março 02, 2024

O OBJETIVO DO ESTUDO NA MAÇONARIA - Louis Block


É correto dizer que o grande problema diante de nós é o da pedagogia da Maçonaria. Isso significa que o ensino dos fatos sobre um grande movimento histórico baseado na teoria de que a verdadeira felicidade do homem só pode ser alcançada pela união de todos em uma democracia alicerçada no espírito da fraternidade, onde cada um não seja apenas o guardião de seu irmão, mas também seu defensor, seu porto seguro, seu auxílio, seu incentivador, seu ombro amigo, seu inspirador e seu exemplo de amor ao próximo e a si mesmo. Tudo isso se ensina através do imaginário e das alegorias da Maçonaria, e de seu simbolismo místico. Não devemos nos perder na busca por algo sombrio, em teorias abstratas perdidas dentro de perspectivas obscuras, confusas, nebulosas e insignificantes; devemos sim estarmos próximos e nos dedicarmos aos verdadeiros valores humanos. Princípios devem existir para estarem realmente inseridos nas vidas das pessoas, se não for assim não farão diferença alguma. Nosso estudo deve aliar teoria e prática, com o estudante realmente utilizando-se de seu aprendizado e compartilhando os valores adquiridos, senão nossos esforços serão em vão.

Também não podemos deixar de mostrar que são os pensamentos que importam, que são eles que controlam a conduta dos homens; que, se seus pensamentos não são bons, o seu comportamento também não pode ser. O que precisamos é fazer com que os pensamentos certos sejam claramente formulados, imbuídos de amor, e profundamente gravados no subconsciente, de modo que eles irão inevitavelmente se expressar em nossos atos no dia-a-dia de nossas vidas. A meu ver, essa é a missão da Maçonaria: a construção desses grandes pensamentos na mente dos homens, transformando-os em atos cotidianos, com a certeza de que eles devem predominar, governar e prevalecer para os homens viverem juntos em paz e harmonia, e desfrutarem da verdadeira felicidade.

Como fazer isso é a grande questão. Como fazer a Ordem sentir que essas ideias não são abstrações vazias, mas reais, poderosas, vivas, atuais e sólidas – essa é a grande tarefa a se realizar. Precisamos compreender juntos os fatos sobre a Maçonaria: o que ela realizou no passado que a faz viver até os dia de hoje por seus próprios méritos? Como ela tem, durante sua existência, auxiliado o homem? Então precisamos colocá-los juntos em uma história de tal forma que ela vá capturar a atenção e manter o interesse do aluno. A capacidade de fazer coisas interessantes, para atiçar uma busca por mais “luz”, é o segredo de todo ensino. Você não pode abrir a cabeça de um estudante e colocar o conhecimento ali dentro, mas você pode incentivá-lo a estudar e aprender por si mesmo, e essa será sua vitória. Já temos a vantagem do grande poder de atração de nossos “segredos” e “mistérios”. Temos de mostrar aos iniciados o quão pouco sabem, quantos mistérios fascinantes ainda precisam ser explorados, investigados, analisados e estudados, para enfim poderem ser compreendidos.

Pergunte por que ele ainda permanece na Ordem. Ela o ajudou? Em caso afirmativo, como e de que maneira? Faça uma série de perguntas socráticas a ele; faça-o pensar! Se ela o auxiliou em algo, de alguma forma, sem dúvida, ela poderá fazer mais. Há mais lá, se ele souber procurar: “buscai e achareis.” Não é fácil ensinar os homens a observar o mundo ao seu redor, muito menos é ensinar-lhes a arte do discernimento espiritual. Mas é possível. Pode ser ensinado, pode ser desenvolvido, pode-se fazer essa habilidade florescer. Muito de nossa pedagogia moderna não é nada mais do que um árido, mecânico e vazio processo. Nossas crianças são instruídas a decorar, imitar, copiar, para seguir “o costume”, e não são nunca preparadas para pensar. Tal procedimento acaba por formar adultos incapazes de formular pensamentos simples, mas originais, não sendo capazes de fazer uma avaliação crítica do que ocorre ao seu redor; e muitos são os que em loja praticam a ritualística de forma errada, por que os Mestres “mais antigos” lhe “ensinaram” que assim é “o uso e o costume” daquela oficina.

Devemos preparar nossos novos maçons, incentivando-os a se dedicarem aos estudos e à pesquisa sobre a Ordem. Devemos incentivá-los a trabalhar sua mente, a construir seu templo espiritual, mas também o intelectual. Devemos incentivá-los a serem originais. Devemos incentivá-los a pensar!

Autor: Hon. Louis Block, Past Grand Master, Iowa. Tradução: Luiz Marcelo Viegas. Fonte: The Builder Magazine, Volume I, Número 4, abril-1915


A FÁBULA DO IMBECIL


     “Dizem que, numa pequena cidade, um grupo de pessoas se divertia com o "imbecil" local, um pobre coitado, de "pouca inteligência", que vivia fazendo pequenas tarefas e pedindo esmolas.

     Todos os dias, alguns homens chamavam o "estúpido" para o bar onde se encontravam e ofereciam-lhe para escolher entre duas moedas: uma grande, de menor valor, e a outra menor, valendo cinco vezes mais.

     Ele levava sempre a maior e a menos valiosa, o que era uma risada para todos.

     Um dia, alguém a assistir à diversão do grupo com o homem "inocente", chamou-o de lado e perguntou-lhe se ele ainda não tinha percebido que a moeda maior valia menos e ele respondeu:

     "Eu sei, eu não sou tão estúpido. Ela vale cinco vezes menos, mas no dia em que eu escolher a outra, o jogo termina e eu não vou mais ganhar moeda alguma."

      Essa história podia terminar aqui, como uma piada simples, mas várias conclusões podemos tirar desta fábula:

     A primeira: quem parece um idiota, nem sempre o é.

     A segunda: quem foram os verdadeiros idiotas da história?

     A terceira: ambição excessiva pode acabar com a fonte de rendimento.

     Mas a conclusão mais interessante é:

     1° - Podemos ficar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião sobre nós mesmos;

     2° - O que importa não é o que os outros pensam de nós, mas o que cada um pensa de si mesmo;

     3° - O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Autoria desconhecida.

março 01, 2024

A IMPORTÂNCIA DE UM PADRINHO NA FORMAÇÃO DE UM MAÇOM - Rui Bandeira


O texto que hoje publico vai abordar algo que, no meu entendimento, será bastante relevante para a Maçonaria: o papel que um padrinho deverá ter na formação do seu afilhado maçom.

Um padrinho deve ter a sensibilidade para poder analisar quem deve ou não fazer parte da Augusta Ordem Maçônica. E padrinho pode ser qualquer maçom exaltado à condição de Mestre. O Mestre é o maçom de pleno direito. Logo tem a responsabilidade de fazer respeitar os princípios da Ordem, auxiliar na formação dos seus Irmãos, detenham eles o grau que tiverem e, apesar de não fazer proselitismo, deve procurar no mundo profano quem tenha qualidades para ingressar na Maçonaria e, com essa admissão, possa desenvolver um trabalho correto, tanto pela Ordem Maçônica bem como pela sociedade civil na sua generalidade.

O padrinho não tem de ser um guru nem ser um visionário; o papel que ele deverá representar para o seu afilhado é o de um guia, de uma pessoa que o auxilie na sua integração na Loja, bem como de alguém que o ajude na sua formação maçônica, principalmente nos primeiros tempos, em complemento com a formação que é efetuada na loja, auxiliando também o Segundo Vigilante (cargo oficial desempenhado pelo terceiro elemento da hierarquia de uma loja maçônica) no cumprimento das suas funções, nomeadamente como formador dos Aprendizes Maçons.

Compete ao padrinho, após identificar no mundo profano alguém com as capacidades intelectuais e morais que são necessárias para ser reconhecido maçom, abordar o mesmo, da forma como achar que será melhor recebido pelo seu interlocutor. Na maioria das situações, a abordagem é feita pelo reverso, alguém que é profano e que se identifica com a Maçonaria intercede junto de um maçom para que lhe seja concedida a entrada na Ordem.

Independente da maneira de como é feita a proposição, cabe ao maçom que irá ser o padrinho efetuar algumas diligências, ou seja, conhecer os gostos e preferências do seu futuro afilhado bem como os hábitos e as rotinas que ele possa ter (se não os conhecer anteriormente), isto é, tudo aquilo que é habitual num ser humano, ou seja, conhece-lo!

E numa fase posterior, se concluir que o profano detém as qualidades necessárias para entrar na Maçonaria, deve abordar alguns temas de âmbito maçônico, retirando algumas das dúvidas que possam persistir na mente do seu futuro apadrinhado sobre o que a Ordem Maçônica é e qual o seu papel no mundo. 

Mas, mais do que isso, na minha opinião, o futuro padrinho deve fazer-se acompanhar pelo profano em eventos maçônicos de abertos (públicos) onde este poderá ter um contato mais próximo com o que é a Ordem, ou seja, frequentar eventos e palestras onde a Maçonaria seja o tema principal a ser abordado. 

Neste caso, admito que começará aqui, para mim, a formação maçônica do futuro iniciado. Pois, se o mesmo afinal decidir que não se identifica com o que encontra, observa e escuta, então o processo de indicação não terá início e o profano aproveitará apenas para aumentar a sua cultura geral sobre o que à Maçonaria e ter uma opinião mais concreta sobre essa Augusta Ordem. 

No entanto, caso o profano se identifique claramente com o que lhe é mostrado, deverá então ser iniciado o processo de indicação para a admissão numa loja maçônica; de preferência que seja na loja que é integrada pelo seu padrinho. Isso é de extrema importância. E porquê?!

Porque durante o desenrolar do processo de indicação, os membros da loja confiarão no zelo que o padrinho se propõe a cumprir ao apadrinhar o candidato em avaliação, porque o conhecem, e também estes, por sua vez, respeitarão quem vier a ser escolhido para ser acolhido pela loja. 

E depois, porque o padrinho deverá acompanhar o seu afilhado na assistência das sessões da loja a que estes pertencem, para que ele não se sinta sem apoio e desintegrado do grupo de pessoas que ainda não o conhece, mas que deverá conhecer com o passar do tempo.

Acontece também o contrário, por vezes quem chega a uma loja maçônica já é popular no mundo profano, ou poderá ter relações profanas com alguns membros da loja e assim a sua integração é mais facilmente consumada.

Mas, apesar de todo a fraternidade existente na Maçonaria em geral, os “primeiros tempos de vida” de um maçom podem-lhe parecer estranhos porque terá de ser relacionar inclusive com gente que talvez, no mundo profano, preferiria evitar. É verdade, que tal pode acontecer e ainda bem que tal assim acontece. Dessa forma, é possível um entendimento que de outra maneira não seria possível acontecer; porque os irmãos são “obrigados” a confraternizar; logo, encontrar "pontos de comunhão” e de “convergência”. 

Também, pelo fato de se terem de relacionar, isso obrigará que as pessoas se conheçam melhor e, com isso, desfazer eventuais preconceitos que poderiam ter anteriormente e que se assumirão posteriormente, como errados e descabidos. Outros quiçá, manterão a mesma opinião que anteriormente. Tal poderá acontecer, somos humanos e em relação a isso pouco se pode fazer… A não ser, tolerar e respeitar o próximo tal como outra pessoa qualquer o deve merecer.

Os maçons são como as outras pessoas, não são perfeitos; a forma de como combatem as suas paixões e evitam os seus vícios é que os difere das demais pessoas. 

E ter um padrinho que os guie corretamente nessas situações, que lhes dê a mão para os apoiar quando necessitarem disso e que, acima de tudo, os critique quando o deva fazer para os manter num bom caminho, marcará de todo a diferença. Isso é “meio caminho andado” para um crescimento maçónico correto e que não seja funesto para a Ordem no futuro. Os casos que normalmente vêm a público no mundo profano devem-se a erros de seleção, em que a pessoa não se identificou depois com os princípios morais que encontrou na Maçonaria. 

Por isto é que não basta a um padrinho convidar ou apadrinhar alguém apenas por ser seu amigo, por ser seu colega ou por essa pessoa ter alguma influência ou notoriedade no mundo profano. Esse “alguém” terá mesmo de se identificar com a Maçonaria, porque, caso contrário, será uma perda de tempo ao próprio Maçom e à loja maçónica que o acolher.

E nos casos em que os maçons “derrapam” ou se desviam do seu caminho na virtude, os padrinhos deveriam ser também responsabilizados, isto é, serem chamados à atenção por terem trazido para dentro da Instituição Maçónica quem agiu de forma errada e que levou a imagem da Augusta Ordem a ser questionada profanamente. Obviamente que não digo que fossem punidos, mas que fossem alertados do perigo que é apadrinhar gente com esse tipo de conduta, para que no futuro sejam mais zelosos nas suas indicações.

Naturalmente que um padrinho não pode ser culpado, a não ser que seja cúmplice, da atuação do seu afilhado, mas se puder prever que o mesmo possa se desviar e errar, deve alertar o mesmo dos riscos que este corre, seja de suspensão ou até mesmo de expulsão da Ordem, com tudo o que isso acarretará moralmente para ambos. Porque mesmo em surdina, as “orelhas” do padrinho sofrem sempre as consequências dos atos do seu afilhado. É habitual o ser humano criticar algo, todos somos “treinadores de bancada”, logo criticar-se algo que não correu bem é a consequência lógica de tal. Por isso até mesmo quem entra na Maçonaria deve refletir na sua conduta para que não ponha a imagem dos outros irmãos em questão.

Porém, e ainda no âmbito da instrução maçônica de seu afilhado, o padrinho deverá complementar a formação que será concedida pela loja ao seu apadrinhado; porque ao lhe demonstrar também que a Maçonaria vive de símbolos, metáforas e alegorias, mas fundamentalmente, da prática de rituais próprios, também ele (padrinho) ao instruir o seu afilhado, poderá refletir e por em prática os conhecimentos que já adquiriu até então - o que é sempre uma mais valia pessoal - e que lhe permitirá vivenciar o que também ele aprendeu durante a sua formação até atingir o mestrado.


Conhecer e ensinar outrem é o melhor que o ser humano poderá fazer pelo seu semelhante. Tanto que acredito que o Conhecimento somente é Sabedoria quando compartilhado.


Mais tarde, quando o seu afilhado já se encontrar na condição de mestre, já não será tão essencial ter aquela “especial” atenção que considero como importante na caminhada de um maçom, porque este já atingiu uma parte importante da sua formação maçônica e concluiu o seu percurso até à mestria. No entanto, nunca o poderá abandonar, pois apesar de ser um irmão seu, será sempre o seu afilhado, logo alguém que um dia reconheceu como tendo capacidades e qualidades maçônicas. E essa responsabilidade nunca desaparecerá. 


E isso é algo que por vezes acontece e que eu considero como sendo nefasto para a vida interna de uma Obediência. Não basta convidar alguém, se iniciar alguém, (mal) formar alguém e depois deixá-lo à mercê dos tempos e vontades; virar as costas a um irmão, mesmo que seja inconscientemente, nunca trará resultados frutuosos para ninguém e principalmente para a Ordem. É na nossa união que reside a nossa força, é com nosso apoio que conseguimos enfrentar o dia-a-dia. E se isto poderá parecer como demasiado simplista e inocente, não nos devemos esquecer que é no nosso espírito de corpo que se encontra a fonte da egrégora que é criada em loja e que é a impulsionadora da nossa fraternidade.


Assim, alguém que queira indicar a candidatura de um profano, terá de assumir que adquire uma responsabilidade tal, que nunca será irrelevante e que nos seus “ombros” suportará o “peso” de uma Ordem iniciática e de cunho fraternal como o é a Maçonaria. E que terá como seus deveres principais: reconhecer, informar, transmitir, formar e acompanhar quem ele considerar como sendo um válido (futuro) membro da Maçonaria. 


Não será uma tarefa fácil, essa de se apadrinhar alguém, mas este é um compromisso que os maçons assumem para com a Ordem e a bem da Ordem.

O MESTRE HOSPITALEIRO - Aldy Carvalho




                                    

Confiança e amizade requerem tempo.

                                                                                               


A Maçonaria é

Centro vivo de união

Onde o espírito fraterno

Fermentado na Razão

Cresce em Beleza e Justiça 

Para erguer uma nação 


Veja, a hospitalidade,

Virtude que é santa e bela

É a marca registrada

Daquele que se revela

De vida justa e cristã

E no mau não se enovela


Diz o Novo Testamento

O Livro Santo Cristão

Que o irmão hospitaleiro

É o que tem bom coração.

Altruísta em sentimento

Sempre bom anfitrião.


Lá no Novo Testamento

Tem a hospitalidade

Como marca registrada

De uma nobre atividade

Na vida do bom cristão

É amor, fraternidade.


Numa Loja há muitos cargos

Todos eles respeitáveis

É a Hospitalaria

Um dos postos veneráveis

Que fazem brilhar a Loja

Dentre os mais consideráveis.


Eu já fui hospitaleiro

Quando fui solicitado

Apresentei-me de pronto

E neste posto instalado

Fui cumprir nobre missão

No que fui considerado


Na hora certa, aprazada

E conforme o ritual

Vai então o Hospitaleiro

Postar-se no seu local

Para cumprir a missão

Da qual tem bom cabedal


Ao Segundo Vigilante

Faz notar sua presença

Ao postar-se entre colunas

Solicitando licença

Para circular na Loja

A bolsa de beneficença.


A bolsa, saco ou “bornal”

É o que lhe caracteriza

As doações dos Irmãos

Vão servir-lhe de baliza

Para as ações beneméritas

Que o Mestre agiliza.


Com ela cumpre seu giro

Determinado, ciente

Sabedor que seu ofício

Deve ser eficiente

Dentro ou fora da Loja

No labor beneficente


Cada irmão contribui

No que toca o coração

Ciente que o seu óbolo

Confortará outro irmão

Que estando longe ou perto

Necessite de atenção.


Segue então o Hospitaleiro

A fazer o seu trabalho

Como lhe fora ordenado

Sem conversa, sem empalho

Estando ativo, atento

Pra não fazer ato falho.


Vai primeiro ao Oriente

Segue a orientação

De cada irmão uma avença

Que mandar o coração

Aquele que não puder

Simplesmente estende a mão


O hospitaleiro é

Um plantonista de faro

Detecta entre os irmãos

O que precisa de amparo

O socorrista eficaz

Nisto tem muito preparo.


Suas qualidades vão

Muito além do ser bondoso

Tolerante, solidário

Por isso tão prestimoso

Atende sempre um chamado

No seu dever é zeloso.


Esse irmão, Grande Esmoler

Na sua ação social

Ajunta esforços de todos

Com um auxilio real

Seja este financeiro

Ou no conforto moral. 


Também ampara ao estranho 

Que vem à porta bater

Ainda, se alguém encontra

Infeliz a padecer

Acorre em seu socorro

Ciente do seu dever.


Viva o Mestre Hospitaleiro!

E sua altiva atitude

Viva a Hospitalaria!

Essa bendita virtude

E que a nobreza da alma

Se reflita em amplitude.



“Hospitalidade é dar espaço para as pessoas que têm necessidades”.

“A hospitalidade pode preencher o vazio de um coração solitário”.

A palavra “hospitalidade” no grego significa “amor pelos estranhos”. Quando Paulo fala em “Romanos 12:13”, sobre “praticai a hospitalidade” ele está nos convocando a buscar relacionamentos com pessoas que estão em necessidade, e esta não é uma tarefa fácil.

O escritor Henri Nouwen compara estas palavras à maneira de alcançarmos aqueles que encontramos em nossa caminhada pela vida — que possam estar afastados de sua cultura, país, amigos, família, ou até mesmo de Deus. Diz o escritor: “Hospitalidade, portanto, significa primeiramente a criação de um espaço livre onde o estranho possa entrar e tornar-se um amigo, em vez de inimigo. Hospitalidade não é para mudar pessoas, mas para oferecer-lhes espaço onde mudanças possam acontecer.

Para Rui Bandeira, em artigo publicado no Blog “A Partir Pedra”: “O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover o alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, por meio da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em ações ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratica, ainda que Irmão, ou auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçom deve ser sempre um homem livre e de bons costumes.

A solidariedade dos maçons existe e pratica–se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios de que qualquer um pode ser acometido.

        Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus IIr.. Esse auxílio, conforto, são coordenados pelo Hospitaleiro. O Hospitaleiro não é o Oficial que efetua as ações de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas ações. O Hospitaleiro é aquele com a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

A escolha, a combinação, o acionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. 

A solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçom, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As ações de solidariedade ou beneficência a quem necessita – maçom ou profano – e em auxílio das organizações ou ações que benevolamente ajudam quem precisa são, em relação à Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa em que o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçom dá para o Tronco da Viúva”. 


QUE O G.:  A.:  D.:  U.: A TODOS NÓS, ILUMINE IGUAL


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PALAVRÕES AOS GRÃO-MESTRES - Kennyo Ismail


Introdução

O título deste artigo, “Palavrões aos Grão-Mestres”, foi escolhido, obviamente, pela sua capacidade atrativa. Porém, o emprego do termo “palavrões” no título não se refere ao significado mais usual, de “palavras obscenas ou grosseiras”1, mas sim no sentido de “termo empolado”2. E nesse caso, para ser mais claro, “empolado” no sentido de pomposo. Ou seja, o artigo trata dos axiônimos, termos corteses de tratamento e reverência utilizados ao se dirigir a um Grão-Mestre, também conhecidos como pronomes de tratamento.

Essa é uma questão intrigante na Maçonaria brasileira. O Grande Oriente do Brasil e a maioria dos Grandes Orientes Independentes confederados à COMAB adotam o termo “Soberano” como pronome de tratamento de seus Grão-Mestres. Já as 27 Grandes Lojas brasileiras adotam oficialmente o termo “Sereníssimo” para seus Grão-Mestres, assim como alguns poucos Grandes Orientes confederados à COMAB. Não havendo consenso no axiônimo utilizado no meio maçônico brasileiro ao se dirigir aos Grão-Mestres, inquire-se qual é a origem do uso dos termos “Soberano” e “Sereníssimo” na Maçonaria brasileira. Esse é o objetivo principal deste breve estudo.

Termo Original: Most Worshipful

O termo maçônico comumente utilizado para se referir a um Grão Mestre é o de “Most Worshipful”3, que pode ser traduzido como “Mui Respeitável”, “Mui Venerável”, “Venerabilíssimo” ou mesmo o “Mais Venerável”. A adoção desse termo na Maçonaria data de, pelo menos, 1721, quando Desaguliers resolve entregar o comando da Grande Loja de Londres (dos Modernos) à Nobreza, tendo sido o primeiro nobre Grão-Mestre o Duque de Montagu.4

Ao Duque de Montagu é creditada a solicitação para que James Anderson compilasse o Livro de Constituições, o qual seria publicado em 1723. 5 Porém, as evidências apontam que tal iniciativa partiu de Desaguliers, que serviu como Adjunto do Duque de Montagu, e quem de fato dirigia a instituição.

É fácil compreender a adoção desse termo já nos primeiros anos da primeira Grande Loja Especulativa. Se o Mestre de Loja recebe o tratamento de “Worshipful”, ou seja, de “Venerável”, não seria correto que o Grão-Mestre da Grande Loja fosse tratado como “Most Worshipful”, ou seja, “Mui Venerável”? Um tanto quanto lógico.

Interessante observar que Grandes Lojas Estaduais brasileiras em algum momento foram influenciadas por essa nomenclatura. Sendo as Grandes Lojas dos EUA comumente chamadas de “Most Worshipful Grand Lodge of...”, muitas Grandes Lojas no Brasil optaram por adotar a mesma nomenclatura. Porém, traduziram “Most Worshipful” como “Mui Respeitável”. Isso parece inicialmente um equívoco visto que, no meio maçônico, a tradução do termo inglês “Worshipful” para o Português sempre foi “Venerável”. Porém, muitas Grandes Lojas de outros países latino-americanos já haviam optado por tradução similar do inglês para o espanhol, adotando o termo “Muy Respetable Gran Logia...”, o que pode ter influenciado na escolha do termo a ser adotado em português.

Sereníssimo: Século XVIII

O primeiro registro que se tem do uso do termo “Sereníssimo” ao se referir a um Grão-Mestre da Maçonaria foi na França, em 1743. Com a morte do Duque de Antin, primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da França, uma reunião emergencial de Veneráveis Mestres elegeu Louis de Bourbon, o Conde de Clermont, como Grão-Mestre.6

O Conde de Clermont era um príncipe de sangue, e por isso detinha o direito de receber o tratamento de “Sereníssimo”, assim como os demais príncipes de sangue da França.7 Esse direito foi devidamente observado na Grande Loja da França durante sua gestão, em que foi chamado de “Sereníssimo Grão Mestre”, ou seja, um príncipe que ocupa o posto de Grão-Mestre.

Dois anos após sua morte, em 1773, a Grande Loja da França foi dividida em duas: o Grande Oriente de França e a Grande Loja de Clermont. Essa última quase não resistiu à Revolução Francesa, chegando a suspender seus trabalhos. Quando do término da Revolução, a Grande Loja de Clermont foi incorporada pelo Grande Oriente de França.8

Voltando ao Grande Oriente de França, que se declara sucessor da Grande Loja de França, seu primeiro Grão-Mestre foi Louis Philippe d’Orleans, Duque de Orleans e também príncipe de sangue. Logicamente que, sendo um príncipe, recebia o tratamento de “Sereníssimo” no Grande Oriente de França. O Duque de Orleans permaneceu como Grão-Mestre do Grande Oriente de França até 1793, quando fez uma declaração contra os mistérios e reuniões secretas e acabou sendo destituído de seu posto, ao qual, diga-se de passagem, nunca fez questão nem deu a mínima atenção. 9

Porém, após 50 anos tratando os Grão-Mestres por “Sereníssimo” (1743-1793), a Maçonaria francesa passou a considerar esse axiônimo como maçônico. Nada a impedia quanto a isso, visto então estar vivendo numa República.

O termo “Sereníssimo”, então consagrado na Maçonaria francesa, berço da Maçonaria latina, foi amplamente adotado pela Maçonaria de língua espanhola e portuguesa, muito mais influenciada e próxima dos maçons franceses do que dos britânicos ou dos norte-americanos. Não é por acaso que ainda é utilizado oficialmente pela Grande Loja da Bolívia, Grande Loja do Chile, Grande Loja de Cuba, Grande Loja da República Dominicana, Grande Loja Simbólica do Paraguai, etc. Isso pode ter influenciado as Grandes Lojas brasileiras que, fundadas a partir de 1927, adotaram o mesmo axiônimo.

Soberano: Século XIX

Como se sabe, em Junho de 1822 foi fundado o Grande Oriente Brasílico, o qual sucumbiu em Outubro do mesmo ano.10 Entre Outubro e Novembro de 1831 alguns dos remanescentes desse primeiro se reúnem, “reerguendo suas colunas”, no jargão maçônico, com o nome de Grande Oriente do Brasil.11

Importante registrar que, em 1830, no ano anterior ao referido “reerguimento”, outro grupo de maçons já havia fundado um novo Grande Oriente, o Grande Oriente Brasileiro, com o objetivo de impulsionar o trabalho maçônico no país, e que foi instalado em Junho de 1831. Porém, personalidades como José Bonifácio e outros partícipes daquele primeiro Grande Oriente, de 1822, haviam ficado de fora e, aparentemente, não gostaram nem um pouco disso, partindo rapidamente para a reinstalação do Grande Oriente Brasílico, agora Grande Oriente do Brasil. Podemos dizer que essa foi a primeira divisão maçônica por vaidade ocorrida no Brasil.

É interessante observarmos que a justificativa apresentada por José Castellani e William Carvalho para a (re)instalação do Grande Oriente do Brasil ter sido posterior à instalação do Grande Oriente Brasileiro é a de que os reerguedores aguardavam “um clima mais liberal, o qual seria propício aos trabalhos maçônicos”.12 Digo interessante porque no dia 07 de Abril de 1831 Dom Pedro I abdicou do trono e nomeou José Bonifácio como tutor do príncipe regente. Isso significa que durante os meses de abril, maio, junho, julho, agosto e setembro o “clima” estava bastante “propício” para José Bonifácio, que nenhuma pressa tinha acerca da Maçonaria. É curioso observar que os líderes do mesmo movimento maçônico revolucionário de 1822, que em um curto espaço tempo reergueram uma Loja, iniciaram dezenas de membros, dividiram a Loja em três e fundaram o Grande Oriente Brasílico com o intuito de promover a independência do Brasil, que esses mesmos líderes aguardassem “um clima mais liberal” para reerguê-lo. Essas observações apenas reforçam a teoria de que a motivação foi, exclusivamente, a tão conhecida vaidade humana, impulsionada pela instalação do Grande Oriente Brasileiro, liderado por Irmãos considerados “rivais”, em Junho de 1831.

Mas voltando aos axiônimos, apesar de desconhecido para muitos maçons brasileiros, o pronome de tratamento originalmente adotado pelo Grande Oriente do Brasil referente à Obediência e ao Grão-Mestre era o de “Sapientíssimo”. Durante quarenta e cinco anos do Século XIX (1832-1877), o líder maior dessa obediência maçônica do país era predominantemente chamado de Sapientíssimo Grão Mestre do Sapientíssimo Grande Oriente do Brasil.13

O termo “predominantemente” não foi escolhido à toa. Como se sabe, desde poucos meses após sua reinstalação até 1951, o Grande Oriente do Brasil era uma obediência maçônica mista, no sentido de não separação do governo dos graus simbólicos e dos altos graus, o que era (e ainda é) considerado uma irregularidade pela comunidade maçônica internacional. Foi no dia 23 de Maio de 1951, por meio do decreto No. 1641, que o então Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Irmão Joaquim Rodrigues Neves, desfez essa irregularidade, ao promulgar a nova constituição maçônica do GOB.14

Entretanto, no período em que a irregularidade existiu, o Grão-Mestre acumulava o posto de Soberano Grande Comendador. Os termos corretos empregados no referido período de quarenta anos do Século XIX eram: “Sapientíssimo” para Grão-Mestre e “Mui Poderoso” para Soberano Grande Comendador. O “Mui Poderoso”, apesar de largamente utilizado junto aos Soberanos Grandes Comendadores no restante do mundo, acabou entrando em desuso no Brasil, talvez pela extensão do título do cargo (Sapientíssimo Grão-Mestre e Mui Poderoso Soberano Grande Comendador. Ufa!), ou mesmo pela possível interpretação de que o cargo era de “Grande Comendador” e que o termo “Soberano” era distintivo. Por isso, durante o período, o líder maior do GOB era comumente chamado de “Sapientíssimo Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador”. Logo, com o termo “Soberano” supostamente sendo interpretado como um axiônimo, e não como parte do título, começaram as aparições da variação “Soberano Grão-Mestre e Grande Comendador”. A partir de Março de 1877 o uso do termo “Soberano” passou a ser predominante.

Uma hipótese para a boa aceitação dessa mudança é o fato de que o termo “Sapientíssimo” era compartilhado por todos os membros da Alta Administração, não havendo na época um termo distintivo exclusivo para o Grão-Mestre no GOB, o que pode ter estimulado o uso do “Soberano” em detrimento desse.

COMAB: Soberano ou Sereníssimo?

Os Grandes Orientes Independentes surgiram a partir da desfiliação de dez Grandes Orientes Estaduais do Grande Oriente do Brasil, ocorrida em 27 de Maio de 1973 e liderada por Athos Vieira de Andrade, de Minas Gerais, e Danylo José Fernandes, de São Paulo.15

A partir de 1973, tendo como referências os termos de tratamento de “Soberano” no Grande Oriente do Brasil e “Sereníssimo” nas Grandes Lojas, os Grandes Orientes recém-libertos parecem não ter chegado a um consenso. O GOSC – Grande Oriente de Santa Catarina, por exemplo, adota o termo “Sereníssimo” desde sua fundação. Já o GOP – Grande Oriente Paulista parece ter inicialmente adotado o termo “Soberano”, mas optado pelo termo “Sereníssimo” a partir de 2003. Entretanto, a maioria dos Grandes Orientes confederados à COMAB adota o termo “Soberano”, herdado do Grande Oriente do Brasil, o que é logicamente natural, visto manterem a mesma nomenclatura, ritos praticados, e até, em muitos casos, a mesma estrutura administrativa, basicamente apenas se desfiliando do GOB e declarando suas soberanias.

Durante o desenvolvimento deste artigo, algumas autoridades da COMAB foram contatadas e indagadas se há alguma decisão ou recomendação da COMAB em busca de uma padronização nos modos de tratamento. A informação obtida foi de que não houve ainda alguma deliberação nesse sentido, o que parece significar que cada Grande Oriente tem total autonomia para definir o axiônimo a ser utilizado.

Considerações Finais

Este artigo não tem a intenção de dizer qual o axiônimo correto ou mais adequado a ser utilizado ao se referir a um Grão-Mestre. Isso simplesmente é impossível de ser feito na Maçonaria, especialmente na Maçonaria Latina. Se nem mesmo nos Estados Unidos, em que as Grandes Lojas costumam chegar a um consenso, não há unanimidade no assunto, por que esperar isso no Brasil, cuja Maçonaria regular tem três distintas vertentes e pratica oito diferentes ritos?

Por conta dessa Maçonaria “cosmopolita” praticada no Brasil, não há que se dizer em certo e errado. O que se pode fazer, ou melhor, o que é dever de todo maçom, é buscar a verdade, ou seja, pesquisar e identificar a real origem e razão daquela ação ou interpretação, buscando compreender o contexto de sua ocorrência. E isso sem qualquer julgamento de mérito.

O objetivo deste artigo é simples e creio que foi alcançado. Se “Sereníssimo” ou “Soberano”, pouco importa. São apenas “elogios oficiais”, como, por exemplo, “Excelentíssimo” para as principais autoridades civis ou “Magnífico” para Reitores de Universidades. No entanto, um maçom, pela própria natureza da instituição, não deveria pronunciar ou escrever quase que diariamente um termo maçônico sem nem ao menos querer saber seu significado, sua origem, sua adoção. Seria o mesmo que dizer palavras que não se sabe o significado no meio de frases em conversas na rua. Algo, no mínimo, bizarro.

Notas

1 Dicionário Online Priberam de Língua Portuguesa.

2 Dicionários Priberam e Michaelis.

3 Termo adotado em todas as Grandes Lojas dos EUA, com exceção a Grande Loja da Pensilvânia, que se refere ao Grão-Mestre como “Right Worshipful”.

4 HARRIS, Eileen. Batty Langley: A Tutor to Freemasons (1696-1751). The Burlington Magazine, Vol. 119, No. 890, 1977, pp. 327-335.

5 LYTTLE, Charles H. Historical Bases of Rome's Conflict with Freemasonry. Church History, Vol. 9, Issue 01, 1940, pp. 3-23.

6 CUMMING, I. Freemasonry and Education in Eighteenth Century France. History of Education Journal, Vol. 5, N. 4, 1954, pp. 118-123.

7 OSBORNE, T. Language and sovereignty: titles of address and the royal edict of 1632., Working Paper.

Durham: Durham Research Online (DRO), 2013.

8 COIL, Henry Wilson & BROWN, William Moseley. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York: Ed. Macoy, 1961.

9 COIL, Henry Wilson & BROWN, William Moseley. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York: Ed. Macoy, 1961.

10 BARATA, A. M. E é certo que os homens se convencem mais pela experiência do que pela teoria: cultura política e sociabilidade maçônica no mundo luso-brasileiro (1790-1822). REHMLAC, Vol. 3, No 1, 2011.

11 AZEVEDO, C. M. M. Maçonaria: História e Historiografia. Revista USP, São Paulo, No. 32, 1996, p. 178-189.

12 CASTELLANI, J.; CARVALHO, W. História do Grande Oriente do Brasil – A Maçonaria na História do Brasil. São Paulo: Madras Editora, 2009.

13 Baseado em análise de conteúdo dos Boletins do Século XIX do Grande Oriente do Brasil disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional.

14 CASTELLANI, J. Fragmentos da Pedra Bruta. Londrina: Editora A Trolha, 2001.

15 SOBRINHO, Octacílio Schüler. Uma Luz na História: o sentido e a formação da COMAB. Florianópolis: Ed. O PRUMO, 1998.

fevereiro 29, 2024

O MAÇOM E O ALFAIATE


 

 


Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom. Ficou tão eufórico que quase não se conteveSerei um grande homem agora – disse a um amigo. - Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida. 

Conheço o alfaiate perfeito para você – replicou o amigo: É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse: - Há mais uma informação que preciso ter. Há quanto tempo o senhor é Maçom?

- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu terno? Perguntou o cliente surpreso. 

- Não posso fazê-lo sem obter esta informação senhor. É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás.

 - Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir. Aí então eu costuro o paletó de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o senhor estiver curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o terno de modo que as costas fiquem mais longas que a frente. Portanto, tenho que saber há quanto tempo que o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente.

O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no terno e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.