maio 21, 2024

HIRAM ABIFF, SALOMÃO E JESUS - O LAÇO QUE OS UNE -Robert H. Johnson


Nota do autor: Aqui está um divertido jogo “E se? …” que eu escrevi há alguns anos atrás. Foi publicado pela primeira vez na The Working Tools Magazine, em novembro de 2013 e, posteriormente, na Knight Templar Magazine. Eu escrevi-o como uma hipótese baseada nas obras de estudiosos bíblicos evangélicos e no uso de argumentos aristotélicos (se isto, então aquilo). Espero que goste.


Quem foi o “Filho da Viúva”? A resposta pode parecer de fácil resposta, mas quando se lê lendas, escrituras, os apócrifos e outros documentos históricos, torna-se evidente que talvez não possamos responder a esta pergunta tão facilmente.

Nos escritos dos eruditos maçónicos, aprendemos sobre Hiram Abiff, “O Filho da Viúva”. Há outros nos vários textos mencionados acima, referidos como “O Filho da Viúva”. Parece que este é um título para o qual mais de um pode ser nomeado. O uso do título remonta às tradições do Graal, que falam de uma linhagem de sangue descendente e, especificamente, referenciam Ruth.

Ruth, uma mulher da tribo moabita, era casada com Boaz e era uma heroína do Antigo Testamento. Ela foi também a bisavó do rei David – o pai do rei Salomão, que construiu o templo. Ruth ficou grávida e casou-se com Boaz. Ele era bem mais velho, com 80 anos, enquanto Ruth tinha apenas 40 anos. As escrituras dizem que Boaz morreu no dia seguinte. Deve ter sido uma noite de núpcias…

Deste ponto em diante, todos os descendentes de Ruth eram conhecidos simplesmente como “Filhos da Viúva”. Um título genético, se quiser. Uma genealogia pode ser rastreada. Ruth dá à luz o primeiro “Filho da Viúva”, Obed, que cresce e dá à luz o seu filho Jessé, que leva seu filho David, que dá seus filhos Salomão e Nathan.

Usando a linhagem transmitida nos Evangelhos da Bíblia Cristã, Jesus o Nazareno é um descendente de Ruth, fazendo dele também, um “Filho da Viúva”. Há quarenta e cinco gerações de Ruth a Jesus. Isto deixa um problema interessante para nós como maçons. Em nenhum lugar da linhagem mencionada na Bíblia, há uma referência a Hiram Abiff.

Sabendo isto, parece que o caminho arrefece na busca pelo título de “O Filho da Viúva”, de Hiram Abiff. As lendas do Graal foram escritas de uma forma que se presta a alegoria e, portanto, a história não pode ser apenas suposta de significar que Hiram era literalmente apenas um filho da mulher que perdeu o seu marido. Estas lendas cedo estabelecem este título e o que significa, é que é um descendente de Ruth ou mais apropriadamente um descendente de Boaz, ou a 31ª ou 30ª geração de Adão, se se confiar na genealogia de Lucas.

Poderia Hiram Abiff estar relacionado de alguma forma com o histórico Jesus o Nazareno? Os Evangelhos, novamente, deixem um rasto fraco. Ele simplesmente não é mencionado na genealogia dada por Lucas ou Mateus.

Quando Hiram Abiff é referenciado como sendo um “Filho da Viúva”, está de alguma forma implicando que ele era da linha de Ruth, que era casada com Boaz e deles, de acordo com Lucas, havia uma linha contínua para o rei Davi, o rei Salomão e eventualmente a Jesus o Nazareno. Seria ele um parente distante ou um primo?

O rei Salomão também era um “Filho da Viúva”, no sentido de ser da linhagem de Ruth. É por isso que o rei Salomão convocou um Tyriano que foi escolhido a dedo para ser o arquiteto do templo judaico do Deus de Israel? Poderia Salomão ter contratado Hiram por serem da mesma família?

Fazer o trabalho de detetive na genealogia pode ser bastante taxativo quando se pesquisa a ancestralidade a apenas algumas gerações de distância do pesquisador, uma tarefa que se dificulta muito com o uso de origens bíblicas como referência.

A linhagem de Jacob é vital para esta história. Doze gerações antes da época do rei Salomão e oito gerações antes da época de Boaz, os doze filhos de Jacob foram os fundadores das doze tribos de Israel. O quarto filho de Jacob, Judah, era da linha que incluía o rei sábio e se estendia através dele a Jesus, o Nazareno. O sexto filho, Naphtali, foi o fundador da linha que incluía Hiram Abiff.

É elementar sugerir que na época de Jacob a designação de “Filho da Viúva” ainda não tinha sido usada; no entanto, nos seus descendentes, através do tempo até chegarmos ao tempo de Ruth, e daí em diante, não é tão impensável que a linhagem teria usado este epíteto ao falar da sua herança ou quando os estudiosos estavam a registar a história da época ou até mesmo os Evangelhos.

O que há sobre esta linhagem que atrai o título para ela? Em que foi tão especial? As três maiores religiões monoteístas, judaísmo, cristianismo e islamismo, todas a consideram [a linhagem] com reverência. Afinal, esta linhagem contém Adão, Enoch, Noé, Shem, Abraão, David, Salomão, Nathan, Zorobabel e Jesus, o Nazareno.

Talvez a coincidência que une esta linhagem seja a capacidade de criar. De acordo com Lucas, a linha começa com Elohim (O Grande Arquiteto do Universo) e depois para Adão. A Bíblia Cristã não faz especificamente quaisquer reivindicações magníficas para o que Adão já tinha construído, no entanto vários outros homens nesta linhagem são de facto grandes construtores.

Enoch foi o construtor do templo mitológico subterrâneo, consistindo em nove abóbadas com um altar onde a “Pedra da Criação” e o Tetragrama se dizia que teriam sido escondidos. Estas lendas são caracterizadas nos Ritos de York e Escocês, ou seja, o 7º grau no Rito de York chamado de “The Holy Royal Arch” e o 13º grau da Jurisdição Sul do Rito Escocês, chamado de “Royal Arch of Solomon”. Nos últimos anos, até foi sugerido que Enoch foi o construtor da Grande Pirâmide de Gizé. Dizem que os antigos egípcios conheciam a Grande Pirâmide como “O Pilar de Enoch”.

Uma referência um tanto obscura a isto é encontrada na Bíblia: “Naquele dia haverá um altar ao SENHOR no meio da terra do Egito, e uma coluna no seu limite para o SENHOR. E será um sinal e por testemunha ao SENHOR dos exércitos na terra do Egito…” Isaías 19:19”.

Noé naturalmente construiu a arca mitológica para abrigar todas as criações de Deus que foram poupadas na lenda do grande dilúvio.

Abraão ou Abrão e seu filho Ismael supostamente construíram a Kaaba, um edifício em forma de cubo na Arábia, que é um dos locais mais sagrados para os Irmãos da fé muçulmana.

O rei David construiu uma cidade e o seu palácio e teve filhos, um dos quais era o rei Salomão, que foi o responsável pelo Templo de Salomão, que todos sabemos ser o centro dos ensinamentos da nossa nobre arte. Estes construtores na linha original ou “Linhagem Alfa”, a linha que, de acordo com Lucas, começa com Deus e leva a Jesus, o Nazareno, continuam e prosseguem com realizações fantásticas.

Não nos esqueçamos, contudo, que há a alusão à construção do templo espiritual, um artífice espiritual que Jesus Nazareno parecia personificar e que se esvanece antes; então encontramos o mesmo no personagem que a maçonaria chama de seu patrono, Hiram Abiff. O arquiteto chefe, escolhido a dedo, do Templo de Deus. Um homem para emular o seu dever e fidelidade aos seus irmãos, tanto Hiram de Tiro como o rei Salomão, este é o homem que aprendemos nos nossos graus e tentamos imitar.

A “Linha Alfa” é sinónimo de “O Filho da Viúva”. Poderia ser apenas a separação do hiato geracional e uma maneira obscura mais codificada de dizer “da Tribo de Judah” sem ser abrasivo.

Pode ser que a Tribo de Judah fosse o ramo principal desta linha e que os Filhos da Viúva sejam um ramo da linha original, mas cuja proximidade com a linha original precisasse de ser preservada por meio de um título dado a esses construtores.

No final, nunca saberemos se Adão, Jesus, o Nazareno ou Hiram estavam verdadeiramente relacionados, no entanto, é claro que o Filho da Viúva é um título dado à descendência de Ruth e seus descendentes. Também está claro que a Maçonaria chama o seu santo padroeiro Hiram Abiff de “Filho da Viúva”, que foi um construtor. As lições ensinadas filosoficamente dentro do nosso sistema maçónico também têm a ver com a construção; a principal diferença é que estamos a construir a nossa espiritualidade. No sistema maçónico nós seguimos os passos de Hiram Abiff, mas nós não o representamos apenas – nós fisicamente nos transformamos nele, nos diversos graus e no final todos nós acabamos sendo “Filhos da Viúva”. Tornando-nos Mestre Maçons, nós todos terminamos sendo construtores de fantásticos corações, mentes e almas.

Então, Irmãos, eu pergunto: “Quem é o Filho da Viúva?”

Olhe-se no espelho e certamente que o verá.

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Inspirado por um breve artigo no cavalete da Loja Blackmer nº 442 F & AM, Califórnia, escrito pelo Respeitável Irmão John R. Heisner.

Robert H. Johnson, editor chefe do blog Midnight Freemasons. Maçom no 1st N.E. District of Illinois e serve atualmente como Secretário na Loja Spes Novum nº 1183 UD. É Antigo Venerável da Loja Waukegan nº 78 e Past District Deputy Grand Master para o 1st N.E.

maio 20, 2024

MAÇONARIA E ISLAMISMO - Kennyo Ismail


 

A relação entre Islamismo e Maçonaria sempre foi tema obscuro, delicado, polêmico, e por isso evitado por muitos autores. Quando das raras vezes abordado, os autores se restringem em citar Lojas e Obediências que existiram e existem nos países árabes e, de modo geral, param por aí.

Uma postura um tanto quanto incoerente se observarmos os objetivos maçônicos da livre pesquisa da verdade, da busca pela justiça e do combate à ignorância, a intolerância e o fanatismo.

O objetivo aqui é tentar apresentar algo diferente do que “mais do mesmo”, fornecendo informação válida e de forma neutra sobre o assunto e abordando as questões que realmente importam.

Após o triste dia de 11/09/01, muito se tem falado sobre o Islamismo, o qual teve sua imagem de certa forma manchada no mundo ocidental com o marcante incidente. Apesar dos esforços das autoridades, uma onda de intolerância e preconceito, reforçada pela ignorância, tem caído sobre o Islã e seus adeptos no Ocidente desde então.

Por isso, faz-se necessário esclarecer alguns pontos:

O Islamismo não é uma religião radical. É apenas uma religião como as demais que, por ter mais de 1,5 bilhão de adeptos, possui algumas vertentes baseadas em diferentes interpretações de diferentes passagens de seu livro sagrado, sendo que apenas uma minoria dessas é radical. O mesmo ocorre no Cristianismo, que também possui suas vertentes minoritárias radicais, fanáticas, baseadas em diferentes interpretações de suas sagradas escrituras. Não é toda mulher muçulmana que usa burca ou véu, assim como não é toda mulher cristã que tem cabelo até o joelho e saia até o calcanhar.

Por isso, não se pode julgar 1,5 bilhão de pessoas presentes em dezenas de países com base em grupos terroristas que agem por si próprios e sem a concordância de qualquer país ou mesmo de autoridades religiosas. E no que se refere a autoridade religiosa, o Islamismo não possui uma hierarquia com autoridade constituída, não existindo algo um “Papa” ou algo do gênero. Por esse motivo, dizer que existe uma postura oficial do Islamismo sobre determinado assunto seria, no mínimo, imprudente. Compreendido tais questões, vejamos o Islamismo perante a Maçonaria:

Islã: Lua e Estrela: 

Como já esclarecido, não existe uma autoridade que fale em nome da religião muçulmana. Assim sendo, é impossível que o Islamismo seja oficialmente a favor ou contra a Maçonaria. Diferente disso, outras Igrejas já se declararam oficialmente contrárias à Maçonaria, como a Igreja Católica e algumas outras Igrejas Cristãs de menor porte. Mesmo assim, isso não impediu que muitos dos fiéis dessas, sendo homens livres e de bons costumes, ingressassem na Ordem Maçônica nos últimos séculos.

Alguns maçons podem pensar que a Maçonaria talvez seja incompatível com a fé islâmica por conta de sua simbologia. Afinal de contas, muito da Maçonaria está relacionado ao Templo de Salomão, e em muitos graus de muitos ritos vê-se símbolos como letras em hebraico, cruzes, etc. Deve-se ter em mente que existem dezenas e dezenas de ritos maçônicos, sendo que alguns têm maior influência de uma ou outra religião, cultura ou época. Assim, temos ritos maçônicos com influências católicas, protestantes, judaicas, iluministas, egípcias, muçulmanas, cavaleirescas, nacionalistas, etc.

Shriners: Lua e Estrela

Ainda nesse sentido, observa-se que a Maçonaria é Ordem voltada a homens livres, e essa liberdade também se refere às amarras da intolerância. Um exemplo claro é que muitos dos ritos maçônicos fazem referência a “São João”, ou aos “Santos de nome João”, enquanto que grande parte de seus adeptos são protestantes. Isso ocorre porque o maçom é homem racional, e compreende que a citação de “São João” não é questão dogmática, e sim referência histórica aos Solstícios.

Já Salomão e a construção de seu templo, tão presentes na Maçonaria, ao contrário do que muitos possam presumir, não se encontram apenas na cultura e religião judaica. Esse importante personagem e evento também estão descritos no Alcorão. Para os maometanos, Salomão era um rei dotado por Deus de toda a prudência e sabedoria, um grande profeta como todos os descendentes de Davi estariam predestinados a ser. E sua importância era tamanha que Deus ordenou que os homens e “gênios” obedecessem a suas ordens e trabalhassem na construção de seu templo e palácio.

Gênios? Que gênios?

Esse é um ponto tão interessante que mereceu esse destaque. Os gênios estão presentes na cultura árabe desde tempos imemoriais. Seriam seres criados por Deus, invisíveis, mas que possuem a habilidade de se materializarem entre os homens e realizarem feitos notáveis. Não são anjos, pois possuem o livre-arbítrio e podem ser castigados ou mesmo aprisionados. Dessas crenças surgiu o famoso “gênio da lâmpada”, tão explorado em contos infantis. Esses gênios teriam, sob as ordens de Salomão, auxiliado os homens na construção de seu templo.

Templários - Rito de York

A questão religiosa está presente na Maçonaria desde seu início e, apesar de não ser discutida nas Lojas, está mais em voga do que nunca. Prova disso é que, nos últimos anos, os Nobres Shriners, instituição maçônica fundada no século XIX com temática e simbologia árabe, vem discutindo sobre a redução dessa influência árabe na instituição. Em contrapartida, as históricas críticas à Ordem dos Cavaleiros Templários, último degrau do Rito de York e restrito aos maçons que professam a fé cristã, continuam mais presentes do que nunca. Qual seria o caminho ideal: a busca pela universalidade ou a promoção das diferenças?

Conclusão:

A Maçonaria está para o muçulmano assim como está para o cristão: dependente da ausência de intolerância e fanatismo por parte do fiel, e da ausência de ignorância por parte dos demais integrantes.

A durabilidade e sucesso da Maçonaria sempre se deveu ao fato de sua união ser baseada nos pontos comuns e sua riqueza nos pontos diferentes. Enquanto os diversos Ritos, Ordens internas e Corpos aliados proporcionam ao maçom participar daquilo com que se identifica, cujos valores compartilha, todos os membros dessas instituições se sentem integrantes de uma única família, e constroem a fraternidade sobre os landmarks que tornam a todos iguais: a crença num Ser Supremo e na imortalidade da alma.

O Dr. SM Ghazanfar, professor emérito da Universidade de Idaho, escreveu em um de seus artigos que “alienantes por aqueles que são diferentes, nós acabamos nos afastando e diminuindo nossa própria humanidade”. Que a Maçonaria, essa Sublime Ordem cuja finalidade é a felicidade da humanidade, saiba renovar seu compromisso de unir os diferentes pelo que eles têm em comums.

ZONA DE CONFORTO - Roberto Ribeiro Reis



Infelizmente, ainda há quem flerte

Com a zona de conforto que subverte

E nos coloca sempre em triste posição;

É cômodo ser refém do ócio inanimado,

E a cada dia mais temos observado

A ausência de atitude, a falta de ação.


É mais fácil passar próximo à mazela,

Da pedra bruta que não mais se cinzela,

Por triste opção e por mera conveniência;

Como reivindicar as bênçãos do orvalho

Se sequer se trabalha no uso do malho,

E se da preguiça sofremos incontinência?


Não podemos falar do mundo e das crises,

Se, diariamente, cometemos os deslizes

De a tudo assistirmos com apatia profunda;

O Maçom que se preze levanta sua espada,

Pois ele tem fé em mente e sua caminhada

Há de ser protegida pela Luz que abunda.


Nossa Oficina é feito o Templo de Salomão,

Que, sob os auspícios de inefável vibração,

Convoca-nos para a guerra que é iminente;

Quando notarmos ao chão um Maçom morto,

Decerto, foi porque saiu da zona de conforto,

E ainda vela por todos nós do Eterno Oriente!

A AMIZADE TEM O PODER DE RENOVAR A ALMA - Newton Agrella

 


Amizade não é ter amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. 

É antes de tudo, independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual a sua, é abstrair uma experiência diferente.

Amizade envolve intempéries. Clima bom, clima ruim, momentos estáveis e instáveis.

E mesmo assim, atravessar o tempo sem se preocupar com o frio ou calor.

Amizade significa aceitação, bem como, colocar-se no lugar do outro e ter a percepção que mesmo tendo opiniões e conceitos distintos sobre as coisas, o respeito, a tolerância e a capacidade de absorver as diferenças é o que conta, é o que vale e é o que pesa.

Amizade pra valer, desconhece a indiferença, ela não se ausenta mesmo nas horas mais desagradáveis.  

Amizade não impõe onipresença, não se exige que a pessoa esteja sempre por perto, de plantão. 

Amizade não é dependência, condição proposta ou submissão.  

Amizade é transparência, é comungar presencialmente ou virtualmente em qualquer cenário da vida.

Amizade é virar a página sem esquecer do livro, e compartilhar a história, sem se preocupar com o epílogo.

Amizade dispensa formalidade,  carimbo ou protocolo.

Ela é o que sai da alma e obedece sem pestanejar o que manda o coração.



maio 19, 2024

DIA DO FÍSICO - Jorge Gonçalves



Em 1905, o físico alemão Albert Einstein publicou quatro artigos extraordinários que revolucionaram a ciência, abordando a teoria da relatividade restrita, o efeito fotoelétrico e outros aspectos fundamentais da teoria quântica. 

Cem anos depois, em comemoração ao centenário do "annus mirabilis" (ano miraculoso), foi estabelecido que o Dia do Físico seria celebrado em 19 de maio (19/05).

Parabéns aos colegas físicos e ao aniversariante de hoje, o autor deste texto, um dos mais cultos e ilustres maçons do Brasil.(nota do Michael).

O GUARDA DO TEMPLO - Eduardo José da Fonseca Costa





Nos antigos rituais maçônicos, encontravam-se dois Guardas do Templo: um externo, que vigiava o adro; e um outro interno, que recebia daquele as indicações. De vez que os trabalhos de uma Loja devem realizar-se a portas fechadas, cabia-lhes zelar para que ninguém perturbasse a sessão. 

Não é por menos que os Guardas do Templo tem como jóia representativa 2 (duas) espadas cruzadas, símbolos de alerta e de proteção. Hoje, porém, restou somente o Guarda Interno do Templo, ou, simplesmente, "Guarda do Templo", que guarda internamente a porta do Templo e dá a entrada aos Irmãos que chegam após a abertura dos trabalhos. 

Para JULES BOUCHER, trata-se de cargo a ser confiado ao Irmão mais experimentado da Loja, que seja um profundo conhecedor do ritual e dos seus procedimentos, razão pela qual muitas Lojas ainda outorgam essa responsabilidade ao Venerável Mestre que sai.

Isso porque, no direito consuetudinário maçônico, sempre foram atribuídas ao Guarda externo do Templo as funções de "cobrir" e "telhar" (motivo pelo qual o Guarda Externo do Templo pode ser também chamado de "Cobridor Externo" ou "Telhador"). 

Segundo BOUCHER, "telhar um Irmão" significa interrogá-lo para constatar, pelas suas respostas, se ele é mesmo maçom e se seu grau corresponde ao grau para o qual trabalha a Loja; por extensão, "cobrir o Templo" tornou-se sinônimo de "sair". 

Assim, caso profanos consigam entrar numa reunião maçônica e se um deles se aperceber disto, diz o Guarda do Templo: "Está chovendo" ou "Há goteira", isto é, o Templo não está coberto.

Há divergência quanto à denominação que se deve dar ao procedimento formal para identificação e constatação da regularidade maçônica: "telhamento" ou "trolhamento". Os Manuais da GLESP falam em "trolhamento", posição de que compartilha RIZZARDO DA CAMINO.

Segundo este autor gaúcho, "passar a Trolha sobre alguém" significa retirar sua asperezas para que, quando der ingresso no Templo, não seja diferente dos demais, pois se apresentará como Pedra Polida, e não como Pedra Bruta (p. 391-392). Aliás, este autor sequer incluiu as palavras telhar e telhamento em sua clássica obra Dicionário Maçônico. Todavia, não posso referendar tal posicionamento. 

Na maçonaria de língua inglesa, o Guarda do Templo é chamado de Tiler (de tile = telha); na de língua francesa, de Tuillier (de tuille = telha); na Itália, de Tegolatore (de tegola = telha), e assim por diante. Percebe-se, conseguintemente, que as traduções de Tiler, Tuillier e Tegolatore são as mesmas: TELHADOR, i.é., o que procede ao TELHAMENTO. 

Já o termo TROLHAMENTO deveria significar "passar a Trolha", ou seja, aparar as arestas e as imperfeições da argamassa, fazer esquecer as injúrias e as injustiças; enfim, apaziguar maçons em eventual litígio. 

De qualquer forma, a par de todas dessas questiúnculas vernaculares, é ao Guarda do Templo que se confia preponderantemente a eficácia do 15o Landmark ("nenhum visitante, desconhecido aos irmãos de uma Loja, pode ser admitido a visitar, sem que antes de tudo seja examinado, conforme os antigos costumes"). 

A execução cabal deste preceito exige um Irmão, pois, que conheça todos os membros de sua Loja, todos os sinais, todas as palavras de passe, todas as palavras sagradas, todas as senhas e as peculiaridades de cada grau.

Justamente porque telha, não se recomenda ao Guarda externo que permaneça no Átrio, pois esse recinto faz parte, pela sua "imantação", ao próprio Templo, onde não é permitida a presença de estranhos; o estranho e os visitantes retardatários devem permanecer na Sala dos Passos Perdidos que precede o Átrio. 

Quando o Venerável Mestre reúne os Irmãos para a procissão de adentramento ao Templo, determina a preparação espiritual, procedida pelo Mestre de Cerimônias, que faz uma invocação ao Grande Arquiteto do Universo; é no átrio que os Irmãos deixam todos os assuntos e vibrações profanas; o Átrio é um estágio de purificações e, por esses motivos, não pode receber quem não tiver sido antes purificado.

As atribuições dos Guardas do Templo são melhor elucidadas quando se lhe especula as funções em um nível mais transcendental. 

Segundo ZILMAR DE PAULA BARROS (p. 101-102), os 10 (dez) oficiais da Loja (= Venerável, 1º Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, Experto, Mestre de Cerimônias, Tesoureiro, Hospitaleiro, Guarda do Templo) situam-se, perfeitamente, na árvore sephirótica: o Venerável corresponde a KETHER (A Coroa); o Secretário corresponde a BINAH (Inteligência); o Orador a CHOCHMAH (Sabedoria); o Tesoureiro a GEBURAH (Força, Rigor); o Mestre de Cerimônias equivale a TIPHERETH (Beleza); o Hospitaleiro a CHESED (Graça); o 1o Vigilante a HOD (Vitória, Firmeza); o 2o Vigilante a NETZAH (Glória, Esplendor); o Experto a IESOD (Base, Fundamento); o Guarda do Templo a MALKUTH (Reino ou Mundo Profano).

Ora, MALKUTH é a Sefirah inferior constituinte da presença de Deus na matéria, cuja natureza quádrupla encerra os quatro níveis inerentes à árvore sephirótica como um todo (a raiz, o tronco, os ramos e os frutos, conforme cresce no interior existencial; ou a Vontade, a Mente, o Coração e o Corpo Divino) e sobre nós aparece como o CORPO FÍSICO, com seus elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo (HALEVI, p. 7-8). 

Ora, se na estrutura de uma Loja maçônica o Guarda do Templo corresponde a MALKUTH, e se uma Loja nada mais é do que uma alegoria simbólica do Corpo Místico do Homem, então o Guarda do Templo é representante do único contato direto que a "Alma de uma Loja" tem com o Mundo Exterior.

Posição similar é a de CHARLES LEADBEATER. Para o autor inglês, a Loja Maçônica possui maquinismo que lhe permite invocar o auxílio de entidades espirituais em seus trabalhos altruístas de acumulação e distribuição de forças astrais em benefício do mundo.

Cada oficial teria, além de seus deveres no plano físico, a missão de representar um dos cinco planos da natureza (os planos espiritual, institucional, mental, astral e físico) e de servir de foco para as suas energias peculiares. 

O Venerável representaria o plano espiritual (correspondente no homem à vontade espiritual); o 2º Vigilante, o plano intuicional (correspondente no homem ao amor intuicional); o 1º Vigilante, o plano mental superior (correspondente no homem à inteligência superior); o 1º Diácono, o plano mental inferior (que no homem corresponde à mente inferior); o 2º Diácono, o plano astral (que no homem equivale às emoções inferiores); o Guarda Interno do Templo, o plano físico superior (equivalente no homem ao duplo etérico); o Guarda Externo do Templo, o plano físico inferior (correspondente no homem ao corpo físico denso). 

Daí o motivo de os fundadores da Maçonaria terem disposto as coisas de maneira que a enumeração dos oficiais e a declaração dos seus lugares e deveres servissem de invocação aos anjos pertencentes aos respectivos planos. 

Simbolicamente, para o corpo físico e o duplo etérico protegerem a "loja da alma" dos perigos do mundo exterior, das tentações e das influências malignas, ordena-se ao Guarda Externo (o plano físico inferior) e ao Guarda Interno (o plano físico superior) que impeçam a entrada dos profanos, representantes das paixões violentas (p. 117-121). 

Para LEADBEATER, portanto, este esquema demonstra que a obrigação da inteligência é discernir e julgar que pensamentos e emoções devem ser admitidos no templo do homem: o Venerável comunica-se com o Guarda Externo por meio do 1º Vigilante e do Guarda Interno, significando que o espírito não atua diretamente na matéria densa do corpo físico, senão que por intermédio da inteligência influi no duplo etérico, embora, uma vez realizada a investigação, a mente possa instruir o duplo etérico para que comunique o assunto diretamente ao espírito. 

Para simbolizar isto, há em algumas Lojas o costume de dizer o 1º Vigilante ao dar a ordem: "Irmão Guarda do Templo, vede quem solicita entrada e comunicai-o ao Venerável".

Se há autores que estabelecem correspondência entre os cargos da Loja e os Sefiroths da Cabala, e se há autores que estabelecem homologias entre esses cargos e os planos da natureza, há aqueles irmãos que enxergam conexão entre o oficialato maçônico e o simbolismo planetário astrológico, conexão esta que nos permite alinhavar o perfil psicológico que deve portar o Irmão ocupante do cargo de Guarda do Templo.

Segundo BOUCHER, o Venerável corresponde a Júpiter; o 1o. Vigilante, a Marte; o 2o Vigilante, a Vênus; o Orador, ao Sol; o Secretário, à Lua; o Guarda interno, a Saturno; e o Guarda externo, a Mercúrio (p. 123). O Guarda Externo, justamente por ser regido por Mercúrio, o mensageiro dos deuses, é quem anuncia ao Guarda Interno aqueles Irmãos que vêm se apresentar e que pedem a sua admissão. 

Trata-se de cargo astrologicamente talhado, portanto, para os nascidos sob o signo de Virgem, signo associado ao sistema nervoso, à percepção mental, ao cérebro e às atividades de comunicação física e mental. Não se é de estranhar, aliás, que os traços positivos dos Virginianos sejam as características mais pretendidas de um Guarda Externo: o raciocínio rápido, a percepção ágil, a inteligência, a versatilidade, a intelectualidade e o impulso para a aquisição e a transmissão do conhecimento. 

Em contrapartida, tem-se o Guarda Interno do Templo, regido por Saturno, o deus prudente que prefere os lugares sombrios, encarregado de anunciar a presença daqueles que julgou dignos de entrar. Trata-se agora de cargo astrologicamente cunhado para os nascidos sob o signo de Capricórnio, signo este associado às idéias de "limitação" e "contenção".

Também aqui não há de estranhar que os traços positivos dos Capricornianos sejam tão esperados do ocupante do cargo de Guarda Interno do Templo: prático; cauteloso; responsável; paciente; de confiança; resistente; disciplinado, estável.

J. BOUCHER ainda assevera que os Oficiais situam-se, perfeitamente, nos braços de uma estrela de seis pontos ou "Selo de Salomão": o Venerável e os dois Vigilantes, que dirigem a Loja, formam um triângulo ascendente D; o Orador, o Secretário e os Guardas do Templo, que organizam a Loja, formam um triângulo descendente Ñ (p. 123-124). 

Aliás, tal ordem se verifica na circulação, com formalidades, tanto da Bolsa de Propostas e Informações quanto da Bolsa de Beneficência para o Tronco de Solidariedade, circulação esta que se faz na ordem hierárquica.

Por fim, vale a pena registrar as associações tecidas por W. KIRK MACNULTY (maçom inglês adepto duma corrente psicologista) entre sete cargos de oficiais e as Sete Artes Liberais: o Guarda Externo do Templo corresponderia à Gramática; o Guardo Interno do Templo corresponderia à Lógica; o 1o Diácono, à Retórica; o 2o Diácono, à Aritmética; o 1o Vigilante, à Geometria; o 2o Vigilante, à Música; e o Venerável Mestre, à Astronomia (p. 23-23). 

Assim, se a Gramática é a arte que estabelece as regras estritas para estruturar as idéias de modo que possam ser comunicadas e registradas no mundo físico, o Guarda Externo representa a parte da psique que está em contato estreito com o corpo físico, através do sistema nervoso central; portanto, ele é um "guardião" no sentido em que protege a psique da saturação de estímulos do mundo físico. Em contrapartida, se a Lógica é a arte que ensina as normas para a análise racional, o Guarda Interno representa o que a psicologia moderna denomina "ego", isto é, o poder executivo partidário da atividade psicológica quotidiana que se distingue pela sua capacidade para formar imagens mentais; portanto, ele é um "guardião" no sentido de que vela pelas pessoas que permitem à sua psique relacionar-se com o mundo.

Como se pode ver, seja qual for a associação que feita com os cargos de Guardas Interno e Externo, em qualquer uma delas as conclusões são exatamente as mesmas.

Bibliografia:

- BARROS, Zilmar de Paula. A Maçonaria e o Livro Sagrado. Rio de Janeiro: Mandarino, s/d.

- BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. São Paulo: Pensamento, s/d.

- CASTELLANI, José. Maçonaria e Astrologia. 2a ed. São Paulo: Landmark, 2001.

- COLTURATO, Adalberto et alii. Telhamento. In A Gazeta Maçônica. Ano XXXVII – nº 250. mar-abr/2004. p. 5.

- DA CAMINO, Rizzardo. Dicionário Maçônico. São Paulo: Madras, 2001.

- DA CAMINO, Rizzardo. Simbolismo do Primeiro Grau: Aprendiz. 2a ed. Rio de Janeiro: Aurora, s/d.

- FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. 4a ed. São Paulo: Pensamento, s/d.

- HALEVI, Z'Ev Ben Shimon. A Cabala. Edições Del Prado.

- LEIRIÃO FILHO, Sinésio et alii. O Telhamento no Rito Adonhiramita. In A Gazeta Maçônica. Ano XXXVII – nº 250. mar-abr/2004. p. 8.

- LEADBEATER, Charles W. A Vida Oculta na Maçonaria. São Paulo: Pensamento, 1956. MACNULTY, W. KIRK. Maçonaria. Edições Del Prado.

C O E X I S T Ê N C I A - Adilson Zotovici




Acima de Augusta Potência

Sereníssima organização,

A quem se deve obediência,

Há algo à veneração


E que há em decorrência

Destarte, a primeira lição

De paz, da coexistência,

E duma  sincera união


Que não há interferência

E muito menos divisão

Vez que igualdade a essência,

E fraternidade a razão


Canteiros com una tendência

Além de raça, credo, paixão...

Caminham iguais com diligência

Em busca da perfeição


Inda que houver preferência

Dum Rito, local, ocasião,

Com universal abrangência

Nivela a cada irmão


Faz reconhecer por evidência

Não por cargo ou posição

O obreiro que referência

Livre pedreiro por sua ação


Fácil ver, com transparência,

De quem se faz alusão :

A Arte Real por excelência...

Nossa Sublime Instituição !



A MAÇONARIA E A IMIGRAÇÃO NORTE-AMERICANA PARA O BRASIL


 

maio 18, 2024

SER MESTRE DO POVO MAÇÔNICO - Valdemar Sansão



Nós, Maçons, temos de fazer mais, muito mais do que temos feito até hoje!

Mestre – Temos certeza de que muitos Mestres não podem dedicar-se ao estudo da Arte Real, talvez como desejassem. Uns por falta absoluta de tempo, estudar exige certo esforço, continuidade e memorização; todos nós estamos aptos ao estudo, alguns, porém, devido suas obrigações profanas, não têm essa disponibilidade; outros pela falta do hábito de ler.

Na Maçonaria, o estudo é trabalho do Companheiro; o Aprendiz, na realidade, não estuda, apenas observa; mais tarde, aplica o que observou ao estudo, que é a aplicação do seu conhecimento incipiente, para enriquecê-lo. O maçom, antes de vir a ser Mestre, deve passar pela escola como discípulo.

Atingido o mestrado, o maçom aprofunda o seu estudo para descobrir o que está oculto, para atualizar-se e tornar-se sábio. O maçom deve instruir-se para compreender, e só alcançará a meta desejada por meio do estudo, que exige constância, dedicação e, sobretudo, força de vontade.

Contudo, o Mestre precisa para dar instruções em Loja para os Aprendizes e Companheiros Maçons, explicar tópicos desta ou daquela lição, estar preparado.

Há sempre alguma coisa que passa despercebida, mas o Mestre precisa estar atento porque, quando menos se espera, pode surgir alguma pergunta cuja resposta precisa ser dada. Ninguém deve falar se não tiver certeza do que vai dizer. Daí por que o Mestre nunca deve deixar de preparar a lição para a próxima Loja.

Há Mestres que falam com facilidade, senhores do assunto e são imediatamente compreendidos. Mas, há outros que nunca devem abrir a boca. Nota-se que não conhecem nada daquilo que pretendem explicar.

O mais triste em uma Loja é constatar a mediocridade de seus membros, que não dão ao estudo a importância necessária. Quem não estuda, corre o risco de inventar. Nossa Sublime Instituição não é feita de invenções, não admite invencionices.

Estudar conduz ao aprendizado, e este à realização. Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser um verdadeiro Maçom.

Marchas e Sinais – As marchas e os Sinais são de caráter obrigatório para os Maçons que são recebidos no Templo quando os trabalhos já foram iniciados.

É bom lembrar que estando a Loja funcionando em qualquer dos Graus, a entrada e a saudação são sempre do Primeiro Grau. A marcha de Mestre, em geral, só é usada por ocasião da Iniciação (exaltação) a esse Grau. No Rito Escocês Antigo e Aceito a marcha é iniciada com o pé esquerdo, enquanto que no Rito Francês ela é rompida com o pé direito.

As marchas, em qualquer dos Graus, devem ser bem ensinadas, logo nas primeiras Lojas.

Sobre os Sinais nada diremos para não desobedecer àquilo que a Maçonaria nos ensina, isto é, para não irmos de encontro à lei do sigilo. Queremos chamar atenção para alguns erros que são cometidos, continuamente, por ignorância das “leis” que regem a matéria.

Atenção! É erro crasso fazer-se qualquer dos Sinais se não estivermos com as mãos inteiramente livres. Portanto, se o Obreiro estiver lendo, por exemplo, o Ritual ou uma carta, ou qualquer outra coisa, segurando o objeto em que está escrito o teor da leitura, ele não pode fazer qualquer sinal e se o fizer estará cometendo erro imperdoável.

Repetindo: qualquer um dos Sinais só poderá ser feito se as mãos estiverem inteiramente livres.

Ingresso no Templo – Ao ingressar no Templo, far-se-á a saudação ao Venerável e aos Vigilantes. No entanto, é bom saber que, nos ritos teístas, a saudação que se faz ao cruzar o equador do Templo, é dirigida ao Delta Luminoso, representação do Grande Arquiteto do Universo.

Grau de Mestre – Título dado inicialmente ao Companheiro destinado a dirigir um canteiro de obras, entre os talhadores de pedra, do início da incipiente Maçonaria. Segundo Castellani, o Grau de Mestre Maçom, só surgiu no ano 1723 – depois da criação, em 1717, da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a partir de 1738.

Com o surgimento do terceiro grau, ampliou-se a Maçonaria operativa; posteriormente,  entendeu-se como apurar os conhecimentos de forma intelectual, passando a ser denominada de simbólica “Maçonaria especulativa”.

Pode-se dizer que este Grau faz do Maçom um verdadeiro Mestre na arte da vida, porque lhe ensina qual é sua verdadeira missão sobre a terra e o papel que sua inteligência e seu valor devem desempenhar em todos os transes da vida.

A palavra Mestre provém do latim magister, e significa aquele que ensina e dirige; cada discípulo terá seu Mestre, inexistirá discípulo se não houver um Mestre.

Desde a Iniciação, o Iniciado passa a ser um maçom completo; mas, com o constante progresso e armazenamento dos conhecimentos, esse maçom sobe de grau em grau até atingir o “ápice da pirâmide”, quando se torna Mestre. Mesmo Aprendiz, o maçom deve aspirar ascender e, com zelo e pertinácia, evoluir dentro de seu rito, até atingir o conhecimento máximo e situar-se em uma posição de mestrado para ser Mestre de seus Irmãos.

Sendo a Maçonaria uma escola, nela haverá aprendizado; a titularidade máxima no simbolismo é a do Grão-Mestre, que significa “grande Mestre”, e nas Lojas a autoridade maior será do Venerável Mestre. Na Maçonaria Simbólica, o Grau de Mestre constitui o teto máximo atingido; com o mestrado, o maçom adquire todas as prerrogativas maçônicas.

Em uma Loja, o Mestre tem atribuições administrativas específicas e atribuições inerentes à sua evolução; nesse caso, tem a obrigação de orientar e ensinar os aprendizes e companheiros, sem que estes o peçam, pois não poderá manter-se Mestre sem ter sob sua espontânea responsabilidade pelo menos um Aprendiz.

Todo proponente de um candidato à Iniciação passará a ser Mestre do proposto, tanto no Primeiro como no Segundo Grau. “O maior deve ser aquele que serve e honra os menores”.

Os aprendizes e companheiros, vencido o prazo de interstício, têm a obrigação de alcançar o mestrado e assim receber todos os sigilos e conhecimentos maçônicos.

A Tolerância - O maçom deve estar alerta quanto ao recebimento das agressões e das ofensas; embora não haja necessidade evangélica de oferecer a outra face, o fato de exercitar a tolerância equivale a esse oferecimento que a mente comanda e o espírito aceita.

O Maçom considera a tolerância como uma virtude.

Tolerar também significa avaliar o conceito de verdade expresso pelo interlocutor, desde que não se contraponha aos fatos, já que nada é mais intolerante do que a certeza de se ter razão. Por outro lado, a certeza de se ter razão leva ao fanatismo.

E toda verdade é verdadeira, mas não é a única.

Ser Mestre

Ser mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos denominemos Mestres.

Ser mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que isso por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

Ser Mestre á acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.

Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.

Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas minhas realizações.


Fonte de consulta: CARTILHA DO MESTRE / Raimundo Rodrigues

Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. – Londrina – PR.

NAPOLEÃO BONAPARTE



Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em 4 tipos de pessoas:

1. Os inteligentes com iniciativa;

2. Os inteligentes sem iniciativa;

3. Os ignorantes sem iniciativa; e

4. Os ignorantes com iniciativa.

Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão deu funções de comandantes, como generais e estrategistas.  

Aos inteligentes sem iniciativa, Napoleão designou cargos oficiais, os quais receberam ordens superiores para cumprir com diligência.  

Aos ignorantes sem iniciativa, Napoleão os colocou na linha de frente da batalha para serem "carne de canhão".  

Pessoas ignorantes com iniciativa, Napoleão não queria perto de seus exércitos.

Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não deve, se envolve com quem não deve, arruina tudo o que toca, e depois diz que não foi intencional.


maio 17, 2024

BODE NA MAÇONARIA?




NÃO! Em nenhum grau da Maçonaria existe qualquer referência (simbólica ou não) a este animal como parte da nossa simbologia. A associação do bode com a Maçonaria certamente sugiu de fora para dentro, ou seja, de pessoas que não conheciam a Ordem (ou que simplesmente queriam depreciá-la). 

O animal pode ter sido associado à figura de Baphomet (que também não faz parte de nossa simbologia e nem dos Templários) e, por ignorância, associado à Ordem Maçônica. O bode também foi tomado por Jesus como um animal desprezível, pois profetizou que, dentro da salvação, sob o aspecto religioso, as "ovelhas" seriam separadas dos bodes.

A associação do animal à Maçonaria é tão antiga que, os próprios maçons, ironicamente, se divertiam com tudo isso, e passaram a se chamar, um ao outro, de "Bode". Hoje, é comum, um maçom chamar o outro de bode, e ainda, usar adesivos em seus carros com a imagem do animal. Para nós é divertido, mas, nunca houve qualquer relação da Maçonaria com ele.

Fonte: Curiosidades da maçonaria.

A JOIA DO DIÁCONO - Pedro Jul

De fato, não há nenhum significado iniciático ou mesmo uma interpretação simbólica exclusiva para essa diferenciação de joias.

Desse modo, a joia do Diácono, não importando seja ele o 1º ou o 2º, é simplesmente uma pomba, sobretudo porque esse é um dos símbolos consagrados do mensageiro (a Arca de Noé e a pomba; o pombo correio, etc.).

Na Maçonaria Operativa, levando-se em conta a grandiosidade dos canteiros de obra e a rusticidade dos trabalhos profissionais, as lojas operativas possuíam os seus mensageiros que tinham por dever de ofício encaminhar ordens dos dirigentes dos trabalhos. Normalmente desses mensageiros ficava à disposição do Mestre da Obra e o outro a serviço dos “wardens”, mais tarde, os Vigilantes.

Graças a essas atividades hauridas dos canteiros profissionais do passado, alguns ritos especulativos da Maçonaria dos Aceitos revivem esses mensageiros atuando como antigos oficiais de chão.

Assim, nos ritos que possuem oficiais mensageiros, agora conhecidos como Diáconos, os mesmos exercem atividades de acordo com o modelo iniciático (prática ritualística) exigido pelo rito.

No R∴E∴A∴A∴, por exemplo, os Diáconos atuam única e exclusivamente na alegoria da transmissão da palavra sagrada que emblematicamente revive as antigas aprumadas e nivelamentos que ocorriam nos cantos da obra, assim exigidas no início e no encerramento dos trabalhos nos tempos da Maçonaria Operativa.

Na prática, essa aferição tinha o desiderato de produzir trabalhos a contento, aprumando e nivelando os cantos no início da jornada para uma justa e perfeita elevação das paredes e, ao final, conferindo para se certificar se os trabalhos transcorreram justos e perfeitos, ou seja, se ocorreram em conformidade com as exigências da arte.

Como atualmente não somos operativos e vivemos uma Maçonaria Especulativa, isto é, sem a literal atividade profissional dos cortadores e entalhadores de pedra, o elemento primitivo da obra (matéria prima) que era a pedra calcária, passou a ser representada pelo elemento homem, passível de aprimoramento.

Nesse sentido, especulativamente as aprumadas e nivelamentos do passado operativo foram substituídas pela transmissão de uma palavra que se estiver dita “justa e perfeita”, isto é, transmitida nos conformes ritualísticos, então os trabalhos da Loja podem ser abertos e respectivamente encerrados.

Essa pois é a razão pela qual existe no R∴E∴A∴A∴ a transmissão na palavra sagrada na abertura e encerramento.

Essa alegoria lembra as atividades dos construtores medievais, nossos ancestrais. Desse modo, os Diáconos, o Venerável Mestre e os Vigilantes, como protagonistas dessa transmissão, revivem simbolicamente essa passagem outrora praticada pelos nossos ancestrais.

É daí que os Vigilantes usam cada qual uma joia distintiva, ou seja, o Nível para o 1º e o Prumo para o 2º, respectivamente, já o Venerável Mestre usa um Esquadro operativo como sua joia distintiva, enquanto que e os Diáconos usam cada qual uma joia representativa do mensageiro, ou seja, a pomba, porém sem que haja qualquer necessidade de diferenciação entre ambas para identificar o 1º e o 2º Diácono. Rigorosamente, as joias dos Diáconos devem, ou, pelo menos, deveriam, ser iguais, sendo, portanto, dispensável que uma delas venha inscrita dentro de um triângulo.

Eram esses os comentários sobre se existe ou não diferenciação entre as joias dos Diáconos. Como dito, não existe e é algo dispensável, até porque assim não se dá oportunidade para interpretações aventureiras e falaciosas que fatalmente apareceriam por conta de achistas e oportunistas.

Concluindo, vale alertar que no R∴E∴A∴A∴, os Diáconos não se prestam ao ofício de levar bilhetes, recados e outros afins. Esse é ofício do Mestre de Cerimônias como imediato do Venerável Mestre. Como mensageiros, os Diáconos, junto com as Luzes da Loja, são coadjuvantes da alegoria da transmissão da palavra sagrada no início e no encerramento dos trabalhos. Reitera-se: essa é a única função dos Diáconos em Loja.

 


maio 16, 2024

NOSSAS TRAGÉDIAS - Sérgio A S Quoos




Os dias vem acumulando dores,

as tragédias são culpadas;

rancores certas vezes afloram,

isso diz muito de que quem somos.


Ainda que privilegiados,

certas vezes nos achamos atacados;

mas as tragédias são as culpadas,

e isso não aceitamos.


Para língua portuguesa o paradoxo;

A água está sobrando,

mas para a vida não serve;

malditas tragédias culpadas.


não são de todo as chuvas,

aquelas que nos castigam;

se trata de nossas atitudes,

as tragédias de nossas vidas.