junho 20, 2024

VISITAÇÃO - Aldo Vecchine




Certa vez o visitante foi interpelado, pelo cobridor, após a simpática acolhida: _ O que você e os seus fazem do meio-dia à meia-noite?

Desacostumado, ou talvez acanhado, o querelado reservou-se ao silêncio. Sepulcral!

Então o Irmão Cobridor, buscando outra alternativa, contou-lhe que ali, naquela Oficina, trabalhavam na pedra-de-toque, para a construção ficar justa e perfeita.

Ainda outra vez quis saber: de onde vindes?

Daí a resposta foi satisfatória, e detalhada. Então puderam trocar reverências, uma vez que a comunicação era entre iguais, Melhor ainda: que se reconheciam.

A história é fictícia, mas poderia ter acontecido alhures. É bom estarmos vigilantes.

Não é recorrente, mas ao visitar, se lhe pedirem a P.S.? Quem sabe se podeis entrar ritualisticamente? Pode parecer uma desconfiança e desrespeito. Mas tem que ser procedimental. E daí?

É obvio que nas visitações objetivam acolher bem, recepcionar, felicitar-se. Porém todo o cuidado e zelo deve ser premeditado. Toda a ritualística será cumprida.

Ao bom maçom compete a vigilância. Dos seus princípios e os da Ordem. Lembrando-se repetidamente, que a visitação está prevista nos Landmarks, assim como, nos Rituais está composto o trolhamento.

Estudai!

Segundo consta no Ritual do Simbolismo (REAA), a expressão do meio-dia à meia-noite é atribuída a Zoroastro (ou Zaratustra). O sábio persa que aos trinta anos afastou-se de sua pátria e do largo da sua pátria, e dirigiu-se às montanhas. Lá permaneceu por dez anos. Então voltou para disseminar a sua sabedoria.

Ainda muito cedo, naquele dia, esperou pelo sol nascente e lhe disse:

_"Abençoa a taça que quer transbordar, para que dela jorrem as douradas águas, levando a todos os lábios o reflexo da tua glória". -Assim falou Zaratustra-.

Estamos sorvendo da obra de Nietzsche, Editora Martin Claret, que trouxe à tona a sabedoria de Zoroastro, o persa, que sentencia: "O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser a passagem e um ocaso".

Façamos uma analogia com as joias moveis: seus revestidos passam. São homens de passagem. As joias permanecem à espera dos sucessores, que traçarão novo girassol, pela magnetização dos obreiros e dos ensinamentos.

Destarte, falemos do sol poente. Do ocaso que nos chega, diariamente, de muitas formas.

Quantas coisas, ousamos ponderar, têm a sua data de validade? Também nós nascemos com data de finitude. O ocaso, para nós, deve ser aceito e compreendido. Há de ser um ato, profundamente, reflexivo e amoroso.

“Amar e desaparecer: são coisas que andam a par desde a eternidade. Querer amar é também estar pronto a morrer”. Assim falou Zaratustra.

Mas antes de o fim se apresentar, voltemos à taça. Ela é transbordante. A da boa e a da má sorte. É sapiente reconhecer as doçuras e os amargores na vida. É edificante sorver um gole de cada vez. Para tanto, seja um sommelier, diariamente. Use o buquê e o dosador!

Mesmo sabendo que não teremos o controle absoluto sobre tudo. E isso é bem razoável! Seja, pois um bom maçom, seja como Zoroastro. Repetidas vezes exercite seu cabedal, acrescentando a nele, novos elementos.

Talvez aí dosemos a parte ideal de doce, bem como do agridoce e até do profundo amargor.

A caverna...

E as diferentes percepções dos visitantes. Tudo muito particular; e bastante individualizado também. Inconfessável, mas é reveladora essa visitação, pois cada sepultamento traz consigo as possibilidades de reencontro com o que estivera perdido, e mais, renovará o ser, inteiramente.

Zaratustra escolheu nas montanhas, uma caverna. As Ordens Iniciáticas, no ocidente, a masmorra. Talvez com a mesma significação.  E o adverbio utilizado ali, não é de dúvida, mas de possibilidade.

Retirar-se às montanhas ou trancar-se na masmorra tem a possibilidade de revelação e reencontro: sempre pela disseminação do que foi aprendido.

A grande mediadora nesse processo é, indubitavelmente, a vontade. Como manifestação da consciência, seguida de sapiência e amor/ação.

Pois assim falou Zaratustra: "Na terra nada cresce mais satisfatório do que uma elevada e firme vontade. Uma elevada e firme vontade é a planta mais bela na terra. Semelhante árvore anima uma paisagem inteira".

E nas paredes daquele compartimento estão completando todo o cenário, mensagens de ânimo e restauração. Enigmas ou advertências que promovem a imaginação, que a faz decolar em busca de um novo amanhecer.

Acolhimento

Extremamente necessário para a construção do pertencimento... E o obreiro que não trabalhar nessa edificação, não cativar o seu lugar entre todos, corre o risco de autoisolamento.

Coloquemos em análise que as desistências sejam causadas, entre outras coisas, pela barreira edificada no lugar do pertencimento.

E mesmo tendo suplantado as provas, vencido o confronto com as diferentes nuances, superado o desconhecido e distinguido virtude/vício, se não completar a fase das fundações, seu edifício poderá ruir.

Ensejamos e conspiramos para que toda a semente se transforme em belas árvores que animarão todas as paisagens e passagens (ou portas) que sempre se abrirão, a quem bater/percorrer. Que os pedidos sejam revestidos de acolhimento para alcançarem êxito. E todas as buscas que iniciam como sorte de principiante, sejam enfeitadas de coragem e sapiência para o verdadeiro encontro.

Assim, encontraremos os Irmãos em todas as visitações. Resgataremos o que estava oculto, em cada imersão. Lançaremos as sementes como os semeadores fizeram desde sempre, colaborando com a renovação, com outras paisagens, com novos brotos.

Para tanto o trabalho, do meio-dia à meia-noite, dedicado ao aperfeiçoamento dos costumes, por uma sã moral, mais a incorruptibilidade do corpo e indestrutibilidade da alma, mantenha acesa as luzes adornando, sobre o altar, o ponto central, onde vigora o poder.

Se assim o for, a chave de acesso ou a senha de abertura emanará do conhecimento, enriquecido de sabedoria e vontade que, coroando a pessoa do presidente, determina ao Oficiante a composição ordeira dos três elementos.

Reunidos e instalados sob um céu azulado, os trabalhadores manterão a união e a ordem universal. Celebrarão a paz sob um fundo musical. E quando o sol alcançar o nadir, assinalando seu ocaso, que anunciem a chegada do ágape fraternal.

Então poderão regozijar a amizade e a fraternidade, compartilhando o alimento do corpo, uma vez que a alma e o espírito foram nutridos pelos melhores eflúvios advindos da magnetização e das trocas entre os polos.

Alimentados e satisfeitos a dispersão acontece em meio a esperança e o aguardo pelo eterno retorno, às atividades, à construção e ao labor incessante. Sapientes e contentes, todos retornarão aos seus postos, com exceção dos que desistiram, principalmente, pelo não pertencimento ou quem sabe, por conta do ocaso. Oxalá!




junho 19, 2024

DA MUDANÇA - Heitor Rodrigues Freire




“A maioria das pessoas prefere morrer a pensar e é exatamente isso que elas fazem”

Bertrand Russel.


A nossa caminhada ao longo da existência recebe naturalmente muitas influências que podem provocar algumas mudanças visíveis, outras nem tanto.

A verdadeira mudança é aquela que realizamos de forma consciente e aplicamos em nossos próprios atos, por menor que seja. 

Assim, agora é o momento exato de pararmos tudo. Ouvir o nosso coração. Refletir. Meditar. Buscar o verdadeiro sentido do que está acontecendo, para que possamos avaliar o nosso próprio comportamento. Cada um tem dentro de si todas as ferramentas necessárias para fazer essa autoavaliação e mudar. 

É hora e tempo de acordar, de agir com lucidez, firmeza e disciplina; de eleger a sinceridade como expressão dos nossos pensamentos e dos nossos atos, com todas as consequências daí advindas.

E não devemos dar importância à opinião dos outros a nosso respeito. Ao não responder, não discutir, passamos a praticar um dos ensinamentos do Tao Te King: agir pelo não agir. Em certas situações, não agir pode ter um sentido e uma força muito maiores do que se revidarmos instantaneamente. Imaginem quantas brigas domésticas, ou no trânsito, ou no trabalho, ou mesmo na política, no espaço coletivo, nas guerras, quanto conflito pode ser evitado pelo não agir. 

O significado da vida é um questionamento que cada um se faz, naturalmente, de quando em quando. É um ponto que deve merecer atenção especial de quem entende a necessidade de saber por que e para que estamos aqui.

Essa resposta deve vir diretamente do coração, pois tem uma característica muito íntima que não pode sofrer influência de quem quer que seja, por sermos entidades únicas e incomparáveis.

As diferentes religiões buscam responder a esse impasse, mas o fazem de forma coletiva, e cada uma dá a interpretação que lhe permite manter seu rebanho apaziguado e circunscrito ao seu raio de ação. Dessa forma, as religiões foram, cada uma a seu tempo, suscitadas no sentido de contribuir para a evolução da humanidade. O problema é que como a religião é uma invenção humana, ela está sujeita a toda sorte de imperfeições, assim como qualquer outra atividade empreendida pelo homem. Às vezes, ela mais ajuda do que atrapalha e vice-versa, alternadamente de acordo com seu contexto.

À medida que vivemos, cada vez mais se evidencia a singularidade que nos caracteriza como seres únicos. Nem todos se dão conta da própria originalidade, imersos que estamos na frivolidade e na correria dos dias.

Para sair desse estado de torpor, a manifestação da autoconsciência é fundamental. É a consciência que nos proporciona o meio e as condições necessárias para a libertação. Não adianta seguir os ensinamentos de um guru ou de algum sábio de fora. O verdadeiro despertar acontece de dentro para fora, e nunca o contrário.

Vivemos num mundo em que as posições políticas se radicalizaram à esquerda e à direita. E não é por aí que resolveremos os problemas da humanidade, pois a polarização política é movida por interesses, e não por princípios. A esquerda e a direita só definem de onde virá a opressão, porque a opressão é a principal ferramenta de cada uma. E a opressão vem sempre de fora para dentro, mas submeter-se a ela depende de cada um. A submissão é pior do que a opressão, como bem vem demonstrando Eduardo Marinho, um filósofo das ruas. A não submissão enseja uma verdadeira libertação, que é um atributo das pessoas verdadeiramente pensantes.

Enquanto não nos libertarmos para valer viveremos sempre nessa situação. E a libertação é uma decisão individual. Jesus nos mostrou o caminho, há muito tempo. A grande maioria dos cristãos só são cristãos da boca para fora porque na realidade não cumprem os ensinamentos de Cristo.

Quo usque tandem?, minha gente, até quando?


O SEGREDO DA MAÇONARIA SEGUNDO CASANOVA - Almir Sant’Anna Cruz



Jean-Jacques Casanova de Seingalt (1725-1798), o célebre aventureiro veneziano do século XVIII, conhecido em nossos dias como o libertino Casanova, teve o seu texto História da Minha Vida deturpado quando de sua publicação no século XIX. Mas em 1960 o texto original foi publicado na França, surgindo então seu verdadeiro pensamento, pleno de psicologia e perspicácia. 

Conquanto não se possa citá-lo como modelo de virtude nem como exemplo de Maçom, reproduzimos a seguir suas interessantes observações sobre o Segredo da Maçonaria:

Os homens que se fazem receber Maçons apenas com a intenção de conseguir o conhecimento do segredo da Ordem, correm grande risco de envelhecer sob a colher de pedreiro sem jamais atingir a meta que se propõem. 

Há no entanto um segredo, mas que é tão inviolável por sua própria natureza que nunca foi confiado a ninguém. 

Aqueles que param na superfície das coisas pensam que o segredo consiste em palavras, sinais e toques, ou que finalmente a grande palavra está no último grau. Erro. 

Aquele que adivinha o segredo da Maçonaria, visto que só será conhecido se for adivinhado, só chega a este conhecimento por muito frequentar as Lojas, por muito refletir, raciocinar, comparar e deduzir. 

Quando chega a ele, evita participar a sua descoberta a quem quer que seja, mesmo a seu melhor amigo Maçom, pois, se o último não teve o talento de penetrá-lo, tampouco terá o de aproveitá-lo depois de conhecê-lo oralmente. 

Esse segredo será, portanto, sempre um segredo. Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta, não tiverem escrúpulos de revelar o que nela foi feito, não revelaram o essencial. 

Como eles poderiam revelar, se nada sabem? Se soubessem, não falariam das cerimônias.

Como se vê, Casanova comunga com um pensamento de Jesus, que disse “não se dá pérolas aos porcos”


Excerto do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores* Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 88568-13508

junho 18, 2024

CURIOSIDADES E BIZARRICES DA INQUISIÇÃO




A Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado na Idade Média (século XII) e dirigido pela Igreja Católica Apostólica Romana. Foi fundada pelo papa Gregório IX em 1231 com o objetivo de reprimir e castigar tudo o que fosse considerado heresia pela Igreja.

Conta-se que a Inquisição foi criada inicialmente com o objetivo de combater os cátaros (ou algingenses), uma seita cristã com forte influência no Sul da França e Norte da Itália.

As punições da Inquisição iam da privação de “benefícios espirituais” e prisões, do confisco de bens e morte na fogueira.

A tortura passou a ser permitida nos tribunais em 1254 pelo papa Inocêncio IV, cerca de 20 anos depois de criada a Inquisição.

Ao contrário do que é normalmente propagado, o uso da tortura nunca foi usado em grande escala pela Inquisição. Mas é sabido que centenas de pessoas foram cruelmente torturadas com o objetivo de arrancar confissões/revelar heresias.

Entre os mais terríveis instrumentos de tortura usados pela Inquisição estão: o corta-joelhos, o triturador de cabeças, o arranca-seios e a donzela de ferro (que inspirou uma conhecida banda de heavy metal).

Apesar de seu caráter religioso, a Inquisição foi amplamente usada como instrumento político. Ela serviu para conter o avanço dos protestantes na Itália e para perseguir inimigo dos reis Fernando e Isabel na Espanha.

A Inquisição Espanhola foi criada em 1478 pelos reis Fernando e Isabel. No princípio, perseguiu os judeus e muçulmanos convertidos que eram acusados de praticarem suas antigas crenças.

Tomás de Torquemada (um frade dominicano), o principal inquisidor espanhol, tinha tanto poder que rivalizava com os reis da Espanha. Calcula-se que ele tenha condenado à morte de 2.000 a 10.000 pessoas.

Conta-se que Tomás de Torquemada rezava baixinho enquanto os suspeitos tinha sua pele queimada, unha arrancada e parafusos aplicados no polegar. As suspeitas de bruxaria eram despidas para que os inquisidores pudessem procurar em seus corpos tatuagens ou marcas que representassem o pentagrama invertido.

A sanha assassina e má fama de Torquemada era tamanha que o próprio Vaticano se incumbiu de destituí-lo do poder.

Na Idade Média, os gatos pretos eram vistos como bruxas transformadas em animais. Eles chegaram a ser perseguidos pela Inquisição.

Por essa ninguém esperava: até os canhotos foram perseguidos pelos tribunais da Inquisição. Eles eram considerados praticantes de bruxarias, mensageiros da morte e enviados do Diabo.

Nem os defuntos escapavam da Inquisição. Quando descobria-se que um morto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado.

Os historiadores acreditam que 50.000 pessoas (a maioria mulheres) tenham sido condenadas à fogueira por suspeita de bruxaria, pacto com o diabo e até por “lançar mau-olhado” em regiões de países como Alemanha, Suíça, Polônia, Dinamarca e Inglaterra.

A Inquisição não só agiu no Brasil, como agiu em diversos países da América, entre eles o México e Peru. Também foram criados tribunais na África (Cabo Verde) e na Ásia (Goa).

Calcula-se que 400 brasileiros tenham sido condenados pela Inquisição. Como os casos mais graves eram enviados para Portugal, os condenados à fogueira eram executados lá.

O Santo Ofício mudou duas vezes de nome. Hoje é conhecido como Congregação para Doutrina da Fé. Detalhe: Joseph Ratzinger, o atual papa Bento XVI, dirigiu a Congregação durante 24 anos.

Algumas das vítimas mais conhecidas da Inquisição: Galileu Galilei, Joana D’Arc, Giordano Bruno.

Uma última curiosidade: a Inquisição durou quase sete séculos.

 

 http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2010/08/curiosidades-e-bizarrices-da-inquisicao.html

 

A MAÇONARIA E O CHATGPT - Paulo André



Ouvi agora a pouco na Band News, que a Apple vai casar o Iphone com o site gpt, assim sendo qualquer informação que você pedir para seu celular, já vai ser respondido diretamente pela inteligência artificial.

A ciência está aí para melhorar as nossas vidas, sem dúvida

Não sou adepto de teorias de conspiração, mas cada vez mais estamos pensando menos, a tecnologia pensa por nós, isso pode ser grave

Nenhuma ditadura é implantada somente pela força, pelo contrário, primeiro, algum manipulador planta uma ideia na mente das massas, o resto é consequência, aliás o pior manipulador do século XX, um alemão de bigode ensinou:

" O cérebro não é muito grande, basta enche-lo de slogans e palavras de ordem"

Devido a nossa falta de tempo, e sobra de preguiça, é tão fácil, basta acionar os recursos tecnológico e pronto, temos tudo em nossas mãos, mas não percebemos que por trás disso tem alguém pensando pela gente.

Exatamente o que a Maçonaria tem com isso?

No passado fomos os " Livres Pensadores" ( aquele que pensa por si mesmo, juro a você que não estou inventando, isso já existiu), por essa razão resistimos a todas as ditaduras, Nazismo, Facismo, Comunismo, Inquisição, enfim, todas nos odiaram, por que se criaram implantando ideias na cabeça das massas, e nós, que sabíamos pensar, resistimos, por isso fomos tão odiados.

Mas o que Eu Maçom posso fazer diante do avanço do ChatGPT e outros?

Pode começar não usando isso para escrever nossos trabalhos maçônicos, e sim, escreve-los com nossa própria interpretação

É lindo quando o homem usa a tecnologia, não é lindo se a tecnologia começar a usar o homem, o mesmo sistema que produziu a inteligência artificial, vai produzir a burrice natural

Você Maçom tem a missão de resistir


junho 17, 2024

O SIMBOLISMO DAS COLUNAS DO SUL E DO NORTE NOS TEMPLOS MAÇONICOS - Carlos R. Souza


Nos templos maçônicos, as colunas do Sul e do Norte são elementos de profunda significância simbólica, cada uma representando conceitos e valores fundamentais para a compreensão da filosofia maçônica. Essas colunas não apenas adornam o templo, mas também servem como lembretes constantes dos princípios e lições que os maçons devem internalizar e praticar.

A Coluna do Sul:

Historicamente, a coluna do Sul é associada ao sol no seu ponto mais alto, representando o meio-dia e, simbolicamente, a plenitude da luz, a vitalidade e a sabedoria. Na Maçonaria, esta coluna é comumente ligada ao Primeiro Vigilante, cuja responsabilidade é supervisionar o trabalho dos aprendizes. Ela simboliza a juventude e a força ativa, refletindo a importância da luz da sabedoria e do conhecimento no pleno desenvolvimento das habilidades e do caráter dos maçons.

A coluna do Sul nos recorda a necessidade de trabalho diligente e a busca incessante pelo conhecimento. Ela enfatiza que, assim como o sol atinge seu zênite ao meio-dia, também os maçons devem aspirar ao seu desenvolvimento máximo, utilizando a sabedoria adquirida para iluminar suas vidas e as vidas daqueles ao seu redor.

A Coluna do Norte:

Em contraste, a coluna do Norte, tradicionalmente associada ao crepúsculo ou ao ocaso do sol, simboliza a introspecção, a meditação e o repouso. Na Maçonaria, é frequentemente relacionada ao Segundo Vigilante, cuja tarefa é cuidar dos companheiros. Esta coluna representa a maturidade, a experiência acumulada e a reflexão, destacando a importância de períodos de contemplação e repouso para a assimilação do conhecimento e o fortalecimento do espírito.

Historicamente, o Norte é conhecido como a região da sombra, onde a luz solar é menos presente. No simbolismo maçônico, isso serve como um lembrete de que o verdadeiro entendimento não se limita apenas aos momentos de clareza e atividade, mas também abrange os momentos de reflexão e introspecção. É na escuridão que muitas vezes encontramos as verdades mais profundas e desenvolvemos uma compreensão mais completa do nosso caminho e propósito.

Referência Histórica:

A origem simbólica das colunas do Sul e do Norte pode ser traçada até os tempos das civilizações antigas, como a Grécia e o Egito, onde os templos eram frequentemente alinhados com os movimentos celestes. Na Maçonaria, essa herança foi incorporada e adaptada, preservando o simbolismo e integrando-o na rica tapeçaria dos rituais e ensinamentos maçônicos.

A disposição das colunas também pode ser vista como um reflexo do Templo de Salomão, uma construção repleta de simbolismo e referência central na tradição maçônica. As colunas, assim como muitos outros elementos do templo, são portadoras de múltiplas camadas de significado, entrelaçando história, mito e espiritualidade.

Conclusão:

As colunas do Sul e do Norte nos templos maçônicos são mais do que meras estruturas arquitetônicas; elas são símbolos poderosos da dualidade e da complementaridade na jornada maçônica. Representando luz e sombra, atividade e repouso, juventude e maturidade, essas colunas nos guiam na busca pelo equilíbrio e harmonia em nossas vidas.

Ao contemplar o simbolismo dessas colunas, os maçons são constantemente lembrados da necessidade de equilíbrio entre o esforço diligente e a introspecção contemplativa, um equilíbrio essencial para o desenvolvimento pleno do ser.



AVENTAL AVENTADO - Roberto Ribeiro Reis


Ontem fiquei extremamente encantado

Com o trabalho que foi apresentado,

Que para a Oficina foi sensacional;

Sempre que entra no Templo o Obreiro

Tem como obrigação e dever certeiro

De se vestir com indispensável avental.


Esse adereço com o qual o Irmão trabalha

É proteção às suas emoções e muralha,

Que deixa seu epigástrio sempre coberto;

No popular, protege a boca do estômago,

Para que não se perturbe seu âmago,

E seu compromisso moral reste certo.


O avental branco do Irmão Iniciado

Zela por sua pureza, e tem demonstrado

A sua abeta que continua levantada;

Já Companheiro essa proteção é menor,

A Aba abaixada indica progresso maior,

Quando Mestre a cor poderá ser azulada.


O avental das Luzes tem “Esquadros T”,

E não Triplos Taus como muito se vê

De maneira incorreta e equivocada;

São três “T” invertidos, simbolizam o dual,

Em posição triangular, refletem o divinal,

Evocam a Deus em linguagem sagrada.


Esses adereços – em resumo discutidos –

Vêm de Adão e Eva, por eles protegidos,

Desde que cometido o pecado original;

De folhas de figueiras fizeram aventais,

Envergonhados pela nudez e muito mais,

Assim surgiria a veste fundamental.


Para completar essa misericordiosa sina,

Quis o Eterno, com a Sua Obra Divina,

Que aqueles aventais fossem trocados;

Fez túnicas de pele, vestindo o casal,

Apesar do contato que tiveram com o mal,

Seu objetivo foi cobrir nossos pecados.

junho 16, 2024

A VIAGEM É ETERNA - Adilson Zotovici

 


Oh viagem  quão  superna

Que nos conduz adiante

Seguindo a Luz radiante

Em companhia fraterna


Cada estação doravante

O condutor que governa

Se escuridão dá lanterna

Com seu amor abrasante


Cada qual a seu talante

Vai em verdade o viajante

Com vontade sempiterna


Pensar contrário é desplante

Cenário a passagem pujante

Não cessa a viagem eterna !

O QUE OS MESTRES MAÇONS FAZEM NA CÂMARA DO MEIO - Vanderlei Coelho


 

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO MAÇÔNICA - Marcelo Artilheiro



Infelizmente, algumas Lojas utilizam métodos de ensino voltados para a "aquisição' de conteúdo e não de conhecimento. Nota-se uma preocupação exacerbada em manter a disciplina e cumprir o conteúdo (exigir dos aprendizes e companheiros os trabalhos previstos no ritual), inexistindo ou sendo precário o interesse em saber se o aprendiz ou companheiro aprendeu ou não, ou seja, há falhas também no processo de avaliação.

A verdade é que a educação maçônica se encontra em um abismo de desigualdade. Nem mesmo alguns esforços, como do Grande Oriente do Brasil - GOB, em padronizar o conteúdo maçônico a ser ministrado, tem garantido a qualidade de ensino e aprendizagem em todas as Lojas sob sua jurisdição, isto porque, a grande maioria dos irmãos desconhecem um dos deveres pedagógicos da Loja, elencado no inciso III, do Art. 96, do Regulamento Geral da Federação - RGF. Verbis:

Art. 96 – São deveres da Loja:

III – empenhar-se no aperfeiçoamento dos seus Membros nas áreas de Filosofia, Simbologia, História, Legislação Maçônica, Ética e Moral e promover o congraçamento familiar maçônico;

A descontextualização dos conteúdos é um dos fatores decisivos na má formação do Maçom, isto considerando o papel que a Loja deve ter na formação do maçom para a Instituição e para sociedade, ou seja, educação deve gerar resultados sobre o maçom e para a sociedade. Além disso, é imprescindível que se tenha em mente que além do conteúdo ritualístico e outros, há que se prestigiar a cultura maçônica como um todo.

Devemos reconhecer que o método tradicional de ensino não funciona mais tão bem e por um motivo bem simples: os homens (maçons ou não) simplesmente não são mais os mesmos. E não se pode ignorar que o grande objeto ou capital de um ensino de qualidade é o homem (maçom), por mera lógica, torna-se impossível manter uma metodologia de ensino estática em uma realidade e sociedade dinâmica. Em resumo, termos pensar e repensar se:

a) A apresentação dos trabalhos feita no método tradicional ainda é o meio mais seguro de se conhecer sobre a aprendizagem dos aprendizes, companheiros e mestres (todos ainda somos educandos)?

b) Somente através da apresentação de trabalhos o educador é capaz de avaliar os educandos?

Na educação tradicional maçônica podemos ensinar e reensinar as mesmas coisas, aos mesmos educandos, cem vezes. Na 101ª vez, se perguntamos aos aprendizes ou companheiros se eles se lembram o que falamos nas cem primeiras vezes, a resposta majoritária será “Não”. E pior, não conseguem repetir o que foi dito, prova que a mera repetição não ensina, e por fim, não sabem o motivo do que foi objeto da repetição.

A educação maçônica deve gerar menos ensino e mais aprendizagem. Como de costume na maçonaria, estamos mais uma vez diante da inevitabilidade de evoluir, de alterar o comoensinar. Diante disso sugere-se que:

a) As Lojas e Mestres precisam ensinar como pensar e não apenas o que pensar. Decorar textos, conceitos e etc., não faz mais sentido.

b) As Lojas e Mestres têm que estimular a autonomia intelectual, não podemos formar repetidores de conceitos (muitos imprecisos, errados e etc.).

c) As Lojas e Mestres precisam proporcionar um tempo de estudo reflexivo, onde o ensino maçônico não se confunda com o ensino de meras ideologias , achismos e repetições de conceitos prontos e descontextualizados.

d) As Lojas e Mestres precisam ter em mente que a educação maçônica não é transferência de conhecimentos, mais o estimulo criação de possibilidade para a sua própria produção ou construção, em outras palavras, educar e ser educado maçonicamente exige consciência do inacabado, do incompleto, do inatingível.

Uma outra questão a ser tratada e discutida é o aprimoramento do processo de avaliação.

a) Por que o Mestre tem dificuldade de avaliar o aprendiz e o companheiro?

b) Por que avalia mal, e depois critica a deficiência na formação do avaliado?

c) Por que "todos" tem dificuldades de se submeterem ao processe de avaliação?

Temos que ter em mente que a avaliação é uma das atividades que deve ocorrer dentro de um processo pedagógico maçônico, ela não pode ser tratada isoladamente, periodicamente ou só quando da análise da colação de grau(promoção, elevação, exaltação e etc.), nem pode ocorrer de forma individual e subjetiva, no dizer de alguns irmãos "eu to sempre avaliando". Em outras palavras, a Loja não pode se reunir para avaliar os aprendizes e companheiros somente após a entrega dos trabalhos e depois de transcorrido o tempo necessário para a colação de grau.

Erra-se ao fazer a "avaliação" para dar "aumento de salário" ao Maçom. Avaliação tem como um de seus objetivos fornecer informações acerca das ações de aprendizagem e, portanto, não pode ser realizada apenas ao final do processo, sob pena da mesma perder seu propósito, até porque a avaliação deve envolver todos os sujeitos do processo de aprendizagem e não apenas o aprendiz e ou companheiro, em outras palavras, os Mestres devem ser avaliados, o processo educacional deve ser avaliado com um todos. Indaga-se: Alguém perguntou a algum aprendiz o que ele pensa sobre método de ensino utilizado? Se o mesmo esta sendo eficiente? No que pode se melhorado? Se os Mestres estão cooperando efetivamente no seu processo educacional?

A avaliação deve ser contínua e cumulativa quanto ao desempenho dos aprendizes, companheiros e mestres, com prevalência dos aspectos qualitativos e dos resultados ao longo do período, devendo ser menos importante a quantidade trabalho e o "sucesso" dos trabalhos.

A avaliação maçônica deve ser dialética, deve gerar um diagnóstico para correção, se necessário. Deve ser encarada e compreendida como um ato maçônico amoroso, responsável e fraternal, seu objetivo não é simplesmente conceder graus à irmãos, mas sim garantir uma segurança mínima para a Ordem, uma estabilidade e uma "padronização" mínima do conhecimento, de forma que todos os aprendizes, companheiros e mestres possam possuir as mesmas habilidades, competências e conhecimentos mínimos, em outras palavras, a avaliação tem também por escopo proteger a própria Ordem.

Parafraseando Immanuel Kant, o Maçom não é nada além do que educação maçônica faz dele.

junho 15, 2024

MAÇONARIA NA PINTURA DE HOGARTH

 



William Hogarth foi um brilhante artista no seu tempo, conhecido pela temática social, muitas vezes satirizada. É autor do conjunto de “Os Quatro Períodos do Dia” de 1736, sendo que aquele que se refere à “noite”, diz respeito à maçonaria, porque contém elementos com ela relacionados.

O quadro a óleo encontra-se na colecção da National Trust´s Upton House, no condado inglês de Warwickshire, mas foram as suas gravuras executadas por Charles Spooner em 1738, feitas em sentido oposto ao do original, que se espalharam por vários cantos do mundo, podendo o quadro ser visto como uma crítica ou sátira não só aos usos e costumes da época em Londres, como a um dos membros da primeira loja maçónica a que o autor pertenceu (Lodge at the Hand & Apple Tree, na Little Queen Street).


Vemos uma personagem ébria, vestindo um avental e usando ao pescoço o esquadro, emblema de venerável, apoiada no seu escudeiro que leva a espada no braço. Tal personagem refere-se a Sir Thomas de Veil, membro da citada loja que se reunia na Vine Tavern, e da qual fazia parte Hogarth, com quem não tinha boas relações. Tudo está dito quando se vê que o autor decidiu pintar um penico a ser vertido sobre a cabeça da personagem. Tempos em que os irmãos maçons não se reconheciam como tal.

Como maçom, o seu nome figura nos arquivos da Grand Lodge of England em 1725 a propósito da reunião de uma loja reunida na Hand and Apple Tree na Little Queen Street; cinco anos depois, o seu nome volta a aparecer registado numa reunião de loja na Bear and Harrow em  Butcher Row, Temple Bar; por último, em  1735 era o Grand Steward (Grande Mordomo) da festa anual da Grand Lodge of England, tendo desenhado uma jóia para esse cargo, composta por um esquadro, um nível e um prumo, a qual antes de 1735, não tinha o círculo e era maior, sofrendo transformações ao longo dos tempos, vendo-se em 1835 no seu interior um compasso e uma cornucópia

CONGREGAÇÃO VIÇOSA - Roberto Ribeiro Reis



Uma congregação viçosa é aquela cuja boa fama ressoa por todos os lugares, simplesmente porque seus obreiros não têm tempo a perder, e trabalham, infatigavelmente, em prol do desenvolvimento da loja e, consequentemente, do “mundo lá fora”.

Nela, o pensamento positivo é algo constante, e o otimismo de seus associados materializa-se sob a forma de colunas robustas e inabaláveis. Via de consequência, todo e qualquer assunto alheio aos sentimentos de liberdade, fraternidade e igualdade não encontram guarida.

Essa agremiação de escol traz em seu bojo homens que primam por um mundo mais igualitário, menos discriminatório, mais evoluído e menos egoísta. Para tanto, fazem valer o império da Constituição (não feito uma utopia ou uma simples quimera) aplicando-a, dentro e fora de loja.

Diferentemente dos grupos profanos, onde há uma disputa acirradíssima pelo poder e pela subjugação do próximo –velada ou descaradamente- nessa congregação só se vislumbra um oceano de brilhantes oportunidades, na medida em que aquele que cresce e se autoconhece, quer também que seu irmão cresça e se autoconheça.

Um agrupamento distinto, de cuja assembleia são emanadas decisões democráticas e revolucionárias, decisões essas que, no passado, mudaram as diretrizes de diversas nações pelo mundo, haja vista o ideal inflexível, justo e (quase) perfeito de seus membros.

Esse viço de amor fraternal é o que tem faltado nos dias de hoje! De nada adiantam milhares de oficinas maçônicas existentes em todo o mundo, se o interior daquelas carece de qualificação humana. Onde estão os sucessores daqueles heróis do passado, que transformaram e revolucionaram o mundo, nos momentos mais cruciais?

O comodismo, a inércia e a letargia têm assolado nossos edifícios interiores! É mais conveniente apontar dedos, criticar, e a tudo assistir, sem oferecer soluções, ou se candidatar a resolver os problemas. O corolário lógico e inarredável disso tudo é um mundo desgovernado, pois os protagonistas do passado já não existem mais! Só ficou a boa lembrança de seus feitos...

Sorte a nossa é que, a despeito de toda nossa apatia e inação, existe um Supremo Arquiteto Universal, cujos projetos já anteviam esses percalços e desatinos, sabedor maior de que seus obreiros têm muito que aprender, ainda! Se não houvesse a sua intercessão a nosso favor, diuturnamente, a humanidade inteira restaria dizimada, seja pela carência de amor e caridade, seja igualmente pelo excesso de ódio e intolerância. 

Aproveitemos as oportunidades que nos são dadas por Ele, por seu Espírito de Misericórdia e Indulgência, e busquemos formar, enquanto há tempo, uma Congregação Viçosa!

PARTE O TREM - Maravilhoso