março 11, 2024

ADMINISTRAÇÃO E LIDERANÇA DE UMA LOJA MAÇÔNICA -


Uma Rápida História da Teoria da Administração

Nesta série de artigos, serão apresentados alguns trabalhos que, com base na teoria da Administração, visam trazer à tona uma série de questões. 

 Estas são normalmente vistas na vivência pessoal dos Irmãos. Mesmo assim, a série de artigos "Administrando Maçonaria" se propõe a mostrar como a "Academia" trata tais questões, de forma que nos possa ajudar no dia-a-dia das Lojas.

A Teoria da Administração é decorrência daquilo que ocorre nas organizações e tem se tornado cada vez mais abrangente. 

 Começou como uma teoria preocupada com poucos aspectos e vem expandindo o seu objeto de estudo com o passar dos anos. 

 Esta expansão pode ser dividida em cinco grandes fases, descritas a seguir:

1a. fase - Ênfase nas tarefas

Tendo seu início com o engenheiro americano Frederick Taylor (1856-1915), é a fase em que administrar significa planejar e racionalizar as tarefas a serem executadas pelos subordinados. 

 A preocupação básica do administrador é metodizar o trabalho do operário, fazendo uma abordagem ainda muito limitada da administração. 

 Tal limitação é explicada por dois fatores: sua abordagem microscópica (feita em nível do operário) e pelo seu apelo mecanicista (estudo de tempos e movimentos, medidas para neutralizar a fadiga, seleção científica do operário etc.).

Esta visão trata a organização como se cada membro individualmente contribuísse deterministicamente na maximização da eficiência, conforme uma grande engrenagem ou uma grande colmeia. 

Por isso, uma boa administração deve ficar muito atenta para não tratar as pessoas como somente meras abelhas operárias, pois cada ser humano tem sua individualidade e características próprias.

Apesar de seu aspecto mecanicista, Taylor é considerado o pai da Administração Científica, dando o primeiro impulso ao estabelecimento da Administração como Ciência.

2a. fase - Ênfase na estrutura organizacional

É a fase em que administrar é, sobretudo, planejar e organizar a estrutura de órgãos que compõem a instituição, adequando os cargos aos fins que se deseja alcançar. São três as abordagens nesta visão: a Teoria Clássica de Fayol, a Teoria da Burocracia de Weber e a Teoria Estruturalista.

A Teoria de Henri Fayol (1841-1925) tem como principais características:

A proporcionalidade da função administrativa - Toda empresa possui funções técnicas, comerciais, financeiras, contábeis e administrativas; sendo a última é relacionada com a integração das outras funções. 

 Contudo, a função administrativa não é privativa da cúpula. 

 Ela se reparte proporcionalmente por todos os níveis hierárquicos, pois à medida que se desce na escala hierárquica, aumenta a proporção das outras funções. 

 Neste sentido, parece natural que os mais altos cargos tenham menor compreensão dos aspectos técnicos e cotidianos da organização.

 Assim, os líderes devem ficar muito atentos a não se distanciarem exageradamente dos seus comandados.

Os elementos da administração - As funções administrativas englobam cinco elementos que, quando em conjunto, constituem o processo administrativo. Estes elementos são: previsão, organização, comando, coordenação e controle.

Princípios gerais da administração - Como toda ciência, a administração deve se basear em princípios aplicáveis a todas as situações.  

Neste trabalho, serão citados apenas dois: o princípio da divisão do trabalho que designa tarefas aos órgãos ou pessoas e o princípio da autoridade e responsabilidade, onde a autoridade é derivada da posição ocupada pela pessoa e sua responsabilidade é uma consequência natural.  

Ambas devem estar equilibradas entre si.

Na Teoria da Burocracia de Max Weber (1864-1920), o termo burocracia não tem o significado pejorativo de uso cotidiano, mas um significado técnico que identifica uma organização formal que, para funcionar de modo ideal, ter deve algumas características (dentre outras): 

 1) Formalização - todas as atividades são definidas por escrito. 

2) Divisão do trabalho - cada participante tem cargo e posição bem definidas e especificadas. 

3) Impessoalidade - o funcionário ideal desempenha com impessoalidade o seu relacionamento com outros ocupantes de cargos. 

4) Separação entre a propriedade e a administração - os recursos das organizações não são de propriedade dos burocratas.

Contudo, o comportamento das pessoas não ocorre dentro da previsibilidade de Weber. 

 Estas consequências indesejadas são chamadas disfunções da burocracia, cujas principais características são a despersonalização do atendimento dos serviços, a valorização das normas acima do trabalho, excesso de papelório e formalismo, autoritarismo (ênfase na hierarquia), conformidade e resistência a mudanças.

A Teoria Estruturalista se desenvolveu a partir das limitações do modelo burocrático

Nele, verificou-se que a inovação e a mudança trazem conflitos e que estes são importante sinal de vitalidade dentro das organizações. 

 A administração do conflito passa a ser um elemento crucial na função administrativa. 

 A teoria Estruturalista representa um período de transição na Administração.

3a. fase - Ênfase nas pessoas

É a fase em que administrar é, sobretudo, lidar com pessoas. 

É chamada de abordagem humanística e se desdobra em duas escolas descritas a seguir:

A Escola das Relações Humanas teve em Elton Mayo (1880-1949) e Kurt Lewin (1890-1947) seus principais precursores. 

 Trata-se de abordagem liberal de oposição as obras de Taylor e Fayol, pois substitui conceitos como: eficiência, estrutura e hierarquia por princípios desenvolvidos a partir da Psicologia e Sociologia Industrial como: motivação, necessidades, dinâmica de grupo etc.

Segundo esta concepção, o homem é motivado basicamente por recompensas sociais e simbólicas, pois as necessidades psicológicas são as mais importantes. 

 A partir de uma experiência de Hawtorne (1927-1932), surgem inúmeras pesquisas para comprovar cientificamente algumas conclusões dos autores humanistas.

A Teoria Comportamental salienta que a decisão é muito mais importante do que a execução que se sucede. 

 As organizações são visualizadas como um sistema de decisões.

 Logo, essa abordagem compara estilos de administração que potencializem motivações e minimizem conflitos e incongruências.

4a. fase - Ênfase na tecnologia

É a fase em que administrar é lidar com a tecnologia, a fim de extrair dela melhor eficiência. 

 Muito embora Taylor e seus seguidores tenham se preocupado bastante com a tecnologia, suas pesquisas enfocaram estritamente a tarefa individual. 

 Nesta quarta fase, a tecnologia tem o papel de determinar a estrutura e o funcionamento das organizações, trazendo à tona o conceito de sistema sócio-técnico - que integra o subsistema social ou humano com o tecnológico.

5a. fase - Ênfase no ambiente

É a fase em que administrar é, sobretudo, lidar com as demandas do ambiente. 

 Verificou-se que o estudo das variáveis internas não proporciona uma compreensão ampla. 

Torna-se necessário levar em conta as variáveis situadas fora dos limites da organização.

Neste sentido, alguns autores falam em "imperativo ambiental", afirmando que características das organizações são determinadas pelo ambiente que as cercam. 

 Além disso, deixa de existir uma única melhor maneira (the best way), pois as soluções dependem do mutável ambiente externo – Teoria da Contingência.

Fase atual

Através de suas várias fases, a Teoria da Administração acumulou os diferentes enfoques apresentados. 

 Atualmente, estuda-se as organizações do ponto de vista da interação e da interdependência entre as cinco variáveis principais - TAREFAS, PESSOAS, TECNOLOGIA, AMBIENTE e ESTRUTURA, onde o comportamento do conjunto funciona diferentemente da soma dos comportamentos de cada variável isoladamente.

Deste modo, uma administração moderna e balanceada deve levar em conta os cada um dos aspectos apresentados, seja em que nível ela ocorrer.

 Dando continuidade aos artigos da série "Administrando Maçonaria", este trabalho tem por objetivo tratar o assunto da motivação - fundamental para o bom andamento das atividades de uma Loja Maçônica.

A Motivação Humana

Para se compreender o comportamento humano, é fundamental o conhecimento da motivação humana. 

 O conceito de motivação é utilizado com inúmeros sentidos. 

 No entanto, de modo genérico, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma. 

 Logo, todos os atos do indivíduo são guiados pela cognição, isto é, aquilo que ele pensa, acredita e prevê.

Quando se analisa o motivo pelo qual um indivíduo age de determinada forma, entra-se na questão da motivação. 

 E a grande resposta pode ser dada em termos das necessidades humanas, ou seja, o homem é impulsionado por suas necessidades.

Como as pessoas diferem muito entre si, as necessidades humanas, os valores pessoais e capacidades intelectuais que motivam e influenciam seus comportamentos variam de indivíduo para indivíduo.

 Além disso, estas três variáveis variam com o tempo e a idade.

Apesar de todas as dificuldades, o processo que dinamiza o comportamento humano é relativamente semelhante. 

 Existem três suposições que tentam explicar o comportamento humano:

O comportamento humano é causado, ou seja, existe sempre uma causa para determinada ação.

O comportamento humano é motivado, ou seja, há sempre uma finalidade em todo comportamento humano.

O comportamento humano é orientado para objetivos pessoais. 

 Subjacente a todo ato, existe sempre um "impulso", um "desejo", uma "necessidade" ou uma "tendência".

Se estas três suposições estiverem certas, o comportamento humano não é espontâneo, nem isento de finalidade: sempre haverá algum objetivo implícito ou explícito que orienta o comportamento das pessoas.

Uma forma de explicar o comportamento das pessoas é através do ciclo motivacional: EQUILÍBRIO INTERNO - ESTÍMULO ou INCENTIVO - NECESSIDADE - TENSÃO - COMPORTAMENTO ou AÇÃO - SATISFAÇÃO. 

 Com a repetição deste ciclo (reforço) e com a aprendizagem daí decorrente, os comportamentos, ou ações, tornam-se gradativamente mais eficazes. 

 Por outro lado, uma necessidade satisfeita não é motivadora de ação já que não causa tensão, desconforto ou desequilíbrio. 

 "Uma pessoa sem fome não é motivada a procurar comida."

A Hierarquia das necessidades

Nesta teoria da motivação desenvolvida por Maslow, as necessidades humanas são organizadas em uma hierarquia, formando uma espécie de pirâmide.

Necessidades fisiológicas: são vegetativas e relacionadas com a fome, cansaço, sono, desejo sexual etc. 

 Dizem respeito à sobrevivência do indivíduo, constituindo pressões fisiológicas.

Necessidades de segurança: levam o indivíduo a proteger-se de qualquer perigo real, imaginário, físico ou abstrato.

Necessidades sociais: relacionadas com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas - amor, afeição, amizade.

Necessidades de estima: relacionadas com a autoavaliação e autoestima dos indivíduos que conduz aos sentimentos de autoconfiança, reputação, reconhecimento, amor próprio, status, força, poder etc.

Necessidades de autorrealização: relacionadas com o desejo que cada indivíduo tem de realizar seu potencial - a realização plena dos talentos individuais.

Os Dois Fatores

Outra teoria, chamada de "dos dois fatores", explica o comportamento no trabalho dos indivíduos. 

Para ela, existem dois fatores:

Higiênicos: Se localizam no ambiente que rodeia o indivíduo e se referem as condições de trabalho. Estes fatores não estão sob controle da pessoa, sendo administradas pela organização. 

 Estes fatores, quando ótimos, apenas evitam a insatisfação. Por essa razão, são chamados de preventivos ou profiláticos.

Motivacionais: São relacionados com o conteúdo do cargo ou com a natureza das tarefas que o indivíduo executa. Tais fatores estão sob controle do indivíduo e englobam sentimentos de autorrealização e crescimento individual.

Em resumo, pode-se dizer que a satisfação é função do conteúdo ou das atividades desafiadoras, ou seja, dos fatores motivacionais. 

 Por outro lado, a insatisfação é função do contexto geral (ambiente, colegas), ou seja, dos fatores higiênicos.

 As duas teorias da motivação apresentam aspectos de concordância. 

 Os fatores higiênicos se referem às necessidades primárias (fisiológicas, segurança e sociais) enquanto que os fatores motivacionais se referem às chamadas necessidades secundárias (estima e autorrealização).

Fundamental para o bom desempenho de qualquer organização, a motivação requer um tratamento das necessidades de seus participantes assim como o oferecimento dos fatores vistos acima.

 Desta forma, pode-se obter um bom clima organizacional.

Dando continuidade aos artigos da série Administrando Maçonaria, este trabalho tem por objetivo tratar o assunto da liderança em uma organização.

Liderança

Para uma organização produzir seus resultados, o administrador deve desempenhar diversas funções. 

 Entre tais funções, destaca-se a Liderança e o uso adequado de incentivos para obter a motivação. 

 Estas duas funções requerem uma compreensão básica das necessidades humanas e dos meios pelos quais são satisfeitas.

Em suma, o administrador deve ser, antes de tudo, um líder que conhece a motivação humana.

Liderança não significa a mesma coisa que direção. 

 Um bom dirigente deve ser um bom líder, mas nem sempre um bom líder é um bom dirigente. 

 Eles não estão somente no nível institucional, mas em todos os níveis da organização e nos grupos informais de trabalho. 

 Neste sentido, "Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo de comunicação humana à consecução de objetivos específicos". 

 Tal definição tem duas dimensões: 

 A primeira é a capacidade de motivar as pessoas a fazer aquilo que precisa ser feito. 

 A segunda é a tendência dos seguidores a fazer aquilo que eles percebem como instrumentais para satisfazer suas necessidades e objetivos pessoais. 

 Concluindo, o líder deve ser capaz e os seguidores devem ter vontade.

A liderança pode ser estudada em termos de estilo de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. 

Em geral, caracteriza-se um estilo de liderança dentre três tipos:

 Autocrática - São fixadas as diretrizes, determinando as providências e técnicas para a execução das tarefas a medida da necessidade. Ele também determina a tarefa que cada indivíduo deve executar, juntando-os em grupos de trabalho. 

 Assim, o líder é dominador e "pessoal" nos elogios e críticas ao serviço de cada membro.

Democrática - As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo com assistência e estímulo do líder. O grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico através de diversas alternativas; o que traz intenso debate. 

 A divisão de tarefas fica à critério do próprio grupo e todos têm a liberdade de escolher seus companheiros de trabalho. 

 O líder procura ser um membro "normal" do grupo, sendo objetivo e limitando-se aos fatos em suas críticas e elogios.

Liberal - Há liberdade completa para as decisões grupais, com participação mínima do líder. 

 Nos debates, ele apresenta apenas dados informativos, esclarecendo o que pode ser útil ao grupo. 

 Tanto a divisão de tarefas quanto a formação de grupos é feita sem sua presença, ficando a cargo do grupo. 

 Além disso, o líder não tenta avaliar ou regular o curso dos acontecimentos, comentando as atividades quando perguntado.

Em 1939, R. Lipitt e R. White fizeram um estudo para verificar o impacto causado pelos três estilos de liderança em meninos de dez anos. 

 Os rapazes foram divididos em grupos e submetidos à liderança com os três estilos. 

 Resumidamente, o resultado foi:

Na liderança autocrática, o comportamento do grupo mostrou forte tensão, frustação e sobretudo agressividade de um lado; do outro nenhuma espontaneidade, nem iniciativa ou formação de grupos de amizade. 

 As atividades só eram cumpridas com a presença física do líder. 

 Quando este não estava presente, os grupos expandiam sentimentos reprimidos como indisciplina e agressividade.

Na liderança liberal, a atividade do grupo era intensa, mas a produção medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso e com muitas oscilações, perdendo-se muito tempo com discussões de motivos pessoais não relacionadas com o trabalho em si. 

 Foi notado individualismo agressivo e pouco respeito com o líder.

Na liderança democrática, houve formação de grupos de amizade e relacionamentos cordiais. O líder e os subordinados passaram a desenvolver comunicações espontâneas e o trabalho mostrou um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo quando o líder se ausentava. 

 Houve um nítido sentimento de responsabilidade, impressionante integração grupal.

A partir desta experiência, passou-se a defender intensamente o papel da forma democrática - compatível com o espírito americano da época. 

 Nasceu a liderança comunicativa, que encoraja a participação do empregado e que se preocupa também com os problemas das pessoas.

No entanto, o líder utiliza os três estilos de liderança na vida prática, dependendo da situação, das pessoas e tarefas. 

 Neste aspecto, existe outra maneira de estudar liderança. 

 Esta é uma abordagem situacional que sugere uma gama bastante ampla de padrões de comportamento, dentro do chamado continuum de padrões de liderança - sem extremos e sem pontos absolutos. 

Em suma, o líder esta constantemente sintonizando suas ações e seus métodos de trabalho.


Fonte: GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON . Fundado em 31 de maio de 2006 - Rio de Janeiro – RJ – Brasil


A MAÇONARIA É UM PARTIDO POLITICO? - Erwin Seignemartin


A Maçonaria não é um partido político, nem tem partido. 

Como princípio, a maçonaria apoia o amor à Pátria, o respeito às leis e à Ordem, pugnando pelo aperfeiçoamento das condições humanas. 

Os maçons são aconselhados a serem cidadãos exemplares e a se afastarem de movimentos cuja tendência seja a de subverter a paz e a ordem da sociedade: São também incentivados a serem cumpridores das ordens e das leis do país em que estejam a viver, sem nunca perder o dever de amar o seu próprio país. 

A maçonaria promove o conceito de que não pode existir direito sem a correspondente prestação de deveres, nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem responsabilidade. 

Os maçons, como tal, não se envolvem em atividades de natureza politica.

(FONTE: Maçonaria - Sua História, Objetivos e Princípios, de  Erwin Seignemartin)

SEMANA DE HOMENAGEM - PELA ESCADA DE JACÓ - Adilson Zotovici


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


Nessa escada de virtudes

De “_fé , esperança e caridade_”

Que de galgares te iludes

Não galgarás em verdade !


Mas tens porém, liberdade

De praticares seus preceitos

Por ti e  pela humanidade,

Entre livres pedreiros aceitos


Sem ódios, sem preconceitos,

Augustos atos de _“ Fé “_ e amor  

Com fatos justos, perfeitos,

Levar-te-ão ao Senhor !


Que com coragem e penhor  

Com _“Esperança”_ na travessia

Vencerás na viagem o temor

Que possas ter nalgum dia !


E mesmo que a bolsa vazia

Que da _“Caridade”_ privado

No teu peito acharás serventia

Coração de bondade abastado !


Assim, terás caminhado

Escalada na terra, sem labéus,

Qual escada então galgado,

Chegado ao Betel...nos Céus !



março 10, 2024

MULHER - Adilson Zotovici



Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.



Tenta-se em verso e prosa

Com doçura, atribuir-se valor 

À criatura mais formosa,

A Obra prima do Criador 


Quase uma instituição 

Por singular desenvoltura

Muito além de gerar sua missão 

Sabedoria sem par e candura 


Das joias, a mais preciosa 

Do jardim, a mais bela flor,

Tal música harmoniosa,

Do universo...puro amor !


Tem a força, beleza e perfeição

Qual vivaz obra de arquitetura 

“Mulher ”, sem contestação...

Primaz...inefável criatura !




MAÇONARIA E A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA - Vanderlei Coelho


 

março 09, 2024

IKIGAI MAÇÔNICO - Sérgio QUIRINO Guimarães



Saudações, estimado Irmão!

Como ocidentais, o conhecimento Ikigai é pouco difundido entre nós. Trata-se de uma metodologia desenvolvida pelos japoneses que visa à satisfação individual e coletiva.

IKIGAI MAÇÔNICO.

O termo representa o motivo que cada um tem para começar um novo dia, sua motivação de viver ou "Razão pela qual se levantar da cama todos os dias".

O Ikigai é o resultado das respostas a quatro perguntas:

O que amo fazer?

O que posso fazer bem?

O que posso ser pago para fazer?

Do que o mundo precisa?

Contudo, o que isso tem a ver com Maçonaria?

Este ano, em todo o Brasil, ocorrerão as eleições nas Lojas de várias Potências Maçônicas. É sempre salutar que os Irmãos se disponham a ocupar cargos nas novas direções. A fim de que haja "satisfação individual e coletiva", adaptarei o Ikigai aos nossos labores.

RAZÃO PELA QUAL VOU À LOJA TODOS OS DIAS DE REUNIÃO.

Qual cargo amo desempenhar?

Tenho paixão pela ritualística? (MC) Gosto de organização? (Secr.) Amo música? (Harm.) Sou metódico? (Tes.) Aprecio ficar quieto/concentrado? (GT). ENTÃO, NO DIA DA REUNIÃO, LEVANTO-ME E PROCURO SUBSIDIOS PARA O BOM DESEMPENHO.

Qual cargo posso fazer bem?

È importante saber quais são nossos outros pontos fortes, visto que, na Maçonaria, o coletivo deve estar à frente do individual. Eu gosto disto, porém precisam de mim nisto. ENTÃO, NO DIA DA REUNIÃO, LEVANTO-ME E CONSCIENTIZO-ME DE QUE, AONDE FOR, TEREI UM BOM DESEMPENHO.

Qual cargo me trará ganhos ao fazê-lo?

Para a terceira reflexão, é necessária uma visão realista. Afinal, vamos ao trabalho, porém há necessidade de agregarmos algo a nós mesmos. ENTÃO, NO DIA DA REUNIÃO, LEVANTO- ME E SINTO A FELICIDADE DE IR AO ENCONTRO DOS IRMÃOS.

Do que a Ordem precisa?

Por mais abstratas que nossas missões possam parecer, elas são reais, baseadas em nosso comprometimento. Tornar Feliz a Humanidade? Sim! Nossa família é a humanidade mais próxima de nós, ENTÃO, NO DIA DA REUNIÃO, LEVANTO-ME E ENTENDO QUE UMA PARTE DA HUMANIDADE ESTÁ AO ALCANCE DE MINHAS MÃOS.

A FILOSOFIA IKIGAI CULTIVA A META DE UMA VIDA PLENA E AGRADÁVEL. O IKIGAI MAÇONICO TRADUZ-SE NA COMPREENSÃO DA PALAVRA "OBREIRO".

Decerto, essa filosofia não deve ser aplicada apenas nos dias de reunião. E sempre salutar a procura da "Razão pela qual se levantar da cama todos os dias". Que a resposta seja uma obra em prol da sociedade


O SONHADO E O POSSÍVEL - Sebastião Telles Filho





O sonhado e o possível sob a perspectiva de uma Loja Maçônica

Com a simples entrega duma proposta de admissão nos Augustos Mistérios a um candidato, temos o inicio daquilo que podemos chamar de ‘vínculo tácito’, sim, tácito, porque esta vinculação não compromete o futuro adepto materialmente a loja que fora representada pelo Mestre observador externo (expressão autoral), uma QUALIDADE importantíssima para a manutenção dostatus quo da Instituição.

A possibilidade de se sentir pertencido a um grupo, associação, clube, religião, sempre despertou no ser humano interesses com as mais diversas variáveis: bem comum, status, poder, prestigio, etc, e ouso a afirmar que isto faz parte do processo civilizatório.

De toda sorte, a forma de ingresso têm suas particularidades, mas não há a olhos vistos, alguma instituição que trabalhe a entrada do iniciando com tanta preocupação em desenvolver nos sentidos humanos características essenciais ao seu desenvolvimento, o Divino e a Ciência.

Como a síntese se faz necessário no “Quarto de hora do Tempo de Estudos”, não aprofundaremos na iniciação em si, mas na consequência desta, e é aí, que nos deparamos com o sonhado e o possível.

Ensina o Prof. Bauman que, há mais de dois milênios, os sábios da Grécia desenvolveram a noção de PAIDEI, ou seja, uma ideia de transformação por toda a vida. No mesmo sentido, o historiador Luis Antônio Simas, um estudioso da filosofia africana, nos apresenta a importância da oralidade e a sua força quando emanada a partir dum Griot, cuja representação da honra, conhecimento e experiência são matérias primazes para a comunidade a que pertença.

Nestas duas referências em análise de comparação, nos esclarece que o desejo de pertencimento do individuo a uma Loja está vinculado à transformação pessoal. Ora, se nos deparamos com um arcabouço de símbolos, obras cientificas, e até mesmo MAÇONS, cujo seus atos, positivos ou negativos, nos são referências de fazer e não fazer, a Loja na representação do seu quadro de obreiros tem dois tensionamentos que titulam este artigo, o sonhado e o possível, em contra ponto, como já revelado, a paixão pela sociabilidade e, paixão pela individualidade. Este tipo de dualidade de intenções e dialética impacta objetivamente a Loja. (façamos um regresso de memoria…)

Levando em consideração as grandes diferenças individuais que são importantes para a maçonaria, e estas dão sentido ao NIVELAMENTO proposto, a Loja espera que a dedicação e os compromissos assumidos em posição genuflexa diante do Sagrado, tragam para ela o tão sonhado Maçom ideal…

A psicologia nos ensina que a construção do IDEAL DE EGO, é iniciada em casa, na escola, nos espaços de lazer, ou seja, o homem adquire e projeta modelos de convivência social fundada nestas experiências.

Sonhamos com obreiros úteis e dedicados, no entanto, não é o caminho que faz o caminhante, e sim o contrario. Ouvimos inúmeras vezes que uma de nossas Obras importantes é o auto desbastar, e este dar-se-á cada qual ao seu TEMPO. Porém, a Loja é a GRANDE OBRA FÍSICA que, diante de tantos trabalhos individuais, alguns complexos, outros menos, precisa do MAÇOM POSSÍVEL.

Um ótimo exemplo sobre o sonhado e o possível vem do Rev. Marthin Luther King, e do nosso herói da Pátria Luís Gonzaga Pinto da Gama. MLK toma conhecimento dos casos de racismo em Montgomery/Alabama, em especial, a uma senhora, Rosa Parks, que sofre a violência no interior de um coletivo por APENAS sentar em local EXCLUSIVO para brancos. Saldo: desencadeia-se um boicote a empresa de ônibus em virtude do fato. O Rev. King lidera o feito com enorme adesão forçando a prestadora de serviço rever sua politica de segregação.

Luís Gama (1830 – 1882) nos reforça a ideia de sonhado e possível, rábula com uma percepção apurada para a publicação das legislações garantistas do século XIX, como por exemplo, a Lei 07 de Novembro de 1831 (escravos que entrarem no território ou portos, ficam livres), entre o sonhado e o possível, este advogado percebeu que a constituição do império 1824 e a lei infraconstitucional (apelidada para inglês ver) abriam possibilidades para garantir liberdade de mais de 500 negros que entraram por estas terras pós o advento da normativa que, até então, não havia noticias de sua eficácia. Luís Gama, muito influenciado pelos ideais maçônicos à sua época, e, sobretudo, membro fundador da Loja América junto a Rui Barbosa, levou a júri as demandas dos invisíveis argumentando que entre o sonhado e o possível, há um abismo, mas nada nos impede de se construir pontes…

Irmãos, quando vos apresento dois personagens com características tão díspares e similares, torno a lembrar que ambos são construtores sociais que pautaram seus objetivos na busca do sonhado e do possível, ambos tiveram dificuldades, hesitações, e quem não as tem? Mas optaram por construir pontes.

A preparação do caminho inicia-se bem antes do futuro postulado. Aquele quem um dia receberá a proposta, se dê conta que haverá o momento de se bater a porta do Templo, o sonhado torna-se possível pelas mãos do Observador Externo, a quem chamamos de padrinho. É neste momento que nos diferenciamos dos demais, ainda que eles, os profanos, sejam bons cidadãos, profissionais, altruístas, em alguns casos sacrificam-se pela humanidade, ainda assim, é em nossa oficina que exercitamos o autocontrole, o autoconhecimento, e a conexão com Aquele que tudo vê!

Sonhar é intangível, porém, o possível é construível.

E é neste sentido que se segue a Grande Obra, despertando mentes e corações pois, os verdadeiros obreiros da Arte Real, aqueles que ajudam o VENERÁVEL MESTRE a abrir a Loja, têm por OBRIGAÇÃO ser exigentes consigo mesmos, e tolerantes para com os outros.

Entretanto, se faz mister o exercício inexorável do SER-VIR e não VIR-a-SER, pois o primeiro não esmorece com a rudeza do caminho.

SEMANA DE HOMENAGEM - TIRA-TEIMA - Roberto Ribeiro Reis

Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O primeiro homenageado é o irmão Roberto Ribeiro Reis, da ARLS Esperança e União n. 2358 de Rio Casca, MG

Eis uma enorme confusão,

Qual grande problemática;

É a ideia assaz lunática

De que a Ordem é religião.


Conquanto seja adogmática,

A Maçonaria sofre preconceito;

O profano sempre tem o jeito

De tentar torná-la antipática.


Mentalidade pobre e estática

Faz parte do homem inferior;

A Oficina do trabalho interior

Carrega em si outra temática.


Pra tudo há uma solucionática

A Ordem é chama forte e viva;

Sua natureza é especulativa

Espelha vida, da melhor prática.


Retórica, Lógica e Gramática,

Aritmética, Música e Astronomia;

A líder delas quiçá a Geometria,

Arte Real bela e emblemática!


Irmãos, de maneira diplomática,

Rechaçam ser ela crença ou seita

Essa Operativa Justa e Perfeita

Conduz a vida de forma fleumática.

março 08, 2024

O PRIMEIRO GOVERNO REPUBLICANO ERA TODO MAÇOM - Lucas Galdeano

 



“Não existe qualquer exagero quando afirmamos que o Primeiro Presidente da República e todos os seus Ministros pertenciam à Ordem.

Como fato, implantada a República, o Marechal Deodoro da Fonseca (Grão-Mestre do GOB de 24/mar/1890 a 09/fev/1892), assumiria o Poder como Chefe do Governo Provisório, com um Ministério totalmente constituído por Maçons: 

Quintino Bocayuva (Grão-Mestre do GOB de 24/jun/1901 a 23/mai/1904), na Pasta das Relações Exteriores; Aristides Lobo, na do Interior; Benjamin Constant, na da Guerra; Rui Barbosa, na da Fazenda; Campos Salles (futuro Presidente da República), na da Justiça; Eduardo Wandenkolk, na da Marinha; e Demétrio Ribeiro, na da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. 

Esses homens foram escolhidos pelo fato de representarem – com exceção de Rui Barbosa, que era chamado de “republicano do dia 16 de novembro” – a nata dos “republicanos históricos”, que, por feliz coincidência, pertencia ao Grande Oriente do Brasil.

A 19 de dezembro de 1889, pouco mais de um mês após a implantação da República, que se deu a 15 de novembro do mesmo ano, o Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, sendo Presidente do Governo Provisório, era eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.”



OBRA CELESTIAL - Adilson Zotovici

Imagem criada por Jorge Gonçalves - Marie Curie recebeu 2 prêmios Nobel


Andarás deveras à exaustão 

No mar, ar, no vale, na serra

Aos quatro cantos da terra

Por encantos, buscando razão 


Buscarás com isso em verdade

Plausível explicação 

Quiçá possível motivação

De tal superioridade 


Perscrutarás com instância

Com doçura e acuidade

Seu ser, alvura, divindade,

Entre nós, tal relevância 


Indagarás resposta factual

De toda sua importância

Sua natural elegância

Ao homem presença vital 


Saberás quando a luz se fizer

E verás claramente afinal

Tratar-se de obra Celestial

Ou Simplesmente..."MULHER" !


 

08 DE MARÇO DIA DA VIDA - Newton Agrella


Como não poderia ser diferene te

A alma é o sabor da vida 

E o coração bate mais forte

Quando a mulher se faz presente.

Tal qual a terra que fecunda a semente pra posteridade

Deus concedeu-lhe o dom universal da fertilidade.

É ela que nos dá a luz, 

E assume o protagonismo ímpar de nossa existência...

Desempenha o papel de mãe,

irmã, namorada e esposa.

E do alto de sua Sabedoria é a melhor amiga e conselheira.

A mulher é o esteio do mundo

É a inteligência e o poder de tudo

Nela que encontramos o amor, o afeto, a segurança e o carinho

Nos seus braços sentimos nosso verdadeiro porto seguro.

De sua força infinita aprendemos que o tempo se traduz em passado, presente e futuro.

A mulher é a nossa estrela guia

É nossa fonte perene de energia.

Dela herdamos a inteligência, a sensatez, e a razão que nos ilumina.

Seja qual for a data, as homenagens a ela são meras referências e formalidades.

É do ventre dela que a história se pronuncia, ganha corpo e se materializa como culto mais sublime.

O COMPANHEIRO E O PENTAGRAMA - Lúcio Alberto Gomes


Preliminarmente, devo dizer que a síntese desta peça de arquitetura é analisar as várias significações que os bons exegetas atribuem ao pentagrama.

Como se sabe, e nunca é demais repetir, toda a ritualística do Segundo Grau gira em torno da Letra G, da Estrela Flamejante e do Número 5.

Os rituais das diversas obediências ensinam que a Estrela Flamejante é o símbolo do Companheiro por que: 

“O Companheiro é chamado a tornar-se um foco ardente, uma fonte de luz e calor. A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com o discernimento de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas as compreensões”.

Note-se que falta ao vocábulo devotamento à complementação. Devotamento a que?

Pensamos que o Companheiro deve devotar-se, sem reservas, ao estudo ao seu aprimoramento filosófico e espiritual, mas, sobretudo aos seus semelhantes. Isto porque o Segundo Grau é, antes de qualquer coisa, social.

Daí por que é necessário que ele saiba ser compassivo e tolerante com o próximo sem, todavia, abrir mão de certos princípios morais e éticos.

Outra coisa que se lê nos rituais é a explicação das razões por que a Estrela Flamejante se constitui de cinco pontas: 

Para figurar os quatro membros do homem e a cabeça que os governa.

Esta como centro das faculdades intelectuais domina o quaternário dos elementos ou da matéria. Assim, a Estrela Flamejante é mais particularmente emblema do poder da vontade.

Lavagnini ensina que: 

Em um primeiro lugar podemos ver na Estrela de Cinco Pontas a imagem de um corpo de homem, com as pernas e os braços abertos, em correspondência com suas quatro pontas laterais e inferiores, mantendo a ponta superior relacionada à cabeça.

É uma postura de equilibro ativo e de capacidade expressiva, por meio do qual o homem se ache no centro de sua vida, e com sua atividade, irradia de si mesmo sua própria luz interior, exatamente como se faz a estrela no espaço”.

Essa explicação de Lavagnini é, normalmente, a que se vê em quase todos os autores que procuram explicar o Pentagrama, que também é chamado de Estrela Hominal.

É pena que na maioria das vezes os escritores maçônicos se prendam, não sabemos por que razões, a uma lógica muito convencional de pesquisa e de busca, praticando os mesmos métodos, algumas vezes nada ortodoxos, que norteiam a busca e a pesquisa das ciências profanas.

Pensamos que o buscador, o pesquisador, o estudioso maçom não pode e não deve ficar preso a determinadas metodologias que encarceram o pensamento e levam, não poucas vezes, a invencionices que tentam apresentar com selo de verdade.

A maçonaria nos dá plena liberdade de exegese. Não temos necessidade de inventar. Necessário é que nos libertemos de certos valores só aplicáveis às ciências profanas.

Enquanto que na maioria dos ritos é adotada a Estrela de Cinco Pontas, no Rito de York está presente a Estrela de Seis Pontas ou Hexagonal.

Encontramos muito pouca coisa que nos fornecesse, com exatidão, o verdadeiro significado da estrela de seis pontas que nos pudessem auxiliar na justa interpretação de seu significado. O próprio Varoli, um dos maiores pesquisadores da Ordem no Brasil, disse quase nada a respeito.

Voltando à Estrela de Cinco Pontas, devemos dizer que existe ainda outra interpretação; aquela que faz alusão aos cinco sentidos do homem.

Varoli escreve:

“As cinco pontas da estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material – tato, audição, visão, olfato, paladar, dos quais, para os maçons, três servem à comunicação fraternal.

Pois é pelo tato que se conhecem na luz e nas trevas pelos toques.

Pela audição se percebe as palavras e as baterias; e pela visão se notam os sinais. Mas não há como esquecer que pelo gosto se conhecem as bebidas doces e amargas, bem como o sal, o pão e o vinho.

Finalmente, pelo olfato se percebem a fragrância das flores e os aromas do altar dos perfumes.

Ao estabelecer uma relação das pontas da estrela com os sentidos humanos, preferimos concluir que a Estrela Flamejante incorpora duas interpretações: a primeira sobre o microcosmo físico que se prende ao domínio da forma, e a segunda, ao microcosmo psíquico que se relaciona com o domínio da consciência.

Jules Boucher, não aceita essa relação das pontas da Estrela Flamejante com os cinco sentidos, diz ele:

“Quando relacionaram os cinco sentidos às suas cinco pontas, a pobre estrela não teve mais nenhum sentido!!!”

Não podemos esquecer-nos que, acima de tudo, a Estrela Flamejante representa o homem ideal, que deve ser a grande aspiração do Companheiro Maçom.

Não olvidemos nunca que estrela é luz e a luz é o grande símbolo da verdade e do saber.

O Sol, a Lua, a Estrela Flamejante tem, na Maçonaria, uma significação bem diferente daquela que lhes é atribuída no mundo profano. Se a luz material nos transfere informações através de nossa visão, sobre o que existe ao nosso redor, as luzes que cultuamos na maçonaria nos proporcionam outra visão, muito mais abrangente e de muito maior valor para a nossa vida, pois que elas iluminam a estrada de nossa existência, no campo mental e espiritual.

A Estrela Hominal serve de alerta ao Companheiro Maçom sobre a sua responsabilidade de auto melhoramento, não se deixando dominar por paixão alguma, evitando todo e qualquer excesso.

Quando a maçonaria aconselha aos seus filhos de – ouvir sempre, falar pouco e trabalhar bem, esta apontando sua ética, e, neste ponto, aproxima-se e muito dos ensinamentos dos filósofos estoicos, que cultivavam uma filosofia de cunho essencialmente moral, muito próxima daquela ensinada por Sócrates.

Os estoicos se afastam dos ensinamentos de Platão e de Aristóteles no que diz respeito ao conhecimento humano, sobretudo em relação os modos de conceber a verdade.

Para os dois grandes filósofos gregos a verdade consiste na total correspondência entre a representação mental e a situação real das coisas; para Zenão, o pai do estoicismo, a verdade consiste na total compreensão do objeto que a mente é obrigado a analisar.

O estoico visava, antes de tudo, o domínio sobre si mesmo. Isto lembra ao Companheiro Maçom que ele tem um compromisso do qual não se pode afastar e que assumiu a partir do momento em que, como Aprendiz, iniciou seu próprio desbaste de defeitos pessoais, o que exige domínio sobre si mesmo. Neste ponto, ele há de ser estoico.

Logo é preciso que procure distinguir sempre as diferenças que existem entre – paixão, emoção e sentimento. A paixão é inadmissível no maçom; é perigosa e deve ser afastada sempre porque é irracional e conduz perigosamente ao fanatismo.

Isto significa que tudo se resume numa única palavra: virtude.

O maçom há de ser virtuoso. Mas o que é virtude? Virtude é uma disposição íntima pela qual a alma se põe em harmonia consigo mesma. Para os estóicos a prática da virtude consiste na anulação das paixões e na superação do próprio ego.

Se a ética dá ao Companheiro uma ideia de força íntima é porque a razão se apóia no sentimento e não na paixão ou na emoção.

Quando a maçonaria quer que a pedra bruta se transforme em pedra cúbica, ela está lembrando ao iniciado que ele deve manter uma luta progressiva e sem tréguas pelo domínio de si mesmo, colocando o próprio ego sobre o mais absoluto controle.

Que o Companheiro ao fitar a Estrela Hominal se lembre que quando conseguirmos o controle total sobre nós mesmos tornamo-nos inteiramente livres e responsáveis e estamos realmente preparados para o exercício da arte real. Isto é difícil de ser alcançado, daí a necessidade de que a luta seja diuturna e sem esmorecimentos.

Leibniz, filósofo que viveu no Século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre; as criaturas o serão, mais ou menos, na medida em que se coloque acima das paixões”.

O Pentagrama pode comportar, simbolicamente, várias interpretações, todavia, e antes de mais nada, ele representa a luz da inteligência que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los.

Bibliliografia

Cartilha do Companheiro. José Castelani e Raimundo Rodrigues – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.

SEMANA DE HOMENAGEM - MEU AVENTAL - Roberto Ribeiro Reis



Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O primeiro homenageado é o irmão Roberto Ribeiro Reis, da ARLS Esperança e União n. 2358 de Rio Casca, MG


Meu avental,

Reflexo do bom trabalho,

indispensável, feito o orvalho,

De bençãos é manancial.


Recebe luz do plano astral,

Essa força que vem do sutil,

E que o profano inda não viu,

De tão preso ao lado material.


Um artefato único, sem igual,

Me cobre, protege e ilumina,

E que traz a centelha divina,

Do Arquiteto, o Excepcional!


Vestimenta tão fundamental,

Esconde minha espiritual nudez,

Me dando a necessária lucidez,

Para vencer o que tenho de mal.


Que -com ele - eu seja fraternal,

Me despoje do grosso da matéria,

Que eu dê abundância à miséria,

Que eu viva a dimensão celestial.