abril 27, 2024

ARLS GUATIMOZIM 66 - SP - UMA INICIAÇÃO DE 1764

 


Na noite de ontem fiz uma visita a ARLS Guatimozim 66, no seu templo no Palácio Maçônico da GLESP. Fato raro, todas as cadeiras estavam ocupadas, não havia nenhum assento vago. Eram 33 Lojas presentes das potências regulares, diversos ritos, mais de uma centena de irmãos participando, inclusive o past Grão Mestre Francisco Gomes.

O motivo foi a excelente palestra-show conduzida pelo irmão João Gobbo, erudito estudioso dos rituais maçônicos, que organizou um teatro para reproduzir uma iniciação como era feita em 1764, baseada na exposure "Tres batidas distintas" (Three Distinct Knoks), um texto anônimo publicado em forma de ritual no ano de 1764 e que se tornou uma das fontes fundamentais para a pesquisa da história maçônica do século 18.

O ritual apresentado neste documento, praticado pelos "maçons antigos", em oposição aos "modernos", que só se uniriam em 1813 para a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, foi o alicerce fundamental do desenvolvimento do Rito Escocês Antigo e Aceito, do York Americano e do Rito de Emulação.

Os irmãos que apresentaram a peça teatral pareciam profissionais. Durante os cerca de 30 minutos que durou a cerimonia não se ouviu sequer um pigarro, tamanha foi a atenção que despertou. O Venerável Mestre da Loja, irmão Paulo Augusto Huvos, também fez, e muito bem, o papel de VM da iniciação ancestral. Merece destaque o irmão que foi "iniciado", que decorou todas as suas complexas falas.

Ao final, o carismático irmão Gobbo, tradutor dos rituais, deu uma demonstração de profundo conhecimento do tema e da história da maçonaria respondendo a todas as questões que foram apresentadas pelos assistentes. Uma noite inesquecível.

NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO - Roberto Ribeiro Reis


Não se turbe o vosso coração, amado Irmão! Por mais que a vida se vos apresente, momentaneamente, um vendaval de aflições, tudo, absolutamente tudo nessa vida, passa.

O que nós temos de mais comum é a capacidade de eternizarmos nossos sofrimentos, em detrimento das maravilhas e bênçãos que nos são dadas pelo Supremo Arquiteto do Universo. Os momentos de glória, as vitórias, os (re) nascimentos são facilmente esquecidos; já as agonias, as separações, as dores de parto e as angústias se nos parecem jamais ter fim.

Não se turbe o vosso coração, honrado Obreiro! Vosso fardo parece ter a dimensão e o peso de um edifício de trinta e três andares, mas, a bem da verdade, o Excelso Criador vos deu a força necessária (não somente para suportá-lo), mas também para que vos reerga, dignamente.

Que nós nos espelhemos em tantos irmãozinhos que padecem em aflições, mundo aforas, mas que nem por isso perdem sua esperança em dias melhores; a fé de alguns parece inabalável, como aquela fé preconizada nos textos bíblicos, entoadas em cânticos, salmos e louvores de todos os matizes.

Não se turbe o vosso coração, paladino da Arte Real! Buscai cinzelar todas as asperezas e imperfeições que vos conduzem ao sentimento de mágoa, ressentimento ou excessiva lamúria. Lavar a vossa alma com o choro é imperioso, mas a prática desinteressada do bem em prol de vosso semelhante há de ser um exercício que minorará vossas dores.

Que nos apossemos, com determinação, dos instrumentos necessários para nos tornarmos pessoas menos fúteis, mais produtivas, menos suplicantes e mais agradecidas. A beleza e o esplendor do sol nos concitam, diariamente, a recebermos a luz que nos orientará a caminhada, seja ela leve ou espinhosa, seja ela pacífica ou extremamente beligerante.

Não se apoquente vossa alma, Pedreiro livre e de bons costumes! Vosso Edifício Real está sendo erigido à base de muito suor, muita luta e demasiado esforço interior. Ele ainda encontra-se inacabado. Sua conclusão só depende de vós, através da dedicação e das visitas interiores diárias.

Não vos chateeis com a ingratidão dos próximos, nem buscai granjear o aplauso das multidões. O conhecimento que vós deveis almejar vem do Altíssimo, das instâncias do Inefável, onde somente os verdadeiros Justos têm permissão de se aproximarem.

Enquanto os homens buscam a (pseudo) glória entre os seus pares, procurai vos contentar com o anonimato, pois as boas obras hão de ser feitas sem a presença dos holofotes.

Meus valorosos Irmãos, que a egrégora a nos envolver seja aquela permeada de luz, de sabedoria e de conhecimento. Que nos dispamos de todos os sentimentos de vaidade, orgulho, soberba, ciúmes, enfim, de tudo aquilo que é de somenos e que não tem valor algum para nossas vidas. Vivamos, sempre, À.’. G.’. D.’. G.’. A.’. D.’. U.’. e nada mais!

LEONARDO DA VINCI


Leonardo da Vinci foi um polímata (capacidade de alcançar a excelência em várias áreas do conhecimento) italiano do Renascimento conhecido por sua habilidade em diversas disciplinas, como pintura, escultura, arquitetura, música, anatomia, engenharia e escrita. Além de suas conquistas nestas áreas, você também é atribuída a capacidade de escrever com ambas as mãos simultaneamente em direções opostas.

Esta habilidade única de Da Vinci de escrever com a mão esquerda e a direita ao mesmo tempo em direções opostas é conhecida como escrita especular. Isso significa que eu podia escrever da esquerda para a direita com uma mão enquanto escrevia da direita para a esquerda com a outra mão. Esta técnica permitia-lhe evitar manchar a tinta fresca enquanto escrevia ou desenhava, pois podia alternar entre ambas as mãos.

A escrita especular de Da Vinci é evidenciada em seus famosos cadernos de anotações, onde estão escritos em italiano e em espelho. Isso fascinou os estudiosos durante séculos, pois gerou teorias sobre sua possível intenção de esconder suas ideias ou proteger seu trabalho de ser facilmente compreendido por outros.

A capacidade de Da Vinci escrever com ambas as mãos em direções opostas é um testemunho da sua habilidade manual, coordenação motora e capacidade de dominar múltiplas tarefas simultaneamente.

Este talento excepcional é apenas mais uma amostra da genialidade e versatilidade de um dos artistas e cientistas mais influentes da história.

Fonte: Fundação Caso 



abril 26, 2024

SESSÃO SOLENE NA GLESP



 
Em comemoração ao aniversário dos 34 anos da ARLS Luzes da Mooca 384, o SGM da GLESP, irmão Jorge Anisio Haddad, presidiu na noite de ontem uma sessão solene com as 8 Lojas da 36a região. Havia mais de cem irmãos presentes no Templo Nobre da Glesp.

O Ir. Haddad apresentou um resumo de seu trabalho a frente da GLESP e seus planos para o próximos meses. Falou por uma hora e respondeu a inúmeras perguntas bem francas.

O destaque, e a razão pela qual estou postando foi a ação política do maçom.

O SGM disse que a GLESP é apartidaria mas que o maçom, como cidadão, DEVE participar da ação política apoiando candidatos maçons e que ele mesmo irá fazer podcasts com candidatos irmãos e colocar no YouTube.

É uma visão nova e lúcida do papel que a Ordem teve no passado na construção da sociedade democrática em que vivemos. 

DOAÇÕES DA ARLS CAMINHO DA LUZ 148 DE PINHAIS



 



Muitos irmãos sabem que os honorários de minhas palestras consistem na doação de cestas básicas na própria cidade onde a Loja está situada.

Nestes 23 anos de palestras em Lojas Maçônicas, Rotary e Lions Clubes, empresas e instituições foram doadas, como retribuição ao meu trabalho, mais de 200 toneladas de alimentos. Foram mais de 2.000 palestras em todo o Brasil, de Porto Alegre a Belém do Pará, de Cuiabá a Natal.

Eu registro as doações não por vaidade, mas como forma de emular e motivar as Lojas a fazer e a prosseguir fazendo este trabalho de beneficência. 

Estive recentemente por duas semanas em Curitiba, onde fiz onze palestras e obtive o compromisso da doação de 110 cestas básicas. 

O simpático Venerável Mestre da ARLS Caminho da Luz 148 de Pinhais, irmão Roberto Fonseca, teve a gentileza de enviar uma mensagem e mostrar o resultado do trabalho que envolveu toda a Loja na montagem das cestas básicas. 

Eu me sinto honrado e gratificado quando isso acontece. É a maçonaria em ação cumprindo um de seus principais objetivos que é tornar feliz a humanidade. 

DA CONFIANÇA - Heitor Rodrigues Freire


 

A confiança é um sentimento que desperta forças invisíveis que agem naturalmente em favor de quem a manifesta conscientemente. Desta forma, a confiança ativa a esperança e cria um ambiente de forças positivas, mobilizando os mecanismos da lei, da Lei do Amor, que agem em benefício de quem a possui.

A confiança é uma sublime força de atração, que remove os mais pesados obstáculos, age com sutileza, gera as forças energéticas e influencia quem se encontra sob o seu raio de ação. Mesmo para quem estiver em adversidade, a confiança anula os efeitos contrários que poderiam neutralizar sua ação.

E, sobretudo, a confiança tranquiliza, porque sabe que a solução de qualquer problema está a caminho, estimula a esperança e ensina que saber esperar é tão importante quanto saber agir, evitando decisões precipitadas que acabariam comprometendo uma situação aflitiva.

O que o mundo nos mostra hoje é a ausência de confiança porque, infelizmente, há um vírus invisível – o vírus da discórdia – que gera situações de sofrimento por sua ação deletéria em toda a humanidade.  

A nossa incrível e milenar capacidade de acreditar em fofocas, intrigas, e modernamente em fake news – quando partimos de uma base falsa e embarcamos em suposições infundadas –, faz parte do nosso imaginário, criando divisões de todo tipo, seja pela discussão política – que vem separando famílias que brigam por pessoas que nem sabem da nossa existência –, seja por divergências hereditárias, dissidências comerciais, etc.

Jesus ensinou que toda casa dividida não sobreviverá: “Todo reino dividido internamente será destruído. Da mesma forma, uma família dividida contra si mesma se desintegrará”. (Marcos, 3:24-27). 

Muitas empresas foram constituídas com sacrifício por seus fundadores, mas quando passam para os herdeiros, instala-se esse vírus mortífero que acaba com os afetos, gera divisões e sepulta os ideais de união e trabalho que nortearam sua criação, concorrendo para sua dissolução, sem medir as consequências.

E por que isso acontece?

Pela ausência do amor e da tolerância entre as pessoas, pela falta de confiança entre os irmãos, só preocupados consigo mesmos, e empenhados em levar vantagem de qualquer maneira, perdendo a dimensão da eternidade e da continuidade da vida humana na espiritualidade, sem levar em conta o sacrifício de seus pais ou avós na construção de uma empresa, voltados que estão unicamente para seus interesses imediatos.

“O amor não é uma relação entre duas pessoas. É um estado de paz, dentro de ti ... o amor é uma experiência espiritual” (Osho).

A grande diferença entre os seres humanos e os animais é que estes só vivem no presente, cuidando unicamente de sua subsistência, enquanto o homem deixa de viver o momento presente e passa a provocar situações ou supor atitudes que podem vir a se mostrar falsas, causando discórdias, às vezes, inconciliáveis.

“Faça o que fizer, o segredo da felicidade é muito simples: não deixe que o passado se interponha, não deixe que o futuro o incomode. Porque o passado já não existe e o futuro ainda não chegou. Viver na memória, viver na imaginação, é viver no que não existe.” (Osho).

A vida é uma oportunidade única de aprendizado e de sabedoria, criando situações que concorrem para a evolução da espécie humana, dependendo unicamente de suas ações.

É mais que necessário que aprendamos a viver com amor e confiança.

(*) Artigo inspirado no livro Vigiai e Orai, do Irmão José, psicografado por Carlos A. Bacelli, fonte permanente de aprendizado e inspiração.

A BIBLIA SAGRADA COMO LIVRO DA LEI NA MAÇONARIA - Denizart Silveira de Oliveira Filho


O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso constituem as três grandes luzes da Maçonaria. O Livro da Lei é obrigatoriamente aberto no início das Sessões, tanto nas Lojas Simbólicas como nos Altos Corpos da Maçonaria Filosófica, de vários Ritos, especialmente no REAA. Essa obrigatoriedade, no caso das Lojas Simbólicas, decorre de um dos Landmarks estabelecidos pela Grande Loja da Inglaterra. O 6o dos Landmarks afirma: 

“As três grandes luzes da Maçonaria, isto é, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso serão sempre exibidos durante os trabalhos da Grande Loja ou das Lojas sob seu controle, sendo a principal dessas Luzes o Livro da Lei, a Bíblia Sagrada”.

A felicidade de qualquer nação depende da influência que Deus exerça sobre as pessoas, famílias e instituições que a formam. Quando não se busca a Deus, quando Sua Lei é desconhecida e Seus Ensinos são ignorados a nação não pode ser feliz, harmoniosa e forte. A maior e mais preciosa descoberta que se pode alcançar nesta vida é a de que Deus dedica especial cuidado a todo ser humano. Não se consegue ser feliz sem que se desfrute de uma perfeita comunhão com Deus, o Criador de todas as coisas. Cada indivíduo possui, dentro de si, um espírito que anseia por uma real aproximação e integração com sua fonte de origem: DEUS. Há um registro nos anais do subconsciente humano que jamais se apagará, causando uma alegria extrema ou um profundo sofrimento. Para que esses temores fossem desfeitos, Deus providenciou o Seu Livro, a Bíblia, a qual, em suas fulgurantes páginas, revela ao homem o caminho excelente, a fonte inexaurível de felicidade e vida abundante e eterna. Em suas páginas, o homem encontra resposta para seus questionamentos; sente que Deus é exatamente do tamanho da necessidade de sua alma; tem sua fome e sede satisfeitas; tem suas enfermidades curadas; pode achar felicidade para sua alma e saber que o Céu é a habitação dos Justos após a morte; tudo isso porque a Grande descoberta consiste na Vida, no Amor e na Esperança. A Bíblia trata sobre a vida, a morte e o sentido de nossa existência; trata sobre Deus e o homem e sobre o amor que nunca falha; ajuda a descobrir vida e amor em homens iluminados. E tudo isso ocorre porque a Bíblia é um Livro Sagrado e escrito sob a Inspiração de Deus. 

A inspiração divina da Bíblia está enraizada na fé religiosa e na convicção de que seus textos foram transmitidos por Deus aos escritores humanos, que foram instrumentos para registrar e transmitir a vontade e a mensagem divina. Essa crença é fundamentada em várias passagens bíblicas que sugerem a origem divina das Escrituras. Por exemplo: 

(a) "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça" (2 Timóteo 3:16); 

(b) "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). 

A inspiração divina da Bíblia envolve a convicção de que os autores bíblicos foram guiados pelo Espírito Santo ao registrar os textos sagrados. Embora tenham usado sua própria linguagem, conhecimento e experiências individuais, a mensagem transmitida foi supervisionada e orientada por Deus para transmitir a verdade divina aos seres humanos. 

Finalmente, a Bíblia contém a mente de Deus. Sua doutrina é santa; seus preceitos, justos; suas histórias, verdadeiras; e seus preceitos, imutáveis. Assim, lendo a Bíblia nos tornamos sábios; crendo nela estarmos seguros; e praticando o que ela ensina nos tornamos homens melhores, mais próximos da imagem, semelhança e santidade de DEUS.

abril 25, 2024

VISITA A ARLS MARECHAL NEIVA 32


 Na noite do dia 24/4 visitei a Benemérita ARLS Marechal Neiva n. 32, que funciona no prédio principal da GLESP.

Em sessão emocionante devido a passagem para o Oriente Eterno do irmão Benjamin, que era muito amado por todos, foram lhe prestadas inúmeras homenagens, que tiveram início com música portuguesa no início da sessão e com um belo poema do irmão orador declamado ao final.

Juntamente com outros irmãos tive a oportunidade de fazer alguns comentários sobre a instrução da sessão que foram bem recebidos.

Agradeço ao Venerável Mestre irmão Thiago Lacerda Pereira a gentileza com que fui recebido e destaco a ordem e suavidade com que a sessão foi conduzida 

OS CRAVOS DE ABRIL - Adilson Zotovici



Versos em singela homenagem

A um  povo irmão e ordeiro

Lusitanos com amor, coragem,

Dissiparam velho nevoeiro


Disse o canto alvissareiro

Da _“Grândola, Vila Morena”_

O refrão tão verdadeiro

_“O Povo é quem mais ordena”_  


Numa linguagem serena

Com fraternidade, brandura,

Soberania, igualdade plena,

Por expressão sem clausura


Acima dos travos de amargura

Bravos com afã, em união,

Com Cravos Vermelhos e ternura

Nas ruas com elã, em aclamação


Vinte e cinco de abril a elisão

Da ditadura em verdade

Marco duma revolução

Social, de cultura à sociedade


E o Trovador da Liberdade

Autor da senha sobranceira

Comemora na eternidade

_Sob a sombra da azinheira !_



A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA MAÇONARIA - Rui Bandeira


Para um maçom é muito importante o apoio que lhe é prestado pela sua família face à quantidade de ausências do seu ambiente familiar que vão sucedendo ao longo dos anos para cumprimento dos seus deveres maçônicos. Deveres estes que, na maioria dos casos, serão a frequência das sessões da Respeitável Loja a que pertença, as assembleias gerais da sua Obediência, atividades que sejam promovidas pela sua Respeitável Loja tanto no mundo profano como internamente; bem como para a assistência de cursos, debates e palestras que lhe interessem, tanto nas várias áreas do Esoterismo como no âmbito da Maçonaria em geral.

Digo que é necessário esse apoio, porque, com o passar do tempo, é normal existir algum desgaste natural nas relações familiares e, por vezes, as sistemáticas ausências que levam o maçom a sair do seu lar, poderão criar brechas no seu relacionamento se essas saídas não forem entendidas, ou bem compreendidas, pela sua esposa e os familiares. Por isso é necessário também existir uma certa maturidade e confiança entre ambos para que continue acesa a tal “chama” que nos aquece o coração e que nos alimenta a alma.

Se a vida familiar de um maçom não se encontrar com a estabilidade necessária a este tipo de relacionamento, o elevado absentismo que vai existir no seu quotidiano será sempre uma fonte de crítica por parte de uma esposa ou família que se sentirão colocadas à margem da vida do casal em detrimento da vida e família maçônica.

Mas porventura o que nunca deverá acontecer (!!!) será o maçom se desculpar com as suas atividades maçônicas para justificar as suas constantes ausências para ter um comportamento menos lícito e incorreto com a sua cara-metade. - Quando um maçom disser à sua família que “vai à Loja”, é para ir mesmo! - Pois a mentira não faz parte da conduta que se espera de um maçom; o qual deverá nunca esquecer que é um homem de “bons costumes” e que deverá ser naturalmente um bom “chefe de família”.

Todavia, durante o processo de candidatura de um profano a maçom, é usual existir um contato entre os inquiridores instruídos desse processo com a família do candidato para se aferir qual o nível de aceitação que a família terá em relação à proposição do seu familiar. Pois se a família discordar, a candidatura estará “ferida de morte” logo no seu início. Pois possivelmente se for deferida esta proposição, as presenças deste novo membro em loja serão fortuitamente escassas para o que se esperaria dele. E a frequência das sessões da sua Respeitável Loja é obrigatória a todos os seus membros salvo motivo que seja atendível e aceite pelo seu Venerável Mestre (o responsável da Loja).

No âmbito desse contato, também é informada a família de algumas das obrigações do candidato nomeadamente na questão da sua presença nas sessões de loja bem como das obrigações pecuniárias que terá de cumprir, ou seja, a joia e quota mensal/anual de loja.

O que demonstra que a opinião da família é sempre deveras importante, ou não fosse a família a base estrutural da nossa sociedade. E este contato possibilita ainda à família saber o quanto é relevante também, para a futura loja que cooptará o seu familiar.

Algumas das mais valias que a família dos maçons terão/têm à sua disposição, são a possibilidade de conhecer gente que doutra forma não conheceria e que estaria fora do seu círculo habitual de amizades ou o estreitamento dos laços de amizades com outras pessoas com quem já se relacionaria num âmbito mais superficial para além de puder confraternizar nos vários eventos que vão sendo organizados tanto pela Loja como noutros organizados a “descoberto”… Cimentando assim, os laços que unem os maçons entre si e que se estendem às suas respetivas famílias. 

Sendo que na generalidade da sociedade civil, mas principalmente em “meios pequenos”, as amizades e famílias maçônicas/profanas quase se confundem, pois é sempre mais fácil o relacionamento entre Irmãos e/ou com gente que comungue dos mesmos princípios de vida.

Existem vários tipos de família, umas grandes, outras pequenas, mas a família maçônica será sempre singular e bastante eclética… 

Em qualquer lugar do mundo, um Irmão será sempre um irmão… e isso para mim será sempre o mais importante.

abril 24, 2024

MAÇOM GOSTA DE ESTUDAR?

Recebi no dia de hoje, com gentil dedicatória, o livro do irmão Cledson Cardoso, de Lins.

A notável obra, que resume algumas das palestras do autor, principalmente em sua Loja Liceu, uma das pioneiras em apresentações virtuais, traz textos interessantes como o pensamento de Aristóteles e sua influência no Rito Moderno; o poder da palavra nas manifestações profanas e maçônicas e a moral e a ética são os pilares da formação maçônica, entre outros.

O estilo de redação de Cledson é e leve, fácil de ler e entender e o livro é belíssimo, diagramação de outro irmão, um intelectual e artista da criação gráfica, Jonas de Medeiros de SC. Ambos são confrades da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras. 

Para o leitor que tiver interesse em adquirir um exemplar ou desejar conversar com o autor, papo agradável e inteligente, o contato é (014) 99102.2505.


 

REFLEXÃO - Rui Bandeira

No século XVIII, quando se expandiu a Maçonaria Especulativa, esta seguia e divulgava os princípios do Iluminismo. A Maçonaria foi então um farol que apontou o caminho da evolução social, da conceção laica, livre, igual, fraterna e tolerante do mundo, da sociedade e do lugar nela do Homem. 

O pensamento escolástico é substituído pela Ciência Experimental; racionalismo e empirismo substituem o pensamento arcaico apenas fundado nas interpretações teológicas dominantes; Locke teoriza a Tolerância como valor social; emerge o reconhecimento e proteção dos direitos humanos; o absolutismo é substituído pela submissão à Lei; a soberania por direito divino é substituída pelo conceito de que a soberania pertence ao Povo e deve ser exercida em nome do Povo, para o Povo e pelos representantes designados pelo Povo; emerge e triunfa a noção de que as sociedades devem prezar e preservar a Liberdade, assegurar a Igualdade, possibilitar a vivência em Fraternidade; o princípio da separação de poderes triunfa. Em toda esta evolução os maçons deram o seu contributo.

Trezentos anos depois, o mundo e a sociedade são radicalmente diferentes em relação ao que eram no início do século XVIII. Os valores que a Maçonaria adotou implantaram-se progressivamente em toda a sociedade e - felizmente! - hoje são essencialmente valores da sociedade, não de qualquer estrutura social, Maçonaria incluída.

Trezentos anos depois, verificando-se que o essencial do ideário maçónico venceu e está institucionalizado no mundo desenvolvido, inevitavelmente que surge a interrogação: continua, nos dias de hoje, a Maçonaria a fazer sentido? Não será hoje uma instituição ultrapassada pelo sucesso do seu ideário, transitada da modernidade no passado para o arcaísmo no presente? 

Em termos sociais, só o que mantém utilidade e sentido permanece. Tudo o que não preenche já o requisito da necessidade, do interesse, inevitavelmente estiola, fenece, cai em desuso, desaparece. Ou então transforma-se, assegurando a sua existência e pujança pela assunção de valores e interesses socialmente úteis e necessários no momento presente. Qual a função da Maçonaria hoje? Apenas a defesa dos valores que o tempo e a evolução social consagrou? Apenas uma instituição "anti-reviralho"? Ou será que a matriz genética da Maçonaria lhe permite vislumbrar, aprofundar, consensualizar novos caminhos ainda por explorar ou desenvolver, valores a implementar? Se assim é, quais os caminhos a que dar atenção, como consensualizar a direção a tomar?

Os tempos de hoje são radicalmente diferentes dos de há trezentos anos, de há duzentos anos, de há cem anos, mesmo de há cinquenta anos. As sociedades complexizaram-se visivelmente. A comunicação e os meios de a efetuar evoluíram, modernizaram-se, democratizaram-se, vulgarizaram-se. Onde antes havia poucos meios apenas ao alcance de uns poucos privilegiados, hoje tudo está praticamente à disposição de todos. A informação hoje é tudo menos escassa. Pelo contrário, começamos a ter dificuldade em selecionar, em determinar de entre a abundante cascata que incessantemente jorra sobre nós o que verdadeiramente interessa e o que é dispensável, o que é fundamentado e o que é apenas boato, palpite ou mesmo patranha. A segmentação de interesses e a extrema variedade de temas para os múltiplos interesses pessoais instalou-se. A informação hoje é multipolar e mundividente, cabendo ao indivíduo - a cada indivíduo - selecionar o que lhe agrada, o que lhe interessa, o que pretende. Neste circunstancialismo, qual o papel da maçonaria? Como pode e deve comunicar? Com que meios? Seguindo que estratégias? Procurando assegurar que objetivos?

Trezentos anos depois, estamos no fim do caminho, chegámos a uma encruzilhada ou simplesmente somos nós que temos de desbravar o caminho para que a Humanidade chegue aonde ainda não imaginou sequer poder chegar? O nosso - dos maçons, da Maçonaria, mas também da Humanidade - caminho chega até ao horizonte ou vai para além dele?

Tudo isto são interrogações que hoje se abrem à reflexão dos maçons e que é bom que os maçons se coloquem, em reflexão individual ou em análise coletiva, mas sempre plural.  

Por mim, penso que há ainda muito a fazer, que os sonhos e anseios do ideário maçónico estão ainda por completar. Quanta intolerância ainda campeia! Como são ainda vulneráveis muitos dos valores que, muitas vezes ligeiramente, consideramos solidamente implantados! E continua a haver - sempre continuará, acho - espaço e meio para cada um de nós poder melhorar e contribuir para a melhoria da sociedade. 

Mas também penso que as interrogações que atrás coloquei devem ser postas e que é tempo de lhes darmos atenção, de estudarmos os seus contornos e de buscarmos as respostas mais adequadas para cada uma delas. Nesse aspeto, a Maçonaria tem em si mesma uma caraterística organizacional que constitui uma poderosa ferramenta: a sua estrutura nuclear, com plena autonomia de cada Loja e, dentro destas, com plena aceitação dos caminhos e reflexões individuais de cada um. Isto permite que todas as interrogações acima colocadas - e muitas outras - sejam tratadas de formas diferentes, por gente diferente, em tempos diferentes, com diversas perspetivas. Cada Loja escolhe ou naturalmente dedica-se a um pequeno aspeto de um problema. Cada maçom interroga-se sobre o que lhe chama a atenção. Umas e outros buscam caminhos, propõem soluções. Cada Loja por si. Cada maçom em si. Em aparente desorganização e descoordenação. Mas é precisamente essa desorganização que se revela, afinal, muito bem organizada, na medida em que permite e gera o máximo de liberdade na reflexão dos grupos e dos indivíduos. Desse cadinho, a seu tempo emerge uma ideia que se espalha. Das ideias que se espalham, algumas fortalecem-se. Das que se fortalecem, algumas atingirão o patamar do consenso. E assim as ideias e os valores que o tempo presente reclama emergem e fazem o seu caminho, em sociedades modernas cada vez mais complexas.

Daqui a outros trezentos anos, quem então viver e se interessar fará o balanço sobre o êxito dos trabalhos, pistas, soluções e caminhos que agora efetuamos, buscamos, encontramos e prosseguimos.

abril 23, 2024

DIA DO LIVRO - Adilson Zotovici


Oh meu fiel companheiro
Que te tenho sempre à mão
Da terra ao dossel parceiro Trazer-te venho gratidão 

És meu guia tempo inteiro 
E me trazes tanta emoção 
Cada dia, costumeiro, 
Que aprazes meu coração

Cinzel dum livre pedreiro
Sobre o fel da escuridão 
Maço qual mel ao obreiro 

“Livro”... és a imensidão ! 
O universo é teu canteiro
 "Na obra" em execução !