março 25, 2024

COMO ENCONTRAR DEUS! - Valdemar Sansão



Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.  Salmo 19,1

A 4ª Instrução do 1º grau é aberta com a interrogação: “O QUE É A MAÇONARIA”?

A resposta: “Uma associação íntima, de homens escolhidos, cuja doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra: a Lei Natural; por causa: a Verdade, a Liberdade e a Lei Moral; por princípio: a Igualdade, a Fraternidade e a Caridade; por frutos: a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por fim, a felicidade dos povos que, incessantemente, ela procura reunir sob a bandeira da paz. Assim, a Maçonaria nunca deixará de existir, enquanto houver o gênero humano”.

O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios nessa direção, proporcionando ao recém-iniciado elementos de reflexão através dos quais possa, de forma consciente, trabalhar os seus sentimentos e a sua razão, seja racionalizando sentimentos por intermédio do bom senso e da lógica, seja iluminando a inteligência e os pensamentos com as luzes dos bons sentimentos.  

Lapidar os próprios sentimentos é tarefa árdua, mormente para os Aprendizes. 

Restringido a três páginas, nestas tentaremos mostrar o que de mais importante representa a base de nossa doutrina, embora sabendo que ninguém pode definir o Grande Arquiteto do Universo. Entre todos os landmarks anglo-saxão existe um de extrema importância pelas discussões que provocou. É a crença na existência de Deus, considerado como o Grande Arquiteto do Universo.

Wirth comenta esse Landmark nos seguintes termos: “Que esta crença esteja implicada pelo caráter religioso fundamental da Franco-Maçonaria é algo que não contestaremos. 

O Iniciado que compreende a Arte jamais será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso. (“Libertino” tem aqui o sentido antigo: “Livre da disciplina da fé religiosa”).

Essa certeza deve levar-nos a confiar em quem procura a luz com sinceridade. Não temos de exigir dele um credo determinado, que o Há dois mil anos um homem veio ao mundo para pregar uma doutrina de amor, obrigue a aceitar uma concepção teológica necessariamente discutível.

Não erigimos o Grande Arquiteto do Universo como um objeto de crença, mas vemos Nele o símbolo mais importante da Maçonaria, símbolo que deve ser estudado como os demais, a fim de que se compreenda a Maçonaria e se construa cada um por si, num desafio ao egoísmo, o santuário de suas convicções pessoais.

A noção do Grande Arquiteto do Universo, na Maçonaria, é ao mesmo tempo mais ampla e mais limitada que a das diferentes religiões. (Note-se que não suprimimos a palavra “Deus”, mas que lhe acrescentamos o epíteto de “Grande Arquiteto do Universo”).

BONDADE E HUMILDADE DO ESPÍRITO

A Franco-Maçonaria desde sua origem adotou a expressão “O Grande Arquiteto do Universo”, mostrando assim a sua concepção da divindade em suas relações com o mundo e com o homem. 

Sendo Deus o Ser Supremo admitido em todas as religiões, é a existência Suprema, Superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria.  

O Cristianismo prega o amor, pedindo que seja feito ao próximo o mesmo que se almeja para si; Jesus de Nazareth, aquele que deu sua vida pela salvação dos homens, respondeu aos Fariseus: “Amar a Deus com todas as forças e a seu próximo como a si mesmo, é da lei e dos profetas; não há maior mandamento”.

Aos que perguntaram qual o caminho para o Reino dos Céus, declarou: “Procurai em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado em abundância”.

O Judaísmo quer que o nocivo não seja feito aos outros. Moisés tirou da escravidão os filhos de Israel, ditou: “Tu venerarás somente o DEUS único e não talharás imagens a sua semelhança; respeitarás o dia de descanso; não jurarás em vão; honrarás Pai e Mãe; não cometerás adultério; não roubarás os bens de outrem; não levantarás falso testemunho; não cobiçarás a mulher, nem os bens do próximo”.

O Islamismo ensina que, para ser um crente, é preciso desejar ao próximo o que se quer para si mesmo; Maomé, o Profeta por excelência, do Islã dita: “Deus é Deus e não há outro Deus”. “Ninguém pode ser chamado verdadeiro crente se não desejar a seu irmão o que para si deseja”;

O Confucionismo dirige o pensamento para não fazer aos outros o que não se quer para si mesmo. Sua doutrina consiste, inteiramente, em ensinar a retidão do coração e o amor ao próximo.

Há uma regra universal de conduta que se contém na palavra RECIPROCIDADE. “Tu que não és capaz de servir aos homens, como poderás servir, aos deuses? Não conheces a vida, como poderás conhecer a morte”?

O Budismo quer que não seja feito ao semelhante aquilo que lhe pudesse magoar. 

Gautama, o Buda renunciou os direitos de nascimento e de fortuna. Sua lei é a lei do perdão para todos.  

Crenças e religiões de toda ordem existem e devem ser respeitadas. É admitido pelo Alto que cada um busque o Criador em sua própria concepção teológica.

O homem está ligado a Deus pela alma, que é sua essência e seu universo maior de compreensão, raciocínio e sentimento. Não necessita de representantes e intermediários para tanto.

Tantas outras seitas existem, tantos outros mandamentos escritos de diversas outras formas permanecem, mas, acima de tudo, se há vínculos com a essência do Amor, da Bondade, da Justiça e da Sabedoria, ligados a Deus, apesar da variedade de suas revelações falam a mesma linguagem, porque ela corresponde às necessidades universais e aspirações permanentes da Natureza humana.  

Jamais utilizar a religião e a fé para o embrutecimento dos bons sentimentos, o cultivo da riqueza material ou o fanatismo que pode levar até a exaltação que impele o fanático a praticar atos criminosos em nome da religião.  

Hoje se fala muito de espiritualidade e, com frequência, o que se quer dizer é: “Não pertenço a nenhuma religião organizada”. A religião em si, não consegue eliminar completamente o lado mais tenebroso da humanidade.

Não pode acabar com as guerras, a crueldade, a ganância e o sofrimento dos pobres, mas alivia tudo isso e dá uma visão perene de nosso eu melhor e mais puro, e do mundo melhor que a Maçonaria almeja criar, oferecendo um antídoto ao medo que a morte desperta em nós e que nos transporta com fé e esperança há dias melhores para a Humanidade.

O Maçom tem como dever honrar e venerar o Grande Arquiteto do Universo e cumprirá todos esses deveres porque tem a Fé, que lhe dá coragem; a Perseverança, que vence os obstáculos; o Devotamento que o leva a fazer o Bem e a Justiça, mesmo com risco de sua vida, sem esperar outra recompensa, que a tranqüilidade de consciência.  

Precisamos estar mais presentes em nossas Lojas, porque lá os Irmãos, pela união e pelo pensamento se aproximam de Deus, buscando a esperança.

Lá nos reeducamos para superar o individualismo e, diante de Deus, abrir o coração para aprendermos que o Grande Arquiteto do Universo é a autoridade final, e, que nós, Seus filhos temos o dever de seguir pelos caminhos que nos levam a Ele, que são sempre os mesmos que nos levam uns aos outros.

CIENTISTAS SE INSPIRAM NA CRIAÇÃO DE DEUS - Denizart Silveira de Oliveira Filho



 Queridos irmãos   este é meu devocional  em homenagem aos homens de ciência de nossa AMVBL em particular, irmãos: Eleutério Nicolau da Conceição, Jorge Antônio Gonçalves e Fuad Haddad, bem como os homens das ciências exatas e Tecnologia,  José Airton de Carvalho, Kleber de Toledo Siqueira e Joel Guimarães de Oliveira. Abraços a todos.

A Maçonaria é progressista, não no sentido político, mas por trabalhar para o bem e felicidade da humanidade, em vários aspectos, especialmente no apoio e investimento ao desenvolvimento científico-tecnológico posto a serviço da sociedade. Por outro lado, é impressionante como a observação atenta das Obras de Deus na Natureza, têm inspirado cientistas e pesquisadores na descoberta, invenção, criação e desenvolvimento de tecnologias à disposição do progresso da ciência e do bem-estar da sociedade.

Recentemente, Cientistas norte-americanos criaram um novo tipo de cola extremamente forte e removível. O projeto foi inspirado num caracol cujo muco endurece em condições secas e solta-se novamente quando molhado. A natureza reversível desse muco permite que o caracol mova-se livremente em condições mais úmidas e mais seguras, mantendo-o firmemente fixado em seu ambiente quando o movimento é perigoso.

A abordagem dos pesquisadores em imitar um adesivo encontrado na natureza traz à mente a descrição das descobertas do cientista Johannes Kepler. Ele disse que estava “apenas pensando como os pensamentos de Deus”. A Bíblia afirma que Deus criou a Terra e tudo o que nela está: a vegetação:  “A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo sua espécie e árvores que davam fruto conforme sua espécie. E viu Deus que era bom” (Gênesis 1:12). Os “animais marinhos” e “variedade de aves”: “Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo suas espécies; e todas as aves, segundo suas espécies. E viu Deus que era bom” (Gênesis 1:21); os “animais que rastejam pelo chão”: “E fez Deus os animais selváticos, segundo sua espécie, e os animais domésticos, conforme sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme sua espécie. E viu Deus que era bom” (Gênesis 1:25); e “os seres humanos à sua própria imagem”: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem e a nossa semelhança” (Gênesis 1:26); “Então, formou Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7); “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27).

Quando a humanidade descobre ou identifica um atributo especial de uma planta ou animal, estamos simplesmente seguindo os passos criativos de Deus, abrindo os nossos olhos à maneira como Ele os projetou. Ao final de cada dia, na sequência da criação, Deus viu o fruto de Sua obra e o descreveu como “bom”. À medida que aprendemos e descobrimos mais sobre a criação de Deus, que também reconheçamos Seu magnífico trabalho, cuidemos bem dele e proclamemos o quanto isso é bom! Reflitamos sobre isso, meus Irmãos!

março 24, 2024

NOTA DE GRATIDÃO - Newton Agrella


Homenageamos os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana foi o irmão Newton Agrella, polímata e poliglota, de São Paulo. Agradeço a nota de gratidão. 



Caríssimo Irmão MICHAEL, acompanho detidamente todas as edições de seu magnífico Blog.

Cumpre-me agradecê-lo por esta especial deferência, em publicar ao longo desta semana de Março 2024 alguns de meus artigos.

Deixo registrada a minha profunda admiração e respeito pelo seu trabalho incessante em prol da difusão da cultura maçônica Brasil afora.

Sem sombra de dúvida, o Blog MICHAEL WINETZKI  se encontra entre os principais e mais acessados instrumentos de pesquisa maçônica em nosso país !

Grande MICHAEL, personagem exponencial da Maçonaria Brasileira, fica registrado o reconhecimento por tudo o que você tem feito a favor de nossa Sublime Ordem.

Receba meu afetuoso Tríplice e Fraternal Abraço.

NEWTON AGRELLA

UM VESTIDO NOVO PARA UM ÓDIO ANTIGO - Pilar Rahola

 











O rotulo e o slogan prevalecem em relação a visão critica, a intolerancia e o preconceito demarcam um relativismo aetico de uma ex-querda que perdeu a capacidade de sonhar e a utopia foi reduzida a frangalhos
Segunda-feira à noite, em Barcelona. No restaurante, uma centena de advogados e juizes. Eles se encontraram para ouvir minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Eles sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único, que reina em meu país, sobre Israel. Eles querem me escutar. Alguém razoável como eu, dizem, por que se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados? Eu lhes falo que a verdade é um espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E eu provoco sua reação: "todos vocês se sentem especialistas em política internacional, quando se fala de Israel, mas na realidade não sabem nada. Será que se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Caxemira, da Chechenia?".

Não. São juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Mas com Israel se atrevem a dar opiniões. Todo mundo se atreve. Por quê? Porque Israel está sob a lupa midiática permanente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. E, porque faz parte da coisa politicamente correta, porque parece solidariedade humana, porque é grátis falar contra Israel. E, deste modo, pessoas cultas, quando lêem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades. Sobre os judeus do passado e os israelenses de hoje, vale tudo.

A primeira pergunta é, portanto, por que tanta gente inteligente, quando fala sobre Israel, se torna idiota. O problema que temos, nós que não demonizamos Israel, é que não existe debate sobre o conflito, existe rótulo; não se troca ideias, adere-se a slogans; não desfrutamos de informações sérias, nós sofremos de jornalismo tipo hambúrguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo.

O pensamento intelectual e o jornalismo internacional renunciaram a Israel. Não existem. É por isso que, quando se tenta ir mais além do pensamento único, passa-se a ser o suspeito, o não solidário e o reacionário, e o imediatamente segregado. Por quê? Eu tento responder a esta pergunta há anos: por quê? Por que de todos os conflitos do mundo, só este interessa? Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência? Por que triunfa a mentira e a manipulação informativa, com tanta facilidade? Por que tudo é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos? Por que as razões de Israel nunca existem? Por que as culpas palestinas nunca existem? Por que Arafat é um herói e Sharon um monstro? Em definitivo, por que, sendo o único país do mundo ameaçado com a destruição é o único que ninguém considera como vítima?

Eu não acredito que exista uma única resposta a estas perguntas. Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a imbecilidade atual do preconceito anti-Israel. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito. Se, além disso, nós aceitarmos que ser anti-Israel é a nova forma de ser antissemita, concluímos que mudaram as circunstâncias, mas se mantiveram intactos os mitos mais profundos, tanto do antissemitismo cristão medieval, como do antissemitismo político moderno. E esses mitos desembocam no que se fala sobre Israel. Por exemplo, o judeu medieval que matava as crianças cristãs para beber seu sangue, se conecta diretamente com o judeu israelense que mata as crianças palestinas para ficar com suas terras. Sempre são crianças inocentes e judeus de intenções obscuras.

Por exemplo, a ideia de que os banqueiros judeus queriam dominar o mundo através dos bancos europeus, de acordo com o mito dos Protocolos (dos Sábios de Sião), conecta-se diretamente com a ideia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca. O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que se configurou no ódio histórico aos judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses. No subconsciente, portanto, fala o DNA antissemita ocidental, que cria um eficaz caldo de cultura. Mas, o que fala o consciente? Por que hoje surge com tanta virulência uma intolerância renovada, agora centrada, não no povo judeu, mas no estado judeu? Do meu ponto de vista, há motivos históricos e geopolíticos, entre eles o sangrento papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o antiamericanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico.

Mas também surge de um conjunto de derrotas que nós sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético. Derrota moral da esquerda. Durante décadas, a esquerda ergueu a bandeira da liberdade, onde houvesse injustiça, e foi a depositária das esperanças utópicas da sociedade. Foi a grande construtora do futuro. Apesar da maldade assassina do stalinismo ter afundado essas utopias e ter deixado a esquerda como o rei que estava nu, despojado de trajes, ela conservou intacta sua auréola de lutadora, e ainda dita as regras do que é bom e ruim no mundo. Até mesmo aqueles que nunca votariam em posições de esquerda, concedem um grande prestígio aos intelectuais de esquerda, e permitem que sejam eles os que monopolizam o conceito de solidariedade. Como fizeram sempre. Deste modo, os que lutavam contra Pinochet, eram os lutadores pela liberdade, mas as vítimas de Castro são expulsas do paraíso dos heróis e transformadas em agentes da CIA, ou em fascistas disfarçados.

Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a imbecilidade atual do preconceito anti-Israel. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito.
Eu me lembro, perfeitamente, como, quando era jovem, na Universidade combativa da Espanha de Franco, ler Solzhenitsyn era um horror! E deste modo, o homem que começou a gritar contra o buraco negro do Gulag stalinista, não pôde ser lido pelos lutadores antifranquistas, porque não existiam as ditaduras de esquerda, nem as vítimas que as combatiam.

Essa traição histórica da liberdade se reproduz no momento atual, com precisão matemática. Também hoje, como ontem, essa esquerda perdoa ideologias totalitárias, se apaixona por ditadores e, em sua ofensiva contra Israel, ignora a destruição de direitos fundamentais. Odeia os rabinos, mas se apaixona pelos imãs; grita contra o Tzahal (Exército israelense), mas aplaude os terroristas do Hamas; chora pelas vítimas palestinas, mas rejeita as vítimas judias; e, quando se comove pelas crianças palestinas, só o faz se puder acusar os israelenses. Nunca denunciará a cultura do ódio, ou sua preparação para a morte, ou a escravidão que suas mães sofrem. E enquanto iça a bandeira da Palestina, queima a bandeira de Israel.

Um ano atrás, eu fiz as seguintes perguntas no Congresso do AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel) em Washington: "Que profundas patologias alijam a esquerda de seu compromisso moral? Por que nós não vemos manifestações em Paris, ou em Barcelona, contra as ditaduras islâmicas? Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de mulheres muçulmanas? Por que eles não se manifestam contra o uso de crianças-bomba, nos conflitos onde o Islã está envolvido? Por que a esquerda só está obcecada em lutar contra duas das democracias mais sólidas do planeta, e as que sofreram os ataques mais sangrentos, os Estados Unidos e Israel?”

Porque a esquerda, que sonhou utopias, parou de sonhar, quebrada no muro de Berlim do seu próprio fracasso. Já não tem ideias, e sim slogans. Já não defende direitos, mas preconceitos. E o preconceito maior de todos é o que tem contra Israel. Eu acuso, portanto, de forma clara: a principal responsabilidade pelo novo ódio antissemita, disfarçada de posições anti-Israel, provém desses que deveriam defender a liberdade, a solidariedade e o progresso. Longe disto, eles defendem os déspotas, esquecem suas vítimas e permanecem calados perante as ideologias medievais que querem destruir a civilização. A traição da esquerda é uma autêntica traição à modernidade.

Derrota do jornalismo. Temos um mundo mais informado do que nunca, mas nós não temos um mundo melhor informado. Pelo contrário, os caminhos da informação mundial nos conectam com qualquer ponto do planeta, mas eles não nos conectam nem com a verdade, nem com os fatos. Os jornalistas atuais não precisam de mapas, porque têm o Google Earth, eles não precisam saber história, porque têm a Wikipedia. Os jornalistas históricos que conheciam as raízes de um conflito, ainda existem, mas são espécies em extinção, devorados por este jornalismo tipo hambúrguer, que oferece fast food de notícias, para leitores que querem fast food de informação.

Israel é o lugar mais vigiado do mundo e, ainda assim, o lugar menos compreendido do mundo. Claro que, também influencia a pressão dos grandes lobbys dos petrodólares, cuja influência no jornalismo é sutil, mas profunda. Qualquer mídia sabe que se falar contra Israel não terá problemas. Mas, o que acontecerá se criticar um país islâmico? Sem dúvida, então, sua vida ficará complicada. Não nos confundamos. Parte da imprensa, que escreve contra Israel, se veria refletida na frase afiada de Goethe: "Ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre, sem sê-lo". Ou também em outra, mais cínica de Mark Twain: "Conheça primeiro os fatos e logo os distorça quanto quiser".

Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, é necessário somar o relativismo ético, que define o momento atual, e que é baseado, não na negação dos valores da civilização, mas na sua banalização. O que é a modernidade?

Pessoalmente a explico com este pequeno relato: se eu me perdesse em uma ilha deserta, e quisesse voltar a fundar uma sociedade democrática, só necessitaria de três livros: as Tábuas da Lei, que estabeleceram o primeiro código de comportamento da modernidade. "O não matarás, não roubarás", fundou a civilização moderna. O código penal romano. E a Declaração dos Direitos Humanos. E com estes três textos, começaríamos novamente. Estes princípios que nos endossam como sociedade, são relativizados, até mesmo por aqueles que dizem defendê-los. "Não matarás", depende de quem seja o objeto, pensam aqueles que, por exemplo, em Barcelona, se manifestam aos gritos a favor do Hamas.

"Vivam os direitos humanos", depende de a quem se aplica, e por isso milhões de mulheres escravas não preocupam. "Não mentirás", depende se a informação for uma arma de guerra a favor de uma causa. A massa crítica social se afinou e, ao mesmo tempo, o dogmatismo ideológico engordou. Nesta dupla mudança de direção, os fortes valores da modernidade foram substituídos por um pensamento fraco, vulnerável à manipulação e ao maniqueísmo.

Derrota da ONU. E com ela, uma firme derrota dos organismos internacionais, que deveriam cuidar dos direitos humanos, e que se tornaram bonecos destroçados nas mãos de déspotas. A ONU só serve para que islamofascistas, como Ahmadinejad, ou demagogos perigosos, como Hugo Chávez, tenham um palco planetário de onde cuspir seu ódio. E, claro, para atacar Israel sistematicamente. A ONU, também, vive melhor contra Israel.

Finalmente, derrota do Islã. O Islã das luzes sofre hoje o ataque violento de um vírus totalitário, que tenta frear seu desenvolvimento ético. Este vírus usa o nome de D'us para perpetrar os horrores mais inimagináveis: apedrejar mulheres escravizá-las, usar grávidas e jovens com atraso mental como bombas humanas, educar para o ódio, e declarar guerra à liberdade. Não esqueçamos, por exemplo, que nos matam com celulares conectados, via satélite, com a Idade Média. Se o stalinismo destruiu a esquerda, e o nazismo destruiu a Europa, o fundamentalismo islâmico está destruindo o Islã. E também tem, como as outras ideologias totalitárias, um DNA antissemita. Talvez o antissemitismo islâmico seja o fenômeno intolerante mais sério da atualidade, e não em vão afeta mais de 1,3 bilhões de pessoas educadas, maciçamente, no ódio ao judeu.

Na encruzilhada destas derrotas, se encontra Israel. Órfão de uma esquerda razoável, órfão de um jornalismo sério e de uma ONU digna, e órfão de um Islã tolerante, o Estado de Israel sofre com o paradigma violento do século XXI: a falta de compromisso sólido com os valores da liberdade. Nada é estranho. A cultura judaica encarna, como nenhuma outra, a metáfora de um conceito de civilização que hoje sofre ataques por todos os flancos. Vocês são o termômetro da saúde do mundo. Sempre que o mundo teve febre totalitária, vocês sofreram. Na Idade Média fascismo europeu, no fundamentalismo islâmico. Sempre, o primeiro inimigo do e confusão social, Israel encarna, na própria carne, o judeu de sempre.

Um pária de nação entre as nações, para um povo pária entre os povos. É por isso que o antissemitismo do século XXI foi vestido com o disfarce efetivo da crítica anti-Israel. Toda crítica contra Israel é antissemita? Não. Mas, todo o antissemitismo atual transformou-se no preconceito e na demonização contra o Estado Judeu. Um vestido novo para um ódio antigo.

Benjamim Franklin disse: "Onde mora a liberdade, lá é a minha pátria". E Albert Einstein acrescentou: "A vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem o mal, mas por aquelas que ficam sentadas vendo isso acontecer".

Este é o duplo compromisso aqui e hoje: nunca se sentar vendo o mal passar e defender sempre as pátrias da liberdade.

Pilar Rahola I. Martínez Nasceu em 21/10/1958 é jornalista e escritora catalã, com formação política e MP. Estudou Espanhol e Filosofia Catalã na Universidade de Barcelona. Possui vários livros e artigos publicados, palestrante internacional requisitada pela mídia e universidades, é colunista do La Vanguardia, na Espanha; La Nacion, na Argentina e do Diário da América, nos Estados Unidos. De 1987 a 1990 Rahola cobriu a Guerra na Etiópia, Guerra dos Balkans, Guerra do Golfo e a Queda do Muro de Berlim como diretora da publicação Pòrtic. Suas áreas de atuação incluem Direito das Mulheres, Direito Humano Internacional, e Defesa dos Animais. Nos últimos anos tem exposto seu ponto de vista sobre Israel e o Sionismo.

Entre diversos prêmios recebidos: Doutor Causa Honoris na Universidade de Artes e Ciência da Comunicação, em Santiago do Chile (2004), pela sua luta em favor dos direitos humanos; Prêmio Javer Shalom, pela comunidade judaica chilena pela sua luta contra o antisemitismo; Cicla Price (2005), pelo mesmo motivo; Membro de Honra da Universidade de Tel Aviv (2006); Golden Menora entregue pela Bnai Brith francesa (2006); Laureada com o priemio Scopus pela Universidade Hebraica de Jerusalém (2007); participou como convidada de honra em diversas ocasiões, entre elas no AIPAC de Conferência Política (2008); em 2009 recebeu prêmio da Federação das Comunidades Judias da Espanha, Senador Angel Pulido e Prêmio Mídia de Massa pelo Comitê Judaico Americano pela luta pelos Direitos Humanos; A Liga Anti Difamação lhe concedeu o prêmio Daniel Pearl “pela sua dedicação e comprometimento a um jornalismo honesto e responsável baseado em um código de ética e por falar honestamente ao público”; recebeu o prêmio Morris Abram entregue pela UN pela sua defesa aos Direitos Humanos, Genebra, 2011, entre outros.

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO MAÇÔNICA - Charles Evaldo Boller


Especula-se que: o universo é resultado de projeto inteligente com finalidade definida; não é o resultado de ocasionais ocorrências aleatórias; que a vida tem propósito significativo; que é lógico pensar na vida com intenção de preencher finalidade determinada, planejada.

Na contramão disso, o homem percebe que muitas de suas atividades são dispersivas e alienantes no uso da vida. Para a maioria a vida não tem sentido, principalmente na forma correta de usufruir o que realmente a natureza intenciona no viver bem.

Na atividade do homem não se concebe que faça o que é certo em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros. Como fará em sua caminhada para não perder a visão de sua vida em sentido lato? Como deve agir para usufruí-la como um conjunto indivisível?

O homem que se iniciou nos mistérios da Maçonaria descobre na vida a existência de maravilhas a serem exploradas, questionadas e aplicadas para usufruir de sua existência da maneira mais equilibrada possível com o propósito do Criador. Pela educação maçônica o homem deixa de ser um morto-vivo de comprometida visão da vida.

A Maçonaria e seus mistérios oferecem ferramentas e instruções que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua plenitude. O senso do mistério alimenta emoções residentes na psique e que são trabalhados nas atividades maçônicas. A ciência em forma de arte traduz a emoção fundamental para o progresso pessoal. São mistérios que não inspiram medos, o maçom faz o bem porque isso é parte de sua nova vida e não porque tem medo de algum castigo ou almeje hipotético prêmio depois de morto.

Se aplicada passo a passo, de forma simples, a essência da vida é aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravidão, do servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a sua força ativa até sobrar apenas bagaço. Ao sujeitar a ambição ao controle racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior até que a própria fome e pobreza. Ao inspirar coragem e decisão no adepto, a filosofia da Maçonaria conduz àquele que passa a confiar em si mesmo e conduz seus próprios passos ao prazer de conquistar a vitória sobre si mesmo. Ao sentir que é capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a conduzir aos que ainda não despertaram.

As noções filosóficas da Maçonaria auxiliam na absorção do conhecimento que livra do obscurantismo e da alienação ao trabalho. São aplicadas apenas umas poucas horas semanais em treinamento e convivência que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e erros até obter a visão necessária para dar sentido à vida. Não se trata de entendimento intelectual, político ou crença, mas de um sentido misterioso, ainda inexplicável, de intuição individual que dá sentido à vida. Cada adepto usa da Maçonaria para dar o seu próprio sentido para a vida sem ficar batendo cabeça em tentativas inúteis e fantasiosas.

O sucesso pessoal não é devido exclusivamente à força ou ao conhecimento, mas diz respeito à vontade férrea, de coragem para agir. O entendimento de como caminhar por conta própria advém do conhecimento esotérico que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e profissional. A convivência maçônica inspira o conhecimento intuitivo e o fortalecimento do caráter que conduzem o maçom, que inicia a si mesmo, a uma consciência superior. Não um super-homem, mas um homem renascido de sua própria decisão de fazer de si mesmo uma criatura em permanente evolução.

Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na construção de um templo social onde ele é incentivado a ocupar cada vez mais cargos, públicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade por bons pastos. Não se trata de conduzir gado de corte por fértil campo de engorda e deste ao matadouro da exploração, mas de propiciar oportunidades razoáveis de vida sem eliminar as diferenças e os desníveis que são característica de civilizações saudáveis. É a sabedoria salomônica aplicada no dia-a-dia do cidadão. O homem sábio é muito mais forte que o bruto, pois o conhecimento aplicado com sabedoria é muito mais forte. O conhecimento provê a base sólida da construção pessoal que se afasta da alienação do sistema de coisas humano pela aplicação do pensamento sábio.

Maçonaria é arte. É uma ciência que permite construir o intelecto cuja compreensão possibilita o despertar, o abraçar da iluminação que vem da racionalidade conduzida por balanceada espiritualidade - diferente de religiosidade. A luz que o maçom busca é o aperfeiçoamento pessoal em seu dia-a-dia. A Maçonaria faz deste entendimento o ponto essencial a ser alcançado. É mero coadjuvante o esforço das atividades maçônicas restantes ao objeto central que é a evolução do homem. O estado de iluminação inspirado pela Maçonaria destrói a mascara da ilusão do sistema de coisas humano que manipula separações e quebra de relações que conduzem a alienação da vida para objetivos fúteis e inúteis. No instante em que o maçom abre os olhos e vê a luz do que é certo e errado torna-se sensato. Desaparece a ilusão e ele deixa de experimentar o que está errado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta no primeiro ensaio muito mais vezes. Some o ilusionismo com seus truques que submetem o homem a um servilismo voluntário em virtude da perda de noção da realidade.

Surge nova consciência quando a iluminação esclarece a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Fica claro o entendimento de que a crença em verdades absolutas ditadas pelos sistemas religiosos não torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. Também não é espiritualizado o maçom que não iniciou a si mesmo, que insiste em aprisionar-se na execução de rituais sem penetrar em seus significados. A intenção da educação maçônica é criar a identidade própria do indivíduo afastado de influência ditatorial externa e aproxima-lo da dimensão espiritual que já reside dentro dele. Esta dimensão existe em todos. Basta que acorde. Não está contida no pensamento, mas numa dimensão diferente e inspirada na intuição. Por isso a filosofia maçônica incentiva à diversidade de pensamentos. Procura-se provocar no homem a obtenção de matéria prima para construir pontes evolutivas que progridem aos saltos sobre os precipícios da ignorância. Não se admitem limitações ao pensamento como é objetivo dos sistemas alienantes de crenças. O fato de a espiritualidade surgir em larga escala fora do sistema de crenças é novo para a sociedade em geral, mas é usado faz séculos pelos maçons que iniciaram a si mesmos nos mistérios da arte da Maçonaria.

A iluminação, o andar com as próprias pernas inspirado pela Maçonaria desperta a compaixão que se traduz num homem dotado de menos cobiça; torna-o mais alegre porque a sabedoria o afasta do sofrimento; alimenta a igualdade onde se produzem mais amigos unidos pelo poderoso laço do amor; inspira a ternura que remove a discriminação que produz tantos inimigos. Afasta ignorância, falsas imaginações, desejos viciantes e estultícia, todas nascidas na própria mente, manifestadas pelas ilusões e manipuladas pelo ego.

A mudança estimulada pela educação maçônica repele os desejos da mente e afastam os sofrimentos, lutas inúteis alimentadas pela cobiça, estultícia e ira. Maçom que se iniciou é homem armado com espada - a sua língua, a sua oratória —, e escudo, - o conhecimento de seu cérebro. Pela iluminação, - kant, Aufklärung - anda com os próprios pés. Está sempre pronto para o bom combate com mente treinada para alcançar o objetivo de construir uma sociedade humana dentro dos desígnios estabelecidos pelo Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:


1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;


2. SILVA, Georges da, Budismo, Psicologia do Autoconhecimento, 222 páginas, Editora Pensamento Limitada, São Paulo;


3. TOLLE, Eckhart, Um Mundo Novo, o Despertar de uma Nova Consciência, tradução: Henrique Monteiro, ISBN 978-85-7542-313-4, primeira edição, Editora Sextante Limitada, 266 páginas, Rio de Janeiro, 2005.

A LUZ E O AVENTAL - Adilson Zotovici



Ao nasceres  neste mundo

À caminhada inicial

Sacro sopro, num segundo,

Avivada a alma imortal


Plano Divino oriundo

Tua construção gradual

Que vaticino e difundo

Do Grande Arquiteto Universal


Despido de vestes, igual,

Em teu ser, investes profundo

À tua Chama Divinal


Assim, para a Arte Real,

Ao renascimento fecundo

Recebes a Luz e o avental !



março 23, 2024

ARLS LEALDADE E CONSTANCIA -SESSÃO DE EQUINÓCIO DE OUTONO




Sob o estandarte da ARLS Lealdade e Constancia 284 da Glesp, 51 irmãos de 8 cidades participaram na manha de hoje, sábado, da 10a sessão de Equinocio de Outono no Sitio Recanto Por do Sol em Porto Feliz. Em setembro, no mesmo local, é realizada a sessão de Solsticio da Primavera. É uma sessão muito emocionante que resgata as primeiras e históricas sessões da maçonaria.

O Templo, montado de acordo com o REAA  fica sob frondoso arvoredo e sobre o Aquífero Tubarão e numa das laterais o rio. Muitos irmãos descalços para o contato com a mãe Geia,  a terra, como nas ancestrais danças circulares. Os elementos integrados, ar, água, terra e o fogo simbolizado pela elevação do espírito.

Os trabalhos foram muito bem conduzidos pelo experiente e culto VM Ir. Oduwaldo Álvaro  com grande participação dos irmãos enriquecendo com suas participações a sessão. 

O irmão que oferece o sítio para as sessões da Loja, Edjaime de Oliveira proporcionou ao final aos participantes e suas famílias, mais de cem pessoas, o café da manhã, o fartíssimo e delicioso almoço, o bolo dos aniversariantes, ainda houve um bingo beneficente e diversos outros irmãos exibiram seus dotes musicais numa festa que se estendeu até a noite de sábado. 

TEMPLO, LOJA E OFICINA - Reinaldo Crocco Júnior


Em que pese a riqueza de que se reveste o vocabulário da língua portuguesa, é sabido que não existem palavras absolutamente sinônimas, porque isso, além de não ter objetivo, acomodaria o homem à lei do menor esforço. Se analisarmos, por exemplo, os vocábulos: trono, poltrona, sofá, divã, banco, banqueta, cadeira; veremos que se tratam de peças de mobiliário destinadas ao mesmo fim, tendo, porém, cada uma delas, características próprias.

Situações existem em que os vocábulos “Templo”, “Loja” e “Oficina” são empregados como sinônimos, já que é comum ouvirmos expressões como “convidamos o prezado irmão para visitar nosso templo” ou “visitar nossa loja”, ou então “visitar nossa oficina”. Rigorosamente, porém, Templo, Loja e Oficina têm, dentro da simbologia maçônica, significados completamente diferentes, que devem ser perfeitamente conhecidos por todos os irmãos.

O vocábulo “Templo” tem para nós um significado de coisa concreta, material. Quando dizemos Templo Maçônico, referimo-nos ao edifício ou parte dele, no qual funciona uma Loja ou Oficina. É também bastante comum entre nós o uso das expressões “Loja” e “Oficina”, como palavras sinônimas, o que, à evidência, não corresponde à verdade.

À luz do rigor maçônico, “Oficina” é termo genérico, designativo de qualquer agremiação ou assembleia maçônica em seu círculo de trabalho. “Loja” é o vocábulo que deve ser utilizado para designar determinadas agremiações de maçons, como no simbolismo e em alguns casos do filosofismo (por exemplo, as Lojas de Perfeição). Dessa forma, toda Loja é uma Oficina, mas nem toda Oficina é uma Loja.

“Loja” é termo designativo de reunião litúrgica. “Oficina” é expressão definidora de reunião ou representação administrativa. A Loja é dirigida pelo Venerável e Vigilantes, ao passo que a Oficina é dirigida pelo Venerável, Orador e Secretário.

Pode-se dizer, em função disso, que a Loja tem um Venerável e a Oficina um Presidente que, incidentalmente, são a mesma pessoa. Isso se verifica porque o Venerável é autoridade litúrgica e o Presidente é autoridade administrativa. Com base nesse princípio, há uma tendência a distinguir as “luzes litúrgicas” (Venerável e Vigilantes) das “luzes administrativas” (Venerável, Orador e Secretário).

Ainda pode-se afirmar que Loja é uma Oficina em trabalho litúrgico, razão pela qual um profano pode ver o Templo e a Oficina (festas brancas, por exemplo), mas não pode ver uma Loja. A Oficina pode reunir-se a descoberto para resolver assuntos administrativos, prestar homenagens, festejar efemérides, etc.; a Loja só pode instalar seus trabalhos a coberto.

Eis porque, meus irmãos, no início dos nossos trabalhos o Venerável Mestre determina ao 1ª Vigilante que se certifique de que o Templo está coberto e depois verifique se todos os presentes são maçons.

Estando o Templo coberto, sendo todos os presentes maçons e estando regularmente constituída é que a Loja pode dar início aos seus trabalhos, invocando o auxílio do Grande Arquiteto do Universo. Transforma-se, pois, a Oficina em Loja Maçônica e, a partir desse momento, passam a ser desenvolvidos os trabalhos litúrgicos.

Nota-se, pois, que os vocábulos “Loja” e “Oficina” têm significados completamente distintos e todos os maçons devem conhecê-los plenamente, à luz da simbologia da Arte Real.

A FILOSOFIA DENTRO DA MAÇONARIA - H. L. Haywood


O que é tudo isto? Esta foi uma pergunta que eu me fiz muitas vezes durante a minha iniciação. É uma pergunta que você, sem dúvida, também fez a si mesmo, e por ela todos somos moldados até o fim do Terceiro Grau. A linguagem do ritual, imponente e bonito como ele geralmente é, é para a maioria de nós um discurso “misterioso”; e as instruções e a ritualística são igualmente confusas para o neófito. Por isso é que fazemos a pergunta, “O que é tudo isto?”.

Depois de nos familiarizarmos com o ritual e ter aprendido alguma coisa sobre o seu significado, descobrimos que a própria Fraternidade, como um todo, e não apenas uma parte ou detalhe mais misterioso, é algo quase demasiado complexo para se entender. Com o passar do tempo o Maçom fica tão acostumado com o ambiente da Loja que ele se esquece da sua primeira sensação de estranheza, mas mesmo assim ele ouve de tempos em tempos coisas sobre antiguidade, a universalidade e a profundidade da Maçonaria; ouve conversas sobre o seu lugar na história e no mundo, e isso fá-lo sentir que, apesar de toda a sua familiaridade com a Loja, ele pouco sabe sobre a Fraternidade Maçônica na sua totalidade.

O que é a Maçonaria? O que é que está a tentar fazer? Como veio a ser? Quais são os seus ensinamentos centrais e permanentes? É para responder a estas perguntas — e estas perguntas passam pela mente de quase todos os Maçons, porém ele pode ficar indiferente a elas — que a filosofia da Maçonaria existe. Para entender “O que é tudo isto”, no seu conjunto, e não em partes, devemos aprender sobre a filosofia dos nossos mistérios.

O indivíduo que ingressa na Maçonaria torna-se herdeiro de uma rica tradição; a iniciação que lhe permite o acesso aos mistérios não é algo que o capacitará num dia, e ele vai aprender pouco se nenhuma tentativa fizer de se aprofundar nos seus ensinamentos. Ele deve aprender um pouco da história da Maçonaria; das suas realizações nas grandes nações; dos seus professores excelentes, e o que eles têm ensinado; das suas ideias, princípios, espírito.

A Iniciação por si só não confere este conhecimento (e não poderia): o próprio iniciado deve esforçar-se para compreender as riquezas inesgotáveis da Ordem. Ele deve descobrir os propósitos maiores da Fraternidade a que pertence.

Não há uma interpretação pronta para o que é Maçonaria. O irmão recém-iniciado não encontra à sua espera um ritual leia-e-aprenda. Ele deve pensar o que é a Maçonaria por si mesmo. Mas pensar o que é Maçonaria por si mesmo não é tarefa fácil. Isto requer que o neófito a veja pelas suas próprias perspectivas; que se conheçam os principais contornos da sua história; que se saiba como ela realmente é, e o que está fazendo; e entender como ela foi entendida pelos seus próprios pelos seus membros nos seus primórdios. Não é fácil de fazer isto sem orientação e ajuda, e é para dar esta orientação e ajuda que esta série foi escrita.

Há ainda outra razão para o estudo da filosofia, ou, como nós aqui preferimos dizer, os ensinamentos da Maçonaria. A nossa Fraternidade é uma organização mundial com Grandes Lojas praticamente em todas as nações. Para sustentar, gerenciar e promover tal sociedade custa ao mundo somas incalculáveis de dinheiro e esforço humano. Como pode a Maçonaria justificar a sua existência? O que fazer para reembolsar o mundo com os seus próprios recursos? De uma forma ou de outra, estas perguntas são feitas a quase todos os membros, e cada membro deve estar pronto para dar uma resposta verdadeira e adequada. Mas para dar tal resposta exige-se que ele tenha entendido os grandes princípios e estar familiarizado com os contornos das realizações da Arte, e isso novamente é um dos propósitos do nosso filosofar sobre a Maçonaria.

Como podemos chegar a uma filosofia da Maçonaria? Como podemos aprender a interpretação autêntica dos ensinamentos da Maçonaria? Qual é o método pelo qual aquele que não é nem um estudioso geral, nem um especialista maçônico pode ganhar alguma compreensão abrangente da Maçonaria como foi dito nos parágrafos anteriores? Em resumo, como pode um homem “chegar a ela”?

Uma forma de “chegar a ela” é ler uma ou duas boas histórias maçônicas. Não há necessidade de entrar em detalhes ou ler sobre as várias questões colaterais de interesse meramente histórico; isso é para o estudante profissional. Esta leitura e apenas para obter a tendência geral da história e para capturar os eventos pendentes; para saber o que a Maçonaria tem realmente realizado no mundo e receber um insight sobre os seus propósitos e princípios; para, como qualquer outra organização, ver revelado o seu espírito através das suas ações. A partir de um conhecimento do que a Ordem tem sido e o que ela fez no passado pode-se facilmente compreender a sua própria natureza presente e princípios, e entender por que Maçonaria nunca teve necessidade de romper com o seu próprio passado! A Maçonaria de hoje não nega a Maçonaria de ontem. O seu carácter resulta claramente da sua própria história como uma montanha se destaca acima de uma névoa; e que sempre tem sido, pelo menos num grande caminho – é agora, e sem dúvida sempre será.

Esta mesma história constrói-se incessantemente, sempre se renovando e formando. Acontece no dia a dia, e o processo mantém-se aberto a todos, pois, afinal de contas, não há muito que se esconder sobre a vida rica e incansável da Fraternidade; na verdade, esta vida está constantemente revelando-se em todos os lugares. Grandes Lojas publicam os seus Anais; homens que exercem as funções ativas de escritórios maçônicos fazem relatórios dos seus funcionamentos; estudiosos da Arte escreverem artigos e publicam livros; Oradores maçônicos entregar incontáveis discursos; conferências maçônicas especiais, qualquer que seja a sua natureza, publicam os temas discutidos; a maioria dos eventos mais importantes está presente nos jornais diários; há dezenas e dezenas de jornais maçônicos, boletins e jornais, semanais, mensais e bimestrais, e há muitas bibliotecas, clubes de estudo e de sociedades científicas em todos os lugares se esforçando com zelo incansável para tornar claro aos membros e profanos “o que é tudo isto.” Assim, verifica-se que para aprender isso por si mesmo não é necessário que uma definição de Maçonaria ouvida por um irmão seja o fim da linha; ele pode (e deve) pesquisar sobre o tema, ouvir outros irmãos, e ler um pouco, e, assim, formar as suas próprias conclusões. Para saber quais são estes ensinamentos não é necessário nenhum talento raro, nenhum “conhecimento interno”, mas apenas um pouco de esforço, um pouco de tempo.

Para o neófito do mundo maçônico parece muito confuso, é tudo tão multifacetado, tão longínquo, tão misterioso; mas isso, afinal de contas, não precisa de o assustar e impedi-lo de uma tentativa de entender esse mundo com uma visão abrangente, e perceber que toda a Maçonaria gira em torno de algumas grandes ideias. Compreender estas ideias por sua vez, é o que torna mais familiar para um Maçom palavras tais como “Fraternidade”, “Igualdade”, “Tolerância” etc., etc., de modo que o mais jovem Aprendiz não precisa ter nenhuma dificuldade no seu entendimento. Se ele chegar a elas, e se ele aprende a compreendê-las como maçons devem entendê-las, elas vão ajudá-lo muito para conquistar essa visão abrangente e inclusive do que chamamos de filosofia da Maçonaria.

Nada foi dito ainda dos grandes mestres da Maçonaria. No passado tínhamos Anderson, Oliver, Preston, Hutchinson etc.; depois vieram os filósofos da meia-idade, Pyke, Krause, Mackey, Drummond, Parvin, Gould, Speth, Crawley e outros; e nos nossos dias Waite, Pound, Newton etc., etc. Nas obras destes homens as grandes e simples ideias da Maçonaria tornaram-se luminosas e inteligíveis, de modo que podemos ler e compreender o que dizem.

Além disso, o Maçom deve estudar as leituras e instruções incorporadas ao ritual de todos os ritos e graus, sendo estes instrumentos interpretativos uma parte da própria Arte. Nenhum deles é infalível – mas mesmo quando se afastam do significado original dos nossos símbolos são sempre valiosos em revelar as ideias e os ideais das pessoas de que se originaram e que deles fizeram uso.

Isto é para mostrar por que nós devemos esforçar para fazer da nossa própria mente uma filosofia da Maçonaria, e de quantas maneiras pode-se chegar a essa filosofia. Mas cuidado. O estudo da filosofia da Maçonaria não é o estudo da filosofia maçônica; o estudante maçônico como tal, pode vir a ter pouco interesse em Platão e Aristóteles, no neoplatonismo, misticismo, Escolástica, racionalismo, idealismo, pragmatismo, Naturalismo etc. Na Maçonaria há sinais de cada um desses e de outros sistemas filosóficos principais, sem dúvida, mas não existe essa coisa de filosofia maçônica, da mesma forma que não existe religião maçônica. Falamos de uma filosofia da Maçonaria no mesmo sentido que falamos de uma filosofia de governo, ou da indústria, ou arte, ou ciência. Queremos dizer que se estuda a Maçonaria, da mesma forma ampla, esclarecida, inclusiva e crítica, da mesma forma em que um economista estuda a política de um governo ou um astrónomo estuda as estrelas.

Seria uma coisa abençoada se um maior número dos nossos membros deixasse de lado os assuntos administrativos e, muitas vezes mesquinhos da sua própria Loja, a fim de olhar com mais frequência para estes princípios profundos e sábios que estão para a nossa Fraternidade assim como as leis da natureza estão para o universo.


março 22, 2024

O PAPEL DA ASTRONOMIA NA MAÇONARIA - T. Ferreira




A astronomia foi-me apresentada (editado), juntamente com mais outras seis artes liberais. Este foi o tema por mim escolhido, dado que continuamente me senti curioso por esta arte. Sempre gostei do estudo dos astros e de outras ciências que se desenvolveram a partir da astronomia.

Em minha opinião, a astronomia foi uma ciência basilar na história de Portugal, pois durante a época dos descobrimentos esta ciência tornou- se imprescindível, com a nossa época de ouro, no descobrimento de novos mundos, tendo-nos tornado uma potência mundial, à época, e, por essa via, dado novos mundos ao Mundo.

A astronomia é uma das mais antigas ciências, que proveio da astrologia, principalmente a sua constituição, as suas posições relativas e as leis dos seus movimentos ou seja, o Universo.

É do conhecimento geral que, desde que o homem é homem ou, mesmo até antes de se reconhecer como tal, já observava o céu e buscava nas estrelas a explicação para a sua vida e para as situações que nela ocorriam. O objectivo destas observações era a de encontrar razões ou motivos para a sua sobrevivência ou melhoria da sua própria condição de vida.

Na minha pesquisa sobre este tema cedo me surgiram questões, relacionando a astronomia com a astrologia. Astrologia, pelo seu significado, também do dicionário da Porto Editora, aponta-nos este conceito como um substantivo feminino, tendo a seguinte definição: “estudo das posições e características dos astros no sentido de determinar a sua influência no destino e no comportamento das pessoas, bem como em fenómenos naturais”. Ou seja, no meu entender, uma não existiria sem a outra, e tentar perceber os contributos da astrologia para a astronomia seria uma questão para um outro desafio.

Vou partir do principio de que antes da astronomia ser astronomia, teve de haver estudos sobre os astros, contudo estes não eram feitos de forma científica, mas esotérica e especulativa. Eventualmente, percebeu-se que a energia do Sol influenciava o ser humano, mas só mais tarde os estudos sobre a influência dos astros nos comportamentos e na conduta humana haveriam de ganhar a credibilidade que actualmente a comunidade científica lhe confere.


Presentemente, a astronomia é uma continuação da astrologia, tal como a química o é da alquimia e a medicina o é dos curandeiros e dos sacerdotes, etc. No processo de cientificação de certas áreas do conhecimento, deu-se aquilo que em filosofia se designa por rupturas epistemológicas, ou seja: o conhecimento testado, sistematizado e validado pela comunidade científica vai afastando gradualmente o conhecimento do senso comum ou mitológico.

Então, e já que a astrologia se encontra na génese da astronomia, e a astronomia estreitamente relacionada com a maçonaria, que importância tem a astronomia na maçonaria, perguntei-me a mim mesmo diversas vezes. E que símbolos relacionados com a astronomia poderemos encontrar nas lojas maçónicas? E que Maçons foram importantes no desenvolvimento desta ciência? São estas três pequenas questões, sobre as quais me irei debruçar no meu trabalho.

Começarei por responder à segunda questão. Que símbolos da astronomia poderemos encontrar numa loja maçónica? Comecemos pela entrada. As duas Colunas que nos remetem para o templo de Salomão estão situadas simbolicamente a Ocidente, um dos quatro pontos cardeais. Sendo os pontos cardeais a forma mais antiga de orientação, foi certamente estudada pela astronomia.

Entramos, e o que vemos à nossa frente? A lua do lado esquerdo no Oriente e o Sol do lado direito. Dois astros estudados pela astronomia. No lugar do Orador vemos um planisfério celeste, obra de muito estudo astronómico, e no lugar do Secretário um planisfério terrestre. O planisfério celeste é fruto de muito estudo astronómico, pois permite-nos estudar e reconhecer as estrelas e constelações que conseguimos visualizar da Terra. O seu antecessor foi o astrolábio, instrumento de navegação para medir a altura dos astros no horizonte, que foi fundamental na navegação marítima até ao séc. XVIII.

Sendo que a astronomia estuda, não só, mas também, o sistema solar, e o planeta Terra faz parte do sistema solar, fará todo o sentido estabelecer a ligação entre o planisfério presente na mesa do Secretário com a astronomia.

Está descrito na decoração da loja, no Ritual de Aprendiz, que a Loja ou Templo, está coberto por um tecto azul com estrelas que formam grande número de constelações. Aqui temos outro exemplo do esplendor da astronomia em simbologia maçónica. Por último, mas nunca subtraindo o seu grau de importância, temos na mesa do Venerável Mestre a Estrela Flamejante. Não será por acaso que este símbolo tem o nome de estrela. Estrela é fonte de luz, que por sua vez simboliza conhecimento e sabedoria – qualidade atribuída ao Venerável Mestre, tema igualmente estudado pela astronomia.

Passando para a resposta à terceira pergunta, na minha pesquisa encontrei dois Irmãos Maçons que tiveram o seu trabalho profano ligado à astronomia. São eles Pierre Simon Laplace, matemático, físico, filósofo e astrónomo francês; e Jérôme Lalande, astrónomo francês. Este último, menos conhecido, foi director do observatório de Paris, em 1793, sendo também o Primeiro Venerável da Loja “As 9 Irmãs”.

Já Laplace, ficou imortalizado na matemática com o teorema de Laplace, mas é responsável pela mudança da visão conceptual do universo. Foi Laplace quem mais desenvolveu conhecimentos sobre o sistema solar através da compilação dos seus antecessores, e realizando um trabalho de cinco volumes, denominado mecânica celeste, onde organiza a astronomia matemática. Este trabalho veio a originar um ramo da astronomia onde se estuda os movimentos dos corpos celestes, sendo a principal força determinante dos movimentos celestes a gravitação.

Esta ciência está intimamente ligada à astronáutica, onde o primeiro e segundo homem a pisar a lua, Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram também Irmãos Maçons.

No sentindo de finalizar, e passando para a minha terceira pergunta, a maçonaria por meio de Irmãos Maçons teve um papel fundamental no desenvolvimento da astronomia, na qual o nosso irmão Pierre Laplace foi um dinamizador desta ciência, sendo que, graças à sua investigação, deu origem ao estudo da astronáutica, permitindo ao homem conquistar a Lua.

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PITÁGORAS


Pitágoras foi o primeiro dos grandes mestres da Grécia antiga. Nascido em 570 a.C., ele tornou-se um dos filósofos e matemáticos mais conhecidos da história.

Criando a Irmandade Pitagórica, seus ensinamentos influenciaram muitos, incluindo Sócrates, Platão e Aristóteles.

Os iniciados na Escola Pitagórica cumpriam regras de lealdade e silêncio. A escola praticava rituais de purificação através do estudo de Geometria, Aritmética, Música e Astronomia.

Os ensinamentos de Pitágoras giravam em torno da ideia de que, quando se considera o nível mais profundo, os números constituem a essência de todas as coisas.

Os Pitagóricos acreditavam que o mundo era governado pelas mesmas estruturas matemáticas que governam os números pois eles simbolizavam a harmonia. Essa harmonia ou ordem eles perceberam analisando os astros e a natureza. Para eles o Cosmos é organizado através de uma ordem matemática e a prova disso são os movimentos perfeitos das estrelas, as mudanças de estações e a alternância entre o dia e a noite. Assim como o dia e a noite, existem diversos opostos no mundo, o que concilia a oposição entre eles é o princípio da harmonia e o princípio da harmonia é regido pelos números.

Quando perguntado por que ele viveu como um "filósofo" em vez de um especialista em qualquer uma das artes clássicas, Pitágoras respondeu: — "Alguns são influenciados pelo amor à riqueza, enquanto outros são levados pela febre louca por poder e dominação, mas o melhor tipo de homem se entrega à descoberta do significado e propósito da própria vida. Ele procura descobrir os segredos da natureza. Este é o homem que eu chamo de filósofo, pois, embora nenhum homem seja completamente sábio em todos os aspectos, ele pode amar a sabedoria como a chave para os segredos da humanidade. 



OUTONO ESTÁ DE VOLTA - Newton Agrella


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Newton Agrella, polímata e poliglota, de São Paulo. 

Se  você olhar a seu redor, perceberá que aqui no hemisfério sul, as árvores começam a perder toda a sua majestade recheada de verde ou de outros tons por todos os seus galhos. 

O chão em contrapartida, vai ganhando um tapete natural.

É  "Tempus Autumnus", ou seja; expressão que o português herdou do latim, que significa 

 “tempo do ocaso”. 

O substantivo "ocaso" normalmente faz referência ao "pôr do sol".

Contudo, "autumnus" em latim, originariamente encerra em seu radical o significado de queda, declínio, término ou fim.

Semanticamente porém, na língua portuguesa, assim como em outras linguas, a expressão por analogia, fazendo um comparativo do final da estação do ano marcada pelo calor, e com o relativo declínio de temperaturas, bem como da queda das folhas das árvores,  acabou ganhando o nome de "Outono".

Interessante que em Inglês, adotaram-se duas formas de se referir a esta estação do ano:

Autumn  (origem latina)

e

Fall  (origem anglo saxônica)

Lembrando que a palavra FALL  em Inglês quer dizer "queda" e o verbo "to fall" significa "cair".

Outono ocupa seu espaço no ano, entre o Verão e o Inverno.

Caracteriza-se pela ocorrência do Equinócio de Outono, fenômeno natural em que os dias e as noites possuem o mesmo tempo de duração.

No Hemisfério Sul essa agradável estação tem início entre os dias 20 e 21 de Março, estendendo-se até 

entre os dias 20 ou 21 de Junho, com o advento do solstício de inverno.

Possa este nosso Outono de *2024* da era vulgar,  que ora se inicia, notabilizado pelos seus típicos ventos mais acentuados,  contribuir para soprar todos os os males e vicissitudes que tem assolado a Terra ultimamente e renove a alma e a consciência humana com ventos amplanente favoráveis 

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - Andre Naves

                


                             Inovação tecnológica: construindo templos à Virtude ou                       aprofundando abismos viciosos?


A história da humanidade é marcada por avanços tecnológicos que moldaram nosso mundo de maneiras profundas e muitas vezes imprevisíveis. Atualmente, vivemos em uma era onde as inovações tecnológicas têm o potencial de impulsionar o desenvolvimento individual e social como nunca antes visto. Este fenômeno é amplamente reconhecido por instituições globais como o Fórum Econômico Mundial, o qual destaca a importância da tecnologia na transformação dos modelos de negócios e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, ressalta em seus discursos e publicações a necessidade de adaptação e aproveitamento das novas tecnologias para promover uma sociedade mais inclusiva e sustentável. Além disso, relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) destacam como a tecnologia pode ser uma aliada na busca pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, contribuindo para a erradicação da pobreza, a promoção da saúde e o combate às desigualdades.

Um exemplo inspirador desse potencial transformador é o trabalho do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Suas pesquisas têm mostrado que doenças como Parkinson e impedimentos físicos como a paraplegia estão cada vez mais próximos de serem superados graças aos avanços da tecnologia, como interfaces cérebro-máquina e próteses neurais. Essas conquistas representam não apenas avanços científicos, mas também uma nova esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.

Além disso, plataformas como o ChatGPT exemplificam como a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa na construção e no desenvolvimento de novas ideias para o desenvolvimento social da humanidade. O ChatGPT, ao fornecer informações, insights e sugestões, pode ajudar a democratizar o acesso ao conhecimento e estimular a criatividade em diversos campos, desde a educação até a resolução de problemas sociais complexos.

No entanto, é importante reconhecer que essas inovações também apresentam desafios significativos. O recente dossiê elaborado pela OXFAM destaca os riscos de aprofundamento da miséria e da desigualdade em um mundo cada vez mais tecnológico. Sem uma base ética sólida, as novas tecnologias correm o risco de serem utilizadas como instrumentos de opressão, em vez de emancipação, exacerbando as disparidades sociais e econômicas.

É que sem essa base ética, as novas tecnologias serão utilizadas como grilhões para grande parcela da humanidade, embotando ainda mais as suas possibilidades de desenvolvimento e emancipação e aprofundando as masmorras em que eles se encontram trancafiados.

Por isso, para que as tecnologias sejam verdadeiramente impulsionadoras da emancipação cidadã de toda a humanidade, é necessário que sejam coordenadas com um conjunto de princípios e valores fundamentais, enraizados nos Direitos Humanos. Estes princípios incluem a defesa da vida, da liberdade, da segurança, da propriedade e da igualdade, que são essenciais para o desenvolvimento pleno e digno de cada indivíduo.

Ou seja, os Direitos Humanos são aqueles decorrentes dos cinco direitos fundamentais que nos fazem humanos, a saber: Vida, isto é, a possibilidade de existir, e não meramente sobreviver, desenvolvendo as características individuais mais intrínsecas; Liberdade, isto é, a possibilidade de ter convicções, se locomover e se portar de acordo; Segurança, que vai além do importantíssimo combate à criminalidade, mas também diz respeito à satisfação das necessidades básicas humanas (segurança alimentar, segurança hídrica, segurança sanitária, segurança educacional...); Propriedade, que diz respeito à tudo o que é próprio ao ser humano (seus bens, seu trabalho, suas convicções, suas tradições e modos de vida...); Igualdade, isto é, a equivalência de possibilidades para o desenvolvimento das capacidades individuais e sociais.

Neste contexto, a Maçonaria emerge como uma instituição que promove valores como trabalho, força de vontade e disciplina, fundamentais para orientar o uso ético e responsável das novas tecnologias. Ao aprofundar o estudo e a prática desses valores, a Maçonaria pode contribuir para criar as condições necessárias para um verdadeiro bem-estar social, baseado no trabalho e na emancipação humana.

Em suma, a inovação tecnológica tem o potencial de ser emancipadora, mas apenas se for guiada por princípios éticos e valores humanos fundamentais. Ao integrar esses valores na concepção, desenvolvimento e uso das tecnologias, podemos garantir que elas sirvam como ferramentas para promover a dignidade, a igualdade e o bem-estar de toda a humanidade.

Em outras palavras, para que não sejamos ainda mais flagelados e escravizados pelo uso antiético das tecnologias, precisamos que seu uso seja baseado no princípio ético da emancipação humana!

A inovação tecnológica, portanto, para ser emancipadora há de ser maçônica!