fevereiro 13, 2024

IMMANUEL KANT

 12 de fevereiro de 1804: Morre o filósofo Immanuel Kant, autor de "Crítica da Razão Pura"

Filósofo alemão, natural de Konigsberg (então capital da Prússia Oriental, hoje Kaliningrado, na Rússia), nasceu em 1724 e faleceu em 1804. Um dos pensadores mais influentes da modernidade, notabilizou-se, entre outros, pelas suas três Críticas à Razão; pela proposta em que considerou o tempo e o espaço apriorísticos do sujeito sensível; e pela publicação, em 1755, da obra História Geral da Natureza e Teoria do Céu, na qual apresentou a teoria nebular que tenta explicar como se terá formado o sistema solar. Segundo Kant - mais tarde, em 1796, o filósofo francês Pierre Simon, marquês de Laplace, adiantaria uma hipótese semelhante - inicialmente teria existido, em vez do atual sistema solar, uma enorme nuvem difusa, girando lentamente, formada por gás e poeira. Esta conceção, conhecida por hipótese de Kant-Laplace, acabou por constituir o fundamento das teorias mais modernas sobre a formação do sistema solar.

Atento aos recentes êxitos da física que, com os trabalhos de Newton, se conseguira afirmar como uma disciplina dotada de um grau de cientificidade próximo do da matemática e da lógica, Kant procurou conferir à filosofia uma dignidade semelhante, restaurando lhe a credibilidade, pela superação das posições antitéticas do dogmatismo racionalista e do empirismo cético através de uma investigação crítica dos métodos da metafísica, entendida como ciência unificadora da multiplicidade empírica. 

Para ultrapassar o antagonismo das abordagens racionalista e empirista do conhecimento, Kant radicou a sua posição no que veio a designar como «revolução copernicana» no domínio da metafísica: seguindo os passos de Copérnico - que «não podendo prosseguir na explicação dos movimentos celestes enquanto admitia que toda a multidão de estrelas se movia em torno do espectador, tentou ver se não daria melhor resultado fazer antes girar o espectador e deixar os astros imóveis» -, propõe que o conhecimento «deixe de se guiar pela natureza dos objetos», passando, pelo contrário, a ser o objeto regulado pelas faculdades cognitivas do sujeito, o que significa ver no conhecimento não uma mera aptidão passiva, mas uma atividade construtiva regida por leis próprias.

Com o objetivo de esclarecer os contornos em que poderá ser admissível qualquer autonomia para a razão, irá proceder, na Crítica da Razão Pura, à investigação dos limites desta no seu uso puro (i. é, a priori, ou seja, independentemente de qualquer recurso à experiência), recorrendo a uma abordagem transcendental do processo de conhecimento - ocupando-se, portanto, «menos dos objetos que do nosso modo de os conhecer, na medida em que este deve ser possível a priori».

Partindo da distinção entre juízos analíticos - juízos universais e necessários nos quais o predicado se encontra contido nas determinações do sujeito, pelo que nada lhe acrescenta -, juízos sintéticos - aqueles em que o predicado acrescenta uma nova determinação ao sujeito, embora a sua origem empírica os destitua de universalidade - e juízos sintéticos a priori - os que, fundamentando-se numa síntese a priori (não empírica), permitem acrescentar novas determinações ao sujeito sem, no entanto, deixarem de ser universais e necessários -, conclui que só os últimos asseguram um autêntico progresso do saber e que neles reside o princípio de possibilidade de todo o conhecimento científico. Desta forma conseguiu reduzir o âmbito do problema da razão pura à pergunta: «como são possíveis os juízos sintéticos a priori?»

No entanto, os juízos, produzidos pelo entendimento, operam sobre conteúdos que, enquanto seres humanos, só podemos intuir através da sensibilidade, única faculdade capaz de gerar em nós representações e que, por isso, deverá ser considerada como fonte inicial do conhecimento (dos dados fenomênicos).

É na Crítica da Razão Pura (1781 e 1787) que Kant irá esclarecer em que medida estão presentes, quer na sensibilidade quer no entendimento, os elementos a priori que podem transmitir a universalidade e a necessidade aos juízos sintéticos (e, por extensão, ao conhecimento em geral):

- na «Estética transcendental», respeitante à sensibilidade, considera que o espaço e o tempo não são dados da experiência nem conceitos nem se encontram de alguma maneira nas coisas: são formas a priori da sensibilidade que, não correspondendo a nenhuma propriedade dos fenómenos (puras representações), lhes definem, antes, o horizonte de possibilidade no interior do qual são ordenados.

- na «Analítica dos conceitos», primeira parte da «Lógica transcendental», procede à enumeração dos elementos a priori do entendimento que permitem aos objetos serem pensados. Baseando-se na análise das formas tradicionais do juízo, elabora a tabela das categorias puras do entendimento, conceitos fundamentais ordenadores e unificadores dos dados da sensibilidade, agrupadas em quatro grandes rubricas - categorias da quantidade (unidade, pluralidade e totalidade), da qualidade (realidade, negação e limitação), da relação (inerência e subsistência; causalidade e dependência; e comunidade ou ação recíproca) e da modalidade (possibilidade e impossibilidade; existência e não existência; e necessidade e contingência).

- a «Analítica dos princípios» (doutrina da faculdade de julgar), segunda parte da «Lógica transcendental», debruça-se inicialmente sobre os elementos mediadores que permitem subsumir os fenómenos às categorias, os «esquemas», que se subordinam ao tempo, condição da diversidade e da conexão das representações no sentido interno, e termina com a definição dos princípios que estruturam o campo de toda a experiência possível - e, consequentemente, de toda a ciência -, concluindo que as normas que definem o funcionamento da sensibilidade e do entendimento são as mesmas que regulam o âmbito da experiência possível: só podem ser consideradas com o objeto de conhecimento as representações com origem nas intuições sensíveis - cuja atividade apenas se refere ao fenómeno, dado perceptivo, não acedendo de forma alguma à coisa em si, ou númeno -, subsumidas em conceitos pelo entendimento que, por sua vez, perde toda a operacionalidade quando procura referir-se a dados não originários da sensibilidade - pelo que é também incapaz de nos fazer aceder a qualquer realidade de tipo numénico. Desse modo, Kant afasta a possibilidade de constituir como ciência a metafísica tradicional que visa aceder ao conhecimento da realidade numénica, colocando-a definitivamente numa área de incognoscibilidade.

- a «Dialética transcendental», terceira e última parte da «Lógica transcendental», critica o uso da razão, faculdade de conhecer por conceitos, ao proceder, por disposição natural, a uma extensão ilegítima do conceito e do juízo ao campo do transcendente, ultrapassando as condições da experiência possível (analisando os paralogismos - raciocínios erróneos que partem da admissão da substancialidade da alma -, as antinomias - aporias que resultam da aplicação ao mundo numénico de princípios unicamente válidos na ordem do pensar -, e o ideal da razão pura - onde demonstra a falacia das provas da existência de Deus, que partem da admissão da existência como um predicado real, quando se trata, de facto de um predicado transcendental). Enquanto faculdade que opera a síntese suprema do conhecimento, a razão terá no entanto, também, de se orientar por princípios a priori, que Kant designa como ideias reguladoras (ou transcendentais): Deus, alma e mundo, entendidas doravante não como entidades transcendentes mas como valores teleológicos apontando para a necessidade de um aperfeiçoamento constante do conhecimento, visando a unidade crescente deste.

As restrições impostas na Crítica da Razão Pura à metafísica teórica e ao conhecimento estritamente intelectual das realidades numénicas, devido ao carácter finito da razão humana, impuseram a transferência para a ordem prática dos esforços atinentes ao esclarecimento do conteúdo transcendente dos objetos supremos do conhecimento. A especificidade dos fins essenciais da razão humana só poderá, então, ser devidamente dilucidada à luz de uma Crítica da Razão Prática (1788), na qual se responde à questão de saber como é possível a obrigação moral, ou seja, de que forma pode a razão determinar a vontade, ou ainda, aonde se pode descobrir um fundamento para a liberdade, que não encontrara um lugar satisfatório na primeira crítica.

Para Kant, que procura determinar, agora no domínio da ética, a natureza «a priorística» e absoluta da ação da vontade, não interessa o resultado da ação ou o fim visado por ela (que são de ordem empírica), mas apenas o uso da vontade em conformidade com o dever, que se apresenta sob forma de um imperativo categórico que exprime uma obrigação incondicionada, sem móbil material - «age de tal forma que a máxima da tua vontade possa valer simultaneamente como princípio de uma lei universal». A liberdade consistirá, portanto, nessa capacidade de autodeterminação da razão, capacidade de se autoimpor uma submissão ao dever por ela mesma gerado. A boa vontade, comportando uma restrição ao amor de si (egoísta) como fundamento da ação, levará a uma segunda formulação do imperativo categórico: «age de tal forma que trates sempre a humanidade - quer na tua pessoa, quer na de qualquer outro - como um fim em si e nunca como um meio».

Porém, do enunciar do fundamento da ação ética, advém o que Kant designa como antinomia da razão prática: o simples respeito da lei moral não implica, por si só, a felicidade. Daí conclui que o soberano bem, que conjuga o respeito pela norma ética e a felicidade individual, só pode ser assegurado pelo postulado da existência de Deus. Analogamente, partindo da consideração segundo a qual no mundo sensível jamais será possível para o ser humano a plena convergência entre a vontade e a lei moral, que supõe um processo indefinido de aperfeiçoamento, encontra uma base para firmar o postulado da imortalidade da alma.

Numa tentativa de conjugar o disposto nas duas críticas, que haviam cindido o ser humano em dois planos opostos, o da natureza e o da liberdade, Kant passará à análise da mediação entre ambos na Crítica da Faculdade de Julgar(1790). A faculdade de julgar, capaz de operar a transição entre o particular e o geral e mediadora entre a sensibilidade e a razão, é igualmente interpretada como mediadora entre a faculdade de conhecer e a faculdade de desejar, sendo definida pelo princípio da finalidade, correspondendo-lhe os sentimentos de prazer e desprazer. Nela há a distinguir juízo estético, subjetivo, e juízo teleológico, objetivo. O primeiro refere-se ao belo e ao sublime, respeitando àquilo que agrada de forma desinteressada, necessária e universal, o segundo versa a aplicação da finalidade no mundo natural, atribuindo-lhe uma função essencialmente heurística. Mais uma vez, foi preocupação de Kant demonstrar como, também neste caso, aos princípios reguladores do conhecimento (a finalidade) não pode ser atribuído qualquer valor constitutivo da realidade.

Pensador audacioso e dotado de um espírito analítico fora do comum, deixou marcas indeléveis na teoria do conhecimento. Ao fundar o sistema da filosofia transcendental, lançou as bases do idealismo alemão no qual há que radicar a génese de grande parte das problemáticas filosóficas contemporâneas.

Entre as obras do período crítico é de salientar:

- Kritik der reinen Vernunft (Crítica da Razão Pura), 1781 e 1787 (2.ª ed.)

- Prolegomena zu einer jeden künftigen Metaphysik, die als Wissenschaft wird auftreten können (Prolegómenos a Toda a Metafísica Futura que Possa Apresentar-se como Ciência), 1783

- Kritik der praktischen Vernunft (Crítica da Razão Prática), 1788

- Kritik der Urteilskraft (Crítica da Faculdade de Julgar), 1790

- Zum ewigen Frieden (Para a paz perpétua), 1795

- Die Metaphysik der Sitten/Rechtslehre/Tugendlehre (A Metafísica dos Costumes/Doutrina do Direito/Doutrina das Virtudes), 1797

Fontes: Infopédia

wikipedia (imagens)

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A INICIAÇÃO COMO PRINCÍPIO DA VIDA, TEOLOGIA E CIÊNCIA - Júlio Aquino


Com inusitado e merecido brilho, reverencio inicialmente a memória do Apóstolo São Pedro, notável e aplaudível, rico de delicados sentimentos, que fez majestosa síntese sobre a Fraternidade, na sua segunda (2a) Carta Universal, capítulo primeiro (1°), versículo sétimo (7°):

 “A Fraternidade é que gera o Amor”!

E esse amor jamais prescreve pelo lapso do tempo.

Com efeito, o amor ao GADU e ao próximo é inseparável, sumamente majestoso, sumamente glorioso e sumamente elevado.

As muitas águas não poderiam apagar esse amor, nem os rios afogá-Io.

Assim também, outro exponencial, nimbado de auréola refulgente, é o profeta Amós que exerceu o seu ministério nos reinados de Azias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel, 752 anos A.C..

Ele pugnava pelo trabalho, justiça e a retidão,.

Usava nos seus ensinos as mesmas ferramentas que usamos na Maçonaria.

Razão pela qual, a luz da face do GADU resplandece em toda a sua beleza no rosto do Maçom, manifestada pelo ditame da consciência.

Maçom é um estado de espírito e a razão da vida, começa grandiosa e altaneira, em levantar Templos a Virtude.

E a razão da morte, para nós, não se constitui um mal.

A morte que é um mal, é aquela que provém do vicio, do crime e da barbárie.

A morte não é o apagamento da luz, mas o simples ato de dispensar a lâmpada.

Ponha-se em evidência, a nossa Ordem, essa acrópole magnífica, que tem na grandeza da sua excelência, uma dimensão transcendental, porque nasce nos desígnios do GADU – Um Deus que não morre, sentando num trono que não se desmorona, e se finaliza no absoluto desse mesmo Deus que é a luz que espanta as trevas da nossa ignorância insolente.

Convém lembrar, que o maçom não pode desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão e do entendimento, e ninguém poderá aprisionar a nossa esperança e nem exilar a nossa inteligência.

A partir de então, o maçom descobre o descortinamento exuberante da Razão e fascínio de ditosas riquezas que provem dos sete triângulos:

1 – Triângulo Equilátero,2 – Triangulo Isósceles,3 – Triangulo Escaleno,

4 – Triangulo Retângulo,5 – Triângulo Obtusângulo,

6 – Triângulo Acutângulo,

7 – Triangulo Esférico.

Evidentemente, todos esses Triângulos, abrem-nos as portas do campo da educação matemática, das leis de proporção mecânicas, da aritmética, representada pelos números e da geometria, representada pelos símbolos.

Também da raiz quadrada, das equivalências, das equações, das formas, dos axiomas, dos teoremas, dos corolários, dos escólios, das retas, dos planos, das perpendiculares, dos ângulos, dos seguimentos lineares e das poligonais.

Do Sodalício, com o verbo franjado de ouro e púrpura, enalteço a grandeza e o valor das leis das equivalências do Físico Newton, entre as temperaturas do sol e as propriedades de absorção da clorofila, para que a fotossíntese possa se realizar.

Assim também se as cargas de elétrons, prótons e nêutrons não tivessem precisas ressonâncias, os planetas não poderiam orbitar o sol com estabilidade.

E nos seres vivos, as interconexões para o fluxo de sangue e o sistema nervoso seriam impossíveis.

Os quantitativos constantes da física que define o universo são espetacularmente precisos.

Outro astrofísico, chamado Fre Hoyle, no seu livro intitulado, A Arquitetura do Universo, diz que tudo foi meticulosamente planejado para a chegada da vida na terra.

Segundo ele, existe um fio de felizes e estranhas coincidências.

..."E assim se fez a Vida e tudo que nela há"... 


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PROPRIEDADES HUMANAS E MAÇONARIA - Newton Agrella


Viver é rigorosamente um ato de dignidade.

E ao ser humano cabe-lhe preservar a Vida como o seu bem mais precioso.

Nesse aspecto a Maçonaria, cuja essência se condensa através das mais diversas correntes do pensamento, é por si só, um instrumento de orientação e uma verdadeira Oficina para que o Homem possa construir seu templo com o seu coração voltado à Virtude e seu Raciocínio na busca da Evolução.

Razão e Emoção caminham de mãos dadas desde sempre, posto que são atributos humanos e disposições  indissociáveis da alma.

Por isso, quando o Obreiro encontra-se em seu canteiro, buscando dar forma, beleza e sustentação à sua pedra bruta, ele se depara com os mais antagônicos pensamentos e inúmeros percalços que fazem parte de um processo de aprimoramento ético e moral de sua complexa Existência.

É a permanente busca da estabilidade que se constrói através das Artes, das Ciências e da Filosofia.

A recompensa não está em "ser"  ou  "vir a ser".  

Ela está sim,  em "ser reconhecido".

Quando se diz que  "viver é um ato de dignidade" , isso significa ter respeito e "consciência" de si mesmo, sem que isso se transforme em orgulho ou soberba.

O trabalho de construção do templo exige do Maçom:

Humildade para ouvir; 

Observação  para perceber tudo aquilo que se passa a seu redor;

Comprometimento para ser o executor de suas atribuições;

Intensidade para tornar o trabalho profícuo;

E  sobretudo devoção aos princípios da Ordem, no seu legítimo significado filosófico, que se constitui na obediência, respeito e cumprimento dos postulados universais maçônicos.

Só se constrói aquilo que a emoção incentiva e a razão estabelece.

Assim é a Vida. 

Um retrato da universalidade de nossa "Consciência" e um documento virtual de nosso Pensamento.


fevereiro 12, 2024

ANTOLOGIA REFLEXÕES DE UM APRENDIZ MAÇOM - Michael Winetzki



Este livro foi lançado nesta semana pela Confraria Maçons em Reflexão. Participo desta obra, a quarta em 4 anos, juntamente com intelectuais da Ordem de todo o Brasil. Abaixo reposto a mensagem do presidente da Confraria, irmão Celso Ricardo de Almeida e o link do vídeo da cerimônia de lançamento do livro para quem tiver interesse em assistir. Os interessados no livro podem entrar em contato comigo.

Meus irmãos bom dia!

A nossa reunião de lançamento do nosso livro foi ótima, com presença de grandes irmãos, presença de autoridades enfim foi um dia memorável e que servil para reencontramos irmãos. Como o vídeo e muito grande, é mais de uma hora e meia de reunião, coloquei ele no link abaixo e quem desejar vê-lo ou baixa-lo é só clicar no link. Aconselho a ver pois foi muito bom:

https://drive.google.com/file/d/1dLUv6cszqCiPGZ3OTy9bingODnyafsuo/view?usp=sharing

SEI QUE TENHO MENOS PARA VIVER - Anthony Hopkins


Sei que tenho menos para viver do que aquilo que vivi.

Sinto-me como uma criança que ganhou uma caixa de chocolates. Ele gosta de comê-los e, ao ver que não sobrou muito, começa a comê-los com um sabor especial.

Não tenho tempo para palestras intermináveis ​​sobre direito público, nada vai mudar. E não há desejo de discutir com tolos que não agem de acordo com sua idade. E não há tempo para brigar com o cinza. Não participo de reuniões onde os egos estão inflados e não suporto manipuladores.

Me incomodam os invejosos que tentam caluniar aqueles que são mais capazes de tirar seus cargos, talentos e conquistas.

Tenho muito pouco tempo para discutir títulos: minha alma está com pressa.

Restam muito poucos doces na caixa.

Estou interessado em pessoas humanas. As pessoas que riem dos seus erros são as que têm sucesso, as que entendem a sua vocação e não se escondem das responsabilidades. Que defende a dignidade humana e quer estar do lado da verdade, da justiça, da justiça. É para isso que serve a vida.

Quero me cercar de pessoas que saibam tocar o coração dos outros. Que, através dos golpes do destino, soube elevar-se e manter a suavidade da alma.

Sim, tenho pressa, tenho pressa de viver com a intensidade que só a maturidade pode dar. Comerei todos os doces que sobrarem, terão um sabor melhor do que os que já comi.

Meu objetivo é chegar ao fim em harmonia comigo mesmo, com meus entes queridos e com minha consciência.

“Achei que tinha duas vidas, mas acabou sendo apenas uma."

OBEDIÊNCIA E BOM SENSO PARA SER REALMENTE LIVRE - Sidnei Godinho



Conviver em sociedade requer seguir os princípios basilares do Jardim do Éden: Obedecer Regras, Respeitar Hierarquia e ainda assim ser LIVRE para pensar e decidir, assumindo sua Responsabilidade pelo que diz ou faz. 

A Maçonaria nos ensina a exatamente assim proceder. 

A iniciação é o portal para o Jardim onde o Grande Arquiteto concebeu um lugar comum aos Irmãos, repleto de Harmonia, Lealdade, Conhecimento, Apoio Mútuo, Espiritualidade e União. 

Um lugar Justo e Perfeito e para assim continuar somente se cobra nunca tocar na árvore da INTOLERÂNCIA e do DESRESPEITO. 

Há regras em todos os lugares, nos Céus e na Terra, assim como no Jardim do Éden e na Maçonaria. 

Vencer Paixões e submeter Vontades é o princípio que conduz à humildade e desvenda o véu para a sabedoria. 

Para assim agir, há que se vencer a si mesmo no ímpeto constante de falar o que se pensa, sem antes medir suas próprias palavras. 

Esta é a maior de todas as batalhas e segrega os verdadeiros escolhidos dos demais convivas sociais dentro da Maçonaria.

Aprender a ouvir sua própria voz antes mesmo de pronunciá-la, certamente é o primeiro mandamento para a sensatez e o bom convívio.

 *A ganância pelo poder e a vaidade de se assentar no Oriente infelizmente calam a voz interior da Humildade e da Tolerância.* 

É preciso consciência de que somos todos irmãos e de que todos são importantes, pois somente assim será possível enxergar a trave que há no olho de quem aponta o cisco na vista do irmão ao seu lado. 

Em alusão às Sagradas Escrituras, Somente os iniciados podem participar de nossa sociedade, mas somente os ELEITOS realmente permanecem em nossos Jardins... 

Boas Reflexões meus Irmãos! 🙏


 



fevereiro 11, 2024

AS PENEIRAS - Adilson Zotovici



Concernente à sociedade

Do _Mestre Hiram_ a premissa

Mormente à irmandade

Contra a inscícia e a preguiça


“_Três peneiras_” com equidade

Que ao descuidado eriça

A salvar da improbidade

Da maldade, da cobiça


A primeira da verdade

A qual desfaz injustiça

A segunda traz bondade


A terceira...a que atiça

Os dramas da iniquidade

Pelas tramas da justiça !

PALESTRA: MAÇONARIA DE ISAAC NEWTON À INTERNET - Michael Winetzki





RECORDAÇÕES 2 - Michael Winetzki


O problema de escrever sobre memórias é que elas alçam voo sozinhas. A intenção quando iniciei era contar o meu relacionamento com aviões, mas as lembranças decolaram e foram muito mais longe. Que seja! Quem tiver paciência de ler vai compartilhar esta viagem pelo meu passado, como se estivesse no assento ao meu lado.

Depois da experiência como corretor de imóveis fui trabalhar nos Supermercados Soares, dos irmãos Sandoval, José, Valdeci, Ruberval e Jair que cresceram de maneira explosiva passando de uma pequena loja (na origem uma barraca de feira em Pedro Gomes) para 13 grandes lojas. Sandoval, o presidente, foi um dos empresários mais honestos e um dos homens mais decentes que conheci na vida, meu padrinho da maçonaria. Eu era o faz tudo na empresa, assessor, secretário, braço direito e esquerdo, e morava em um amplo apartamento em cima da loja da Av. Mato Grosso para estar à disposição 24 horas por dia, o que era literal. Eu trabalhava de manhã até a noite, sábados, domingos e feriados. Comecei a viajar de avião acompanhando José, que era o relações públicas da empresa, para congressos, feiras e eventos. Ele era simpático, bem apessoado e rico e fazia enorme sucesso com as mulheres, o que acabou por comprometer o seu casamento.

Ao deixar a empresa, com o apoio e as bênçãos do Sandoval montei uma das primeiras lojas de 1,99 do Brasil, na Av. Calógeras quase esquina com a Afonso Pena, em frente onde hoje é o Bradesco e que se chamava Panela Velha. Estava arrumando a loja no domingo para inaugurar na segunda-feira com as portas abertas. Eis que entra Sérgio Reis, a caminho de sua fazenda em Pedro Gomes, precisando de uma quinquilharia qualquer. Era o meu primeiro cliente. Durante a conversa com o simpático ídolo eu lhe disse, em um rompante de valentia, que iria batizar a loja com o nome de fantasia de Panela Velha, em homenagem ao estrondoso sucesso que essa música fazia na ocasião e ele prometeu que voltaria para fazer uma apresentação gratuita para mim. Ele nunca mais voltou mas o nome deu sorte e loja foi muito bem por muitos anos.

Eu havia montado algum tempo depois as agências da TAM, mas não existiam computadores, raríssimos e caros e todo o complexo controle financeiro e logístico dos voos era feito à mão. Havia dois funcionários em tempo integral fazendo isso. Decidi que não compensava mais ter as agências e as transferi para outra pessoa. Investi em um estacionamento na Av. Mato Grosso na frente ao Colégio D. Bosco e me tornei sócio de um restaurante e casa noturna chamada Spazio, em frente à igreja matriz, onde cantavam Alzirinha Espíndola, Almir Sater e outros talentos locais. Ainda tive uma revenda de jeans e de joias, que se transformaria na Brilhante Joias, em sociedade com o irmão José Adelino de Carvalho (Zelão) de Coxim, revenda e indústria, que seria durante anos o meu negócio principal.

Eu me tornara diretor da Associação Comercial de Campo Grande e da Federação das Associações Comerciais de MS. Uma chapa alternativa presidida pelo empresário Vagner Simone  Martins, meu vizinho na Avenida Mato Grosso, havia vencido as eleições derrotando um grupo que há décadas comandava a instituição e vários empresários jovens e ativos como eu faziam parte da diretoria, junto naturalmente com alguns antigos e prestigiadíssimos medalhões como Nelson Nachif. Passei a voar com frequência para representar a entidade em encontros, congressos e feiras. Numa dessas viagens conheci Brasília e me apaixonei pela cidade à primeira vista. Pensei – “quem sabe, algum dia, poderei vir morar aqui.”

Adelino Martins, dono da Floricultura Arakaki, que também era diretor da Associação Comercial me levou para o Rotary Clube de Campo Grande Norte, o maior Rotary do Distrito, e permaneço rotariano até hoje. Anos mais tarde fui presidente do Clube, da Associação dos rotarianos de Campo Grande, vendi a luxuosa, caríssima e inútil sede na cobertura de um edifício e ganhei do Prefeito Lúdio Coelho um grande terreno situado em um bairro nobre onde seria construído um consultório dentário para atender aos menos favorecidos. Estive há pouco mais de um ano em Campo Grande e fiquei muito triste ao ver que nada aconteceu no terreno e que o meu Rotary do coração está bem pequeno, embora conte com valorosos companheiros.

Aldoir Pedro Teló, pai do Michel Teló, também era meu vizinho na Avenida Mato Grosso, proprietário da Padaria Espanhola e foi vice-presidente na minha gestão rotária. Michelzinho desde muito pequeno era um ótimo cantor e instrumentista e animava as festas de nosso Clube. Eu disse ao Aldo que Michel viria a ser um grande artista. Não era difícil prever quando se via tanto talento e carisma no garoto.

A fábrica de joias estava estabelecida em uma casa vizinha à minha e funcionava a pleno vapor. Eu tinha cerca de 30 revendedoras de porta em porta. Estavam na moda na época as leves joias chamadas de “ouro italiano” que eram comercializadas em até 10 pagamentos, porque a economia era estável e o país estava em acelerado desenvolvimento. Eu vendia para outras cidades do Estado de MS e até para S.J. do Rio Preto em SP. O Zelão fornecia os diamantes, eu os lapidava em São Paulo e Petrópolis para transformá-los em brilhantes e montava em armações de ouro 18, metal que adquiria em São Paulo e Cuiabá. Já era um tipo de comércio “globalizado”. Meu ourives chefe, Zequinha, cearense de Juazeiro do Norte, terra de Padre Cícero, era dedicado e habilidoso e ensinou a profissão a muitos outros jovens que contratei. Peças mais caras e elaboradas eu adquiria do cuiabano Denis Correa Fortes que tinha uma belíssima produção de peças sofisticadas na Joias Denis, na Avenida Sumaré em São Paulo.

Mas a certa altura começamos a ter problemas de segurança. Algumas revendedoras foram roubadas, um dos meus veículos foi acidentado e se perderam muitas joias e valores, um dos meus clientes foi assassinado em um carro igual ao meu e preocupado com o crescendo da insegurança doei os equipamentos da fábrica aos empregados e encerrei as atividades da joalheria.

SEGUE

fevereiro 10, 2024

NA VIDA TUDO PASSA - Michael Winetzki


Montei minha primeira empresa em 1967, em Sorocaba, Gráfica e Editora Winart Ltda, que editou alguns números de duas revistas,” Impacto” e “Quem, O quê”. Como eu era menor de idade estava em nome de meu sócio Artidoro Pacheco de Matos. Depois disso trabalhei em dezenas de empreendimentos, na Livraria Debret em Petrópolis, de Aristides Cerqueira Leite, ex presidente da Agência Nacional, criador da Voz do Brasil, na IBM de J.B. de Abreu Amorim, no auge da IBM no Brasil, uma das melhores empresas do mundo, na SHARP de Matias Machline, o audacioso e brilhante empreendedor, na TAM do Comte Rolim, um gênio no atendimento ao cliente, na rede de Supermercados Soares de Sandoval Ribeiro Soares, patrão e amigo querido que me incentivou a ter meus próprios negócios ( e avalizou o início). Montei então, a Brilhante Joias, em Campo Grande, MS, o Atacado Mundo Mágico na mesma cidade e vários outros, até culminar minha carreira na direção geral da filial brasileira da Card Guard Scientific Survival Ltd., uma das mais importantes empresas do mundo em tecnologia médica.

Com o aprendizado adquirido com esses gênios dos negócios, aos 46 anos, depois de ter curado meu câncer renal, passei a dar consultorias e palestras, muito bem sucedidas, a muitas empresas, algumas delas gigantescas, como a Votorantim, Gerdau, Sabesp, Celg, Mahle Metal Leve, Motores Cummins, 3M, Pernambucanas, etc. 

Tive Universidades como clientes: a Unicamp, a Católica D. Bosco de Campo Grande, a Federal de Uberlândia, a UniUbe de Uberaba e várias outras. 

Dei consultoria para órgãos do governo no Brasil e na Argentina, Espanha, Paraguai e Coréia do Sul (Ministério de Indústria e Comércio). Falei em quase 300 agências do Banco do Brasil, da Caixa e do HSBC. Sou diretor de entidades de classe empresariais há mais de 30 anos.

Aos 73 anos, tendo vivido e passado por tantas e crises e dificuldades nestes 50 anos de gestão empresarial aprendi que na vida tudo é passageiro, coisas ruins e também as boas.

Então, vivendo mais uma vez em tempos de crise, economia em colapso, desemprego, desesperança, governos corruptos em todos os níveis, me proponho a dar palestras de motivação a empresas e empresários que ainda não veem a luz no fim do túnel. Não tem custo algum. Se for longe só me reembolsem o deslocamento, mas cobro sim a contribuição da doação de alimentos a instituições de beneficência para pessoas que vivem problemas ainda maiores do que os nossos. 

Nos últimos 16 anos de palestras Alice e eu obtivemos a doação de mais de 200 toneladas de alimentos encaminhadas a famílias carentes. A crise um dia acaba, mas a fome continua.

Os interessados entrem em contat
o pelo meu email 
michaelwinetzki@yahoo.com.br 

Que os Senhor os cubra de bênçãos.

fevereiro 09, 2024

GOTEIRA – SIGNIFICADO E ORIGEM


GOTEIRA é um jargão maçônico utilizado como uma espécie de sinônimo de profano, de um não iniciado na Maçonaria, que se faz presente entre um grupo de Maçons. Além deste termo existe a expressão “CHOVE” ou “ESTÁ CHOVENDO”, que serve como um alerta para que se evite, em sua presença, assuntos que só dizem respeito aos Maçons. Caiu em desuso a expressão “NEVA” ou “ESTÁ NEVANDO”, que se utilizava quando se tratava de uma mulher. E como essas palavras surgiram na Maçonaria?

Essa tradição vem desde os tempos da Maçonaria Operativa, em que se utilizava a palavra “COWAN” (que segundo alguns autores é um termo escocês arcaico, sem significado na língua inglesa), primitivamente para designar o pedreiro grosseiro, sem habilidades, sem conhecimento dos segredos da arte de construir e dos sinais, toques e palavras, e que por isso trabalhavam a qualquer preço. Esses “COWANS” tentavam se infiltrar nas Lojas Operativas para obterem os segredos e, descobertos, eram surrados e colocados debaixo de uma “GOTEIRA” para serem encharcados pela “CHUVA” ou então lhes davam um banho com roupa e tudo. A surra se justificava em razão da preocupação dos Maçons Operativos de que seus segredos não fossem revelados a quem não participava da corporação, garantindo-lhes uma reserva de mercado e a justa paga por seus serviços profissionais, que proporcionavam o sustento de suas famílias. 

Tal tradição permaneceu na Maçonaria Especulativa e o termo ‘COWAN”  passou a ser algo como um sinônimo de curioso, bisbilhoteiro, referindo-se aos não iniciados que por todos os meios, tentavam ouvir o que se passava nas sessões maçônicas, havendo os mais ousados que tentavam até introduzir-se nas Lojas. Esses curiosos quando descobertos eram colocados debaixo de uma ‘GOTEIRA”, de uma calha de ‘CHUVA”, para serem inteiramente molhados. As surras foram abolidas, pois não mais tinham razão de ser.

No século XVIII esses “COWANS”, bisbilhoteiros, curiosos, eram muito comuns e resultaram na criação do Cobridor Externo, exatamente para coibi-los. Eram 7 os cargos das primeiras Lojas Especulativas: um Mestre, dois Vigilantes, dois Diáconos, dois Expertos e um Cobridor Externo.

Muito pouca literatura maçônica da época relata essas situações e os livros antimaçônicos acabaram se tornando de fundamental importância histórica, pois neles tais práticas e muitas outras ao serem expostas, foram preservadas para a posteridade.

Em 1730 foi publicado o livro antimaçônico “Dissected Masonry” (Maçonaria Dissecada) de Samuel Prichard, onde consta o seguinte diálogo feito em Loja: 

 “P: Se um ‘COWAN’ ou bisbilhoteiro for apanhado, como deve ser castigado?

“R: Deve ser colocado debaixo do beiral da casa em dias de ‘CHUVA’ até que as ‘GOTEIRAS’ a escorrer pelos seus ombros, saiam pelos seus sapatos”.

Em um outro livro antimaçônico publicado em 1746, “Les Francs-Maçons Écrasés” (Os Franco-Maçons Esmagados), do Padre Abeé Larudam, é contado como ele e o Padre Perau (também autor de um livro antimaçônico), conseguiram se introduzir numa Loja Maçônica por conhecerem os sinais, toques e palavras, e seu colega, tendo sido descoberto (mas não ele, Larudam), recebeu a pena reservada aos intrusos: “O castigo consiste em colocá-los por baixo de um cano, de onde, por meio de uma bomba posta em funcionamento, lhes é dado um banho até que estejam molhados da cabeça aos pés. Tive a oportunidade de ver alguns exemplos em Berlim, Frankfurt e Paris, no Hotel Soissons (primitiva sede da Maçonaria francesa). O Padre Perau quis, apesar de profano, frequentar esta Loja de Maçons, como já tinha feito em vários lugares em Paris, mas um dos irmãos presentes certificara-se de que ele não passava de um falso Maçom, descobrindo-o por uma palavra destinada pela Loja em casos desta natureza; isto foi feito dizendo “CHOVE” e logo que tal palavra foi pronunciada o Venerável Mestre disse aos Vigilantes para verificarem quem poderia ser o culpado. Logo Perau foi descoberto, porque embora conhecesse os sinais, toques e palavras, não pôde informar onde tinha sido iniciado; foi, portanto, molhado sob o cano da bomba e regado completamente. Todos que lá estavam divertiram-se e riram muito às suas custas, tendo sido uma das cenas mais agradáveis para os Maçons ...”

Finalizando este post que se propunha unicamente mostrar a origem do termo GOTEIRA, acessoriamente demonstra que os meios usuais de reconhecimento podem não funcionar para um COWAN, um curioso, um GOTEIRA, que tenha lido alguma obra maçônica comprada na livraria da esquina ou mesmo feito uma simples consulta pela Internet, onde alguns desses meios de reconhecimento foram mostrados, além da possibilidade de um Maçom, inadvertidamente, tê-los expostos. Particularmente, nunca trolhei ninguém pelos meios usuais, pois até mesmo o trolhamento previsto nos Rituais muitos Maçons esqueceram algumas, se não todas, as respostas. Prefiro introduzir na conversa perguntas sobre o nome e nº da Loja, a Potência a que pertence, onde e em que dias a Loja se reúne, qual a idade maçônica, etc, que um profano, um COWAN, um GOTEIRA, pode ser facilmente identificado, sem expor nenhum meio de reconhecimento maçônico.

QUEM AINDA VÊ A MARAVILHA DO JUDAÍSMO ? - rabino Dr. Nathan Lopes Cardozo

 


O rabino Dr. Nathan Lopes Cardozo, fundador e decano do David Cardozo Think Tank, é um  palestrante e autor de muitos livros e ensaios sobre filosofia judaica e renovação haláchica. Ele é mundialmente conhecido por suas ideias
 
únicas sobre o judaísmo. Nativo da comunidade judaica hispano-portuguesa da Holanda que detém um Doutorado em Filosofia, o rabino Lopes Cardozo recebeu a ordenação rabínica do Gateshead Talmudic College, na Inglaterra, e estudou em Israel em várias instituições rabínicas líderes. Além de ensinar o público judeu, Rabi Lopes Cardozo muitas vezes palestras para público não-judeu sobre religião comparativa.

 

... Esse sentimento de admiração é a fonte inesgotável de seu desejo de conhecimento. Ele dirige a criança irresistivelmente para resolver o mistério, e se em sua tentativa encontrar uma relação causal, ele não se cansará de repetir o mesmo experimento dez vezes, cem vezes, a fim de provar a emoção da descoberta uma e outra vez ... A razão pela qual o adulto já não se pergunte não é porque ele resolveu o enigma da vida, mas porque ele se acostumou com as leis que governam sua imagem mundial. Mas o problema de por que essas leis particulares e outras não são válidas para ele tão incrível e inexplicável quanto a criança. Aquele que não compreende esta situação interpreta mal o seu significado profundo, e aquele que chegou ao palco onde ele não se pergunta mais sobre nada, simplesmente demonstra que ele perdeu a arte do raciocínio reflexivo. - Max Planck, Autobiografia Científica e Outros Documentos, NY, Philosophical Library, 1949, pp 91-93.

Em Shemot (34: 29-35), encontramos uma passagem fascinante sobre a descendência de Moshe do Sinai. Estamos informados de que Moshe decidiu cobrir o rosto com uma máscara depois de perceber que sua pele facial se tornara radiante, fazendo com que as pessoas se retirassem e não se atrevessem a se aproximar dele.

O que é absolutamente surpreendente, no entanto, é contrário a uma crença comum: Moshe caminhou diariamente pelo campo israelita com a sua máscara, desde que não falou com as pessoas para transmitir as palavras de D’us. Uma vez que ele teve que falar com eles, ele deliberadamente o tirou, revelando seu rosto luminoso. Em vez de acomodá-los, tornando mais fácil abordá-lo, parece que ele queria trazê-los para um ambiente espiritual completamente diferente antes de repetir as palavras de D’us como ele as tinha ouvido. Ao tirar a máscara apenas quando ele teve que repetir as palavras de D’us, ele as expôs a esse resplendor divino, que os surpreendeu por completa surpresa. O objetivo, então, foi buscá-los com a guarda.

Os seres humanos podem rapidamente tornar-se dessensibilizados até mesmo os estímulos mais surpreendentes, uma vez que eles se acostumam com eles. A maravilha desaparece. Para que o resplendor de Moshe tenha um efeito contínuo, teve que estar escondido para que, quando ele revelasse seu rosto, os israelitas se emocionassem profundamente com a luminosidade. Somente nessas condições, eles poderiam apreciar e valorizar as palavras de D’us, percebendo que toda palavra que Moshe falava em nome de D’us era autêntica. Caso contrário, as palavras de D’us tornar-se-iam medíocres e duvidosas. Familiaridade gera desdém.

A religião é a arte de saber o que fazer com espanto. Para garantir que não caia em complacência, nunca deve tornar-se quotidiano. Na verdade, este tem sido um dos maiores desafios para o judaísmo nos últimos cem anos. Enquanto nos dias de Moshe e os profetas, o judaísmo era experiente com profunda excitação religiosa, como uma representação majestosa do novo, ao longo dos séculos essa maravilha foi substituída por uma familiaridade devastadora. O judaísmo colocou uma máscara permanente que nunca foi removida.

Completamente incompreendendo o que é a vida e acreditando que resolvemos a maioria dos problemas em relação ao seu mistério, nos tornamos mentalmente excluídos da possibilidade do extraordinário e sem precedentes. Desanimamos nossa capacidade de surpresa.

Com o passar do tempo, transformamos o judaísmo numa instituição, um dogma e um ritual em que tudo precisa se encaixar perfeitamente. Mas o judaísmo é realmente sobre uma revolta na alma e a necessidade de romper com todos os tipos de ídolos. Trata-se de viver com trepidação espiritual em que o homem percebe que ele foi criado a partir de poeira, mas tem a capacidade de chegar ao Céu. Se os sucessos do homem dependerão ou não da sua vontade de admirar.

Transformamos o judaísmo numa religião que conforta, mas não desafia. Chegamos a uma doutrina coxa em que a coragem de destruir a insensibilidade foi desviada. Transformou-se em uma religião doce e confortável em que o homem pode dormir e nunca acordar.

O judaísmo de hoje, paradoxalmente, fez do homem moderno acreditar que a revelação divina é impossível. Como, afinal, pode alegar que o Divino pode entrar em nosso mundo quando rejeitou totalmente a noção de que a surpresa é o grande motor espiritual para a vida religiosa autêntica? Como alguém pode defender a crença na revelação no Sinai, quando simultaneamente comprou a estagnação espiritual pensando que a investigação científica é tudo o que há e a maravilha já não faz parte da nossa experiência?

Revelação baseia-se na noção de infrequência. Sua autenticidade e verdade são encontradas por ser diferente de todas as outras experiências. Sua singularidade é que ele não pode ser comparado a nenhum outro evento. É sui generis. Uma vez que tentamos explicá-lo, ele perde sua própria essência e propósito. Se extinguimos a centelha de sua singularidade, ela é reduzida à insignificância.

Maravilha é problemática para a lei. A aplicação da lei seria muito mais fácil se o mundo estivesse estagnado e consistisse em repetição infinita. A dificuldade real surge quando emergem repentinos e não convencionais. Tais momentos tomam a lei de surpresa.

Os julgamentos definitivos tornam-se irrelevantes, uma vez que não podem lidar com o novo e o inaudito. Nesses casos, os legisladores são obrigados a deixar suas confortáveis ​​torres de marfim. Ou admitem que a lei não tem nada a contribuir, ou se tornam inventores e mostram que a lei deixa espaço para o sem precedentes e a noção de maravilha.

Este é o grande desafio para as autoridades halájicas de hoje. Suas decisões são tomadas em um vácuo estéril em que toda surpresa é ignorada e até mesmo suprimida? Ou eles são feitos para estimular uma condição religiosa em que o homem viverá em um estado de grande incrédulo através do qual ele pode crescer e sentir o espírito interior de Halacha?

As decisões de hoje são transformadoras ou promovem a estagnação? Devemos ter halachada profética ou halachada colapsada?

O que precisamos é uma nova abordagem. Temos que recriar halacha para que mais uma vez se torne a manifestação de ações sagradas que geram maravilhas e maravilhas em todas as partes da nossa vida.

Pode ser hora de os rabinos convidarem pensadores religiosos que ainda vejam a maravilha do judaísmo e podem ajudá-los a tomar decisões adequadas antes que a religiosidade genuína seja sufocada.

Precisamos de pessoas que possam nos ensinar a tirar nossa máscara - que agora se fundiu com a nossa pele - e nos mostre o brilho original da palavra de D’us, como Moshe fez.

ÉRAMOS SETE - Roberto Ribeiro Reis



Sob a regência de um Venerável Mestre, cuja sabedoria e serenidade eram inatas, desfrutávamos de reuniões incríveis, regadas a boas instruções e um agradabilíssimo clima de fraternidade. Ao som de seu malhete, a 𝙡𝙪𝙯 𝙨𝙚 𝙚𝙨𝙥𝙖𝙧𝙜𝙞𝙖 soberana e de uma claridade inenarrável.

Os Aprendizes esboçavam ânimo e 𝙙𝙞𝙨𝙥𝙤𝙨𝙞𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙚 𝙩𝙧𝙖𝙗𝙖𝙡𝙝𝙖𝙧, porquanto conduzidos pelo primeiro vigilante, que lhes ensinava, simultaneamente, a arte do silêncio, bem como a hora ideal em que cada um poderia se pronunciar em Loja. Tudo feito com distinta elegância e um tratamento de invejável lhaneza.

À segunda vigilância cabia a 𝙚𝙭𝙤𝙧𝙩𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙖̀ 𝙗𝙚𝙡𝙚𝙯𝙖 da obra do Criador, concitando os Companheiros a admirarem o resultado de sua dedicação, enamorando a pedra cúbica, fruto inevitável aos Geômetras que sabem aplicar sua Gnose, com a Genialidade necessária. Que essa 𝙂𝙚𝙤𝙢𝙚𝙩𝙧𝙞𝙖 𝘿𝙞𝙫𝙞𝙣𝙖 se espalhe por muitas Gerações, através do incansável labor dos companheiros.

A 𝙚𝙨𝙩𝙧𝙚𝙡𝙖 𝙛𝙡𝙖𝙢𝙚𝙟𝙖𝙫𝙖 ao sul, e sua resplandecência era tamanha que inspirava o Orador a discursar sobre a Misericórdia Maior do Supremo Arquiteto, e sobre o Seu 𝘼𝙢𝙤𝙧 𝙄𝙣𝙘𝙤𝙣𝙙𝙞𝙘𝙞𝙤𝙣𝙖𝙡 para com todos nós, independente das reincidentes transgressões que cometemos, diariamente, em nossas vidas.

Todos os Mestres ficavam embevecidos e extasiados pela 𝙚𝙜𝙧𝙚́𝙜𝙤𝙧𝙖 𝙨𝙪𝙩𝙞𝙡 que ali era formada. Não havia azo para o ingresso de vibrações inferiores, e os sentimentos vulgares já haviam sido defenestrados ainda na Sala dos Perdidos Passos.

A essa altura, sob o deslumbre de um 𝙛𝙞𝙧𝙢𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙖𝙯𝙪𝙡 𝙘𝙚𝙡𝙚𝙨𝙩𝙚, recheado de astros e de estrelas, o Secretário tinha a digna e perfeccionista missão de tudo relatar, minuciosamente, para que aquela sessão entrasse para os anais daquela Loja como sendo Justa e Perfeita.

Todas as 𝙚𝙛𝙚𝙢𝙚́𝙧𝙞𝙙𝙚𝙨 eram devidamente 𝙘𝙝𝙖𝙣𝙘𝙚𝙡𝙖𝙙𝙖𝙨, como forma de valorizar aos Irmãos, cunhadas e sobrinhos, numa demonstração de inequívoco apreço e substancial afeto. Nada passava despercebido para o Irmão cujos cuidados e memória saltavam aos nossos olhos.

O metal depositado na Bolsa de Benevolência era tão farto, que se assemelhava às generosas doações ofertadas nos gazofilácios, como no 𝙏𝙚𝙢𝙥𝙡𝙤 𝙙𝙚 𝙅𝙚𝙧𝙪𝙨𝙖𝙡𝙚́𝙢. Ou seja, a beneficência era algo imprescindível, por cujo meio os Irmãos socorriam às aflições do próximo, num gesto de mais puro amor e altruísmo.

Éramos sete irmãos que tornávamos –ritualisticamente- a Loja Justa e Perfeita. Só o fazíamos porque 𝙩𝙤𝙙𝙤𝙨 𝙤𝙨 𝙙𝙚𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙊𝙗𝙧𝙚𝙞𝙧𝙤𝙨 𝙣𝙤𝙨 𝙖𝙪𝙭𝙞𝙡𝙞𝙖𝙫𝙖𝙢, com a mesma mestria e importância, nesse Sagrado Ofício. Não havia distinções entre nenhum dos Pedreiros, em razão de ocupação ou não de cargo.

O que chamejava em nossos Augustos Trabalhos era um 𝙖𝙧𝙙𝙤𝙧 𝙙𝙞𝙫𝙞𝙣𝙤, que foi capaz de nos fortalecer, de nos manter unidos, e de fazer verter em nós a vida em sua plenitude e abundância. A bem da verdade, não éramos somente sete. Éramos “𝙨𝙚𝙩𝙚 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙣𝙨 𝙚 𝙢𝙖𝙞𝙨”...



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