maio 11, 2024

DA LONGEVIDADE - Heitor Rodrigues Freire


Hoje, graças a vários fatores, o ser humano está vivendo mais. Os avanços da medicina, o saneamento básico, o desenvolvimento da nutrição e a erradicação de muitas doenças, somam um conjunto de elementos que proporcionou um salto na nossa longevidade. E isso vem criando uma distinção entre os idosos, pois há os que se sentem cansados, considerando que já fizeram tudo o que estivesse ao seu alcance, e há aqueles que, ainda cheios de vitalidade e de alegria de viver, encontram no cotidiano a energia necessária para redobrar o propósito em suas vidas.

A questão é manter-se em atividade constante, sendo sempre o protagonista da própria vida, não aceitando a passividade. É claro que para isso é preciso chegar à maturidade com saúde física e mental – uma condição indispensável para a autonomia e o protagonismo.  Eu, no alvorecer dos meus oitenta e quatro anos, a completar neste mês de maio, me considero um exemplo vivo do que estou falando. Eu não sou idoso nem velho, sou antigo. Antigo porque ao longo do tempo fui acumulando experiências, vivências, que me proporcionaram a oportunidade de participar ativamente da minha vida, da minha família, da minha profissão, do meu círculo de amigos e colegas, e também das atividades voluntárias que exerço com muita alegria, contribuindo para o aprimoramento geral e estou sempre pronto para servir. Embora não tenha sido escoteiro, o lema deles me serve de farol: Sempre alerta!

A alegria de viver é outro fator preponderante; a consciência de que nossa existência é eterna, e que ao desencarnarmos nossa vida continuará em outra dimensão – isso também alimenta essa certeza.

No meu caso particular, tenho alguns componentes que me entusiasmam e me estimulam: sou casado há 61 anos com uma mulher extraordinária, a Rosaria, que se constituiu no farol que ilumina minha vida, construindo comigo nossa família, composta por sete filhas, doze netos, e, em breve, serei bisavô.

Minhas filhas são todas formadas e exercem suas profissões com muita competência e dedicação – elas são também mais um fator de alegria e de orgulho para mim, pois enxergo a responsabilidade com que cumprem seus trabalhos e a forma como educam seus filhos dentro do padrão que aprenderam em nosso lar, dando-nos fôlego para continuar participando da vida.

Aprendi, desde cedo, a responsabilidade que me cabe pelos meus atos, tornando-me sempre protagonista em meus acertos e também nos meus erros – que infelizmente foram muitos, mas me ensinaram a viver. Adotei como lema, o dístico que identifica o estado de São Paulo: Non ducor, duco (conduzo, não sou conduzido). 

A minha longevidade se deve também ao fato de saber que ainda tenho muito a contribuir, e ainda trago algumas pendências que me cabem resolver nesta encarnação. Como foram criadas nesta encarnação, serão resolvidas nesta encarnação.

Outro dia, li um poema do escritor e teólogo Ricardo Gondim, Tempo que foge!, que aqui reproduzo em parte, e assino embaixo, com alegria: 

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. 

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

(...)

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembleias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

( ... )

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus)”.


QUANDO A TEMPESTADE PASSAR - Alexis Valdez


```Quando a tempestade passar,

as estradas se amansarem,

E formos sobreviventes

de um naufrágio coletivo,

Com o coração choroso

e o destino abençoado

Nós nos sentiremos bem-aventurados

Só por estarmos vivos.


E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido

E elogiaremos a sorte de manter um amigo.


E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.


Não teremos mais inveja pois todos sofreram.

Não teremos mais o coração endurecido 

Seremos todos mais compassivos.


Valerá mais o que é de todos do  que o que eu nunca consegui.

Seremos mais generosos

E muito mais comprometidos


Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que 

significa estarmos vivos!

Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.


Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, que nós nunca  soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado.


E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...

Mas você nunca perguntou o nome dele 

Porque  estava com pressa...


E tudo será milagre! 

E tudo será um legado

E a vida que ganhamos será respeitada!


Quando a tempestade passar

Eu te peço Deus, com tristeza ,

Que você nos torne melhores.

como você "nos" sonhou.```



VAMOS AJUDAR O RIO GRANDE DO.SUL


O irmão, confrade, intelectual e notável artista Aldy Carvalho nos chama à ação pelo Rio Grande do Sul.

maio 10, 2024

CARGOS DE LOJA - MESTRE DE CERIMÔNIAS - Cristos Dócolas




A Joia do Mestre de Cerimônias é a Régua Graduada. A Régua é considerada como símbolo do método, da retidão, da Lei. Também pode ser considerada símbolo do Infinito, pois uma linha reta não tem começo, nem fim. Representa ainda o “aperfeiçoamento moral”.

A Régua, que tem como uso principal o traçado de linhas retas, tem origem bastante antiga. Consta que era usada para medir as enchentes do Rio Nilo. É ainda utilizada, quando chamada “Régua de 24 polegadas” como instrumento para marcar o Tempo, que não deve ser desperdiçado na ociosidade, mas aplicado nos trabalhos para melhoria da Humanidade.

Deve o Mestre de Cerimônias ter pleno conhecimento dos Sinais, Toques e Palavras de todos os Graus. Deve também ter o mais completo domínio do cerimonial Maçônico, nas sessões Ordinárias e principalmente, nas sessões Magnas. O Mestre de Cerimônias, embora não seja uma das Dignidades da Loja, tem grande responsabilidade no andamento dos trabalhos, e por isto, para exercer este cargo, deve-se escolher criteriosamente um Irmão experiente.

Seu lugar em Loja é no Ocidente, junto à balaustrada que separa o Ocidente do Oriente, no pé da escada de acesso a este, à frente do Ir\ Tesoureiro. O Mestre de Cerimônias é o diretor do cerimonial da loja, tendo as seguintes atribuições:

Distribuir com antecedência as insígnias e aventais aos Oficiais da Loja.

Para que não se entre no Templo com a mente ocupada com pensamentos profanos, é comum que o Mestre de Cerimônia exorte os Irmãos a deixarem seus problemas mundanos lá fora, concentrando-se para a Sessão que iremos realizar. Na maioria das Lojas o Mestre de Cerimônias faz uma breve alocução que finaliza com o desejo sincero de ver, ao final dos trabalhos, o Ir\ Orador consagrá-los Justos e Perfeitos.

• Antes mesmo de adentrar ao Templo, o Ir\Mestre de Cerimônias deve, no Átrio, organizar a fileira dos Irmãos com os Aprendizes à frente, seguidos dos Companheiros e Mestres. Anunciará a entrada dos Vigilantes e do Venerável Mestre, com sua comitiva de Mestres Instalados, visitantes ilustres, etc. e o acompanhará até o Trono, indo em seguida para o seu lugar.

• Preencher os Cargos vagos, por Ordem do Venerável Mestre, convidando os Obreiros da Loja para ocupar o lugar dos Oficiais ausentes, providenciando suas insígnias. Companheiros e eventualmente Aprendizes podem ser chamados a exercer funções, mas não devem subir ao Oriente, nem substituir os Vigilantes.

• O Mestre de Cerimônias deve conduzir ao Oriente os Mestres Instalados visitantes e os Membros dos Altos Corpos. Depois de iniciada a sessão, esta providência será tomada por ordem do Venerável. Considerando que no Simbolismo o mais alto grau é o de Mestre Maçom, nenhuma deferência especial precisa ser dedicada aos Graus Filosóficos. Nenhum grau, ou cargo, por mais elevado que seja, tem esse direito. Como é um gesto de cortesia, se o Venerável quiser prestar homenagem aos portadores de Graus Filosóficos, a seu exclusivo critério, ele os convidará ao Oriente..

• Cabe ao Mestre de Cerimônias comunicar ao Venerável que a Loja está composta, que os cargos estão preenchidos e que todos os llr\se acham revestidos de suas insígnias etc. aguardando então instruções do Venerável para o prosseguimento dos trabalhos.

• É da competência do Mestre de Cerimônias organizar todas as Comissões formadas para dar ingresso às autoridades do Grão Mestrado, ao Pavilhão Nacional e, nas sessões brancas, aos profanos visitantes.

O Mestre de Cerimônias acompanha o Ex-Venerável mais moderno ou o Orador até o Altar dos Juramentos para abertura (ou fechamento) do Livro da lei e também o reconduzirá ao Oriente. Durante a abertura (ou o fechamento) permanecerá de pé, sem fazer qualquer sinal, fora do Pavimento Mosaico, por trás do ex-Venerável mais moderno ou do Orador.

Depois da leitura do Balaústre, o Mestre de Cerimônias deverá levantar-se e verificar se a sua redação foi ou não aprovada, e comunicar o resultado ao Venerável Mestre, mencionando se a aprovação foi unânime, ou por maioria. Tal procedimento é repetido sempre que houver aprovação pelo sinal convencional. Após a aprovação do Balaústre, o Mestre de Cerimônias recolhe o livro do Secretário e o conduz ao Venerável e ao Orador, para colher suas assinaturas.

• E responsabilidade do Mestre de Cerimônias a circulação da Bolsa de Propostas e Informações, colhendo ritualisticamente toda Proposta, Prancha, Peça de Arquitetura etc. que os Obreiros pretendam encaminhar à Loja. Não há mais anúncio, por parte do Mestre de Cerimônias, de que ele se encontra preparado para iniciar o giro com a Bolsa de Propostas, mas, ao término da coleta, irá postar-se entre colunas e anunciará ao 2º Vigilante que percorreu a Loja com formalidades, estando entre colunas aguardando ordens e aguardará efetivamente a ordem do Venerável para dirigir-se ao Trono e entregar-lhe a Bolsa.

• O Mestre de Cerimônias assistirá, de pé e à ordem ao lado do Trono do Venerável, a abertura da Bolsa de Propostas. Aguardará a devolução da mesma pelo Venerável, verificará se de fato está vazia e só então retornará ao seu lugar.

• Quando da formação da Cadeia de União, o Mestre de Cerimônias posta-se entre os Vigilantes e recebendo de cada um deles a Palavra Semestral irá comunicá-la, como a recebeu, ao Venerável Mestre. Após a confirmação de que a palavra está correta, retorna à sua posição na Cadeia de União, para o seu encerramento.

- Ao término da Cadeia de União, é responsabilidade do Mestre de Cerimônias incinerar o cartão onde a Palavra Semestral veio escrita.

• Toda e qualquer peça ou coluna gravada da qual a oficina não tenha querido tomar conhecimento, inclusive as Propostas e sindicâncias de profanos rejeitados ou que desistam da Iniciação, deverão ser igualmente incinerados pelo Mestre de Cerimônias.

• O Mestre de Cerimônias deverá conduzir ao Altar do Venerável qualquer solicitação, moção, Lembrete etc. feito por escrito por qualquer Irmão, que não tenha sido colocado a tempo na Bolsa de Propostas e informações.

• Conduzir ao seu devido lugar qualquer Ir\ que eventualmente chegue atrasado à sessão.

• Conduzir à porta do Templo o Ir\ que, por qualquer motivo, precise ausentar-se durante os trabalhos, temporária ou definitivamente.

• Conduzir os candidatos à iniciação, Elevação, Exaltação, Filiação ou Regularização até o Altar dos Juramentos, para que prestem o compromisso solene e sejam reconhecidos pelo Venerável, em sua nova condição.

• Auxiliar o Venerável em todas as formalidades Ritualísticas existentes nas Sessões de Pompas Fúnebre, Adoção de Lowtons, Confirmação de Casamentos etc., que são muito trabalhosas.

• Embora o Livro de Presenças seja responsabilidade do Ir\ Chanceler, a coleta de assinaturas dos IIr\ que tenham se atrasado ou não tenham assinado, é feita no interior do Templo pelo Ir\ Mestre de Cerimônias, que circulará com o livro pelas colunas.

O Mestre de Cerimônias é o mensageiro oficial do Venerável, podendo eventualmente ser auxiliado pelo 1\ Diácono, se assim determinar o Venerável.

O trabalho do Mestre de Cerimônias é tão importante que, estando entre colunas, tem o direito de pedir a palavra diretamente ao Venerável, com uma simples pancada da palma da mão direita no dorso da mão esquerda.

O Ir:. Mestre de Cerimônias é também o único Oficial que tem o direito de circular livremente em Loja, podendo levantar-se e fazê-lo, a qualquer momento, sem pedir permissão.



O MARTELO, O CINZEL E A RÉGUA


Para passar da coluna norte para a coluna sul, era necessário passar pelos testes do ritual de elevação. Durante esta cerimónia, demos-lhe novas ferramentas como o compasso, o esquadro ou a alavanca, e ensinámos-lhe novos usos para as que já possuía, o martelo, o cinzel e a régua.

A multiplicidade destas ferramentas e a variedade da sua utilização fazem-no compreender que o trabalho de desbaste da sua pedra deve ser continuado, e que agora deve fazer a sua pedra cúbica da forma mais perfeita possível.

Então você chegou a este primeiro momento crucial que todo F\ M\, do mais velho ao mais novo, do mais proeminente ao mais humilde, do mais confiante ao mais tímido, esperou com mais ou menos paciência dependendo de seu temperamento.

Ele espera por isso, não só para poder finalmente baixar o babador e assim se destacar dos últimos chegados, mas sobretudo, para cruzar esta segunda porta, para subir este segundo degrau no longo caminho do autoaperfeiçoamento, para chegar a estrela inacessível, como disse um certo Jacques.

Porque é disso que quero falar com vocês, da inacessibilidade da perfeição, do caminho constantemente a ser percorrido e repercorrido em todas as direções, porque não há sentido, porque cada um busca o SEU caminho, porque cada um vive o SEU destino sem ser predestinado, mas, pelo contrário, procurando dominá-lo da melhor forma possível, de acordo com as circunstâncias das ondas da vida.

Como aprendizes, era sua responsabilidade permanecer em silêncio, aproveitar para se analisar e fazer um balanço de si mesmo e de seu passado profano, com toda humildade; gostamos de acreditar que você terá aproveitado bem esse tempo, mas, em qualquer caso, você está agora, não apenas autorizado, mas também calorosamente recomendado, a viajar por todo o mundo " maçônico " e aprender todas as lições que você pode partir disso.

Se o seu primeiro trabalho foi ou deveria ter sido introspectivo, terá que ser cognitivo para reivindicar o que é necessário para ser chamado de domínio.

Não se deixe cegar pelas sirenes ou pelos louros, mas, GLÓRIA AO TRABALHAR, trabalhe, trabalhe novamente, e faça-o com total liberdade de espírito.

O que o guiará em sua busca iniciática será a estrela flamejante, ela brilhará constantemente diante de seus olhos e o lembrará dos objetivos que você estabeleceu para si mesmo, bem como da direção a seguir. No seu centro brilha a letra G , que esta letra inspire em você, além de tudo, a grandeza , a grandeza da alma, com toda a extensão do significado que se pode ter desta palavra.

ESCALAÇÃO - Newton Agrella


Não é preciso ser tão inteligente para perceber que de fato o lugar mais difícil de se estar é no lugar do outro.

Seja qual for a circunstância, não importa, pois o que conta é o ambiente que você cria, onde você pode transformar o seu interior através de sua capacidade autocrítica.

Quanto mais perguntas você fizer a sí mesmo, mais intenso e elaborado vai se tornar o seu poder argumentativo.

É  nesse instante que a dialética maçônica se pronuncia.

A  dialética, como se sabe, significa: o "caminho entre as ideias". 

Trata-se do método de busca pelo conhecimento baseado na arte do diálogo, de ideias e conceitos distintos que tendem a convergir para um senso comum.

Sem dúvida a  dialética exalta o espírito crítico e autocrítico, que no caso da Maçonaria ganha o adjetivo de "especulativa"

A propósito, somos especulativos na medida em que ruminamos nossas idéias, elucubramos para buscar explicações que possam nos convencer e quando contemplamos o Universo à nossa volta, questionando a nossa origem, a razão de nossa existência e nosso destino.

É por estas e outras que podemos indagar sem receio:

"Se eu mal consigo descobrir meu lugar no mundo, que dirá me colocar no lugar de outrem ?"

Parafraseando a filosofia budista, poderíamos nos satisfazer com o seguinte pensamento:

"...Alegre-se porque todo lugar é aqui e todo momento é agora..."

Diante desta pragmática asserção, talvez seja possível entender a posição em que estejamos escalados no jogo da vida. 

Se na defesa, esperando que tudo aconteça ao sabor do vento e do que os outros queiram nos impor;

Se no ataque, buscando invariavelmente impor aos outros as nossas vontades e convicções;

Ou se estrategicamente entre a defesa e o ataque, sem nos arriscarmos tanto,  buscando uma postura neutra e equilibrada, como se esta fosse a forma mais eficaz de atuar no jogo.

E você ?

Prefere jogar em alguma posição específica, acha melhor permanecer no banco de reservas ou entende que sua vocação é ser o juiz ?



maio 09, 2024

MILHARES DE HERÓIS - Alex Winetzki


 

MISANCENE DA ARTE REAL - Roberto Ribeiro Reis

Meus amados Irmãos! Felizmente, a Maçonaria ainda figura como uma instituição discreta – nem tão secreta – cujo desiderato maior é o de promover o aperfeiçoamento constante de seus membros e, via de consequência, tornar esse mundo um pouco menos indócil.

As pessoas que ali se congregam visam fazer com que a paz, a harmonia e a concórdia sejam as bases sólidas que sustentem não somente a loja, mas o coração de todos os obreiros.

Lado outro, a Maçonaria tem sofrido com pecha de ser gananciosa e eminentemente financista, haja vista os últimos episódios, que têm deflagrado uma disputa desmesurada pelo poder econômico, em detrimento de todas as leis e preceitos dos quais temos nítido conhecimento.

Nas grandes capitais, é claro que com as devidas exceções, vive-se a Maçonaria ostentação, cujo escopo precípuo não é o de estudar, instruir, e progredir intelectualmente, mas sim o de levantar templos nababescos à (des)virtude.  Os valores morais, espirituais e filosóficos têm soçobrado ante a ambição descontrolada de verdadeiros mercenários.

O corolário lógico dessa triste realidade é que a Maçonaria de hoje parece não ter a força da qual era detentora, há algum tempo. Em alguns “orientes” do Brasil (como se o Oriente não fosse único) tem acontecido o que se convenciona chamar de “misancene da Arte Real” ou, trocando em miúdos, a pseudo maçonaria, um jogo de cena, uma triste farsa, uma impressão que se quer passar somente para uma plateia de leigos, ou de não tão leigos que desejam ser enganados. Fujamos desses cruéis desenganos, defenestremos de nossos Templos (físicos e interiores) tudo que vá de encontro à Verdadeira (e nada dissimulada) Arte Real.

Com efeito, profanos travestidos de Maçons têm menoscabado a Sublime Ordem, agindo em total contrariedade ao que lhes foi passado, mesmo após terem sido apresentados à luz, pela qual nutrem profunda aversão. Fato é que insistem em ter asilo nos engenhos das sombras, e delas não mais desejam sair. 

A Maçonaria, enquanto Arte Real, jamais será essa instituição nefasta e de ideário teratológico, como alguns “profanos de avental” pretendem torná-la. Ela é essencialmente filosófica, iniciática e progressista, rechaçando qualquer conduta ou pensamento que contrarie seus princípios éticos e morais!

O metal que nós desejamos é aquele suficiente para a nossa subsistência, e que também nos proporcione o auxílio ao próximo; tudo o que extrapole esse sentimento vai de encontro ao que preceituam nossas leis e códigos espiritualistas de vida.

Em nosso altar dos juramentos, qual seja, no imo de nossa alma, encontra-se ávido e pulsante o desejo de sermos pessoas um pouco mais evoluídas, predispostas ao enfrentamento das mazelas que nos afligem, e que também consigamos ser mais misericordiosos conosco mesmos e para com o próximo.

Desta feita, não buscamos edificar nossa casa sobre o areal da ganância e do egoísmo, pois somos sabedores de que certamente ela desabará; na verdadeira Maçonaria – a que preza o sagrado em desfavor da matéria - edificamos nossa casa espiritual sobre a rocha, pois temos a fé e a convicção de que ela restará inabalável, assim como inabalável é a Arquitetura do Senhor do Universo.

VISITA A ARLS ESTRELA FLAMÍGERA 850 - São Paulo


Praticamente todas as Lojas da Glesp nesta semana tem sessão de eleições dos novos dirigentes, mas percorrendo ao acaso o aplicativo da Potência encontrei uma Loja que informava uma sessão regular de aprendiz.

Meio desconfiado contatei por WhatsApp o Venerável Mestre irmão Marcos Merguliano, que respondeu imediatamente: - a ARLS Estrela Flamígera 850 tem sessão sim, e você é muito bem vindo.

O Templo standard da Glesp é arrumadinho mas pequeno e quando cheguei havia pouca gente. O VM perguntou: - você faz o 1o Vigilante? O de ofício está adoentado. - Claro que sim.

Aí foram chegando visitantes de diversas Lojas e o Templo lotou. A sessão foi excelente, arguição de um aprendiz inteligente e seguro, que respondeu a todas as perguntas com brilhantismo.

E a condução leve do VM, em uma Loja com excelente senso de humor e alta dose de simpatia. Uma sessão para repetir quando for possível. 

maio 08, 2024

LAVOISIER


08 de maio de 1794: Morre, na guilhotina, o cientista Antoine Lavoisier, fundador da Química moderna.

Considerado o fundador da ciência química moderna, Antoine Laurent de Lavoisier nasceu a 26 de agosto de 1743, em Paris, e faleceu na mesma cidade, a 8 de maio de 1794, após ter sido condenado à morte na guilhotina. Em 1768, apenas quatro anos depois de ter concluído os estudos, entrou para a Academia das Ciências. Veio a lançar os alicerces da Química como ciência sujeita a regras e princípios racionais, como acontecia já com outras disciplinas, por exemplo a Física. 

Apoiado no trabalho experimental, definiu a matéria pela propriedade de ter um peso determinado, noção que desenvolveu paralelamente a um aperfeiçoamento da balança. 

Além disso, descobriu a composição da água e enunciou a lei da conservação da massa nas reacções, essencial na História da Química, definindo o conceito de elemento como a substância que não pode ser decomposta pela ação de processos químicos. Na obra Traité Élémentaire de Chimie (1789), propôs uma nomenclatura química sistemática e racional.

Ao mesmo tempo que se dedicava aos seus estudos científicos, Lavoisier empenhava-se na intervenção política, que era, naquele momento (a Revolução Francesa), um campo de acção particularmente atraente. Foi suplente de deputado nos Estados Gerais de 1789, tendo sido depois nomeado, sucessivamente, membro da comissão incumbida de estabelecer o novo sistema de pesos e medidas, e secretário do Tesouro.

O clima político e social da França era conturbado. A ligação de Lavoisier com a Ferme Générale (sistema criado para a cobrança de impostos)  não eram  bem visto pela população e  trouxe-lhe a fama de corrupto. 

Caiu em desgraça na Revolução Francesa, iniciada em 1789. Lavoisier foi preso e acusado de desvio de dinheiro público. Julgado culpado, foi guilhotinado, aos 50 anos de idade.

Antoine Laurent de Lavoisier. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

wikipedia (Imagens)

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#estoriasdahistoria

A ETAPA DO APRENDIZ


O Irmão, em pé, voltado para o leste, tem os pés em ângulo reto. Ele realizará seu aprendizado, dando-lhe o direito de sentar-se no templo. Pausa ! 1 2 3!

Dizem que a alvenaria é uma pousada espanhola, mas não se entra como num moinho! Entrar no templo é um ritual.

Este movimento e esta posição, para marcar a passagem simbólica do mundo profano para o mundo sagrado. A retidão de intenções que deve animar o Irmão é simbolizada nesta marcha para o Oriente, ao entrar no templo.

Grotesco, incomum aos olhos do novo iniciado, esse passo desajeitado, às vezes desestabilizador, incomoda mais de um aprendiz. Além disso, podemos realmente falar de etapas?

Por que entrar assim? Posição instável e desconfortável. Cada um de nós sentiu esse desconforto ao se mover assim. Nem francamente de frente, nem completamente de perfil. O assento é inexistente, a menor correria e dá uma sensação de desequilíbrio! Será que esta desordem não é necessária para lembrar, talvez ao aprendiz, isto é, a cada irmão que ingressa no 1º grau, a natureza incerta e frágil da sua busca, como a criança que dá os primeiros passos no mundo dos homens.

Esta caminhada de três passos lembra a idade do aprendiz. Três passos de igual distância: começando com o pé esquerdo para marcar sobretudo a primazia do coração em todos os atos maçônicos.

Você vai me dizer, outros F… aqui entram com o pé direito. Eles têm menos coração do que nós?…

Esta piada talvez nos lembre da relatividade de qualquer interpretação simbólica. O essencial não é esta marcha do amor rumo à estrela impossível?  

O passo é linear, contínuo; assim, o jovem irmão não pode ainda desviar-se do caminho traçado pela tradição. Ele deve a ordem: Retidão e obediência. Não é este o BABA de toda educação verdadeira: profana ou iniciática?

Mozart, no primeiro movimento do seu quarteto conhecido como “dissonâncias”, conseguiu transcrever musicalmente esta perturbação dos primeiros passos da alvenaria (literal e figurativamente). Abertura melancólica e dolorosa, sem dúvida evocando uma exploração do passado. Depois, no segundo movimento, tudo parece ficar mais claro.

1, 2, 3: batalha perpétua de luz e sombra.

O passo rígido e retilíneo se modificará com a medida da era maçônica; sem muito significado aparente, será enriquecido posteriormente para manifestar, sem dúvida, o essencial: afastar-se para melhor retornar a si mesmo. Marca assim esse desejo de alcançar o conhecimento, a verdade.

Nesta etapa o maçom demonstra seu comprometimento com o caminho do autoconhecimento, ou seja, o desejo de trabalhar pela sua própria libertação. Ele caminha pelo caminho do meio, expressando assim seu desejo de ir além do que ele é. Ato voluntário e livre como é a sua entrada no espaço e tempo maçônico.

Seja qual for a idade ou roupa, o F \ entra na pousada com esse passo de aprendiz, integra o ritual com esses passos.

Estes três passos marcam uma ruptura com o mundo secular. Do mundo binário, o F \ acessa assim simbolicamente o mundo terciário. Um passo consciente, para ajudá-lo a depositar melhor seus metais na porta do templo. Esta porta, premissa de: não... sábia!

Não esqueçamos de onde viemos: 1-2-3! Começo sem fim.

Dei esse primeiro passo como aprendiz pela primeira vez, algum tempo depois da morte do meu pai. Lembro-me do provérbio italiano que ele gostava de repetir para nós, aquele que não era pedreiro:

 “Na vida é preciso saber dar o passo de acordo com a perna"… 

Sim, creio que nestas poucas palavras reside para mim grande parte do segredo maçônico. Este preceito tornou-se mais claro à luz da minha jornada.

Cabe a cada um de nós caminhar de acordo com o nosso ritmo, a nossa conveniência, tentar ao longo do tempo encontrar a harmonia certa e perfeita no nosso templo interior... passo a passo.

VISITA A ARLS CAVALEIROS TEMPLARIOS 906 - S. PAULO


Embora no Brasil, país católico desde a sua fundação, o teísta Rito Escocês Antigo e Aceito seja o principal Rito praticado no país, o Rito de York, de origem americana com fundamento deísta é o Rito maçônico mais praticado no mundo.

É constituído por quatro corpos distintos: Graus Simbólicos, Graus Capitulares, Graus Crípticos e Ordens de Cavalaria

Visitei na noite de ontem, dia 7, a ARLS Cavaleiros Templários 906 da GLESP, cujo VM é o simpático irmão Marcelo Russo Soares Junior.

As Lojas do Rito de York são simples, despojadas de ornamentos, porém o conteúdo filosófico é extraordinário.

Sob a direção do VM Marcelo, do 1ºVig. Luiz Antônio de Oliveira e do 2ºVig. Luciano Sudário Lacerda, assisti a uma sessão de estudos de rara qualidade, na qual todos os irmãos presentes contribuíram compartilhando conhecimentos.

Foi uma sessão notável, culta e interessante de tal forma que nem se percebeu o tempo passar. 


O MURO - Alex Winetzki