março 06, 2024

QUE PRESENTE MARAVILHOSO!

 

O correio traz a surpresa, uma carta, que coisa rara, e uma foto em papel, mais raro ainda. E diz:

Meu irmão e professor Michael

Estivemos juntos no encontro ocorrido em Bom Despacho (MG) e posteriormente em Moema, onde tirei essa bela foto sua e de Dona Alice. Foi uma grande satisfação conviver com vocês naquele dia.

Na minha pequena vida de maçom aprendi muito com os seus conhecimentos e sou muito grato por isso.

Espero que este meu pequeno carinho os encontre bem e com saúde!

Nos vemos pelo Lives Maçônicas!

TFA

Ir.  Tulio Lobo 

Loja Conquista da Liberdade 1925

Itapecerica MG

............

É por isso que faço o que faço com tanto prazer. Compartilhar conhecimento e receber carinhos como estes, de tamanho pequeno mas de imensa, desmedida emoção. Muito obrigado. Adoramos.

março 05, 2024

SEMANA DE HOMENAGEM - GRAUS SIMBÓLICOS - Roberto Ribeiro Reis

Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O primeiro homenageado é o irmão Roberto Ribeiro Reis, da ARLS Esperança e União n. 2358 de Rio Casca, MG



O Aprendiz 

Está feliz

Porque saiu

Do ócio.

O Companheiro,

Alvissareiro,

Sobressaiu 

No seu negócio

O Mestre, de 

Q. I. Extraterrestre,

Atraiu 

O sacerdócio.


Tripé de iguais,

Têm fé demais,

Nada os abala;

Diante da provocação,

Toda ponderação:

O silêncio exala.


Ninguém os atormenta,

Sua paz é a ferramenta

Que resolve o problema;

Esquadrada retidão

Compassada solução

Perfeição de sistema.


Um triângulo eleito,

Cujo projeto de respeito

É atingir a completude;

Aprendiz e Companheiro,

Feito Mestre sobranceiro

Obreiros de plenitude.


De terno ou balandrau,

Não importa qual o grau,

E tampouco a instrução;

O que os torna diferentes

São as luzes excedentes

Que o trio tem no coração!

A MAÇONARIA E A IGREJA CATÓLICA - Sigisfredo Hoepers,


Ainda acontece principalmente em cidades mais do interior, que um irmão, ou o que é pior, uma esposa de maçom, sejam discriminados dentro da igreja católica.

O objetivo desse trabalho é apresentar um histórico e tentarmos entender um pouco dessa discriminação à maçonaria e aos maçons em particular, que felizmente tem diminuído sensivelmente, praticamente não existindo mais em grandes centros.

A Maçonaria, pode-se dizer, nasceu dentro da igreja católica. Como construtores que eram, passavam longo tempo construindo catedrais e mosteiros. Houve um tempo em que a maçonaria e a igreja católica coexistiam pacificamente. O que mudou?

A História

A maçonaria como instituição associativa, deu seus primeiros passos em 1356, quando um grupo de pedreiros (Free maçons) dirigiu-se ao prefeito de Londres e solicitou o registro de associação dos pedreiros livres.

Oficialmente registrada a associação e devidamente autorizada, passavam os seus membros ou associados a ter certos direitos e vantagens, que, acredita- se, mais tarde viriam a despertar o interesse dos especulativos. Como:

- Trânsito livre – pois naquela época não se tinha a liberdade de ir e vir.

- Liberdade para fazer reunião – que naquela época também era proibido, por receio de conspirações.

- Isenção de impostos – que convenhamos, agrada a qualquer um.

Pouco tempo depois, surge um invento revolucionário. Em 1455 inventa-se a impressora com tipos móveis. É publicada a primeira bíblia em latim. Além da cultura em geral, o evangelho também passa a chegar mais facilmente a todas as camadas sociais. Quem lê, pensa mais, sabe mais. A história começa a mudar.

Praticamente desconhecida, cuidando do que lhe era concernente, a maçonaria nem de longe poderia prever que em 1509 seu futuro já estava sendo influenciado. É que neste ano, subia ao trono da Inglaterra, Henrique VIII. Ao ver contrariadas suas pretensões de conseguir o divórcio junto ao papa, para casar-se novamente com Ana Bolena, revolta-se e desconhecendo a autoridade do papa, funda urna nova religião, a Anglicana.

Constitui-se como único protetor e supremo chefe da Igreja e do clero da Inglaterra. Acaba com o celibato, e confisca os bens do clero. Está aberta mais uma lacuna na igreja católica, abrindo-se uma ferida profunda entre os poderes. A maçonaria mais tarde, certamente sofreria as consequências de sua origem inglesa. Em pouco tempo e devido a outras grandes cisões o catolicismo perdeu terreno e influência na Inglaterra, Alemanha e Suíça, como permanece até os dias atuais. E a maçonaria? Continuava operativa. Não incomodava e nem era incomodada.

Em 1600, outro fato, aparentemente sem importância, iria mudar totalmente os rumos da maçonaria. É aceito o primeiro especulativo de que se tem noticia. Lord John Boswel, um fazendeiro, simples plantador de batatas. Foi o primeiro a ver vantagens em pertencer a associação dos pedreiros livres. A maçonaria, que mais tarde seria só “especulativa”, como a conhecemos até hoje, começou a mudar aí.

Alguns anos mais tarde, em 1603, assume o trono da Inglaterra, Jaime I. católico, começando a dinastia dos Stuarts. Levando consigo a grande esperança da igreja católica para mudar os rumos do catolicismo.

Mas interesses econômicos outros, lutas políticas na busca do poder, e o puritanismo, levaram Oliver Cronwell a frustrar as pretensões da igreja, levando os Stuarts a se exilar na França e quando voltam não tem forças para se firmar. Em 1714 termina a dinastia dos Stuarts com Ana Stuart, assumindo Jorge I, iniciando a dinastia Hannover. Mas nesse meio tempo em 1646, é aceito outro especulativo. Elias Ashmole.

A importância do fato estava em ser ele um intelectual, alquimista e Rosa Cruz. Alguns autores lhe creditam a confecção inicial dos rituais. As lojas proliferam. Eram mistas (operativos e especulativos) ou só de especulativos. Em 24 de junho de 1717 é fundada a Grande Loja de Londres. Oficialmente. é nessa data que começa a Maçonaria especulativa.

É convidado o Ministro Protestante, reverendo James Anderson, a compilar todas as tradições, usos e costumes dos maçons, para fazer uma constituição que regesse a Maçonaria. Após estudos, com outros irmãos, foi submetida a uma assembleia que a aprovou em 1723, sendo promulgada a primeira constituição maçônica, dita de Anderson. Alguns anos mais tarde, em 1738, ela seria reformada.

Devidamente regulamentada e oficializada, a Maçonaria estava pronta a expandir-se, mas sua expansão não seria pacifica. Como num jogo de xadrez, o desenrolar da história vai determinando certos lances que vão mudar o futuro.

E, talvez o lance mais importante dessa ocasião seja a eleição. em 1730, do Papa Clemente XII, aos 79 anos de idade, que seria o precursor das condenações à maçonaria. De idade avançada, muito doente, alguns autores acreditam que sua eleição tenha sido mais como um prêmio pela sua dedicação. do que pelos seus reais méritos. Quase morre logo ao assumir. mas consegue se recuperar.

Pouco tempo passa, e logo em 1732 fica totalmente cego e a gota o ataca severamente, obrigando-o a guardar leito com constância.

Como o nepotismo é próprio de quem tem o poder, o papa nomeia Neri, seu sobrinho, como seu assessor direto. Este, ambicioso e sem qualidades, mais tarde deixaria as finanças em precárias condições.

A Maçonaria, por sua vez, continuava sua expansão, derivada de Londres e sendo exportada para países vizinhos.

Instalou-se na Holanda em 1731,  na França e em Florença em 1732;  em Milão e Genebra em 1736 e em 1737 na Alemanha. 

Esta estranha sociedade secreta, que guarda segredo absoluto de tudo o que faz constituída de nobres, aristocratas, intelectuais. Começou a inquietar os poderes dominantes de cada país. O medo das tramas e subversão para a derrubada do poder foi mais forte e começaram as proibições.

Sem saber o que acontecia nas reuniões, sempre secretas, criou-se um alvoroço, e muitos governantes pediam providências ou soluções ao papa. As alegações eram de que a sociedade admitia pessoas de todas as religiões; que era exigido de seus membros segredo absoluto, sob severas penas: que prestava obediência a um poder central em Londres.

O Santo Oficio bem que procurou descobrir alguma coisa, mas nada de concreto conseguira. Consta que muitos elementos do clero já haviam sido iniciados. Na França, em especial. o clima era puramente político, unia luta pela força e poder. A maçonaria crescia, mas era cerceada como fosse possível.

O Papa Clemente XII continuava doente, constantemente acamado, totalmente cego ha 6 anos, rodeado de pessoas que lhe filtravam as informações, sendo que tudo o que lhe chegava ao conhecimento dependia do interesse dos que o rodeavam. Para assinar os documentos necessários, sua mão tinha que ser direcionada. Nessas condições, sob pressão dos governantes que exigiam providências e também dos inquisidores que exerciam sua influência, é que o papa assinou, com sua mão direcionada, em 28/04/1738, a bula In Eminenti, selando assim o destino dos maçons católicos em especial, e da maçonaria em geral.

Bula "In Eminenti" do papa Clemente XII, condenando a maçonaria.

A bula em si, tinha sido promulgada por três motivações:

A) Motivo de caráter político – que era o receio dos governantes pela segurança dos remos;

B) Motivo de caráter religioso – que era a “união de homens de diferentes religiões. Nos males que de tais uniões resultam para a saúde das almas; no parecer de pessoas honradas e prudentes”;

C) Motivo de caráter secreto ou seja “por outras justas e razoáveis causas conhecidas por nós” assim pregavam. O interessante disso é que essas causas ficam em segredo. Quase um segredo tão grande quanto a Maçonaria. Alguns autores relacionam este motivo a causa dos Stuarts, na defesa da causa católica pelo trono da Inglaterra. Lembram?

A pena de excomunhão quase nada mudou no comportamento dos maçons na época. Esta pena estava tão banalizada que até o cardeal Fleury, da França diria “a bula que o papa havia dado contra os maçons não bastaria talvez para abolir essa confraria, a não ser que existisse outro freio diferente da pena de excomunhão”.

Excomungava-se por qualquer coisa: por motivos tão irrisórios como pequenos furtos ou simples questões de etiqueta. Os editos da inquisição, afixados nas portas das igrejas, iam providos do correspondente aviso: “ninguém o tire sob pena de excomunhão maior”. 

Qualquer pessoa poderia obter o direito de excomungar, era só pagar uma taxa na chancelaria e mediante um documento, a pessoa poderia excomungar até uma pessoa que tirasse um livro, sem ordem do dono da biblioteca. etc.

Conta-se que um fotógrafo do Vaticano. Arturo Mari, no começo de sua carreira, ainda muito jovem e afoito, cobrindo a eleição do Papa João XXIII, empurrou todo o mundo, na ânsia de fotografá-lo primeiro. Um cardeal o excomungou. Logo, o novo papa suspenderia a punição.

Para se chegar ao alto cargo de cardeal na hierarquia do clero, parece que não era tão necessária uma exaustiva e brilhante carreira, pois Clemente XII, logo que assumiu. Nomeou dois sobrinhos seus, sendo um como assessor direto. Em 1735, nomeou o sereníssimo infante de Espanha, de apenas 8 anos de idade, como cardeal, e também Ottoboni, com 17 anos de idade, sobrinho de Alejandro VIII, também como cardeal. Os interesses espirituais escorregavam diante do poder material. Quem cuidava realmente da religião? A resposta não parece muito difícil.

Bem, com a bula sendo conhecida e publicada nos países católicos, iam se desencadeando as proibições em vários países. No entanto, na França, o parlamento não aprovou a publicação e por isso não foi promulgada. Por isso, oficialmente, na França a bula não entrou em vigor.

Criou um círculo interessante. O papa condenou a maçonaria porque os governantes pediam, e agora, os governantes a condenavam porque era o papa quem pedia. Nos estados pontifícios, cuja constituição administrativa era católica, todo delito eclesiástico era castigado como delito político, e vice-versa. Infringir a religião era infringir a lei, e infringir a lei era o mesmo que infringir a religião. Com a morte de Clemente XII em 1740, assume Bento XIV, que não se manifesta inicialmente a respeito da proibição. De imediato, que reflexos estavam tendo na maçonaria a bula de Clemente XII?

A inquisição, encarregada de executar as ordens papais, começava sua primeira e mais conhecida vitima em Portugal; John Coustos (maçom). Denunciado em outubro de 1740, foi torturado e condenado a 6 anos nas galés. Outra vitima foi Francisco Aurion Roscalli:1m, na Espanha em I 744, condenado ao isolamento e banido para sempre. Estes foram os primeiros maçons, vitimas da bula do Clemente XII.

Começam boatos que Bento XIV não confirmaria a bula anterior. De Nápoles vinham muitas pressões por um posicionamento. Somente 11 anos depois da bula In Eminenti de Clemente XII, saiu a bula de Bento XIV, com o nome de Constituição Apostólica Providas. Nada mudava da anterior. Até então, após duas bulas, a maçonaria ainda era uma sociedade que era “inconveniente”, sem ser um perigo iminente. Na dúvida, melhor proibir. As coisas permaneceriam assim até a morte de Bento XIV em 1758. Também com Clemente XIII de 1758 a I 769, com Clemente XIV de I 769 a 1774, com Pio VI, de 1775 a 1799, com Pio VII de 1800 a 1823.

Só que neste papado de Pio VII, surge a figura de Napoleão Bonaparte, que acabaria por ter uma influência positiva na liberação das colônias portuguesas. Os ideais de liberdade ganharam força quando Napoleão afugentou a coroa portuguesa para o Brasil em 1808, avançou para a Espanha e adentrou em Roma, proclamando o fim o poder temporal do papa, e mantendo- o preso no castelo de Fontainebleau. Pio VII só recuperou parte de suas possessões com a queda de Napoleão em 1815.

Mas a história começa a mudar. Isto se reflete nas colônias que começam seus movimentos de libertação. Praticamente todas lideradas por maçons, que conseguem logo em seguida, neste penado, sua independência:

Obra de Benedito Calixto mostra José Bonifácio de Andrada e Silva, o tutor de D. Pedro I

Chile – 1818, liderada por O’Higgins (maçom);

Colômbia – 1821, liderada por Bolivar (maçom):

Peru – 1821, liderada por Bolivar e San Martim (maçons);

Argentina – 1822, liderada por Bolívar e San Martim ( maçons);

Brasil – 1822, liderada por D. Pedro I e José Boni fácio de Andrada e Silva (maçons).

Já havia o exemplo vitorioso de libertação dos Estados Unidos em 1783, liderada por maçons como George Washington. Na queda da bastilha, na França, em 1789, maçons lutaram com seus aventais. A maçonaria deixara de ser simplesmente “inconveniente”, passando a ter uma atuação concreta e objetiva e a receber condenações mais veementes da igreja, embora esta não se considerasse diretamente atingida ou ofendida.

Seria óbvio que a igreja apoiasse Portugal e Espanha, seus mais fiéis aliados, condenando a Maçonaria, para tentar conter essa avassaladora onde de independências. Um péssimo negócio, diga-se de passagem, para quem recolhia pesados tributos. Mas não é tão simples como parece, à primeira vista, a condenação católica a Maçonaria.

Começou com a bula “in eminenti”, com um caráter mais preventivo que coercitivo, se tomou opressiva, a condenação, quando politicamente, a igreja tentou ajudar seus mais fiéis aliados. Portugal e Espanha como já dissemos, até aqui, pode-se dizer que a igreja católica condena a Maçonaria por motivações de terceiros. Ela, em si, nunca se sentira ameaçada para que se justificasse a manutenção da condenação.

A Unificação da Itália – O Maior dos Motivos

Os verdadeiros motivos da condenação, sem dúvida alguma. Resultaram da unificação da Itália. O trauma desse episódio não deixa certos setores da igreja esquecer até os dias de hoje. A Maçonaria foi considerada como um inimigo mortal, por ter apoiado a unificação.

Houve a época. a fundação da Carbonária, seita de caráter político, independente da Maçonaria, tendo como finalidade principal a unificação da Itália. A carbonária tomara-se perigosa e prejudicial à Maçonaria, pois era confundida com esta e colocada erroneamente, no mesmo pé de igualdade, enquanto que, na realidade, não tinha nada em comum, nem nas origens, nem nas finalidades, nem nas formas. Os carbonários para conseguir o seu ideal, matavam-se preciso.

Os carbonários tiveram seus aprendizes, mestres, grão mestres. Mestre de cerimônias, orador, secretários, sinais, toques e palavras, juramentos, e é claro, segredos. Por isso a maçonaria era muito confundida. Essa similitude externa propiciou a Leão XII a identificar os carbonários, em sua bula “quo graviora”, como se fosse um retrato da Maçonaria, lançado em 1825.

A partir dai a situação agravou-se ainda mais. Posteriormente já com o papa Pio IX lança-se a bula em 1864, condenando as sociedades secretas, que nelas se exigisse ou não o segredo.

É proclamado rei da Itália unificaria – Vitor Manuel. A venda das terras desapropriadas da igreja em 1867 foi apenas uma, entre várias medidas anticlericais. Mas o povo italiano queria a unificação. Para se ter uma idéia do anseio popular pela unificação da Itália, o plebiscito deu como resultado: 456.000 a favor com apenas 756 contra. Os italianos não aceitavam outra capital que não fosse Roma.

A essa altura, Pio IX já tinha lançado a “multiplices inter” contra a Maçonaria e a Carbonária como: “os inimigos do nome cristão que ousaram assaltar a igreja de Deus, esforçando-se, bem que inutilmente, por arruiná-la e destruí-la”.

Logo ern seguida, em 1869, a “apostolice sedis”, contra a maçonaria e as sociedades secretas, com a excomunhão latae sententiae, contra “todos que dão seu nome á seita dos maçons ou dos carbonários, ou a outra seita do mesmo gênero, que “maquinam” aberta ou secretamente, contra a igreja e contra os legítimos poderes”.

A situação se agravara de tal maneira que ficara insustentável. Como se vê. a essa altura, a Maçonaria estava definitivamente condenada. O grande motivo? A unificação da Itália, um ideal Carbonário.

Um episódio brasileiro ocorreu em 1872 com o desencadeamento da questão religiosa. Envolveu dois bispos, um do Pará e outro de Olinda, que condenaram a Maçonaria em suas dioceses, contrariando as leis vigentes no país. Foram julgados e condenados por um supremo tribunal de justiça a quatro anos de trabalhos forçados. Por interferência do Duque de Caxias foram, a contragosto de D. Pedro I, anistiados.

Mas, voltando a Itália, ideal era dos carbonários, mas a culpa ficou para a Maçonaria.

Em 1917 – é promulgado por Bento XV, através da “providentissima mater ecclesia”, o primeiro código de direito canônico. também chamado de pio-beneditino. Este código regulamentava todas as atividades da igreja, e definia a situação da Maçonaria em vários cânones:

Cânon 2335 “os que dão seu próprio nome à seita maçônica, ou outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra os legítimos poderes civis, incorrem ipso facto, na excomunhão si mpliciter reservada á sé apostólica”.

Com esse cânon, ficaria estigmatizada especificamente a denominação “Maçonaria”, bem como caracterizada a sua pena: a “excomunhão”.

Os sacramentos proibidos são: o batismo, a eucaristia. a crismar (ou confirmação da fé), a penitência (ou confissão dada antes da eucaristia ), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a unção dos enfermos.

Para atender aos anseios dos irmãos católicos, a maçonaria criou certas ritualísticas especiais: ritual de adoção de lowtons, para um apadrinhamento: ritual de pompas fúnebres; ritual de confirmação de casamento.

Ainda na questão Itália, continuava pendente a questão romana, que seria finalmente decidida por Pio XI e Mussolini com a assinatura do tratado de Latão em 11/02/1929, criando o Estado do Vaticano.

Acabava oficialmente o poder temporal do papa, ficando restrito ao Vaticano e apenas 44.000 metros quadrados, e reconhecia a posse política de Roma e dos Estados Pontifícios.

Em 1959. o papa João XXIII, ouvindo clamores, anuncia a revisão do código pio-beneditino. Ventos de paz sopravam forte entre a igreja e a maçonaria, havia um clima de boa vontade entre as partes. No entanto, devido o absolutismo da cúria – a burocracia papal em Roma que durante séculos ditara as normas da vida católica – foi ainda restrito.

Wojtyla, mais tarde, papa João Paulo II, juntamente com alguns bispos já se pronunciavam afirmando que qualquer que seja a razão pela qual um católico se tome um maçom, ele permanece católico. Mas, nem todos os setores da igreja estavam coerentes e alguns achavam pouco prudente essa abertura aos pedreiros livres.

O maçom e carbonário Giuseppe Garibaldi, que lutou na Unificação da Itália.

Em 1983 e promulgado por João Paulo II o novo código de direito canônico. Com o cânon 1374 fica excluído o nome da maçonaria, e também a excomunhão. No entanto, um comunicado de doutrina da fé, aqueles mesmos que nunca fazem nada de produtivo para humanidade e se consideram os senhores da razão ditando as normas da vida católica, mantém a recomendação de que os “inscritos na maçonaria” incorrem em pecado grande, ficando impedidos de receber a santa comunhão. Mesmo contrariando a vontade papal.

Finalmente, agora recentemente, o papa pede perdão a tudo e a todos que porventura a igreja católica tenha atingido. Felizmente. Paciência e esperança, essas são as palavras.

A discriminação deixará de existir plenamente e a pacificação total, inclusive em cidades do interior, já bate a nossa porta.

...

(Este trabalho foi elaborado pelo Ir.’. Sigisfredo Hoepers, fundamentado no livro de titulo MAÇONARIA E IGREJA – CONFLITOS. do Ir.’. Lutffala Salomão – Editora A Trolha) Fonte: Palavra de Passe – Informativo mensal da A:.R:.L:.S:. – Perfeição de Biguaçu IV° 3156 – ENCARTE ESPECIAL.

A INICIAÇÃO - Walter Luiz da Fonseca



Este é um tema que normalmente fascina a todos que ingressam na Maçonaria, ou mais corretamente, desde que os Maçons começam a se reconhecer como Irmãos. 

Como pode, entretanto, um homem maduro, de cabelos não raro já grisalhos, ou às vezes já rarefeitos, repentinamente tornar-se Irmão de outros homens de quem na maioria das vezes, não teve honra e a alegria de conhecer nem pai nem mãe?

Este verdadeiro milagre se dá pela Iniciação! 

Muito se fala sobre a Iniciação. É comum ouvirmos que durante a Cerimônia não deve haver trote ou brincadeiras. Mas também é comum ouvirmos falar que ela deve ser feita em ambientes lúgubres, como cemitérios, ou então utilizar recursos estranhos e assustadores. Não me parece que nenhuma das alternativas ao Ritual seja correta ou deva ser estimulada.

Iniciar é, de certo modo, fazer morrer ou provocar a morte. Não a morte física, mas a morte simbólica que é considerada como saída, como passagem pôr uma porta que dá acesso a outro lugar. A saída corresponde então a uma entrada. Iniciar é também introduzir. Iniciar é a passagem de uma vida para outra, pela morte simbólica e pelo renascimento espiritual. 

A Iniciação transpõe a barreira de fogo, que separa o mundo profano do mundo sagrado. Passa de um mundo para outro. Desta forma o Iniciado passa pOr uma transformação, tornando-se diferente do que era como profano, mudando de nível. Do nível terreno, material, é alçado para o espiritual. 

A Iniciação gera uma metamorfose, sendo um processo alquímico, em que o Iniciado morre aos olhos do mundo, operando uma regressão, com um novo nascimento. Este nascimento pode ser comparado ao retorno ao ventre da mãe, à caverna, ao interior da terra. A posterior saída é para a luz. O iniciado penetra na noite e sai no dia. 

Infelizmente, a mente moderna, não consegue compreender o real significado da Iniciação, que era uma característica de todas as grandes religiões e corporações da antiguidade. Sabemos que as tradições cristã, judaica e islâmica mantêm ainda estes mistérios, representados pelo batismo, porém, o homem moderno não está mais sensível aos mistérios do espírito.  

A separação entre o homem da idade moderna e o homem da antiguidade não é apenas temporal. A separação é principalmente mental. Não podemos compreender os antigos porque perdemos a capacidade de perceber, de entender e principalmente de pensar à maneira como deles.  

A mente do homem contemporâneo, do século XX, está sobrecarregada de preconceitos, inundada pela “racionalidade”, da sociedade consumista ocidental, desencadeada no século XIX, principalmente pelo período de vácuo sentimental da denominada “belle époque”. 

O homem moderno tende a encarar a morte simbólica da Iniciação apenas como uma experiência psicológica, tendo em vista que todas as alterações ocorridas na psique humana assim são vistas. Ora, a morte da Iniciação é representação da morte ante os olhos do mundo. Representa a superação da condição profana, ultrapassando em muito uma experiência de ordem psíquica. 

Esta forma de pensar e de agir se deve a que as pessoas modernas têm muita dificuldade em conceber uma época em que, para os homens, a Terra não estava separada do céu. Nós hoje não conseguimos entender como os antigos viam o sagrado e o profano, pois não havia a dualidade entre o gênero humano e a natureza, portanto entre o profano e o sagrado. A ausência de separação entre o Paraíso e a Terra era o ponto comum das religiões dos povos antigos (da Índia antiga, da Pérsia, do Egito). Aliás, palavra Paraíso vem do persa, e quer dizer lugar de delícias. 

Também no Cristianismo não havia distinção entre o Céu e a Terra. Esta afirmação pode ser confirmada pela oração de Cristo, quando ele nos ensina a dizer “assim na Terra como no Céu”. Neste momento, ele está afirmando que não deve haver diferença entre os dois, pois na Terra deve-se proceder como no Paraíso. No Velho Testamento está escrito que nós fomos feitos à Imagem e Semelhança de Deus, de modo que, o judeu primitivo se via como reflexo da divindade. 

Para se entender o real significado de uma Iniciação é necessário que se torne ao primeiro povo que a utilizou de forma sistemática e coerente: o povo egípcio. 

Todas as cidades egípcias tinham divindades próprias, com suas tríades, divinas e enéades. Sem dúvida as tríades mais importantes eram representadas pôr Osiris, Isis e Horo, a Segunda tríade pôr Seth, Néptis e Anúbis e a terceira a de Kefera, Chu e Tefnut. A primeira Tríade corresponde ao mundo sutil, a Segunda ao mundo inferior e a terceira ao mundo Celestial. Nas duas primeiras tríades há um Deus Masculino, mais velho, uma Deusa, sua Consorte, e um Filho. Na última tríade, só há um princípio primordial, que é Rá, ou Kephera, ou o Sol. Deste princípio emanam os outros dois Deuses, macho e fêmea, Luz e Treva, Essência e Matéria, Chu e Tefnut. 

Estas tríades também estão na origem da cabala: a primeira tríade, com o ápice voltado para cima, a Segunda tríade com o ápice voltado para baixo, a terceira tríade também voltada para baixo, abaixo da qual está a terra. Todas estas tríades podem ter seus nomes substituídos pêlos nomes das Sefirot. Não vamos aqui falar sobre isto, pôr não ser o tema do trabalho. 

No estudo dos três mundos herméticos – o Celestial, o sutil e o fenomenal, em que cada um é o reflexo do imediatamente superior, encontramos os três mundos: O Céu, a Atmosfera e a Terra. 

Num antigo papiro há uma importante afirmação de Rá: “sou Kefera pela manhã, Rá ao meio-dia e Temu ao entardecer”. 

O conhecimento dos três mundos do antigo Egito é fundamental para compreensão da Iniciação. No processo de ascensão proporcionado pela Iniciação. O Iniciado passa pôr uma mudança, não em nível físico, mas em termos de visão, tornando-se “epóptico”, ou seja, dotado de uma Segunda visão. Esta era a primeira morte, que fazia do homem dois a partir de três. 

Ou seja, havia a morte simbólica do corpo, permanecendo a alma e o espírito. A separação destes, fazendo um a partir de dois, representava a Segunda morte. Todos os egípcios acreditavam nesta forma de evolução após a vida: a primeira morte, a do corpo, com a alma e o espírito permanecendo no “horizonte”, que corresponderia ao “purgatório” da igreja católica, e a Segunda morte, que representa a entrada final do paraíso. 

Esta primeira morte, mediada por Isis, que representava a separação da matéria da “Imatéria”, ou seja, do corpo e do espírito e alma, podia ser feita ainda em vida pôr alguns escolhidos: os Iniciados! 

Daí se depende a grande importância da Cerimônia de Iniciação: ela proporciona a morte simbólica do corpo, ela representa a morte simbólica aos olhos do mundo profano, ela representa um avanço no desenvolvimento espiritual do homem. 

A Iniciação Maçônica, no Ritual do R.’.E.’.A.’.A.’., o recipiendário é recolhido a uma caverna, simbólica ou não, revestida de negro, fracamente iluminada, contendo objetos e símbolos assim como frase que convidam à reflexão sobre a morte e consequentemente, sobre a vida. 

Este é o primeiro momento em que o recipiendário tem os olhos desvendados desde que chegou. Até este momento ele caminhou na solidão da escuridão, acompanhado apenas pôr um guia que lhe é desconhecido. 

Neste momento solene e terrível, ele é convidado a ler e meditar sobre o que está nas paredes, num ambiente cercado do maior silêncio. Ele está só. O recipiendário está só! 

O recipiendário está num local tenebroso, vigiado pela morte representada pela caveira sem olhos de algum desconhecido há muito desencarnado! Neste momento ele deve pensar! O recipiendário deve pensar na morte: ele faz o seu testamento! Mas ele também deve pensar na sua nova vida, pois lhe são feitas perguntas sobre Deus, a nação, a família e sobre ele mesmo! 

Somente depois desta experiência maravilhosa, de vivenciar a primeira morte, o recipiendário estará pronto para as demais provas.

O que diz a Bíblia – Aparentemente, para o homem profano, a Iniciação é um processo ultrapassado do desenvolvimento humano, pertinente apenas aos povos ou homens atrasados. Poderíamos dizer que é um procedimento ateu, se levarmos em consideração as suas origens pré-judaicas. Será que é verdade?

Vejamos o que diz a Bíblia, seja no Velho ou Novo Testamento. Sei que é uma falha deter apenas no Livro da Lei dos cristãos, mas acredito que os Livros da Lei das outras religiões contenham igualmente passagens semelhantes, pois, afinal, existe apenas um G.’.A.’.D.’.U.’..

Comecemos com o aspecto divino do homem: 

1° - No Salmo 82 está escrito: 

1. “Deus assiste na congregação divina, no meio dos deuses estabelece o seu julgamento. 

.....

6. eu disse: sois Deuses, sois todos filhos do Altíssimo. 

7. Todavia, como homem, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir”. 

Portanto, o salmista afirma que nós somos deuses. E o que diz Cristo? 

2° - No Evangelho de João capítulo 10 encontramos: 

“..... 

35. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: “Eu disse: sois Deuses? 

36. Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a escritura não pode falhar”. 

Fica claro então que Cristo confirmou a Escritura: o homem tem um aspecto divino inegável. Mas será que todos os homens o são? 

3° - Evangelho de João, capítulo 1: 

“.... 

12. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: ao que creem no Seu Nome. 

13. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. 

Consiste a Iniciação numa atividade prevista nos Landmarks, quando afirma que os “candidatos à Iniciação deve ser....”. Pôr definição a Maçonaria é uma sociedade Iniciática.

Porém, a aplicação correta da Ritualística só poderá ocorrer se for muito bem compreendida, por todos os Irmãos, o que se espera da Iniciação: (a primeira morte, a do corpo, e o nascimento de um novo homem, que se já era livre e de bons costumes, agora deverá adquirir o conhecimento necessário para um contínuo aperfeiçoamento). 

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Bibliografia:

- Bíblia Sagrada 

- Os mistérios Egípcio – Editora Cultrix 

- Dicionário de Símbolos – Editora José Olympio 

- Símbolos e Mitos do Antigo Egito – Editora Hemus 

- O Livro egípcio dos Mortos – Editora Pensamento 

- Manual do Mestre Maçom – Editora Aurora 

- Comentários ao Ritual de Aprendiz Maçom – Editora Aurora 

- Isis sem Véu, Vol. IV – Editora Pensamento

A SOLIDARIEDADE MAÇÔNICA



A Solidariedade Maçônica não consiste, como creem o vulgo e o profano, no amparo incondicional de um Ir.’. ao outro.

Os laços da Fraternidade, quanto ao amparo moral ou material (individual ou coletivo), são oferecidos àqueles que, apesar de praticarem o Bem, sofrem os revezes das vida.

Para os que, trabalhando lícita e honradamente, correm o risco de soçobrar; ou mesmo para os que, tendo fortunas, sentem infelicidade em seu interior e amargas suas almas.

Para estes IIr.’. a Solidariedade Maçônica deverá  e será colocada em prática, pois aí haverá uma causa justa e nobre.

Em nossa iniciação, juramos amar o Próximo como a nós mesmos,  cuja máxima representava o compasso sobre o nosso peito, na justa medida para a construção do mundo de Fraternidade Universal.

Juramos ainda defender e socorrer nossos IIr.’. ; todavia, quando um Ir.’. se desvia da Moral que nos fortifica, ele simplesmente rompe a Solidariedade que nos une.

Estará então em condições notórias de deixar de ser um Ir.’., perdendo todos os direitos ao nosso auxílio material e, principalmente, ao nosso amparo moral.

Há quem defenda que Irmão será sempre Irmão, contudo a própria legislação que rege a Ordem declara sua suspensão desse Direito, sob determinadas circunstâncias. 

Logo, essa Solidariedade não dá guarida à ignorância e ao preconceito.

Em igualdade de circunstâncias, devemos preferir um Ir.’. a um profano; mas nunca devemos fazê-lo se assim cometermos uma injustiça - a cada um, o que é de seu mérito.

Ela não existe para ferir nossa consciência.

Seus ensinamentos nos conduzem a proteger um Ir.’. no que for justo e honesto, mas sem boas e justas razões não devemos favorecê-lo pelo simples fato de ser Ir.’..

Ademais, tal Princípio nos ensina tanto a dar quanto a não pedir sem a justa necessidade.

A Ordem, idealmente, só admite entre os seus membros aqueles que são probos, de caráter ilibado, que tenham a faculdade chamada inteligência e que sejam livres e de bons costumes.

Assim é natural que MM.’. cheguem a posições sociais elevadas, visto se destacarem por suas qualidades pessoais.

Se alguém pretende obter o mesmo, utilizando-se unicamente de um sistema de favorecimento, proteção e acobertamento fazem mal em entrar para o seu seio.

Sua admissão padece de vício insanável, de erro essencial quanto à pessoa.

Para estes casos, nossa Ação Moral, nossos Princípios e Leis hão de serem instrumentos seguros para separarmos o joio do trigo - e ficarmos com o trigo.

A Solidariedade, aliás, não está adstrita aos Ir.’., estende-se a todos os Homens e se materializa não apenas no amparo imediato, mas na educação.

O exercício da Solidariedade, assim, deve pautar-se em duas palavras - tolerância e humildade.

A predominância da Humildade se faz necessária em todas as ações que empreendermos e desenvolvermos, para que o auxílio não se transforme em esmola e enodoe a alma do necessitado.

A Tolerância para com os nossos semelhantes, quer em suas opiniões, quer em suas crenças, impõe-se para garantir a Liberdade e a Justiça.

É pensamento muito bem traduzido por Voltaire: “Discordo de tudo quanto dizes, mas defendo até a morte o direito de dizê-lo.”

Ambas serão, portanto, utilizadas para Educar os que necessitam e, pelo processo dual, nos educarmos.

Ensinar aquilo que realmente sabemos e com isto nos instruir também.

Corrigir e alertar para os erros que atentem quanto à ética e compromissos inerentes à sociedade.

Cabe aqui encerrar com La Fontaine, em trecho do prefácio de “FÁBULAS DE ESOPO”:

...“Antes de sermos obrigados a corrigir nossos maus hábitos, é necessário que nos esforcemos para torná-los bons”...

(Fonte: https://focoartereal.blogspot.com.br)

março 04, 2024

A FORÇA, A BELEZA E A SABEDORIA - Sidnei Godinho



Algumas sociedades de estudo e aprimoramento moral empregam a alegoria da tríplice coluna que sustenta a base de qualquer relacionamento social, à começar no próprio lar: "A Força, A Beleza e a Sabedoria". 

Os Gregos instituíram três grandes ordens arquitetônicas que legaram a humanidade desde o século VIII AC e que se tornaram representação concreta e visível desta filosofia de equilíbrio intergrupal. 

A Força faz acontecer e quebra a inércia do comodismo, além de proteger e conquistar. 

É a coluna "Dórica", simples em sua constituição, mas que sustenta o maior peso em sua edificação. 

Contudo, o que é a Força se não houver a Beleza para adornar e tornar atraente? 

É a coluna "Coríntia" que ganha adornos e torna atraente a construção, ao preço da redução da carga sustentada. 

Mas é a combinação da Força com a Beleza que traz a tão necessária e estável SABEDORIA. 

É a coluna "Jônica", a combinação Perfeita entre a Força e a Beleza que possibilita edificar o necessário sem sacrificar o ornamento que agrega seu valor de desejo. 

Quantas vezes em uma relação não se perde o objetivo do bem estar comum ao se tentar impor pela Força da racionalidade ou se perder na Beleza dos sonhos??? 

Importa encontrar o Equilíbrio da Sabedoria para conciliar a Força da Razão quando se fizer necessário e também viver a Beleza de sonhar, pois afinal a emoção é tão importante quanto a razão. 

Aproveite então este domingo e busque seu equilíbrio entre ser frio/calculista e ser um sonhador. 

Fato é que os Gregos, há milênios, descobriram que o segredo não está nos extremos da Força nem da Beleza, mas no meio termo que é a Sabedoria. 


A ARCA DA ALIANÇA NA MAÇONARIA - Pedro Juk


Em 17/12/2019 o Respeitável Irmão Rubem Carvalho Maia, Loja União Planaltinense, 3.854, REAA, GOB-DF, Oriente de Planaltina, Distrito Federal, solicita esclarecimentos. 

Por favor o senhor poderia me auxiliar no entendimento do que é a Arca da Aliança? 

Estou desenvolvendo um trabalho nos graus superiores, mas ainda sem um entendimento para a pouca pesquisa que fiz. 

Que livros o Senhor indicaria? 

CONSIDERAÇÕES: 

Vale a pena antes fazer um pequeno comentário que envolve a influência hebraica na Maçonaria. 

Nesse sentido, os espaços destinados aos trabalhos maçônicos, também conhecidos como Templos Maçônicos, são relativamente recentes, já que o primeiro Templo propriamente dito foi inaugurado em maio de 1776 na cidade de Londres. 

É sabido pelos maçons que as Lojas no passado se reuniam em tabernas, cervejarias e nos adros das igrejas. 

Compreenda-se, entretanto, que as tabernas europeias do século XVII e XVIII eram elementos que serviam também às funções sociais e reuniam nos seus seios grupos associativos e principalmente de artesãos do mesmo ofício. 

Na verdade, as tabernas serviam também como um local de concentração onde os seus frequentadores tocavam ideias e até mesmo aperfeiçoavam seu conhecimento profissional, sobretudo pela convivência com os seus pares de ofício. 

Em síntese, nas tabernas e cervejarias as reuniões se davam com um caráter mais descontraído, enquanto que as reuniões formais geralmente ocorriam nos recintos contíguos às igrejas, ou nos seus adros. 

É bom que se diga que a Maçonaria de Ofício (Operativa), antecessora da Moderna Maçonaria (Especulativa, ou dos Aceitos), cresceu e floresceu à sombra da Igreja. 

Assim quando os maçons ingleses tiveram edificado o seu primeiro Templo, em 1776, sem nenhum embargo, eles foram buscar referências construtivas em dois modelos que lhes eram bem conheciam, ou seja, nas igrejas e o Parlamento britânico. 

Desse modo, das igrejas foram então copiadas a orientação, a disposição e a divisão do espaço, lembrando, entretanto, que as igrejas indisfarçadamente tiveram a sua origem no primeiro Templo de Jerusalém (o de Salomão). 

É por esse viés que as igrejas igualmente se situam orientadas do Oriente para o Ocidente e também se dividem em três partes: o altar-mor, o presbitério e a nave. 

Em relação ao Templo hebraico, o altar-mor da igreja, no qual se coloca o oficiante da missa, corresponde ao Santo dos Santos; o presbitério, que é o lugar onde se colocam os auxiliares no ofício da missa, corresponde ao Santo, por fim a nave, onde ficam os fiéis, representa a parte descoberta do Templo hebraico que era destinado ao povo. 

Assim também ocorre com o Templo Maçônico, onde a sua orientação, no sentido longitudinal do espaço, vai do Oriente (Leste) para o Ocidente (Oeste) e a sua divisão se dá em três partes a saber: o Altar no Oriente - onde fica o dirigente da Loja - se relaciona com o Santo dos Santos e este, por sua vez, se relaciona com o altar-mor das igrejas; o restante do espaço oriental - onde ficam as autoridades maçônicas e alguns oficiais - corresponde ao Santo que, consecutivamente se relaciona com o Presbitério; por último as Colunas - onde se distribuem os Vigilantes, obreiros e demais oficiais - correspondem à nave, sendo que esta, por sua vez, corresponde à parte descoberta (pátios) do Templo de Jerusalém. 

É desse modo então que o Templo Maçônico indiretamente está associado ao Templo de Jerusalém, contudo cabe salientar que ele não é, como muitos equivocadamente pensam, uma cópia fiel do Templo hebraico. 

De certo modo, positivamente essa semelhança tem as igrejas como intermediárias, o que não é de se achar estranho, sobretudo porque a Igreja herdou, além da figura do Templo, muitos outros aspectos do judaísmo que indiretamente viriam também aportar na Maçonaria, principalmente aqueles relacionados à sua liturgia e aos seus símbolos. 

Do Parlamento britânico a Moderna Maçonaria trouxe, dentre outros, a disposição dos assentos que ficam de frente para o eixo longitudinal, assim como a "great chair". 

No que concerne à Maçonaria e a sua herança hebraica, são utilizados vários objetos e utensílios que se distribuem nos Templos Maçônicos, levando-se em conta cada Rito praticado, bem como as suas Câmaras pertinentes aos respectivos graus. Em se tratando do REAA, é o caso, por exemplo, das Colunas do Pórtico, do Delta com o nome hebraico de Deus; do Mar de Bronze, do Ouro, da Pedra e do Cedro do Líbano; do Altar dos Perfumes, da Arca da Aliança, da Urna do Maná e da Vara de Aarão; da Mesa dos Pães Propiciais, do Candelabro de Sete Braços, etc. 

Em relação a sua questão propriamente dita, seguem alguns apontamentos relacionados à Arca da Aliança na Maçonaria, cujo conteúdo o Irmão deverá associar aos seus estudos nos respectivos graus do REAA, além, obviamente, dos graus do Franco-maçônico básico – Aprendiz, Companheiro e Mestre. 

A Arca da Aliança, ou do Testemunho (Êxodo, 25 – 10 a 22) é uma alegoria bíblica que simboliza a terceira aliança de Deus com o homem. 

Comentando cada uma das alianças e de modo básico, a primeira Aliança, a mais abrangente das três, é aquela que Deus fez com Noé e incluí toda a humanidade – o arco-íris, como se apresenta em Gênese (primeiro livro do Pentateuco – a criação e os tempos primitivos do mundo) é o seu sinal ou a sua prova. 

A segunda Aliança, já de caráter mais restrito, é abraâmica, sendo o seu sinal a circuncisão (brit-milá em hebraico) e envolve todos aqueles que evocam o Deus de Abraão. 

Por fim, a terceira Aliança que seria concluída quando Moisés, no monte Horeb, estabeleceria o pacto, através do sacrifício, unindo Israel a seu Deus. 

Seu sinal é o shabat (sábado), o dia da plenitude da criação, e a sua lei é aquela que Deus revelou no Sinai. 

A Arca da Aliança, contendo apenas as Tábuas da Lei, fora colocada no Santo dos Santos, em cujo espaço não existiam quaisquer outros objetos. 

Segundo a tradição hebraica, nesse recinto somente ingressava o Cohen Gadol (em hebraico: Supremo sacerdote) apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação ou do Perdão (em hebraico: Iom Kipur) que ocorre no primeiro dia do ano novo hebraico (Rosh Ashaná – cabeça do ano). 

O novo ano hebraico acontece no mês Tishrei e começa na primeira lua nova que se segue ao equinócio de outono no hemisfério Norte. 

Conta a tradição que nesse dia, no Santo dos Santos, Deus se apresentava ao supremo sacerdote. 

A Arca da Aliança, depois que os hebreus ingressaram na terra prometida, seria guardada em Galgata, sendo depois, juntamente com o Tabernáculo, levada a Silo. 

Durante a guerra travada contra os filisteus, a Arca seria roubada, porém mais tarde recuperada pelos hebreus. 

Na sequência, por volta de oitenta anos, ela ficaria em Cariatiarim, de onde foi levada até a casa de Obededom de Get. 

Assim, a Arca assumiria seu lugar definitivo no Santo dos Santos quando da construção do primeiro Templo de Jerusalém, também conhecido como o de Salomão. 

Quando da tomada de Jerusalém por Nabucodonosor II, em 586 a. C., o Templo foi destruído tendo a Arca desaparecido, pelo que não se sabe se ela foi escondida, ou mesmo destruída junto com o Templo. 

Ainda sobre a Arca da Aliança e a Maçonaria, especula-se, em detrimento ao filosofo e pensador Gottfried Wilhelm Von Leibniz, sobre a teoria da "mônada" (elemento simples) onde a Arca aparece como o elemento constitutivo de todas as coisas – as leis das causas finais do bem e do mal. 

É, segundo Leibniz, a ação de princípio interno que exprime a mobilidade das almas, que não estão jamais em repouso, mas tendem continuamente a uma melhor harmonia interior. 

Essa é então uma síntese do que eu poderia lhe colocar no momento em relação a Arca da Aliança na Maçonaria em geral, e em particular no REAA. 

Por fim, recomendo-lhe a leitura de bibliografia de Nicola Aslan, cuja qual aborda os graus superiores do REAA, assim como o Mestre Secreto de autoria de Francisco de Assis Carvalho e José Castellani. 

Dentre outros, também A Maçonaria e a sua Herança Hebraica, As Origens Históricas da Mística Maçônica e Shemá Israel, todos esses de autoria de José Castellani.


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O SAPIENTÍSSIMO - Roberto Ribeiro Reis


O sapiente não se enerva,

Ele singularmente observa

O comportamento humano;

É capaz de dominar a fera,

E a maldade do outro tolera,

Pois venceu o lado profano.


Tem a vibração do bom plano,

Ele já não sucumbe ao engano,

Vive a realidade sem a quimera;

Ele é o Mestre que, humildemente,

Percebe o que cada Irmão sente,

Empatia é o sentimento que venera.


Dispensa bajulação e todo cortejo,

E o seu sonho e enorme desejo

É que o homem absorva conhecimento;

Ele é um Soberano, Obreiro mui forte,

Sabe que a vida não se encerra na morte,

Vê "a passagem" com contentamento.


Quando com ele, singular é o momento,

Já se esvai todo meu empobrecimento,

Pois o Ir.'. é fonte perene de informação;

Baluarte maior da franco-maçonaria,

Sua vida é um misto de amor com poesia,

A Sabedoria é própria de seu coração.

março 03, 2024

LEMBRA MESTRE - Adilson Zotovici




Mestre, _teme_ a Deus Portento

Augura desde a mocidade

À idade, teu _contentamento_

Da tua escultura faz beldade


_Guardas_ de porte no momento

Maço fiel, forte, à vontade

Ao brilhar o conhecimento

Com cinzel talar a “_vaidade_”


Rompe o Fio de Prata bento

Rebo ao pó retornamento

Mas o espírito à _Divindade_


Humildade cresce ao evento

Que aos “Olhos” do firmamento...

Jamais fenece a _Verdade_ !



MAIS FELIZ - Adilson Zotovici




Vede a felicidade

Entre as mesuras, gentis,

Calmas, de fraternidade,

Que de almas puras sentis


Vez que próprio da irmandade

Per si, cada evento prediz

E sempre é solenidade

Nos bons momentos sutis


Mas, há  uma curiosidade,

Que se atrela à diretriz

Qual revela uma verdade :


Vaticina  que mais feliz

A oficina em atividade

Quando em  Loja de aprendiz  !



Podcast #31: Lançamento da série "Esoterísmo".

março 02, 2024

MARÇO PEDE LICENÇA - Newton Agrella



O nome do mês de MARÇO, que abre suas portas na data de hoje na era vulgar do ano de *2024* do Calendário Gregoriano  tem sua origem advinda do substantivo "Martius" que era o primeiro mês do ano na Roma Antiga e no seu antigo calendário.

Esse nome fazia referência a MARTE, Deus da Guerra. 

Como em Roma o clima é mediterrâneo, Março é o mês que abre a Primavera, suscitando desse modo uma relação lógica para se dar o início de um novo ano, assim como para se empreender a temporada das campanhas militares de então.

Tudo isso, é claro, baseado nas circunstâncias históricas, sociais e culturais daquela época.

Cabe registrar que a partir do nome "Março", derivou-se por analogia e por extensão semântica, o adjetivo, "marcial", cuja idéia remete ao aspecto bélico, de guerra, de luta e de confrontos.

Por isso, o surgimento das expressões: : Corte Marcial,  Lei Marcial, Artes Marciais e por aí afora.

Feita esta brevíssima consideração histórica sobre o referido mês, cumpre destacar que na história contemporânea, a data mais marcante do mês de Março, comemorada em mais 100 países e institucionalizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) - a partir da década de 1970  -  é 08 de Março  - "DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES"  - como sendo um dia de protestos e manifestações legítimas na luta contínua pelos seus direitos em toda a sua plenitude. 

Uma luta não apenas contra a desigualdade salarial e profissional, mas sobretudo contra o machismo, a violência e o feminicídio.

O mês de Março portanto, traz consigo essa carga de responsabilidade histórica que impõe um permanente estado de vigília, de reflexão e principalmente de "consciência"  por parte da civilização humana.

Que Março continue bradando através da força de seu nome e de seu significado, a luta desmedida e ininterrupta pelo reconhecimento, respeito e valor inestimável que a Mulher possui e representa em todo o nosso universo. 

O TEMPLO DEVE SER RESPEITADO - Charles Evaldo Boller


O templo não é um local exclusivo para fazer ordem-unida, marchar, fazer continência, apresentar armas, formar fileiras, ler a ordem-do-dia e cumprir o ritual de forma impecável. É local sagrado! Sim! É o espaço tridimensional físico mais sagrado que o Maçom possui: ele mesmo! O templo é o local onde ele se percebe em união com o Todo.

É inaceitável comportamento inadequado dentro do templo que representa o homem símbolo no universo. Não se trata do templo físico feito de cimento, areia e tijolos: isso é matéria. O templo é outro. Feito de carne, ossos, nervos, e, principalmente, intelecto e espírito. A loja representa o homem. Feita para o homem. Simbolicamente é um homem deitado de costas com a cabeça no oriente. Entrar no templo significa que se está penetrando no local mais recôndito de si mesmo: representação viva do que cada um é. O Maçom esclarecido e espiritualizado entra no templo consciente que está caminhando dentro em si mesmo. Local onde prospecta por virtudes, valores e mudanças em todas as dimensões.

É na aparência externa que o outro reconhece imediatamente aquele que já se iniciou Maçom. Uma coisa é iniciar alguém, isto é simbólico, outra é iniciar a si mesmo, isto é sublime, real! A iniciação simbólica é trabalhada no grau de Aprendiz Maçom; a iniciação real acontece depois, em surdina, no íntimo de cada um. Inicialmente burila-se o lado externo da pedra: mundo da aparência, da fantasia, dos sentidos, daquilo que parece ser. Subsequentemente trabalha-se o interior da pedra, da realidade, daquilo que os outros não veem: que representa o Maçom no universo. Este é o Maçom de fato e em sentido lato. Aquele que já se iluminou enxerga dentro de si mesmo, vê dentro da pedra. O que passou pela cerimônia da iniciação pode até camuflar a sua aparência externa que os outros veem, mas é impossível camuflar de si o que ele é por dentro.

A transposição das colunas vestibulares separa dois universos: macro e microcosmo; no macrocosmo está o homem que parece ser: corresponde à sala dos passos perdidos, átrio etc.; no microcosmo o homem real, que é: a sua essência, existência, realidade, consciência, alma, templo, etc. Tudo no universo é energia. O homem é energia. O pensamento é energia. A Mecânica Quântica já caminha em direção da obtenção de explicações razoáveis desta manifestação. Místicos reportam-se a algo denominado por eles como Egrégora, uma força coletiva que se manifesta em condições especiais de colaboração e fusão espiritual. Até associam a manifestação do espírito de pessoas mortas na criação desta manifestação etérea. Mesmo ao incrédulo da manifestação energética dos mortos em tais ocasiões há de considerar, no mínimo, a presença das pessoas vivas que colaboram com a criação de um campo energético concentrado. É física! O homem já está quase lá! Por ora apenas intuímos e percebemos tal possibilidade sentida, mas num futuro próximo haverá comprovação científica desta manifestação energética.

Isto dá sustentação para a necessidade de preparar o templo material de pedra, de modo a se tornar eficiente para concentrar energias. Entrar no templo antes do que se definiu por consenso, ritualística e regulamentação é uma forma de conspurcar um local sagrado preparado para lidar com variadas formas de energia. Entrar antes de o ambiente estar preparado é desobediência, rebeldia, brutalidade. Pode-se até entrar antes do permitido! Quem impede ao embrutecido de fazer estragos? Apenas ele mesmo! Desobedecer ao acordado a priori certamente altera o espaço físico onde se formará o homem símbolo espiritual que cada um é; respeitar tal dispositivo no mínimo acata o direito dos demais usuários do local. A falta de respeito ao local sagrado altera a essência espiritual coletiva dos irmãos reunidos em assembleia. Por empatia, com sentimento fraterno deve-se reverenciar o sentimento dos irmãos recolhidos dentro de si mesmos em presença do Grande Arquiteto do Universo! Maçonaria não é religião, o templo maçônico não é local de adoração, mas o mais sagrado dos templos que cada um é. Este local é sagrado, inefável, deve ser tratado com respeito porque assim cada um respeita a si mesmo. O templo de pedra é apenas a sua representação simbólica, mas quem o desrespeita e o conspurca com a sua presença ao entrar antes da hora está desrespeitando primeiro a si próprio, depois a todos os outros irmãos que compartilham do mesmo espaço.

Entrar no templo é entrar no lugar mais sagrado do Universo para cada um: é entrar em si mesmo. E nesta ocasião cada um se dá o respeito que acha que deve; se dá a importância que acha pertinente. Cada um entra no seu local mais sagrado trajando-se interna e externamente da forma em que se dá importância. Toda a sessão em loja é magna para aquele que se respeita. Certo seria trajar-se sempre para evento de importante envergadura, ocasião magna. O ritual recomenda: terno, gravata, sapato, cinto, meias pretas e camisa branca. Qualquer diferença é apenas aceitável, tolerável, afinal cada um se dá o valor que acha possuir. Como falar de amor com alguém que nunca foi amado? Como poderá amar a si mesmo aquele que nunca foi amado? O bruto que não respeita a si mesmo nunca foi amado. Se o Maçom em formação ainda não despertou e não se dá valor, pode entrar de forma contumaz, com a indumentária com que se sente melhor trajado para comparecer diante de si mesmo, dentro de si mesmo, diante do universo, perante o Grande Arquiteto do Universo: isto é pessoal, é intransferível. Cada um se dá o valor que acha que deve.

O templo é lugar sagrado que recebe a cada um naquilo que é em sentido lato, não tem como escamotear a própria percepção de realidade de si mesmo, da sua consciência e memória.

À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, O TEMPLO DEVE SER RESPEITADO!