março 19, 2024

SEMANA DE HOMENAGEM - COMPARTILHAR A PRÓPRIA ESSÊNCIA - Newton Agrella


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Newton Agrella, polímata e poliglota, de São Paulo.

Muitas vezes amanhecemos com notícias que nos sobressaltam, e fazem-nos pensar quão enfurnados cada um de nós, vive seu mundinho de maneira tão pequena e egoísta.

Grande parte disso se deve ao orgulho, ou à vergonha de expormos nossas fraquezas, e limitações.

Quando não, nos defrontamos com o medo de sermos julgados e de alguma sorte, termos a cabeça colocada a prêmio.

Não raro, emoção e razão caminham desconexas e inibem a possibilidade de compartilharmos tristezas, angústias e frustrações, de maneira simples e natural, sem qualquer resquício de preconceitos.

O ser humano, grosso modo, entende que é maior que si mesmo e poucas são as vezes que consegue externar suas necessidades, senão por algum tipo de pressão, ou quando o coração parece que vai explodir.

A busca não é pela perfeição, até porque ela é inatingível.  

O trabalho sim, é pelo aprimoramento interior, e pela vontade de acertar e erigir um templo mais seguro, consistente, comprometido com uma qualidade de vida cada vez melhor e compartilhar com o semelhante o êxito, a felicidade e o bem estar como instrumentos legítimos da virtude.

Ser "humano", não é apenas uma condição de espécie, mas antes de tudo, estagiar pelos labirintos mais profundos da Consciência.

Esta perfeita imperfeição é a tradução mais exata do que se constitui a nossa natureza hominal e anímica.

O amplo conjunto de correntes filosóficas que compõe a dialética maçônica, propicia aos seus adeptos a chance de exercer a liberdade de pensamento, sem estar vinculado a visões esteriotipadas e muito menos subjugado a dogmas, que impõem a restrição ao direito da argumentação.

"Ser livre e de bons costumes", não é um mero slogan de uma peça publicitária, senão, um preceito ético e moral que estimula o homem a explorar os mistérios da consciência sob a égide espiritual, intelectual e sobejamente especulativa.


O AVENTAL E O SEU SIGNIFICADO - Roberto Varo Junior



Após a cerimónia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental ao Mestre de Cerimónias, para com ele revestir o neófito. O agora Maçom, só poderá entrar no Templo da sua Loja, ou de qualquer outra, vestindo o Avental. Tal insígnia maçônica, nas palavras do Irmão Assis Carvalho, “é o principal Símbolo que compõe a Indumentária Maçônica.” O Avental, para o citado autor, possui uma característica especial que o diferencia de outras insígnias: está presente desde os remotos tempos Operativos.

Para compreendermos melhor a sua função e o porquê das suas diferentes formas, utilizar-nos-emos de uma análise histórica do Avental. Contudo, ressalte-se, concentraremos os nossos esforços numa análise histórica e funcional, tendo em vista o Grau de Aprendiz, já que sabidamente, muitos dos símbolos que são ostentados em Aventais de Graus mais elevados ainda fogem e devem mesmo fugir da nossa compreensão de Aprendiz. Para alguns escritores, a origem do Avental está ligada a tempos muito remotos, como o Paraíso Terrestre. Alguns irmãos veem Adão como o inventor do Avental, representado na folha de parreira, a qual cobria os seus órgãos genitais. Quanto a esta origem, as objecções são muito grandes, tendo em vista que a base cientifica ou mesmo filosófica para tal tipo de análise se mostra praticamente inexistente. Se é verdade que a Maçonaria não pretende ser apenas uma sociedade cientifica e filosófica, é fato que toma como base dados científicos para justificar muitas das suas concepções. Ao fazer uma análise de tal porte, dever-se-ia esperar uma explanação um pouco mais exaustiva, tendo em vista a originalidade da ideia. Contudo, pelas bases às quais tivemos acesso, tal assertiva mostra-se não muito consistente. O Irmão Assis Carvalho, inclusive, demonstra uma certa ironia ao comentar tal fato, classificando como “uma fantasia, um afã criativo” enfim, conotando que a origem do Avental não está, em hipótese alguma, ligada à figura religiosa de Adão.

Outros também veem uma origem mais que milenar para o surgir do Avental, tendo como base os Mistérios Egípcios, Persas, Hindu, entre outros. Neste ponto, descreveremos uma das possíveis formas de tal Avental egípcio: era triangular, com a cúspide para cima e com vários adornos diversos dos hoje existentes. Além disso, a faixa ao redor do corpo que o sustentava não tinha apenas este propósito, mas estava intensamente magnetizada com o corpo. Há também, acerca deste possível Avental, descrições mais pormenorizadas sobre o Avental dos Mestres, o que, como já se afirmou, não se mostra pertinente com a proposta deste trabalho. Contudo, vale ressaltar que se faziam presentes as rosetas e uma cor azul pálida, simbolizando a inocência branca sendo substituída pelo conhecimento, o céu azul. Uma outra corrente associa o surgimento do Avental às Guildas e corporações Medievais. Tais associações, que deram origem à Maçonaria Operária, tinham por hábito distribuir entre os seus Membros, aventais para o exercício do ofício ao qual estavam ligados. Esses aventais, portanto, apresentavam entre si leves diferenças com base nos diferentes trabalhos e conhecimento acerca do ofício em questão, tais como Sapateiro, Ferreiro Açougueiro, entre outros. 

O Avental dos antigos operários da Maçonaria Operativa estava ligado à ideia de trabalho, era um instrumento do próprio. O Avental era feito com a predominância do couro de carneiro, um couro espesso, com vistas a proteger os obreiros de labutas muitas vezes perigosas para o corpo humano. Enfim, o Avental era uma proteção para o corpo dos maçons primitivos, cobrindo, em linhas gerais, desde o pescoço até o abdómen, sendo que o do aprendiz cobria uma parte maior do corpo do que o avental do Companheiro e do Mestre, pois como o aprendiz não possuía, ainda, a habilidade necessária com as ferramentas, além de iniciar o trabalho na Pedra Bruta, estava sujeito a fazer um uso maior do avental do que os mestres. Uso maior não em tempo, e sim, stricto sensu, de aproveitar o avental conforme a sua função de proteger o corpo e a roupa de quem o usa. Com a transição da Maçonaria Primitiva para a Maçonaria Especulativa, processo histórico que não ocorreu de forma instantânea, a figura e a função do Avental foram-se paulatinamente alterando. Ressaltamos mais uma vez que, por um considerável tempo, tanto a Especulativa quanto a Operativa conviveram, especialmente pelos relatos que se tem da Inglaterra no século XVIII.

Como exteriorização desta relativa dicotomia entre Especulativa e Operativa, temos na Inglaterra a existência de duas grandes potências justamente nesse século de transição. Note-se que não se trata de uma correspondência absoluta entre ambas as dicotomias, embora ambas guardem uma não desprezível ligação. De um lado estavam as Grandes Lojas dos Antigos, formadas principalmente por Maçons mais tradicionais, mais “conservadores”, nas quais não ocorreram grandes mudanças em relação ao Avental, predominando, exceto pelo couro de ovelha que passou a ser o material mais utilizado, uma relativa padronização e simplicidade nos Aventais de todos os Graus, tendo em vista que os próprios eram adquiridos, na sua maioria, pelas próprias Lojas e concedidos aos Irmãos. Do outro, as Grandes Lojas dos Modernos, de natureza teoricamente mais democrática, mais aberta, as mudanças mais significativas ocorreram em relação ao Avental. A concepção do simbolismo do Avental decorre justamente do entendimento que a Maçonaria Especulativa passou a conceder ao Avental. 

O Avental passou a ser visto como um emblema da dignidade, da honra, do trabalho material ou intelectual, trabalho esse que era desprezado. Naturalmente, numa sociedade marcada anteriormente pelos senhores da terra, apenas a propriedade era vista como algo dignificante. A Maçonaria Especulativa alçou o Avental como símbolo do trabalho, da labuta, ao qual o Maçom está ligado ao adentrar na Ordem, dignificando o próprio, o trabalho, perante os olhos da sociedade. Este é o grande significado do Avental, enquanto instrumento fundamental do Maçom. Esta é a grande razão simbólica pela qual um Aprendiz Maçom não deve entrar numa Loja sem estar coberto por essa indumentária. Tal insígnia não nos deixa esquecermos que a labuta é uma constante na vida do Maçom, seja em Loja ou fora dela. Contudo, ao mesmo tempo em que as Grandes Lojas Antigas alçaram o Avental como símbolo, e, consequentemente, modificaram a sua forma, passando a utilizar tecidos mais leves tal como o cetim, o brim e o linho, a vaidade, algumas vezes exagerada de alguns Irmãos, provocaram uma verdadeira revolução no Avental. Verdadeiras obras de arte, pinturas, foram realizadas nos Aventais das Grandes Lojas dos Modernos. Novos símbolos, tal como roseiras, fitas, bordados, foram introduzidos nos Aventais, especialmente dos Graus de Mestre. Enquanto nas Grandes Lojas Antigas predominavam a simplicidade destes instrumentos Maçônicos tão preciosos, principalmente no Grau de Aprendiz, sendo o branco predominante, até pelo material utilizado, o couro de ovelha, nas Grandes Lojas Modernas houve uma radical transformação exteriorizada nas pinturas das Abetas, na criação de laços, pinturas de novos símbolos, entre outros. Quanto maior o Grau, maiores as “sofisticações” encontradas.

Quanto a esta sofisticação dos Aventais, e esta nova função de certa forma “decorativa”, dois comentários se mostram muito pertinentes. O primeiro, tendo como base assertivas de Assis Carvalho, tendo como objeto o Cavaleiro Miguel André de Ramsay, codificador do Rito Escocês. Buscando negar a origem Operativa da Maçonaria, e afirmar uma origem Nobre, como sucessores dos Templários, de Jacques De Molay, o Irmão Ramsay impulsionou a criação de Graus e nomes pomposos na Maçonaria e, consequentemente, os mais belos e ricos Aventais foram sendo também criados. Além disso, cabe agora relembrarmos a definição introduzida no começo do nosso trabalho, atribuída a Jules Boucher: “o Avental constitui-se no essencial adorno do Maçom.” 

Raimundo Rodrigues explica que a palavra adorno tem o sentido de enfeite, decoração. Conclui ele na imprecisão de sintaxe no uso de tal palavra, já que a função fundamental ou essencial do Avental seria simbolizar o trabalho ao qual os Maçons devem se entregar. Contudo, fazendo uma outra análise, podemos compreender a utilização de tal vocábulo, visto que, para muitos Irmãos, a utilização do Avental ficou muito ligada à ideia de se enfeitar para quando da participação em Loja. Aliás, conforme relata Assis de Carvalho, eram comuns os Maçons das Grandes Lojas Modernas saírem das sessões e caminharem por Londres devidamente trajados, felizes na utilização dos seus Aventais, enquanto os Maçons das Grandes Lojas Antigas, por estarem acostumados a utilizar o Avental quando em ofício, visto que muitos ainda eram Operários, utilizarem apenas os simples Aventais quando em Loja ou justamente no local de labuta.

Em 1813, com a unificação das duas grandes Potências Inglesas, houve também a edição de um normativo regulamentando e padronizando os Aventais, de forma a coibir os inúmeros abusos. Logicamente, alguns símbolos introduzidos ao longo do tempo foram consolidados, mas os exageros cessaram, e, até hoje, pelo que afirma Assis Carvalho, não houve grandes mudanças nos Aventais Ingleses, caracterizados pelo rito York. Vale ressaltar também o Congresso Mundial dos Supremos Conselhos em Lausanne, datado de 1875. Neste encontro, decidiu-se também por uma padronização dos Aventais utilizados pelos seguidores do Rito Escocês Antigo e Aceito. 

Neste ponto, o autor Assis de Carvalho faz uma crítica expressa aos seguidores de tal rito no Brasil, tendo em vista as seguidas mudanças do Avental aqui ocorridas nas últimas décadas, levando em conta que o R∴ E∴ A∴ A∴ não assistiu a grandes mudanças noutros países. Como último ponto a se destacar do Avental Maçônico, gostaríamos de nos focar na Abeta. Muitos estudiosos Maçons procuram dar significados à sua posição em relação ao Avental. Outros, entretanto, apoiando-se na experiência histórica e mesmo em fotografias antigas, têm demonstrado que a Abeta não tem um sentido simbólico, pelo menos na sua origem. Antony Sayer, primeiro Grão-mestre da Loja da Inglaterra (1717), está caracterizado em fotos com uma Abeta levantada. Ressalte-se que ele era Mestre e que a sua Abeta estava levantada.

A utilização da Abeta para baixo ou para cima está, segundo esses autores, mais ligada, originalmente, à praticidade do que a qualquer simbolismo. A Abeta era utilizada pelos Irmãos Operativos para prender o Avental à camisa, tendo propositalmente um espaço próprio para este botão. Alguns irmãos baixavam a Abeta como forma de esconder imprecisões, desgastes da alguns Aventais. Além disso, a forma triangular ou oval não apresentava também qualquer significado. Atualmente, admite-se a diferença no posicionamento para se caracterizar o Grau, o que pode ser considerado muito válido. Contudo, originalmente, pela análise histórica da Abeta, há autores que defendem a inexistência de um simbolismo próprio. Além disso, como já se afirmou anteriormente, as correias que prendiam as Abetas ao corpo dos Maçons Operativos, tanto no pescoço como na cintura, nada tinham de especial. Eram apenas correias, sem nenhum magnetismo ou coisa do tipo.

Finalizando, o Avental simboliza, na uma primeira impressão, ainda no cerimonial de Iniciação, trabalho, labor, labuta. O que podemos aprender com significado de trabalho do Avental? Que todo Maçom se deve dedicar ao trabalho diariamente, e, quando ele está em Loja, ou, mais propriamente ao tema, quando ele está na Oficina, o trabalho é simbolizado pelo uso do Avental. Mesmo havendo posicionamentos diferentes com relação ao simbolismo do avental ou ao seu uso prático, não há como deixar de mencionar-se a interpretação mais aceita e oportuna com relação a essa indumentária. Ao desbastar a Pedra Bruta com o maço e o cinzel, o avental protege o Aprendiz contra a poeira e os estilhaços provenientes do seu ofício. Cumpre o papel que sempre cumpriu, a saber, o de servir como uma peça extra de proteção no manuseio, por exemplo, da pedra e até mesmo como um meio de transporte de pedras (e outros materiais) de um lugar para outro.

O avental, desta forma, está protegendo o Irmão das consequências do seu trabalho de aprimoramento constante e da eliminação dos seus defeitos. Graças à proteção do avental, a roupa do Irmão, como se fosse a sua reputação, está a salvo da sujeira representada pela poeira e os resquícios dos defeitos inerentes a todos nós, seres humanos. Cumpre, sobretudo, o Avental, o seu papel de um dos mais importantes Símbolos da Maçonaria e de elo entre aqueles que o portam, como Irmãos Maçons, unidos, através desta indumentária, pela fraternal amizade.



março 18, 2024

O DeMolay - Adilson Zotovici


No dia DeMolay uma homenagem de nosso poeta maior.


Com  eterno amor  filial

Sobejado de lirismo

Reverente ao Pai Celestial

Na cortesia o simplismo


Dum  grupo jovem, laboral

De união, companheirismo 

Que a fidelidade é cabal

Qual a pureza, o otimismo


Assim é seu bom cabedal

Juntado ao patriotismo

No seu caminhar usual


Na modéstia o secretismo

“_Um DeMolay afinal_”...

A servir, com altruísmo !



SEMANA DE HOMENAGEM - AS ESCOLAS FILOSÓFICAS E A MAÇONARIA ESPECULATIVA - Newton Agrella



Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Newton Agrella, polímata e poliglota, de São Paulo.

A Maçonaria constitui-se basicamente numa  instituição  filosófica, cuja base se sustenta a partir de um amálgama e de uma substantiva influência de correntes dialéticas originárias dos períodos filosóficos que marcaram a história da civilização humana.

É inequívoco que outros fatores colaboraram para o que hoje se conhece e se pratica como a chamada "Maçonaria Especulativa". 

Influências históricas, sociais, religiosas, místicas, lendárias, mitológicas, esotéricas e herméticas estão igualmente contidas nesse arcabouço. 

Símbolos e Alegorias, por sua vez, são elementos fundamentais que contribuem para compor este caráter especulativo da Filosofia Maçônica, a qual se ocupa de investigar e analisar as leis da natureza e relaciona as bases da moral e da ética como instrumentos legítimos para o aprimoramento do interior humano, no tocante à sua espiritualidade e seu nível de consciência.

Há contudo que se fazer uma concisa, porém legitima "relação dos períodos, escolas e correntes filosóficas" que concorreram definitivamente para a compleição da Sublime Ordem.

PERÍODO CLÁSSICO DA FILOSOFIA (do século V ao século IV a.C. )

Esse periodo embrionário da Filosofia, surgido e desenvolvido na Grécia, ocupou-se das questões relacionadas ao ser humano e notadamente aos aspectos concernentes à alma, vícios e virtudes. Os principais filósofos da época foram Sócrates, Aristóteles e Platão.

ESCOLA SOCRÁTICA

Liderada pelo pensador grego, Sócrates (469-399 a.C.), o qual dedicou-se à utilização da maiêutica, um processo de ponderação crítica voltado para a desconstrução de preconceitos e na busca do autoconhecimento.

FILOSOFIA DA IDADE ANTIGA

Cabe registrar que as escolas da filosofia da idade antiga surgiram a partir de segmentações e de linhas de raciocínio que foram ganhando corpo e a adesão de outros. 

Entre as principais estão:

PLATONISMO

Corrente filosófica fundada por Platão, discípulo de Sócrates.

Sua obra (A República) está voltada para os estudos políticos e o conceito de "universalidade" (tudo o que está presente em lugares e momentos diferentes, como sentimentos, cores, formas, dentre outras).

ARISTOTELIANISMO

Os ensinamentos deixados pelo filósofo Aristóteles foram primordiais para o desenvolvimento de diversas matérias como lógica, ética, retórica, biologia, etc.

Aristóteles exerceu extrema influência não apenas na tradição ocidental mas também na indiana e oriental de forma geral.

ESTOICISMO

Esta corrente filosófica foi iniciada em Atenas por Zenão de Cítio, por volta do ano 300 a.C. 

A essência do estoicismo era a de conduzir o ser humano a um estado de tranquilidade absoluta, independente de fatores externos ao indivíduo.

O foco desta escola filosófica residia no estudo da metafísica e no conceito de "logos" (ordem universal), defendendo que tudo o que acontece, tem sua razão de ser.

EPICURISMO

Nesta doutrina filosófica criada pelo filósofo Epicuro (341 à 270 a.C.), o mesmo apregoava a ideia de que a única forma digna de se viver era através do exercício da moderação, que não deveria se confundir com os vícios. Suas ideias se voltavam para o cultivo das amizades e da fraternidade.

Defendia ainda o princípio de que  "tudo acontece por acaso" e que a realidade em que vivemos é apenas uma entre tantas possíveis.

CETICISMO

O Ceticismo foi uma escola filosófica iniciada por Pirro de Élis (360 à 270 a.C.), filósofo que defendia um constante questionamento de todos os aspectos da vida. Pirro acreditava que a ausência de julgamentos era suficiente para conduzir o ser humano à felicidade

CINISMO

O Cinismo, por sua vez, foi uma escola filosófica iniciada por Antístenes (445 à 365 a.C.). 

Sua base de pensamento era que o sentido da vida era viver de acordo com a própria natureza. Assim, a virtude consistiria em rejeitar os desejos de riqueza, poder e fama e buscar uma vida simples.

A título de curiosidade o adjetivo "cínico" tem sua etimologia do grego "kynikos" que significa "viver com um cão de rua", ou seja; uma alegoria àqueles que viviam uma "vida despojada de tudo".

FILOSOFIA DA IDADE MÉDIA

Marcada pela influência dos filósofos Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

Os conceitos filosóficos tornam-se verdades reveladas (reveladas por Deus, através da Bíblia e dos santos) e inquestionáveis. Tornaram-se dogmas. A partir da formulação das ideias da filosofia cristã, abre-se a perspectiva de uma distinção entre verdades reveladas e verdades humanas. Surge a distinção entre a fé e a razão.

Esse período da história da humanidade é também chamado de "Era das Trevas" ou "Obscurantismo".

FILOSOFIA MODERNA

Tem seu inicio no período Renascentista (séculos XV e XVI),  época em que mundo testemunhou significativas mudanças no campo da política, da economia, das artes e das ciências. O Renascimento retomou valores da cultura clássica (representada pelos autores gregos e latinos), como a autonomia de pensamento e o uso individual da razão, em oposição aos valores medievais, como o domínio da fé e a autoridade da Igreja.... 

RACIONALISMO

Destaque-se que para os racionalistas, como René Descartes, o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual. 

A experiência sensível precisa ser separada do conhecimento verdadeiro. A fonte do conhecimento é a razão. 

EMPIRISMO

Para os empiristas, como John Locke e David Hume, o conhecimento se realiza por graus contínuos, desde a sensação até atingir as ideias. A fonte do conhecimento é a experiência sensível.

ILUMINISMO

Inicialmente foi um movimento cultural do século XVII e XVIII caracterizado pela valorização da razão como instrumento para alcançar o conhecimento.

Sem dúvida, esta corrente foi a que maior influência exerceu sobre a Maçonaria, que gradativamente foi deixando sua base operativa para ganhar um caráter notadamente especulativo.

SÍNTESE DA FILOSOFIA MODERNA E CARACTERÍSTICAS

O pensamento (sujeito do conhecimento) passou a ser também o seu objeto. 

O homem começou a pensar nas suas próprias maneiras de raciocinar e entender o mundo.

Estão entre as principais características da Filosofia Moderna o ceticismo em relação às crenças antigas e às crenças costumeiras, a valorização da razão, a tentativa de estabelecer os limites do conhecimento humano e do modo como podemos conhecer o mundo verdadeiramente e a valorização de uma vida política que entende a existência de um elo entre política e conhecimento. Nesse período, destacam-se pensadores como Galileu Galilei, Isaac Newton, René Descartes, David Hume, Francis Bacon, John Locke, Thomas Hobbes, Baruch de Spinoza, entre outros.



EXPRESSÕES MAÇÔNICAS EQUIVOCADAS - Paulo Roberto Marinho de Almeida.


O progresso dos meios de comunicações, o aumento considerável de edições de livros, revistas e boletins maçônicos, ao exemplo do que fazem os grupos virtuais, contribuem para o crescimento da oferta de informação. Por este caminho é que procuramos colaborar com esta mensagem de alerta no sentido de banir de nossas alocuções o uso indevido de expressões não condizentes com o conhecimento que o Maçom praticante deve ter e preservar.

Na retórica do cotidiano da Loja, encontramos palavras que deveriam ter desaparecido, há tempos, da  terminologia maçônica.  Alguns Maçons teimam em defender o uso dessas expressões dizendo-as  consagradas  pelos “Usos e Costumes”, apresentando definições equivocadas, quando não, inventadas, e que só fazem macular a imagem do Maçom e da Maçonaria no que diz respeito à etimologia e ao idioma vernáculo.

Pela coleção e constatação de fatos, e em função do resultado de nossas pesquisas, apresentamos os comentários a seguir sobre algumas dessas expressões as quais consideramos as mais equivocadamente utilizadas. 

FILOSOFISMO

Filosofismo possui designações claramente definidas e grafia correta, entretanto, se usado na Maçonaria com menção aos chamados, Graus Filosóficos é pejorativo e depreciativo.

“... a péssima qualidade dos Manuais Escolares que, entre tantas outras aberrações, confundem a  Filosofia com Filosofismo. ...Uma das características centrais do Filosofismo é a estereotipar o saber filosófico” – (Roberto Bazanini - Bacharel em Filosofia, Mestre em Comunicação (UMESP-S.B.C.)  Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC –SP)”

Filosofismo  [De filósofo + -ismo.] S. m. Mania de Filosofar. Falsa filosofia. Mania  [Do gr. manía, 'loucura'.] S. f. Excentricidade, extravagância, esquisitice.  Mau costume; hábito prejudicial; vício. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

Filosofismo. S. m. (derivado de filosofia), é um termo depreciativo, que significa falsa filosofia, mania de filosofar. Por uma pretendida analogia com o termo simbolismo, usado para designar a Maçonaria Simbólica, muitos Maçons usam o vocábulo filosofismo para designar o terreno dos Altos Graus, também chamados Graus Filosóficos. Esse uso é indevido, impertinente e incorreto.  (José Castellani)

TRONO (DE SALOMÃO)

Muitos Obreiros costumam confundir Trono com mesa, Altar ou área do Altar – chamam de Trono tudo o que se encontra sob o dossel –, o que é um erro. Trono é a cadeira onde tem assento o Ven:. Mestre.  Atrelado ao equivoco segue o mais peculiar que é o do Venerável Mestre convidar algum Irmão para ocupar “um dos lugares no Trono”, quando o correto seria “no plano do Trono”, ou, “um dos lugares a seu lado”. O Venerável Mestre senta-se “no” Trono e não “ao” Trono.  Torna-se óbvio, então, que a referência é à cadeira, pois, sabemos que mesa não é assento.  Vale lembrar que embora consagrado pelo uso, o correto é denominar-se simplesmente como “a cadeira do Venerável Mestre” ou apenas “Trono”. Nunca Trono de Salomão, já que este só existe na Cerimônia de Instalação. A arquitetura, bem como a decoração do Templo Maçônico não é por réplica ao Templo ou Palácio de Salomão. Os primeiros Templos Maçônicos foram construídos na Inglaterra, no século XVIII por projetos inspirados nas grandes edificações da época, principalmente, dos Templos Anglicanos e o do Parlamento Britânico. Destes se originam o Átrio, o Mosaico, as disposição dos lugares, etc., Inclusive a Sala dos Passos Perdidos copiada do Parlamento que até os dias de hoje existe e assim é denominada. Os Templos maçônicos atuais representam a terra e o universo. No REAA isso é claramente visível: a Abóbada Celeste, as Colunas Zodiacais, o Norte, o Sul, o Oriente, o Ocidente, o Zênite e o Nadir. Diga-se de passagem, Templo é denominação mais comum aos países latinos. Nos demais países prevalece o uso da expressão Sala ou simplesmente Loja.

VENERANÇA

Esta palavra não figura em nenhum dos dicionários dos países de língua portuguesa. “Venerança” é uma corruptela, ou seja, uma palavra corrompida, o vocábulo verdadeiro é VENERALATO,  induz, ainda, a erros mais grosseiros, como, “Venerância” ou se pior fosse possível, “Veneralança”. Sufixo nominal é aquele responsável pela formação de nome (substantivos ou adjetivos) que compõem as palavras alusivas a ocupação de cargo, ofício ou dignidade  – Barão = Baronato, Tabelião = Tabelionato, Cardial= Cardinalato, Oficial= Oficialato, Venerável= Veneralato. Um termo só é compreendido quando se sabe os significados que ele pode ter e em que contexto ele é aplicado. Veneralato é o período do cargo de Venerável Mestre de uma Loja e não  qualidade ou sinônimo do título.

A INSTRUMENTAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO MAÇOM -



Praticamente a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicaram importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria. Torna-se praticamente impossível referir-se a Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos.

Cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão a Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem.

Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas:

. Simpatia;

. Intuição;

. Inteligência;

. Compreensão ou Discernimento;

. Graça ou Revelação.

Na Maçonaria a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provêm da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais. Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais corporativamente organizados constituíam a Maçonaria Operativa que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas: “Embora não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois caso contrário não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna. A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (…), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (…)” (PETERS, 2003, passim).

O escritor Ambrósio Peters, nos coloca ainda que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais a existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica). Cabe destacar também que são destes símbolos que os Maçons metaforicamente retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais: “O trabalho dos franco maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas, o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada, e o nível e o prumo, para assentá-las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (…)” (Idem).

Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos. Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização:

. A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras;

. O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras;

. A aplicação e o assentamento das pedras na construção.

Estes conjuntos de instrumentos que são necessários a execução de cada etapa da obra, indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente os diversos Graus que nela existem. Cada Grau, representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.

Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante as mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos. A reflexão e a consequente meditação são essenciais a compreensão da linguagem maçônica..

O avanço pelos diversos graus, portanto não deve ser considerado pelo tempo que está sendo empregado, não devem ser conduzidos pela pressa. O que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar com segurança e sabedoria os degraus da Escada de Jacó.

Bibliografia:

BONDARIK, Roberto – A Interpretação e o Entendimento dos Símbolos.

Escolas do Pensamento Maçônico. In: A Trolha: Coletânea 6. Londrina: A Trolha, 2003. p.141-151;

CAMPANHA, Luiz Roberto – A Filosofia e a Análise dos Símbolos. In: Caderno de Pesquisas 20. Londrina: A Trolha, 2003. p.33-40;

PESSOA, Fernando – Associações Secretas.

PETERS, Ambrósio – O Simbolismo dos Instrumentos.

março 17, 2024

VISITA A ARLS SABEDORIA TRIUNFANTE 665 - SP


 Nesta sexta-feira, dia 14, retornei em visita a ARLS Sabedoria Triunfante 665 9da GLESP, a Loja Maçônica mais inteligente que já conheci e que faz jus, perfeitamente, ao seu nome.

Sob a direção do VM Anderson Basílio, na apresentação de um trabalho de Companheiro, todos os irmãos do quadro, sem nenhuma exceção, enriqueceram os ensinamentos com seus comentários, cultos, interessantes, apropriados.

Foi motivador e é raro ver uma Loja onde todos participam ativamente e mostram acurada cultura maçônica. Uma visita que realmente valeu a pena.

PALESTRA ORATÓRIA -Michael Winetzki


 

SUBMETER-SE AO ESPÍRITO - Sergio Quirino Guimarães

 




Na Maçonaria, deparamo-nos, de forma inegável, com o elemento "Espirito". Mas do que se trata tal "elemento"?

Essa questão deve ser abordada com zelo, visto que gera más interpretações e equivocadas ligações religiosas. Espírito, espiritismo, reencarnação, fenómenos etc., e ainda temos dois Landmarks que alguns Irmãos insistem na conotação devocional.

19°. A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem.

A negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20°. Subsidiariamente a essa crença, è exigida a crença em uma vida futura.

Se lermos ao "Pé da Letra", fica difícil não estabelecer vinculação. Porém, se eles nos forem apresentados desta maneira?

19°. A crença EM UM PRINCÍPIO CRIADOR, O QUAL DENOMINAMOS Grande Arquiteto do Universo, é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa CONVICÇÃO

MAÇÕNICA é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20°. Subsidiariamente a essa CONVICÇÃO MACÓNICA, é exigida a CONSCIÊNCIA DE QUE HA UMA FORMA DE VIDA, APÓS A MORTE, NO PLANO TERRESTRE.

De fato, não há de se modificarem os Landmarks. Contudo, é imperativo que o Padrinho informe e esclareça seu futuro afilhado sobre essas condições. Ás vezes, excelentes candidatos compreendem a crença em uma vida futura como reencarnação. Sendo eles protestantes, naturalmente dizem não ao 20° Landmark. Todavia, para todos os Cristãos, há sim "uma vida futura", seja no Paraiso ou no Inferno.

E assim acontece com várias outras religiões. Entretanto, ressalto que Espiritismo não é religião. uma doutrina! E segundo seu codificador, Allan Kardec, é uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela dimanam".

Destaco este ponto para provocar reflexões nos Irmãos:

Algum de vocês já fez seu Testamento? E, nesse mesmo tempo, responderam a questões que submeteram ao seu espirito para, assim, conhecermos os seus principios e avaliarmos o mérito de suas virtudes.

ESPÍRITO PRINCÍPIOS VIRTUDES

Espírito é a coisa incognoscível que anima o ser vivo. Sob a ótica metafisica, remete à consciência e à personalidade; na Filosofia, espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais; em Psicologia, designa a atitude mental dominante de uma pessoa que o motiva a agir de determinado modo.

Mas e para a Maçonaria? Tudo o que foi descrito acima, sobretudo o entendimento da raiz etimológica do latim "spiritus", significando "respiração" ou "sopro", assim como pode estar se referindo a "coragem" e "vigor".

SENDO ASSIM, A SUA VIDA MAÇÕNICA É SUBMETIDA A QUÊ? VOCÊ TEM CORAGEM DE ESPIRITO? TEM VIGOR NOS PRINCÍPIOS? VOCÊ "RESPIRA" E "SOPRA" VIRTUDES?



SEMANA DE HOMENAGEM - É UM POEMA - Adilson Zotivici


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


O mundo é um poema !

Que o Arquiteto Universal

Brindou-nos profundo tema

De afeto, a “Arte Real”


Quão grandiosa, genial

Que desfaz algum dilema

E apraz desde o inicial

Atemporal o sistema


Antropocêntrica, fulcral

Geometria, teorema

Sabedoria, filosofal


As Artes como emblema

E o puro amor fraternal

Como o principal lema !



março 16, 2024

EXISTÊNCIA - Adilson Zotovici


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


Segredo da boa existência

No dia a dia, ao Sol raiar

Sem medo, à porfia a vivência

Que a cada qual peculiar


Estudar, à proficiência

Quanto aprender, tanto ensinar

Respeitar díspar preferência

Com tolerância, a ânsia domar


Perpetrar a benevolência

Sem constranger quem apoiar

Caminhar com zelo e prudência

Na Divina Providência fiar


Ser livre pedreiro de excelência

No canteiro, escultura entalhar

Na pedra bruta persistência

Arguta propositura é brilhar


Esperança, a “estação” tem vigência

Sem vaidade com Fé caminhar

Na adversidade, resiliência

Com resignação, superar


Que da transitória experiência

De não só _Viver_, nem só _Partilhar_

Habita a glória na fluência

De “_Conviver_ e _Compartilhar_” !



OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E A PRETENDIDA ORIGEM DA MAÇONARIA - Pedro Juk



Em 19/06/2017 o Respeitável Irmão Demétrius Galego Davis, Loja José Caraver, 101, REAA, Grande Loja do Estado do Rio Grande do Sul, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta o seguinte:

Na atualidade, estou fazendo pesquisas para elaborar uma Peça sobre o tema "Cavaleiros Templários e as Origens da Maçonaria". Confesso ter recebido algumas dicas de pesquisa (Jacques De Molay, A Lenda do Santo Graal e a Arca da Aliança, etc.)... Mas, confesso que estou um pouco "perdido" para elaborar esse trabalho. Pelo exposto, gostaria de saber se o estimado Irmão teria alguma pesquisa já feita sobre esses temas, que poderiam ser úteis na elaboração da Peça de Arquitetura que ainda irei elaborar. Se o irmão tiver disponibilidade e aceitar compartilhar conhecimento comigo, serei muito grato.

CONSIDERAÇÕES:

De início devo mencionar que essa é daquelas bobagens que persistem em existir, devido à insistência de alguns autores que teimam em inescrupulosamente associar os Templários às origens da Maçonaria. 

Afirmativa temerária, querer associar a Ordem Templária com o florescimento da Maçonaria, pura e simplesmente, é mero elemento contraditório. 

É certo, porém que existem alguns graus dos chamados “Altos Graus e Graus Laterais” de alguns Ritos e Trabalhos maçônicos que mencionam práticas litúrgicas relacionadas aos costumes da Ordem da Milícia do Templo, todavia isso nunca teve nenhuma ligação com a autenticidade histórica, senão como um espécime estrutural e lendário para atender metodologicamente o aprimoramento dos iniciados. 

Ratifico: a Ordem da Milícia do Templo (Templários) não deve sob qualquer justificativa ser considerada como um elemento ancestral da Ordem Maçônica, salvo como um artifício alegórico de estudo para aplicação de uma doutrina. É o caso, por exemplo, do que acontece com o Templo de Jerusalém na Maçonaria que, mesmo sendo um dos principais ícones das suas alegorias doutrinárias, sob nenhuma hipótese se concebe, aos olhos da história autêntica, imaginar a existência de maçons construtores naquele período da História. 

O ideário do Templo surgiu não como um elemento histórico, mas sim como um método de estrutura doutrinária que se ocupou de construir a Lenda do Terceiro Grau. A fantástica Lenda é - como diz o sentido - apenas uma lenda.

Dados esses comentários seguem alguns apontamentos inerente à história dos Templários de Jacques De Molay.

A Ordem da Milícia do Templo, também conhecida entre os estudiosos como “Templários”, teve a sua fundação no ano de 1118 por Hughes de Payns e por um grupo de oito cavaleiros que tinham participado da cruzada de Godefroi de Bovilon. 

De início, denominavam-se Os Pobres Cavaleiros de Cristo, protegidos por São Bernardo adotaram o nome de Templários na ocasião em que Balduíno II, rei de Jerusalém, instalou-os em um palácio contíguo ao antigo e lendário Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo de Salomão (sic). 

Confirmada como instituição em um concílio que estivera reunido em Troyes em 1128, foi dotada por regra monástica e militar, cujo regulamento severo e judicioso foi ditado pelo próprio São Bernardo.

Com o objetivo principal de proteger e escoltar os peregrinos que iam à Terra Santa, os Templários formavam a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Adquiriram vultosas receitas advindas de grande número de doações e donativos, embora também contraíssem austeras despesas devido às costumeiras guerras que se envolviam (Cruzadas), bem como idealizadores da construção e manutenção de muitas fortalezas na Terra Santa.

Excelentes administradores, fiéis e organizados depositários de bens de natureza financeira, acabariam também, sob esse perfil, por se tornar banqueiros de papas, reis, príncipes e outros de situação abastada. Entretanto, devido ao acúmulo de riqueza, a Ordem Templária não demoraria a suscitar sobre si imensa cobiça por parte de muitos príncipes e governantes, os quais para justificar a cupidez, lhes atribuíam lendas malévolas e hediondas.

Organização dependente diretamente do Papa, os Templários logo excitariam também a malevolência dos bispos e demais autoridades que, no afã da cobiça, apelavam queixosamente com constância a Roma. Contudo, a Ordem era levada em alta conta pelo Papa e com isso o pontífice desviava-lhe os olhos dos seus defeitos naturais oriundos do perfil da dupla finalidade assumida pela Ordem, já que os seus integrantes eram ao mesmo tempo, monges e soberbos soldados.

Sob o perfil de valentia e temeridade, os Templários se tornariam homens orgulhosos e briguentos, embora também suscetíveis aos reveses sofridos pelos cristãos no Oriente o que acabaria por lhes proporcionar a diminuição de boa parte do seu prestígio.

Sob o estigma da cobiça muitas lendas caluniosas insidiam sobre os Templários a tal ponto de lhes comprometer a moralidade. Com isso era comum se ouvir, mesmo que velados, comentários embusteiros de que nos seus capítulos existia idolatria e devassidão. 

Foi assim que, sob a égide da cobiça e amargurado pela constante derrocada da economia do seu reino devido as incessantes guerras que movia contra os seus vizinhos e, temeroso pelo poderio circunstancial adquirido pelos Cavaleiros Templários; aconselhado pelos inescrupulosos que o rodeavam; o Rei Felipe, o Belo, conspirou para se apoderar dos bens da Ordem Templária. 

Em 14 de setembro de 1307, Filipe lançou ordem de captura de todos os Templários que se encontrassem em seu reino. Presos em 13 de outubro daquele ano por acusação de heresia e sodomia, perante a Inquisição, além de crimes de toda sorte, eles foram caluniados, espoliados, martirizados e condenados. Sob tortura, acabariam confessando tudo àquilo que era conveniente ao Rei, das quais, inclusive a renegação de Jesus Cristo e adoração a Baphomet, pretenso ídolo que chegou a ser relacionado com Maomé. 

Assim, em 1308 os Estados Gerais de Tours declaravam a condenação à morte dos integrantes da Ordem, enquanto o Concílio de Viena em 13 de abril de 1312, na França e com a conivência do Papa Clemente V, submisso ao Rei Felipe IV (o Belo), pronunciava a sua completa supressão.

Com toda a sorte de multiplicação de torturas os inquisidores conseguiram confissões de culpabilidade de alguns dos altos dignitários da Ordem, dentre os quais do seu último Grão-Mestre, Jacques De Molay. Não querendo, entretanto, confirmar as confissões que lhes foram arrancadas, sob tortura, miséria e falsas promessas, esses dignitários retrataram-se (desmentiram as confissões) perante o público o que deixou irado o rei devasso, condenando-os à morte como relapsos, os quais foram queimados vivos em 13 de março de 1314.

De qualquer maneira, pela organização, prestígio e riqueza da Ordem ela não seria completamente exterminada e muitos dos seus adeptos conseguiriam burlar os destinos condenatórios se refugiando no norte da Inglaterra até o fim dos seus dias, principalmente na Escócia. 

Conhecedores de muitos segredos relativos à arte e as ciências aprendidas com os árabes durante as suas perambulações pelo Oriente Médio, seria mais do que normal para os Templários, pelas suas habilidades e conhecimento, se integrarem às Guildas de Construtores Medievais que haviam florescido no norte da Inglaterra e distante do poderio eclesiástico de Roma.

Assim, sobre esses acontecimentos é que desafortunadamente muitos autores, uns por desatenção e outros por puro ufanismo, inverteram os acontecimentos sem observar as narrativas originais e notáveis dos fatos. Muitos pesquisadores desatentos acabariam por montar uma falácia na histórica “achando” que os maçons construtores da Idade Média teriam se originado na Ordem da Milícia do Templo.

Outro importante pormenor dessa história e que também merece muita atenção por parte do pesquisador é que antes da dispersão dos Templários para o norte da Europa, ainda nos tempos áureos da Ordem, muitos maçons operativos foram atraídos e contratados para construir e reparar, junto com as Compagnonnages, cidadelas e fortalezas idealizadas pela Milícia do Templo no caminho para a Palestina (vide a história das Cruzadas e das Compagnonnages francesas). 

Sem dúvida é inegável que a relação entre a Maçonaria Operativa e os Templários existiu, mas ela foi puramente profissional, estando, porém muito longe de se admitir que entre essas instituições houvesse uma afinidade de ancestralidade.

Do mesmo modo também nunca existiu nenhum vínculo de ascendência entre as Instituições quando as Guildas de Construtores Operativos da Idade Média na Escócia, precursores da Franco maçonaria, acolheram mais tarde, numa relação meramente econômica profissional, os remanescentes dispersos da Ordem da Milícia do Templo.

A despeito desses comentários, ainda existem os tendenciosos e inescrupulosos “autores inventores” que procuraram associar intimamente a Ordem Templária com a Francomaçonaria. É o que se verá a seguir.

Quatro séculos mais tarde, em pleno século XVIII, já na Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, nasceu uma incrível fábula criada por fabricantes sem escrúpulos dos “Altos Graus” fantasiosos, a chamada “origem templária”, segundo a qual a Ordem do Templo, da qual alguns sobreviventes haviam se refugiado na Escócia, teria dado origem à Maçonaria!

Fantasia histórica, embora refutada várias vezes e até condenada na convenção de Wilhelmsbad[1] no ano de 1782 e desmontada pelo autêntico Albert Lantoine em La Franc-Maçonnerie chez elle (Franco maçonaria em casa), infelizmente essa falácia renasce periodicamente, apesar de contestada e contra atacada por inúmeros historiadores comprometidos com a verdade.

Allec Mellor in Dictionnaire des Franc-Maçons et de La Franc-Maçonnerie, 1979, Belfond, Paris, 1971-1979, citando o que escreveu Albert Lantoine em 1925, nos traz uma preciosa manifestação com autenticidade: “Essa reputação revolucionária adquirida pela Ordem – que lhe fez tanto mal e da qual a Franco Maçonaria francesa se orgulhava – aconteceu simplesmente porque, em sua loucura de grandeza, um devoto dos Altos Graus quis assinar o avental maçônico com a cruz vermelha dos Templários”.

À bem da verdade a criação dessa fábula se deve ao Barão de Hundt, o criador do Rito da Estrita Observância que, no século XVIII inventou sem fundamento histórico algum, ter Jacques de Molay nomeado um sucessor para substituí-lo como dirigente da Ordem do Templo e que o mesmo teria se retirado para a Escócia onde “havia fundado a Maçonaria!”. Irresponsavelmente o Rito Estrita Observância então se propunha a reivindicar os bens deixados pelos Templários daqueles que dele tinham se apossado e que posteriormente seriam distribuídos aos membros do Rito e dos quais seriam cobradas elevadas quantias em bens e riquezas para servirem de sustento aos seus dirigentes. Pura cafajestada que simplesmente intencionava apropriação indébita - coisas que certos copistas e espalhadores de inverdades teimam ainda em não reconhecer.

Vale a pena também mencionar um dos documentos básicos do escocesismo; o Discurso de André Miguel de Ramsay que, mesmo proibido na França pelo cardeal Fleury, acabou sendo pronunciado em 1737 na Inglaterra. Ramsay querendo dar um significado aristocrata para a Maçonaria, falava sobre os “cruzados”, embora não sobre os Templários em particular. Assim havia lançado uma fábula segundo a qual os “cruzados” teriam dado origem à Maçonaria. 

Na verdade esse engodo era para satisfazer o orgulho aristocrático dos maçons franceses da época que não se satisfaziam apenas com o prestígio obscuro dos construtores medievais. Assim, ligar à Maçonaria aos Templários era a “varinha de condão” para satisfazer o pavonismo latino, embora ainda ficasse um hiato de quatro séculos que separava os “Cruzados” da Maçonaria Especulativa, essa como Instituição ainda recente.

Para os instituidores de fantasia foi fácil suprir esse hiato, bastando para tal apenas inventar que os Templários haviam sobrevivido secretamente por todo esse tempo, o que imediatamente satisfez os espíritos crédulos que raramente possuíam uma formação crítica (como acontece ainda hoje).

É fato também que em pleno século XXI ainda existem adeptos que excessivamente imaginam essa pretensa vida secreta e até mesmo muitas vezes se fantasiam a moda medieval.

Em 1806 surgia em Paris uma nova Ordem do Templo baseada num documento falsificado chamado de a Carta de Transmissão de Larmenius. Era mais um de outros embustes que vinha acompanhado de uma suposta lista de Grãos Mestres Templários estabelecendo a sucessão de Jacques De Molay até Fabré-Palaprat no ano de 1804.

Na realidade essas Ordens neo templárias acabariam todas ligadas deixando seus traços na Moderna Maçonaria francesa e nos Ritos compostos por Altos Graus, principalmente no REAA com seus graus de Kadosh e outros baseados nessas lendas, bem como em alguns side degrees (graus laterais) da Maçonaria inglesa.

Embora inúmeros pesquisadores e escritores maçônicos do século XVIII e XIX tenham se esforçado para encontrar palpáveis relações não fantasiosas entre os Templários e a Maçonaria Operativa, desde o discurso de André Miguel de Ramsay e posteriormente adornada como lenda pelo Barão de Hundt, em cuja qual ele substituiu o termo “cruzados” por “templários” afirmando que “todo o verdadeiro maçom é um cavaleiro templário” (sic), nenhum deles conseguiu encontrar elemento plausível de crédito para essas e tantas outras afirmativas temerárias.

Embora a existência das Compagnonnages (braço construtor templário), também era natural que grandes empreendedores como foram os Templários tenham tido nos seus tempos áureos a necessidade de contratar mais mão de obra especializada para as suas edificações, tanto sacras como as militares. 

As regalias que desfrutavam em seus domínios francos serviam perfeitamente para atrair com certa facilidade os operários das guildas construtoras garantindo-lhes subsistência em tempos difíceis de conseguir trabalho contínuo. Essa relação puramente profissional é o único elo existente na época das Cruzadas entre os Templários e a Franco maçonaria operativa, mas não ao ponto de se achar que uma pudesse ter dado origem a outra.

Já bem mais tarde, como já comentado, a outra relação que aparece entre ambas, reporta-se ao tempo do exílio dos Templários em fuga das perseguições na decadência da sua Ordem. Nessa oportunidade, ao contrário, foram as Guildas Operativas da Franco maçonaria que os acolheram dispersamente, inclusive valendo-se do seu prestígio e conhecimento. Mais uma vez o fato não nos dá o direito de afirmar “origens” entre uma e outra Instituição.

É desse período que podem ser encontradas inúmeras evidências de símbolos templários (espada) unidos a símbolos maçônicos operativos (letra G), todavia isso nunca autorizou afirmativas de origem ou influência, senão um momento da história em que muitos Templários se tornaram maçons na Escócia, ainda medieval, pelas próprias circunstâncias.

Dizer que a Maçonaria é filha dos Templários é proferir uma afirmativa temerária, já que isso nunca existiu. Ambas as Ordens, uma sacra e militar e a outra composta por canteiros medievais que trabalhavam na pedra calcária, podem ter caminhado juntas por conjunturas de momento, porém nunca existindo entre elas quaisquer ligações que possam sugerir “origens”.

Por fim, é certo que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, pelo seu ecletismo e na profusão dos seus ritos e rituais a partir do século XVIII, sobretudo no que concernem as doutrinas dos seus Altos Graus, possui na sua liturgia inúmeras passagens ritualísticas e lendárias que mencionam concepções hauridas de costumes templários, todavia esse não é um fato que possa leva a especulações temerárias como a de que a Maçonaria tenha se originado dos rudes monges militares da Ordem Templária.

Embora muitos autores ainda queiram encontrar na Ordem dos Templários os primórdios da Maçonaria, a realidade histórica tem mostrado que isso é mera fantasia, pois no seu auge, a Ordem dos Templários era muito mais dedicada ao belicismo religioso e às operações financeiras, embora nela até existisse um braço construtor, ou pelas Campagnonnage, ou circunstancialmente pela contratação de Francomaçons medievais. Já na sua decadência muitos Templários encontraram abrigo nas Guildas de Construtores, principalmente na Escócia. 


MAÇONARIA E RELIGIÃO - Reverendo Dr. W. Kenneth Lyons Jr., 32°, K∴ C∴ C∴ H∴


Existem aqueles que rotulam a Maçonaria como uma religião. Mesmo entre os metodistas britânicos, houve um protesto quanto ao uso da Maçonaria como meio de entrar em algumas profissões, onde apenas Irmãos adiantam Irmãos e onde os maçons britânicos negligenciaram a igreja nas suas Lojas. É triste dizer que algumas dessas críticas têm uma base de verdade na forma como “certos” maçons aplicam o que eles acreditam ser Maçonaria. A aplicação, no entanto, muitas vezes está muito longe do verdadeiro espírito e do ensino real da Fraternidade. Descobri no meu conhecimento limitado que o Rito escocês e a Loja simbólica, não defendem a crença de nenhuma religião, mas fazem acepção de todas as principais religiões morais do mundo. O rito escocês e a Maçonaria da Loja simbólica, nunca inferiram nem declararam que os seus edifícios deveriam ser casas de culto, mas lugares onde a religião de todos os homens seria igualmente respeitada e a perseguição com as crenças religiosas não seria tolerada. A democracia é ensinada por todas as principais Fraternidades maçónicas, em oposição às formas totalitárias de governo. Um governo, ou Loja, que afirma que uma religião deve ser praticada para que possa existir pacificamente naquela sociedade é uma violação das liberdades que consideramos estimadas na sociedade americana.

Como ministro cristão, acredito que Jesus é o Filho de Deus. Eu também acredito que qualquer Loja que me proíba de defender esta crença ou me repreender por ser cristão, não é uma Loja de “Irmãos”, mas uma fortaleza de fanatismo. Esta mesma crença, no entanto, deve ser verdadeira numa Loja de “Irmãos” para um Maçom judeu.

Enfrentando directamente os equívocos e críticas sobre a nossa Fraternidade é a única forma construtiva de lidar com esta questão. Grande parte do ritual da nossa Fraternidade, de facto, vem das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. É a mais solene de todas as responsabilidades, administrar a Palavra de Deus. Também a maioria dos teólogos acredita que, nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento, as comunidades judaicas e cristãs, são declaradas como cuidadoras primárias da fé. A Maçonaria realmente reconheceu esse grande recurso bíblico e incorporou a crença num Ser Supremo como sua base. A Maçonaria, no entanto, não é o primeiro conselheiro da fé, mas uma prática respeitadora da fé.

Descobri que o Rito escocês e a Loja simbólica não defendem a crença de nenhuma religião, mas fazem acepção de todas as principais religiões morais do mundo.

A pratica na fé num Deus é apropriadamente ritualizada e sacramentalizada na sinagoga, na igreja, na mesquita e etc. A maior parte das vidas que exibimos, como maçons que acreditam em Deus, deve ser aprendida dentro dessas casas de culto. O comparecimento regular na Loja, não é um substituto de fé para o comparecimento regular na igreja ou na sinagoga. Nós também aprendemos que o agendamento das actividades maçónicas durante as horas de adoração, apenas aumenta as críticas justificáveis da nossa Fraternidade por líderes religiosos responsáveis.

Certamente, continuará a haver ensinamentos maçónicos de boa-fé que sejam contrários a algumas práticas religiosas sectárias. Os irmãos maçons que formaram os nossos rituais, práticas e ordens maçónicas são susceptíveis ao erro humano, ao lidar com questões teológicas e seculares. Devemos estar cientes disso e estar dispostos a mudar para melhor. Acredito, no entanto, que a Maçonaria está mais representada pela forma como vivemos a vida contemporânea do que apenas pelo que a antiga Maçonaria ensina. Os ensinamentos da Maçonaria e as vidas que você e eu vivemos como maçons, judeus e cristãos, combinam-se com os outros da Fraternidade, para representar o que é a Maçonaria neste século. Os nossos irmãos judeus defenderão Moisés, Abraão e Davi, enquanto maçons cristãos também falarão de São Paulo e Jesus Cristo. Juntos, espero que possamos exibir unidade e “Irmandade” para aqueles que odeiam, com base na raça, credo, cor ou religião.