abril 25, 2024

VISITA A ARLS MARECHAL NEIVA 32


 Na noite do dia 24/4 visitei a Benemérita ARLS Marechal Neiva n. 32, que funciona no prédio principal da GLESP.

Em sessão emocionante devido a passagem para o Oriente Eterno do irmão Benjamin, que era muito amado por todos, foram lhe prestadas inúmeras homenagens, que tiveram início com música portuguesa no início da sessão e com um belo poema do irmão orador declamado ao final.

Juntamente com outros irmãos tive a oportunidade de fazer alguns comentários sobre a instrução da sessão que foram bem recebidos.

Agradeço ao Venerável Mestre irmão Thiago Lacerda Pereira a gentileza com que fui recebido e destaco a ordem e suavidade com que a sessão foi conduzida 

OS CRAVOS DE ABRIL - Adilson Zotovici



Versos em singela homenagem

A um  povo irmão e ordeiro

Lusitanos com amor, coragem,

Dissiparam velho nevoeiro


Disse o canto alvissareiro

Da _“Grândola, Vila Morena”_

O refrão tão verdadeiro

_“O Povo é quem mais ordena”_  


Numa linguagem serena

Com fraternidade, brandura,

Soberania, igualdade plena,

Por expressão sem clausura


Acima dos travos de amargura

Bravos com afã, em união,

Com Cravos Vermelhos e ternura

Nas ruas com elã, em aclamação


Vinte e cinco de abril a elisão

Da ditadura em verdade

Marco duma revolução

Social, de cultura à sociedade


E o Trovador da Liberdade

Autor da senha sobranceira

Comemora na eternidade

_Sob a sombra da azinheira !_



A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA MAÇONARIA - Rui Bandeira


Para um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à quantidade de ausências do seu ambiente familiar que vão sucedendo ao longo dos anos para cumprimento dos seus deveres maçônicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates e palestras que lhe interessem, tanto nas várias áreas do Esoterismo como no âmbito da Maçonaria em geral.

Digo que é necessário esse apoio, porque, com o passar do tempo, é normal existir algum desgaste natural nas relações familiares e, por vezes, as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do seu lar, poderão criar brechas no seu relacionamento se essas saídas não forem entendidas, ou bem compreendidas, pela sua esposa e os familiares. Por isso é necessário também existir uma certa maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que nos aquece o coração e que nos alimenta a alma.

Se a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçônica.

Mas porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as suas atividades maçônicas para justificar as suas constantes ausências para ter um comportamento menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um maçom disser à sua família que “vai à Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.

Todavia, durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará “ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição, as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o responsável da Loja).

No âmbito desse contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota mensal/anual de loja.

O que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o seu familiar.

Algumas das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder confraternizar nos vários eventos que vão sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”… Cimentando assim, os laços que unem os maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. 

Sendo que na generalidade da sociedade civil, mas principalmente em “meios pequenos”, as amizades e famílias maçônicas/profanas quase se confundem, pois é sempre mais fácil o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos princípios de vida.

Existem vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçônica será sempre singular e bastante eclética… 

Em qualquer lugar do mundo, um Irmão será sempre um irmão… e isso para mim será sempre o mais importante.

abril 24, 2024

MAÇOM GOSTA DE ESTUDAR?

Recebi no dia de hoje, com gentil dedicatória, o livro do irmão Cledson Cardoso, de Lins.

A notável obra, que resume algumas das palestras do autor, principalmente em sua Loja Liceu, uma das pioneiras em apresentações virtuais, traz textos interessantes como o pensamento de Aristóteles e sua influência no Rito Moderno; o poder da palavra nas manifestações profanas e maçônicas e a moral e a ética são os pilares da formação maçônica, entre outros.

O estilo de redação de Cledson é e leve, fácil de ler e entender e o livro é belíssimo, diagramação de outro irmão, um intelectual e artista da criação gráfica, Jonas de Medeiros de SC. Ambos são confrades da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras. 

Para o leitor que tiver interesse em adquirir um exemplar ou desejar conversar com o autor, papo agradável e inteligente, o contato é (014) 99102.2505.


 

REFLEXÃO - Rui Bandeira

No século XVIII, quando se expandiu a Maçonaria Especulativa, esta seguia e divulgava os princípios do Iluminismo. A Maçonaria foi então um farol que apontou o caminho da evolução social, da conceção laica, livre, igual, fraterna e tolerante do mundo, da sociedade e do lugar nela do Homem. 

O pensamento escolástico é substituído pela Ciência Experimental; racionalismo e empirismo substituem o pensamento arcaico apenas fundado nas interpretações teológicas dominantes; Locke teoriza a Tolerância como valor social; emerge o reconhecimento e proteção dos direitos humanos; o absolutismo é substituído pela submissão à Lei; a soberania por direito divino é substituída pelo conceito de que a soberania pertence ao Povo e deve ser exercida em nome do Povo, para o Povo e pelos representantes designados pelo Povo; emerge e triunfa a noção de que as sociedades devem prezar e preservar a Liberdade, assegurar a Igualdade, possibilitar a vivência em Fraternidade; o princípio da separação de poderes triunfa. Em toda esta evolução os maçons deram o seu contributo.

Trezentos anos depois, o mundo e a sociedade são radicalmente diferentes em relação ao que eram no início do século XVIII. Os valores que a Maçonaria adotou implantaram-se progressivamente em toda a sociedade e - felizmente! - hoje são essencialmente valores da sociedade, não de qualquer estrutura social, Maçonaria incluída.

Trezentos anos depois, verificando-se que o essencial do ideário maçónico venceu e está institucionalizado no mundo desenvolvido, inevitavelmente que surge a interrogação: continua, nos dias de hoje, a Maçonaria a fazer sentido? Não será hoje uma instituição ultrapassada pelo sucesso do seu ideário, transitada da modernidade no passado para o arcaísmo no presente? 

Em termos sociais, só o que mantém utilidade e sentido permanece. Tudo o que não preenche já o requisito da necessidade, do interesse, inevitavelmente estiola, fenece, cai em desuso, desaparece. Ou então transforma-se, assegurando a sua existência e pujança pela assunção de valores e interesses socialmente úteis e necessários no momento presente. Qual a função da Maçonaria hoje? Apenas a defesa dos valores que o tempo e a evolução social consagrou? Apenas uma instituição "anti-reviralho"? Ou será que a matriz genética da Maçonaria lhe permite vislumbrar, aprofundar, consensualizar novos caminhos ainda por explorar ou desenvolver, valores a implementar? Se assim é, quais os caminhos a que dar atenção, como consensualizar a direção a tomar?

Os tempos de hoje são radicalmente diferentes dos de há trezentos anos, de há duzentos anos, de há cem anos, mesmo de há cinquenta anos. As sociedades complexizaram-se visivelmente. A comunicação e os meios de a efetuar evoluíram, modernizaram-se, democratizaram-se, vulgarizaram-se. Onde antes havia poucos meios apenas ao alcance de uns poucos privilegiados, hoje tudo está praticamente à disposição de todos. A informação hoje é tudo menos escassa. Pelo contrário, começamos a ter dificuldade em selecionar, em determinar de entre a abundante cascata que incessantemente jorra sobre nós o que verdadeiramente interessa e o que é dispensável, o que é fundamentado e o que é apenas boato, palpite ou mesmo patranha. A segmentação de interesses e a extrema variedade de temas para os múltiplos interesses pessoais instalou-se. A informação hoje é multipolar e mundividente, cabendo ao indivíduo - a cada indivíduo - selecionar o que lhe agrada, o que lhe interessa, o que pretende. Neste circunstancialismo, qual o papel da maçonaria? Como pode e deve comunicar? Com que meios? Seguindo que estratégias? Procurando assegurar que objetivos?

Trezentos anos depois, estamos no fim do caminho, chegámos a uma encruzilhada ou simplesmente somos nós que temos de desbravar o caminho para que a Humanidade chegue aonde ainda não imaginou sequer poder chegar? O nosso - dos maçons, da Maçonaria, mas também da Humanidade - caminho chega até ao horizonte ou vai para além dele?

Tudo isto são interrogações que hoje se abrem à reflexão dos maçons e que é bom que os maçons se coloquem, em reflexão individual ou em análise coletiva, mas sempre plural.  

Por mim, penso que há ainda muito a fazer, que os sonhos e anseios do ideário maçónico estão ainda por completar. Quanta intolerância ainda campeia! Como são ainda vulneráveis muitos dos valores que, muitas vezes ligeiramente, consideramos solidamente implantados! E continua a haver - sempre continuará, acho - espaço e meio para cada um de nós poder melhorar e contribuir para a melhoria da sociedade. 

Mas também penso que as interrogações que atrás coloquei devem ser postas e que é tempo de lhes darmos atenção, de estudarmos os seus contornos e de buscarmos as respostas mais adequadas para cada uma delas. Nesse aspeto, a Maçonaria tem em si mesma uma caraterística organizacional que constitui uma poderosa ferramenta: a sua estrutura nuclear, com plena autonomia de cada Loja e, dentro destas, com plena aceitação dos caminhos e reflexões individuais de cada um. Isto permite que todas as interrogações acima colocadas - e muitas outras - sejam tratadas de formas diferentes, por gente diferente, em tempos diferentes, com diversas perspetivas. Cada Loja escolhe ou naturalmente dedica-se a um pequeno aspeto de um problema. Cada maçom interroga-se sobre o que lhe chama a atenção. Umas e outros buscam caminhos, propõem soluções. Cada Loja por si. Cada maçom em si. Em aparente desorganização e descoordenação. Mas é precisamente essa desorganização que se revela, afinal, muito bem organizada, na medida em que permite e gera o máximo de liberdade na reflexão dos grupos e dos indivíduos. Desse cadinho, a seu tempo emerge uma ideia que se espalha. Das ideias que se espalham, algumas fortalecem-se. Das que se fortalecem, algumas atingirão o patamar do consenso. E assim as ideias e os valores que o tempo presente reclama emergem e fazem o seu caminho, em sociedades modernas cada vez mais complexas.

Daqui a outros trezentos anos, quem então viver e se interessar fará o balanço sobre o êxito dos trabalhos, pistas, soluções e caminhos que agora efetuamos, buscamos, encontramos e prosseguimos.

abril 23, 2024

DIA DO LIVRO - Adilson Zotovici


Oh meu fiel companheiro
Que te tenho sempre à mão
Da terra ao dossel parceiro Trazer-te venho gratidão 

És meu guia tempo inteiro 
E me trazes tanta emoção 
Cada dia, costumeiro, 
Que aprazes meu coração

Cinzel dum livre pedreiro
Sobre o fel da escuridão 
Maço qual mel ao obreiro 

“Livro”... és a imensidão ! 
O universo é teu canteiro
 "Na obra" em execução ! 

23 DE ABRIL - DIA DE SÃO JORGE - SINCRETISMO e HISTÓRIA - Newton Agrella


(abordagem cultural)

Do ponto de vista eminentemente cultural, cabe nesta data, fazermos um resgate em homenagem a São Jorge, um dos Santos mais cultuados pelos brasileiros.

Cabe porém, uma breve consideração histórica e sócio-cultural.

Dada a miscigenação étnica ocorrida em nosso país, o resultado disto é um "melting pot" de elementos culturais e religiosos.

Isto, seguramente, contribui para explicar o Sincretismo que se processa em torno da figura de São Jorge.

O sincretismo religioso tem suas maiores expressões no Brasil por uma questão histórica. 

A colonização na  formação do povo brasileiro ultrapassou os limites daquilo que foi documentado e do que é oficialmente reportado.

Em razão disto, o culto e a devoção, particularmente a este santo, obedeceu uma condição muito peculiar.

Cabe registrar que ao enorme contingente de negros vindos da África na condição de escravos, eram proibidas as manifestações de suas crenças religiosas e a veneração a seus deuses.

Entretanto, com extrema inteligência, criatividade, sagacidade e o espírito de libertação que sempre trouxeram dentro de sí - e que por ela tanto lutaram - estas pessoas e seus descendentes encontraram meios de manter a fé em suas divindades e  desenvolveram uma analogia ou talvez um processo de alegoria, em que invocavam seus deuses (orixás) valendo-se de imagens de santos do catolicismo cristão.

Assim, criaram-se equivalências sincréticas : 

Oxóssi, como São Sebastião, Iansã, na forma de Santa Bárbara, Oxalá, como Jesus Cristo, Ogum, como São Jorge, dentre tantas outras.

Foi portanto, a partir deste ação sincretista, que as religiões ou cultos de matriz afro-brasileira, como a Umbanda e o Candomblé, construíram uma identidade singular, em que cada Orixá passou a representar um ou mais santos da Igreja Católica.

São Jorge, talvez tenha sido aquele que se tornou o mais popular dentro todos e cujo simbolismo se apoia sobre a crença de que se trata do Santo das estradas, dos caminhos, da proteção e da noite.

Há uma extensa literatura, cujos fragmentos históricos retratam com muita profundidade e propriedade todo esse Sincretismo tão inerente a uma significativa parcela de nossa sociedade.



DISPOSIÇÕES DA ALMA - Newton Agrella



A cada pouco,  Soberba e Arrogância costumam marcar encontros fortuitos.

Mas quando se juntam é uma explosão inebriante de deslumbramento.

É bem verdade que cada uma trilha seu caminho de maneira sórdida e por vezes imperceptíveis, porém jamais perdem suas identidades diante das circunstâncias da vida.

A "Soberba" lança seu olhar altivo, orgulhoso e quase pungente àqueles que a desafiam. Invariavelmente se posta em um plano superior a tudo e a todos.

Por outro lado, a "Arrogância" desfila seu ar presunçoso e insolente, que se julga acima do bem do mal, com sua natureza que se propõe inatingível.

No fundo, no fundo são irmãs. 

Arriscaria dizer que quase gêmeas.

Do alto de suas peculiaridades fazem questão de se manterem independentes e donas de seus próprios arbítrios...

Às vezes seus encontros são marcados por uma certa dose de indiferença e desdém.

Mal se entreolham e mal conseguem disfarçar seus incontáveis pontos comuns.

Suas origens são genuinamente humanas.  

E a mãe delas responde pelo nome "Vaidade"...



BREVE HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO DA GLUI - GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA


Uma vez fundada a Grande Loja de Londres em 24.06 l7l7, como já se sabe da história da Ordem, que ocorreu na Cervejaria do Ganso e da Grelha( The Goose and Gridiron), onde se reuniram alem de uma Loja com o mesmo nome, mais três a saber: A Coroa (The Crown); A Macieira( The Apple) e a O Copázio(copo grande, copaço) e as Uvas( The Rummer and Grappes) Elegeram como primeiro Grão-Mestre o Irmão Sir. Antony Sayer. As três primeiras Lojas foram constituídas de maçons operativos e a quarta a do Copázio e das Uvas foi constituída por homens eminentes, nobres e entre eles o Reverendo James Anderson,que escreveria em l723 o famoso Livro das Constituições (Livre des Constituitones), mais conhecido como Constituições de Anderson. Era nessa época uma Maçonaria de apenas dois graus. Não havia o grau de mestre, havia o cargo de Mestre da Loja O grau de Mestre foi introduzido na Maçonaria em l725 e definitivamente incorporado em l738. Em 11.05.l725 teriam sido elevados ao grau de Mestre os dois primeiros maçons na história da Ordem: Papillon Bul e Charles Cotton. Interessante que, os primeiros Grão-Mestres da Maçonaria no mundo eram Companheiros e não Mestres.

Entretanto, apesar desta iniciativa da Maçonaria Inglesa, fundando a que seria a primeira potência maçônica, a Grande Loja de Londres, a sua influência na Inglaterra durante muito tempo, foi relativa pois uma grande parte das lojas inglesas em respeito aos antigos costumes onde os “Maçons livres em Lojas livres” predominavam, não queriam saber de novidades, principalmente em função do já conhecido conservadorismo inglês. O principal foco de resistência foi a velha Loja do condado de York. Os Maçons de muitas lojas teimavam em não seguir não só a uma organização obedencial, bem como eram refratários às inúmeras alterações que foram introduzidas sendo por esta razão chamados de Antigos e evidentemente os Maçons da Grande Loja de Londres eram chamados de Modernos.

Em l725 na cidade de York foi fundada a Grande Loja se autoproclamando Grande Loja da Inglaterra. Cessou suas atividades mais ou menos l740.

Em l75l foi fundada uma Grande Loja dos Antigos, formada de maçons irlandeses que haviam sido impedidos de pertencer às lojas inglesas. O maçom que mais se bateu contra os Modernos foi o irlandês Lawrence Dermott, publicando em l756 as Constituições da Grande Loja dos Antigos sob o título Ahiman Rezzon( Ahim quer dizer Irmãos: manah, escolher e ratzon, lei) Ele afirmava que os Antigos deveriam ser chamados de Maçons de York porque a primeira Grande Loja da Inglaterra havia sido reunida em York em 926 pelo príncipe Edwin. Entretanto, sabemos que se trata de uma lenda e não da realidade maçônica inglesa dos séculos XVII e início do XVIII.

Somente em l76l, foi reativada a Grande Loja de York, ligada à cidade do mesmo nome, com a seguinte sigla: Grande Loja de toda a Inglaterra( The Grand Lodge off all England). Os maçons desta Grande Loja criticavam a Grande Loja de Londres por ter esta realizado muitas alterações a saber: mudaram as formas de reconhecimento nos graus na Maçonaria, retiraram as orações dos procedimentos; descristianizaram o ritual, omitiram os Dias Santos, mudaram a forma de preparação do candidato; enxugaram o ritual, deixando de dar as instruções como até então eram ministradas; cortaram a leitura dos Antigos Deveres nas Iniciações; retiraram a Espada durante as Iniciações, mudaram o antigo método de arrumar a loja e também alterações e mudança na função dos diáconos, colocaram o Altar dos Juramentos no centro da loja, alem de outras alterações.

Uma outra Grande Loja, a quarta, apareceu na Inglaterra em l777 por ocasião da cisão havida na Loja Antiquity, quando parte da Loja acompanhou o grande maçom Willian Preston, separando-se da Grande Loja de Londres, porem voltando daí há onze anos em l788 à Potência de origem. Willian Preston, grande palestrante e compilador dos então catecismos maçônicos., ele teria sido o primeiro maçom a dar o significado simbólico às ferramentas de trabalho dos operários da construção.

De fato, a Grande Loja de Londres, imprimiu um tipo de catecismo(não se chamava ritual naquela época), introduzindo uns procedimentos e retirando outros, mais no sentido de atualização e renovação. Criaram um Ritual muito parecido com o atual Rito de York Americano.

Quanto aos maçons do condado de York e os outros que se opunham às modificações implantadas pela Grande Loja de Londres praticavam um ritual parecido ao que Samuel Prichard de maneira perjura, publicou num jornal de Londres em 10 de Janeiro de l730 de dois graus. Eram conservadores e não admitiam modificações em hipótese alguma.

Entretanto, a Maçonaria Inglesa chegou à conclusão que tanta divergência não levaria a Ordem a lugar algum, já em l794 os dois Grão-Mestres rivais solicitaram ao Duque de Kent que intermediasse um acordo entre as duas Potências, no sentido de uma unificação. Em l809, a Grande Loja de Londres constituiu uma Loja de Promulgação ou Reconciliação, com a finalidade de estudar a fundo o problema. Esta Loja chegou a conclusão após estudos que se poderia atender a todos os interessados, principalmente no tocante ao Ritual, isto é cederiam em favor dos Antigos em parte, suas maiores reivindicações.

Em l8l3 por coincidência dois nobres, irmãos de sangue eram os Grão-Mestres das duas Potências adversárias, o Duque de Sussex da Grande Loja de Londres e o Duque de Kent, Grão-Mestre da Grande Loja de toda a Inglaterra. Assim, em 27.de Novembro daquele ano, foi assinado um tratado com 3l artigos sacramentando a união de ambas as Obediências. Não foi lavrada ata, para se salvaguardar o segredo maçônico e o Duque de Kent propôs que seu irmão o Duque de Sussex fosse o primeiro Grão Mestre da nova Potência que passou a se chamar Grande Loja Unida da Inglaterra, nome este que permanece até a presente data. A partir daí a Maçonaria Inglesa entrou numa fase de paz e tranqüilidade. Acresça-se que apesar de terem chegado a um acordo acabou prevalecendo em quase 80% das práticas adotadas pelos Antigos. Há na Inglaterra uma certa tolerância, pois existem algumas pequenas diferenças nas práticas ritualísticas perfeitamente aceitas sem que isto venha a ser enxertos, invenções, adendos consistindo apenas em tradições sem constituir problemas entre os maçons ingleses, cuja mentalidade é bastante diferente da nossa, já que temos uma capacidade de inventar muito grande.

ALGUNS ESCLARCIMENTOS QUANTO AO NOME DO RITO (TRABALHO) NO BRASIL E SÍNTESE DA HISTÓRIA DO RITO NO PAÍS

Se vasculharmos detidamente os rituais ingleses notaremos que não existem alguns termos os quais foram traduzidos para o português aqui no Brasil de forma inadequada, e que acabaram sendo usados incorretamente e até se tornarem erradamente tradicionais. Em realidade não existe o Rito de York Inglês. Existe sim, o Rito de York Americano que nada tem a ver com sistema ritualístico inglês. O sistema Inglês de Ritualística tem o nome de Arte Maçônica (Craft Masonry) Não encontramos os termos Rito de York (York Rite), e nem o Rito de Emulação(Emulation Rite).

Existem os nomes de Ritual de Emulação(Emulation Ritual) e Trabalho de Emulação( Emulation working).

A partir de l871 foi criado um ritual denominado “ The perfect Cerimonies of Craft Masonry” ( Cerimônias Exatas da Arte Maçônica), impresso pela “A Lewis, Publishers” de Londres.

Existe o termo Emulation( Emulação), ligado a uma Loja a “Emulation Lodge of Improvement” (Loja Emulação de Melhoramento)fundada em l823,verdadeira escola de maçonaria onde são dadas instruções por preceptores que ensinam o ritual aos Irmãos, que existe e funciona até a presente data.

Se formos usar o nome do sistema maçônico inglês corretamente deveríamos nos referir a este Rito como Trabalho de Emulação, e Ritual de Emulação aos procedimentos ritualísticos, porque em realidade na Inglaterra, o que nós chamamos de Rito de York, conforme já frisamos lá não existe tal expressão. Lá os maçons se dizem pertencer à Craft Masonry e não a um Rito, como aqui no Brasil. Craft significa oficio ou arte. Costumam dizer que pertencem ao Oficio Maçônico e não a um Rito.

O sistema inglês de Maçonaria entrou no Brasil através da “ Orphan Lodge” no Rio de Janeiro em 28.06.l837. Em 2l.09.l839 também no Rio de Janeiro, foi fundada a “St.Jonh’s Lodge” e a terceira Loja foi a “Southern Cross Lodge” em Recife que recebeu a Carta Constitutiva ou Carta Patente em 25.04.l856. Todas estas Lojas receberam autorização diretamente, isto é, a Carta Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra. Não tinham quaisquer vínculos com a Maçonaria Brasileira. Estas lojas tiveram existência efêmera. mas marcaram oficialmente o contato do Brasil com o sistema ritualístico inglês. A última delas a abater colunas foi a“Southern Cross Lodge” em l872 ou l873.

O Grande Oriente do Brasil ao Vale dos Beneditinos,depois Grande Oriente Unido (dissidente do GOB) fundado em 09.l1.l863 por Saldanha Marinho fundou três lojas, pelo sistema americano, onde o Rito usado tem realmente o nome de Rito de York, sem relação com o sistema inglês. Foram elas: a Loja “Vesper” no Rio de Janeiro em 30.ll.1872 a “Washington Lodge” em Santa Barbara do Oeste -Sp. onde imigraram americanos após a Guerra Civil Americana e a “Lessing” em Santa Cruz do Sul no Rio Grande do Sul em 22.03.l880.

Entretanto a primeira loja de origem inglesa fundada sob os auspícios de uma Potência no Brasil foi a Loja “Eureka” em 21.10.l891 pelo GOB.

Em 21.l2.l9l2 o Grande Oriente do Brasil assinou um tratado com a Grande Loja Unida da Inglaterra, onde houveram dois textos, um em português, onde foi traduzido como “Grande Capítulo do Rito de York” e no inglês como “Grand Conseil of Craft Masonry in Brazil”, cuja tradução correta seria “ Grande Conselho do Ofício Maçônico no Brasil”, evidentemente se referindo à Maçonaria Simbólica. No brasão emblemático, estão inseridas as letras G.C.C.M. na parte superior e Brasil com “z” na parte inferior.

As lojas componentes deste Grande Conselho, ou Grande Capítulo como querem os brasileiros foram:

“Eureka Lodge ” nº.440 – Rio de Janeiro Fundada em 22.10.189l

“Duke of Clearence”nº.443- Salvador Bahia Fundada em10.10.1892

“Morro Velho Lodge”nº. 648- Nova Lima-Mg. Fundada em 20.03.1899

“Lodge of Unity” nº.792– São Paulo –Sp Fundada em 22.09.1902

“St. George’s Lodge” n.8l7 – Recife – Pe Fundada em30.06.1904

“Lodge of Wanders” nº 856 – Santos – Sp. Fundada em 05.09.1907

“Eduardo VII Lodge”nº903 – Belém – Pa. Fundada em 10.11.1911

A última Loja, a sétima, foi fundada para que se pudesse criar o Grande Capítulo, ou Grande Conselho. Outras Lojas vieram a fazer parte deste Corpo, como a “Campos Salles Lodge”;nº966 em São Paulo -Sp.; “Lodge of Friendship”nº.975 em Niterói- RJ; “ Centenary Lodge” nº.986 em São Paulo -Sp.; “Royal Edward Lodge” nº l.096 no Rio de Janeiro.

Em 06.05.l935 estas Lojas passaram a fazer parte de uma Grande Loja Distrital, já que as Lojas juridiscionadas à Grande Loja Unida da Inglaterra fora do Reino Unido são agregadas em Distritos. A Grande Loja Distrital no Brasil ( hoje, Grande Loja Distrital para a América do Sul –Divisão-Norte) teve a anuência do Grande Oriente do Brasil para esta situação, já que a maioria dos membros destas Lojas era de origem inglesa. E alem do mais em troca, interessava e muito ao GOB o reconhecimento formal da Grande Loja Unida da Inglaterra. Cessava assim as atividades do Grande Capítulo ou Grande Conselho, como seria o nome correto. Esta Entidade não conferia graus, não se tratava de um Corpo de graus superiores, já que estes não existem neste sistema ritualístico. Foi criada mais para se tratar de assuntos administrativos.

Em l920, o Irmão Joseph Thomas Wilson Sadler do quadro da Loja “Lodge of Unity” de São Paulo, baseado na Edição de l9l8 do Ritual “ The Perfect Cerimonies of Craft Masonry” fez uma tradução do Ritual inglês para o português com a aprovação da Grande Loja Unida da Inglaterra. Ele usou corretamente a expressão “ Cerimônias Exatas da Arte Maçônica” e não mencionou a expressão Rito de York.

Em l976 foi reimpresso o Ritual de l920, e aí apareceu a expressão “Rito de York”, que aliás já vinha sendo usado há muito tempo, consagrando assim definitivamente no Brasil, um nome que não existe no sistema inglês, quando se sabe que lá na Inglaterra este Trabalho (Rito) não tem esta denominação. Como todos os Rituais usados atualmente pelos brasileiros estão baseados nesta tradução, e como foi inserido em l976 o termo Rito de York, ainda que de forma incorreta, tornar-se-á- muito difícil após muitos anos se desfazer deste erro que já se tornou corriqueiro e de uso geral.

A versão feita pelo Irmão Sadler tem incorreções com relação à tradução, se bem que poucas, porem um dos maiores erros deste Ritual foi colocarem o V:.M:.e demais Oficiais com os três pontinhos, quando sabemos que eles não existem no sistema ritualístico inglês. O correto seria V.M., conforme abreviamos as palavras na língua portuguesa.

Atualmente esta tradução foi copiada pelas demais Potências o seu diálogo usado em todo Brasil, é praticamente o mesmo mas existem dificuldades com relação a liturgia, a qual os ingleses fazem questão, quem sabe, com muita razão de esconde-la. Não ligam muito se outros povos praticam ou não seu sistema, a não ser os do Commonwealth. E os brasileiros, são useiros e vezeiros em “escocesar ”qualquer sistema quer inventando quer enxertando procedimentos. Há dificuldade aqui no Brasil em se freqüentar as Lojas Distritais inglesas, já que poucos Irmãos entendem a língua inglesa. Aprendemos alguma coisa com Irmãos brasileiros que freqüentam tais lojas, bem como com Irmãos que pertencem à Potências reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra e que freqüentem lojas na Inglaterra quando de passagem por aquele país.

COMO É PRATICADA A MAÇONARIA NA INGLATERRA

A Maçonaria Simbólica inglesa é totalmente controlada pela Grande Loja Unida da Inglaterra, sendo que lá como já referimos, não se fala em Ritos e sim de em um conjunto de procedimentos ritualísticos maçônicos; chamados Trabalhos. No caso o Trabalho de Emulação que é o Trabalho predominante,( cerca de 85%) tem um Ritual chamado Ritual de Emulação (Emulation Ritual)

A Grande Loja Unida da Inglaterra no entanto, reconhece outros tipos de Trabalhos a saber:

Taylor Working, Bristol Working, Lewis Working, West End Working, Stability Working, Universal Working, alem de outros tipos de Trabalhos menos divulgados. Todos estes tipos de Trabalhos são muito parecidos com o Emulation Working. Talvez o mais diferenciado seja o Bristol Working, no qual o Venerável usa um tipo de chapéu chamado “cocked hats” muito usado na marinha inglesa. Neste Trabalho as cerimônias também são um pouco diferentes.

O Trabalho de Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não chega a ser um novo grau chamado Santo Arco Real. Não se trata em absoluto de um grau superior, porem tem uma ritualística própria. Ele é freqüentado pelos Past-Masters. Não confundir o Santo Arco Real do sistema inglês com o Corpo de Graus Superiores do sistema americano( Rito de York Americano). conhecido como Real Arco que tem vários graus. Esta história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, se bem pensada, não é bem assim . Não é um grau porque eles não querem que seja, pois se comporta como se fosse um grau, pois tem até um ritual especial. Esta é a verdade.

A Grande Loja Unida da Inglaterra que se julga a Loja-Mãe do mundo e se dá o direito de reconhecer ou não outras Obediências Simbólicas ou seja, Grande-Orientes e Grandes Lojas, onde é inflexível em seus critérios de reconhecimentos, no entanto, não cogita, não proíbe, não tem tratados, não interfere com relação aos chamados Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os. Seu poder total se refere tão somente aos graus simbólicos.

Qualquer membro de um dos Trabalhos quer seja o de Emulação, Bristol West End e etc., poderá buscar caso queira, graus superiores, em outros Ritos outras Ordens, ou GRAUS PARALELOS como lá são chamados, por exemplo no Rito Escocês Antigo e Aceito ou mesmo no Real Arco do Rito de York Americano ou em qualquer outro sistema de Graus Superiores, desde que não interfira na parte Simbólica.

Na Inglaterra e País de Gales existe um Supremo Conselho 33 do Rito Antigo e Aceito( Ancient and Accepetd Rite- Supreme Council 33 ) fundado em 1845. Não leva o nome de Escocês mas não é outro senão o nosso já por demais conhecido Rito Escocês Antigo e Aceito.

Os Irmãos poderão também ingressar na Ordem do Monitor Secreto- Grande Conselho( Order of the Monitor.

Ainda existem outros tipos de Maçonaria de Graus Superiores como por exemplo, a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real – Grande Colégio- (Order of Holy Royal Arch Knight Templar Priests) e ainda na Ordem da Cruz Vermelha de Constantino e Ordens Correlatas (Order of Red Cross of Constantine and appendant Orders).

Existem outros GRAUS PARALELOS que merecem ser citados:

- Grande Loja de Mestre da Marca – Mestres de Marca – ( Grand Lodge of

Mark Masters- Mark Degree).

- Graus de Nauta da Arca Real ( Royal Arch Mariner Degree).

- Ordem dos Reais e Seletos Mestres- Grande Conselho-( Order of- Royal and Select Masters

Fonte: Msmacom.

abril 22, 2024

NOVA DIRETORIA DA ACADEMIA MAÇÔNICA VIRTUAL BRASILEIRA DE LETRAS


MICHAEL WINETZKI foi eleito o novo presidente da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras. 


No dia 21 de abril de 2024, às 18h (horário de Brasília), pela plataforma Zoom, a Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras (AMVBL) celebrou seu terceiro aniversário de fundação, e na ocasião houve Palestra Pública com o tema: A Academia Maçônica e seu propósito proferida pelo presidente e SGM Paulo Benevenute Tupan, um de seus fundadores. 


Em atendimento à convocação de 7 de março de 2024, o Confrade Michael Winetzki apresentou a chapa da nova Diretoria, para o período de 2024/2027, que foi eleita por aclamação, tendo a seguinte composição:


Presidente: Michael Winetzki

Vice-Presidente: Izautonio da Silva Machado Junior 

Diretor Secretário: Adilson Zotovici

Diretor Tesoureiro: Oduwaldo Álvaro

Diretor de Informação e Tecnologia: Vanderlei Coelho Santos

Diretor de Comunicação: Roberto Zardo 


Conselho Fiscal:

Denizart Silveira de Oliveira Filho  

Fuad Haddad

Valdir Anderson Silvério


Suplentes:

Kleber de Toledo Siqueira  

Cledson Cardoso


A AMVBL congrega 52 membros titulares e 12 membros correspondentes, entre os melhores escritores e intelectuais maçônicos do país. O compromisso da nova diretoria é ampliar o escopo do ensino e da divulgação da cultura maçônica.

QUATRO HÁBITOS DOS LÍDERES MAÇONICOS DE SUCESSO - Wayne Spooner – Presidente do Comité de Membros da Grande Loja


O Venerável Mestre de uma Loja Maçônica é um condutor crítico do sucesso, vitalidade e progresso da sua Loja. São-lhe atribuídos deveres, responsabilidades e poderes específicos, tal como estão delineados no Livro de Constituição e Estatutos da sua Grande Loja, juntamente com os derivados dos Antigos Usos e Costumes da Maçonaria. Dentro do contexto de governar a sua Loja, o Venerável Mestre é equivalente a ser um Monarca. A sua consciência, humildade e desejo de servir fielmente os seus Irmãos e a Maçonaria são os contrapesos ao abuso dessa autoridade significativa colocada ao seu cuidado, uma vez eleito e empossado como Venerável Mestre.

Um Venerável Mestre deve ser um exemplo de um Mestre Maçom que é digno e merecedor de elevado respeito por parte dos Irmãos da sua Loja.”

Tenha em mente que a palavra “Venerável” tem um significado antigo. Era um título atribuído a indivíduos altamente considerados na sociedade que eram considerados “dignos e merecedores de elevado respeito”. Portanto, um Venerável Mestre deve ser um exemplo de um Mestre Maçom que é digno e merecedor de grande respeito por parte dos Irmãos da sua Loja. Além disso, ele é o representante do “Pilar da Sabedoria” e espera-se que seja conhecedor, bem treinado, sábio e suficientemente capaz de ensinar e dirigir os Irmãos para o sucesso coletivo da sua Loja. Dito de outra forma, o Venerável Mestre deve ser capaz de “pôr os Irmãos a trabalhar e dar-lhes a instrução adequada”. Adquirir o conhecimento, a capacidade e a experiência para se tornar um “Líder Servo” eficaz como um Venerável Mestre leva anos de estudo focado, desenvolvimento pessoal e orientação em várias disciplinas e tópicos maçónicos.

Os Veneráveis Mestres mais bem sucedidos implementam quatro Hábitos para liderar eficazmente os seus Irmãos e obter resultados positivos para as suas Lojas. Vamos rever um de cada vez.

*Hábito nº 1:* fornecer aos Irmãos da Loja uma Cadência Previsível de Comunicação. Quer seja semanalmente, de duas em duas semanas ou mensalmente, estes Veneráveis Mestres distribuem comunicações à Irmandade sobre como desfrutar de uma experiência de qualidade de Membro Maçónico e como os indivíduos podem participar como membros valiosos de uma Loja Ativa. Estes líderes não mantêm a Irmandade na dúvida sobre o que é importante ou sobre as principais prioridades da Loja, os eventos importantes no Calendário Maçónico a que deve assistir, os pontos da Agenda para a próxima reunião da Loja e o valor da sua participação, e quais são as competências, talentos e compromissos de tempo dos voluntários necessários para ajudar a tornar os próximos eventos da Loja, cerimónias de graduação e outras atividades um sucesso. Os Irmãos da Loja estão atentos a estas comunicações para lhes dar uma orientação clara e ajudar a resolver questões importantes.

*Hábito nº 2:* o planeamento e a definição de prioridades. Uma vez que a “esperança” não é uma estratégia eficaz, estes Veneráveis Mestres bem sucedidos sabem que o planeamento e a concentração da Irmandade num pequeno número de prioridades chave conduzem aos melhores resultados positivos para a Loja. Em particular, estes Veneráveis Mestres coordenam a criação de um Plano da Loja por escrito para o ano, que pertence a todos os Irmãos da Loja. É o seu Quadro de Loja partilhado ou roteiro comum para as prioridades e atividades importantes para os Irmãos compreenderem e implementarem em conjunto. Com um Plano de Loja sólido em vigor, as actualizações sobre o progresso coletivo da Irmandade e as atividades futuras são componentes chave das comunicações regulares do Venerável Mestre mencionadas no Hábito nº 1.

*Hábito nº 3:* Monitorizar os Resultados e Celebrar o Sucesso. As atividades mensais de uma Loja Ativa são dinâmicas. Estes Veneráveis Mestres bem sucedidos acompanham proativamente o progresso dos projetos da Loja, eventos, saúde financeira, entre outros itens importantes. Fazem um esforço intencional para identificar e celebrar as ações positivas que estão a ser realizadas pelos Irmãos para fazer avançar o trabalho da Loja. Estes líderes reconhecem oficialmente os Irmãos que estão a trabalhar diligentemente para a Loja e partilham simples agradecimentos que são a principal forma de “pagar o salário aos Artesãos”. Através destas ações impactantes, estes Veneráveis Mestres promovem um trabalho de equipa harmonioso e implementam formas de se divertirem, socializarem e construírem relações mais profundas entre os Irmãos.

*Hábito nº 4:* Promover a Melhoria Contínua e uma Cultura de Aprendizagem. Estes sábios e bem sucedidos Veneráveis Mestres sabem que a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e o ensino são elementos vitais de uma Loja vibrante e ativa. A Educação Maçónica e o Esclarecimento são partes valiosas de uma Experiência de Qualidade de Membro Maçónico para os Irmãos, especialmente para os Oficiais da Loja. Estes líderes sabem que a Maçonaria oferece oportunidades únicas de autoaperfeiçoamento e melhoria contínua para cada Irmão, independentemente da sua formação profissional, laboral ou educacional. Estes Veneráveis Mestres demonstram exteriormente um profundo respeito e reverência pelo estudo, pela aquisição de proficiência e pela partilha de conhecimentos, que são os principais facilitadores da nossa jornada maçónica individual de autoaperfeiçoamento. Por exemplo, dedicam regularmente tempo durante as Reuniões das Lojas para palestras informativas, apresentações e discussões para alargar a compreensão da Irmandade sobre a Maçonaria e o significado das suas lições intemporais que podem ter um impacto positivo nas suas vidas. Fundamentalmente, estes Veneráveis Mestres inspiram a Irmandade a aprender continuamente como estudantes humildes e partilham os seus valiosos conhecimentos com outros membros da Loja como professores apaixonados e valiosos. Ao combinarem estes atributos, constroem em conjunto a base para serem verdadeiros “Mestres” Maçons.

Estes Quatro Hábitos dos Líderes Maçônicos de Sucesso são simples, mas não são fáceis! Para obter os resultados positivos associados aos hábitos acima descritos, é necessária uma disciplina pessoal. Como uma definição de trabalho,” Disciplina é uma série de ações e comportamentos repetitivos que conduzem a um nível consistente de resultados de alto desempenho.” Estes Veneráveis Mestres de sucesso causam um impacto favorável na Irmandade e na Maçonaria através da diligência e execução consistentes dos Hábitos acima referidos. Esta consistência é um dos principais impulsionadores de resultados positivos e sucesso contínuos!

Por último, para todos os Veneráveis Mestres atuais e aspirantes, mantenham estes quatro Hábitos em constante observação e implementem-nos de forma consistente para o melhoramento da vossa Loja e da nossa antiga e honrosa fraternidade. Olhem bem para o Oriente!

Fonte: Illinois Freemasonry Magazine – Winter 2024 | Volume 35 | nº 1 | ilmason.org*

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO MAÇÔNICA - Charles Evaldo Boller


Especula-se que: o universo é resultado de projeto inteligente com finalidade definida; não é o resultado de ocasionais ocorrências aleatórias; que a vida tem propósito significativo; que é lógico pensar na vida com intenção de preencher finalidade determinada, planejada.

Na contramão disso, o homem percebe que muitas de suas atividades são dispersivas e alienantes no uso da vida. Para a maioria a vida não tem sentido, principalmente na forma correta de usufruir o que realmente a natureza intenciona no viver bem.

Na atividade do homem não se concebe que faça o que é certo em um aspecto da vida, enquanto comete erros em outros. Como fará em sua caminhada para não perder a visão de sua vida em sentido lato? Como deve agir para usufruí-la como um conjunto indivisível?

O homem que se iniciou nos mistérios da Maçonaria descobre na vida a existência de maravilhas a serem exploradas, questionadas e aplicadas para usufruir de sua existência da maneira mais equilibrada possível com o propósito do Criador. Pela educação maçônica o homem deixa de ser um morto-vivo de comprometida visão da vida.

A Maçonaria e seus mistérios oferecem ferramentas e instruções que removem barreiras e possibilita o usufruto da vida em sua plenitude. O senso do mistério alimenta emoções residentes na psique e que são trabalhados nas atividades maçônicas. A ciência em forma de arte traduz a emoção fundamental para o progresso pessoal. São mistérios que não inspiram medos, o maçom faz o bem porque isso é parte de sua nova vida e não porque tem medo de algum castigo ou almeje hipotético prêmio depois de morto.

Se aplicada passo a passo, de forma simples, a essência da vida é aprendida e, se for da vontade do adepto, liberta-o da escravidão, do servilismo ao sistema desumano de vida, que o espreme e suga toda a sua força ativa até sobrar apenas bagaço. Ao sujeitar a ambição ao controle racional, liberta-se do pior tipo de servilismo, pior até que a própria fome e pobreza. Ao inspirar coragem e decisão no adepto, a filosofia da Maçonaria conduz àquele que passa a confiar em si mesmo e conduz seus próprios passos ao prazer de conquistar a vitória sobre si mesmo. Ao sentir que é capaz de conduzir a si mesmo torna-se apto a conduzir aos que ainda não despertaram.

As noções filosóficas da Maçonaria auxiliam na absorção do conhecimento que livra do obscurantismo e da alienação ao trabalho. São aplicadas apenas umas poucas horas semanais em treinamento e convivência que eliminam anos de frustrantes tentativas de acertos e erros até obter a visão necessária para dar sentido à vida. Não se trata de entendimento intelectual, político ou crença, mas de um sentido misterioso, ainda inexplicável, de intuição individual que dá sentido à vida. Cada adepto usa da Maçonaria para dar o seu próprio sentido para a vida sem ficar batendo cabeça em tentativas inúteis e fantasiosas.

O sucesso pessoal não é devido exclusivamente à força ou ao conhecimento, mas diz respeito à vontade férrea, de coragem para agir. O entendimento de como caminhar por conta própria advém do conhecimento esotérico que conduz ao sucesso pessoal, familiar, social e profissional. A convivência maçônica inspira o conhecimento intuitivo e o fortalecimento do caráter que conduzem o maçom, que inicia a si mesmo, a uma consciência superior. Não um super-homem, mas um homem renascido de sua própria decisão de fazer de si mesmo uma criatura em permanente evolução.

Ao trabalhar em si mesmo, na pedra, o adepto participa na construção de um templo social onde ele é incentivado a ocupar cada vez mais cargos, públicos ou privados, de modo a conduzir a sociedade por bons pastos. Não se trata de conduzir gado de corte por fértil campo de engorda e deste ao matadouro da exploração, mas de propiciar oportunidades razoáveis de vida sem eliminar as diferenças e os desníveis que são característica de civilizações saudáveis. É a sabedoria salomônica aplicada no dia-a-dia do cidadão. O homem sábio é muito mais forte que o bruto, pois o conhecimento aplicado com sabedoria é muito mais forte. O conhecimento provê a base sólida da construção pessoal que se afasta da alienação do sistema de coisas humano pela aplicação do pensamento sábio.

Maçonaria é arte. É uma ciência que permite construir o intelecto cuja compreensão possibilita o despertar, o abraçar da iluminação que vem da racionalidade conduzida por balanceada espiritualidade - diferente de religiosidade. A luz que o maçom busca é o aperfeiçoamento pessoal em seu dia-a-dia. A Maçonaria faz deste entendimento o ponto essencial a ser alcançado. É mero coadjuvante o esforço das atividades maçônicas restantes ao objeto central que é a evolução do homem. O estado de iluminação inspirado pela Maçonaria destrói a mascara da ilusão do sistema de coisas humano que manipula separações e quebra de relações que conduzem a alienação da vida para objetivos fúteis e inúteis. No instante em que o maçom abre os olhos e vê a luz do que é certo e errado torna-se sensato. Desaparece a ilusão e ele deixa de experimentar o que está errado na tentativa de acertar, torna-se mais objetivo e acerta no primeiro ensaio muito mais vezes. Some o ilusionismo com seus truques que submetem o homem a um servilismo voluntário em virtude da perda de noção da realidade.

Surge nova consciência quando a iluminação esclarece a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Fica claro o entendimento de que a crença em verdades absolutas ditadas pelos sistemas religiosos não torna seus adeptos pessoas espiritualizadas. Também não é espiritualizado o maçom que não iniciou a si mesmo, que insiste em aprisionar-se na execução de rituais sem penetrar em seus significados. A intenção da educação maçônica é criar a identidade própria do indivíduo afastado de influência ditatorial externa e aproxima-lo da dimensão espiritual que já reside dentro dele. Esta dimensão existe em todos. Basta que acorde. Não está contida no pensamento, mas numa dimensão diferente e inspirada na intuição. Por isso a filosofia maçônica incentiva à diversidade de pensamentos. Procura-se provocar no homem a obtenção de matéria prima para construir pontes evolutivas que progridem aos saltos sobre os precipícios da ignorância. Não se admitem limitações ao pensamento como é objetivo dos sistemas alienantes de crenças. O fato de a espiritualidade surgir em larga escala fora do sistema de crenças é novo para a sociedade em geral, mas é usado faz séculos pelos maçons que iniciaram a si mesmos nos mistérios da arte da Maçonaria.

A iluminação, o andar com as próprias pernas inspirado pela Maçonaria desperta a compaixão que se traduz num homem dotado de menos cobiça; torna-o mais alegre porque a sabedoria o afasta do sofrimento; alimenta a igualdade onde se produzem mais amigos unidos pelo poderoso laço do amor; inspira a ternura que remove a discriminação que produz tantos inimigos. Afasta ignorância, falsas imaginações, desejos viciantes e estultícia, todas nascidas na própria mente, manifestadas pelas ilusões e manipuladas pelo ego.

A mudança estimulada pela educação maçônica repele os desejos da mente e afastam os sofrimentos, lutas inúteis alimentadas pela cobiça, estultícia e ira. Maçom que se iniciou é homem armado com espada - a sua língua, a sua oratória —, e escudo, - o conhecimento de seu cérebro. Pela iluminação, - kant, Aufklärung - anda com os próprios pés. Está sempre pronto para o bom combate com mente treinada para alcançar o objetivo de construir uma sociedade humana dentro dos desígnios estabelecidos pelo Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:

1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;

2. SILVA, Georges da, Budismo, Psicologia do Autoconhecimento, 222 páginas, Ed. Pensamento Ltda
, São Paulo;

3. TOLLE, Eckhart, Um Mundo Novo, o Despertar de uma Nova Consciência, tradução: Henrique Monteiro, ISBN 978-85-7542-313-4, primeira edição, Editora Sextante Limitada, 266 páginas, Rio de Janeiro, 2005.

A ESCADA DE JACÓ - Darren Allan



Você já sentiu que algo estava faltando em sua vida – um sentido mais profundo de significado, propósito ou conexão com o divino? No mundo atual, orientado para os materiais, é fácil perder de vista o que realmente importa e distrair-se com a busca de riqueza, status e prazeres mundanos

Um dos símbolos-chave da Maçonaria é a história da Escada de Jacó do livro do Gênesis. Esta história e as lições que ela transmite podem servir como um guia poderoso para quem busca viver uma vida mais significativa e virtuosa.

No livro de Gênesis, lemos sobre como Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, adormeceu uma noite usando uma pedra como travesseiro. Enquanto dormia, sonhou com uma escada que se estendia da terra ao céu, com anjos subindo e descendo por ela. No topo da escada, Deus apareceu a Jacó e reafirmou a aliança que havia feito com seus antepassados, prometendo abençoá-lo e a seus descendentes.

Quando Jacó acordou, percebeu que havia passado por uma profunda experiência espiritual. Ele ergueu a pedra sobre a qual havia dormido como coluna, ungiu-a com óleo e deu ao lugar o nome de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ele prometeu seguir a Deus e dar-lhe um décimo de seus bens.

Mas antes que Jacó pudesse cumprir esse voto, ele precisava fazer algo importante. Ele teve que remover os “deuses estrangeiros” de sua casa – os ídolos e objetos religiosos associados às religiões pagãs das culturas vizinhas. Ele sabia que, para se dedicar verdadeiramente ao único Deus verdadeiro, ele teria que abrir mão de qualquer coisa que pudesse distraí-lo ou desencaminhá-lo.

Esta história tem paralelos poderosos na Maçonaria e em nossas próprias vidas. Assim como Jacó teve que remover os deuses estrangeiros de sua casa, nós também devemos remover os “deuses estrangeiros” do materialismo, da ganância e do vício de nossas vidas se quisermos subir a escada do crescimento espiritual. Nas nossas cerimónias maçónicas, isto é simbolizado pela entrada de todos os maçons no nível e no esquadro, desconsiderando o material - um abandono simbólico da riqueza e dos apegos mundanos.

Mas eliminar essas distrações é apenas o primeiro passo. Para nos prepararmos verdadeiramente para encontrar o divino, devemos também purificar nossos corações e mentes. Em Gênesis, Jacó instruiu sua família a se purificar antes de ir para Betel. Isto envolvia limpeza ritual e a eliminação de pensamentos e motivos impuros.

Na Maçonaria, esta purificação é simbolizada pelos desejos de iniciação do candidato. Ele é questionado se ele vem com um coração puro e intenções nobres, livre de quaisquer motivos indignos. Esta ênfase na pureza de coração ecoa a limpeza espiritual e moral que Jacó e sua família passaram.

Então, em algum momento da cerimônia, o candidato é investido com o avental branco de pele de cordeiro - a insígnia de um maçom e um símbolo da pureza e inocência que se espera que ele cultive em sua vida. Esta é uma mudança simbólica de vestimentas, como a que Jacó e sua família empreenderam, significa despojar-se do antigo eu e vestir o novo eu (usando o avental) pela adoção de uma nova identidade centrada na virtude e no serviço.

Então, como podemos nós, como Jacó e o iniciado maçônico, subir a escada do crescimento espiritual em nossas próprias vidas?

A resposta está nos três degraus principais da escada de Jacó, representados no simbolismo maçônico: Fé, Esperança e Caridade.

Ao cultivar essas virtudes, podemos nos alinhar com a vontade do Ser Supremo e superar as distrações e tentações do mundo material. Podemos remover os “deuses estrangeiros” do egoísmo e do materialismo das nossas vidas, purificar os nossos corações e mentes, e vestir-nos com o avental branco de uma vida virtuosa e reta.

Não é um caminho fácil, mas é gratificante. Ao nos dedicarmos a esses princípios, podemos encontrar um sentido mais profundo de significado, propósito e conexão com o divino. Podemos tornar-nos homens melhores – não apenas para nós mesmos, mas para as nossas famílias, as nossas comunidades e o mundo em geral.

Então, vamos analisar cada uma dessas virtudes e explorar como podemos cultivá-las em nossa vida diária.

1 Fé

O primeiro passo na escada do crescimento espiritual é a fé – uma crença firme no Ser Supremo e uma confiança no Seu plano divino. Na Maçonaria, esta representação da fé reforça o Irmão a prosseguir a sua própria fé, ao mesmo tempo que proporciona um reconhecimento universal da presença divina em toda a criação. Ao fortalecer a nossa fé através da oração, da meditação e do estudo de textos sagrados, podemos desenvolver uma ligação mais profunda com o Ser Supremo e alinhar-nos com a Sua vontade.

2 Ter esperança

O segundo degrau da escada é a esperança – uma expectativa confiante de um futuro melhor, tanto nesta vida como na próxima. Na Maçonaria, esta esperança baseia-se nas promessas contidas nos textos sagrados e na crença na imortalidade da alma. Ao cultivar um sentimento de esperança, podemos permanecer motivados e focados na nossa jornada espiritual, mesmo diante de desafios e contratempos.

3 Caridade

O terceiro e último degrau da escada é a caridade – um amor altruísta e uma preocupação com o bem-estar dos outros. Na Maçonaria, a caridade é considerada a maior de todas as virtudes, abrangendo tanto a fé como a esperança. Ao praticar a caridade nas nossas vidas diárias – através de atos de bondade, generosidade e serviço – podemos tornar-nos mais semelhantes ao Ser Supremo e realizar o nosso potencial mais elevado como seres humanos.

Para cultivar essas virtudes, devemos estar dispostos a fazer algumas mudanças em nossas vidas. Devemos estar dispostos a abandonar nossos apegos às coisas materiais e nos concentrar no que realmente importa. Devemos estar dispostos a examinar nossos próprios corações e motivações e a lutar constantemente por maior pureza e sinceridade. E devemos estar dispostos a colocar as necessidades dos outros antes das nossas e a servir o bem maior em vez dos nossos próprios interesses egoístas.

Não é um caminho fácil, mas é nobre e gratificante. Ao ascender a escada da fé, da esperança e da caridade, podemos tornar-nos mais do que apenas homens comuns - podemos tornar-nos verdadeiros líderes morais e espirituais, exemplos brilhantes do que significa viver uma vida de propósito e integridade.

A história da Escada de Jacó e os símbolos da Maçonaria oferecem-nos um modelo poderoso para a transformação pessoal e o crescimento espiritual.

Ao remover os “deuses estrangeiros” do materialismo e do vício de nossas vidas, purificando nossos corações e mentes e cultivando as virtudes da fé, da esperança e da caridade, podemos subir a escada da iluminação espiritual e nos alinhar com a vontade do Supremo.

Esta é a verdadeira essência da Maçonaria – não apenas um conjunto de rituais e símbolos, mas um modo de vida que nos desafia a tornarmo-nos as melhores versões de nós mesmos. Ao abraçar estes princípios e colocá-los em prática na nossa vida diária, podemos encontrar um sentido mais profundo de significado, propósito e ligação com o divino.

Então, vamos, como Jacó e o padrão que a Maçonaria estabeleceu para nós, prosseguir nesta jornada de crescimento espiritual e melhoria moral. Vamos remover as distrações e impurezas de nossas vidas e focar no que realmente importa. Tenhamos fé no Ser Supremo e esperemos por um futuro melhor. E pratiquemos a caridade e o serviço altruísta, sabendo que, ao fazê-lo, estamos cumprindo a nossa vocação mais elevada como seres humanos.

Este é o caminho do homem reto e do maçom. É um caminho aberto a todos que o procuram. Que tenhamos a coragem e a dedicação para segui-lo, e que possamos encontrar a sabedoria, a força e a beleza que estão no seu final.