junho 28, 2024

ONDE FLORESCEM ENSINAMENTOS MAÇÔNICOS...- Aldy Carvalho


"Onde florescem os ensinamentos maçônicos não vicejam a ditadura e a opressão”.

Todos nós somos dotados de capacidade intelectual que nos permite raciocinar ou simplesmente divagar. Mesmo sem perceber, ao raciocinar, praticamos o pensamento filosófico.

As Escolas Filosóficas foram criadas para ensinar não as conclusões a que chegaram seus mentores mas sim a maneira como chegaram a elas.

Ensinamento maçônico: "Tudo que se procura objetivar por subterfúgios será sempre um reflexo ilusório, imagem apagada da Grande Verdade que o iniciado busca contemplar face a face."

A tradição iniciática nos incute noções da verdade reconhecida em nossa Ordem como humildade perante a grandeza universal e nosso limitado conhecimento e como necessidade de continuamente aprendermos, discutirmos e evoluirmos.

Somos de uma Ordem que busca incessantemente tornar feliz a humanidade. Somos de uma Ordem com uma doutrina progressista, justa e que busca que se exercite a justiça com equidade. Sabemos que não temos a Verdade mas somos buscadores desta.

A Ordem nos apresenta noções da Verdade, quer pelo simbolismo, pela ritualística, pelo exemplo, pela evolução e pela oportunidade de representação de cargos ou mesmo pelo ensino de sua filosofia.

As consequências das guerras, o descaso com as discrepâncias sociais acentuadas no tempo presente, dão motivos para nos sentirmos desencantados com a moral atual, pois que falta humanismo. As histórias de intolerância, descaso, ódio, de falta de esperança do passado e do presente acentua a necessidade das sociedades que destas mazelas sofrem, de uma voz que reconhecendo sua dor e sofrimento demonstre compaixão.

Por conta das grandes guerras havidas e tantos conflitos a pulular no cotidiano, tem aumentado os flagelos sociais mundo afora inclusive o número de refugiados, pessoas que são obrigadas a deixar sua pátria, perdendo até a identidade por suas crenças religiosas, por questões de etnia, posições políticas. Estas cenas que nos comovem, constrangem e indignam nos forçam a refletir e pensar no que podemos fazer para atenuar estas questões.

A missão utópica da Maçonaria é realizar a Justiça no mundo pelo princípio da igualdade universal dos homens. 

Por conta desta e outras definições semelhantes, podemos entender que todas as tendências, correntes de pensamento e idéias que possam apontar o homem caminhando para a igualdade, sendo ele o criador e detentor das riquezas é o que se pode abraçar como causa justa, de progresso e evolução.

"Sabedoria, Força e Beleza são o complemento de tudo”, diz um ensinamento maçônico. “Sem elas, nada é perfeito e durável, porque a Sabedoria cria, a Força sustenta, a Beleza adorna. A Maçonaria combate a ignorância em todas as suas formas pois considera a ignorância mãe de todos os vicios e seu princípio é nada saber; saber mal o que sabe. Assim, o ignorante não pode medir-se com o sábio, cujos princípios são a Tolerância, o Amor Fraternal e o respeito a si mesmo. Eis porque os ignorantes são grosseiros, irasciveis e perigosos; perturbam e desmoralizam a sociedade, evitando que os homens conheçam seus direitos e saibam, no cumprimento de seus deveres, que, mesmo com constituições liberais, um povo ignorante é escravo. São inimigos do progresso, que, para dominar, afugentam as luzes, intensificam as trevas e permanecem em constante combate contra a Verdade, o Bem e a Perfeição."

Sou um cantador, um ser do sertão, e além dos laços que nos unem certamente sou vosso irmão de espírito pois que espirituais somos todos, como vós sou do Ocidente e trago Silêncio, tristeza e perseverança.

O silêncio por prudência e por honra. A causa de minha aflição é a lembrança do passado mas persevero na esperança fundada dos meus direitos que são os da Liberdade e da Justiça e os adquiri subindo e descendo a escada misteriosa.

Compreendo que a Liberdade, nula na criança, é apenas perceptível ao selvagem.  "Mesmo entre os povos mais compenetrados da alta cultura moderna, ela, a Liberdade, ainda luta com as dificuldades do atavismo e com as exigências da vida. Sua esfera, entretanto, aumenta com o progresso da civilização; um dia virá em que se verá reduzida ao mínimo a parte da hereditariedade e do meio da determinação das vontades. Cada qual se fará por si mesmo. Será então para o gênero humano, o verdadeiro reino da Liberdade e da Razão, da Justiça e do Amor".

Rogo ao G.’.A.’.D.’.U.’. que nos dê Luz para compreender em essência a doutrina que um dia juramos abraçar para que frutifiquemos no seu propósito.

Não importa onde já chegamos mas para onde estamos indo, contudo, se não soubermos caminhar, construir o caminho, fatalmente nos contentaremos com qualquer lugar. Os ambientes e circunstâncias podem nos influenciar mas ainda assim, somos nós responsáveis pelas nossas escolhas.

A Paz a Harmonia e a Concórdia formam a argamassa que liga toda a Grande Obra da Maçonaria.

Que o G.’.A.’.D.’.U.’., a todos nós, ilumine por igual.






A RESISTENCIA CULTURAL DE EPICURO AO PARTIGIANO - Ivan Froldi Marzolo




Uma premissa se faz necessário antes de emergirmos neste ensaio, a definição de educação sob o viés Educação como Gênero onde temos duas espécies Escolarização como parte da educação e adquirida junto a  cátedra escolar como discente  e a espécie Educação cuja é resultante da criação e transmissão valores, princípios, usos e costumes que vem de berço. A vanguarda de nossos dias confunde e terceiriza a responsabilização deste gênero e mitiga o mister daquele gênero cujo é o único de responsabilidade do catedrático. 

 Liberdade só vem com a capacidade crítico reflexiva 

A doutrina de Epicuro surgiu em um momento de insatisfação com a condição das Cidades-Estados gregas após a derrota da Batalha de Queroneia. Primeiro por Felipe e depois do Alexandre da Macedônia.  A vida social na Pólis era leviana e marcada pela injustiça social. O poder se concentrava nas mãos de poucos: a aristocracia urbana. Não havia felicidade entres os homens no contexto social, no qual as pessoas se interessavam estritamente pelas riquezas e pelo poder; no contexto religioso, no qual predominava a superstição, a religião tornou-se servil, cercada de mitos e ritos sem significação e também crescia a procura por oráculos e a crença em adivinhações. As pessoas gozavam dos prazeres mais supérfulos advindos das riquezas e, assim, eram relativamente felizes, pois estavam se esquecendo do que realmente proporciona a felicidade. Foi a partir disso que Epicuro criou sua doutrina contra a superstição e os bens materiais, voltada para uma reflexão interior e busca da verdadeira felicidade.

Essa doutrina é dividida em canônica, física e ética. Porém, as duas primeiras partes são esclarecimentos para a fundamentação da ética, visto que as ciências naturais só são importantes na medida em que servem de auxílio à moral. Nenhuma teoria é válida se não possuir um objetivo moral, o qual não possa ser aplicado na vida prática. A finalidade de sua ética consiste em propiciar a felicidade aos homens, de modo que essa possa libertá-los das mazelas que os atormentam, quer advenham de circunstâncias políticas e sociais, quer sejam causadas por motivos religiosos.

A Felicidade é alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja possível chegar à ataraxia, a qual representa um estado de prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois, conforme Epicuro, há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são passageiros, provocando somente insatisfação e dor. Mas também há prazeres decorrentes da busca moderada da Felicidade.

Segundo Epicuro, a posse de poucos bens materiais e a não obtenção de cargos públicos proporcionam uma vida feliz e repleta de tranquilidade interior, visto que essas coisas trazem variadas perturbações. Por isso, as condições necessárias para a boa saúde da alma estão na humildade. E para alcançar a felicidade, Epicuro cria 4 “remédios”:

1. Não se deve temer os deuses;

2. Não se deve temer a morte;

3. O Bem não é difícil de se alcançar;

4. Os males não são difíceis de suportar.

De acordo com essas recomendações, é possível cultivar pensamentos positivos os quais capacitam a pessoa a ter uma vida filosófica baseada em uma ética. A felicidade se alcança através de poucas coisas materiais em detrimento da busca do prazer voluptuoso. O homem ao buscar o prazer procura a felicidade natural. No entanto é necessário saber escolher de modo que se evite os prazeres que causam maiores dores; quando o homem não sabe escolher, surge a dor e a infelicidade.

O sábio deve saber suportar a dor, visto que logo essa acabará ou até mesmo as que duram por um tempo maior são suportáveis. A conquista do prazer e a supressão da dor se dão pela sabedoria que encontra um estado de satisfação interna. A virtude subordinada ao prazer só pode ser alcançada pelos seguintes itens:

Inteligência – a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor;

Raciocínio – reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um prazer maior, etc. O prazer como forma de suprimir a dor é um bem absoluto, pois não pode ser acrescentado a ele nenhum maior ou novo prazer.

Autodomínio – evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação política;

Justiça – deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja prejuízo entre os homens.

Enfim, todo empenho de Epicuro tinha como meta a felicidade dos homens. Nos jardins (comunidade dos discípulos de Epicuro) reinava a alegria e a vida simples. A amizade era o melhor dos sentimentos, pois proporcionava a correção das faltas uns dos outros, permitindo as suas correções. Com isso, a moral epicurista é baseada na propagação de suas ações, pois ele não se restringiu apenas ao sentimento e ao prazer como normas de moralidade, mas foi muito além de sua própria teoria, sendo o exemplo vivo da doutrina que proferia. Voltar ao jardim interno, o templo interior onde se constroe o prazer, os bons sentimentos,o amor por nossos semelhantes, se retira a má água e se flui o saber divinal .

As cidades Estados se tornaram parte do Grande Império da Macedônia e a forma do prazer interno e o culto intelectual era uma forma de sobrevivência, naquele tempo não se podia ascender materialmente pela grande disputa que se tornou pela riqueza a qualquer preço isso ocorreu à cerca de 336 a.c, outra premissa:

Os partigianos são os partisans da Itália, grupos organizados de resistência contra o fascismo na Europa. Mas a origem é mais antiga: vem das guerrilhas que existiam desde as guerras napoleônicas. Já o termo partisans surgiu na Espanha durante o regime de Franco nos anos 30. No entanto, eles ficaram mais conhecidos no Leste Europeu durante a Segunda Guerra.

Entre as características desse movimento, estão emboscadas, sabotagens e interceptações de mensagens, além do uso de armas brancas para ataques e execuções. São, portanto, a resistência armada contra governos autoritários formada, de modo geral, por soldados desertores e todos os tipos de civis, de todo tipo de ideologia política. Mulheres, religiosos, comerciantes, anarquistas, socialistas e até monarquistas foram partigianos.

Em comum, eles tinham a vontade de libertar o país do fascismo. Mesmo que lhes custasse a morte.

Assim como os partisans da Espanha surgiram durante o governo de Franco, os partigianos na Itália já existiam desde a ascensão do fascismo nos anos 20 de Mussolini. No entanto, eles ficaram mais organizados durante a II Guerra Mundial, quando a Alemanha invadiu a Itália após o Armistício de Cassibile.

Não foi propriamente um cessar-fogo, mas uma rendição da Itália. Assim, as tropas alemãs avançaram por toda a península, causando uma desestabilização forte do governo e desarmando e aprisionando o exército. A resistência veio dos partigianos, com a criação do Comitê de Liberação Nacional, e há uma estimativa de que mais de 300 mil pessoas tenham feito parte do movimento.

Aliás, a resistência popular foi notória nessa época: em Nápoles, após quatro dias de batalha, foi a população que expulsou os invasores alemães.

Os partigianos atuaram até o fim da Guerra, em 1945, com a rendição da Alemanha. Pode-se até dizer que eles deram origem à República Italiana, já que, após a dissolução da Resistência, a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição Italiana foi formada principalmente por membros do CNL. Além disso, ela foi calcada na democracia e no antifascismo. Outro resultado da influência dos partigianos foi o fim da monarquia italiana em 1948.

Considerações finais 

O contexto histórico da resistência foi um tempo que se fazia necessário este enfretamento,  hoje vivemos em uma sociedade Cosmopolita que assim como as cidades estados quando perderam sua identidade ao firmar-se como parte do Grande Império da Macedônia.  A resistência hoje se dá pelo saber, pelo amor a cultura e o conhecimento não se pode abater a inteligência pela ignorância. O dever diário do adepto do Jardim de Epicuro é trabalhar com ambição querendo e produzindo frutos de sua realização e ascenção social para cada vez mais exercer a capacidade do ser político que pode ser exercida no Oikos ou na Polis , mas não com o contrario da ambição que é a ganância que sucumbe e faz a pessoa a qualquer preço chegar ao resultado desejado sem uma luta honrosa e moral. Sob outro viés,  a atual resistência Partidiana é uma cruzada pelo empirismo, pelo combate ao senso comum, pela elevação do staff cultural dos que nos cercam buscando agregar sabedoria e gerir troca de conhecimento entre as pessoas, trazer a capacidade bélica da cultura minando as odes da ignorancia, levantemos pelo amor a sabedoria,  buscando respostas justapostas e confrontadas pela notícia, pela realidade e pelo contexto social reproduzindo o que tem suas fontes definidas e previamente checadas. Consignando na boca de todos os homens o saber ético verdadeiro . Essa é a resistência essa é a armata essa é a verdadeira revolução. O medo da origem ao mal, o homem coletivo sente a necessidade de lutar, são demônios os que destroem o poder bravio da humanidade. Orgulho, arrogância e glória enxem a imaginação de domínio.  Levantesse há um líder dentro de você,  encontre, conserve-ô , faça-ô falar .  

A Resistência Cultural Epicurista Partigiana lhe espera....aliste-se!!!



AFINAL DE CONTAS, O QUE É A MAÇONARIA? - Paulo André



" A única coisa do universo que não é neutra, é a intenção que você dá para a coisa"

O  que é uma moto? Para um é um objeto de lazer, para outro é um objeto de trabalho, para outro é um objeto de comércio, para outro é uma arma, mas ela é apenas uma moto, o que muda foi o destino que cada um dá, isso vale para rigorosamente tudo na vida

Em conversas com os IIr. é muito comum cada um dá a sua versão sobre a Ordem:

Para mim, Maçonaria, é benemerência! Para mim, Maçonaria é uma fraternidade. Para mim, Maçonaria é família. Para mim, Maçonaria é crescimento interior.........

Para cada um que pergunto, tenho uma definição diferente, cada um de nós está fazendo a Maçonaria do seu jeito, na base do eu acho

Para evitar isso, temos que responder, afinal de contas o que ela de fato é?

Na minha modesta opinião, ela foi feita para mudar o homem, mas invertemos essa lógica, e hoje o homem quer mudar a Maçonaria

Primeiro precisamos diferenciar Maçonaria é uma coisa, potência maçônica é outra, para fazermos uma comparação, o cristianismo é uma coisa, as igrejas são outra, o cristianismo é algo inefável que existe no plano espiritual, as igrejas são organizações humanas que trabalham ou deveriam trabalhar para que o verdadeiro cristianismo possa se manifestar

Conosco ocorre o mesmo, a Maçonaria é algo que existe num plano em que a mente humana não consegue sequer conceber, quanto mais alcançar, já as potências, são entidades humanas, que trabalham ou deveriam trabalhar para que a verdadeira Maçonaria possa atuar

A pergunta é, estamos conseguindo?

Se prestarmos atenção nisso veremos que existe uma diferença gigantesca entre ser M.M. e ser apenas Grau 3, ser Maçom, é bem diferente de ter uma carteirinha de associado

Maçonaria é um poder invisível, infinito, que tentamos colocar dentro da potência, que é algo visível e finita, missão nada fácil de compreender, quanto mais de realizar

Sem repetir bordões, sem definições de manual, do fundo do seu coração, para você, o que é a Maçonaria?


junho 27, 2024

LUÍS GAMA - UM GRANDE ABOLICIONISTA



O Irmão Luis Gama foi transportado como escravo no navio Saraiva até à cidade do Rio de Janeiro, ficando com o comerciante Vieira, estabelecido na esquina da Rua da Candelária com a Rua do Sabão. Ainda em 1840 foi vendido para o alferes Antônio Pereira Cardoso num lote de mais de cem escravos, sendo todos trazidos para a então Província de São Paulo pelo Porto de Santos.

De Santos até à cidade de Campinas a viagem foi realizada a pé. Em Campinas ninguém o comprou por ser baiano. Os escravos baianos tinham fama de revoltosos, negros fujões. Voltou para a cidade de São Paulo e, já que o alferes não o vendeu, foi seu escravo na sua residência, onde aprendeu os ofícios de copeiro, sapateiro, lavar, passar e engomar, todos os ofícios do escravo doméstico.

Na casa do próprio senhor dele, aprendeu a ler e escrever e estudou os livros de direito da biblioteca dele, tornando-se um conhecedor do saber jurídico de forma autodidata e com ajuda de um estudante de Direito amigo de seu senhor, que o ajudou na alfabetização e na forma de se estudar as ciências jurídicas. Como na época não era necessário ter formação em direito e nem tinha OAB pra proibi-lo de advogar, Luis Gama tornou-se um rábula (advogado sem formação) e seu primeiro teste na profissão foi processar o próprio senhor e conquistar sua liberdade, provando que não poderia ser escravo por ser filho de pai branco e nascido livre. Depois isso, tornou-se passou a advogar em prol de negros ilegalmente sendo mantidos escravos, conquistando a emancipação de centenas deles ao longo de 3 décadas como rábula. Foi um dos maiores abolicionistas do Brasil.

É nome de rua no bairro do Bonfim, em Campinas e em muitas cidades do país.

PADRE MAÇOM


 Homenagem do Jornal "Vida Fluminense" ao Padre Maçom Joaquim Almeida Martins, figura central no conflito entre o Estado Brasileiro e a Igreja Católica na chamada "Questão Religiosa" 1872.


O estopim da Questão Religiosa ocorreu quando o bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, lembrou ao padre Almeida Martins os cânones católicos contra a Maçonaria e suspendeu o uso de ordens sacras por ter o sacerdote proferido um discurso em homenagem ao Visconde de Rio Branco, em regozijo pela Lei do Ventre Livre, em março de 1872. 


Em um discurso inflamado, o Padre Joaquim, que era maçom grau 7, proferiu uma homilia em homenagem ao Grande Oriente do Brasil e ao Grão Mestre da Maçonaria Brasileira da época, o Visconde do Rio Branco: "Apóstolos da civilização, aos maçons cumpre render homenagem á grandeza que deve sua existência á moralidade e ao mérito e não á lisonja da penna ou da palavra ou do genio prostituido. 

Era tempo, Veneráveis Irmãos , que a Maçonaria, nesse paiz abraçasse grandes idéas não só em relação ao futuro do império como também á grande causa da humanidade. 


Salve, pois, três vezes o illustre Grão Mestre Visconde do Rio Branco, benemérito da pátria e da humanidade; gloria ao grande cidadão que á frente de uma pleiade brilhante de generosos brazileiros, que comnosco se-assentam nos bancos da fraternidade, soube mostrar ao mundo que o império do cruzeiro respeita o seu glorioso passado, trabalha em pról do honrado presente e que tem fé e crenças no seu lisongeiro futuro."


O ato causou a suspensão de suas funções como padre pelo bispo Dom Pedro Maria de Lacerda, do Rio de Janeiro. 


Dom Pedro II, que era membro de uma Irmandade Católica controlada por maçons (Imperial Irmandade do Santíssimo Sacramento) encarou a oposição dos Bispos a influência da Maçonaria na Igreja Católica como uma afronta a Constituição Imperial. 


 A Questão Religiosa abriu aos poucos o caminho para a laicidade no Brasil. 

Em 19 de abril de 1879 é dispensado para o ensino livre o juramento de fidelidade a qualquer confissão religiosa. 

A Lei Saraiva de 9 de janeiro de 1881 declara elegíveis pessoas de qualquer credo religioso. 

O sistema do padroado começa a desmoronar no país. 

Fonte: Bruneau, Thomas C. O Catolicismo Brasileiro em Época de Transição.

Ref Brazil Imperial

junho 26, 2024

O USO DA COR PRETA NO MEIO MAÇÔNICO -O USO DA COR PRETA NO MEIO MAÇÔNICO - Helio P. Leite


Alguns Irmãos defendem que o traje maçônico correto é o terno escuro, de preferência preto ou azul-marinho, especialmente em Sessões Magnas, sendo tolerado o uso do Balandrau. Outros, defendem a idéia de que tanto em Sessões Magnas, quanto Econômicas, pode-se usar apenas o Balandrau.

Ocorre que, no Brasil, com a sua formação católica, ainda de um passado recente, não se desligou ainda do “Traje de missa”. As instituições maçônicas dentro dessa mentalidade, ainda preconizam e algumas exigem até em Sessões Econômicas ou Administrativas, o traje formal completo e, ainda por cima negro, onde branca é só a camisa e, em alguns Ritos, ainda a gravata e as luvas. Devemos levar em consideração também, que o traje masculino sofreu e sofre variações, através dos tempos, inclusive de povo para povo.

Em algumas partes do mundo, principalmente em regiões quentes dos Estados Unidos, os maçons vão às Sessões até em mangas de camisa.

A ORIGEM DO BALANDRAU

Balandrau – do latim medieval balandrana, designa a antiga vestimenta com capuz e mangas largas, abotoada na frente; e designa também, certo tipo de roupa usada por membros de confrarias, geralmente em cerimônias religiosas.

Embora alguns autores insistam em afirmar que o Balandrau não é veste maçônica, o seu uso, na realidade remonta a primeira das associações de ofício organizadas (Maçonaria Operativa), a dos “Collegia Fabrorum”, criada no século VI a.C., em Roma. Quando as legiões romanas saiam para as suas conquistas bélicas, os collegiati acompanhavam os legionários para reconstruir o que fosse destruído pela ação guerreira, usando nesses deslocamentos uma túnica negra. Da mesma maneira, os membros das confrarias operativas dos Franco-maçons Medievais (séc. XIV e XV), quando viajavam pela Europa Ocidental, usavam o Balandrau negro.

Segundo outros autores, o uso do Balandrau teve início nas funções do Primeiro Exp.’., durante os trabalhos de Iniciação em que atendia o profano na C.’. de RR.’..

O PORQUE DO PRETO EM NOSSO TRAJE

Inicialmente devemos dizer que não existe “cor” Preta, e sim uma ausência de cor que forma o preto. Também podemos dizer que o Branco não é uma cor; este é composto por um conjunto de cores primárias.

Cor é Energia e Luz, segundo Leonardo da Vinci, Isaac Newton e Johann Kepler, que formularam teorias a respeito das cores, em tratados mundialmente conhecidos. O olho humano está limitado para perceber as emissões luminosas compreendidas entre 400 e 700 milimícrons. Dentro da luz visível temos dois extremos: Vermelho – com 718,5 milimícrons e a Violeta com 393,4 a 486,1 milimícrons.

Podemos observar que o Violeta é a cor de mais baixa freqüência dentro do espectro visível. Entretanto, como o Preto é a ausência de cor ele não está nesta escala. Mas sendo o Violeta a cor que mais se aproxima do Preto, e sendo o Violeta a cor de menor comprimento de onda, conclui-se que o Preto é ausência de cor, pois absorve todas as outras cores.

O PRETO COMO ABSORVENTE DE RADIAÇÕES

Várias são as ciências e filosofias que estudam as radiações físicas ou espirituais.

Fisicamente temos um exemplo prático: os tanques de combustíveis de uma refinaria, quando acondicionam gases metano, propano e outros, que não podem ser aquecidos, são pintados na cor branca ou prata, pois esta reflete a luz solar evitando o aquecimento. Ao contrário, existem fluídos que para manterem a viscosidade suficiente para serem transportados, como o óleo lubrificante, necessitam manter uma temperatura mínima. Nestes casos, os tanques são pintados de preto para absorverem calor da radiação solar.

No campo da Astronomia, temos os chamados buracos negros. De todas as teorias formuladas até hoje, temos uma única certeza: trata-se de uma região negra onde toda a forma de radiação, independente de sua freqüência é absorvida.

Do lado Esotérico temos várias fontes que empregam as cores como radiações benéficas. Mesmo no reino vegetal e animal, cada qual tem a sua vibração e cada vibração a sua cor. Tudo isso ficou provado com o invento da máquina Kirlian, com o qual podemos obter fotografias das “auras” das pessoas, plantas e objetos. Essas auras são coloridas.

Hoje temos a Cromoterapia, que utiliza de luzes de várias cores para “curar”. Muito utilizada na era de ouro da Grécia e no antigo Egito (Babilônia), Índia e China. Hoje sabemos que a cor pode curar, acalmar ou irritar, dependendo da sua freqüência.

No Espiritismo de Kardec sempre se utilizaram os passes magnéticos, que também são medidos em freqüência. Portanto, podemos afirmar que os passes magnéticos também emitem cor. Da mesma maneira que atuam as cores no processo de cromoterapia, os passes atuam nos Chacras ou Centros de força.

Segundo o espiritismo e a cromoterapia, os chacras são:

Ø BÁSICO – localiza-se na base da espinha dorsal. Capta a força primária e serve para reativação dos demais centros. Cores: roxo e laranja forte;

Ø GENÉSICO – localiza-se na região do púbis. Regula as atividades ligadas ao sexo;

Ø ESPLÊNICO – localiza-se na região do baço. Regula a circulação dos elementos vitais cósmicos que, após circularem se eliminam pela pele, refletindo-se na aura. Cores: amarelo, roxo e verde;

Ø GÁSTRICO – localiza-se no plexo solar, influi sobre as emoções e a sensibilidade e sua apatia produz disfunções vegetativas. Cores: roxo e verde;

Ø CARDÍACO – localiza-se no coração. Regula emoções e sentimentos. Cores: rosa e dourado brilhante;

Ø LARÍNGEO – localiza-se na região da garganta, regula as atividades ligadas ao uso da fala. Cores: prata e azul;

Ø FRONTAL – localizado na fronte, também conhecido como a terceira visão. Regula as atividades inteligentes, influi no desenvolvimento da vidência. Cores: roxo, amarelo e azul;

Ø CORONÁRIO – localiza-se na parte superior, no cérebro e tem ligação com a epífise. É o chacra de ligação com o mundo espiritual. Cores: branco e dourado.

A COR PRETA NA RITUALÍSTICA

Em nossas reuniões, dentro do Templo, muitas são as vibrações emanadas de todos os nossos IIrm.’., sejam eles Off.’. ou não. Principalmente durante a abertura do L.’. da L.’. temos a formação da Egrégora. Este é um momento em que todos nós emitimos radiações, e ao usarmos a veste preta, estaremos absorvendo todas essas energias, reativando os nossos chacras.

Se examinarmos a ritualística, em uma Iniciação, por que o candidato não está nem nu nem vestido? Entre outras razões, é para que tenha seus chacras totalmente expostos para que emita e receba vibrações. Como está com os olhos vendados, sua percepção estará mais aguçada em todos os sentidos. Receberá todas as impressões sonoras, sentirá odores e nossas vibrações.

Nossa Bolsa de Proposta, tem seu interior negro. Assim, nada do que ali for depositado “sairá”, somente nossos VV.’.MM.’. tem conhecimento do seu conteúdo, em primeira instância.

REGULAMENTO GERAL

No Regulamento Geral da Grande Loja do Paraná, no Cap. V - Das Sessões e Ordem de Trabalho nas Lojas :

Art. 95 - Nas Sessões Magnas é obrigatório o uso de traje escuro e gravata preta.

· & 1º - Nas demais sessões o traje é o comum com paletó e gravata

· & 2º - É permitido o uso de Balandrau, preto e longo, mangas largas e compridas e colarinho fechado.

· & 3º - Uma vez adotado o uso do Balandrau, deve o mesmo ser generalizado a todos os membros da Loja, em todas as sessões.

Art. 94 – Em nenhuma sessão poderá o Obreiro apresentar-se sem estar revestido de seu avental.

CONCLUSÕES

Como vimos anteriormente, grande é a controvérsia do uso ou não de Terno ou na ausência deste, o Balandrau. No Brasil, e só no Brasil, convencionou- se o uso deste, e de acordo com os Estatutos de várias Obediências o Balandrau é “tolerado” em Sessões Econômicas.

Em um ponto, os IIr.’. têm opiniões coincidentes: o Balandrau é veste talar, deve ir até os calcanhares, e pode ser considerado um dos primeiros trajes maçônicos, sendo plenamente justificado o seu uso em Loja.

Se observarmos nosso padrão climático e o tecido mais leve, nos parece ser uma boa alternativa o seu uso. O Balandrau tira de nós a aparência de riqueza, do saber, da ambição, da vaidade, ao contrário de outra vestes talares, nos iguala e nos mostra que, independentemente de qualquer posição profana, somos todos iguais, todos IIr.’. em todos os momentos.

Como havia dito, em algumas partes do mundo os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas portando evidentemente o avental, que é o traje maçônico. E trabalham muito bem, pois a consciência do homem não está no seu traje: “o hábito não faz o monge”. Não é usando um traje formado por parelho (de “par” já que “terno” no dicionário é referente ao traje de três peças: calça, colete e paletó), que vai fazer o maçom.

Quando usamos Terno preto ou o Balandrau, permanecem descobertos nossos chacras: frontal, laríngeo e coronário. Assim poderemos emitir, receber e refletir vibrações diretamente em nossos centros de força, pois estes estarão descobertos. Em contrapartida, nosso chacras mais sensíveis estarão protegidos de enviar vibrações negativas durante os trabalhos.

Mas, cabe neste momento uma pergunta:

Todos nós durante os trabalhos irradiamos apenas boas vibrações?

- É claro que Não...

Portanto, podemos e devemos sempre reservar alguns minutos no Átrio (ou S.’. dos PP.’. PP.’.), preparando-se espiritualmente para nossa reunião. Se adentrarmos ao Templo, munidos de sentimentos inferiores e negativos, estaremos contribuindo para que não haja Harmonia e não ocorra um Trabalho J.’. e P.’..


  



O Movimento Evangélico Brasileiro não teria começado se não fosse a ajuda de Maçons. Tudo começou com a chegada o Pastor Richard Ratcliff, maçom norte americano, que fundou em Santa Bárbara d'Oeste (SP), em 10 de setembro de 1871, a Primeira Igreja Batista em solo Brasileiro.

Três anos depois, em 1874, Pr. Richard, com pelo menos mais 8 batistas, fundaram a Loja Maçônica George Washington. Desses oito batistas, pelo menos cinco foram fundadores da Primeira Igreja Batista, dentre eles, o Pr. Robert Poter Thomas, que foi interino por diversas vezes tanto na Primeira Igreja quando na Igreja da Estação (a 2ª Igreja Batista no Brasil, fundada em 02 de novembro de 1879, pelo Pr. Elias Quillin, também Maçom). O primeiro Pastor Batista brasileiro Maçom foi Antônio Teixeira de Albuquerque, batizado por Pr. Thomas.

O mais interessante é que, em 12 de julho de 1880, a pedido da Igreja da Estação, foi formado um concílio reunindo as duas igrejas, tendo como moderador o Pr. Thomas. O evento foi realizado dentro do Salão da Loja Maçônica, conforme ata escrita e enviada aos EUA.

Em 1921, Salomão Luiz Ginsburg, Missionário da Junta de Missões Estrangeiras de Richmond, publicou sua autobiografia, relatando ser Maçom.

Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingrem (fundadores da Assembleia de Deus) também receberam ajuda da Maçonaria para seu pontapé inicial no Brasil.

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Para saber mais do assunto, indicamos o livro "Centelha em Restolho Seco: uma Contribuição Para A História Dos Primórdios", de Betty Antunes de Oliveira.


junho 25, 2024

Introdução à Europa Medieval - Peter Hoppenbrouwers& Wim Blockmans


Atualmente, a palavra "medieval' com o uso alternativo da palavra "feudal", quase sempre significa atraso e barbárie. A Idade Média é vista como um período obscuro (a Idade das Trevas), em contraste com período anteriores e posteriores, considerados muito mais brilhantes.

Como surgiu este ponto de vista?
Durante o século XIV na Itália, poetas e eruditos que se diziam humanistas acreditavam que estavam no limiar de uma nova era de brilho intelectual que contrastaria nitidamente com a obscuridade dos séculos precedentes.
A palavra tenebrae (nevoeiro) surgiu da pena de Francesco Petrarca (1304-1374), o famoso poeta que inspirou uma admiração apaixonada para a Roma antiga; ele usou a palavra para referir-se ao período subsequente ao da Antiguidade.
Depois de Petrarca, outros falaram de media tempestas, media aetas, media tempora. Todas essas expressões tinham uma conotação pejorativa.
Para eles, a Idade Média não passava de um período infeliz e desinteressante de decadência entre a Antiguidade e a nova era de ouro sintetizada pelos eruditos humanistas.
A expressão medium aevum recebeu status oficial em 1678 quando Du Cange publicou seu Glossarium de palavras latinas usadas na Idade Média em dois volumes, que divergiam do significado clássico.
Dez anos depois Christophorus Cellarius escreveu a primeira história da Idade Média sob o título Historia Medii Aevi, que abrangia o período do imperador Constantino o Grande (306-337) até a queda de Constantinopla (1453).
Visto que "Idade Média" é um constructo humanista, o sucesso do conceito deve-se sem dúvida ao vigoroso desenvolvimento do latim e da gramática nas escolas secundárias.
Nessas escolas as ideias humanísticas floresceram, porque o estudo de línguas clássicas constituía a base do currículo.
Havia a expectativa de que com o estudo das biografias de homens famosos e da história de antigas culturas, inclusive poesia e retórica, as novas gerações se elevariam à imagem idealizada dos heróis da Antiguidade.
Até o século XIX o latim continuou a ser a língua da educação universitária, para que todos os intelectuais ficassem imersos no banho da Antiguidade.
Nos países católicos, em especial, houve um interesse renovado pela Idade Média do século XVII em diante, o que se refletiu em instituições criadas especificamente para estudar esse período.
No entanto, no mundo protestante o estudo da Idade Média era visto como um tema acadêmico e, portanto, a ênfase recaiu nos resultados positivos alcançados desde a Re- forma.
As divergências religiosas entre pensadores, que se perpetuaram por razões ideológicas, constituíram a linha divisória da história definida pelos humanistas por motivos acadêmicos.
Durante o século XIX as ideologias mais uma vez exerceram um papel importante na visão do passado.
No período do Classicismo as igrejas medievais e os mosteiros foram relegados ao segundo plano ou destruídos propositalmente, como aconteceu na Revolução Francesa, mas a partir da década de 1820 surgiu de novo o modismo de construir edificações no estilo gótico, e a inspirar-se em construtores medievais.
Na literatura, autores românticos como Sir Walter Scott, Heinrich Heine e Victor Hugo inspiraram-se em histórias medievais para descrever a grandeza do passado medieval, em contraste com o racionalismo do Iluminismo e dos revolucionários franceses.
Nesse passado projetaram-se valores conservadores como a monarquia, a Igreja e a nobreza, ou a liberdade civil e o caráter nacional, de acordo com as necessidades.
As torres altas de pedra construídas na Europa no século XIX eram réplicas das torres das catedrais góticas de Ulm e Colônia. Os prédios dos parlamentos em Londres e em Budapeste têm um estilo neogótico, assim como a prefeitura de Munique.
O passado adaptou-se às preferências dos séculos seguintes.
Após ter sido difamada, a Idade Média, ou a imagem construída dela, agora era elogiada.
Ao longo do século XIX os estudos históricos tornaram-se uma discipli- na acadêmica.
À medida que mais cadeiras eram criadas nas universidades, que aceitavam as linhas de demarcação entre o Humanismo, o Renascimento e a Reforma, e à medida que sociedades mais cultas, publicações e periódicos focalizaram épocas anteriores ou posteriores a esses períodos, essa divisão do processo histórico foi aceita por toda parte como um fato comprovado.
O livro Die Kultur der Renaissance in Italien, de Jacob Burckhardt, publicado em 1860, exerceu um papel-chave nessa questão.
O sucesso espetacular deste livro pode ser explicado pela elegância com a qual o autor elaborou o mito histórico imposto em todas as pessoas que tinham mais que uma educação elementar: o mito que, por meio de uma verdadeira revolução cultural, algumas gerações de intelectuais e artistas italianos haviam libertado a Europa dos vínculos repressores de uma sociedade coletivamente condicionada, e que em todos os aspectos da vida enfocava a vida após a morte.
O sentido literal das palavras "Renascimento" e "renascença", e essa ideia de renovação e restauração, refere-se ao ressurgimento de antigas concepções e ideais.
Em seu uso moderno concerne ao ressurgimento de qualquer elemento, desde novos estudos de textos antigos ou a recuperação da linguagem das formas clássicas na arquitetura e nas artes visuais.
Comparado a esse conceito parcial de "Renascimento", o "Humanismo" parece mais neutro e, portanto, mais fácil de abordar.

Em um sentido estrito, o Humanismo refere-se a um procedimento filológico que consiste em duas partes: tentativas de resgatar mais textos antigos por meio da pesquisa intensa em bibliotecas e pela tradução de autores gregos para o latim e, por outro lado, de esforços filológicos a fim de criar versões desses textos mais fiéis possíveis aos textos originais.
Além disso, o Humanismo tem um sentido mais geral e com certeza mais vago, o da busca intelectual visando à humanidade e de um interesse maior na individualidade do homem e em suas intenções e emoções
Burckhardt concentrou-se nesse segundo sentido do Humanismo e fez uma observação subjetiva sobre a cultura italiana na alta Idade Média, o interesse crescente pelas realizações individuais do homem, tornando-o um elemento-chave no processo revolucionário de mudança que percebera.
O renomado historiador holandês Johan Huizinga já escrevera em seu livro O Outono da Idade Média (1919) como essa tendência era perigosa. Ele não teve dificuldade em pesquisar diversas expressões culturais "tipica- mente medievais" do século XV. Segundo sua opinião, elas revelaram uma nostalgia do passado, em vez de uma aversão.
A natureza singular e revolucionária do Renascimento italiano foi enfraquecida por críticas que apontaram vários "renascimentos antes do Renascimento" Os mais importantes foram o Renascimento Carolíngio e o Renascimento do século XII.
Como conceitos de periodização do estudo medieval eles foram amplamente aceitos, assim como a visão do Renascimento italiano de Burckhardt.
No tocante à Reforma religiosa, iremos mostrar que, de acordo com uma perspectiva teológica e institucional, a Reforma da primeira metade do século XVI foi o prosseguimento de uma longa série de movimentos de reforma que começou no século XI. Sua função definidora é tão discutível como as palavras "Renascimento" e "Humanismo"
Entretanto, o sistema educacional nos países protestantes mais tarde estimulou o estudo da Idade Média, em um contraste gritante com os períodos anteriores, a fim de enfatizar sua singularidade.

BERTRAND RUSSEL


Estar disposto a mudar é de pessoas inteligentes.

O inconsciente governa nossa vida, e o inconsciente é formado por nossas crenças, muitas das quais são falsas, embora as demos por verdadeiras. Ter uma atitude de abertura acima de tudo e todos nos coloca em melhores condições para continuar crescendo. Como Keynes já disse, "a coisa mais difícil do mundo não é que as pessoas aceitem novas ideias, mas sim que esqueçam as antigas"; algo parecido com o que Goethe pensava: "Cuidado com o que aprendes porque não podes esquecê-lo". Estar aberto à «desaprendizagem» é absolutamente imprescindível para que a verdadeira aprendizagem ocorra. Muitas vezes, o que pensamos conhecer é o que realmente nos impede de aprender».


Bertrand Arthur William Russell 1872-1970 - Matemático, filósofo, escritor.

Retirado da rede” web.com

CEGOS DO TEMPLO - Roberto Ribeiro Reis



A presunção da luz cega mais do que qualquer coisa. Não raro, as pessoas têm se proclamado iluminadas, como se fossem portadoras de uma procuração divina, assinada pelo próprio Criador.

Fazem-no despidas de humildade, arrogando para si uma liderança espiritual que chega a ludibriar os incautos, mas que ainda não é capaz de subjugar o homem de intelecto mediano.

Como temos vivido num mundo permeado de superficialidades, o discurso de tais pessoas têm encontrado ressonância junto às massas de manobra, facilmente manipuladas pelas aparências e pela verborragia constantemente utilizada por esses “profetas”.

Não se iludam, meus conscientes Irmãos! Há cegos por toda parte, e os templos já não suportam mais acomodá-los, pois essa multidão de enganados cresce, exponencialmente, dia após dia. No lugar de curados, mais doentes; no lugar de esclarecidos, mais beócios; no lugar de seguidores da luz, mais asseclas das trevas.

A verdadeira luz – aquela que, com uma fagulha, é capaz de iluminar abismos de ignorância – não se encontra nos templos da falsidade, do charlatanismo, da mercancia sem limites e da extorsão feita aos pobres e humildes. Para além de toda essa escravização proselitista religiosa, a Luz Real é aquela que não causa a cegueira, mas que devolve ao cego a possibilidade de enxergar, notadamente com os olhos d’alma!

A luz que almejamos não parte desses templos erigidos aos caprichos do homem, mas advém de nosso Templo Interior, onde o verbo consolador é capaz de vivificar os seres, tocando-lhes suavemente o imo do coração, da mente e do espírito. É a luz que nos abençoa e redime, que nutre a nossa alma de esperanças, e que fortalece nossos corações.


Nesse viés que concerne à luz essencial, feliz do homem que teve o privilégio de ser iniciado em nossos “Augustos Mistérios”. Afinal, a luz que ele recebeu é esta centelha divina capaz de transformá-lo num ser melhor, e que também permite que ele possa se conectar com instâncias de consciência mais elevadas.


O Iniciado tem um manual sagrado de vida em mãos, cujo poder é o de afastá-lo dos abismos e dos infernos mentais, que frequentemente o visitam. Caso ele o siga, disciplinada e fielmente, o céu das bem-aventuranças será seu destino; lado outro, caso ele opte por profanar tais leis maiores, há de conviver com o padecimento de sua consciência, tornando-se, novamente, um homem caído e mais um cego do templo.

junho 24, 2024

POSTURA DURANTE A EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.



O comportamento que temos de ter ao cantar ou ouvir o Hino Nacional está previsto na Lei no 5.700, aprovada em 1971 e em vigor até hoje. Essa legislação determina que o cantemos o Hino em pé e se ouvirmos, também em pé e em silêncio, com a cabeça descoberta, e os braços estendidos ao longo do corpo. Qualquer outra forma de saudação durante a execução - como acompanhar com palmas, assobios, dançando ou com a mão no peito - é proibida.

ALGUNS EQUÍVOCOS:

Durante a execução do Hino Nacional se você estiver na mesa principal, você deve olhar para o público, em hipótese nenhuma os componentes da mesa podem dar as costas ou os ombros para o público, pois, quando acontece isso (comportamento comum, aliás), comete-se um desrespeito com um dos elementos essenciais da nação: o povo.

 Logo, no caso de participante da mesa principal a regra é: de costas para a bandeira e de frente para o público.

PALMAS, se o Hino Nacional estiver sendo executado através de um equipamento de som; computador ou outro equipamento de som, o público apenas canta junto, e em hipótese alguma se bate palma ao final do Hino. Entretanto, quando o hino estiver sendo cantado por artista, conjunto, coro ou executado por orquestra, aí são possíveis os aplausos para saudar o(s) artista(s).

Se o Hino Nacional estiver sendo apresentado por um artista, coral, etc... devemos acompanhar em silêncio a apresentação. Entretanto, se quem estiver apresentando pedir, o público pode cantar junto.

POSTURA, a postura correta é simples, fica-se em pé, em posição de respeito, com os braços distendidos ao longo do corpo. Não se cruza os braços para trás ou para frente e não se coloca as mãos nos bolsos.

 Outro erro comum é as pessoas colocarem a mão sobre o coração, essa postura é recomendada em alguns países, como nos Estados Unidos, na Lei que regulamenta a postura frente a bandeira ou durante a execução do Hino Brasileiro, está bem claro que os braços deverão ficar estendidos ao longo do corpo e os militares prestarão a continência de acordo com sua organização militar.

Vale ressaltar ainda que o Hino Nacional não é o Hino para homenagear à Bandeira. Para homenagear a bandeira, a lei 5.700 determina que seja executado o hino à Bandeira.

O artigo 25 inciso I e II da lei no 5.700, de 1o setembro de 1971 que estabelece o hasteamento semanal obrigatório da Bandeira Nacional nas escolas.

Nota-se que dois são os momentos em que deve ocorrer a execução do Hino Nacional em reverencia à bandeira Nacional.

 A primeira em continência (no dia da Bandeira) e a segunda na cerimônia cívica semanal dos estabelecimentos de ensino (decreto no 4.835 de 8 de setembro de 2003).

É importante também ressaltar que nas cerimônias cívicas em AMBIENTES FECHADOS não há hasteamento ou arriamento da Bandeira, portanto, o Hino Nacional nesses locais não é executado em cerimônia à Bandeira, então não se deve voltar para os dispositivos de bandeiras.

O entendimento equivocado dessa questão, tem levado as pessoas a se voltarem para a Bandeira quando o Hino Nacional é executado, alguns pretensos cerimonialistas chegam a orientar as pessoas para assim procederem, induzindo-as ao erro.

A Pátria é representada pelo Povo, assim, ignorar a sua precedência sobre qualquer outro símbolo que venha representar o País, é uma opção incoerente.

 Dessa forma, se presta continência (ato que é executado pelos militares conforme normas estabelecidas em Lei própria e para o civil, como um ato de saudação voltar-se na direção do saudado) à Bandeira Nacional durante o cântico do Hino à Bandeira é quando a Bandeira é saudada, na sua passagem quando ela estiver em deslocamento, no hasteamento ou arriamento.

LEI No 5.700, DE 1o DE SETEMBRO DE 1971.

Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências. ... ... ...

CAPÍTULO III

Da Apresentação dos Símbolos Nacionais

SEÇÃO I

Da Bandeira Nacional

Art. 10. A Bandeira Nacional pode ser usada em todas as manifestações do sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.

 Art. 11. A Bandeira Nacional pode ser apresentada:

I - Hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares, templos, campos de esporte, escritórios, salas de aula, auditórios, embarcações, ruas e praças, e em qualquer lugar em que lhe seja assegurado o devido respeito;

II - Distendida e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada sôbre parede ou prêsa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes ou mastro; III - Reproduzida sôbre paredes, tetos, vidraças, veículos e aeronaves;

IV - Compondo, com outras bandeiras, panóplias, escudos ou peças semelhantes;

V - Conduzida em formaturas, desfiles, ou mesmo individualmente;

VI - Distendida sôbre ataúdes, até a ocasião do sepultamento.

... ... ...

SEÇÃO II

Do Hino Nacional

 Art. 24. A execução do Hino Nacional obedecerá às seguintes prescrições:

I - Será sempre executado em andamento metronômico de uma semínima igual a 120 (cento e vinte); II - É obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples;

III - Far-se-á o canto sempre em uníssono;

IV - nos casos de simples execução instrumental ou vocal, o Hino Nacional será tocado ou cantado integralmente, sem repetição. (Redação dada pela Lei no 13.413, de 2016)

V - Nas continências ao Presidente da República, para fins exclusivos do Cerimonial Militar, serão executados apenas a introdução e os acordes finais, conforme a regulamentação específica.

Art. 25. Será o Hino Nacional executado:

I - Em continência à Bandeira Nacional e ao Presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, quando incorporados; e nos demais casos expressamente determinados pelos regulamentos de continência ou cerimônias de cortesia internacional;

II - Na ocasião do hasteamento da Bandeira Nacional, previsto no parágrafo único do art. 14.

III - na abertura das competições esportivas organizadas pelas entidades integrantes do Sistema Nacional do Desporto, conforme definidas no art. 13 da Lei no 9.615, de 24 de março de 1998.

(Incluído pela Lei no 13.413, de 2016)

§ 1o A execução será instrumental ou vocal de acôrdo com o cerimonial previsto em cada caso. § 2o É vedada a execução do Hino Nacional, em continência, fora dos casos previstos no presente artigo. § 3o Será facultativa a execução do Hino Nacional na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias religiosas a que se associe sentido patriótico, no início ou no encerramento das transmissões diárias das emissoras de rádio e televisão, bem assim para exprimir regozijo público em ocasiões festivas.

 § 4o Nas cerimônias em que se tenha de executar um Hino Nacional Estrangeiro, êste deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro. § 5o Em qualquer hipótese, o Hino Nacional deverá ser executado integralmente e todos os presentes devem tomar atitude de respeito, conforme descrita no caput do art. 30 desta Lei. (Incluído pela Lei no 13.413, de 2016)

... ... ...

CAPÍTULO V

Do respeito devido à Bandeira Nacional e ao Hino Nacional

Art. 30. Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, o civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.

Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.

 Art. 31. São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibidas:

I - Apresentá-la em mau estado de conservação.

II - Mudar-lhe a forma, as côres, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras inscrições; III - Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de bôca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar;

IV - Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.

Art. 32. As Bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a qualquer Unidade Militar, para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o cerimonial peculiar.

Art. 33. Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no País sem que esteja ao seu lado direito, de igual tamanho e em posição de realce, a Bandeira Nacional, salvo nas sedes das representações diplomáticas ou consulares.

Art. 34. É vedada a execução de quaisquer arranjos vocais do Hino Nacional, a não ser o de Alberto Nepomuceno; igualmente não será permitida a execução de arranjos artísticos instrumentais do Hino Nacional que não sejam autorizados pelo Presidente da República, ouvido o Ministério da Educação e Cultura

SANTOS PATRONOS DA MACONARIA - Valdir Anderson Silverio