maio 01, 2024

TERRA DAS PALMEIRAS - Silvana Sarti

 

Terra das palmeiras, Pindorama, (ou mais precisamente "lugar das palmeiras") nome de origem tupi, pelo qual se denominava o que hoje chamamos de Brasil. Designação já citada por Osvald de Andrade em seu Manifesto Antropofágico de 1928, texto modernista, nada mais contemporâneo que beber na fonte da ancestralidade.

Em 1500 estima-se que existiam mais de 1200 línguas e dialetos indígenas por aqui (ver Aryon Rodrigues). Por outro lado, de acordo com o Censo 2010, contamos hoje com 274 línguas e dialetos nativos. Que perda incomensurável, pois com a língua se perde a cosmovisão de um povo, seu imaginário, toda sua cultura, seu raro e importante conhecimento de ervas, que poderiam nos dar tintura para tecidos, tintas para nossas pinturas, remédios para curar doenças, fibras para roupas e construção civil. A chegada de Ayrton Krenak na Academia de Letras confere uma nova era para os estudos de nossa brasilidade.

Os povos da floresta são responsáveis pela manutenção dela e esta para a manutenção da vida. Um pequeno exemplo é a origem do cupuaçu, fruto icônico da Floresta Amazônica, foi desvendada por pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP. Contrariando a crença popular de que o cupuaçu era uma espécie nativa, os cientistas revelaram que, na verdade, o fruto é uma variante domesticada do cupuí, uma planta da família do cacau. Essa descoberta, publicada na revista Communications Earth & Environment, indica que os indígenas da região do médio-alto Rio Negro desempenharam um papel crucial na domesticação do cupuaçu há mais de 5 mil anos.

Gostaria também de ressaltar sobre os grafismos indígenas e a cestaria, que não são meros enfeites ou decoração, eles representam narrativas, informações preciosas sobre o modo de vida e de relacionar-se com a Terra. Seus ritos, cantos e danças servem para manter a conexão e o equilíbrio entre mundos, tecer a saúde física e mental do grupo, conectando-se com o sagrado. 

O manto tupinambá, que até pouco tempo se encontrava num museu na Dinamarca e que devido ao quase extermínio desse povo (dessa etnia) não era mais produzido entre seus poucos representantes, esse conhecimento quase se perdeu. Gliceria Tupinambá, foi convidada a visitar o belíssimo manto feito de plumas de guará femea, ao vê-lo teve um chamado da ancestralidade e ajudada por ela, pouco a pouco foi recuperando os modos de tecer com as plumas, recuperando esse antigo conhecimento e hoje está expondo, junto a outros artistas indígenas, na histórica 60a edição da Bienal de Veneza, um dos mais importantes eventos de arte do mundo, que este ano tem um curador brasileiro, Adriano Pedrosa. 

Aos poucos vamos construindo uma identidade genuinamente brasileira, resultado do encontro dos nativos com tantos outros povos que aqui aportaram e viveram suas vidas e vamos nos afastando do complexo de vira-lata que quiseram nos impor, fazendo-nos acreditar que não tínhamos cultura e precisávamos aceitar um cultura dita "superior" violentamente  imposta.

Com o rigor da ciência e com a ética da floresta, vamos delineando um mundo mais justo, inclusivo e amoroso.

Fontes:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aryon_Rodrigues

https://revistaamazonia.com.br/domesticacao-do-cupuacu-pelos-indigenas-ha-5-mil-anos-originou-o-fruto-amazonico/#:~:text=A%20origem%20do%20cupua%C3%A7u%2C%20fruto,planta%20da%20fam%C3%ADlia%20do%20cacau.

https://piaui.folha.uol.com.br/volta-do-manto-tupinamba/

https://vogue.globo.com/cultura/noticia/2024/04/gliceria-tupinamba-representa-o-brasil-nesta-edicao-da-bienal-de-veneza.ghtml

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/04/20/bienal-de-veneza-pela-1a-vez-evento-tem-brasileiro-como-curador-e-destaque-para-arte-indigena.ghtml

https://amlatina.contemporaryand.com/pt/editorial/what-do-abya-yala-and-pindorama-mean/

1.° DE MAIO - DIA DO TRABALHO - Daniela Diana


 O Dia do Trabalho, ou Dia do Trabalhador, é celebrado em vários países do mundo em 1.° de maio, dia que é feriado no Brasil e em mais cerca de 80 países.

Esta data comemorativa é dedicada à conquista de todos os trabalhadores durante a história. Por isso, apesar de seu nome completo ser Dia mundial do trabalho, muitas pessoas preferem usar Dia do trabalhador, porque esta é uma forma de homenagear os trabalhadores.

O dia do trabalhador surgiu decorrente da greve operária que ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1.º de maio de 1886. Esse episódio teve como mote a luta pela melhoria das condições de trabalho:

  • a redução de jornada (de 13 horas para 8 horas)
  • o aumento de salários
  • o descanso semanal e as férias

Organizados pela Federação Americana do Trabalho, esse evento contou com a participação de milhares de operários que se reuniram nas ruas da cidade.

Denominada de Revolta de Haymarket (Haymarket Affair), em 4 de maio de 1886, durante o confronto com a polícia, uma bomba explodiu, resultando em mortos e inúmeros feridos.

Diante disso, em 1889, na França, foi instituído o Dia do Trabalho em homenagem às pessoas que perderam a vida lutando pelos seus direitos, que ficaram conhecidas como os “Mártires de Maio”.

Nos Estados Unidos da América, país onde se desencadeou o movimento pelas lutas dos direitos laborais - o Dia do Trabalho (Labor Day) é celebrado na primeira segunda-feira de setembro.

Isso revela a tentativa de não marcar a data com a lembrança triste deixada pelas pessoas que morreram em maio de 1886 em Chicago. No entanto, outros afirmam que o motivo foi afastar a associação da celebração com o movimento da esquerda, que propulsionou as lutas sindicais.

No Brasil, o Dia do Trabalho foi instituído no governo de Artur Bernardes em 1925. 

Antes disso, em 1917, ocorreu em São Paulo uma greve geral.

Os operários e comerciantes da cidade permaneceram em greve durante dias, por conta das condições precárias de trabalho. Dentre o que eles reivindicavam, estava:

  • o aumento de salário;
  • a redução da jornada de trabalho;
  • a proibição do trabalho infantil;
  • a proibição do trabalho feminino à noite.

Durante os meses de junho e julho de 1917 outros trabalhadores se juntaram ao movimento. Como resultado, as condições melhoraram e parte das reivindicações foram atendidas. Assim, os trabalhadores conquistaram, dentre outras coisas, o aumento de 20% de salário.

VIRTUDES E VÍCIOS - Wagner Veneziani

 


“Vencer minhas paixões levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício, eis o que viemos aqui fazer”.

“Do Caos à Ordem; Da Obscuridade à Luz.”

Seria tarefa simples falar de virtude e vício em sentido literal, bastaria para isso dar o sentido filológico; mas falar de virtude e vício em sentido filosófico e maçônico já se torna uma tarefa nada fácil.

A Maçonaria não é uma religião, nem um partido, nem uma igreja; todavia ela põe no caminho, ela desperta. 

Não oferece a nós, membros, uma verdade definitiva, imutável, dogmática, fazendo representar o livre exercício da tolerância. 

Assim, aprendemos a nos interrogar, recolocarmo-nos em questão. 

Graças a esse fator de progresso descobrimos não só o caminho do conhecimento, mas também da ordem que deve reinar, tanto no domínio material como espiritual, facilitando assim, com que o homem desenvolva suas virtudes. 

E é por meio dos processos (rituais; contatos humanos, conhecimento, disciplina, etc.) que o homem adquire sua real personalidade.

A virtude é uma passagem da paixão para ação e meditação, uma externa e a outra interna, onde o homem se revela a si mesmo, ultrapassando seus próprios limites, seu eu.

O ser interno, nossos sentimentos, atos e pensamentos. 

Capacidade ou potência própria do homem de desenvolver suas qualidades naturais. 

Entendo que virtude é uma característica de valoração positiva do indivíduo, uma disposição geral e constante da prática do bem, isto não quer dizer que um homem de virtudes seja altruísta ou filantropo, embora tenha uma tendência de o ser.

Um homem de virtudes tem o hábito de cumprir as leis e obedecer aos costumes da sociedade em que vive; ser socialmente correto, honesto, justo, paciente, sincero, compreensivo, generoso, prudente, possuir coragem e perseverança.

Portanto, Maçonaria para mim é uma escola, pois permite-nos controlar nossas paixões, fazendo com que tenhamos o domínio do nosso “EU” e respeitemos o próximo.

Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. 

Mas não basta falarmos, temos que experimentá-la. 

Os mais variados tipos de virtude têm que ser experimentados, vividos… compreendidos, pelo menos intelectualmente. 

Assim como Spinoza, “não creio haver utilidade em denunciar os vícios, o mal. 

Para que acusar? 

Isso é a moral dos tristes e uma triste moral.” 

A primeira e fundamental parte da virtude é a verdade, como dizia Montaigne, “A verdade condiciona todas as outras e não é condicionada, em seu princípio, por nenhuma.

A virtude não precisa ser generosa, suscetível de amor ou justa para ser verdadeira, nem para valer, nem para ser devida, ao passo que amor, generosidade ou justiça só são virtudes se antes de tudo forem verdadeiras. 

Aqui surge uma outra virtude, a boa-fé, que como fato é a conformidade dos atos e palavras com a vida interior, ou desta consigo mesma.

É o respeito à verdade. Virtude sem boa-fé é má-fé não é virtude. 

A boa-fé como todas as virtudes é o contrário do narcisismo, do egoísmo cego, da submissão de si a si mesmo.

Não devemos confundir dever com virtude. 

O dever é uma coerção, a virtude, uma liberdade, ambas necessárias. 

O que fazemos por amor, não fazemos por coerção nem, portanto, por dever.

Quando o amor e o desejo existem, para que o dever? 

Não amamos o que queremos, mas o que desejamos. 

O amor não se comanda e não poderia, em consequência, ser um dever.

Nietzsche dizia: “O que fazemos por amor sempre se consuma além do bem e do mal”.

A virtude não é um bem, mas é a força para ser e agir na prática do bem.




abril 30, 2024

450.000 ACESSOS A ESTE BLOG


Ao apagar das luzes deste mês de abril, este modesto blog ultrapassa as 450.000 visualizações, com a média de 16.000 acessos mensais, para um publico específico e limitado, o que o transforma com certeza em um dos blogs mais vistos do país.

Sei que muitas Lojas tem usado como material de trabalho as nossas postagens, de autoria de alguns dos mais importantes intelectuais brasileiros e de irmãos anônimos, cujo talento e cultura nos permite este reconhecimento.

Recebo em torno de 50 mensagens por dia, e só posso escolher duas, no máximo três. Mais do que isso a leitura ficaria cansativa, de forma que artigos tão bons quanto os publicados ficam na prateleira, em compasso de espera. 

Apesar do trabalho que dá, e que não é pouco, fico feliz por contribuir com a divulgação da cultura brasileira, e se ainda não deu para tornar feliz a humanidade, eu me esforço para tornar felizes os irmãos leitores.

Caloroso TFA

VISITA A ARLS FRATERNIDADE OSASQUENSE 823 - OSASCO



A convite do irmão e amigo Nivaldo Zorzan visitei ontem, 29/04, a ARLS Fraternidade Osasquense n. 823, em Osasco, uma das maiores e mais ricas cidades do Estado de São Paulo.

Foi uma sessão de iniciação, conduzida de maneira leve e precisa pelo Venerável Mestre Robnelio da Silva Lima, com a presença de visitantes de diversas Lojas da região e do Delegado do Grão Meste do 1o Distrito da 22a região da Glesp, irmão Alessandro Zahotei, que entrou também no clima de simpatia que prevaleceu em uma cerimônia solene, porque o novo candidato, depois aprendiz, estava entrando em uma Loja onde seu pai, o orador da noite, e seu irmão carnal, que também ocupou cargo, já participavam.

Notável foi a integração dos irmãos, tanto no Templo, quanto no churrasco que se seguiu. Eles não se sentavam, ficavam todos em pé, circulando entre os diversos grupos que se formavam e criando um clima de simpatia e bom humor. 

A MEMÓRIA - Adélia Prado


A memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos.

Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

Diante do tempo, envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória, ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis.

Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem.

Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos – estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira.

Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você – foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa – e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações; alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, aquela época.

Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente. É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos – já adultos ou até idosos – e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos.

Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos.

Mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas.

A memória não permite que sejamos adultos perto de nossos pais. Nem eles percebem que crescemos. Seremos sempre as crianças, não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos.

Pra eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite ... Ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.

Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor.

Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando.

Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos: somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos.

E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.


Adélia Prado em Aroma de Poesia

A LUZ COM TRES GOLPES DE MALHETE - Bruno Oliveira


O seu nome era Dias, e nem o sabia, mas pertence àquela categoria nominada de Maçons sem avental.  Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Urbaniana, Cidade do Vaticano.

O primeiro golpe foi dado em uma de suas aulas onde o tema era o Livre-Arbítrio de Santo Agostinho, é interessante notarmos que a grande maioria de nós utiliza o conceito de Livre – Arbítrio como o poder de tomar decisões ou com a ousadia de fazer o que lhe convir.

Afinal somos livres para isso não? Livres e de bons costumes, um de nossos pré-requisitos. Mas fomos além, ao deparar-me bebendo direto da fonte que o livre-arbítrio na verdade é a prática de boas ações que nos deixam mais próximos ao GADU. Explico, se cedermos as nossas vontades, que vem de nossos instintos, automaticamente saímos do ciclo virtuoso das boas ações e rumamos ao ciclo vicioso, a vontade todos temos, a questão é ter a “intenção de” o querer... Podemos ter vontade de tudo, é natural, porém devemos querer as boas ações, as virtudes, sempre que fomos fracos no combate aos nossos vícios e paixões perderemos o livre-arbítrio. Aquilo havia me deixado reflexivo durante semanas.

O Segundo Golpe, ao contrário do primeiro que fez as marcações necessárias em minha pedra bruta, realmente tirou com a força necessária as lascas como um antigo pedreiro operativo fazia nos canteiros de obras em tempos mais antigos, de uma conotação mais espiritual, senti que aquela aula, laica como deve ser o ensino, mas carregada de uma profunda espiritualidade que a todos envolveu. Refletimos sobre o GADU e como é a RELIGIÃO que ao menos na tese deveria nos RE – Ligar com nosso criador, a realidade constatamos em diversos prismas é realmente diferente, o frio cortante do cinzel nos atingiu quando fomos levados a refletir sobre o quão seria ilógico rogarmos pedindo algo a um Ser Onisciente, que seria o mesmo que mandar uma mensagem não estaria cumprindo sua função cabida. E se e quando entendermos realmente a magnitude e profundidade do SER, do nosso existir, da quão sagrada e ao mesmo tempo efêmera é a vida, não teremos coragem de pedir mais nada. Vejam que para quem tem uma formação Católica Romana isso abala as estruturas de crenças e culturas, não que o era fortemente, mas havia resquícios. Meu espanto foi que ao buscar na memória de minhas leituras no Livro da Lei, constatei que as mais belas e poderosas orações eram Louvando ou Agradecendo ao GADU, dificilmente alguma Oração Pedindo para si.

Impactado questionei aquele Mestre sobre a inconsistência dessa reflexão como não poderia um pai pedir a Força Criadora do Universo que não salve o seu filho de uma grave enfermidade? No qual ele me respondeu com a atitude de erguer uma cadeira no ar e soltando-a deixando cair, com olhos perplexos em sua direção, ele nos perguntou se a cadeira caiu e disse que ao cair nada mais fez que sua função enquanto cadeira no ar, cair.

Uma analogia para que se cumprimos nossa função enquanto SER, uma cadeira é uma cadeira nem o deseja deixar de ser, logo cumprira sua função enquanto a for. O homem morrer é um BEM, pois todo ser vivo é natural que um dia morra. Se algo não segue a lei natural isso estaria errado, logo um MAL.

Dizem que uma aula boa é aquela que mexe com o espirito do aprendiz, essa com certeza o fez, e terminou dizendo que era apenas um ponto de vista e que antes de concordarmos ou não, termos fé ou não, usássemos a consciência da existência e poderes do GADU e que sempre que algo que julgássemos ruim ou bom nos acontecesse Louvássemos e Agradecêssemos ao Senhor, feito isso um canal seria restabelecido, fica aqui minha deixa para cada um fazer a sua experiência nisso, a minha se foi positiva ou não já é respondia por essa prancha.

O Terceiro Golpe deu beleza, com o espírito mais calmo, as reflexões foram em torno de São Tomás de Aquino, que dizia que antes de crermos temos que compreender ao contrário de Agostinho, material para vários trabalhos. A questão era O Bem e o Mal, a elucidação de que o Bem é o processo de sermos o que somos nem o desejarmos deixar de ser obtido pelas práticas de boas ações que nos aproximam do GADU, porém incomodado novamente questionei como pode alguém ser feliz com a partida de alguém que ama.

Abriu-se uma nova abstração, o que é Felicidade? Contrário de Infelicidade. Alegria? Contrário de Triste. Foram refletidos diversos relatos de pessoas Alegres, mas infelizes como o caso de suicídio do ator Robin Willians que contagiava a todos com sua alegria, mas era infeliz pois realizou seu desejo de deixar de ser quem o era, tirando a própria vida.

Um ente querido ao partir para o oriente eterno pode deixar os familiares tristes, mas felizes, pois, a tristeza pela falta de um ente querido, mas a felicidade como resultado da compreensão que o Bem foi feito e cumprido em seu sentido natural. Profundo e complexo, mas nem por isso uma inverdade.

Bem e mal são representados por alegorias na descrição onde Adão e Eva consome o fruto da arvore da Compreensão, da sabedoria, onde se deu o pecado original que não é a sabedoria em si, mas o pecado original do homem começa quando o homem começou a determinar o que é “Bem” e “Mal” segundo a sua perspectiva, daí resulta o sofrimento e angústia pois como coloca Kant o homem não é capaz de determinar um fato imparcialmente, com neutralidade sem essa estar embebida em sua própria realidade. O Bem está ligado ao GADU tudo que for fora e contrário a ele não foi criado por este, mas sim é a ausência como o frio é a ausência do calor.

Como eterno aprendizes que somos, acredito que não lapidei a minha pedra, mas umas de minhas pedras, e que podemos tirar lições de uma simples aula a mais complexas reflexões, que possamos nos aperfeiçoar cada vez mais na construção de nosso templo interior e que acima de tudo utilizemos a vida como nosso canteiro de obra.


“All in all you were all just bricks in the wall” (Pink Floyd)


Ir. Bruno Oliveira


abril 29, 2024

UM VESTIDO NOVO PARA UM ÓDIO ANTIGO - Pilar Rahola


O rotulo e o slogan prevalecem em relação a visão critica, a intolerancia e o preconceito demarcam um relativismo aetico de uma ex-querda que perdeu a capacidade de sonhar e a utopia foi reduzida a frangalhos

Segunda-feira à noite, em Barcelona. No restaurante, uma centena de advogados e juizes. Eles se encontraram para ouvir minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Eles sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único, que reina em meu país, sobre Israel. Eles querem me escutar. Alguém razoável como eu, dizem, por que se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados? Eu lhes falo que a verdade é um espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E eu provoco sua reação: "todos vocês se sentem especialistas em política internacional, quando se fala de Israel, mas na realidade não sabem nada. Será que se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Caxemira, da Chechenia?".

Não. São juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Mas com Israel se atrevem a dar opiniões. Todo mundo se atreve. Por quê? Porque Israel está sob a lupa midiática permanente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. E, porque faz parte da coisa politicamente correta, porque parece solidariedade humana, porque é grátis falar contra Israel. E, deste modo, pessoas cultas, quando lêem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades. Sobre os judeus do passado e os israelenses de hoje, vale tudo.

A primeira pergunta é, portanto, por que tanta gente inteligente, quando fala sobre Israel, se torna idiota. O problema que temos, nós que não demonizamos Israel, é que não existe debate sobre o conflito, existe rótulo; não se troca ideias, adere-se a slogans; não desfrutamos de informações sérias, nós sofremos de jornalismo tipo hambúrguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo.

O pensamento intelectual e o jornalismo internacional renunciaram a Israel. Não existem. É por isso que, quando se tenta ir mais além do pensamento único, passa-se a ser o suspeito, o não solidário e o reacionário, e o imediatamente segregado. Por quê? Eu tento responder a esta pergunta há anos: por quê? Por que de todos os conflitos do mundo, só este interessa? Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência? Por que triunfa a mentira e a manipulação informativa, com tanta facilidade? Por que tudo é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos? Por que as razões de Israel nunca existem? Por que as culpas palestinas nunca existem? Por que Arafat é um herói e Sharon um monstro? Em definitivo, por que, sendo o único país do mundo ameaçado com a destruição é o único que ninguém considera como vítima?

Eu não acredito que exista uma única resposta a estas perguntas. Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a imbecilidade atual do preconceito anti-Israel. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito. Se, além disso, nós aceitarmos que ser anti-Israel é a nova forma de ser antissemita, concluímos que mudaram as circunstâncias, mas se mantiveram intactos os mitos mais profundos, tanto do antissemitismo cristão medieval, como do antissemitismo político moderno. E esses mitos desembocam no que se fala sobre Israel. Por exemplo, o judeu medieval que matava as crianças cristãs para beber seu sangue, se conecta diretamente com o judeu israelense que mata as crianças palestinas para ficar com suas terras. Sempre são crianças inocentes e judeus de intenções obscuras.

Por exemplo, a ideia de que os banqueiros judeus queriam dominar o mundo através dos bancos europeus, de acordo com o mito dos Protocolos (dos Sábios de Sião), conecta-se diretamente com a ideia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca. O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que se configurou no ódio histórico aos judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses. No subconsciente, portanto, fala o DNA antissemita ocidental, que cria um eficaz caldo de cultura. Mas, o que fala o consciente? Por que hoje surge com tanta virulência uma intolerância renovada, agora centrada, não no povo judeu, mas no estado judeu? Do meu ponto de vista, há motivos históricos e geopolíticos, entre eles o sangrento papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o antiamericanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico.

Mas também surge de um conjunto de derrotas que nós sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético. Derrota moral da esquerda. Durante décadas, a esquerda ergueu a bandeira da liberdade, onde houvesse injustiça, e foi a depositária das esperanças utópicas da sociedade. Foi a grande construtora do futuro. Apesar da maldade assassina do stalinismo ter afundado essas utopias e ter deixado a esquerda como o rei que estava nu, despojado de trajes, ela conservou intacta sua auréola de lutadora, e ainda dita as regras do que é bom e ruim no mundo. Até mesmo aqueles que nunca votariam em posições de esquerda, concedem um grande prestígio aos intelectuais de esquerda, e permitem que sejam eles os que monopolizam o conceito de solidariedade. Como fizeram sempre. Deste modo, os que lutavam contra Pinochet, eram os lutadores pela liberdade, mas as vítimas de Castro são expulsas do paraíso dos heróis e transformadas em agentes da CIA, ou em fascistas disfarçados.

Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a imbecilidade atual do preconceito anti-Israel. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito.

Eu me lembro, perfeitamente, como, quando era jovem, na Universidade combativa da Espanha de Franco, ler Solzhenitsyn era um horror! E deste modo, o homem que começou a gritar contra o buraco negro do Gulag stalinista, não pôde ser lido pelos lutadores antifranquistas, porque não existiam as ditaduras de esquerda, nem as vítimas que as combatiam.

Essa traição histórica da liberdade se reproduz no momento atual, com precisão matemática. Também hoje, como ontem, essa esquerda perdoa ideologias totalitárias, se apaixona por ditadores e, em sua ofensiva contra Israel, ignora a destruição de direitos fundamentais. Odeia os rabinos, mas se apaixona pelos imãs; grita contra o Tzahal (Exército israelense), mas aplaude os terroristas do Hamas; chora pelas vítimas palestinas, mas rejeita as vítimas judias; e, quando se comove pelas crianças palestinas, só o faz se puder acusar os israelenses. Nunca denunciará a cultura do ódio, ou sua preparação para a morte, ou a escravidão que suas mães sofrem. E enquanto iça a bandeira da Palestina, queima a bandeira de Israel.

Um ano atrás, eu fiz as seguintes perguntas no Congresso do AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel) em Washington: "Que profundas patologias alijam a esquerda de seu compromisso moral? Por que nós não vemos manifestações em Paris, ou em Barcelona, contra as ditaduras islâmicas? Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de mulheres muçulmanas? Por que eles não se manifestam contra o uso de crianças-bomba, nos conflitos onde o Islã está envolvido? Por que a esquerda só está obcecada em lutar contra duas das democracias mais sólidas do planeta, e as que sofreram os ataques mais sangrentos, os Estados Unidos e Israel?”

Porque a esquerda, que sonhou utopias, parou de sonhar, quebrada no muro de Berlim do seu próprio fracasso. Já não tem ideias, e sim slogans. Já não defende direitos, mas preconceitos. E o preconceito maior de todos é o que tem contra Israel. Eu acuso, portanto, de forma clara: a principal responsabilidade pelo novo ódio antissemita, disfarçada de posições anti-Israel, provém desses que deveriam defender a liberdade, a solidariedade e o progresso. Longe disto, eles defendem os déspotas, esquecem suas vítimas e permanecem calados perante as ideologias medievais que querem destruir a civilização. A traição da esquerda é uma autêntica traição à modernidade.

Derrota do jornalismo. Temos um mundo mais informado do que nunca, mas nós não temos um mundo melhor informado. Pelo contrário, os caminhos da informação mundial nos conectam com qualquer ponto do planeta, mas eles não nos conectam nem com a verdade, nem com os fatos. Os jornalistas atuais não precisam de mapas, porque têm o Google Earth, eles não precisam saber história, porque têm a Wikipedia. Os jornalistas históricos que conheciam as raízes de um conflito, ainda existem, mas são espécies em extinção, devorados por este jornalismo tipo hambúrguer, que oferece fast food de notícias, para leitores que querem fast food de informação.

Israel é o lugar mais vigiado do mundo e, ainda assim, o lugar menos compreendido do mundo. Claro que, também influencia a pressão dos grandes lobbys dos petrodólares, cuja influência no jornalismo é sutil, mas profunda. Qualquer mídia sabe que se falar contra Israel não terá problemas. Mas, o que acontecerá se criticar um país islâmico? Sem dúvida, então, sua vida ficará complicada. Não nos confundamos. Parte da imprensa, que escreve contra Israel, se veria refletida na frase afiada de Goethe: "Ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre, sem sê-lo". Ou também em outra, mais cínica de Mark Twain: "Conheça primeiro os fatos e logo os distorça quanto quiser".

Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, é necessário somar o relativismo ético, que define o momento atual, e que é baseado, não na negação dos valores da civilização, mas na sua banalização. O que é a modernidade?

Pessoalmente a explico com este pequeno relato: se eu me perdesse em uma ilha deserta, e quisesse voltar a fundar uma sociedade democrática, só necessitaria de três livros: as Tábuas da Lei, que estabeleceram o primeiro código de comportamento da modernidade. "O não matarás, não roubarás", fundou a civilização moderna. O código penal romano. E a Declaração dos Direitos Humanos. E com estes três textos, começaríamos novamente. Estes princípios que nos endossam como sociedade, são relativizados, até mesmo por aqueles que dizem defendê-los. "Não matarás", depende de quem seja o objeto, pensam aqueles que, por exemplo, em Barcelona, se manifestam aos gritos a favor do Hamas.

"Vivam os direitos humanos", depende de a quem se aplica, e por isso milhões de mulheres escravas não preocupam. "Não mentirás", depende se a informação for uma arma de guerra a favor de uma causa. A massa crítica social se afinou e, ao mesmo tempo, o dogmatismo ideológico engordou. Nesta dupla mudança de direção, os fortes valores da modernidade foram substituídos por um pensamento fraco, vulnerável à manipulação e ao maniqueísmo.

Derrota da ONU. E com ela, uma firme derrota dos organismos internacionais, que deveriam cuidar dos direitos humanos, e que se tornaram bonecos destroçados nas mãos de déspotas. A ONU só serve para que islamofascistas, como Ahmadinejad, ou demagogos perigosos, como Hugo Chávez, tenham um palco planetário de onde cuspir seu ódio. E, claro, para atacar Israel sistematicamente. A ONU, também, vive melhor contra Israel.

Finalmente, derrota do Islã. O Islã das luzes sofre hoje o ataque violento de um vírus totalitário, que tenta frear seu desenvolvimento ético. Este vírus usa o nome de D'us para perpetrar os horrores mais inimagináveis: apedrejar mulheres escravizá-las, usar grávidas e jovens com atraso mental como bombas humanas, educar para o ódio, e declarar guerra à liberdade. Não esqueçamos, por exemplo, que nos matam com celulares conectados, via satélite, com a Idade Média. Se o stalinismo destruiu a esquerda, e o nazismo destruiu a Europa, o fundamentalismo islâmico está destruindo o Islã. E também tem, como as outras ideologias totalitárias, um DNA antissemita. Talvez o antissemitismo islâmico seja o fenômeno intolerante mais sério da atualidade, e não em vão afeta mais de 1,3 bilhões de pessoas educadas, maciçamente, no ódio ao judeu.

Na encruzilhada destas derrotas, se encontra Israel. Órfão de uma esquerda razoável, órfão de um jornalismo sério e de uma ONU digna, e órfão de um Islã tolerante, o Estado de Israel sofre com o paradigma violento do século XXI: a falta de compromisso sólido com os valores da liberdade. Nada é estranho. A cultura judaica encarna, como nenhuma outra, a metáfora de um conceito de civilização que hoje sofre ataques por todos os flancos. Vocês são o termômetro da saúde do mundo. Sempre que o mundo teve febre totalitária, vocês sofreram. Na Idade Média fascismo europeu, no fundamentalismo islâmico. Sempre, o primeiro inimigo do e confusão social, Israel encarna, na própria carne, o judeu de sempre.

Um pária de nação entre as nações, para um povo pária entre os povos. É por isso que o antissemitismo do século XXI foi vestido com o disfarce efetivo da crítica anti-Israel. Toda crítica contra Israel é antissemita? Não. Mas, todo o antissemitismo atual transformou-se no preconceito e na demonização contra o Estado Judeu. Um vestido novo para um ódio antigo.

Benjamim Franklin disse: "Onde mora a liberdade, lá é a minha pátria". E Albert Einstein acrescentou: "A vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem o mal, mas por aquelas que ficam sentadas vendo isso acontecer".

Este é o duplo compromisso aqui e hoje: nunca se sentar vendo o mal passar e defender sempre as pátrias da liberdade.


Pilar Rahola I. Martínez Nasceu em 21/10/1958 é jornalista e escritora catalã, com formação política e MP. Estudou Espanhol e Filosofia Catalã na Universidade de Barcelona. Possui vários livros e artigos publicados, palestrante internacional requisitada pela mídia e universidades, é colunista do La Vanguardia, na Espanha; La Nacion, na Argentina e do Diário da América, nos Estados Unidos. De 1987 a 1990 Rahola cobriu a Guerra na Etiópia, Guerra dos Balkans, Guerra do Golfo e a Queda do Muro de Berlim como diretora da publicação Pòrtic. Suas áreas de atuação incluem Direito das Mulheres, Direito Humano Internacional, e Defesa dos Animais. Nos últimos anos tem exposto seu ponto de vista sobre Israel e o Sionismo.


Entre diversos prêmios recebidos: Doutor Causa Honoris na Universidade de Artes e Ciência da Comunicação, em Santiago do Chile (2004), pela sua luta em favor dos direitos humanos; Prêmio Javer Shalom, pela comunidade judaica chilena pela sua luta contra o antisemitismo; Cicla Price (2005), pelo mesmo motivo; Membro de Honra da Universidade de Tel Aviv (2006); Golden Menora entregue pela Bnai Brith francesa (2006); Laureada com o priemio Scopus pela Universidade Hebraica de Jerusalém (2007); participou como convidada de honra em diversas ocasiões, entre elas no AIPAC de Conferência Política (2008); em 2009 recebeu prêmio da Federação das Comunidades Judias da Espanha, Senador Angel Pulido e Prêmio Mídia de Massa pelo Comitê Judaico Americano pela luta pelos Direitos Humanos; A Liga Anti Difamação lhe concedeu o prêmio Daniel Pearl “pela sua dedicação e comprometimento a um jornalismo honesto e responsável baseado em um código de ética e por falar honestamente ao público”; recebeu o prêmio Morris Abram entregue pela UN pela sua defesa aos Direitos Humanos, Genebra, 2011, entre outros.

MAR PORTUGUÊS - Fernando Pessoa


Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.


Poema extraído do livro "Mensagem" de Fernando Pessoa.

Pintura a óleo de Carlos Alberto Santos


CONVITES PARA SESSÕES MAGNAS DE INICIAÇÃO. (R.'.E.'.A.'.A.'.) - Newton Agrella

Não raro, deparamo-nos com Convites de Lojas que trazem no seu enunciado os seguintes dizeres:

****

A   A.'.R.'.L.'.S.'.  "XXXXXX"  tem a honra de convidar os valorosos IIr.'. para a          Sessão Magna de Iniciação do *neófito* "XXXXX"....

****

Cabe esclarecer que o termo correto a ser utilizado é *candidato*

Aliás, há um estágio a ser cumprido antes de ser iniciado na Maçonaria que obedece ao seguinte critério:

*CANDIDATO*

É aquele que após um convite feito por um legítimo maçom recebe um formulário-proposta de admissão.

Ao aceitar receber o formulário, ele passa à condição de Candidato, mantendo-se assim até que, após a Sindicância, tenha sido aprovado por escrutínio secreto o seu possível ingresso na Sublime Ordem.

*POSTULANTE*

É a expressão utilizada ao Candidato que cumpriu o período de postulado e encontra-se no aguardo para o momento de sua Iniciação em que o mesmo participa dos ritos preliminares, até que passe pela prova do elemento Terra, pela Câmara das Reflexões.

*RECIPIENDÁRIO*

É o  que o tem algo a receber. Ainda não tendo sido iniciado, ele contudo passou pelas outras provas e presta seu juramento.

*NEÓFITO*

Este é o nome que se dá ao "Iniciando", após ter prestado seu juramento solene, assim permanecendo até se lhe seja dada a Luz Maçônica e seja finalmente constituído *APRENDIZ MAÇOM* pelo Venerável Mestre.

Apenas para boa ordem vale destacar que o termo *"INICIANDO"* é um nome genérico dado aos Postulantes, Recipiendários e Neófitos.




abril 28, 2024

VOCE QUER TOMAR UM CAFÉ COMIGO?

 



Esse blog teve início no dia 20 de setembro de 2011. Aproveitei um blog pessoal que já existia para dar início ao compartilhamento dos trabalhos maçônicos que eu recebia, mas não só de maçonaria, como também ciência, arte, cultura, história, filosofia,  etc., em textos escritos por renomados autores e por talentosos irmãos.

Desde então publiquei mais de 2400 artigos e atingi 450.000 visualizações na data de hoje, o que transforma este modesto trabalho em um dos blogs mais acessados do país, graças a qualidade de suas publicações.

É um grande prazer fazer este blog, mas representou até agora cerca de 1.800 horas de trabalho e algumas pequenas despesas. Sempre foi e sempre será gratuito, mas tenho certeza de que alguns leitores gostariam de compartilhar um café comigo.

Assim, não há obrigação nenhuma, mas se você curte a minha companhia, ainda que virtual, talvez queira oferecer um cafezinho. Apenas um café, que tenho certeza, você pagaria com carinho se nos encontrássemos ao vivo.

Então, se desejar, deposite o valor de um café no meu PIX na CEF, Michael Winetzki, chave 061.98199.5133. Não precisa se identificar, não precisa enviar comprovante, não precisa fazer nada. E nem depositar nada se não quiser. Eu sempre terei prazer na sua companhia.

Encaro apenas como cortesia de algum leitor, pela satisfação que lhe proporcionam estas leituras. Um caloroso TFA. Michael

OS SIGNIFICADOS OCULTOS DAS PALAVRAS - Lúcio José Patrocínio

É interessante ver como cada geração encontra suas causas por que lutar, mas nesse caso específico pela luta por igualdade de gênero, como sou cabalista, filósofo, e teólogo, não posso modificar a linguagem por entender que muitas coisas estão em jogo aqui. Explico.

Todas as palavras em todos os idiomas possuem significados (ocultos ou explícitos) e todas estão interconectadas e suas interconexões também geram novos significados. Quando você propõe esse tipo de mudança na linguagem como o uso de “they, ellos, eles” em vez de “he, el, ele” (inglês, espanhol, português como exemplos), conhecimento e sabedoria podem ser perdidos, por isso penso que essa luta está equivocada. 

Quando dizemos “him” não significa “man”, significa “ser”, ambos sexos. “Ele” vem do hebraico e evoluiu para todos os demais idiomas, por exemplo “El = He” e “le = him” em castellano, se utiliza para referir ao homem, contudo também significa Deus, então quando dizemos “he, him” estamos fazendo referência a nós como a imagem de Deus, ambos sexos, porque a palavra Elohim “Deus em hebraico” significa ele + ela, Adão + Eva, não podendo ser considerado sexista e machista, porque estamos nos referindo a ambos sexos como divindades.

Quando afirmo que conhecimento e sabedoria se perdem quando modificamos os idiomas, me refiro a que tudo tem significado esotérico, teológico ou simplesmente histórico. As letras têm peso, elas têm valor, cada letra tem um número, por exemplo A = 1 (em hebraico א “Alef” = 1). 

Agora vejamos, O nome de Deus vale 26, porque seu nome se escreve “יהוה” e suas letras valem 5+6+5+10 = 26. Primeiro preciso que você entenda o conceito de unidade com Deus. Deus é o tudo e o nada, portanto a primeira letra do nome Dele, a letra Yud “י” vale 10, onde 1 significa o tudo e 0 significa o nada, mas 1+0 = 1, portanto Deus também pode ser enumerado com o 1, nós somos 1 com Deus. Se nós valemos 1 e deus 26, logo, a união de nós com Deus = 27. Então perceba que se você pegar o número 3, a unidade mínima necessária para criar o mundo tridimensional (o triângulo, 3 lados), e multiplicar por 3, você tem o 9 (9 está a 1 de Deus = 10, portanto o mundo com Deus é 9 + Deus = 10), e 9*3 = 27, que significa o 26 de Deus + 1 que é você, 27 é você com Deus. 

Agora vejamos que em hebraico “Ele” vale 5+6+1 = 12, e “Ela” vale 5+10+1 = 16, portanto a união do homem com a mulher vale 12+16 = 28. Ora, ora, vemos que um casal resulta em 28, portanto a união entre homem e mulher vale 26 + 2, Deus + o casal.  

Explico tudo isso para que você entenda a grandeza da linguagem, entenda que há muitas coisas além do superficial, e esse conhecimento está em risco quando modificamos os idiomas para que seja mais inclusivo.

ATARANTADO - Adilson Zotovici


Triste o discurso tacanho

Do obreiro despreparado

Que à Loja pronunciado

Sobre os arcanos de antanho


Por liberdade é levado

A procedimento estranho

Sem entendimento, sem ganho

E bom tempo desperdiçado


Em discurso mui alongado

Num repleto emaranhado

Em completo desmaranho


Jeito de mestre embuçado

Feito pastor atarantado

Que desnorteia o rebanho !