junho 22, 2024

A MAÇONARIA ESPECULATIVA OU ATUAL - Almir Sant’Anna Cruz



A atual Maçonaria Especulativa surge de um longo processo de aceitação de pessoas não ligadas à construção.

O marco da Maçonaria Especulativa foi a assembléia das quatro Lojas em atividade em Londres, que se reuniram na Goose and Gridiron Alehouse (Cervejaria do Ganso e da Grelha) no dia de São João Batista (24 de junho) de 1717, para eleger o primeiro Grão-Mestre da Grande Loja de Londres, Sir Anthony Sayer (1672-1742).

Estas quatro primeiras Lojas, que tinham o privilégio de se denominarem como “constituídas de tempo imemorial”, eram:

- Loja da Cervejaria da Coroa;

- Loja da Cervejaria do Ganso e da Grelha;

- Loja da Taverna da Taça e das Uvas; e

- Loja da Taverna da Macieira.

E essas Lojas ainda existem?

- A Loja da Cervejaria da Coroa, perto de Drury Lane, abateu colunas (encerrou suas atividades) entre 1736 e 1738. Em 1752 houve uma proposta para a sua restauração que foi rejeitada. Infelizmente não mais existe,

- A Loja da Cervejaria do Ganso e da Grelha, do pátio da Igreja de São Paulo, em 1760 tornou-se a Loja da Antiguidade, com o nº 2 da Grande Loja Unida da Inglaterra.

- A Loja da Taverna da Taça e das Uvas, em Channel Row, Westminster, chama-se agora Royal Sumerset House and Invernesse Lodge, nº 4. (foto)

- A Loja da Taverna da Macieira tornou-se a Fortitude and Old Cumberland, com o nº 12.

Excerto do livro Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

junho 21, 2024

ANIVERSÁRIO DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 – Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, amplamente reconhecido por críticos, estudiosos, escritores e leitores como o maior expoente da literatura brasileira. 

Sua produção literária abrangeu praticamente todos os gêneros, incluindo poesia, romance, crônica, dramaturgia, conto, folhetim, jornalismo e crítica literária. 

Machado de Assis testemunhou a Abolição da Escravatura,e a transição política do Brasil, com a proclamação da Republica em substituição ao Império, além de diversos eventos significativos no final do século XIX e início do século XX, sendo um notável comentador e relator dos acontecimentos político-sociais de sua época.

É o principal fundador da Academia Brasileira de Letras que é conhecida como a Casa de Machado de Assis.

OS TRES ESTÁGIOS DE ELIMINAÇÃO NA VIDA



Aos 60 anos, o local de trabalho elimina você.

Não importa o quão bem-sucedido ou poderoso você foi durante sua carreira, você voltará a ser uma pessoa comum.

Portanto, não se apegue à mentalidade e ao senso de superioridade do seu trabalho anterior, deixe de lado o seu ego, ou você pode perder a sua tranquilidade!

Aos 70 anos, a sociedade gradualmente elimina você.

Os amigos e colegas que você costumava encontrar e socializar se tornam cada vez menos, e dificilmente alguém o reconhece no seu antigo local de trabalho.

Não diga, "Eu costumava ser..."ou "Eu era..." porque a geração mais jovem não o conhecerá, e você não deve se sentir desconfortável com isso!

Aos 80/90, a família lentamente elimina você.

Mesmo que você tenha muitos filhos e netos, na maior parte do tempo você estará vivendo com seu cônjuge ou sozinho.

Quando seus filhos visitam ocasionalmente, é uma expressão de afeto, então não os culpe por virem menos frequentemente, pois eles estão ocupados com suas próprias vidas!

Depois dos 90, a Terra quer eliminar você.

Nesse ponto, não fique triste ou desanimado,

Pois esse é o curso natural da vida, e todos eventualmente seguirão esse caminho!

Portanto, enquanto nossos corpos ainda são capazes, viva a vida ao máximo!

Coma o que você quiser, beba o que desejar, brinque e faça as coisas que você ama.

Lembre-se, a única coisa que não vai eliminar você é o grupo do Whatsapp e a  Receita Federal.

Então, comunique-se mais no grupo, diga um olá, mantenha sua presença, seja feliz e não tenha arrependimentos!

(Dedicado aos Idosos)

PACIÊNCIA, UM CULTO MAÇÔNICO - Nivaldo de Melo



A Maçonaria cultiva a paciência porque, sendo irmã gêmea da tolerância, é uma virtude que consiste na capacidade constante em suportar as adversidades, as dores, os infortúnios, com resignação subordinada à fortaleza da alma. 

Diz-se que o tempo, a paciência e a perseverança nos conferem a integridade e habilitam a realizar todas as coisas.

A paciência significa equilíbrio e o controle do dualismo, o freio para o instinto, o fruto da meditação, o caminho da sabedoria. 

A paciência conduz à perseverança, e esta à conquista do alvo planejado.

O maçom, para alcançar o conhecimento, buscar o progresso interior e exterior, deve plantar a sua conduta dentro da Loja com exemplar paciência. 

Os impacientes e os que, na Maçonaria, apenas procuram interesses espúrios ou tolas vaidades, não conseguem realizar esse objetivo.

As precipitações, o afoitamento, a pressa são meios conturbadores. 

A paciência é o caminho mais curto para alcançar-se a paz.

Perdoar àqueles que conosco caminham para colocarem nossa paciência à prova é a caridade mais meritória. 

La Fontaine ensina que “A paciência e o tempo dão mais resultado que a força e a raiva”.

Como sabem os Irmãos, o culto à paciência, na Maçonaria, ainda que alguns entendam diferentemente o seu significado, tem cunho espiritualizado.

Joseph Anderson, um dos organizadores da Maçonaria Especulativa, era pastor protestante e muito do que nos é ensinado veio para a Ordem com a finalidade de, mesmo não sendo um dogma, não deixa de ser um aprendizado espiritual. 

Margaret Thatcher uma vez disse: “Eu sou extremamente paciente contando que consiga o que queira no final”. Este é um péssimo exemplo.

Quando tudo está indo do jeito que queremos, é fácil demonstrar paciência. 

O verdadeiro teste de paciência aparece quando um de nossos Irmãos age de forma inadequada, ou mesmo quando na vida profana, nossos direitos são violados; quando alguém, por atos ou palavras, procura nos irritar; quando somos ridicularizados por nossas crenças.

A Bíblia, no entanto, fala de paciência como um fruto do Espírito (Gálatas 5.22). 

Apesar de a maioria das pessoas considerarem paciência como uma espera passiva ou tolerância gentil, a maioria das palavras gregas traduzidas como “paciência” no Novo Testamento são palavras ativas e saudáveis. Considere, por exemplo, Hebreus 12.1.

É claro que paciência não acontece da noite para o dia na nossa vida. 

Para o desenvolvimento da paciência é preciso que a mesma seja exercitada diariamente.

Nossa paciência se desenvolve e fortalece ainda mais quando procuramos a íntima ligação com o nosso mundo interior que é o GADU, nosso Deus.

O Rei Salomão ensina: 

*“Descansa no SENHOR, e espera nele: não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos”* (Salmos 37.7). 

Jó foi exemplo de paciência e perseverança (Tiago 5.11). 

Tenhamos em mente que este ensinamento religioso e também Maçônico é para nos lembrar que seu propósito é para o nosso crescimento moral.

Agora, da próxima vez que for posta à prova a sua paciência, por ter sido magoado por um Irmão desavisado ou mesmo no mundo profano, não haja com impaciência, a qual acaba levando a mais estresse, raiva e frustração. 

Saiba ser um verdadeiro Maçom, procurando compreender os prós e os contras de cada situação.


junho 20, 2024

SOLSTÍCIO DE INVERNO - Lucas Couto


Estimados irmãos 

Neste solstício de inverno, que começa hoje às 16h50, onde a noite atinge seu ápice de escuridão, somos lembrados de que a busca pela luz interior é nossa missão inabalável como maçons.  Neste momento, o Sol alcança o ponto mais distante de nós, oferecendo a noite mais longa do ano. Contudo, a partir deste instante, os dias começarão a crescer, lembrando-nos de que após a escuridão vem a luz. Permitam-me compartilhar alguma reflexão.


*A Escuridão Não Prevalecerá:* Assim como o Sol emerge triunfante após o solstício, nós também devemos emergir das sombras da ignorância e da apatia. A escuridão não prevalecerá sobre aqueles que buscam a verdade e a sabedoria.


*Renovação e Compromisso:* O solstício é um chamado à renovação. Renovemos nossos compromissos com a fraternidade, a virtude e a busca incessante pelo conhecimento. Cada novo ciclo traz consigo a oportunidade de reafirmar nossa jornada maçônica.


*Dualidade e Equilíbrio:* O compasso e o esquadro, símbolos eternos, símbolos que carregamos com orgulho, nos lembram da dualidade , entre a luz e a escuridão, entre o bem e o mal, e que devemos encontrar nosso equilíbrio. Na busca pela verdade, devemos harmonizar essas forças opostas, nos lembrar da importância de mantermos nossas ações dentro dos limites da moralidade e da virtude, sempre alinhados com a busca pelo bem maior. 


*A Chama Interior:* Como a tocha acesa que dissipa as trevas, nossa busca pelo conhecimento deve ser incansável. A luz do conhecimento é nossa arma contra a ignorância que permeia o mundo profano. Irmãos, neste solstício, que nossa determinação seja inquebrantável. 


Enquanto o mundo natural nos mostra a importância da renovação e da perseverança, que possamos também encontrar em nosso caminho maçônico a inspiração para crescer e melhorar continuamente. Que a luz do conhecimento, da verdade e da fraternidade nos guie sempre, mesmo nos momentos mais sombrios.


Assim como o Sol retorna, trazendo consigo a promessa de novos começos, nós, como maçons, também buscamos a luz em nossas vidas e em nossas práticas. Este período de introspecção e renovação é uma oportunidade para reavaliarmos nossas ações, fortalecer nossos vínculos fraternos e rededicar-nos aos princípios de sabedoria, força e beleza.


Que a luz que brilha em nossos corações ilumine o caminho da Maçonaria e inspire todos os que cruzarem nosso caminho.


Que possamos, nesta estação de reflexão, redescobrir a centelha divina dentro de nós e permitir que ela ilumine nosso caminho e nossas obras.


Que assim seja!


Feliz Solstício de Inverno! Que a paz, a harmonia e a luz estejam com todos nós.


Saudações fraternais


*Texto corrigido.

A CONSTÂNCIA NO EXERCICIO DA NOSSA MISSÃO DE HOMENS LIVRES


Dar sustentação moral e material aos infelizes é um sacrossanto dever que cabe a cada homem e para nós, que somos ligados por uma cadeia indissolúvel de fraterno afeto, é uma obrigação rigorosa.

É por isso que somos considerados, alem de consolar os aflitos, a dividir com simpatia as suas penas, ter compaixão das misérias dos outros, restabelecer a paz nas mentes perturbadas, ocupar-se incansavelmente a fazer o bem no sentido mais amplo da palavra, a fim de eliminar, ou ao menos aliviar, as causas da imperfeição da vida profana.

Porque a nossa Instituição foi exclusivamente criada para servir a toda a Pátria e ao gênero humano.

Como consequência, cada Irmão, no campo de sua própria e normal atividade, deve colocar em pratica todos os ensinamentos a que foi convidado a meditar no dia de sua Iniciação.

E não é suficiente, porque as nossas ações devem ser desenvolvidas na pesquisa da verdade, através do estudo e da aplicação pratica em cada campo da cultura, da ciência, da filosofia, da disciplina econômica, jurídica e social, da literatura e das artes, a fim de que todos os trabalhos, todos os discursos, todas as experiências, todas as invenções e todas as descobertas de laboratório sejam de valor e concreto auxilio a elevação espiritual e moral e para o bem da Humanidade, para a prosperidade da Pátria e para a defesa e garantia da dignidade e da liberdade.

Quem sabe compreenderemos: o bom Maçom é fator de progresso da terra onde habita, é fator de progresso humano.

Assim, deve saber sacrificar-se a bem da coletividade.

Não se pertence; é obreiro da humanidade.

Quando as forças se esgotarem no labor insano; quando esmagados pela fatalidade, vencidos pelos anos, já não podermos sopesar o montante ou sustentar a trolha: devemos dizê-lo com franqueza em Loja, restituindo aos Ir:. as Armas e Instrumentos que recebemos puros e entregaremos sem nodoas.

Então, o Mestre nos dará o amplexo que conforta; e partiremos, contentes e satisfeitos, a consciência tranquila, volvendo ao lar e aos carinhos da família e dos amigos e levando na alma o jubilo do dever cumprido.

No lar, na paz confortável, a conduta continuará a mesma que, nem nos umbrais da Morte, deveremos abdicar das convicções conscientes que a Iniciação nos proporcionou: da Justiça, da Razão, da Verdade e do Bem.

FONTE: A Partir da Pedra.

VISITAÇÃO - Aldo Vecchine




Certa vez o visitante foi interpelado, pelo cobridor, após a simpática acolhida: _ O que você e os seus fazem do meio-dia à meia-noite?

Desacostumado, ou talvez acanhado, o querelado reservou-se ao silêncio. Sepulcral!

Então o Irmão Cobridor, buscando outra alternativa, contou-lhe que ali, naquela Oficina, trabalhavam na pedra-de-toque, para a construção ficar justa e perfeita.

Ainda outra vez quis saber: de onde vindes?

Daí a resposta foi satisfatória, e detalhada. Então puderam trocar reverências, uma vez que a comunicação era entre iguais, Melhor ainda: que se reconheciam.

A história é fictícia, mas poderia ter acontecido alhures. É bom estarmos vigilantes.

Não é recorrente, mas ao visitar, se lhe pedirem a P.S.? Quem sabe se podeis entrar ritualisticamente? Pode parecer uma desconfiança e desrespeito. Mas tem que ser procedimental. E daí?

É obvio que nas visitações objetivam acolher bem, recepcionar, felicitar-se. Porém todo o cuidado e zelo deve ser premeditado. Toda a ritualística será cumprida.

Ao bom maçom compete a vigilância. Dos seus princípios e os da Ordem. Lembrando-se repetidamente, que a visitação está prevista nos Landmarks, assim como, nos Rituais está composto o trolhamento.

Estudai!

Segundo consta no Ritual do Simbolismo (REAA), a expressão do meio-dia à meia-noite é atribuída a Zoroastro (ou Zaratustra). O sábio persa que aos trinta anos afastou-se de sua pátria e do largo da sua pátria, e dirigiu-se às montanhas. Lá permaneceu por dez anos. Então voltou para disseminar a sua sabedoria.

Ainda muito cedo, naquele dia, esperou pelo sol nascente e lhe disse:

_"Abençoa a taça que quer transbordar, para que dela jorrem as douradas águas, levando a todos os lábios o reflexo da tua glória". -Assim falou Zaratustra-.

Estamos sorvendo da obra de Nietzsche, Editora Martin Claret, que trouxe à tona a sabedoria de Zoroastro, o persa, que sentencia: "O que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte e não um fim; o que se pode amar no homem é ele ser a passagem e um ocaso".

Façamos uma analogia com as joias moveis: seus revestidos passam. São homens de passagem. As joias permanecem à espera dos sucessores, que traçarão novo girassol, pela magnetização dos obreiros e dos ensinamentos.

Destarte, falemos do sol poente. Do ocaso que nos chega, diariamente, de muitas formas.

Quantas coisas, ousamos ponderar, têm a sua data de validade? Também nós nascemos com data de finitude. O ocaso, para nós, deve ser aceito e compreendido. Há de ser um ato, profundamente, reflexivo e amoroso.

“Amar e desaparecer: são coisas que andam a par desde a eternidade. Querer amar é também estar pronto a morrer”. Assim falou Zaratustra.

Mas antes de o fim se apresentar, voltemos à taça. Ela é transbordante. A da boa e a da má sorte. É sapiente reconhecer as doçuras e os amargores na vida. É edificante sorver um gole de cada vez. Para tanto, seja um sommelier, diariamente. Use o buquê e o dosador!

Mesmo sabendo que não teremos o controle absoluto sobre tudo. E isso é bem razoável! Seja, pois um bom maçom, seja como Zoroastro. Repetidas vezes exercite seu cabedal, acrescentando a nele, novos elementos.

Talvez aí dosemos a parte ideal de doce, bem como do agridoce e até do profundo amargor.

A caverna...

E as diferentes percepções dos visitantes. Tudo muito particular; e bastante individualizado também. Inconfessável, mas é reveladora essa visitação, pois cada sepultamento traz consigo as possibilidades de reencontro com o que estivera perdido, e mais, renovará o ser, inteiramente.

Zaratustra escolheu nas montanhas, uma caverna. As Ordens Iniciáticas, no ocidente, a masmorra. Talvez com a mesma significação.  E o adverbio utilizado ali, não é de dúvida, mas de possibilidade.

Retirar-se às montanhas ou trancar-se na masmorra tem a possibilidade de revelação e reencontro: sempre pela disseminação do que foi aprendido.

A grande mediadora nesse processo é, indubitavelmente, a vontade. Como manifestação da consciência, seguida de sapiência e amor/ação.

Pois assim falou Zaratustra: "Na terra nada cresce mais satisfatório do que uma elevada e firme vontade. Uma elevada e firme vontade é a planta mais bela na terra. Semelhante árvore anima uma paisagem inteira".

E nas paredes daquele compartimento estão completando todo o cenário, mensagens de ânimo e restauração. Enigmas ou advertências que promovem a imaginação, que a faz decolar em busca de um novo amanhecer.

Acolhimento

Extremamente necessário para a construção do pertencimento... E o obreiro que não trabalhar nessa edificação, não cativar o seu lugar entre todos, corre o risco de autoisolamento.

Coloquemos em análise que as desistências sejam causadas, entre outras coisas, pela barreira edificada no lugar do pertencimento.

E mesmo tendo suplantado as provas, vencido o confronto com as diferentes nuances, superado o desconhecido e distinguido virtude/vício, se não completar a fase das fundações, seu edifício poderá ruir.

Ensejamos e conspiramos para que toda a semente se transforme em belas árvores que animarão todas as paisagens e passagens (ou portas) que sempre se abrirão, a quem bater/percorrer. Que os pedidos sejam revestidos de acolhimento para alcançarem êxito. E todas as buscas que iniciam como sorte de principiante, sejam enfeitadas de coragem e sapiência para o verdadeiro encontro.

Assim, encontraremos os Irmãos em todas as visitações. Resgataremos o que estava oculto, em cada imersão. Lançaremos as sementes como os semeadores fizeram desde sempre, colaborando com a renovação, com outras paisagens, com novos brotos.

Para tanto o trabalho, do meio-dia à meia-noite, dedicado ao aperfeiçoamento dos costumes, por uma sã moral, mais a incorruptibilidade do corpo e indestrutibilidade da alma, mantenha acesa as luzes adornando, sobre o altar, o ponto central, onde vigora o poder.

Se assim o for, a chave de acesso ou a senha de abertura emanará do conhecimento, enriquecido de sabedoria e vontade que, coroando a pessoa do presidente, determina ao Oficiante a composição ordeira dos três elementos.

Reunidos e instalados sob um céu azulado, os trabalhadores manterão a união e a ordem universal. Celebrarão a paz sob um fundo musical. E quando o sol alcançar o nadir, assinalando seu ocaso, que anunciem a chegada do ágape fraternal.

Então poderão regozijar a amizade e a fraternidade, compartilhando o alimento do corpo, uma vez que a alma e o espírito foram nutridos pelos melhores eflúvios advindos da magnetização e das trocas entre os polos.

Alimentados e satisfeitos a dispersão acontece em meio a esperança e o aguardo pelo eterno retorno, às atividades, à construção e ao labor incessante. Sapientes e contentes, todos retornarão aos seus postos, com exceção dos que desistiram, principalmente, pelo não pertencimento ou quem sabe, por conta do ocaso. Oxalá!




junho 19, 2024

DA MUDANÇA - Heitor Rodrigues Freire




“A maioria das pessoas prefere morrer a pensar e é exatamente isso que elas fazem”

Bertrand Russel.


A nossa caminhada ao longo da existência recebe naturalmente muitas influências que podem provocar algumas mudanças visíveis, outras nem tanto.

A verdadeira mudança é aquela que realizamos de forma consciente e aplicamos em nossos próprios atos, por menor que seja. 

Assim, agora é o momento exato de pararmos tudo. Ouvir o nosso coração. Refletir. Meditar. Buscar o verdadeiro sentido do que está acontecendo, para que possamos avaliar o nosso próprio comportamento. Cada um tem dentro de si todas as ferramentas necessárias para fazer essa autoavaliação e mudar. 

É hora e tempo de acordar, de agir com lucidez, firmeza e disciplina; de eleger a sinceridade como expressão dos nossos pensamentos e dos nossos atos, com todas as consequências daí advindas.

E não devemos dar importância à opinião dos outros a nosso respeito. Ao não responder, não discutir, passamos a praticar um dos ensinamentos do Tao Te King: agir pelo não agir. Em certas situações, não agir pode ter um sentido e uma força muito maiores do que se revidarmos instantaneamente. Imaginem quantas brigas domésticas, ou no trânsito, ou no trabalho, ou mesmo na política, no espaço coletivo, nas guerras, quanto conflito pode ser evitado pelo não agir. 

O significado da vida é um questionamento que cada um se faz, naturalmente, de quando em quando. É um ponto que deve merecer atenção especial de quem entende a necessidade de saber por que e para que estamos aqui.

Essa resposta deve vir diretamente do coração, pois tem uma característica muito íntima que não pode sofrer influência de quem quer que seja, por sermos entidades únicas e incomparáveis.

As diferentes religiões buscam responder a esse impasse, mas o fazem de forma coletiva, e cada uma dá a interpretação que lhe permite manter seu rebanho apaziguado e circunscrito ao seu raio de ação. Dessa forma, as religiões foram, cada uma a seu tempo, suscitadas no sentido de contribuir para a evolução da humanidade. O problema é que como a religião é uma invenção humana, ela está sujeita a toda sorte de imperfeições, assim como qualquer outra atividade empreendida pelo homem. Às vezes, ela mais ajuda do que atrapalha e vice-versa, alternadamente de acordo com seu contexto.

À medida que vivemos, cada vez mais se evidencia a singularidade que nos caracteriza como seres únicos. Nem todos se dão conta da própria originalidade, imersos que estamos na frivolidade e na correria dos dias.

Para sair desse estado de torpor, a manifestação da autoconsciência é fundamental. É a consciência que nos proporciona o meio e as condições necessárias para a libertação. Não adianta seguir os ensinamentos de um guru ou de algum sábio de fora. O verdadeiro despertar acontece de dentro para fora, e nunca o contrário.

Vivemos num mundo em que as posições políticas se radicalizaram à esquerda e à direita. E não é por aí que resolveremos os problemas da humanidade, pois a polarização política é movida por interesses, e não por princípios. A esquerda e a direita só definem de onde virá a opressão, porque a opressão é a principal ferramenta de cada uma. E a opressão vem sempre de fora para dentro, mas submeter-se a ela depende de cada um. A submissão é pior do que a opressão, como bem vem demonstrando Eduardo Marinho, um filósofo das ruas. A não submissão enseja uma verdadeira libertação, que é um atributo das pessoas verdadeiramente pensantes.

Enquanto não nos libertarmos para valer viveremos sempre nessa situação. E a libertação é uma decisão individual. Jesus nos mostrou o caminho, há muito tempo. A grande maioria dos cristãos só são cristãos da boca para fora porque na realidade não cumprem os ensinamentos de Cristo.

Quo usque tandem?, minha gente, até quando?


O SEGREDO DA MAÇONARIA SEGUNDO CASANOVA - Almir Sant’Anna Cruz



Jean-Jacques Casanova de Seingalt (1725-1798), o célebre aventureiro veneziano do século XVIII, conhecido em nossos dias como o libertino Casanova, teve o seu texto História da Minha Vida deturpado quando de sua publicação no século XIX. Mas em 1960 o texto original foi publicado na França, surgindo então seu verdadeiro pensamento, pleno de psicologia e perspicácia. 

Conquanto não se possa citá-lo como modelo de virtude nem como exemplo de Maçom, reproduzimos a seguir suas interessantes observações sobre o Segredo da Maçonaria:

Os homens que se fazem receber Maçons apenas com a intenção de conseguir o conhecimento do segredo da Ordem, correm grande risco de envelhecer sob a colher de pedreiro sem jamais atingir a meta que se propõem. 

Há no entanto um segredo, mas que é tão inviolável por sua própria natureza que nunca foi confiado a ninguém. 

Aqueles que param na superfície das coisas pensam que o segredo consiste em palavras, sinais e toques, ou que finalmente a grande palavra está no último grau. Erro. 

Aquele que adivinha o segredo da Maçonaria, visto que só será conhecido se for adivinhado, só chega a este conhecimento por muito frequentar as Lojas, por muito refletir, raciocinar, comparar e deduzir. 

Quando chega a ele, evita participar a sua descoberta a quem quer que seja, mesmo a seu melhor amigo Maçom, pois, se o último não teve o talento de penetrá-lo, tampouco terá o de aproveitá-lo depois de conhecê-lo oralmente. 

Esse segredo será, portanto, sempre um segredo. Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta, não tiverem escrúpulos de revelar o que nela foi feito, não revelaram o essencial. 

Como eles poderiam revelar, se nada sabem? Se soubessem, não falariam das cerimônias.

Como se vê, Casanova comunga com um pensamento de Jesus, que disse “não se dá pérolas aos porcos”


Excerto do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores* Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 88568-13508

junho 18, 2024

CURIOSIDADES E BIZARRICES DA INQUISIÇÃO




A Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado na Idade Média (século XII) e dirigido pela Igreja Católica Apostólica Romana. Foi fundada pelo papa Gregório IX em 1231 com o objetivo de reprimir e castigar tudo o que fosse considerado heresia pela Igreja.

Conta-se que a Inquisição foi criada inicialmente com o objetivo de combater os cátaros (ou algingenses), uma seita cristã com forte influência no Sul da França e Norte da Itália.

As punições da Inquisição iam da privação de “benefícios espirituais” e prisões, do confisco de bens e morte na fogueira.

A tortura passou a ser permitida nos tribunais em 1254 pelo papa Inocêncio IV, cerca de 20 anos depois de criada a Inquisição.

Ao contrário do que é normalmente propagado, o uso da tortura nunca foi usado em grande escala pela Inquisição. Mas é sabido que centenas de pessoas foram cruelmente torturadas com o objetivo de arrancar confissões/revelar heresias.

Entre os mais terríveis instrumentos de tortura usados pela Inquisição estão: o corta-joelhos, o triturador de cabeças, o arranca-seios e a donzela de ferro (que inspirou uma conhecida banda de heavy metal).

Apesar de seu caráter religioso, a Inquisição foi amplamente usada como instrumento político. Ela serviu para conter o avanço dos protestantes na Itália e para perseguir inimigo dos reis Fernando e Isabel na Espanha.

A Inquisição Espanhola foi criada em 1478 pelos reis Fernando e Isabel. No princípio, perseguiu os judeus e muçulmanos convertidos que eram acusados de praticarem suas antigas crenças.

Tomás de Torquemada (um frade dominicano), o principal inquisidor espanhol, tinha tanto poder que rivalizava com os reis da Espanha. Calcula-se que ele tenha condenado à morte de 2.000 a 10.000 pessoas.

Conta-se que Tomás de Torquemada rezava baixinho enquanto os suspeitos tinha sua pele queimada, unha arrancada e parafusos aplicados no polegar. As suspeitas de bruxaria eram despidas para que os inquisidores pudessem procurar em seus corpos tatuagens ou marcas que representassem o pentagrama invertido.

A sanha assassina e má fama de Torquemada era tamanha que o próprio Vaticano se incumbiu de destituí-lo do poder.

Na Idade Média, os gatos pretos eram vistos como bruxas transformadas em animais. Eles chegaram a ser perseguidos pela Inquisição.

Por essa ninguém esperava: até os canhotos foram perseguidos pelos tribunais da Inquisição. Eles eram considerados praticantes de bruxarias, mensageiros da morte e enviados do Diabo.

Nem os defuntos escapavam da Inquisição. Quando descobria-se que um morto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado.

Os historiadores acreditam que 50.000 pessoas (a maioria mulheres) tenham sido condenadas à fogueira por suspeita de bruxaria, pacto com o diabo e até por “lançar mau-olhado” em regiões de países como Alemanha, Suíça, Polônia, Dinamarca e Inglaterra.

A Inquisição não só agiu no Brasil, como agiu em diversos países da América, entre eles o México e Peru. Também foram criados tribunais na África (Cabo Verde) e na Ásia (Goa).

Calcula-se que 400 brasileiros tenham sido condenados pela Inquisição. Como os casos mais graves eram enviados para Portugal, os condenados à fogueira eram executados lá.

O Santo Ofício mudou duas vezes de nome. Hoje é conhecido como Congregação para Doutrina da Fé. Detalhe: Joseph Ratzinger, o atual papa Bento XVI, dirigiu a Congregação durante 24 anos.

Algumas das vítimas mais conhecidas da Inquisição: Galileu Galilei, Joana D’Arc, Giordano Bruno.

Uma última curiosidade: a Inquisição durou quase sete séculos.

 

 http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2010/08/curiosidades-e-bizarrices-da-inquisicao.html

 

A MAÇONARIA E O CHATGPT - Paulo André



Ouvi agora a pouco na Band News, que a Apple vai casar o Iphone com o site gpt, assim sendo qualquer informação que você pedir para seu celular, já vai ser respondido diretamente pela inteligência artificial.

A ciência está aí para melhorar as nossas vidas, sem dúvida

Não sou adepto de teorias de conspiração, mas cada vez mais estamos pensando menos, a tecnologia pensa por nós, isso pode ser grave

Nenhuma ditadura é implantada somente pela força, pelo contrário, primeiro, algum manipulador planta uma ideia na mente das massas, o resto é consequência, aliás o pior manipulador do século XX, um alemão de bigode ensinou:

" O cérebro não é muito grande, basta enche-lo de slogans e palavras de ordem"

Devido a nossa falta de tempo, e sobra de preguiça, é tão fácil, basta acionar os recursos tecnológico e pronto, temos tudo em nossas mãos, mas não percebemos que por trás disso tem alguém pensando pela gente.

Exatamente o que a Maçonaria tem com isso?

No passado fomos os " Livres Pensadores" ( aquele que pensa por si mesmo, juro a você que não estou inventando, isso já existiu), por essa razão resistimos a todas as ditaduras, Nazismo, Facismo, Comunismo, Inquisição, enfim, todas nos odiaram, por que se criaram implantando ideias na cabeça das massas, e nós, que sabíamos pensar, resistimos, por isso fomos tão odiados.

Mas o que Eu Maçom posso fazer diante do avanço do ChatGPT e outros?

Pode começar não usando isso para escrever nossos trabalhos maçônicos, e sim, escreve-los com nossa própria interpretação

É lindo quando o homem usa a tecnologia, não é lindo se a tecnologia começar a usar o homem, o mesmo sistema que produziu a inteligência artificial, vai produzir a burrice natural

Você Maçom tem a missão de resistir


junho 17, 2024

O SIMBOLISMO DAS COLUNAS DO SUL E DO NORTE NOS TEMPLOS MAÇONICOS - Carlos R. Souza


Nos templos maçônicos, as colunas do Sul e do Norte são elementos de profunda significância simbólica, cada uma representando conceitos e valores fundamentais para a compreensão da filosofia maçônica. Essas colunas não apenas adornam o templo, mas também servem como lembretes constantes dos princípios e lições que os maçons devem internalizar e praticar.

A Coluna do Sul:

Historicamente, a coluna do Sul é associada ao sol no seu ponto mais alto, representando o meio-dia e, simbolicamente, a plenitude da luz, a vitalidade e a sabedoria. Na Maçonaria, esta coluna é comumente ligada ao Primeiro Vigilante, cuja responsabilidade é supervisionar o trabalho dos aprendizes. Ela simboliza a juventude e a força ativa, refletindo a importância da luz da sabedoria e do conhecimento no pleno desenvolvimento das habilidades e do caráter dos maçons.

A coluna do Sul nos recorda a necessidade de trabalho diligente e a busca incessante pelo conhecimento. Ela enfatiza que, assim como o sol atinge seu zênite ao meio-dia, também os maçons devem aspirar ao seu desenvolvimento máximo, utilizando a sabedoria adquirida para iluminar suas vidas e as vidas daqueles ao seu redor.

A Coluna do Norte:

Em contraste, a coluna do Norte, tradicionalmente associada ao crepúsculo ou ao ocaso do sol, simboliza a introspecção, a meditação e o repouso. Na Maçonaria, é frequentemente relacionada ao Segundo Vigilante, cuja tarefa é cuidar dos companheiros. Esta coluna representa a maturidade, a experiência acumulada e a reflexão, destacando a importância de períodos de contemplação e repouso para a assimilação do conhecimento e o fortalecimento do espírito.

Historicamente, o Norte é conhecido como a região da sombra, onde a luz solar é menos presente. No simbolismo maçônico, isso serve como um lembrete de que o verdadeiro entendimento não se limita apenas aos momentos de clareza e atividade, mas também abrange os momentos de reflexão e introspecção. É na escuridão que muitas vezes encontramos as verdades mais profundas e desenvolvemos uma compreensão mais completa do nosso caminho e propósito.

Referência Histórica:

A origem simbólica das colunas do Sul e do Norte pode ser traçada até os tempos das civilizações antigas, como a Grécia e o Egito, onde os templos eram frequentemente alinhados com os movimentos celestes. Na Maçonaria, essa herança foi incorporada e adaptada, preservando o simbolismo e integrando-o na rica tapeçaria dos rituais e ensinamentos maçônicos.

A disposição das colunas também pode ser vista como um reflexo do Templo de Salomão, uma construção repleta de simbolismo e referência central na tradição maçônica. As colunas, assim como muitos outros elementos do templo, são portadoras de múltiplas camadas de significado, entrelaçando história, mito e espiritualidade.

Conclusão:

As colunas do Sul e do Norte nos templos maçônicos são mais do que meras estruturas arquitetônicas; elas são símbolos poderosos da dualidade e da complementaridade na jornada maçônica. Representando luz e sombra, atividade e repouso, juventude e maturidade, essas colunas nos guiam na busca pelo equilíbrio e harmonia em nossas vidas.

Ao contemplar o simbolismo dessas colunas, os maçons são constantemente lembrados da necessidade de equilíbrio entre o esforço diligente e a introspecção contemplativa, um equilíbrio essencial para o desenvolvimento pleno do ser.



AVENTAL AVENTADO - Roberto Ribeiro Reis


Ontem fiquei extremamente encantado

Com o trabalho que foi apresentado,

Que para a Oficina foi sensacional;

Sempre que entra no Templo o Obreiro

Tem como obrigação e dever certeiro

De se vestir com indispensável avental.


Esse adereço com o qual o Irmão trabalha

É proteção às suas emoções e muralha,

Que deixa seu epigástrio sempre coberto;

No popular, protege a boca do estômago,

Para que não se perturbe seu âmago,

E seu compromisso moral reste certo.


O avental branco do Irmão Iniciado

Zela por sua pureza, e tem demonstrado

A sua abeta que continua levantada;

Já Companheiro essa proteção é menor,

A Aba abaixada indica progresso maior,

Quando Mestre a cor poderá ser azulada.


O avental das Luzes tem “Esquadros T”,

E não Triplos Taus como muito se vê

De maneira incorreta e equivocada;

São três “T” invertidos, simbolizam o dual,

Em posição triangular, refletem o divinal,

Evocam a Deus em linguagem sagrada.


Esses adereços – em resumo discutidos –

Vêm de Adão e Eva, por eles protegidos,

Desde que cometido o pecado original;

De folhas de figueiras fizeram aventais,

Envergonhados pela nudez e muito mais,

Assim surgiria a veste fundamental.


Para completar essa misericordiosa sina,

Quis o Eterno, com a Sua Obra Divina,

Que aqueles aventais fossem trocados;

Fez túnicas de pele, vestindo o casal,

Apesar do contato que tiveram com o mal,

Seu objetivo foi cobrir nossos pecados.