junho 15, 2024

ABRA CADABRA


junho 14, 2024

COMPORTAMENTO RITUALÍSTICO -



Existem normas básicas para postura e comportamento em Loja.

Abusando e usufruindo mais uma vez dos conhecimentos do Mestre Castellani, vamos ver o que ele escreveu no seu “Consultório Maçônico” editado pela Trolha:

Em Lojas Simbólicas, em qualquer Grau e em qualquer Rito, nosso comportamento ritualístico deverá ser:

NÃO SE FAZ SINAL DE ORDEM, QUANDO EM CIRCULAÇÃO, pois só em pé e parado é que o Maçom pode fazer o Sinal. A exceção é a “Marcha do Grau”, para entrada no Templo. Fora disso, tanto a circulação dos Irmãos que circulam por dever de oficio, quanto a dos demais que a fazem esporadicamente, deve ser feita sem Sinal.

NÃO SE FAZEM OS SINAIS COM INSTRUMENTO DE TRABALHO e isso vale tanto para o Sinal de Ordem quanto para saudação. Assim, Veneráveis e Vigilantes, na abertura e fechamento dos trabalhos, devem deixar os malhetes sobre suas mesas, fazendo os Sinais com as mãos, só usando os malhetes para as baterias. Da mesma forma, os demais portadores de instrumentos (espadas, bastões) não devem usá-los para Sinais.

QUANDO SENTADOS, OS IRMÃOS NÃO FAZEM SINAIS DE ESPÉCIE ALGUMA, pois vale repetir, só em pé e parado é que o Maçom pode fazer sinais. Assim é errado os Veneráveis e Vigilantes responderem à saudação com o Sinal, devendo limitar-se a um simples aceno, com inclinação da cabeça. Estão também, duplamente errados, os Veneráveis e Vigilantes que fazem Sinais como os Malhetes e estando sentados; isso, ritualisticamente, é horrível, mas ocorre, infelizmente, na maior parte das Lojas. A única exceção a essa regra é o Banquete Ritualístico.

Fonte: Pílulas Maçônicas.

CHINA TERÁ HOSPITAL OPERADO SÓ POR IA - Alex Winetzki


junho 13, 2024

A VERDADEIRA HUMILDADE MAÇÔNICA - Dario Angelo Baggieri



Num Conclave Maçônico realizado por uma determinada Potência, havia um prosélito desfilar de vaidades, onde as alfaias e paramentos ofuscavam o disputar de quem era mais “DIFERENCIADO” em termos de notoriedade naquele evento.

Um pequeno grupo de irmãos, estavam alheios a tamanha manifestação de ostentação daqueles “pombos de aventais” que arrulhavam pelos corredores, com frivolidades que chegavam à beira da mediocridade. Conversando entre si, aqueles honoráveis irmãos, começaram um diálogo contemplativo e ao mesmo tempo dissertativo, sobre o fato tão comum na nossa Ordem, que transcrevo abaixo em essência, numa crónica adaptada à nossa filosofia.

Começo o tema com a seguinte pergunta: “QUAL A VERDADEIRA HUMILDADE DE UM IRMÃO MAÇOM?” Pergunta esta que nos remete à inúmeras análises em todos os campos da erudição da psicologia moderna, com as suas nuances também no campo da Psiquiatria contemporânea advinda da globalização. Teremos que iniciar tal crónica, com a definição real do que é HUMILDADE. A humildade não deve ser confundida com baixa autoestima, timidez, sentimentos de inferioridade ou auto degradação. Embora ser humilde exija reconhecer as nossas próprias dificuldades, limitações e limites, isso não significa fazer uma demonstração deles. Humildade para o verdadeiro Maçom, significa viver na verdade, aceitando que não somos perfeitos e isso deve ser sempre a nossa realidade.

Muitas irmãos pensam que são humildes, quando, na realidade, estão constantemente reclamando e falando sobre quão desafortunados ou desvalorizados são, concentrando-se inteiramente em si mesmos, o que é uma forma oculta de orgulho. A verdadeira humildade do homem Maçom, não significa olhar constantemente para a própria pequenez e comparar-se aos outros. Fazer estas comparações significa constantemente voltarmo-nos para nós mesmos e apenas ver os outros como superiores ou como ameaça ao nosso crescimento na Instituição. A humildade não é uma virtude a ser conquistado para alcançar a auto perfeição, o que na verdade leva ao orgulho, a frase comum que ouvimos nos nossos templos e ágapes “na minha humilde opinião” não é nada além de orgulho disfarçado. Quando a humildade se torna explícita, não é mais humildade.

A psicologia contemporânea usa o termo “autenticidade” mais que a humildade. Significa viver a verdade sobre si mesmo, ser honesto consigo próprio e com os outros. Essa é a verdadeira humildade que deve ser exercitada na Maçonaria. É um sinal de maturidade psicológica e espiritual e de liberdade interior. Em vez de uma série de comportamentos que devemos adoptar, a humildade é um modo de ser e de se relacionar com os outros. É caracterizada pela maneira como uma pessoa se aceita e se valoriza. A humildade é como a argamassa que sustenta a base de um edifício; sem ela, é impossível manter-se de pé na vida espiritual. Após esta explanação acima, fica mais plausível algumas conclusões sobre o que vem acontecendo na modernidade da Maçonaria atual: OS IRMÃOS PERDERAM A VERDADEIRA HUMILDADE MAÇÔNICA, na sua grande maioria, disse um dos decanos, presentes ao diálogo. Que frase impactante, que provocou um profundo e pesado silêncio naquele debate. Concluiu o que repasso ipsis litteris: “A verdadeira humildade do homem Maçom é dar o melhor de si sem se sentir melhor que os outros. É ter consciência das suas qualidades, mas reconhecer que tem muitos defeitos também. É mostrar os seus talentos sem querer abafar os talentos dos outros. É admirar os outros pelo que eles são sem esquecer que você também é filho de Deus, o Grande Arquiteto do Universo. É admirar os outros pelo que eles fazem sem esquecer que você também é capaz de fazer coisas maravilhosas. É aceitar cargos importantes, mas fazer deles uma maneira de servir ainda mais. Assim meus amados irmãos, vemos que hoje existem muitos irmãos, que por terem maior bagagem de conhecimento que outros, se julgam superiores, achando-se com o direito de menosprezar aqueles que, menos favorecidos cultural ou financeiramente, não dispõem do mesmo cabedal de conhecimentos, mas que nem por isso podem ser considerados como irmãos inferiores.

Não podemos esquecer-nos de que cada indivíduo dentro da Ordem Maçônica, é um especialista no seu campo de ação. Então… alguém é melhor do que alguém? Pode ter mais conhecimentos porque teve mais chances para estudar, mas não é melhor do que ninguém. Todos os irmão tem a sua importância na construção do edifício da verdadeira Maçonaria, que é o seu TEMPLO, o seu Coração de Pedra transformado em Vaso de Amor. Vemos muitas lives, com o TEMA: o que viestes fazer aqui? Cada uma mais espetacular que a outra, em dizeres, com apresentações riquíssimas de detalhes supérfluos ou mais elaborados. Mas a resposta PRINCIPAL sempre será: Vencer as minhas paixões, submeter a minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, estreitando os laços de amizade que nos unem como verdadeiros Irmãos”. Aí o irmão pode-se estar a perguntar, o que tem a ver o CONCLAVE MAÇÔNICO do parágrafo inicial com a crônica apresentada nessa dissertação?

A resposta é muito simples, TUDO E NADA. TUDO , pois não é fácil identificar a vaidade em nós mesmos e os julgamentos da espécie devem considerar atitudes hipócritas que levam à analogia de quem consegue ver um cisco nos olhos dos outros quando tem algo bem maior no próprio olho, conforme advertido no “Sermão da Montanha”. Mas, condenações e julgamentos à parte, a vaidade é transparente quando os observados demonstram um comportamento de se situar acima dos demais, por quaisquer atributos, sejam estéticos, intelectuais, materiais ou outros que ensejam uma atitude de atrair admiração. Pode ainda se manifestar de uma forma disfarçada, de acordo com objetivos a atingir.

Aprofundar nessas perspectivas não é o nosso objetivo, mas dizem os especialistas que muitas vezes o vaidoso o é naturalmente, sem perceber, e vive desempenhando um personagem que escolheu e com os conflitos de encontrar-se a si mesmo. A forma mais visível da vaidade é identificada em irmãos em postos de comando que, ao se julgarem superiores aos demais, demonstram empáfia, orgulho arrogante e presunção da verdade. Tal vício de conduta gera, muitas vezes, problemas de ordem interna nas instituições, principalmente na Maçonaria e disputas desnecessárias, que levam a implosão das Potencias , como tempos observado nos últimos anos, principalmente no GOB.

E NADA, Se no mundo profano os vaidosos disputam posições de destaque, na Maçonaria o obreiro não deve pleitear cargos nem honrarias, realizando apenas e tão-somente os trabalhos que realcem o valor da Ordem, e quando investidos nesses cargos, que ajam com Humildade, Serenidade, com foco na construção e fortalecimento de relações sinceras, leais e éticas, tendo a convicção de que a vaidade compromete a sustentação das colunas da Loja. A conduta dos Veneráveis e dos Mestres da Loja é a referência para os Aprendizes e Companheiros, que anseiam por bons ensinamentos a ser transmitidos com paciência, prudência e serenidade.

Concluindo, repasso a pergunta aos amados irmãos: “A sua Humildade dentro da Ordem é verdadeira???” Respondei com franqueza, a sua resposta não nos ofenderá.



O ILUMINISMO FRANCÊS -


Entre os grandes sistemas do século XVII, como os de Spinoza, Malebranche, Leibnitz, e os do século XIX - doutrinas de Hegel ou de Auguso Comte - a filosofia do século XVIII ocupa um lugar original; ela ignora as grandes sínteses, as grandes "visões do mundo", possantes e originais, e marca o triunfo da inteligência crítica.

A substância doutrinal de quase todos os filósofos desse século provém de sistemas anteriores; segundo d'Alembert, por exemplo, "Newton criou a física e Locke a metafísica".

a) Já na metade do século, a física de Newton destrona a de Descartes. Newton não faz o romance da matéria, mas exprime os fatos realmente dados na linguagem rigorosa da matemática; ele explica o movimento dos planetas, a gravidade, as marés. A matemática do infinitesimal descreve adequadamente as variações contínuas dos fenômenos. Podemos dizer que a física de Newton contribuiu largamente para a formação do espírito moderno, simultaneamente racionalista e experimental, ao relatar os fatos reais em linguagem matemática, ao descrever o "como" dos fenômenos, renunciando a imaginar o longínquo "por que" metafísico. "Hypotheses non fingo", não forjo imagens metafísicas, dizia Newton.

b) Locke passa por ser o criador da "metafísica", isto é, da ciência do espírito humano. O século XVIII caracteriza-se por uma tendência empírica e analítica: procura-se explicar as idéias complexas a partir das simples e as idéias a partir dos fatos.

c) Sem dúvida, há que acrescentar a influência capital de Spinoza. De sua doutrina evidenciar-se-á sobretudo o naturalismo, a idéia de que o motor de todos os sêres é o desejo, "o esforço de perseverar em seu ser", a idéia de que o homem não é "um império num império", mas que é regido pelas leis de todo o universo. Deus é identificado com a natureza - Deus sive natura - e as leis ditas eventos sobrenaturais, milagres, prodígios, profecias, encontram, na trapaça de uns e na credulidade de outros, explicação suficiente e perfeitamente natural. Com as idéias de Newton, de Locke, de Spinoza, e também de Descartes (cuja "visão"metafísica é rejeitada, mas cujo método racionalista é bem acolhido), os pensadores do século XVIII farão suas armas: eles são, dir-se-ia hoje, filósofos engajados. Consideram-se os artífices da felicidade humana e se empenham na destruição dos preconceitos e na difusão das "luzes". (É o século das luzes, Aufklärung, isto é, do racionalismo.) Daí o tom particular desses filósofos que fazem panfletos contra o poder, contra a Igreja, e que querem criar movimentos de opinião: a ironia e a clareza do estilo adquirem eficácia particular para tais empreendimentos.

Condillac (1715-1780)

O filósofo mais notável do iluminismo francês é Estevão Bannot de Condillac (1715-1780). Ele desenvolveu o empirismo de Locke num sentido francamente sensista, derivando da mera sensação - sem reflexão - toda a experiência. Condillac exerceu uma influência particular sobre a cultura italiana, orientando-a paa o sensismo, devido ao fato de ter ele sido, durante um decênio (1758-1767), preceptor, na corte de Parma, de Fernando de Bourbon, herdeiro daquele trono. A obra filosófica mais importante de Condillac é o Traité des sensations, em que desenvolve a sua concepção sensista.

Condillac imagina o homem como uma estátua, privada de toda sensação (tabula rasa) e que, em dado momento, começa a ter uma sensação de olfato. A sensação odorosa (de uma rosa) torna-se memória, quando, afastada a primeira sensação e sobrevindo outra, a primeira permanece com uma intensidade atenuada. Uma lembrança vivaz torna-se imaginação. Tem-se, deste modo, uma série de três graus de atenção, de atividade do espírito, constituindo a sensação o primeiro grau, a memória o segundo, a imaginação o terceiro. Comparando a sensação atual com a sensação lembrada, nasce a distinção entre presente e passado; a distinção entre atividade (na memória) e passividade (na sensação); a consciência, o eu, que é uma coleção de sensações atuais e lembradas; o juízo, que é comparação entre sensações presentes e passadas; a reflexão, isto é, a direção voluntária de atenção sobre uma determinada sensação - idéia ou relação, juízo - em uma série de idéias e juízos; a abstração, isto é, a separação de uma idéia de outra; e a generalização, isto é, a capacidade de noções gerais. Paralelamente ao desenvolvimento teórico do espírito procede o desenvolvimento prático. Da sensação (agradável ou dolorosa) nasce o sentimento (de prazer ou de dor). A lembrança de sensações agradáveis e a comparação com as presentes, tornam-se desejo; o desejo preponderante torna-se paixão; o desejo estável torna-se vontade.

O espírito adquire, assim, mediante um só sentido, o olfato, que é o mais pobre dos sentidos, o exercício de todas as suas faculdades. O espírito, contudo, mediante o tato, adquire consciência do mundo físico, do próprio corpo e dos demais corpos, pela resistência que o nosso esforço encontra no mundo externo. Isto não prova, entretanto, a existência, a realidade, do mundo externo, porquanto se trata sempre de sensações; o mundo externo é afirmado dogmaticamente, de sorte que, filosoficamente, estamos perante um ceticismo metafísico.

Montesquieu (1689-1755)

A política de Montesquieu, exposta no Espírito das Leis (1748), surge como essencialmente racionalista. Ela se caracteriza pela busca de um justo equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Para que ninguém possa abusar da autoridade, "é preciso que, pela disposição das coisas, o poder detenha o poder". Daí a separação entre poder legislativo, poder executivo e poder judiciário.

Montesquieu, porém, possui sobretudo concepção racionalista das leis que não resultam dos caprichos arbitrários do soberano, mas são "relações necessárias que derivam da natureza das coisas". Assim é que cada forma de governo determina, necessariamente, este ou aquele tipo de lei, esta ou aquela psicologia para com os cidadãos: a democracia da cidade antiga só é viável em função da "virtude", isto é, pelo espírito cívico da população. A monarquia tradicional repousa num sistema hierárquico de suseranos e vassalos que só funciona a partir de uma moral da honra, ao passo que o despotismo só subsiste com a manutenção, em toda parte, da força do medo. Não vemos como na Inglaterra a liberdade política conduz à existência de leis particulares que não encontramos em outros regimes? As leis obedecem a um determinismo racional. Como diz muito bem Brehier, "a variável aqui é a forma de governo de que as legislações políticas, civil e outras são as funções". Todavia, as "relações necessárias", de que fala Montesquieu, são muito menos a expressão de um determinismo sociológico de tipo materialista do que a afirmação de uma ligação ideal, harmônica, entre certos tipos de governo e certas leis possíveis, sendo que as melhores pertencem a este ou aquele governo, cabendo ao legislador descobri-las e aplicá-las. Montesquieu, por exemplo, nunca afirmou que o clima determina, necessariamente, estas ou aquelas instituições. Só os maus legisladores favorecem os vícios do clima. É preciso encontrar em cada clima, em cada forma de governo, em cada circunstância em que se está colocado, quais as leis melhor adaptadas, quais aquelas que, na situação considerada, realizarão o conjunto mais justo, mais harmonioso. O "direito natural", a justiça ideal preexistem às leis escritas, uma vez que lhes servem de guia. "A verdadeira lei da humanidade é a razão humana enquanto governa todos os povos da terra; dizer que só o que as leis positivas ordenam ou proíbem é que constitui o que há de justo e injusto, significa dizer que, antes que se tivesse traçado os círculos, todos os raios eram desiguais".

Voltaire (1694-1778)

Voltaire, de certo modo, é o tipo acabado do "filósofo" do século XVIII.

As idéias filosóficas de Voltaire, tirada de Locke e de Newton, não são originais. O próprio espírito voltairiano teve seus precursores. Fontenelle (1657-1757) mostrou, antes de Voltaire, que a história se explica mais pelo jogo das paixões humanas do que pelo decreto da Providência. E Fontenelle já colocara (Conversações sobre a pluralidade dos mundos) a nova astronomia ao alcance dos marqueses. Pierre Bayle (1647-1707), protestante francês exilado em Roterdam, possuía a arte de, antes de Voltaire, opor os sistemas metafísicos entre si, a fim de ressaltar de suas contradições a necessidade da tolerância (o Dicionário histórico e crítico de Bayle, 1697, é uma prodigiosa colocação de teses que testemunha sua incomparável erudição e que será possuído por todos os intelectuais do século XVIII). Em seus Pensamentos sobre o cometa, Bayle já apresenta ardis tipicamente voltairianos para comprometer, em sua crítica aos prodígios e superstições populares, a fé nos milagres do cristianismo.

Voltaire, inimigo encarniçado do cristianismo, é um deísta convicto: a organização do mundo, sua finalidade interna, só se explicam pela existência de um Criador inteligente ("Este mundo me espanta e não posso imaginar / Que este relógio exista e não tenha relojoeiro"). Criticou Leibnitz e seu "melhor dos mundos possíveis" que, após o terremoto de Lisboa, permanece otimista; contra Pascal, "misantropo sublime", ele acha que o homem, reduzido apenas aos seus recursos, pode estabelecer uma certa justiça sobre a terra e alcançar uma certa felicidade. Apesar de negar o pecado original, Voltaire, no entanto, mantém o princípio de um Deus justiceiro. É certo que esse Deus policial é sobretudo requisitado para manter a ordem social e as vantagens econômicas aproveitadas por Voltaire e os outros grandes burgueses. O célebre verso de Voltaire "Se Deus não existisse precisaria ser inventado" deve, para ser bem compreendido, ser citado com seu comentário: "e teu novo arrendatário / Por não crer em Deus, pagar-te-á melhor?" É certo, no entanto, que Voltaire crê na ordem do mundo, numa finalidade providencial. Para ele, a estrutura geográfica da terra, as espécies vivas são fixas; em nome desse finalismo estático, ele rejeita as idéias evolucionistas que começam a se difundir. Recusa-se a crer nos fósseis de animais marinhos descobertos nas montanhas por aquela época. Admitir que as montanhas outrora estiveram submersas, seria negar a estabilidade e a finalidade da ordem atual do mundo. (Ele também teme que esses fósseis marinhos nas montanhas só sirvam para os cristãos provarem a história do dilúvio!).

Fonte: Internet.

junho 12, 2024

ENAMORADOS - Roberto Ribeiro Reis



Com singular ousadia,

Sob os auspícios da lua,

A Arte é Real, bela e nua:

Esparge sua beleza e alegria.


O Sol pujante a vida irradia,

A existência viceja e insinua,

O olho que tudo vê acentua

A egrégora de plena energia.


E, antes que da morte usufrua,

Beija-la o farei com euforia,

Para que a sorte não me exclua.


Enamorados,qual no primeiro dia,

Do Oriente, a paz se perpetua 

No Amor por você, ó Maçonaria!

POLEMIZANDO - Newton Agrella


O vocábulo “polêmica” advém do grego “POLEMIKOS”, cujo  significado é agressivo, beligerante.

Referência etimológica ainda é feita ao substantivo “POLEMOS”, que por sua vez significa ‘guerra’, "luta".

O termo no entanto, ao longo do processo histórico da língua portuguesa ganhou num contexto mais atual, o significado de contenda, ou de provocação que possa resultar em conflito de idéias, disputas e divergências nos mais diversos territórios do intelecto.

Sejam na política, na filosofia, na religião, na arte, na literatura ou em qualquer outra atividade do pensamento humano.

Cabe contudo lembrar, que a "polêmica", por si só, não se constitui numa briga, ou em qualquer ato hostil ou violento.

Muito pelo contrário, seu exercício, via de regra, se traduz como um mecanismo, ou dispositivo intelectual, que de algum modo incita o avanço do conhecimento em cada respectiva área.

A polêmica impõe a prática da argumentação e contra-argumentação no campo das idéias. 

Ela estimula o raciocício, instiga os debatedores, e é um combustível permanente para insuflar novos pontos de vista e perspectivas diante dos  temas que podem ser objeto de mudanças.

A polêmica não se sustenta apenas como mera retórica contestadora.

Ela deve trazer consigo um consistente conteúdo  de caráter dialético para que possa se instaurar num foro de debate substantivo.

A inócua citação : "...se hay gobierno soy contra..." - não encontra eco, se não se configurar como um legítimo fundamento para discussão.

A Maçonaria por exemplo, a cada pouco, é objeto de polêmicas, protagonizadas por seus próprios adeptos, que não raro, de maneira frágil e inconsistente, buscam reinventá-la ou imprimir-lhe mudanças, que a bem da verdade, na maioria das vezes, são passivas de seríssimas ponderações, para saber se merecem crédito ou não.

De qualquer forma, reconhecer que a Sublime Ordem, tem como objetivo estimular a Liberdade de Pensamento, isto por si , não é uma condição inequívoca para quebra de paradigmas, preceitos e princípios que fazem dela, uma instituição  perene e que subsiste até os nossos dias em razão da magnitude e consistência de todo seu arcabouço e de sua essência especulativa, intelectual e espiritual.



O GADU É UM DEUS MAÇÔNICO? - José A. Ferrer Benimeli


Nas Constituições  de Anderson, datadas de 1723, é feita alusão a “Deus, o Grande Arquiteto do Universo” (p. 1), e ao “Deus do Céu, o Omnipotente Arquiteto do Universo” (p. 18). Mas Anderson também fala de Cristo como “Grande Arquiteto da Igreja” (pp. 24-24).

No primeiro artigo das Constituições de  Anderson, é dito “que o Maçom é obrigado pelo seu compromisso a obedecer à lei moral, e se ele entender bem a Arte , ele nunca será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso.” Sem nomear Deus a crença em Deus é necessária, porque os ateus são excluídos de forma Direta e expressa.

No entanto, não há acordo sobre as interpretações e consequências dessas diferenças. Para alguns, as  Constituições de  Anderson tendem fortemente para um deísmo que a segunda  Constituição , conhecida como Ahimann Rezom, condena explicitamente ao insistir na sua fidelidade à religião católica, tanto mais que Dermott, assim como a maioria dos primeiros  Antigos , eram católicos irlandeses. . Não se deve esquecer que o autor das Constituições dos Modernos  foi o Reverendo James Anderson, Pastor da Igreja Presbiteriano escocês, e consequentemente ele também era um teísta – não um deísta – e toda vez que ele fala de Deus, ele o faz como o Grande Arquiteto do Universo, isto é, como o Criador. E a tradição da Grande Loja da Inglaterra, até hoje, sempre foi teísta e não deísta. Um dos seus representantes, Alec Mellor, diz no seu Dicionário: “A Maçonaria Regular não é apenas deísta, mas teísta, o que significa que o Deus que reconhece, invoca e ora na loja é o Deus criador, ou, se preferir, um Deus pessoal, não uma entidade vaga, conforme concebida por sistemas metafísicos como o imanentismo ou panteísmo. Nenhum equívoco pode subsistir a este respeito. ”Muito mais direto é o  Livro das Constituições da muito antiga e honrada Fraternidade de Maçons Livres e Aceites, conhecido como dos Antigos, publicado por Dermott em 1756 sob o título de  Encargos e Regulamentos da Sociedade dos Maçons, extraído de Ahiman Rezon :

“Todo o Maçom é obrigado, em virtude do seu título, a acreditar firmemente e adorar fielmente o Deus eterno, bem como os ensinos sagrados que os Dignitários e Pais da Igreja redigiram e publicaram para o uso dos homens sábios; de tal forma que nenhum dos que entendem bem da Arte possa trilhar o caminho irreligioso do miserável libertino ou ser introduzido a seguir os arrogantes professores do ateísmo ou do deísmo”.

No entanto, sempre houve uma certa confusão em torno dos termos teísmo e deísmo. A palavra  teísmo  hoje é usada para significar um sistema ou doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, criador e providencial do mundo. Enquanto a palavra  deísmo é parcialmente positiva e parcialmente negativa. O deísta afirma, como o teísta, a existência de um Deus pessoal; mas distingue-se dele por negar alguns ou alguns dos atributos positivos de Deus e, acima de tudo, o fato da revelação divina. Para o deísta, existe apenas religião natural; de modo que o positivo, fundado no fato da revelação, é um mito.

Mas o problema que se coloca hoje não é o da sobrevivência na atual Maçonaria do Grande Arquiteto do Universo que deu origem ao conhecido lema “À Glória do Grande Arquiteto do Universo”, às vezes na sua versão latina “Ad Universi Terrarum Orbis Summi Architecti Gloriam”, com a qual tantos maçons ao redor do mundo continuam iniciando todas as suas atividades, escritos, documentos, revistas, etc. O que é polémico hoje é a crença no Grande Arquiteto do Universo como uma pré-condição para se tornar um Maçom.

No ponto de polémica devemos colocar a  Constituição  do Grande Oriente da França , de 1849, em cujo primeiro artigo foi introduzido o seguinte parágrafo – talvez para provocar uma reaproximação com a Grande Loja da Inglaterra -: «Maçonaria (… ) é baseado na existência de Deus e na imortalidade da alma. Esta posição foi interpretada como uma ruptura com a liberdade de consciência e tolerância introduzida na Maçonaria francesa na primeira metade do século 19 e que deu a certos maçons a possibilidade de serviço militar, em concepções filosóficas mais ou menos inclinadas para o agnosticismo e mesmo, às vezes, para o ateísmo. E, especialmente depois de 1860, ele levantou o protesto de lojas cada vez mais numerosas. Problema semelhante surgiu no Grande Oriente da Bélgica , que terminou, em 1872, com a supressão do Grande Arquiteto do Universo em todos os seus rituais. Pouco depois, o Grande Oriente da França, por sua vez, sob a presidência do pastor protestante Fréderic Desmons, aboliu, em 13 de Setembro de 1877, da sua  Constituição  a obrigação de acreditar em Deus e na imortalidade da alma.

O mais paradoxal é que a Igreja Católica tomou partido ao fazer uma interpretação curiosa do Grande Arquiteto do Universo dos Maçons. E assim nos ensina o Cardeal Ratzinger, chefe do antigo Santo Ofício, hoje denominado Congregação para a Doutrina da Fé, seguindo unicamente a opinião dos bispos alemães afirmaram em 1981, qual é o verdadeiro conceito do Deus dos maçons: “Nos rituais, o conceito de« Grande Arquiteto do Universo »ocupa um lugar central. É, apesar de toda a vontade de se abrir ao religioso como um todo, uma concepção emprestada do deísmo. De acordo com essa concepção, não há conhecimento objetivo de Deus, no sentido do conceito da ideia pessoal de Deus no teísmo. O Grande Arquiteto do Universo é um “algo” neutro, indefinido e aberto a todo entendimento. Cada um pode apresentar aí a sua representação de Deus, o cristão, como o muçulmano, o discípulo de Confúcio como o animista ou o fiel de qualquer religião. Para o Maçom, o “Grande Arquiteto do Universo” não é um ser no sentido de um Deus pessoal; e por este motivo, uma viva sensibilidade religiosa é suficiente para ele reconhecer o Grande Arquiteto do Universo. Esta concepção de um Grande Arquiteto do Universo reinando num distanciamento deísta mina a representação do Deus católico e a resposta que ele dá a um Deus a quem ele chama de Pai e Senhor ”.

Diante da atitude tomada pela Igreja Católica Romana em 1983 e reiterada em 1985, coincidindo no tempo com posições semelhantes por parte das igrejas Metodista, Batista e Anglicana, a Grande Loja Unida da Inglaterra foi considerada obrigada a publicar em Setembro de 1985 um declaração que completa aquela que foi originalmente aprovada em Setembro de 1962 e confirmada em Dezembro de 1981 pela mesma Grande Loja. Nele, após lembrar que a Maçonaria não é uma religião, nem um substituto da religião, ele reitera que “exige dos seus membros fé num Ser Supremo, mas não propõe nenhum sistema de fé como seu”.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, na  Declaração Fundamental  de 21 de Junho de 1985, reafirmou que “a Maçonaria não é uma religião, nem é um substituto para a religião.” A Maçonaria “exige dos seus adeptos a crença num Ser Supremo, do qual, entretanto, não oferece a sua própria doutrina de fé”. E adverte que “os vários nomes usados para indicar o Ser Supremo permitem que homens de diferentes crenças se unam em oração (destinados a Deus como cada um deles o concebe), sem que o conteúdo de ditas orações seja causa de discórdia” .

E ele esclarece que “não existe Deus maçônico. O Deus do Maçom é o próprio Deus da religião que ele professou. Os maçons têm um respeito mútuo pelo Ser Supremo, na medida em que Ele permanece Supremo nas suas respectivas religiões. Voltando aos Antigos Deveres, a Declaração reitera que “durante os trabalhos da Loja é proibido discutir religião” e que “ não é missão da Maçonaria tentar unir diferentes credos religiosos ”. A consequência de que “não existe […] um único Deus maçônico” é que a Maçonaria não reivindica ser um “sincretismo” entre diferentes fés, nem uma super religião, uma Verdade absoluta e superior às “verdades” (ou “crenças »Das religiões particulares.

Portanto, na Maçonaria “os seguintes elementos constitutivos da religião não são encontrados: 

a) uma  doutrina teológica ; 

b) a  oferta de sacramentos ;

c) a  promessa de salvação  pelas obras, conhecimentos secretos e vários meios ”.

Com base nisto, a Grande Loja Unida da Inglaterra aceitou ou recusou fortalecer os laços fraternos com as outras comunidades maçônicas aplicando consistentemente esses princípios. Assim, por exemplo, a Declaração de 1929 estabelece, no primeiro ponto: “A crença no Grande Arquiteto do Universo e na sua  vontade revelada serão condições essenciais para que os seus membros sejam admitidos”. Ao romper os laços com a Grande Loja do Uruguai , em 18 de Outubro de 1950, a Grande Loja Unida de Inglaterra endureceu ainda mais a sua postura teísta, declarando: “Todo homem que pede para entrar na Maçonaria  deve professar fé no Ser Supremo, o Deus invisível. e todo poderoso”. Nenhuma excepção é permitida a este respeito. A Maçonaria não é um movimento filosófico aberto a todas as orientações e opiniões. A verdadeira Maçonaria é um  culto para preservar e espalhar a crença na existência de Deus , que tem que ser de uma religião monoteísta. Por medo de ser tachada de deísmo, a Grande Loja inglesa e, por trás dela, as da Escócia e da Irlanda, impuseram aos seus afiliados e iniciados a fé monoteísta às obediências a ela vinculadas.

Concluindo, pode-se dizer que a Maçonaria é religiosa , sem se tornar ela própria uma religião. A Grande Loja Unida de Inglaterra não se propõe a conciliar a fé de indivíduos numa religião única, superior ou semelhante. 

junho 11, 2024

OLD CHARGES (Antigas Instruções) - Alferio Di Giaimo Neto


 

Este é o nome popularmente dado a mais de 100 antigos Manuscritos em inglês ou (ocasionalmente) em escocês, de aproximadamente 600 anos atrás.

Eles parecem ter servido nas Lojas Operativas Inglesas para alguns propósitos, como, por exemplo, no Livro das Constituições e Rituais.  

Eles são frequentemente achados escritos em pergaminhos com aproximadamente 1,8 metros de comprimento por 22,8 centímetros de largura.

Eles geralmente consistem em três partes:

 - uma Invocação ao "Poder do Senhor no Céu", etc

 - uma História Tradicional diferindo largamente daquelas que usamos hoje em dia, começando com Lamech, incluindo Euclides e indo até o tempo de Athestan.

 - Instruções, em Geral ou no Particular, as quais são regras para uma boa conduta da ordem (Craft) ou para a conduta dos Maçons, individualmente.

As duas últimas versões bem conhecidas estão agora no Museu Britânico. A mais antiga, o REGIUS, é considerada datar de 1390, e o COOKE, de 1425. 

Entretanto, evidencias internas indicam que o COOKE foi transcrito de um Original, mais antigo que o REGIUS.



QUEM SÃO OS DONOS DO SÍMBOLO? - Paulo André



Esquadro e Compasso são símbolos da Maçonaria, certo?

Errado! Completamente errado, nenhum desses símbolos são nossos, vamos entender

No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho"

Esse é o mais famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, mas afinal que seria essa pedra? Um grande amor? Uma doença? Um problema financeiro?

Reza a lenda que segundo o autor do poema , eram as pedras do calçamento da rua dele, então todos erramos o palpite? Segundo o poeta, todos acertamos.

Versos são escritos com uma intenção pelo autor, a partir daí deixa de ser do autor, e pertence a quem os estiver lendo, se pra você a pedra é um amor, uma doença, ou dinheiro, então você está certo

Voltando aqui, todos os nossos símbolos não são da Maçonaria, são símbolos que a Maçonaria usa, símbolos são livres, tem vida própria, nós usamos de um jeito, interpretamos de um jeito, qualquer outra ordem ou instituição, ou qualquer ser humano pode usar a mesma coisa, com uma interpretação diferente

Aí entra o X da coisa, símbolos tem um poder infinito de influenciar o subconsciente, sem que a gente perceba, por ex, a Cruz para um budista, muçulmano ou ateu não é nada, para um cristão, ele se ajoelha frente ela. O poder está na cruz ou na mente de quem crê?

A cruz é apenas um símbolo que detona um poder infinito no subconsciente

Um pedaço de pano pintado de vermelho e preto não é nada, mas para um flamenguista é o manto sagrado, capaz de se ajoelhar perante ele, o poder está no pano ou na mente do torcedor?

Isso vale para qualquer símbolo, o poder deles é infinito

Lembrando que um ritual são símbolos em movimento, logo, o símbolo é um ritual parado, praticamos isso a anos, sem nos darmos conta ( estamos ocupados demais debatendo burocracia)

Nós estamos controlando o poder dos símbolos, ou é o poder dos símbolos que está controlando a gente

A resposta a essa pergunta é a chave para começarmos a entender o real poder da Maçonaria


junho 10, 2024

PORTUGAL DE CAMÕES - Adilson Zotovici


No dia em que se celebram a glória de Portugal e a grandeza de seu maior poeta, uma singela homenagem do maior poeta da maçonaria brasileira. 


“Mestre Camões” em sua grande visão

Sobre sua terra, abençoada, 

Encerra na “Obra” versejada 

Suas paixões e o seu coração 


Conta rios, serras, sua imensidão 

De cada manhã iluminada   

Crepúsculo e a noite cerrada,

Estrelas e o mar, sua maior paixão


História à sua gente associada 

A Glória, arrojo, determinação   

Bojo a coragem, aculturada 


De Portugal, formosa, Louvada... 

Nos Lusíadas, cabal exaltação :

" _A ditosa Pátria minha ...Amada_ "  !



NÃO SABE LER NEM ESCREVER: APRENDIZ MAÇOM - Valdemar Sansão


Preparemos homens para a Maçonaria e não Maçonaria para os homens!

A Maçonaria não discrimina qualquer pessoa, por causa de sua opção religiosa. 

Nossa Ordem sabe que assim o fazendo ela se torna uma instituição de regeneração da alma humana, independentemente do credo religioso, de raças, de condições sociais de seus integrantes, numa grande confraternização em todo o mundo.

Quando alguém é proposto para Iniciação, nossa Sublime Instituição exige que a vida, passada e presente do Candidato seja levantada com zelo e cuidado, procurando descobrir se o identifica no mundo profano, pela sua autoridade moral, pela sua dignidade, pela sua decência, correção, decoro pontualidade nos seus compromissos, pelo seu respeito à própria família e à família de outrem, pela sua humildade e coragem, que lhe dão personalidade marcante, estado de consciência que o tornará um autêntico obreiro da paz, do amor, da solidariedade.

A Maçonaria sempre teve a estimulá-la, os objetivos e causas humanitárias, nobres e sensibilizadoras. No Brasil lutou inicialmente pela nossa Independência. Proclamada esta, voltou-se para a sua consolidação. Mais tarde passou a lutar pela abolição da escravatura elaborando praticamente, todas as Leis que pavimentaram o “13 de Maio”, com a Proibição do Tráfico, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários, todas elas elaboradas e votadas sob suas influências.

Voltou-se mais tarde para a proclamação da República, tendo sido os dois primeiros ministérios, o de Deodoro e o de Floriano Peixoto formados inteiramente por Irmãos Maçons.

Hoje, a Maçonaria é Universal e os Maçons devem voltar suas preocupações para o Homem de todas as pragas. Não se limita a resolver, apenas, problemas de seus Irmãos de Loja ou de sua comunidade, mas colabora intensamente para a construção de um mundo melhor. E isto acontecerá quando tivermos Fé na grandeza de nossa missão. Quando partirmos à prática de uma Maçonaria mais abrangente, completa, onde a Fraternidade for praticada dentro e fora do Templo, onde o Irmão for tanto ou mais valorizado que o amigo profano.

Sabemos que a Maçonaria não é Instituição de Caridade. Ela praticará a Beneficência enquanto houver necessidade, mas, sua missão, pela garantia da Liberdade e da Igualdade, é dar aos homens condições decentes de vida. Assim, amanhã, quando o mundo for mais justo, a Maçonaria não perderá sua razão de ser, por não ter mais beneficência a praticar.

A Iniciação só é possível na vontade e na determinação de cada um em nascer para o mundo da verdade, da tolerância, da sabedoria, da fraternidade e do amor. A Iniciação é um redirecionamento de nosso espírito na caminhada que nos poderá tornar mais merecedores das bênçãos e da luz do Grande Arquiteto do Universo.

Quando somos Iniciados Maçons, nossa Ordem sonda nossa alma, nosso caráter, nosso coração e nossa inteligência, procurando saber se somos realmente livres. Livres de preconceitos, da preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade. A Maçonaria não nos impõe sua verdade. Ao contrário, concita-nos a investigá-la, pois, sabiamente, nossa Instituição entende que cada um de nós procura a sua verdade pessoal.

Julga-se membro de uma corrente espiritual desejosa de fazer a todos felizes. Nesse sentido começa a observar objetivos definidos, sonhos a serem concretizados, alvos a serem atingidos, para justificar a razão de suas reuniões, basta constatar mais de perto a multidão de desamparados que agoniza miseráveis sem sorte, sem teto, doentes e esquecidos que tropeçam e caem, gemem de dor sem a escora de alguém; o morador de rua na vastidão da noite que recebe por leito o chão de cimento frio da calçada de ninguém.

Mais adiante, fila de doentes em torturante espera, implorando socorro pelo mal que os atormenta, recolhendo somente a dor que os dilacera. E os dependentes do álcool e das drogas que nem sabem explicar o mal que os consome. E nas veredas da vida, aquela multidão sem fé, sem apoio, sem nome, que em penúria implora um trocado para matar a fome. Se confiar em Deus, caríssimo Irmão, trabalhe, sirva, jamais censure o que padece.

Somos todos convidados a auxiliar quanto podemos. A conduta recomendada que apraz ao Grande Arquiteto do Universo é a caridade cheia de amor que procura o infeliz, que o reergue sem humilhá-lo. O verdadeiro Maçom se reconhece por suas obras. O valor social do homem se mede pelo grau de utilidade que ele representa na sociedade. Procuremos as oportunidades de ação que nos propiciem o prazer de auxiliar a alguém, de ajudar uma boa causa.

Consideremos todas as criaturas como irmãs. Partilhemos o sofrimento de nossos semelhantes, respeitando-lhes sempre a maneira de vida e o modo de ser. Veja que é fácil verificar que existem na nossa Ordem, inúmeras oportunidades de servir, de trabalhar.

Todos os que agem com amor, que sabem respeitar seus semelhantes e que se compadecem de seus sofrimentos, merecem o reconhecimento da Maçonaria. São verdadeiros filhos do Grande Arquiteto do Universo a que vieram atestar a suprema bondade do Criador.

O verdadeiro objetivo da Maçonaria é a busca da Verdade, quer no sentido filosófico, quer no sentido religioso. Para o Maçom, a investigação da Verdade é contínua, é algo que começa com a sua entrada em Loja como Aprendiz, mas não acaba quando atingiu os Graus mais elevados.

A essência doutrinária maçônica é apoiada na razão. A razão é a “liberdade do pensamento” que elabora o conhecimento, após momentos de meditação. A Maçonaria, que é filosoficamente eclética, usa a razão com equilíbrio, aliando-a ao significado esotérico dos símbolos. 

O símbolo quer dizer o que conduz. É uma forma sábia de transmitir ensinamentos, levando o indivíduo ao esforço de entendê-lo por si mesmo. Por isso, sabemos que quem traz ganha; quem vem apenas buscar, perde. 

Se trabalharmos merecemos um salário. (Sendo os maçons obreiros alegóricos da construção do Templo da Verdade, da Ciência e da Razão, o salário é pago por meio de novos conhecimentos que visam o aperfeiçoamento gradual do Maçom, não se tratando, pois, de salário material, mas de sua instrução iniciática). Não é por acaso que os Maçons são chamados de Obreiros.

O trabalho na Maçonaria exige maior dedicação e comprometimento de todos os que assumiram responsabilidades, impondo renúncias que muitas vezes sacrificam o convívio familiar e outras relações sociais. No entanto, é uma grande oportunidade de trabalho, crescimento espiritual e pessoal, pois, à medida que lidamos com as dificuldades que o trabalho maçônico exige, vamos estabelecendo relacionamentos cada vez mais fraternos, desenvolvendo habilidades e atitudes que nos tornam pessoas melhores e mais felizes.

Não podemos deixar de levar em consideração que o cumprimento de um dever, cria a possibilidade de níveis mais altos de integração, dos quais somos os maiores beneficiados.

A Loja é simbolizada por uma Colmeia, sendo o Avental Maçônico, do labor, pois lembra que um Maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa. O Maçom assíduo aos seus trabalhos é digno de receber o Salário Maçônico, como um direito a quem se faz jus. Porém, a máxima franciscana do que é dando que se recebe deve servir de norma para o maçom.

O Candidato deve ser persuadido com razões, argumentos e fatos que a Maçonaria o levará a conquistar a paz interior, para adquirir confiança em si próprio, para beneficiar sua família ante as vibrações de Paz e de Amor.

Ele nunca se atreverá a usar nossa Instituição para ludibriar a quem quer que seja ou para tirar proveito pessoal imerecido de qualquer coisa. Deve ser cientificado de que somos uma grande família e que a convivência harmoniosa entre membros da Irmandade tem um papel importante na formação do Maçom.

Prestamos um juramento de modo livre, sem coação, de combatermos a ignorância, os erros, a injustiça e de glorificarmos o amor, a justiça, o direito e a verdade.

Procuremos conhecer a nossa Doutrina. Pratiquemo-la e estaremos servindo a Deus, ao homem, descortinando a Verdade e construindo a Justiça.

Respeitemos as diferenças individuais. Convençamo-nos da impossibilidade da uniformidade, mas busquemos a Unidade. Dos menores serviços comunitários aos grandes movimentos nacionais e mundiais, sempre visando o bem-estar comum, juntos estaremos em perfeito sincronismo, acreditando nos nossos ideais maiores.

Preparados interiormente provaremos que fomos, somos e seremos à força da paz e da harmonia. Na escuridão nasce à esperança de uma nova Luz na luta pelo Conhecimento, pela Solidariedade que devem ser a constante preocupação dos “homens livres e de bons costumes”.

A CIÊNCIA MAÇÔNICA - Gerard Anaclet Vincent Encausse (Papus)



Os Maçons podem se dividir em duas categorias: 

a) os que buscam se instruir e compreender

b) os indiferentes.

Estes últimos viram na Franco Maçonaria um meio de arribar ou ser ajudado.

Para eles é uma sociedade como outra qualquer, porém mais prática sobretudo.

Os Maçons que buscam, ao contrário, logo se capacitam de que existem ensinamentos necessários de “uma causa”.

Refletem em tudo que observam nas Lojas, nas palavras que ouvem, no ritual que se executa diante deles, e descobrem então que deve existir uma Ciência Maçônica, como existe uma ciência matemática que emprega a álgebra.

Quais são, pois, os elementos da Ciência Maçônica?

Os elementos desta Ciência se encontram:

a)  nos símbolos

b)  nas figuras

c)  nas lendas

d) nos utensílios

e) nas palavras

f) nos sinais

g) nas decorações

h) nas joias 

i) na linguagem.

Todo esse conjunto supõe e requer uma Ciência particular, cujo estudo constitui a iniciação aos verdadeiros mistérios da real Maçonaria.

Se a Franco Maçonaria é uma simples corporação de ação social, por que existem então estes mistérios, esta linguagem e esta decoração?

Se tudo isso não serve para nada, suprimamo-lo francamente.

Mas se, sob estes símbolos se oculta uma grande Verdade cujo conhecimento pode conduzir a adaptações sociais libertadoras da Humanidade, então estudemos esta Ciência Maçônica com todo o respeito que lhe é devido..

Sejamos Livres-Pensadores, e habituemo-nos a analisar por nós mesmos as idéias que nos forem apresentadas.

Será sempre um ponto de honra da verdadeira Maçonaria ensinar seus membros a distinguirem livremente a Ciência esclarecida da ignorância maldosa.