fevereiro 22, 2024

DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM - 22 DE FEVEREIRO


O dia 22 de fevereiro foi fixado como o "DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM". Esta data foi escolhida, pois exatamente neste dia, comemora-se nos Estados Unidos, o aniversário de GEORGE WASHINGTON. 

Do dia 20 a 22 de fevereiro de 1.994, realizou-se em Washington, capital dos Estados Unidos, a Reunião Anual dos Grãos-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte, com a presença das Obediências Grande Loja da Inglaterra, Grande Loja Nacional Francesa, Grande Loja Regular de Portugal, Grande Oriente da Itália, e o Grande Oriente do Brasil entre outras. 

Ao final dos trabalhos, o Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Fernando Paes Coelho Teixeira, sugeriu a fixação da data do dia 22 de fevereiro como o "DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM", a ser comemorado por todas as Obediências reconhecidas, o que foi totalmente aprovado por todos os presentes. 

Washington foi iniciado na Maçonaria no dia 4 de novembro de 1.752, na "Loja Fredericksburg nº 4", de Fredericksburg, no estado da Virginia; elevado ao grau de Companheiro em 1.753, e exaltado a Mestre no dia 4 de agosto de 1.754. Vale ressaltar que a Maçonaria nos Estados Unidos teve início em 23 de abril de 1.730, no estado de Massachussets, portanto 02 (dois) anos antes do nascimento de George Washington. 

O Primeiro Presidente Norte-Americano GEORGE WASHINGTON foi o primeiro presidente norte-americano, sendo um forte defensor da democracia, permitiu que o seu país emergisse como uma nação verdadeiramente voltada aos interesses do povo. Washington foi eleito por duas vezes ao cargo, mas após o final de seus mandatos, ele não tentou permanecer no poder. Ele então estabeleceu a organizada e pacífica passagem de poder de um líder eleito para outro - um precedente que sempre permaneceu em vigor em toda a história dos Estados Unidos. Segundo alguns biógrafos de George Washington, este não era um grande pensador ou orador assim como outros líderes americanos anteriores tais como Thomas Jefferson, James Madison ou Benjamin Franklin. 

Entretanto, sua liderança provou ser ainda mais valiosa que a mente brilhante destes homens. Não fosse por sua liderança, provavelmente as bases para a lei, ordem e democracia nos Estados Unidos não teriam se estabelecido de forma tão sólida e não teriam resistido ao tempo. 

Representante da Virginia no 1º Congresso Continental (1.774) e Comandante-geral das forças coloniais (1.775), dirigiu as operações, durante os cinco anos da Guerra de Independência, após a declaração de 1.776. Ao ser firmada a paz em 1.783, renunciou à chefia do Exército, dedicando-se então aos seus afazeres particulares. 

Como Presidente da República norte-americana, nunca olvidou a sua formação maçônica: ao assumir o seu primeiro mandato, em abril de 1.789, prestou o seu juramento constitucional sobre a Bíblia da "Loja Alexandria nº 22", da qual fora Venerável Mestre em 1.788; em 18 de setembro de 1.783, como Grão-Mestre da Grande Loja de Maryland, colocou a primeira pedra do Capitólio - o Congresso norte-americano - apresentando-se com todos os seus paramentos e insígnias de alto mandatário Maçom.

GEORGE WASHINGTON faleceu em sua casa, em 14 de dezembro de 1.799, seu sepultamento ocorreu no dia 18, na mesma propriedade de Monte Vernon, numa cerimônia fúnebre Maçônica, dirigida pelo Reverendo James Muir, capelão da "Loja Alexandria nº 22", e pelo Dr. Elisha C. Dick, Venerável Mestre da mesma Oficina. 

O legado do primeiro presidente norte-americano continua até hoje. A capital do país, Washington D.C. (Distrito de Colúmbia), recebe seu nome. Uma nação agradecida reconhece que sua grandeza se deve em grande parte a homens como Washington, que lutaram para criar um país baseado nos ideais de "vida, liberdade e a busca pela felicidade". Mesmo que a história americana não seja impecável, a nação provou ser uma fonte de liberdade, oportunidade e riqueza para norte-americanos e imigrantes de outras nações do mundo. 

Pelo exposto, a fixação do dia 22 de fevereiro como "DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM", representa uma justa homenagem a um grande maçom, que antes de tudo, após a sua luta pela Independência de seu país, preferiu como forma de governo, a República Democrática à monarquia, transformando-se num dos Grandes vultos da História Universal. 

http://www.colegioveneraveis.com/datas/macon_internacional.htm

A (IM)PERFEIÇÃO E AS OLD CHARGES (II) - Paulo M.


Em pleno século XIX houve diversas tentativas de se tornar menos estrita a regra que impedia a admissão de deficientes físicos na Maçonaria, alegando-se ser esta um legado dos tempos da maçonaria operativa. Algumas Grandes Lojas deixaram, mesmo, cair este requisito, exigindo apenas que o candidato tivesse a capacidade física estritamente necessária a que pudesse ser iniciado e receber os ensinamentos da Ordem. Mas logo vozes se elevaram, recordando que o que estava em causa era um dos landmarks da Maçonaria, que são por definição imutáveis, e por isso a questão não careceria sequer de mais discussão. Independentemente da origem do preceito residir na maçonaria operativa e ter, entretanto, deixado de fazer sentido, este deveria ser cumprido, sob pena da retirada do reconhecimento às Obediências que não o cumprissem e fizessem cumprir. Mas não se pense que, sem mais debate, a questão se ficava por aqui, ou que os argumentos alegados eram desprovidos de substância; pelo contrário.

Alegava-se, por exemplo, que a Bíblia descreve, repetidamente, como só um animal perfeito e sem mancha podia ser oferecido em sacrifício. Se o bicho tivesse a mínima imperfeição deixava de ser passível de ser oferecido em holocausto: ao Divino não se oferecia senão o que se tinha de melhor. Ainda nesta perspetiva, uma vez que, em Maçonaria Regular, se trabalha “À Glória do Grande Arquiteto do Universo” – donde decorre que o trabalho que se faz é feito em Sua intenção, sendo cada maçon a sua própria oferenda – a aplicar-se à letra o antigo princípio da perfeição da vítima sacrificial, poder-se-ia discorrer que um deficiente físico não seria “suficientemente bom” para ser oferecido ao Grande Arquiteto do Universo.

Outro dos argumentos teria que ver com a capacidade de trabalhar. A Maçonaria – mesmo a Especulativa – socorre-se do trabalho como forma e método de aprendizagem, pelo que a incapacidade para desempenhar tarefas úteis poria em causa todo o método maçónico. Por outro lado, é essencial que um maçon se baste a si mesmo, pois de outro modo não teria a disponibilidade mental para se aperfeiçoar enquanto pessoa. É uma questão de prioridades: primeiro o sustento do corpo, depois o apuramento do espírito.

A própria simbologia maçónica era usada como argumento. Discutia-se, com a maior seriedade, se, uma vez que a maçonaria tinha por objetivo a “construção do Templo” a partir das pedras que cada um ia tratando de polir, não seria contrário à mesma maçonaria aceitar pedras “tortas”? Que Templo Perfeito poderia a Maçonaria almejar construir à Glória do Grande Arquiteto se as pedras não fossem todas perfeitas?

Espantosamente, este debate ainda persiste; ainda há Obediências – Grandes Lojas – cujos regulamentos proíbem a admissão de deficientes físicos. Contudo, mesmo a maioria dessas admite que, se um Irmão ficar limitado (amputado, paralisado…) após a sua admissão, terá todo o apoio da loja.

Na Grande Loja Legal de Portugal/GLRP a questão, tanto quanto sei, não se coloca. As condicionantes à admissão são, de acordo com a Constituição e Regulamento Geral da GLLP, apenas que os candidatos sejam

“homens livres e de bons costumes que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz” , que tenham “o respeito pelas opiniões e crenças de cada um”, e sejam “homens de honra, maiores de idade, de boa reputação, leais e discretos, dignos de serem bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem, e o infinito poder do Eterno”.

Pode argumentar-se que um deficiente físico não é inteiramente livre. Fosse esse um requisito – ser inteiramente livre – e não haveria quem pudesse ser admitido na maçonaria. Todos nós só o somos até certo ponto. Quanto à iniciação, será que se perde alguma coisa se for feita de cadeira de rodas? Claro que sim. Mas não se perde mais numa iniciação do que num passeio na cidade; quem está limitado sabe que o está, e em que medida.

E um surdo? Ou um cego? Poderão ser iniciados maçons? Não vejo porque não. Desde que aptos a comunicar, estou certo de que se providenciaria o que fosse razoável para os acomodar. Um surdo pode, por exemplo, ler nos lábios; e poderia “falar” por escrito, à falta de melhor. Um cego pode ouvir e falar – apesar de poder ser curioso ouvir da sua boca algumas fórmulas rituais que se referem à Luz e às Trevas, por exemplo, mas basta que interiorizemos que a Luz e as Trevas, em Maçonaria, são simbólicas, não precisando nós dos olhos para as poder entender, para que logo as suas palavras deixassem de soar estranhas.

Pode um amputado praticar natação? Ou um paraplégico jogar basquete? Sabemos que podem. E podem competir de igual para igual com uma pessoa não deficiente? Tenho as minhas dúvidas. Mas poderá a prática desportiva tornar a sua vida mais completa, incrementar a sua saúde, torná-los pessoas mais felizes? Disso já tenho a certeza. Do mesmo modo, poderá um deficiente físico tirar partido da maçonaria tanto quanto alguém que o não seja? Bom… em muitos casos até pode, mas admitamos que não podia. Seria essa lacuna, esse inultrapassável obstáculo, razão para que fosse impedido de atingir todo o resto?


Publicado no Blog “A partir pedra” em 25 de Dezembro de 2010

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A DEPRESSÃO -


O que Você precisa saber sobre a depressão física, orgânica e psicológica.

Considero importante este tema para todos, especialmente para psicoterapeutas e curadores.  O leigo não avalia o  abismo e fundo do poço que pode levar a depressão na vida de uma pessoa. Precisamos compartilhar esta informação e levar a consciência em todos os canto do mundo. A depressão poderá se cronica se não for tratada.

 “A depressão gera depressão: a pessoa levemente deprimida não pode admitir o estresse de que necessita a fim de prosperar.

 Ao contrário, tem de constantemente procurar formas e meios de relaxar, acalmar seu sistema, tranquilizar  a mente e seus turbilhões. A compreensão e o desenvolvimento tornam-se muito lentos à medida que o indivíduo deprimido fica cada vez mais esquivo, virando as costas para as pessoas, os lugares e as comoções que animam a vida.

Por tudo isso, é preciso aliviar a depressão, usando quaisquer meios que estejam à mão: depressão é antivida; ela traz consigo o fechamento de possibilidades, a diminuição da luz. Mesmo em suas formas mais sutis, silencia a alma.

A BIOLOGIA  do Cérebro - Depressão Mascarada  e Orgânica.

Talvez o aspecto mais criativo dessa hipótese seja o relacionado à transformação da tristeza em depressão: o lado esquerdo superativo no cérebro da pessoa triste, segundo pesquisadores, acaba se autoconsumindo, tornando-se o lado esquerdo subativo do clinicamente deprimido.

A lição da depressão, bem como das outras sombras mentais, indica que se deve pensar no cérebro de maneira diferente. Em geral, não se pensa em preservá-lo e protegê-lo como se pensa, por exemplo, em preservar e proteger o coração.

Quando o assunto é a saúde do coração, todos sabem que o correto é interceptar a doença cardíaca antes dela desenvolver-se. Por isso nos inundam com  artigos sobre dietas, exercícios e estilos de vida para manter o coração saudável. A mensagem é: previnam-se.

Com os problemas de origem cerebral, porém, supõe-se que a coisa a fazer é aguentar e esperar dias melhores. Pode-se procurar terapia verbal quando se sente muito mal, mas a maioria das pessoas precisa sentir-se péssima antes de pensar sequer em pedir a um amigo que indique um terapeuta. Imaginam que, mais cedo ou mais tarde, problemas de origem cerebral cuidarão de si mesmos.

Mas o fato é que o cérebro é como qualquer outro órgão no corpo: como o coração, também precisa de cuidado e alimentação. Deve-se tratar de pequenos problemas no funcionamento cerebral antes que se tornem grandes.

 A parte a profunda tristeza e a força destrutiva de uma depressão clínica desenvolvida, motivo suficiente para buscar a prevenção, as pesquisas mostram que a doença deixa sequelas no cérebro depois de desaparecer.


A mais perturbadora dessas descobertas é a de que a depressão clínica pode “nos preparar” para uma segunda crise, da mesma maneira que um deslocamento no tornozelo deixa os ligamentos mais vulneráveis a outro deslocamento.

Mas depois disso, para muitos, a depressão adquire natureza mais “orgânica”. A segunda crise ocorrerá como reação a um problema muito menor, a terceira será desencadeada por algo ainda mais tênue, e assim por diante.

 Por fim, a depressão acaba adquirindo vida própria, parecendo eclodir por livre determinação; torna-se cada vez mais difícil definir o motivo ambiental que provocou a recorrência. Nesse ponto, os clínicos diagnosticarão o paciente como vítima de depressão endógena, quando na verdade o seu cérebro ficou susceptível à depressão endógena por causa de surtos prévios de depressão reativa.

Pesquisadores ligam essa sequência progressiva ao fenômeno incitante conhecido dos clínicos no campo da epilepsia. O efeito incitante tem a ver com a resposta cerebral à corrente elétrica. Em geral, o cérebro suporta uma descarga substancial de eletricidade sem entrar em convulsão, mas não consegue suportar repetidas descargas de baixa voltagem.

 Ao receber pequenos choques, o cérebro começa a “convulsionar” e, mais importante, choques contínuos ainda menores começam a provocar convulsões maiores. Pequenos choques, que não perturbam o cérebro que recebeu choques, podem impelir o cérebro que já os sofreu muitas ao espasmo violento.

A analogia com a depressão é óbvia e pode ser biologicamente testada. Depressões anteriores deixam a pessoa abalada e vulnerável. Uma vez que se foi ferido o bastante, torna-se mais fácil mergulhar em depressão por causa de um problema que passaria quase despercebido numa pessoa com a existência anterior tranquila.

 Quando o cérebro acaba se tornando cada vez mais reativo a problemas cada vez menores, o problema “desencadeador” mal é perceptível. Ainda mais intrigante, o Dr. Brown relata que as depressões endógenas muitas vezes ocorrem de seis meses a um ano após o acontecimento precipitador, tornando-o ainda menos identificável pelos clínicos e pacientes.

 Quando as depressões reativas evoluem para endógenas, isso significa que a pessoa desenvolveu uma “reação retardada” ao estresse. Essa reação torna sua vida e suas emoções confusas para ela, a família e os amigos. Mesmo a depressão leve é uma ladeira escorregadia. Assim que se entra nela. o combate estóico não é a resposta. Como descobriu Caroline, a depressão pode ser tratada.

 Embora durante anos os profissionais distinguissem entre depressões reativas (em reação a acontecimentos dolorosos) e depressões endógenas (causadas mais pela biologia do que pela reação à realidade estressante), essa distinção está caindo por terra.

EM SUA SUPERFICJE, a depressão “leve” parece um problema moderado. Julgamos a pessoa levemente deprimida como uma alma apagada: uma figura melancólica, talvez tímida, parada na periferia do desfile da vida. Uma pessoa que prejudica mais a si própria que aos outros.

As descobertas de Dr.George acerca da tristeza e da depressão são fascinantes, pois revelam uma diferença — e possivelmente um vínculo causal e de desenvolvimento — entre a tristeza normal e a verdadeira depressão clínica. Ou seja, uma pessoa momentaneamente triste difere, na TEP, de uma clinicamente deprimida. A pessoa meramente triste mostra maior metabolismo de glicose — maior atividade — no lado esquerdo do cérebro do que quando se sente em estado de neutralidade emocional.

 O lado esquerdo,  especificamente o córtex cerebral esquerdo (para encurtar, o cérebro “superior”, pensante) e a região límbica esquerda (o cérebro evolucionariamente mais “primitivo” e emocional, às vezes chamado de cérebro reptiliano) se “acendem”.

Trata-se, por vários motivos, de uma descoberta fascinante. Ela aparentemente contradiz a opinião generalizada, e mencionada acima, de que as emoções negativas são uma função do cérebro direito: que um bebê “negativo”, ou um adulto deprimido, mostrarão maior atividade no lado direito do cérebro do que no esquerdo. George está a par dessas descobertas.

Na verdade, segundo ele, nove estudos confirmam o seguinte:
O nível de atividade no córtex pré-frontal esquerdo correlaciona-se com o grau de depressão. E uma relação linear: quanto menos atividade, maior depressão.

Por que então, nas tomografias de Dr. George, vemos a tristeza iluminar o lado esquerdo?

Embora a neurociência ainda não possa resolver essa discordância nos dados, George especula que o lado esquerdo com excesso de atividade, nas pessoas tristes mas saudáveis, seja fruto do esforço cerebral de “contra-regular” o lado direito hiperativo:

o córtex pré-frontal esquerdo entra em excesso de atividade para contrabalançar a alta velocidade do lado direito. Por isso, o que pesquisadores como Dr. George talvez vejam nas tomografias de indivíduos normais, temporariamente tristes, seja o esforço do cérebro para retornar à normalidade. Não é o lado esquerdo hiperativo do cérebro que nos faz sentir mal; é ele que nos ajuda a parar de nos sentirmos mal.

Embora essa interpretação dos dados seja, por ora, apenas especulativa, as tomografias apóiam a percepção de que existe uma diferença, no nível biológico, entre a tristeza comum e a depressão clínica.

 Na verdade, uma das mais importantes diferenças sentidas entre a tristeza cotidiana e a depressão clínica pode ser a relativa falta de tristeza verdadeira nos gravemente deprimidos:

 quando Dr. George e seus colegas pediam a indivíduos deprimidos que induzissem um estado de tristeza em si mesmos, eles não conseguiam fazê-lo — descoberta compatível com a visão psicanalítica exposta no famoso ensaio “Luto e Melancolia”, de Freud.

Ali, Freud diz que o paciente gravemente deprimido tem de ser ajudado a chorar, ajudado a experimentar sua tristeza e perda.

 George descreve o que acontece:
Perguntávamos aos indivíduos sobre situações de vida em que se sentiram muito felizes ou muito tristes. Queríamos acontecimentos reais. Ao pesquisar a tristeza, tentávamos descobrir momentos realmente tristíssimos, o que eles vestiam, onde se encontravam na ocasião e coisas assim. Obtínhamos detalhes.

No dia da TEP, dizíamos: “Você está ali, perto do túmulo, lembrando como se sentia... tente se sentir assim agora.”

As pessoas deprimidas não conseguiam fazer isso. As felizes, sim; estas chegavam ao laboratório, passavam alguns momentos pensando na perda de um ser amado e ficavam, de fato, muito tristes, tão tristes que isso originava uma diferença funcional em seu cérebro.

 Também conseguiam recompor um estado de felicidade ou até euforia, lembrando-se de momentos muito felizes em sua vida. Mas os deprimidos não conseguiam ficar temporariamente felizes (não é de se admirar), nem reviver os sentimentos que haviam tido ao lado do túmulo.

Suas emoções ficavam embotadas, esquivas, e se queixavam de estar insensíveis Embora a tristeza comum e a depressão clínica pareçam muito diferentes numa tomografia inicial, as duas convergem mais tarde, argumenta George.

 Talvez o aspecto mais criativo de sua hipótese seja o relacionado à transformação da tristeza em depressão: o lado esquerdo superativo no cérebro da pessoa triste, segundo ele, acaba se autoconsumindo, tornando-se o lado esquerdo subativo do clinicamente deprimido.

George refere-se ao lado esquerdo do cérebro, na tristeza, como sendo “hiperativo”. Se nada acontece para reanimar a pessoa cronicamente triste, ela acaba exaurindo seu lado esquerdo, tornando-o, então, hipoativo.

Isso é o que os clínicos encontram na tomografia: a pessoa deprimida com o cérebro esquerdo lento. Os pesquisadores batem suas fotografias em determinado momento, não vendo assim a anterior alta atividade do lado esquerdo, responsável pela baixa atividade encontrada em seus estudos.

 Claro, essa hipótese não explica o recém-nascidos ansiosos com perfil de alta atividade no lado direito/baixa atividade no lado esquerdo, pois esses bebês ainda não tiveram tempo de vida suficiente para passar da “tristeza” hiperativa à “depressão” hipoativa.

O trabalho de conciliar os dados de recém-nascidos ansiosos com as tomografias de adultos ansiosos e deprimidos originará, sem dúvida, uma nova compreensão do que são a tristeza, a depressão e suas muitas variações.

Mas seja o que for que ocorra com os recém-nascidos “deprimidos”, a implicação clínica é clara: deve-se levar a sério mesmo uma depressão muito leve, pois ela pode tornar-se grave (o que, aliás, acontece em metade dos casos).

 Além disso, a depressão leve é curável, o que é mais um motivo para tratá-la quando ocorre. Nos estudos dos cônjuges de luto, verificou-se que, quando o recém- viúvo recebe cuidados profissionais, na forma de terapia verbal ou medicação antidepressiva, cai drasticamente, de 50 para 10 a 20%, o número dos que entram em depressão clínica, dependendo do estudo. No tocante à depressão, a prevenção parece corresponder a nove décimos da cura.

Ao examinarem o “histórico natural” da depressão, os pesquisadores George Williarn Brown, da Universidade de Londres, e Elien Frank, da Universidade de Pittsburgh, constataram, em vez disso, que quase todos os primeiros episódios de depressão são reativos: ocorrem em reação a acontecimentos dolorosos.

OS DÉFICITS SOCIAIS DA DEPRESSÃO

Mesmo se as depressões não danificassem a biologia cerebral, seu impacto na qualidade de vida continuaria sendo devastador demais para que elas não fossem levadas a sério. Uma vasta literatura, que abrange 20 anos de investigação, revela os déficits sociais da depressão; já em 1974, Peter M. Lewinsohn propunha o que chamou de a “teoria da depressão do déficit de aptidão social”.

Invariavelmente, pesquisadores consideram a depressão um distúrbio sem atrativos. As pessoas deprimidas não costumam ser queridas. (Essa descoberta se aplica também às pessoas ansiosas e às com transtorno bipolar.)

Como dizem os pesquisadores Chris Segrin e Lyn Y. Abramson, na rigorosa linguagem da psicologia acadêmica: Uma análise das pesquisas indica que pessoas deprimidas são, com certeza, rejeitadas em seu ambiente social. A depressão associa-se, em geral, a inadequações no comportamento social.

Obviamente, qualquer estado que faça a pessoa ser “com certeza” rejeitada pelos amigos e entes queridos merece ser examinado; só por isso, mesmo a pessoa levemente deprimida faria bem em procurar ajuda. Enfrentar a rejeição daqueles que se ama, inclusive os filhos (um comovente estudo descobriu que filhos evitam contato de olhar com pais deprimidos), não é maneira de se viver.

A contribuição de Segrin e Abramson para esse tema foi estudar exatamente o que os deprimidos fazem para atrair a rejeição. E, como se revelou, eles têm um problema verdadeiro de “aptidão” social que não se origina do chamado contágio de humor.

 Em outras palavras, o problema com os deprimidos não é que eles façam os que o cercam se sentirem deprimidos também, nem que eles sejam monumentos ao baixo-astral. O problema é que os deprimidos comportam-se de maneiras que os fazem ser considerados, em essência, rudes.

Eles economizam traços sociais positivos que são necessários: raras vezes sorriem ou gesticulam e só respondem a perguntas após longas e constrangedoras pausas. Exibem uma “pobreza de discurso”: se alguém contasse o número de palavras que usam ao conversar, e as comparasse às usadas pelos não deprimidos, a soma seria inferior.

Suas atitudes “não-verbais” também são pobres: contatos de olhar escassos, voz de tom monocórdio e muito grave. Ao conversar, balançam a cabeça, muito menos que os não-deprimidos. Todos esses comportamentos são  encarados como sinais de indiferença. E, como observam Segrin e Abramson as pessoas gostam daqueles que lhes respondem com animação, entusiasmo e atenção — exatamente as qualidades que faltam aos deprimidos e retraídos.

Segrin e Abramson argumentam que, quando se trata de aptidão social e depressão, pode-se responder à pergunta sobre a galinha e o ovo de duas maneiras.

Há provas de que aptidões sociais pobres causam depressão (sempre um perigo em formas brandas de autismo e de distúrbio de déficit de atenção) e que a depressão causa aptidões sociais pobres.

O fato interessante é que os pesquisadores acham que a pessoa sociável, com um déficit temporário nas aptidões sociais devido à depressão, tem o melhor prognostico, pois quando sua depressão, desanuvia um pouco, ela é capaz de recuperar sua “sensibilidade para com as outras pessoas” em geral é eficiente, e reconquistar as reações positivas que a ajudarão a escapar do desespero.

Enquanto isso, os deprimidos que sofrem de um déficit de longa data nas aptidões sociais simplesmente continuarão a criar situações em que os outros os rejeitam, dando-lhes mais motivos para permanecerem deprimidos.
A pesquisa de D. F k tti revela que, na verdade, os depressivos crônicos diferem significativamente dos recorrentes em termos de dificuldades sociais.

Ele verificou que pessoas com depressão crônica, não admitida, não só se saem pior nas relações sociais como também mostram menos adequação na adolescência. Em suma, os depressivos crônicos muitas vezes têm problemas sociais que remontam a muitos anos. Ainda não se sabe o que significa isso em termos de tratamento.

Não surpreende que pelo menos dois estudos (um deles conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental) tenham descoberto que a terapia interpessoal (que se concentra nos relacionamentos) é mais eficaz no tratamento da depressão que a terapia cognitiva (que focaliza os pensamentos negativos do paciente).

Mas outros estudos demonstraram o oposto. Um grupo de pesquisadores concluiu que a terapia cognitiva funciona melhor para os pacientes depressivos com um estilo intelectual de enfrentar os problemas, enquanto a terapia interpessoal é útil para os pacientes que preferem a abordagem emocional. As opiniões variam.

As formas mais brandas de depressão, contudo, podem manifestar-se de forma mais vívida. Pessoas com depressão muito leve estão sempre estressadas, desconfiados e sem coragem para iniciar algum projeto, aos frangalhos, irritáveis, tem insônia, e podem buscar alivio no álcool ou nas drogas. Berram com os filhos, resmungam com os cônjuges. Não se divertem nem um pouco com a vida.

Apesar de tudo isso, às vezes não são “neuróticas”, no sentido convencional do termo. Embora a depressão profunda possa ser — e em geral é — uma experiência venenosa para o ego e para o amor, os levemente deprimidos atingem a maioridade sob uma pressão interior muito mais leve.

 Uma pessoa que nasce com tendência biológica a ser apenas levemente deprimida pode ter uma infância feliz e até uma adolescência feliz ou ao menos tolerável. Se o adulto levemente deprimido foi abençoado com uma família que acredita nele, cria uma auto-imagem tão segura e sólida de si mesmo quanto a dos mais animados otimistas natos.

Ele é ajudado, nesse processo, por aspectos ao mesmo tempo biológicos e psicológicos da depressão “suave”. Um fato biológico  interessante foi a descoberta de que as sombras mentais da depressão muitas vezes não vêm acompanhadas de grande ansiedade — como invariavelmente acontece com a depressão grave.

Claro, alguns indivíduos levemente deprimidos também são muito ansiosos; não pretendemos minimizar o problema. Um estudo descobriu que cerca de um terço dos indivíduos levemente deprimidos também são clinicamente ansiosos. Sobra, pois, uma grande maioria que, embora levemente deprimida, não é preocupada ou receosa.

Para os levemente deprimidos, isso é uma fonte de força. Em sua forma mais simples, a “ansiedade” é apenas uma palavra codificada para “medo”, uma emoção de fato corrosiva. E a imagem do ansioso ou medroso que se invoca pelo termo, hoje meio esquisito, “neurótico”: o indivíduo agitado, receoso, acometido por um problema após outro.

Em contraposição, o apenas levemente deprimido não está preocupado com perigos invisíveis, ou com um futuro azarento. Em consequência  disso, percebe com clareza quem é e o que faz; pode levar uma vida restrita devido à sua falta de prazer e expansividade, mas reconhece que é sua vida.

 O nível agudo de confusão pode ser menor na depressão leve do que em outros distúrbios brandos.

A psicologia da depressão leve ainda confirma a auto-imagem. Isso se deve ao fato de as pessoas levemente deprimidas estarem quase sempre certas. Suas percepções, opiniões, visão do mundo — a pessoa levemente deprimida, por assim dizer, tende a ser confirmada em sua sombria visão da vida.

Já o otimista nato só vê coisas felizes diante de si, e tem pensamentos positivos; desliza pela vida em um estado flutuante de benigna alienação. Shelley E. Taylor, da Califórnia, revela no seu livro de forma deliciosa as mil e uma maneiras como as pessoas alegres iludem a si mesmas.

 Uma das mais tocantes é a crença, defendida por 90 por cento de todos os motoristas de automóveis, de que dirigem “melhor do que a média” — uma impossibilidade estatística. Como revela Taylor, os levemente deprimidos tendem a não alimentar tais ilusões gratificantes” Johnson Cath


Fonte: http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/

AS JÓIAS COM UM SENTIDO MÍSTICO - Pascoal Gomes

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Nós, que temos a tradição judaico-cristã do mundo ocidental, crescemos ouvindo relatos e histórias do Velho Testamento. Ao freqüentarmos as Igrejas, Templos ou Sinagogas, nos familiarizamos com os relatos contados no Antigo e no Novo Testamento: a criação do mundo, a história dos Patriarcas, Adão e Eva no Jardim do Éden, a Fuga dos Hebreus do Egito, etc. etc. Pode ser que nos tenhamos nos perguntado se, por trás daqueles contos tão fascinantes, não se escondia um segredo, um significado oculto que nos parecia indecifrável mas que nossa intuição nos dizia ser extremamente importante. Ninguém nos revelou este segredo mas os sacerdotes ou rabinos, estudiosos dos assuntos relacionados à Revelação Bíblica, nos ajudaram a percorrer este caminho, indicando-nos os marcos mais importantes. O caminho do conhecimento, porém, é um caminho solitário, somente percorrido por poucos eleitos.

A Torá, e os outros textos antigos, contém uma sabedoria única. A Cabalah nos fornece a chave para decifrar seu sentido, é uma sabedoria milenar que nos abre um caminho inteiramente novo para a compreensão de nosso destino, de nossa missão nesta encarnação. Assim, a Tanach pode ser decifrada, além dos fatos históricos e anedóticos nela contados, mas com seu significado profundo e oculto. Ela nos fornece as respostas para questionamentos tais como:

- A existência de Deus

- A natureza da alma humana

- Os segredos da Criação

- O escopo da nossa existência

- A compreensão de nosso caráter

- A finalidade do Homem na Terra

- A espiritualidade,

E tem muito mais....

A Cabala contém os códigos e sistemas que aplicados às Sagradas Escrituras nos permitem de perceber o significado intrínseco dos ensinamentos, em quatro níveis fundamentais:

1) simples ou literal

2) simbólico

3) filosófico e moral

4) esotérico e secreto

As letras do Alfabeto Hebraico, 22 letras, associadas de várias formas, indicam as várias manifestações de D’US – J H V H . A cabala decifrou o significado espiritual das três frases que aparecem no Livro do Êxodo (Capitulo 14, vers. 19, 20, 21). Onde cada uma das frases, escritas em hebraico, contém 72 letras que revelam a combinação dos 72 Nomes Sagrados com o qual  D’US se manifesta.

Esses nomes são ENERGIAS que regem as Leis da Natureza Manifestada, e são como canais que transmitem a combinação de Luz, Energia e Amor.

Ao estudarmos a Cabala corrigimos as deformações geradas pela sociedade moderna que se afasta da espiritualidade, caindo nas tentações e na materialidade. Ao usarmos os 72 nomes sagrados, deixando suas influências agirem sobre nós, podemos superar várias dificuldades de nossa vida, entrando em contato direto com as energias superiores.
Os rabinos Cabalistas decifraram o significado espiritual das três frases que aparecem no livro do Êxodo, do qual falamos acima, e revelaram uma combinação de três letras cada uma, que nos indicam quais seriam os 72 Nomes Sagrados de D’us. Mas esses nomes não são nomes como João e Maria, são 72 seqüências de três letras hebraicas que têm o poder extraordinário de superar as leis da natureza humana e, como canais, transmitir diversas combinações de energia da Luz para o nosso mundo físico. Sua influência espiritual purifica os impulsos destrutivos de nossas naturezas.
Você pode fazer um exercício simples, "escaneando" visualmente estas seqüências, sempre da direita para a esquerda, e poderá atrair muita Luz, Paz e Harmonia para sua vida.

Com essa finalidade, a designer Sandra da DeLuz Design inspirou-se nos 72 Nomes Sagrados para suas criações (de acordo com o Rabino Berg - The Kabbalah Center de São Paulo) e preparou talismãs sagrados que, usados diariamente, abrem o canal espiritual correspondente atraindo para o seu dia a dia o que você mais está desejando no momento.

Alguns significados principais foram selecionados, para criar objetos e talismãs, como:


Prosperidade = samech alef lamed = לאס

Saúde = mem hey shin = שהמ

Negociações = mem vav mem sofi = םומ

Amor = hey hey ayn = עהה

Proteção = alef lamed dalet = דלא

Remover o Medo = iud lamed iud = ׳ל׳

Superar a Raiva e o Rancor = pei hey lamed = פו׳

Saber Perdoar - Deixar Ir = iud iud iud = ׳׳׳

Obter Energia e Força = pei hey lamed =

fevereiro 21, 2024

PAGAR E DAR


Uma das palavras para "dar", em hebraico, é “nosein”, que pode ser lida nas duas direções (com os caracteres hebraicos, obviamente), indicando a "mão dupla" deste processo.

Quando se paga por algo (com dinheiro, produto, serviço, etc.) a base da  troca é clara.

Quando algo "sai de graça", contudo, temos duas questões importantes:

a primeira é que nada sai realmente de graça; a segunda é que o "preço" que se paga por uma generosidade desta natureza é sempre algo fora do seu conhecimento e controle.

"Pagar", em hebraico, é “lê shalem”; "paz" é shalom - o que muda é de uma expressão para outra é tão somente a pontuação que designa as vogais.

Em outras palavras, a única forma de estarmos em paz é não tendo contas pendentes, por isso um dos sentidos de cumprimentar alguém com shalom é desejar que a pessoa esteja completa, plena e sem dívidas.

Fonte: Academia de Cabala

Acreditar ou não acreditar, eis a questão?




Muito cedo, em todas as nossas vidas, esta questão nos veio à mente: Por que o homem existe? E por que nós mesmos, homens entre homens, embarcamos nesta aventura? Existe um projeto por trás de tudo isso? Existe algum projeto que nos diz respeito pessoalmente? Não teria corrido tão bem se não estivéssemos lá? Sentimos tanta falta da era de Péricles, de Júlio César, da dinastia Yuan, da grandeza de Luís neste século XXI?  “A comédia não teria sido menos bem interpretada se eu tivesse permanecido atrás do teatro”,  disse Bossuet quando se perguntou sobre as razões de sua própria presença na comédia humana.

Diante dessa questão existencial, duas respostas possíveis:

Aí está a resposta do ateu... o ateu não pretende saber o que havia antes do universo, nem afirmar quem criou este universo, nem de onde vem o homem, nem de onde vem toda a energia que o compõe, nem de onde ela vem. vai. Ou melhor, o ateu diz que não há nada. Existe vida, nada antes, nada depois. Para o ateu, o sentido da vida deve ser construído dia a dia; vamos inexoravelmente do nascimento à morte, essa é a única certeza, e devemos aproveitar ao máximo este breve momento que é dado à consciência que temos de existir. Então não adianta perder tempo procurando um sentido metafísico, a vida é muito curta, não encontraremos nada... Concentremo-nos no que há para fazer neste preciso momento em que vivemos.

Assim, para o filósofo Jean-Paul Sartre, a vida não tem significado intrínseco, é a própria existência que fixa o significado das coisas: famosa fórmula:  “A existência precede a essência”  que é a própria definição do existencialismo. Posição muito próxima da de Aristóteles que dizia:  “Nós somos o que fazemos”.  Em oposição à posição essencialista de Platão que afirma, de alguma forma, que  “A Essência precede a existência. »  isto é, o homem não se torna, ele já é... Ele é o que é por natureza... Há um determinismo no ar, algo inato.

Para Nietzsche, que recusa a transcendência divina, o facto de não haver um plano à partida, para o mundo e para o homem, significa que nada tem sentido no absoluto, é inútil procurar encontrar um, é o que ele quer dizer quando diz : "Deus está morto! » . Devemos, portanto, aproveitar a vida sem fazer perguntas sobre outra realidade muito hipotética.

O que não significa fazer nada. A ausência de Deus não nos impede de ter moralidade.

Há, na calçada oposta ao mesmo caminho de vida, a resposta dos crentes... Para eles não é necessário que o homem procure, sozinho, por si mesmo, um sentido para a vida porque isso - isto é dado por Deus . Para a religião cristã em particular, o significado é simples e todos os teólogos desde Cristo aprovam esta ideia segundo a qual o destino do homem é aperfeiçoar-se elevando-se ao seu criador, a Deus, por ele. Deus é o objetivo. Depois de colocar o homem na terra, para testá-lo, por assim dizer, Deus o chama de volta a si mesmo. Santo Irineu disse sobre este assunto:  “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”.  Para este bispo de Lyon, ele afirma que a Bíblia revela o plano de Deus para salvar os homens. Está tudo na Bíblia.

Assim, para os crentes, a terra é, como mostrou Cristo, um caminho, um caminho de cruz, onde o sofrimento e o bem servirão para obter méritos para a vida após a morte. Esta noção de sofrimento continua a ser unânime entre os teólogos atuais. O que leva o filósofo austríaco Wittgenstein a escrever:  “Acreditar em Deus é compreender que a vida tem sentido, acreditar em Deus é ver que os fatos do mundo não são a última palavra”.

O sentido da vida reside num princípio que está além do mundo físico, do mundo tangível. Este princípio é Deus. Todas as nossas ações adquirem então um significado em relação ao julgamento que nos espera depois da nossa vida terrena, um julgamento que determina qual será a qualidade de vida após a morte: recompensa ou punição.

E para os maçons, e então? Eu diria que para eles, entre estes dois caminhos o seu coração oscila... e até oscila tão bem e tão fortemente que temos maçons bastante ateus e maçons bastante crentes, tendo estes últimos resolvido chamar Deus de: Grande-arquiteto do Universo, uma entidade sem dúvida igualmente considerável, mas menos figurativa, menos ingénua, talvez, do que um Deus masculino, idoso, barbudo e celibatário.

Quer sejam ateus ou crentes, o importante para os maçons é que se reconheçam como Irmãos, se abracem como tais, porque eles, como uns aos outros, fazem parte de um pensamento transcendental... para eles o sentido da vida é trabalhar pelo progresso intelectual e moral da humanidade... o maçom aplica a famosa fórmula do Hic et Nunc: Aqui e agora... E é aqui e agora que tudo deve ser feito... e o sagrado se revela através esse trabalho incessante de elevação; o homem emerge do homem para se tornar mais que homem. Este é provavelmente  o " super-homem  " de Nietzche

Talvez exista um projeto escrito para o homem, lá em cima, em algum lugar, ou talvez não, que não diminua a nossa determinação de agir pelo bem comum, aqui e agora... A missão do homem é muito terrena, não há necessidade de olhar em outros lugares, se agirmos para melhorar a sorte dos homens, não é necessariamente para agradar, por trás, a um Deus e garantir um bom lugar perto dele, após a nossa morte, é para construir uma sociedade aqui embaixo, mais justa, mais aberta, finalmente pacífica . O Maçom tem, acima de tudo, uma confiança inabalável no homem. Ele acredita no progresso do pensamento, no progresso do nosso comportamento, no controle da violência. O maçom não se compromete com a vida após a morte, não promete a vida eterna, não se pronuncia sobre os pecados, não se dedica à confissão, mesmo que tenha uma noção muito apurada do bem e do mal... O maçom não apaga, através a contrição, o duro golpe do cinzel que ele poderia ter dado ao acertar erradamente a sua pedra diária.

Nesta postura do maçom continua a razão de ser deste movimento de pensamento, nascido na Inglaterra no final do século XVII. Tratava-se, entre outras coisas, de reconciliar os diferentes clãs políticos e todas as igrejas que estavam envolvidas numa guerra abominável. A Maçonaria traçou, portanto, um caminho para conter os ódios habituais que separam os crentes. A primeira delas é a intolerância, a intolerância para com aqueles que não adoram o mesmo Deus, ou da mesma forma.

O maçom é um reconciliador nato.

A Maçonaria parece-me, portanto, oferecer a vantagem de ser uma espiritualidade de liberdade. O homem é responsável pelos seus atos, perante si mesmo, perante a sociedade, e perante uma transcendência, um poder, denominado Grande Arquiteto do Universo, sobre o qual não se pronuncia mais do que isso e do qual não espera nenhuma recompensa... Este Grande Arquiteto não veio falar aos homens, não enviou um filho ou um profeta para lhes ditar a conduta, nenhuma imagem particular o rodeia, nenhuma lenda ou fato glorioso pode ser atribuído a ele. Eu diria que é uma  “religião”  para grandes, livre dos seus contos e lendas e das diversas superstições que rodeiam a maioria das crenças, não se preocupa com o que está no prato dos homens, nem com o caminho. eles se vestem, e se alguém deve ou não cobrir a cabeça ao falar com ele e em que lugares deve construir os edifícios que ergue para se comunicar com ele. Para o maçom, é toda a natureza que se torna um templo e o céu é a sua abóbada.

É sem dúvida por isso que as religiões tradicionais são tão relutantes em relação à Maçonaria e recordam-nos regularmente a impossibilidade fundamental de pertencer conjuntamente a estes dois exercícios de espiritualidade.

Acreditamos que a vida tem um sentido, um sentido que eleva o homem, que o torna maior... Um sentido que mantém intacta a esperança... que esta esperança se chama Deus ou Grande Arquiteto do universo... certos homens já precisam têm uma resposta, precisam inscrever-se em algo que os esperaria em outro lugar, além, e têm religiões, outros não têm necessidade deste invisível, mas todos, ao praticarem a Maçonaria, encontram-se unidos na fé que têm no homem... neste sentido são realmente Irmãos e é isso que conta acima de tudo.

É por isso que considero a Maçonaria preciosa e insubstituível: acreditar ou não acreditar, essa não é a questão, não há necessidade de perguntar, não há necessidade de responder, é uma questão, certamente respeitável, e que leva a respostas igualmente respeitáveis, mas que se tornam secundárias quando entendemos que a nossa tarefa é salvar primeiro o homem.



Bibliografia  :

* Bossuet: em Pléiade “Meditações sobre a brevidade da vida”.

*Revista Filosofia.

* Vergez – Huisman: em Filosofia (Fernand Nathan)

O IGNORANTE AFIRMA, O SÁBIO DUVIDA, O SENSATO REFLETE - Newton Agrella

 


"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete..."

A frase acima é atribuída ao notável filósofo grego Aristóteles.

Fica-nos a clara impressão de que esse pensamento, no mínimo, tem o poder de nos levar às fronteiras do raciocínio  antes de radicalmente decretarmos uma asserção absoluta sobre qualquer matéria. 

Que fique claro que nada disso repousa no mero campo da divagação.

Ao atingir a capacidade da contra-argumentação, respeitando as diferenças e os pontos de vista divergentes, inicia-se o processo do direito à liberdade de exercer o pensamento.

Dar murro em ponta de faca, fere o corpo, machuca a alma e desguarnece o espírito.

O valor mais profundo da discussão repousa na liberdade da expressão e na ponderação do que o interlocutor propõe.

A verdade absoluta constitui-se em mera falácia, especialmente porque a vida é um incessante processo de transformação. 

Atribui-se ao franco-maçom o trabalho de uma construção.

Essa construção obedece um princípio prático, cujo caráter é Operativo.

Por outro lado essa mesma construção atende a um processo de elaboração esotérica, espiritual e intelectual cujo âmbito é Especulativo.

Inobstante sua senda estrutural  que guarda segredos operativos e especulativos, a Maçonaria propõe o aperfeiçoamento interior do Ser humano.

Na busca do conhecimento, não há como evoluir se não se conseguir extrair a essência da sabedoria.

Cabe ao Sensato portanto, a árdua missão de refletir, sem o risco de cair na tentadora e perigosa "afirmação" ou tampouco apoiar-se na intempestiva e frugal alternativa da "dúvida".

Talvez por isso, a atribuição da frase-tema ao filósofo grego Aristóteles, cuja maior preocupação residia em meditar, ponderar, e refletir na mais profunda condição intelectual, sobre as questões que ensejassem a interpretação  universal.

Dão-se nomes às coisas conforme as conveniências, tempos, usos e costumes, de tal modo que venham a atender as necessidades dos mais variados grupos sociais. 

O critério é subjetivo, pois sujeita-se à relação do que se deseja e do que se espera...

Nunca é demais registrar que Cultura é a expressão coletiva do homem no contexto social onde atua e estabelece suas relações.

Ler mais, Pensar mais e Achar menos


 



NEWTON AGRELLA M.'.M.'.

fevereiro 20, 2024

A MAÇONARIA E SUA CIRCUNSTÂNCIA - Carlos Newton Pinto


Inicialmente, cito e parafraseio a Ortega y Gasset, que, na sua obra "A Rebelião das Massas"  salienta a necessidade de que o aprendizado individual, transforma a essência pessoal e assim, também o sentido da substância humana amorfa que é a _massa_ pois sempre defendeu que a evolução em Vida é um eterno Aprendizado.

O que isto tem a ver com a Maçonaria?

A Sublime Ordem não é política-partidária.

Seu espírito é universalista-ético.

Quando trata de política -e deve fazê-lo diuturnamente- acaba por  tratar de políticas institucionais e sempre no seu sentido mais ético e mais universal e geral, gerando aprendizado e sempre postulando e agindo pelo afastamento total da corrupção, do estelionato, de todo e qualque tipo de ilicitude, imoralidade ou ilegalidade que exista.

A ela não interessa a cor abraçada pelos governos.

Maçonaria NÃO TEM DE CUIDAR DE PARTES, E SIM DO TODO, AINDA, QUE NÃO ABARQUE OU ENGLOBE COMPLETAMENTE ESTE TODO, exatamente porque é uma Escola Iniciática.

Como Escola Iniciática de Moral e Ética deve expressar-se prontamente contra atitudes e posições IMORAIS E AMORAIS -estas últimas, as _amorais_, que suposta e aparentemente não ferem em direto (mas o fazem em pior situação, pois ferem à solapa), a Moral e a Ética, tornam-se, por estas atitudes circunstanciais e reprováveis,  verdadeiros meios-caminhos asfaltados para a prática de imoralidades, como o desvirtuamento de valores, como a sua relativização, levando à medianização ou à mediocrização das virtudes morais as quais defendemos como princípios fundamentais de nossa Ordem.

- *"Qual seria nossa atuação em concreto",* peguntaria o Irmão curioso?

Em efetividade, já passou da hora em que deveríamos atuar, *EM UNIÃO DE OBEDIÊNCIAS* como verdadeiros órgãos inter-complementares e auxilares, elaborando projetos sociais para execução de políticas ESTRUTURAIS (de criação, organização e execução PERMANENTES e E NÃO CONJUNTURAIS (que se alteram a cada goveno e que são dependentes de suas orientações política-partidárias!

*Sugestões sobre Temas de elaboração e projetos acerca de  políticas institucionais* sérias que independeriam de partidarismos e cujos projetos poderiam ser apresentados,aos governos quaisquer que fossem:

1. EDUCAÇÃO; 

2. EMPREGO; 

3. TRANSPORTE PÚBLICO; 

4. HABITAÇÃO (MORADIA), 

5. SAÚDE.

*Características desses projetos:*

a. definitividade (ser permanente);

b. sustentável (ser ou auto-financiável ou facilmente financiável com participação privada;

c. ser de fácil excução ou prontamente exequível e não violar a lei ou a Constituição sob qualquer ângulo de análise.

Esta,é minha opinião, meu Entendimento sobre as Circunstâncias e o Momento que vivemos Hoje, na Maçonaria, no Brasil e no Mundo.

*Precisamos ser e fazer a nossa própria Circunstância.*

*Se não a fazemos não a seremos; e senão a fizermos e nem formos nossa própria Circunstância não nos salvamos!*

TAF.

A BALANÇA DE ANUBIS - Jorge Gonçalves


Uma das mais antigas divindades egípcias, Anúbis, representado com cabeça de chacal e pintado de preto, associado ao processo de mumificação, guiava e protegia os mortos em sua jornada para o Além.

Anúbis participava do julgamento das almas no Tribunal de Osíris (deus da vegetação, associado à morte e ao renascimento). Durante o julgamento dos mortos, Anúbis pesava o coração do falecido contra a Pena da Verdade (representação da deusa Maat).

Se o coração fosse mais leve que a pena, indicava uma vida virtuosa, permitindo a entrada no paraíso. Se, pelo contrário, o coração fosse mais pesado, indicava todos os males realizados em vida, e a alma seria devorada por Ammit (uma criatura demoníaca que misturava partes de crocodilo, leão e hipopótamo).

A Balança de Anúbis simboliza a busca pela justiça divina, cujas ações em vida determinam o destino eterno da alma no Além

Bibliografia - Blanc, Cláudio. *O Grande Livro da Mitologia Egípcia*. Barueri, SP: Camelot, 2021.

A ACLAMAÇÃO HUZZÉ, HUZZÉ, HUZZÉ! - Valdemar Sansão


Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões maçônicas normais. Um deles é a aclamação: "Huzzé, Huzzé, Huzzé", firmemente pronunciada e três vezes repetida. 

Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons, usual no R.E.A.A., cuja origem é considerada obscura. 

Aclamar = aplaudir, aprovar bradando, saudar, proclamar, ovacionar. 

Exclamar  =  bradar, gritar. 

Pesquisas feitas a esse respeito pelo historiador Albert Lantoine, declara em 1815: "Acrescenta-se a tríplice aclamação Huzzé que deve ser escrita Huzza, palavra inglesa que significa Viva o Rei e substitui o Vivat dos latinos".

Aclamada por três vezes, Huzza! (pronunciar huzzé). Eis a causa da diferença entre a ortografia e a pronúncia: é empregada em sinal de alegria. Citando o mesmo Albert Lantoine, a palavra Huzza (Huzzé!) é simplesmente sinônimo de Hurrah!, aclamação muito conhecida dos antigos torcedores das partidas de futebol, com o Hip! Hip! Hurra!...

Existe mesmo na língua inglesa o verbo “to huzza”, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. 

O dicionário "Michaelis" diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo corretamente do árabe "Huzzah" (Viva), significa Força e Vigor.

Huzzé era também o nome dado a uma espécie de Acácia consagrada ao Sol, como símbolo da imortalidade. 

"Huzzé, Huzzé, Huzzé" por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do encerramento. Alivia tensões que eventualmente possam ter surgido entre os Irmãos.

Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem nossas percepções. 

Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. 

Nesse sentido, a aclamação na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios (saúde, força e vigor) bem mais consistentes e duradouros. 

O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.

Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçônico – o Livro da Lei -, os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão de nossos trabalhos.

E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos de Sua infinita bondade e de Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do maçom.

A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos ensinamentos maçônicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. 

Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e seus efeitos. 

Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, nos dando o alento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. 

A aclamação ao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que nossa passagem pelo plano terreno fora pautada por atos de Sabedoria.

No Rito Moderno a aclamação é "Igualdade, Liberdade e Fraternidade"; no Adonhiramita é "Vivat, Vivat, Vivat"; no Brasileiro "Glória, Glória, Glória!" E nos ritos de York (Emulation) e Schroeder não existe aclamação.

Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem de sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.

A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.

O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados de suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustante que é o ódio.

Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimônias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.

- Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimônias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.

Desnecessário dizer que com sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a ideia de que o Mestre de Cerimônias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer a sugestão de Francisco de Assis: "Onde houver ódio que eu semeie o Amor".

Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a emprega direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística maçônica?

Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um "Adonai Ze" (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de otimismo. 

Na Idade Média quando um católico se encontrava com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM (O Senhor esteja convosco); PAX TECUM (A paz esteja contigo). 

Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine em nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranquilidade, paz, amor e harmonia para nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo. 

O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico, numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do "Ele é ou ele está..." (com todos, evidentemente).

O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez!

Huzzé, Huzzé, Huzzé!