abril 13, 2024

ANIMISMO ESOTÉRICO - Roberto Ribeiro Reis


Parecia o Clube da Esquina, porém sui generis. Reuniam-se, ritualisticamente, o compasso, o esquadro, o nível e o prumo. Era meio-dia, e o sol transcendia todo seu ardor e magnificência, iluminando com avidez aquele Templo de Harmonia e Concórdia.

O compasso, eminentemente espiritualizado, ponderava sobre a leveza da vida, sobre as sutilezas da alma, que têm o poder de trazer equilíbrio e paz interior aos homens, conquanto estes observem os preceitos reais, aqueles condizentes com a Cartilha Sagrada do Excelso Criador.

O esquadro a tudo ouvia, marchando com uma beleza singular e de simetria única. Por mais que entendesse a palestra do irmão compasso, considerava que a materialização das coisas era uma dádiva do Grande Arquiteto, que possibilitou às criaturas um universo de situações palpáveis, cuja essência das substâncias e Ele mesmo retornava.

E isso era de um encantamento grandioso!

O nível buscava harmonizar aquela “prosa real”, obtemperando que espírito e matéria são imprescindíveis para o desenvolvimento do homem; que todos temos o privilégio de  sermos iguais em direitos e obrigações, mas que alguns homens primam mais pelo espírito do que pela matéria e vice-versa.

O prumo foi o último do quarteto fantástico a se pronunciar. Considerou que todos ali presentes possuíam retidão de caráter; que espírito e matéria estão umbilicalmente ligados, de sorte que o primeiro rege o segundo. 

Que a intelectualidade daqueles irmãos era fundamentada, à luz da razão, e que a tolerância continuaria sendo a relação cardeal entre aquele grupo.

A cada nova informação prestada por um daqueles integrantes, o que se observava era um fulgor incandescente da estrela flamejante, que em nada opinava, mas que a todos observava, com um sorriso de uma resplandecência sem limites, sinalizando que aquele grande encontro era, além de estelar, uma manifestação inequívoca da Sabedoria, Força e Beleza contidas naquele Templo de Luz e de Glória.

O tempo passava rapidamente, e já era meia-noite, ocasião em que os trabalhos daquele “animismo esotérico” chegavam ao fim.

Os quatro amigos, vertidos em alegria e profunda emoção, contemplavam a universalidade da abóbada celeste e, em uníssono, só agradeciam ao Benevolente Arquiteto pela benção concedida naqueles momentos.

Se fosse, de fato, o Clube da Esquina, terminaríamos esse encontro com os Irmãos cantando “e lá se vai mais um dia”; todavia, o quarteto preferiu valer-se de um “silêncio eloquente”, elevando seus pensamentos ao Excelso Criador, rogando luz e paz à humanidade, tão carente de princípios e tão órfã de solidariedade.

Um silêncio tão grandioso e majestoso, com a eficácia da mais inebriante das preces...

FELIZ ANO NOVO - Heitor Rodrigues Freire


A necessidade de sistematizar e registrar a evolução da humanidade tem sido objeto de estudos e debates ao longo da história, e se tornou uma forma de mensurar o tempo.

O calendário atual e mais aceito é o gregoriano, assim chamado por ter sido promulgado pelo papa Gregório XIII, inaugurado oficialmente em 15 de outubro de 1582. O papa Gregório XIII, interessado em corrigir o calendário criado pelo imperador romano Júlio César, em 46 a.C. – chamado de calendário juliano –, reuniu um grupo de especialistas para reformá-lo. O sistema adotado por Gregório XIII havia sido criado no século VI por um monge chamado Dionísio, que, por ser cristão, entendia que a contagem dos anos deveria iniciar-se a partir do nascimento de Jesus Cristo.

Naquele ano de 1582, após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal Inter Gravissimas, na qual, entre outras resoluções e emendas, Gregório XIII  lançou seu novo calendário e determinou um novo cálculo para datas móveis, como é o caso da Páscoa.

De acordo com o calendário gregoriano, o ano começa em 1º de janeiro. No entanto, na astrologia, o início do ano é sempre marcado pelo ingresso do Sol no signo de Áries, que acontece em 20 de março. Nesse mesmo dia, também ocorre o equinócio, que no hemisfério Sul representa o início do outono, e no hemisfério Norte, a chegada da primavera, momento em que as horas do dia e da noite são equivalentes e, por isso, podemos enxergar com clareza o que está acontecendo em nossas vidas – tanto o que está indo bem como aquilo que precisa melhorar. Nessa data, conhecida como o “ano novo astrológico” no primeiro signo do zodíaco, renovamos nossas forças e entramos coletivamente em um novo ciclo.

Segundo a astrologia, há algumas dicas a observar para se vencer os desafios do novo ano astrológico:

Estar preparado para assumir responsabilidades;

Ter paciência;

Encarar a realidade;

Enfrentar limites.

A isso tudo, deve-se acrescentar que o outono é a estação mais espiritualizada do planeta, trazendo a dimensão da transitoriedade, da renovação, da transformação, do desapego, do esvaziamento para o preenchimento pelo novo: o outono chegou! 

O outono é uma estação tão marcante que renova e embeleza tudo. É a estação do silêncio, que resplandece em sua plenitude, é o momento do recolhimento, da reflexão. É a chegada da serenidade. Saber esperar é uma virtude. É aceitar sem questionar que cada coisa tem seu tempo certo para acontecer ... é ter fé! 

O outono nos leva à meditação serena e silenciosa, quando também aprendemos que cada pessoa deve viver de forma natural, sem permitir influências externas, e a vida deve ser experimentada sempre de uma nova maneira. Aprendemos, ao mesmo tempo, que cada um de nós vive em função do outro. Ninguém deve viver apenas para si mesmo. Aquele que se fecha no seu invólucro íntimo acaba se isolando e perdendo a grande oportunidade que a vida nos proporciona, que é o crescimento interior pela convivência com o outro.

Terminado o verão com sua agitação inerente, nos encaminhamos para o recolhimento do outono, passando por uma transição natural, num momento próprio para encontrarmos serenidade e prazer, a fim enfrentarmos os obstáculos e os problemas da vida. 

Quando chega o outono, com a harmonia de um céu cristalino, advém uma lição de sabedoria, a pessoal e intransferível responsabilidade de cada um, de buscar e aproveitar a inefável experiência da vida. Esse momento nos proporciona a oportunidade de um encontro íntimo, convidando e estimulando nossa espiritualidade para um encaminhamento único em busca do bem.

Precisamos seguir em frente, encarar todos os obstáculos com consciência – mesmo porque não há outro jeito –, e assim fazer de nossas vidas um hino de amor e gratidão a Deus, cumprindo o que Jesus nos ensinou de forma simples, clara e verdadeira. 

É chegada a hora de unir a espiritualidade e o recolhimento do outono.

Aqui em nossa cidade, assistimos à nova floração das paineiras que enfeitam as margens do córrego Prosa, com suas flores alegrando o ambiente e materializando a boa energia do outono.

E assim, vamos viver este novo ano astrológico, com a serenidade do outono e a beleza das paineiras.


abril 12, 2024

VISITA AO ARQUIVO HISTORICO DE CURITIBA



Conduzido pelo historiador Kelton Sabatke e em companhia de Cleverson Sabatke e Carlos Hossaka, tive a oportunidade de conhecer na sexta feira, 12, o arquivo histórico da Prefeitura de Curitiba que está digitalizando e salvando os documentos contidos em 1400 estantes e oitenta mil caixas, alguns datando do século 18.

Escrituras, contratos, mapas e papéis estão sendo salvos do desgaste provocado pela passagem dos anos e preservando a história de Curitiba e do Paraná. 

Para um historiador amador e autodidata como eu foi como colocar uma criança em uma loja de doces, e a possibilidade de ver de perto documentos dos anos de 1700 foi a cereja do bolo, além da delícia de conversa com um historiador e restaurador com o gabarito do Dr. Kelson.

PALESTRA NA ARLS CAVALEIROS DA VIRTUDE 183 - CURITIBA



No dia 11, quinta feira, retorno para mais uma palestra na ARLS Cavaleiros da Virtude 183, em Curitiba. No ano passado apresentei "O Caminho da felicidade". Agora, em sessão pública, com a presença de familiares e convidados foi "Os preceitos da Arca de Noé para um relacionamento feliz".

O simpático Venerável Mestre, irmão Fabiano Falasque, conduz a sessão com leveza, fazendo com que todos se sintam à vontade. A emoção transparece nos assistentes que se sentem tocados com os ensinamentos da palestra.

Ao final, um delicioso afape é oferecido a todos, e como sempre a Loja se compromete com a doação de cestas básicas a uma entidade local como retribuição da palestra.



O MARTÍRIO DE JOHN COUSTOS


Em 1743, em Lisboa, a Inquisição infligiu terríveis sofrimentos a John Coustos, um Maçom e Venerável Mestre de uma Loja na cidade. No entanto, Coustos enfrentou as mais severas torturas com coragem, recusando-se a trair suas confianças ou revelar os segredos da Maçonaria. Este episódio destemido se tornou um marco na história da Maçonaria, evidenciando a firmeza de propósito mesmo diante da adversidade.

Nascido em Berna, na Suíça, Coustos emigrou para a Inglaterra em 1716, onde se naturalizou. Sua jornada o levou a Lisboa, Portugal, onde praticava sua profissão de lapidário e negociante de pedras preciosas. No entanto, sua ligação com a Maçonaria o colocou na mira da Inquisição.

Preso injustamente após denúncias infundadas, Coustos enfrentou interrogatórios e torturas brutais. Mesmo diante da mais intensa dor, ele se recusou a revelar os segredos maçônicos, permanecendo fiel aos princípios que jurou proteger.

Seu testemunho é um lembrete poderoso da importância da coragem e da lealdade aos valores que defendemos. A resistência de Coustos diante da opressão é um exemplo inspirador de dedicação e firmeza de propósito.

John Coustos só não foi executado por causa da intercessão de Jorge II da Grã-Bretanha. Ele foi libertado em 1744 e retornou à Inglaterra, onde escreveu um livro detalhando suas experiências nas mãos da Inquisição.

Fonte: CURIOSIDADES DA MAÇONARIA


CARIDADE SECRETA - Jim Stapleton - Tradução de António Jorge


Há vários anos, ouvi de um Irmão mais velho a seguinte história de caridade maçônica:

Uma Loja reuniu caixas de comida para doar a famílias necessitadas. Depois de montadas as caixas, os membros da Loja foram para a comunidade e distribuíram as caixas nos alpendres das pessoas que sabiam ser necessitadas. Quando as caixas foram descobertas nas casas, os destinatários ficaram surpreendidos com as boas ações. Cheios de alegria, foram verificar a origem dos alimentos. No entanto, quando procuraram saber de onde vinham as caixas, não havia notas anexadas. Não havia nada que identificasse a origem dos cestos. Assim, as famílias não faziam ideia de quem tinha dado as prendas, o que constituía um verdadeiro mistério.

Ao ouvir esta história, um Irmão que estava a ouvir perguntou porque é que um ato tão generoso e altruísta foi mantido em segredo. Ele disse que, do ponto de vista das relações públicas, os maçons deveriam trabalhar para promover ativamente este tipo de histórias positivas. A resposta do Maçom mais velho foi que é assim que os maçons fazem e que não procuramos elogios quando fazemos caridade.

Compreendo o sentimento, mas com todo o respeito pelo Irmão, não tenho a certeza se concordo totalmente com essa ideia. Sim, há definitivamente algumas situações em que queremos ser discretos. Não queremos envergonhar as pessoas que precisam ou parecer oportunistas. Por exemplo, um Irmão que tenha passado por momentos difíceis pode ter dificuldades em pagar as suas quotas na Loja. Como resultado, pode procurar a ajuda do seu Venerável Mestre ou do Secretário no que respeita ao pagamento das quotas. Não devemos divulgar essa informação para que toda a gente saiba dessas situações individuais. Isto deve ser mantido em segredo entre estes irmãos.

No exemplo dos cabazes de alimentos, chamar à atenção para as pessoas que receberam os presentes poderia ser extremamente embaraçoso para elas. Revelar as suas identidades seria claramente errado, especialmente se não tivessem dado o seu consentimento. Devemos sempre esforçar-nos por ajudar os necessitados, preservando ao mesmo tempo a sua dignidade. No entanto, será que devemos manter as nossas ações de caridade completamente escondidas? Não temos o dever, enquanto Fraternidade, de dar a conhecer ao público que estamos a fazer boas obras? Estaremos a perder uma oportunidade de demonstrar a verdadeira natureza da Fraternidade? Infelizmente, vivemos num mundo onde muitos na nossa sociedade ou não têm consciência de que os Maçons existem, ou só sabem de nós através de teorias de conspiração.

Uma abordagem possível para a distribuição dos cabazes teria sido tirar fotografias dos cabazes montados que poderiam ter sido partilhadas através das redes sociais. Estas fotos poderiam ter incluído legendas afirmando que os Irmãos iriam distribuir os alimentos a famílias em situação de insegurança alimentar. Se estas imagens fossem partilhadas em grupos comunitários online, teria sido uma forma garantida de receber exposição positiva e de fazer com que as pessoas soubessem que nós existimos. Talvez até pudesse ter suscitado o interesse de potenciais candidatos à procura de formas de ajudar os outros.

A minha Loja participa num programa “Adotar uma Auto-Estrada” em que, várias vezes por ano, limpamos um troço de uma estrada muito movimentada. Normalmente, quando estamos a recolher lixo, tiramos fotografias e publicamo-las nas nossas contas de redes sociais. Depois, partilhamos as informações através dos grupos de redes sociais da comunidade local para que as pessoas saibam que existimos E que estamos a ajudar a melhorar e embelezar o ambiente. O feedback é normalmente muito positivo e cheio de gratidão. Isto mostra que os maçons se preocupam.

É claro que devemos evitar parecer que nos estamos a gabar ou a parecer insinceros. Isso seria de mau gosto e inapropriado. As nossas mensagens sobre a nossa caridade devem ser autênticas para que tenhamos uma ligação genuína com aqueles que nos rodeiam. Como muitos na nossa Fraternidade estão preocupados com os níveis de adesão, não parece que, como organização, devamos deixar passar em branco as oportunidades de demonstrar a nossa benevolência. Devemos destacar com orgulho as nossas boas ações.


Jim Stapleton é o 1º Vigilante da Loja USS New Jersey nº 62, sendo também membro da Loja de Investigação e Educação Maçónica de Nova Jérsia nº 1786. Jim recebeu o Prémio Distinção do Avental Branco da Grande Loja de Nova Jérsei e foi galardoado com o prémio Daniel Carter Beard Masonic Scouter Award. É também membro da Society of King Solomon - Fonte -Blog Midnight Freemasons*

abril 11, 2024

A PREPARAÇÃO PARA A INICIAÇÃO - Hever da Silva Nogueira

 


Iniciação é a denominação dada à quinta e última fase do Processo de Admissão na Maçonaria.

Consiste numa Cerimônia que, por ser o preâmbulo de toda a trajetória do futuro Maçom, é revestida de uma importância toda especial. 

Para atingir aos seus fins, é imprescindível que seja ENTENDIDA e COMPREENDIDA, pelo Candidato. Melhor dizendo, para que a Essência Maçônica da Iniciação seja absorvida, é imprescindível que o Candidato: 

- ESCUTE (ouça com atenção) todas as mensagens que lhe são dirigidas; e,

- PERCEBA o que está acontecendo, de maneira, a poder RECONHECER, INTERPRETAR e SENTIR os PORQUÊS de tudo que se passa na Cerimônia. 

Não é à toa que o Ritual (REAA) explique que “a Iniciação é o primeiro contato ativo que o profano, agora candidato, tem com a Ordem, consequentemente, deve ser SOLENE e GRAVE”; e estabeleça que o Profano deva ser PREPARADO pelo Ir.:  Experto. (grifo meu)

Contudo, na prática maçônica, é comum se deixar o Candidato, a mercê da sua própria concepção e imaginação, sem ter uma noção mais concreta do que irá acontecer no decorrer da Sessão. 

É bem verdade que os impactos, causados pelo desconhecido, incitam à busca da descoberta, todavia, não se pode esquecer que os choques oriundos do que não se conhece, também, podem promover intranquilidades, receios e, consequentemente, dificuldade nas interpretações, levando a imaginação produzir certas distorções. E, dessa forma, estando deformada a percepção, consequentemente, o entendimento e a compreensão estarão comprometidos. 

Creio que deva haver uma preocupação de que tal condição seja explicada ao Candidato, antes de ser submetido às condições estabelecidas pela ritualística. O Ritual prescreve que o número de candidatos não deva exceder a três, sem dúvida, entendendo da suma importância do ENTENDIMENTO e da COMPREENSÃO do que é a Iniciação.  

Não sou de opinião que se diga “ipsis verbis” sobre o que vai ocorrer na Sessão, mas, é importante se reconhecer que o candidato pouco sabe a respeito da Maçonaria e, o que sabe, geralmente, é produto do que já ouviu falar, muitas vezes, não correspondendo à verdade.  

Lamentavelmente, é useiro e vezeiro que os Padrinhos e os Irmãos Sindicantes não forneçam explicações plausíveis a respeito da Ordem, da sua Finalidade; sequer, do papel que o Maçom deve desempenhar; isto, quando não lhe são dadas informações inverídicas ou até fantasiosas. Então, mais um motivo para que se tome certos cuidados por ocasião da admissão do candidato na Maçonaria.

Assim sendo, creio que certos esclarecimentos devam ser evidenciados, antecipadamente, para que o candidato possa ENTENDER e COMPREENDER a Iniciação, de forma a ter condições de dar continuidade ao seu progresso no decorrer de sua vida maçônica.

Penso que o Irmão Experto, ao receber o Profano na entrada do edifício, onde se encontra localizada a Loja, antes mesmo de o cercear da visão, deva lhe fazer uma preleção rápida sobre a Maçonaria e do que se trata a Iniciação.

Parece-me ser muito significativo, para o Candidato, saber que a Instituição Maçônica, tem como finalidade a Promoção do Desenvolvimento da Humanidade e que é, por meio do Aperfeiçoamento, Moral, Intelectual, Espiritual e Social dos seus Integrantes, que ela consegue atingir o seu desígnio.  

Acredito que tais informações, mesmo que sejam rápidas e simples, irão ser, suficientemente, capazes de promover uma ESTIMULAÇÃO ao Futuro Maçom – uma vez que o Candidato toma conhecimento da IMPORTÂNCIA da Organização DA QUAL IRÁ FAZER PARTE. 

Outrossim, além do estímulo proporcionado, tais dados ressaltam uma ADVERTÊNCIA, quanto à RESPONSABILIDADE que o Pretenso Irmão está ASSUMINDO, AO SER RECEBIDO COMO MAÇOM.

Sobre a Iniciação, o Ir.: Experto deve alertar, ao Candidato, que não se trata de uma admissão corriqueira e trivial, como acontece comumente no ingresso à uma empresa qualquer, pois, tudo que vier a passar, tem um sentido hermético que deverá levá-lo a deduzir e interpretar o seu significado, constatando que aquela Cerimônia busca propiciar a sua transformação de Homem/Profano em Homem/Maçom, dando começo ao seu Aperfeiçoamento para atingir os fins da Maçonaria.

Por isso, os Fundamentos, as Formalidades e o Simbolismo desenvolvidos, na INICIAÇÃO, têm o objetivo de lhe propiciar o INGRESSO em um NOVO ESTADO DE CONSCIÊNCIA e a sua ENTRADA ÉTICA na Instituição...

É de suma importância fazer com que o Candidato entenda que foi cerceado da visão (ainda que vá receber uma explicação simbólica, durante o decorrer da Sessão) para que busque perceber todos os pormenores da Iniciação com a sua visão interior, sem se deixar influenciar pelos atilamentos externos, e, assim absorver a essência da Sessão com mais apuro e perfeição.  

Já na Câmara de Reflexão, o Candidato dever ser orientado do porquê está sendo introduzido naquele recinto, de forma que possa refletir sobre a MORTE para a VIDA PROFANA e o RENASCIMENTO, na MAÇONARIA, em OUTRO ESTADO DE CONSCIÊNCIA.

Parece ser óbvio que a cadeira, a mesa, a caneta e o papel foram colocados para que o Candidato possa transcrever o seu Testamento Moral e responder ao Questionário... E quanto aos demais utensílios? Quais as razões do pão, da água, do sal, do enxofre, do mercúrio, da ampulheta e do galo (tendo em sua base a inscrição VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA), de estarem ali expostos? 

Sou a favor de que se esclareça os porquês deles terem sido colocados na Câmara de Reflexão.

Faço, aqui, uma pequena ressalva, para dizer que muitos Maçons não sabem os seus significados, porque não lhes tendo sido transmitidos na Iniciação e não lhes sendo enunciados posteriormente, acharam que era apenas alegorias sem “significados importantes” (respostas colhidas às minhas indagações feitas a alguns Irmãos). 

Julgo, também, que deva ser explicado que o Testamento que estará fazendo, não se trata de um documento oficial de valor judicial, ele é um TESTAMENTO MORAL e FILOSÓFICO – um documento que induz a constatação do VALOR DA FAMÍLIA; que mostra que os bens deixados são meramente materiais; que seria bem mais dignificante se fossem deixados de herança, a ÉTICA, a RESPONSABILIDADE, a HONESTIDADE, a EMPATIA, o HUMANISMO e outros BENS MORAIS e HUMANOS. 

O recolhimento dos metais e desnudamento parcial são duas outras condições, na preparação da Iniciação que, a meu modo de ver, exigem uma explicação ao Candidato. Evidentemente, existe uma razão maçônica para que tais fatos ocorram. Contudo, o profano necessita saber que são lições de humildade e modéstia – virtudes indispensáveis ao Maçom -  pelas quais deverá ter consciência de que os bens materiais, embora necessários ao seu sustento, poder-lhe-ão ser obstáculos a uma vida condigna, se se deixar levar pela arrogância, pela presunção e pela vaidade. 

Deve, ainda, ser orientado que tais alegorias representam a libertação dos vícios e demais qualidades impuras... E constatar que a Maçonaria preconiza que os VALORES MORAIS e as VIRTUDES são os ÚNICOS VALORES QUE CONDUZEM À VERDADE

E durante a realização da Cerimônia, outras orientações devem continuar sendo fornecidas ao Candidato, de acordo com que as formalidades e desempenhos recomendem. 

Entretanto, o Irmão Experto deve ter o cuidado de não intervir nem deixar que intervenham nas respostas dadas pelo Candidato, ao ser indagado pelo Venerável, no transcurso da Sessão. Com certeza, as opiniões emitidas pelo Candidato traduzem as suas intenções e os seus interesses, propiciando à Assembleia de Maçons aquilatar o VALOR do Futuro Membro da Loja.

Creio não ser necessário me estender mais, porém, vejo-me na obrigação de esclarecer que as recomendações que fiz, não atentam às determinações do Ritual (REAA) ao recomendar ao Ir.: Experto “...só lhe (referindo-se ao Candidato) dirige as palavras indispensáveis” . (grifo meu)

Pelo contrário, as semânticas da palavra “indispensáveis”, transcrita na recomendação ao Ir.: Experto, traduzem que:  DEVE DIZER TUDO QUE É IMPRESCINDÍVEL... ou melhor ainda, TUDO QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER EXPLICADO... dando a compreender que o Ritual estabelece que o Candidato NÃO PODE DEIXAR DE RECEBER AS EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS, para assimilar a simbologia da Iniciação.

E tais significações são ratificadas quando o Ven.: Mestre, diz ao Ir.: Experto: “ide preparar o candidato”(grifo meu)... Uma vez que PREPARAR denota: DAR CONDIÇÕES; PROMOVER O ENTENDIMENTO ou FAZER COMPREENDER.

Assim sendo, o Ritual, em seus atilamentos implícitos, determina ao Ir.: Experto que cumpra a sua OBRIGAÇÃO DE ORIENTAR O CANDIDATO

Bem, neste pequeno “recado”, procurei aguçar a preocupação de se realizar uma Iniciação Justa e Perfeita, possibilitando que o Candidato PARTICIPE, de MANEIRA EXPRESSIVA, de toda Cerimônia; e, SINTA a ESSÊNCIA e o SIMBOLISMO de todas as situações vivenciadas.



 




PALESTRA NA ARLS CAMINHO DA LUZ 148 - PINHAIS


Em animada sessão realizada no noite de ontem, 10/4, na ARLS CAMINHO DA LUZ 148, do GOP, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba proferi a palestra "O Caminho da Felicidade" para irmãos, suas famílias e visitantes.

Sob a direção do Venerável Mestre irmão Roberto Fonseca a sessão agradou a todos os participantes, em especial as senhoras que se sentiram homenageadas com a palestra muito focada em valores familiares. 

Ao final do evento uma agradável sessão de deliciosos sanduíches e refrigerantes propiciou a confraternização de todos os participantes. 

POR QUE A DECEPÇÃO - Paulo André


" Falo nada, só observo"

Saindo um pouco do reino da teoria, caminhando, visitando e conversando muito com os IIr, tenho ouvido muito vezes muitos de nós dizendo que se encontram decepcionados com a nossa Ordem, curioso que a maioria não cogita em sair da  mesma, o que demonstra vontade de melhorar

Por que desse sentimento? Vamos oferecer uma resposta

Vou ser um pouco duro, primeiro lugar, decepção para mim significa uma prova de imaturidade e certa arrogância, esse sentimento ocorre quando o outro tem um negócio chamado vontade própria, e não se comporta conforme nossa vontade

Meus queridos, a Maçonaria e nosso sistema foi concebido para mudar aqueles que aqui entram, o problema é quando aqueles que aqui entram querem mudar a Maçonaria

"Falo nada, só observo" é uma frase extremamente prepotente, observa o que?

O comportamento dos demais IIr, vivemos mapeando os erros de cada um, e isso provoca decepção em nós, hora de acordar, e começar a observar e mapear nossos próprios erros

Se o modo ser de algum Ir nos causa azia, agradeça, pois ele te fez descobrir que sofre de azia, e vamos tratar dela

Mas o século XXl resolveu ser mais louco do que foi o século XX, e essa geração nova está importando os erros do mundo profano para aqui dentro

Quando viajamos de avião, a aeromoça instrui que em caso de turbulência cairão máscaras:

Primeiro, coloque a máscara em você, somente depois que estiver seguro, é que você pode ajudar o próximo, se fizer o contrário, você passa mal antes, não ajuda nem a você mesmo, nem a ninguém mais

Lição mais clara impossível, antes de tornar feliz a humanidade, antes de querer mapear os erros de todo mundo, que tal a gente identificar e consertar a gente primeiro?

Na maioria das conversas que tenho, quando alguém vem com essa conversa que está decepcionado...... percebo que a maioria de nós não está entendendo o todo

Para consertar um erro, o primeiro passo é admitir sua existência, traze-lo a luz do dia, e o nosso sistema faz isso diariamente  conosco, é só a gente prestar atenção

Ainda dá tempo de acordar


abril 10, 2024

PALESTRA NA ARLS LEÃO DE JUDA 161 - CURITIBA






Na terça-feira dia 9, estive na ARLS Leão de Judá 161, do GOP, proferindo a palestra "Fundamentos Judaicos da Maçonaria", para uma Loja lotada de irmãos e visitantes sob o comando do jovem e dinâmico Venerável Mestre irmão Marcus Vinicius José de Sousa, com a presença de diversas  autoridades como o ir. João Krainsky Neto, Grão Mestre de Honra do Grande Oriente do Paraná,  o ir. Ivan Froldi Marzollo, Ministro do Egrégio Tribunal de Justiça Maçônico, o ir. Danilo Carlos Rammé, Delegado do SGM do GOP e diversos visitantes de outras Lojas e potências. 

O Venerável Mestre se comprometeu com a doação de alimentos em retribuição à palestra.

O horário da sessão é inédito, 17h00, por duas razões. Na bela sede do Grande Oriente do Paraná funcionam simultaneamente diversos templos  no período noturno o que gera um grande problema de estacionamento, e o segundo motivo é que esta Loja é constituída em sua maioria por veteranos, que já tem menos disposição para sair a noite.

Orgulhosamente reproduzo abaixo o texto publicado nas redes sociais pelo irmão Cristiano Kruk, responsável pelo convite para a minha palestra e que foi o Primeiro Vigilante da sessão:

"Sessão com muito conhecimento e aprendizado na tarde de ontem em nossa ARLS Leao de Judá 161 contando com presenças ilustres de autoridades, valorosos irmãos do quadro e visitantes para prestigiar a magnífica palestra do Ir.: Winetzki, ao qual, em nome do VM e demais IIr.: de nosso quadro agradeço mais uma vez ela disponibilidade para nos engrandecer com tanto conhecimento e aprendizado". TFA

Podem ter certeza que foi meu o prazer de compartilhar conhecimento com os irmãos. 




LUGARES - Newton Agrella


Você já se perguntou qual o seu lugar no mundo ?

Se por acaso ainda não o fez, experimente.

Perceba que todos os lugares em que estamos, ou já estivemos, de alguma maneira são nossos.

Nem que tenha sido por uma ínfima fração de tempo.

O lugar nosso de cada dia é onde a alma se instala, onde a vida pede abrigo,  e onde a sensação de pertencimento esteja contida em nós.

Difícil afirmar com precisão qual é o melhor lugar.

Provavelmente, seja aquele em que nos sentimos inteiros, onde a respiração se manifesta mais densa, porém suave e consistente.

Quem sabe, seja o lugar em que o tempo passa, todavia mal nos apercebemos dele.

Pode ser ao ar livre, dentro de um templo, numa rua deserta ou até mesmo no meio de uma multidão.

De repente, seja aquele no qual  você se encontra consigo mesmo e saiba aceitar seus limites, sem qualquer ranço de vitimismo ou autopiedade.

A vida nos faculta trilhar os caminhos que queremos.  

A jornada, porém,  impõe-nos obstáculos, que são as provas que dão o toque sutil de nossas experiências. 

Erros e acertos são ingredientes que temperam nossa própria existência.

Não somos mais, nem menos.

Somos o que somos, frutos dos lugares de onde viemos, por onde passamos e por onde ainda poderemos passar.

Buscamos elaborar nosso íntimo, sem no entanto debruçarmo-nos sobre fórmulas. 

Seja na transcendência espiritual, na busca pelo aprimoramento da consciência, ou na simples profissão da fé, nosso lugar está reservado num cantinho único, cuja chave de entrada, ainda nos é desconhecida.

Por enquanto, o lugar mais íntimo dessa viagem é o nosso Pensamento, que se traduz na proporção de nosso universo.



A SIGNIFICAÇÃO DO VENERELATO – UMA VISÃO TEOLÓGICA - Júlio Aquino



Com inusitado e merecido brilho, reverencio inicialmente a memória do Apóstolo São Pedro, notável e aplaudível, rico de delicados sentimentos, fez majestosa síntese sobre a Fraternidade, na sua segunda (2a) Carta Universal, capítulo primeiro (1°), versículo sétimo (7°): “A Fraternidade é que gera o Amor”! E esse amor jamais prescreve pelo lapso do tempo.

Com efeito, o amor ao GADU e ao próximo é inseparável, sumamente majestoso, sumamente glorioso e sumamente elevado. As muitas águas não poderiam apagar esse amor, nem os rios afoga-Io. Assim, outro exponencial, nimbado de auréola refulgente, é o profeta Amós, que exerceu o seu ministério nos reinados de azias, rei de Judá, e de Jeroboão II, rei de Israel, 752 anos A.C., pugnava pelo trabalho, justiça e a retidão, usava nos seus ensinos as mesmas ferramentas que usamos na Maçonaria.

Razão pela qual, a luz da face do GADU resplandece em toda a sua beleza no rosto do Maçom, manifestada pelo ditame da consciência. Maçom é um estado de espírito, e a razão da vida, começa grandiosa e altaneira, em levantar Templos a Virtude, e a razão da morte, para nós, não se constitui um mal, a morte que é um mal, é a que provem do vicio, do crime e da barbárie.

A morte não é o apagamento da luz, mas o simples ato de dispensar a lâmpada.

Ponha-se em evidência, a nossa Ordem, essa acrópole magnífica, tem na grandeza da sua excelência, uma dimensão transcendental, porque nasce nos desígnios do GADU – Um Deus que não morre, sentando num trono que não se desmorona, e se finaliza no absoluto desse mesmo Deus que é a luz que espanca as trevas da nossa ignorância insolente.

Convém lembrar, que o maçom não pode desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão e do entendimento, e ninguém poderá aprisionar a nossa esperança e nem exilar a nossa inteligência.

A partir de então, o maçom descobre o descortinamento exuberante da Razão e fascínio de ditosas riquezas que provem dos sete triângulos:1 – Triângulo Equilátero,2 – Triangulo Isósceles,3 – Triangulo Escaleno,4 – Triangulo Retângulo,5 – Triangulo Obtusângulo,6 – Triangulo Acutângulo,7 – Triangulo Esférico.

Evidentemente, todos esses Triângulos, abrem-nos as portas do campo da educação matemática, das leis de proporção mecânicas, da aritmética, representada pelos números, e da geometria, representada pelos símbolos, da raiz quadrada, das equivalências, das equações, das formas, dos axiomas, dos teoremas, dos corolários, dos escólios, das retas, dos planos, das perpendiculares, dos ângulos, dos seguimentos lineares e das poligonais.

Do Sodalício, com o verbo franjado de ouro e púrpura, enalteço a grandeza e o valor das leis das equivalências do Físico Newton, entre as temperaturas do sol e as propriedades de absorção da clorofila, para que a fotossíntese possa se realizar, também se as cargas de elétrons, prótons e nêutrons não tivesse precisas ressonâncias, os planetas não poderiam orbitar o sol com estabilidade, e nos seres vivos, as interconexões para o fluxo de sangue e o sistema nervoso seriam impossíveis.

Os quantitativos constantes da física que define o universo são espetacularmente precisos. Outro astrofísico, chamado Fre Hoyle, no seu livro intitulado, A Arquitetura do Universo, diz que tudo foi meticulosamente planejado para a chegada da vida na terra, segundo ele, existe um fio de felizes e estranhas coincidências.

O Venerável Mestre

A palavra venerável é um titulo canônico, usado pelas Igrejas Cristãs, pelo Budismo e pelo Islamismo. Equivale a respeitável, digno de estima e honra. Já o adjetivo venerável provém do substantivo latino veneratio, que significa respeito e culto, digno de reverência e veneração. Pode ser substantivo e advérbio, e como sinônimo, significa santificado, reverenciado, reverendo e santidade. Já no antônimo, significa moderno, novo, recente.

A palavra Venerável Mestre, decorre de uma expressão Inglesa Worshipful Master. É uma expressão pomposa, que significa dirigente máximo. Na literatura clássica, Venerável significa uma pessoa venerada pela idade, pelo amor e amizade.

Na língua árabe e semita, no gerúndio do verbo, a palavra venerável é substantivo. 

Na Maçonaria recebe a complementação de Mestre, que significa aquele que mais sabe, ele se sobressai dos demais Mestres, e é o que pode dirigir, orientar, decidir com absoluta independência, obedecendo, apenas, os preceitos legais do Rito, dos Landmarks e aos Rituais.

O espírito de um Venerável Mestre, se alegra com o que recebe, podendo ser até uma simples palavra de conforto e incentivo ao trabalho, mas, o seu coração se alegra com o ensino que ele ministra à sua Loja. O oficio exige abnegação.


abril 09, 2024

PALESTRA NA URBS - CURITIBA


 

A URBS - Urbanização de Curitiba é uma empresa de economia mista que administra equipamentos e espaços públicos, além do sistema de transporte de Curitiba. Todos os sistemas de transporte público da Capital, com os seus terminais, fazem parte do proposito administrativo da empresa.

A convite de seu presidente Ogeny Pedro Maia Neto, na segunda-feira, dia 8, as 17h00 realizei a palestra "O caminho da felicidade" para o pessoal lotado na sede da empresa. Fomos recebidos pelo gestor de TI, Vilson Kimmel, que em nome da empresa se comprometeu às doações de alimentos como retribuição da palestra.

Considerando a qualidade do sistema viário de Curitiba, de fama internacional, os funcionários da URBS tem realizado em excelente trabalho e fiquei muito feliz em realizar este evento com eles.