julho 26, 2024

SAGRAÇÃO DO TEMPLO MAÇÔNICO - Newton Agrella


É bem verdade que há uma corrente de autores maçônicos que preferem  imprimir um aspecto divinal, religioso e especialmente cristão à cerimônia de Sagração de um Templo Maçônico.

Há contudo, um outro segmento de caráter mais antropocêntrico, filosófico e pragmático que entende que a Cerimônia de Sagração do Templo, constitui-se a rigor, em basicamente , conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, sem no entanto implicar em qualquer sentido de “santificação”, ou algo semelhante.

Cabe aí inclusive, um eloquente parêntesis, vez que semânticamente, a terminologia mais adequada e inerente a este tipo de Cerimônia seria Consagração ao invés de Sagração.

Como alguns maçons acreditavam que a Oficina de trabalho maçônico fosse um ambiente santificado, num  crasso equívoco confundindo e misturando Maçonaria com Religião, é que a expressão  “sagração” acabou ganhando força e suscitando inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.

Assim, entre a palavra “sagração” e “consagração”,  aquela que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida ao local.

O verbo "consagrar" no ambiente vernacular maçônico significa. : separar, ou dedicar  um lugar específico para a solene prática de um trabalho  filosófico, iniciático ou semelhante.

"Sagrar", por sua vez, encontra um sinônimo mais condizente que é o verbo "sacralizar" - cujo significado é o de conferir um aspecto eminentemente religioso, divinal e de santificação e veneração a Deus.

Fato é que inobstante as discussões, ainda que por vezes estéreis, isto possa provocar, o que deve ficar cristalinamente claro é que Maçonaria não é religião. 

Ela é sim, uma instituição filosófica, humanista, filantrópica, progressista e evolucionista que busca o aprimoramento da consciência, através de um processo permanentemente especulativo.



INSTRUÇÕES MAÇÔNICAS - Kleber Siqueira


Penso que, em geral, as reclamações decorrem da incapacidade das lojas de cumprirem o seu papel de receber o aprendiz, instrui-lo adequadamente até que atinja o mestrado de modo consistente e que inspire confiança e gere comprometimento progressivo com a nossa doutrina, bem como conduza ao trabalho em equipe que irá pavimentar o caminho para uma trajetória que o permita ser um potencial Mestre da Loja e uma futura liderança na esfera da loja, do distrito e da potência. 

Trata-se de um processo continuo de integração, aprendizado e de serviço que ao falhar, desaponta, desistimula e gera evasão. 

A instrução maçônica é ministrada com o exercício do trabalho em equipe. 

A avaliação de desempenho dos neófitos até que atinjam o mestrado completo (diplomado) é fundamental que seja realizada com pontos de controls formais e também com a observação permanente do comportamento do neófito. 

Muito se discute sobre os problemas e insucessos, mas pouco se trabalha no entendimento de possíveis soluções. 

É um aspecto triste, pois deprecia a capacidade de organização e direcionamento das lojas para sanar esse problema crônico. 

Um fraterno abraço aos prezados irmãos que se preocupam com essa questão. 


julho 25, 2024

DIA NACIONAL DO ESCRITOR - Joab Nascimento


Hoje é o dia do escritor

Exalto ao nosso senhor

Minhas congratulações

Esse ser que traz na veia

Com seus versos incandeia

Formador de opiniões


Não importa o segmento

Qu'ele usa no momento

Para poder se expressar

Ao transportar pro papel

Numa rima de cordel

Reluz entre a lua e o mar


Contos, cordéis e poesias.

Crônicas ou biografias

Sonetos, tema infantil

Redações, textos de humor

Roteiros, cartas de amor

Torvas, livro juvenil.


A escrita é pro escritor

A vida dum sonhador

Que traduz seu pensamento

Dar vida a simples ideia

Fala de plebeu, plebeia

E a dor dum sofrimento


A sua obra é imortal

Deixa o seu material

Pra toda posteridade

Vão servir de ensinamentos

Direcionam pensamentos

Um bem para humanidade


A cultura e educação

O bem estar e a formação

De homens para o futuro

Toda evolução do ser

A história pra aprender

Deixa claro o que é escuro 


O escritor é visionário 

Eterniza o necessário

Nos dando conhecimento

O mundo sem o escritor

Não teria tanto valor

Sem o saber do momento


Salve todo o escritor

Um ser de saber e amor

Ente, enviado por Deus 

Com a caneta e o papel

Pinta o céu sem pincel

Para o bem dos irmãos seus.




A NECESSÁRIA DUALIDADE - Francisco Góis s


Segundo Carl Gustav Jung, sempre que estivéssemos divididos deveríamos permanecer entre os dois lados, suportando o conflito, até encontrarmos uma terceira opção que seja capaz de unir a oposição. 

Se simplesmente escolhermos um dos lados, cedo ou tarde sentiremos falta do outro. 

É aí que, com criatividade, surge espaço para a tolerância, aceitação, conciliação e paz.

Porém, somos limitados quanto à compreensão dos extremos, tanto principio quanto fim. 

O mundo que percebemos é apenas um ínfimo ponto no universo que nos rodeia. 

Não conhecemos nem a nós mesmos. 

Mesmo assim somos intolerantes com ideias que não coadunam com as nossas.

O intelecto humano é ainda muito limitado. 

Entendemos muito pouco do presente, do que somos; 

quase nada de onde viemos e muito menos do futuro para onde caminhamos.

Será que enquanto estivermos presos ao fato de sermos finitos, nos será dado conhecer o infinito?

Quando deixaremos de viver e agir apenas dentro dos limites que nossa parca visão física delimita? 

Quando nosso limitado saber conseguirá harmonizar matéria e espírito em seu devido e justo contexto?

Talvez em relação ao nada sejamos tudo e, em relação ao tudo, sejamos nada.

Porém, se conseguíssemos conviver pacificamente com as nuances e dualidades de nosso mundo, compreendendo e tolerando as diferenças, quem sabe pudéssemos ser nós mesmos, seres livres, porém unidos em um ideal comum de prosperidade e felicidade.

Mesmo algumas vezes não concordando com a dualidade que a nós se apresenta, deveríamos procurar entende-la, criando uma síntese, ou seja, a terceira opção de Jung. 

Aí sim, estaríamos livres de dogmas e preconceitos, prontos a trilharmos qualquer caminho, limitados apenas pela ética e pela nossa consciência, gerando o espaço para a criatividade e abrindo nossas mentes para o infinito. 

Quem sabe, a partir daí, passaríamos a conhecer a nós mesmos e entender de onde viemos, o que somos e para onde vamos. 

Talvez assim voltemos a unicidade Divina e a Paz, A Harmonia e a Concórdia voltem a imperar em nossas reuniões.  




A ARCA - Adilson Zotovici

Um móvel incomum e seleto 

Que de seu interior brotava

Forte luz e bom som, secreto,

Qual sempre  manifestava,

A presença  do Grande Arquiteto 


Muito ouro o revestia

Tampa de imorredoura acácia,

Querubins que o protegia

D’alguma eventual audácia,

Do incrédulo, da heresia


Caixa destinada à união!

Que guardava as tábuas da Lei,

Como também a vara de Aarão

E pelo que bem sei,

O Manáh, em boa porção


Para muitos, difícil entender 

Afastar-se daqueles guardados 

Pois que, viriam a perecer,

Os irreverentes fulminados 

Tal incógnito e grande poder 


Com vigia sacerdotal pela pujança

No tabernáculo, sob rico dossel

Qual selava a fé, a confiança,

Na presença de DEUS, pelo povo de Israel,

A Sagrada....ARCA DA ALIANÇA!




julho 24, 2024

EGO + ISMO - João D. C. Lima


Sim, a palavra "egoísmo" é formada pela junção do radical "ego", que significa "eu" ou "eu mesmo", com o sufixo "-ismo", que indica uma prática, doutrina ou sistema. 

Assim, "egoísmo" refere-se à prática ou atitude de colocar o próprio interesse acima dos interesses dos outros, caracterizando um comportamento “centrado em si mesmo”.

Identificar sinais de egoísmo em si mesmo pode ser um processo revelador, até doloroso, todavia, é importante para o crescimento pessoal. 

Observe os seguintes pontos:

1. Se você tem dificuldade em entender ou se importar com os sentimentos e necessidades dos outros;

2. Se sente que é normal interromper os outros durante conversas, mostrando desinteresse pelo que eles têm a dizer; 

3. Se tem foco excessivo em si mesmo;

4. Se tem relutância em Compartilhar ou dividir recursos, informações ou tempo com os outros;

5. Tem desejo de sempre ter as coisas resolvidas à “sua maneira”;

6. Tem dificuldade em respeitar os limites pessoais ou emocionais estabelecidos por outras pessoas;

7. Tem dificuldade em reconhecer seus erros ou em se desculpar quando está errado;

8. Vive “achando” que merece privilégios ou tratamento diferenciado em relação aos outros;

9. Demonstra relutância em oferecer ajuda ou suporte quando alguém precisa;

10. Tem dificuldade em reconhecer as contribuições do outro...

Se na autoanálise reconhece-se em alguns pontos citados, primeiro aceite, depois ressignifique seus comportamentos (se for da sua vontade). 

O egoísmo não é amor por nós próprios, mas uma desvairada paixão por nós próprios.” - Aristóteles.


AS TRÊS JANELAS - Almir Sant'Anna Criz


Três Janelas gradeadas estão figuradas no Painel do Rito Escocês Antigo e Aceito de origem francesa e colocadas no Oriente, no Sul e no Ocidente.

Essas três Janelas simbolizam o caminho diário aparente do Sol: a do Oriente traz a doçura da aurora, suave a agradável, convidando os obreiros ao trabalho; pela do Sul, ou Meio-Dia, passa um calor mais intenso, que induz à recreação; pela do Ocidente entram os últimos lampejos de luz, do Sol poente, sempre mais fraca, e que incita ao repouso.

Por essa razão os três principais dirigentes de uma Loja Maçônica sentam-se nesses pontos: o Venerável Mestre no Oriente, para abrir a Loja, dirigi-la nos seus trabalhos e esclarecê-la com suas luzes; o Segundo Vigilante no Sul, para melhor observar o Sol em seu meridiano, chamar os obreiros para o trabalho e mandá-los para a recreação; e o Primeiro Vigilante no Ocidente, para fechar a Loja, pagar os obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos.

Segundo consta, nas reuniões das antigas Lojas, costumava-se colocar velas acesas sobre candelabros nos lugares onde sentavam-se o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante, como forma de representação das três Janelas e do caminho aparente do Sol, vindo daí a denominação que se lhes passou a dar de “Luzes da Loja”.

Alguns autores entendem que as três Janelas simbolizam também as três fases da vida humana e os da Escola Mística os três aspectos da divindade.

Além disso, as três Janelas poderiam representar as três portas que os Candidatos batem durante a Iniciação, correspondentes às três portas do Templo de Salomão e que comparecem também no simbolismo de um outro Grau.

Em resumo, as três Janelas nesse Painel correspondem às três Colunas Emblemáticas do Painel inglês do Irmão John Harris, isto é, representam os três principais dirigentes de uma Loja Maçônica, o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante.

Do livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

julho 23, 2024

A SAUDADE DO IRMÃO - Roberto Ribeiro Reis

A saudade

Do Irmão que se ausenta

Deixa nossa alma sedenta

E o coração invade;

Não é tarde!

A vida se apresenta

Como a paz que se assenta

Sem causar o alarde.


O tríplice abraço,

A prazerosa companhia

Do Irmão que é harmonia

E que nos atrai ao compasso;

Seu carisma é o laço,

Que nos envolve em alegria,

Tem um quê de euforia

Que nos deixa inteiraço.


Todo irmão nos faz falta,

E essa ausência só exalta

O quanto ele é importante;

Todo obreiro é joia inconteste,

Estrela da abóbada celeste,

É ouro, safira e diamante.


Não quero viver de déu-em-déu,

Quero me perder na beleza do céu,

Certo da efemeridade da vida;

Seja abaixo do sólio ou sob o dossel,

Quero descortinar todo esse véu

Que me revelará o sentido da partida.

UMA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O TEMA "AMIZADE" - Kleber Siqueira


Quando meditamos sobre a amizade, através da perspectiva das Sagradas Escrituras, podemos observar a importância do amigo, compreender que são poucos, e buscar uma unidade que estruture e permita durabilidade do relacionamento. 

Salmos 133:1 Vede quão bom e quão agradável é que os irmãos vivam juntos em unidade.

Mateus 22: 46-40 Mestre, qual é o grande mandamento da Torá? E יהושע (Yeshua) disse-lhe: “'Amarás יהוה (Adonai)teu Elohim com todo o teu coração, e com todo o teu ser, e com toda a tua mente.' “Este é o primeiro e grande mandamento. amarás o teu próximo como a ti mesmo.' Destes dois mandamentos dependem toda a Torá e os Profetas.

Provérbios 17:17 O amigo ama em todos os momentos, e na adversidade nasce um irmão. 

Provérbios 18:24 O homem que tem muitos companheiros pode chegar à ruína, mas há amigo mais chegado do que um irmão. 

Provérbios 27:9 O óleo e o perfume alegram o coração, e a doçura do amigo vem do seu conselho sincero.

Como uma conclusão dos textos acima podemos aprender que não havendo uma uma sã doutrina que harmonize e possibilite a coesão dos que fazem parte da congregação, haverá desequilíbrio nos relacionamentos e resultará a desunião. 

Esses aspectos relevantes sobre a unidade fraternal são os mesmos que a Maçonaria busca atingir através das duas sãs doutrinas. 

Como corolário, podemos inferir que a formação dos maçons é um aspecto basilar para a sua continuidade e preservação.

Esse objetivo é buscado através de um sistema de ensino, envolvente e participativo, característico da Maçonaria, responsabilidade principal atribuída às Lojas Simbólicas. 

Uma referência ao ápice resultante dessa atividade pode ser ilustrada pelos Pp. de P. 

Kleber Siqueira, em navegação pela costa ibérica, em direção a Cadiz.


julho 22, 2024

HIPÓTESE - Newton Agrella


Sob  o prisma linguístico  morfológico (morfologia é o estudo da formação das palavras) o substantivo  "hipótese" significa uma suposição, uma explicação provisória.

Ela representa a *afirmação de uma relação*, a ser verificada, entre dois fatos, *que pode ser comprovada*.

Trata-se pois, de uma condição completamente diferente do "Achismo", cuja sustentação não se apoia em qualquer base empírica de experiência ou de conhecimento.

O vocábulo "hipótese" é de origem grega. 

Trata-se da transliteração fonética de: "hypothesis" composto de :

*hypo*,  (sob,  abaixo de)

e  

*thésis* (posição)

Constitui-se portanto de uma especulação, ou seja; é um processo de evolução da intuição à teorização e da teoria que levará à prática construída a partir de um raciocínio dedutivo.

A Maçonaria por exemplo adota e preserva  uma representação simbólica em sua essência filosófica  ocultando uma verdade (conceptista) e mostrando apenas a forma visível e externa de uma realidade interior e espiritual (cultista).

De um modo ou de outro o maçom se submete e ainda necessita de um aprendizado  através do processo cerimonial e ritualístico.

Essa construção se alicerça por meio de seu caráter Especulativo.

É inegável que o maçom trabalha pelo seu aprimoramento interior e seu propósito é a busca pelo bem-estar, satisfação e felicidade, e a disposição  da liberdade de expressão, o direito de usufruir dos bens que a vida oferece, proporcionando o espírito fraternal em sua essência.

Diante desse cenário a "hipótese"  no seu plano argumentativo e especulativo é a de que existe um plano evolutivo intermitente desde a  criação do Universo do qual o homem não dispõe de plena consciência desse propósito.

Trabalhar no campo das hipóteses impõe-nos a alastrar a nossa forma de pensar, de se submeter ao desconhecido através de um processo de experimentação empírica.  

A hipótese, se de algum modo pode transitar pelo terreno das falácias, do inverossímil ou da inexatidão, por outro lado remete-nos ao plano inesgotável da reflexão e da certeza, especialmente quando encontra fundamentação e consistência na sua comprovação.

Não menos interessante cabe dar uma pausa a esse breve capítulo  lembrando que Lendas e Mitos subsistem e se consagram sob hipóteses intimamente associadas aos eventos que a História registra e traduz tanto através da escrita quanto na sua oralidade e na sua tradição ética e moral.

AS SETE LÁGRIMAS DEVELHO MAÇOM- M. Handreims


Num cantinho do Templo, sentado num banquinho, fitando o Delta Luminoso, um triste e velho Mestre Maçom chorava.

De seus olhos, estranhas lágrimas escorregam-lhe pela face e, sem saber o porquê, eu as contei: foram sete. Na incontida vontade de saber, eu me aproximei e o interroguei, “Fala, meu Velho Mestre! Diz ao teu eterno Aprendiz por que externais assim tão visível dor?”

E ele, suavemente, me respondeu, “Está vendo estes Irmãos que entram e saem? As lágrimas contadas estão distribuídas a alguns deles.”

“A Primeira, eu dei a esses indiferentes, que não dão valor a história, ao esoterismo, a liturgia e ritualística, e que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.”

“A Segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam desacreditando nos velhos Mestres e na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam”.

“A Terceira, distribuí aos maus, àqueles que somente procuram a Loja para promover a discórdia entre os Irmãos”.

“A Quarta, aos frios e calculistas que, mesmo sabendo que existe uma Força Espiritual, procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra Amor”.

“A Quinta, aos que chegam com suavidade, tem o riso e o elogio da flor nos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio no G.’.A.’.D.’.U.’. na Ordem e nos meus Irmãos, mas somente se eu puder me servir”.

“A Sexta, doei aos fúteis que vão à Loja buscando aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente”.

“A Sétima, meu amado Irmão, foi grande e deslizou pesada! Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos do Verdadeiro Maçom.

Fiz doação desta aos Irmãos vaidosos que esquecem que existe o respeito e que existem Irmãos precisando de caridade e tantos seres humanos necessitando de amparo material e espiritual”.

“Assim, caro Irmão, foi para todos estes que vistes cair uma a uma.”




julho 21, 2024

POR QUE ATACAM TANTO A MAÇONARIA? - Paulo André



De novo esse assunto? 

Acontece que o mundo está cada vez mais mergulhado na internet, estamos sabendo lidar com o mundo virtual?

Cada vez mais, existem pessoas nos atacando, com teorias de conspiração, somos nós os culpados de tudo, e a pergunta ecoa, por que nos atacam tanto?

A resposta é simples:   Por Dinheiro!

Além de ibope e influência, sim as redes sociais são uma boa forma de se ganhar dinheiro e influência, então vale tudo, qualquer assunto que renda visualizações

Recentemente um canal de uma jovem, que virou estrela denunciando que nós somos a "Nova Ordem Mundial" blá blá blá, atingiu o pico de 1 milhão inscritos, decidiu agora "desmascarar a Maçonaria"

Adquiriu livros, fez resumos tirando frases do contexto, com isso montou um curso,  e está vendendo na internet

Não sei quantos cursos ela vendeu, mas se atingiu 0,1% do seu  público, vendeu 1000 cursos, a R$700,00 cada um, faturou R$700.000,00, se vendeu para 0,2%, faturou R$1400,00, se vendeu para 1%, faturou 7 milhões

E não é esse o único curso vendido, sim, a rede social pode ser uma fábrica de fazer dinheiro

Com metódos diferentes, tem diversos outros canais, fazendo o mesmo, as custas de atacarem a gente

Devemos nos preocupar?

Com quem fala não, a grande preocupação é com a imensa maioria leiga que escuta, e acredita, esses vídeos costumam bater em média 100 mil visualizações, com isso vai se criando um clima de Anti-Maçonaria principalmente entre os mais jovens

Como tornar feliz a humanidade, se a humanidade desconfiar e não gostar de nós?

Ainda não temos uma resposta para esse problema, ele ocorre principalmente dentro do mundo virtual, e pouca atenção damos ao fato

Faz cinco anos que venho batendo nessa tecla sozinho, creio que o futuro de nossa Ordem, vai estar atrelado aos jovens e estes estão no mundo virtual, onde somos massacrados constantemente, sem esboçar reação alguma

Acordar antes que seja tarde demais



A MARCHA DO APRENDIZ - Alexandre Estevão Silva de Andrade


Cada um dos três graus simbólicos tem sua marcha particular. A marcha, acompanhada dos sinais especiais em cada degrau, é obrigatória para todos os maçons que entram no templo quando os trabalhos são abertos. O significado maçônico da marcha corresponde a técnica adotada nos três graus simbólicos para o candidato a perfeição caminhar do ocidente para o oriente isto é, das trevas para a luz.

A marcha do aprendiz é composta de três passos iguais e retilíneos, formando uma esquadrilha, começando com o pé esquerdo e apoiado pelo direito, porque ele foi colocado no “caminho certo”, porque foi “iniciado”.

O esquadro representa fundamentalmente a faculdade do juízo que nos permite comprovar a retidão ou a sua falta, ou seja, a forma octogonal das seis faces que tratamos de lapidar a pedra bruta, assim como a de suas arestas e dos oito ângulos triedros nos quais elas se unem, como o objetivo de fazer com que a pedra se torne retangular, como deve ser toda pedra destinada a formar parte de um edifício.

É por intermédio do esquadro que nossos esforços para realizar o ideal ao qual nos propusemos podem ser constantemente comprovados e retificados. Isto é feito de maneira que estejam realmente encaminhados na direção do ideal e que a cada passo do pé esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do pé direito (atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja, em acordo perfeito com o primeiro.

Reportando-se ao zodíaco os seus três passos correspondem aos três signos, carneiro, touro e gêmeos. No primeiro passo correspondente ao signo do carneiro que está sob a influência de marte evoca a ideia de “luta”. Touro, que inspira o segundo passo, exprime o trabalho perseverante e desinteressado. Quanto gêmeos, que está sob a influência de mercúrio, é considerado signo da fraternidade. Se nos reportarmos aos elementos, o carneiro é o signo do fogo, touro o signo da terra e gêmeos o signo do ar, indicando o primeiro passo o ardor, o segundo a concentração e o terceiro a inteligência.

Os três passos de sua marcha, os três anos do aprendiz e ainda lembrando as três viagens da iniciação, são evidentemente o símbolo do tríplice período que marcará as etapas de seu estudo e de seu progresso.

Estes três períodos referem-se particularmente às três artes fundamentais (a gramática, a lógica e a retórica) a cujo estudo deve aplicar-se, ainda que deva contentar-se com dominar unicamente a primeira, por ser a perfeição da segunda e da terceira, respectivamente, o objeto do domínio dos companheiros e mestres.

A primeira entre as sete "artes liberais" - a gramática - refere-se ao conhecimento das letras (em grego gramática: "sinais, caracteres ou letras"), isto é, ao conhecimento dos princípios ou elementos simbólicos com os quais é representada a verdade. Neste estudo é onde principalmente deve ser demonstrada a capacidade do aprendiz, que ainda não sabe ler nem escrever a linguagem da Verdade, senão que se exercita tanto num como no outro, soletrando ou estudando uma por uma as letras ou princípios elementares nos quais pode resumir-se e nos quais pode ser traçada a origem de todas as coisas.

Há também, evidente referência dos três passos do aprendiz ao conhecimento dos três primeiros "números" ou princípios matemáticos do universo: o número um, ou seja, a unidade do todo; o número dois, ou seja, a dualidade da manifestação, e o número três, ou seja, o ternário da perfeição.

Este conhecimento filosófico dos três números é de verdadeira e fundamental importância, enquanto compendia e sintetiza em si todo o conhecimento relativo ao mistério supremo das coisas. Pitágoras o expressou admiravelmente nas palavras: A unidade é a lei de Deus (ou seja, do primeiro princípio, da causa imanente e pré-antinômica), o número (nascido da multiplicação da unidade e por meio da dualidade) é a lei do universo, a evolução (expressão da lei do ternário) é a lei da natureza.

Ou, segundo as palavras de Ramaseum de Tebas: Tudo está contido e se conserve no um, tudo se modifica e se transforma por três: a mônada criou a díade, a díade produziu a tríade, e a tríade brilha no universo inteiro.

Cabe aqui citar o axioma hermético da "câmara de reflexões": visita interiora terrae: retificando invenies occultum lapidem - VITRIOL. Devemos adentrar a realidade do próprio mundo objetivo, e não contentar-nos com seu estudo ou exame puramente exterior. Então, retificando constantemente nossa visão e os esforços de nossa inteligência como demonstra a cuidadosa retidão dos três passos da marcha do Aprendiz atingiremos o conhecimento da verdade que nos liberta da ilusão.

Concluímos que para podermos atingir a perfeição e podermos caminhar do Ocidente para o Oriente devemos primeiramente ser iniciados, dando assim o primeiro passo na busca do conhecimento.

Com base na simbologia maçônica da marcha na retidão do esquadro e no trabalho perseverante possamos cada vez mais nos desbastar a fim de nos tornarmos uma pedra polida, e que todo o símbolo, todo o rito (que são os símbolos em ação) perdem o seu valor e não passam de “afetação” desde que deixam de ser respeitados exatamente como deveriam ser.