante. Cada uma destas etapas é inteiramente consistente com as Constituições de Anderson (o documento fundamental da Primeira Grande Loja, publicado em 1723 e doravante referido simplesmente como o Livro das Constituições), ou com a prática Maçônica histórica na América do Norte, ou ambas. Nada proposto nelas é estranho às nossas Grandes Lojas ou às suas respectivas histórias. O sucesso ou fracasso destas etapas depende inteiramente dos Irmãos de cada Loja.

        Em primeiro lugar, no entanto, pode ser útil oferecer uma resposta à questão principal: o que se entende exatamente por “observante”?

        De forma simplificada, a Maçonaria observante significa observar a intenção dos fundadores da Maçonaria especulativa. Essa intenção não era construir um mero clube social ou uma organização de serviços. Embora a Ordem – como qualquer outra organização humana – tenha sido sempre sobrecarregada por homens nas suas fileiras que subverteram os propósitos da fraternidade para um empreendimento mais mundano ou profano, esta nunca foi a intenção da instituição.

        A intenção era construir uma instituição que convocasse o homem ao seu mais alto nível de ser social, em estado de dignidade e decoro, que pudesse servir de espaço para um discurso sério e atento sobre as lições e o sentido da vida, e a busca do melhor desenvolvimento de si mesmo. Esta intenção significa construir um espaço onde tal experiência possa ser criada e conduzir-nos de uma maneira que seja consistente com os nossos mais elevados ideais e mais nobres comportamentos.

        Os Maçons observadores acreditam que, observando o que a história da nossa Ordem nos diz em relação a essa intenção, encontraremos a experiência Maçônica ideal. Dizemos observador, e falamos de observância, porque procuramos observar os projetos dessa intenção com o melhor do nosso conhecimento e capacidade. Ainda mais simplesmente, queremos fazer as coisas certas e não queremos contentar-nos com menos. Queremos encontrar a excelência em todos os aspectos do nosso trabalho Maçônico.

        Os oito passos oferecidos aqui provaram ser bem-sucedidos em aumentar em muito a experiência da Maçonaria para os Irmãos, novos e antigos. Eles servem como um sistema de controle de qualidade para a operação de qualquer Loja e, quando seguidos, resultam num grupo de homens que, independentemente do número de membros da sua Loja ou da natureza externa do seu templo, podem encontrar um sentimento de realização e orgulho no que fizeram e em quem se tornaram. Isto também é consistente com a intenção dos nossos fundadores.

1. GUARDAR A PORTA DO OCIDENTE

        Este ponto é o primeiro de todos, porque nós somos nada mais, nada menos, do que aqueles que deixamos entrar na nossa Fraternidade. Nem todo o homem deve ser Maçom, e nem todo homem que deve ser Maçom pertence a uma Loja. Os Irmãos têm o direito e a responsabilidade de determinar os padrões da sua própria Loja e de fazer perguntas incisivas aos homens que batem à sua porta. As Lojas deveriam dedicar algum tempo para primeiro conhecer os homens que batem à sua porta, e não simplesmente assinar qualquer petição apenas porque um homem tem um interesse. Os Irmãos que assinam uma petição por um homem precisam de saber por quem estão assinando e, mais importante, precisam de estar dispostos a servir como seu mentor. Este é um ponto fundamental da responsabilidade para com todos os Irmãos. Não peça a um Irmão da sua Loja para fazer o trabalho de mentor por si. Se não está disposto a dar o seu tempo ao peticionário, como pode pedir à sua Loja que o dê?

2. SER PROFICIENTE EM DIREITO E RITUAL MAÇÔNICO

        Proficiência é uma função essencial de qualquer Loja observante, porque devemos saber o que estamos a fazer e porquê, se queremos manter os mais altos padrões das nossas respectivas Grandes Lojas. Não adianta reivindicar o manto de excelência se a sua Loja não for conhecedora do ritual e da lei maçônica da sua Obediência. A Maçonaria significa ordem, não anarquia. Se deseja manter essa ordem, bem como a harmonia entre a sua Loja e a Grande Loja, deve aprender e seguir as regras que cada Irmão se obrigou a respeitar. Uma Loja observante não é uma Loja renegada. Pretende ser exemplar.

3. UM COMPROMISSO DE FAZER PROGREDIR OS IRMÃOS ATRAVÉS DOS GRAUS POR ESFORÇO MÚTUO E GENUÍNO

        O progresso nos graus requer um compromisso mútuo de tempo e esforço do candidato e do mentor. Alguma forma de proficiência, seja pelo catecismo, ou pelos documentos entregues perante a Loja, deve ser exigida antes de permitir que qualquer Irmão avance. Caso contrário, o Irmão fica a saber que o seu progresso não tem valor mensurável, a não ser pela sua mera presença. Certamente, nem todo homem pode fazer o trabalho de memória, e nem todo homem é um escritor. Mas se não está disposto a sequer tentar fazer qualquer um deles, então talvez simplesmente não deva ser um Maçom para começar. O mesmo vale para o mentor, que, embora possa ser experiente, não deve escolher o caminho mais fácil quando se trata do conhecimento que se comprometeu a transmitir ao seu aprendiz.

4. A SELEÇÃO E PROGRESSÃO DOS OFICIAIS DEVEM SER FEITA APENAS COM BASE NO MÉRITO

        Este passo, embora reconhecidamente difícil para alguns, está firmemente alicerçado no Livro das Constituições, sem dúvida. A Maçonaria nunca pretendeu a adoção de uma linha progressiva. Uma linha de progressão só deve funcionar quando o próximo homem na linha, tiver a plena fé e confiança dos seus companheiros de que ele dirigirá e governará a sua Loja adequadamente, porque aprendeu cabalmente os requisitos da sua função. Claro, a natureza humana é o que é, e erros sempre podem acontecer, mas eles podem ser mitigados se tal padrão for estabelecido, porque ninguém avança até e a menos que esteja pronto para o fazer. A única forma de justificar uma linha de progressão é se cada oficial carrega o peso até ao limite do seu cargo, enquanto ao mesmo tempo se prepara diligentemente para avançar para o próximo. As Lojas ignoram esta etapa por sua própria conta e risco.

5. VESTINDO O SEU MELHOR PARA A SUA LOJA

        O modo como cada um se apresenta diante da Loja é um sinal de quanto valoriza tanto os Irmãos como a Ordem. Na maioria das Lojas do mundo, fato escuro e gravata é o mínimo necessário para se conseguir admissão. É o que os Irmãos esperam uns dos outros numa Loja observante, e certamente acrescenta à noção de que uma reunião Maçônica não é apenas mais uma noite fora, mas um evento especial, digno de ser considerado tão especial quanto cada um de nós deveria acreditar que a Maçonaria deve ser. Para além disto, a dignidade expressa externamente através do vestuário, serve como uma superestrutura, ajudando a realçar aquela dignidade que só pode ser criada a partir de dentro.

6. UMA LOJA DEVE OFERECER CERIMÔNIAS DE QUALIDADE E ESTAR DISPOSTA A INVESTIR NELAS

        As quotas de uma Loja devem ser fixadas num nível que permita à Loja não apenas se sustentar e apoiar, mas poder disponibilizar uma qualidade de experiência que diga aos Irmãos que as suas Sessões são oportunidades para se elevar acima do comum. Boas refeições, servidas em mesas festivas adequadas, são essenciais. A mesa festiva transmite a sensação de convivência que ajuda a construir uma verdadeira fraternidade, e é historicamente estabelecida na Fraternidade não apenas como um simples jantar, mas, honestamente, como a segunda metade de uma Sessão da Loja. Uma Loja observante não pode renunciar a isto.

        Uma Loja deve decidir que a Maçonaria é uma coisa de valor e determinar adequadamente esse valor de tal forma que permita à Loja trabalhar de uma maneira que reflita claramente esse valor. Os nossos jantares e eventos sociais devem refletir o valor que colocamos em nós mesmos. O excesso não é o objetivo; a qualidade é. O problema é que muitos de nós esquecemos o que é qualidade, a ponto de considerarmos pretensiosos quaisquer gastos conosco. Mas se os maçons devem ser homens de distinção interior, então estamos totalmente justificados em nos tratarmos com o melhor que podemos pagar na vida. Não devemos esperar menos da Ordem ou de nós mesmos.

7. O RETORNO DE UM SENTIMENTO DE ADMIRAÇÃO ÀS NOSSAS CERIMÔNIAS

        Devemos trazer de volta aquelas coisas que em tempos estavam nas nossas lojas, e que ajudavam a criar uma atmosfera contemplativa única tanto para o candidato quanto para a Loja. Entre elas estão o uso da música, a manipulação da luz e das trevas, a Câmara de Reflexão e o momento de encerramento que forma o que é conhecido como Cadeia de União. Considere que a sala de preparação do candidato não é e nunca foi concebida para ser um mero vestiário. Considere que a noção de um “grupo sagrado de Irmãos” pode aludir a uma manifestação física dessa sacralidade. Considere que a música sempre fez parte das nossas cerimônias e que o Livro das Constituições termina com uma coleção de cantos. Todas estas coisas fazem parte de quem somos; não são inovações de jurisdições posteriores ou empréstimos da Maçonaria Europeia. 

        Até mesmo o uso de incenso é ritualmente mencionado nas primeiras Sessões da Ordem. A ideia é estimular e gerir a experiência sensorial dos Irmãos, no esforço de criar o sentido de singularidade que se espera de uma experiência Maçônica. Aqui, novamente, nada há de estranho em usar os sentidos numa reunião Maçônica. Os nossos rituais ensinam a importância de cada um desses sentidos, de forma extensiva; não os usar nas nossas Sessões é da maior negligência e erro. Recusar a aura de mistério aos nossos rituais é recusar-se a reconhecer a nossa própria herança e história, e negar o lugar apropriado e a aplicação do pilar da Beleza à Loja.

8. EDUCAÇÃO MAÇÔNICA EM TODAS AS SESSÕES

        
A própria origem da Maçonaria está na educação. Quer seja a educação prática em lapidação encontrada na parte operativa da Maçonaria, ou a busca do conhecimento interior e da ciência que nos é apresentada pela parte especulativa; a fundação da Ordem é inexoravelmente baseada no ensino e na aprendizagem. Sem ela, simplesmente não há Maçonaria a ocorrer numa Loja. Portanto, cada reunião da Loja deve oferecer alguma quantidade de educação Maçônica, seja através dos graus, ou através de apresentações sobre as várias lições da Arte. Mesmo uma palestra de dez minutos focada no significado simbólico de uma única ferramenta de trabalho é muito melhor do que uma reunião em que nada além de doações, regulamentos e quotas estão na agenda. Uma Loja atenta valoriza a função educacional da Maçonaria no seu florescimento; o Maçom observante responsabiliza a fraternidade pela sua promessa de conceder luz, e pretende recebê-la da Ordem em todos os sentidos: espiritual, literal e intelectual. Numerosos documentos e manuais das nossas Grandes Lojas, abrangendo pelo menos os últimos dois séculos, tornam clara a injunção para que todos os maçons busquem conhecimento. Esta mesma injunção estende-se por progressão natural a cada Loja e, como resultado, uma Loja sem educação Maçônica não pode ser uma Loja observante e, sem dúvida, não é uma Loja, na verdadeira acepção da palavra. A busca por mais luz está no cerne da Maçonaria. A observância é impossível sem ela.



COMPREENSÃO x CONHECIMENTO - Sidnei Godinho


Meus irmãos,

Quantas vezes já não nos deparamos com situações similares em nossas lojas???...

Irmãos que por terem iniciados há mais tempo se julgam os "Donos" do conhecimento e insistem em suas falas como "Senhores" da Verdade.

Irmãos que se esqueceram da Frequência em Loja e nas pouquíssimas vezes que aparecem, fazem questão de tudo retrucar, na prepotência de um falso saber, e se manifestam, com aquelas alegações de que: ... Sempre fiz assim; é assim que funciona; quando fui VM fiz assim; vocês ainda têm muito a aprender, etc...

Enfim, o que lhes falta é a HUMILDADE para reconhecer que ainda nada Compreenderam dos princípios que regem esta Sagrada Ordem Iniciática.

Observem esta pequena história (ou que seja uma parábola) e tomem como aprendizado para que tenhamos não apenas o Conhecimento, mas principalmente a COMPREENSÃO. 

No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:

- Quantos rins nós temos?

- Quatro! Responde o aluno.

- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.

- Tragam um feixe de capim, pois temos um asno na sala, ordena o professor a seu auxiliar.

- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.

O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.

O aluno (alguns dizem) era Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), o 'Barão de Itararé',  (ou Ghandi para outros). (à confirmar) 

O importante é a lenda criada para servir como arquétipo da prepotência para alguns ou da tolerância para outros. 

Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:

- O senhor me perguntou quantos rins " *NÓS TEMOS*".

'NÓS' temos quatro: dois meus e dois seus. "

*NÓS*" é uma expressão usada para o plural.

Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

Moral da História:

A VIDA EXIGE MUITO MAIS COMPREENSÃO DO QUE CONHECIMENTO.

Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de Conhecimento, ou acreditarem que o tem, acham-se no direito de subestimar os outros...

E haja capim!!!




janeiro 26, 2024

DEVER PARA O MAÇOM - Celso Sichieri


Desde  a  iniciação  o  maçom  aprende  sobre  seus  deveres, muito  antes  de  saber  quais  os  seus  direitos.

Já  antes  do início  da  cerimônia,  o  candidato  responde  a  um  questionário onde  encontra  perguntas  como:  “Quais  são  seus  deveres  para com  a  família?”  e  “Quais  são  seus  deveres  para  com  o próximo?” 

E  assim  o  iniciando  vai  sendo  informado  de  seus  deveres como  maçom,  como  pai  e  patriota.

Sentindo-se  assim  não obrigado  a  cumprir  seu  dever,  mas  fazendo  tudo  com  prazer, mudando  suas  paixões  e  sua  natureza. 

O  dever  é  a  ação  conforme  a  uma  ordem  racional  ou  a  uma norma.

A  doutrina  do  dever  é,  como  se  vê,  originariamente própria  de  uma  ética  fundada  na  norma  do  “viver  segundo  a natureza”, que  é,  de  resto,  a  norma  de  conformar-se  à  ordem racional  de  um  todo. 

Dever  é  para  Kant  a  ação  cumprida  unicamente  em  vista da  lei  e  por  respeito  à  lei.

O  dever  é  a  única  ação  racional autêntica. 

É  a  ação  conforme  a  lei,  mas  não  feito  por respeito  da  lei. 

Na  ética  contemporânea a doutrina  do  dever  continua  a vincular-se  com  a  de  uma  ordem  racional  necessária,  ou  de uma  norma  (ou  conjunto  de  normas)  apta  a  dirigir  o comportamento  humano.

Para  Bergson,  o  dever  não  é  mais  do  que  um  hábito  de comportamento  dos  membros  de  um  grupo  social.

É  essencial  que  os  maçons  estejam  atentos  ao  problema da  ética  da  sociedade  contemporânea,  tão  desmobilizada  sócio politicamente  quanto  imediatista  em  sua  vontade  de  consumir ou  de  fazer  progressos  materiais.

Por trás de um "só cumpri meu dever” pode estar um “fiz por interesse”, ou “pague-me melhor”.

Daí umas cem frases feitas, que surgiram para ironizar ou reduzir a piada do conceito de dever como a de Alexandre Dumas: "O dever é o que se exige dos outros".

Entretanto, na ética maçônica constante de todos os seus manuais, encontram-se belos exemplos de quão sublime e simples é para o maçom o cumprimento dos seus deveres.       

É fácil compreender os postulados maçônicos existentes em seus princípios fundamentais do amor fraternal (amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo) com tolerância, virtude e sabedoria, para a busca da verdade, sob a luz dos conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, com a finalidade essencial de levar ao mundo a felicidade geral e a paz universal.

Porém, tais qualidades que são dever de um maçom, devem ser obrigações morais fundamentais, porque preocupada com o progresso, assiste à maçonaria o direito de exigir de seus adeptos o cumprimento de sérios deveres, sendo considerado traidor quem vai contra.

É razão mais que suficiente para se refletir sobre a ideia e o conceito do dever: *O alicerce da Maçonaria.*


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DO PECADO ORIGINAL - Heitor Rodrigues Freire



Santo Agostinho (354-430), um dos doutores da Igreja, criou uma base teológica e doutrinária para o catolicismo que até então carecia de uma orientação que fundamentasse sua força institucional.

A discussão sobre o “pecado original” perpassa os séculos desde que Agostinho, baseado em seus estudos teológicos, cunhou essa expressão, criando um dos grandes traumas da porção ocidental cristã da humanidade. 

Esse pecado decorre da desobediência de Adão e Eva, que segundo narra o Antigo Testamento, comeram o fruto proibido da árvore do conhecimento, e com isso infringiram a única regra imposta em todo o paraíso. O deus bíblico parecia querer que Adão e Eva vivessem para sempre em estado de contemplação. E se assim fosse, como ficaria a evolução da espécie?

Ainda segundo a Bíblia, esse pecado de origem seria congênito e hereditário, isto é, inato e passaria de uma geração para outra. Todos nós, de formação cristã, já nasceríamos com a mancha de um pecado para o qual não contribuímos e que nos foi imposto por hereditariedade. Nasceu, já é pecador. Um pecado contraído de forma hereditária e não cometido, mas penalizado.

A imposição do pecado original disseminada pela Igreja ganhou força por essa interpretação de Santo Agostinho, no ano 400 da era cristã, em decorrência de sua imensa influência, e o estendeu ao resto da humanidade, como consequência do ato fundador da expulsão de Adão e Eva do paraíso.

Assim, conforme Agostinho, o pecado seria herdado por toda a humanidade, cuja redenção dependeria unicamente do sacrifício de Jesus, que teria vindo ao mundo para nos salvar.

Essa imposição contraria a justiça infinita de Deus: Ele é justo e não nos impõe algo que supere nossas forças, e não dá a alguém um auxílio maior do que a outrem. Perante Deus, somos todos iguais, titulares de direitos e de deveres igualitários. A diferença vai decorrer do comportamento de cada um.

É exatamente essa a tese do monge bretão Pelágio (360-435), que corajosamente se contrapôs ao todo-poderoso bispo Agostinho, cuja palavra era lei nos lugares de influência da Igreja Católica. Segundo Pelágio, o pecado de Adão afeta apenas a Adão, não seria congênito. Ao homem foi dada absoluta liberdade: a vontade do homem é perfeitamente livre, dependente apenas de si mesmo para evitar o pecado. A essa doutrina foi dado o nome de pelagianismo, em homenagem ao seu autor.

A doutrina espírita, no livro A Gênese, ensina que “a única interpretação racional do pecado original é o pecado próprio de cada indivíduo, e não o resultado da responsabilidade da falta de um outro que nunca conheceu...” – ou seja, para o espiritismo não há pecado hereditário.

Santo Agostinho também defendia a pré-destinação, ou seja, a ideia de que a vida de todas as pessoas é traçada anteriormente por Deus. A prevalecer esse entendimento, ao nascimento de cada pessoa deveria corresponder um manual, indicando todo esse traçado.

Mas há nesse pensamento uma grande contradição, porque ele mesmo, Agostinho, em outra interpretação, afirmava que algumas pessoas alcançariam a salvação pelo uso do livre arbítrio. Dessa forma, o indivíduo teria a chance de determinar sua conduta de acordo com a própria consciência, sendo assim o agente da própria salvação, de acordo com seus atos.  

São Tomás de Aquino (1224-1274), outro eminente doutor da Igreja, veio dar força à teoria do pecado original de Agostinho, que acabou consagrando essa tese, sacramentada definitivamente durante a realização do Concílio de Trento (1545-1563) – ganhando, assim, o respaldo oficial da Igreja no Concílio mais longo de toda a história do catolicismo.

Mas Tomás de Aquino também cai em contradição: entre tantos estudos e teses, ele elaborou o Tratado da Prudentia, que afirma a primazia da virtude da prudentia, no qual  destaca dois elementos-chave: “o mistério e a liberdade, na qual cada pessoa é a protagonista de sua própria vida, só ela é responsável por suas decisões livres, por encontrar os meios de atingir o seu fim, ou seja, a sua realização pessoal”.

Aprendi, como livre-pensador que sou, que o importante é entender que as respostas, todas, estão dentro de cada um de nós. O que implica a consciência da responsabilidade de cada um.  Nada é certo, nada é errado. O que existem são consequências.

Quando começamos a despertar para o verdadeiro significado da nossa encarnação, percebemos que somos seres em evolução; nenhum de nós foi criado pronto e acabado. Tudo vai depender dos nossos atos, e essa situação nos põe como verdadeiros construtores do nosso ser – e como tal, parceiros de Deus. E isso se constitui no grande encanto da nossa existência.

A única certeza do que possuiremos em toda a nossa encarnação é o nosso corpo. Que deixaremos quando desencarnarmos.

Assim, libertando-nos da pecha do pecado original pela consciência do que somos verdadeiramente, cabe-nos fazer a nossa parte, porque só cada um pode decidir a própria vida. 

Somos criados originalmente livres, maravilhosamente livres e responsáveis pelo nosso destino, responsáveis por tudo aquilo que fizermos, pois na medida exata do que dermos, receberemos. Entender isso é o começo da libertação. Não existe nenhuma mágica. É dar e receber, como magistralmente ensinou Jesus.

Assim, concluo que o pecado original, na verdade não existe, apesar de toda sua fundamentação doutrinária e teológica. 


COMIGO NINGUEM BODE - Roberto Ribeiro Reis


A despeito do bem que existe,

A humanidade inda insiste

Em fazer culto à maldade;

Uma triste apologia incisiva

Criada pela mídia televisiva

E pelos meios de publicidade.


Assistimos à destruição da terra,

E à banalização da guerra,

Qual uma série hollywoodiana;

O mal reverbera pelo noticiário,

Isso é bem próprio do ideário

Da mentalidade profana.


Meu Irmão, jamais se acomode,

Use a Arte Real,que ela pode

Promover a mudança necessária;

O triste cenário que vemos agora

Só vai mudar de dentro para fora

Sendo a Maçonaria revolucionária.


Usemos o “comigo ninguém bode”,

Planta maçônica que nos acode

Quando precisamos de energia;

Ela extermina qualquer falácia,

Pois é inspirada na Acácia,

Gera paz e harmonia.


A natureza é bem que veio do céu,

Vai descortinar esse obscuro véu

Da matéria que a todos assola;

A Luz Infinita é doação do Criador,

Recebê-la é bênção de vital valor:

Ao homem cura e também consola!






janeiro 25, 2024

JOÃO RAMALHO - O PATRIARCA DOS PAULISTAS



João Ramalho Maldonado foi um aventureiro e explorador português. Viveu boa parte de sua vida entre índios tupiniquins, após chegar no Brasil em 1515. Foi, inclusive, chefe de uma aldeia, após se tornar amigo próximo do cacique Tibiriçá, importante líder indígena tupiniquim na época dos primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil. Teve um papel importante na aproximação pacífica entre índios e portugueses, principalmente na chegada de Martim Afonso de Sousa no Brasil, com quem se encontrou no território de São Vicente, e criou grande amizade. Vivia no povoado de Santo André da Borda do Campo, que em 1553 foi transformado em uma vila pelo governador-geral do país na época, Tomé de Sousa. Ramalho foi vereador e alcaide (prefeito) da vila. 


Em 1562, João Ramalho foi designado a capitão-mor da Praça ou de São Paulo (uma espécie de protetor da região) por decisão popular, e lhe teve atribuída a tarefa de comandar a resistência da vila.  Ao lado de Tibiriçá, Ramalho e o povo de São Paulo conseguiram repelir os índios que cercaram a região. Teve relações com várias mulheres indígenas, mas sob influência do Padre Manuel da Nobrega casou-se com Bartira, filha de Tibiriçá, maior chefe guerreiro da região, batizada de Isabel Dias, tiveram nove filhos juntos, e dessa união descendem inúmeras das mais tradicionais famílias paulistas atuais.


João Ramalho deixou como descendentes a chamada dinastia de mamelucos, filhos de portugueses com indígenas, e teria recebido apelidos como o pai dos paulistas e o fundador da paulistanidade. Entre as famílias tradicionais fundadoras de São Paulo de Piratininga (em 1554) que se misturaram com os descendentes de João Ramalho, destacam-se, entre outras: os Leme, Prado, Almeida, Castro, Monteiro de Castro, Almeida Prado, Silva Prado, Castro Prado, Cardoso de Almeida, Pinheiro Guimarães, Bueno da Silva, Furquim, Castanho, Almeida Castanho, Freitas, Cunha Gago, Cunha Bueno, Dias, Botelho, Arruda, Arruda Botelho, Afonso Gaia, Rendon, Moraes Antas, Fernandes Reis, Fernandes Gonçalves Reis, Fernandes , Gama, Nogueira da Gama, etc


Fonte: A Capital da Solidão: Uma História de São Paulo das origens a 1900.

Ref Terra de Santa Cruz

SALVE SÃO PAULO - Newton Agrella

São Paulo é uma cidade singular.

Aliás, o que de mais intrigante ocorre por aquí é que o que menos se encontra na cidade são "paulistanos".

Os sotaques são múltiplos. 

Os sons se propagam sob fortes influências externas.

São estrangeiros das mais diversas nacionalidades e brasileiros que aqui vivem ou que  simplesmente por aquí transitam, vindos dos mais diversos locais do país. 

Sejam do interior do próprio Estado quanto dos mais distantes rincões do Brasil.

Esse "melting pot" é o que enseja uma espécie de caleidoscópio de cores, imagens e traços culturais que conferem à cidade um caráter realmente cosmopolita.

São Paulo não dorme. Cochila quando muito. 

Viiver aquí  não é tarefa das mais fáceis. 

Não é mesmo.

Ainda que se encontre praticamente tudo nesta cidade, os acessos, filas, trânsito infernal, poluição e a burocracia que se enfrenta para a maioria dos serviços é o que faz desse lugar um território inóspito, mesmo para quem nasceu e cresceu aqui.

Imprimir um tom lírico à cidade, conforme decantado através de versos e canções, é claro que amenizam a alma por um átimo de tempo.

Porém, a indisfarçável violência urbana que impõe ao cidadão caminhar aos sobressaltos com medo da própria sombra e dirigir sob olhos atentos diante dos inexpugnáveis assaltos mesmo à luz do dia, são verdades que consomem quem aqui vive ou quem por aqui passa. 

Nem mesmo a tentativa de uma leveza que a mídia busca transmitir, consegue esconder o medo e a angústia das pessoas.

São Paulo é uma cidade que abriga a contramão e o controverso, como se fosse a síntese do Antagonismo.

É a cidade que respira e transpira, mas que pouco inspira.  

A coisa chega a tal ponto que o turismo que aqui se vende é  o "turismo de negócios", algo que cá entre nós, dói o ouvido, uma vez que turismo traz na sua bagagem semântica a idéia de viagem de passeio, lazer, descanso, diversão e cultura. 

De qualquer forma, vamos dar uma colher de chá, tendo em vista que as palavras têm ganho novas motivações e significados, até como paliativos para o que se quer exprimir...

Lá no fundo, São Paulo é bem isso, um lugar em que a maioria esmagadora de sua gente, vive para trabalhar, e trabalha para sobreviver.  

Mas é vida que segue. 

E tá tudo muito bom. Tá tudo muito bem...

Salve São Paulo, com um econômico ponto de exclamação !


PEDREIRO LIVRE (FREE MASON - Alfério Di Giaimo Neto


Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?

Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no conteúdo do livro do Ir.:Bernard Jones “The Freemason’s Guide and Compendium”.

Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras, que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os “especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras, dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da construção.

Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons. 

Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em pedras. 

Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”.

Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.

Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. 

Três deles serão dados a seguir:

1) “Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos lugares, conforme a necessidade do seu trabalho. 

2) Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos um escravo.

3) O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear, não muito dura.


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A ORIGEM DA ROMÃ E SEU SIMBOLISMO NA MAÇONARIA - Ernande Costa Macedo



A ROMÃ é o fruto da romãzeira é delicioso e, oriundo da Pérsia ou Irão que se começou a espalhar há milhares de anos por toda a Ásia, pela África, região do Mediterrâneo e até há poucos séculos pelas Américas, chegando ao Brasil através do portugueses. Este fruto é do tamanho duma maçã, apresentando uma casca dura com uma cor que vai desde o alaranjado até ao vermelho escuro.

Segundo estudioso da cultura da alimentação este fruto possui até 613 sementes que são as partes comestíveis, para os povos antigos, como os gregos, os romanos e os persas, havia a concepção de que a ROMÃ era a ponte entre a mortalidade e a imortalidade. "O homem apaixonado que comia a ROMÃ se tornaria imortal, Já, si, um Deus que a consumia se transformaria em um mortal", era o que diziam. A fruta era tida como símbolo de amor e fertilidade por causa de suas numerosas sementes. A romã, que muitos acham sem graça e difícil de ser comida, sempre foi respeitada pelos poderosos. Reis e Bispos a ostentavam nas suas vestes", Dizem que na mitologia Iraniana, o fruto desejado da árvore sagrada é a ROMÃ E não a maçã, como foi difundida pela cultura ocidental. "Na versão hebraica, há o Jardim do Éden e a serpente. Na versão greco-romana, há o Jardim das Hespérides e o dragão Ladon.  

Segundo a Bíblia, quando os judeus chegaram à terra prometida, após abandonarem o Egito, os 12 espias que foram enviados para aquele lugar voltaram carregando ROMÃS e outros frutos como amostras da fertilidade da terra que Deus prometera. Ela estaria presente nos jardins do Rei Salomão. Foi cultivada na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. Em Roma, a ROMÃ era considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.

Os judeus a chamavam de rimmon; entre os árabes, era conhecida como rumman; mais tarde, os portugueses a chamaram de ROMÃ ou "roman". Na Idade Média, a romã era, frequentemente, considerada como um fruto cortês e sanguíneo, aparecendo também nos contos e fábulas de muitos países. Os povos árabes salientavam os poderes medicinais dos seus frutos e como alimento. Tanto a planta como o fruto têm sido utilizados em residências ou em banquetes pelo efeito decorativo das suas flores e dos seus frutos, além do seu uso como cerca viva e planta ornamental.

As sementes secas da romã eram usadas como condimento pelos antigos e o seu suco como remédio até o renascimento. No Oriente Médio, é usada concentrada em pratos salgados, como almôndegas e peixe recheado, e, fresca em saladas, com berinjelas.  ROMÃ Tem 32 calorias por 100 gramas e é muito rica em fósforo. Possui ainda propriedades terapêuticas e é usada na medicina popular. Alguns especialistas em plantas medicinais, diz que o chá da casca de romã é indicado para o tratamento de problemas de garganta.

Na Maçonaria a ROMÃ é o símbolo menos analisado na filosofia maçônica; colocada sobre os capiteis das CCol.·. na entrada do T.·., sempre acima do olhar físico de cada Ir.·. ela passa despercebida e, por isso, mais ignorada, porque “parece” que da muito trabalho olhar para cima e sondar os mais elevados ideais que a Maçonaria busca. “A UNIÃO”. Na maioria dos trabalhos maçônicos eu vejo muito sobre significados e interpretações dos símbolos que envolvem as CCol.·. B e J, mas, pelo que vejo não se tem dado muita atenção às ROMÃS que, embora sustentadas pelas colunas, representam o que há de mais essencial em nossa instituição. “A UNIÃO”.

Se “tomemos uma ROMÃ em nossas mãos” vejamos que é uma fruta bastante diferente das demais e não foi por acaso que entrou como peça decorativa dos Templos Maçônicos. A sua casca, dura e resistente, representa a Loja em si, o templo material que mantem os OObr.·. reunidos, e, as sementes representam os OObr.·.; como sabemos, uma semente não é exatamente igual à outra, em tamanho e formato, mas o paladar de todas é invariavelmente idêntico.  Daí extraímos uma lição: não importa quem saboreia a fruta, quais as sementes são pequenas e quais as grandes mas, o que importa sim, o paladar.

Na Loja, temos IIr.·. de menor porte na vida profana e outros, com maior gabarito social e econômico. Se a sabedoria do G.·.A.·.D.·.U.·. assim o quis, cabe nos lembrar que a mesma seiva que alimentou o pequeno grão, alimentou igualmente o maior. Não obstante, as sementes pequenas e grandes estão unidas, todas compondo um único fruto, com um só objetivo: servir de alimento e fonte de prazer ao paladar.

O que mantém as sementes da ROMÃ unidas é a pele interna, essa pele, feita da mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo, representa o selo, ou melhor, o sigilo maçônico; rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade.  Igualmente nas nossas Lojas, todos os nossos assuntos carecem da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a Loja, que é a ROMÃ, vir a sofrer sérias consequências como a perda da união que deve reinar em nosso meio em prol do bem comum.  O nosso juramento é representado pela seiva que alimenta as sementes (que são os OObr.·.)  foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental ou equivoco.

Rompido esse juramento, a fruta definha seca e, por fim, apodrece. Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidados. A fruta, ao soar da primeira batida do malhete até a última, deve ser saboreada enquanto durem os trabalhos.

É responsabilidade do fruticultor, que representa o “Venerável”, zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da fruta.

Essa Peça de Arquitetura é dedicada à A.·.R.·.L.·.S.·. ROMÃ DO PROGRESO nº 34, Jurisdicionada a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB) e todos os seus membros, da qual, tenho o prazer de ser Membro Honorário.



NOSSA SÃO PAULO - Adilson Zotovici


Neste dia em que a cidade de São Paulo completa 470 anos, prestamos-lhe homenagem com este belo poema de um dos maiores poetas da maçonaria.


Linda e  quão interessante

Ainda que tão sofrida

Bela e dura qual diamante

Noite e dia é pura vida


Cada rua, veia pulsante

Cidade  nua e garrida

Coração materno, gigante

Superno, pujante à acolhida


Da Arte Real radiante

Pelo habitante escolhida

Universal, aconchegante...


Da principal avenida

Ao arraial quão distante

*Nossa “São Paulo” querida* !