julho 27, 2024

O SAMURAI E O CACHORRO - Claudio Seto



Há muito e muito tempo viviam num feudo distante, um samurai, sua esposa e o filho, ainda bebê. Certa ocasião, a esposa foi à cidade para fazer compras e o samurai ficou tomando conta da criança. Nisso um emissário chegou com um recado de que haveria uma reunião de emergência no castelo e que todos os samurais deveriam comparecer com urgência.

Como não podia entrar na reunião com uma criança de colo, deixou o bebê numa esteira à sombra de uma árvore, no jardim do castelo. Em seguida ordenou ao cachorro que os tinha seguido, que ficasse tomando conta da criança.

O bebê dormia tranqüilamente quando uma enorme serpente veio rastejando para perto dele. O cão, ao perceber o perigo que a criança estava correndo, atirou-se sobre a serpente, atacando-a com mordidas agressivas, para proteger o bebê. E uma batalha de vida e morte foi travada.

Quando a reunião terminou, o samurai foi buscar seu filho e o cachorro veio ao seu encontro abanando o rabo. O homem levou um susto ao ver o cachorro cheio de sangue da serpente em volta da boca e pensou imediatamente:

- Oh, meu Deus! O maldito animal matou meu filho.

E num impulso de raiva sacou sua espada e decapitou o cachorro. Quando se aproximou da árvore encontrou uma enorme serpente morta, próximo da esteira onde o menino dormia tranqüilamente. Então o samurai entendeu o que tinha acontecido.

Moral: pense sempre, antes de agir precipitadamente.

A FENOMENAL ARTE ESOTÉRICA - Roberto Ribeiro Reis


Nem mesmo a sabedoria aristotélica

Tampouco a inteligência platônica,

Inda que de maneira sincrônica

Explicariam essa arte esotérica.


Fenomenal, gramatical e numérica,

Bem mais que isso ela simboliza;

Das ciências seja quiçá a precisa,

Transmite luz inebriante e feérica.


É um misto de segredo e encanto,

Transcendental, porém adogmática;

É filosófica, alegórica e bem prática,

Tem muita paz esse nosso recanto.


Ao profano, fica sempre o espanto,

Pois a curiosidade inda o fascina;

O preconceito lhe ofusca a retina,

A ignorância só lhe traz o pranto.


A esotérica arte fenomenal

Conduz à fé, esperança e caridade;

É ritualística e grande oportunidade

De exercer o nosso lado fraternal.  


De vida é forte manancial,

De proteção é preciso baluarte;

Essa fenomenal e esotérica arte

Parte ao encontro do lado espiritual.


Feliz é essa agremiação excepcional,

Plêiade de homens de muita cultura;

Que têm promovido a boa semeadura,

Sua colheita virá de Reino Atemporal.


Sabedores do simbolismo da tríade,

Por 3 vezes 3 eles nos abraçam;

A ignorância é algo que rechaçam,

A instrução recebem em miríade.


Das revoluções sempre protagonistas,

Liderando-as com brilhante ideário;

Essa nobre instituição é educandário,

De filosofias alvissareiras, progressistas.


Talvez, a nossa maior conquista

Resida no moral de nosso Instrutor;

Arquiteto Maior que edifica, com Amor,

Tudo ao alcance e além de nossa vista...

julho 26, 2024

SAGRAÇÃO DO TEMPLO MAÇÔNICO - Newton Agrella


É bem verdade que há uma corrente de autores maçônicos que preferem  imprimir um aspecto divinal, religioso e especialmente cristão à cerimônia de Sagração de um Templo Maçônico.

Há contudo, um outro segmento de caráter mais antropocêntrico, filosófico e pragmático que entende que a Cerimônia de Sagração do Templo, constitui-se a rigor, em basicamente , conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, sem no entanto implicar em qualquer sentido de “santificação”, ou algo semelhante.

Cabe aí inclusive, um eloquente parêntesis, vez que semânticamente, a terminologia mais adequada e inerente a este tipo de Cerimônia seria Consagração ao invés de Sagração.

Como alguns maçons acreditavam que a Oficina de trabalho maçônico fosse um ambiente santificado, num  crasso equívoco confundindo e misturando Maçonaria com Religião, é que a expressão  “sagração” acabou ganhando força e suscitando inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.

Assim, entre a palavra “sagração” e “consagração”,  aquela que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida ao local.

O verbo "consagrar" no ambiente vernacular maçônico significa. : separar, ou dedicar  um lugar específico para a solene prática de um trabalho  filosófico, iniciático ou semelhante.

"Sagrar", por sua vez, encontra um sinônimo mais condizente que é o verbo "sacralizar" - cujo significado é o de conferir um aspecto eminentemente religioso, divinal e de santificação e veneração a Deus.

Fato é que inobstante as discussões, ainda que por vezes estéreis, isto possa provocar, o que deve ficar cristalinamente claro é que Maçonaria não é religião. 

Ela é sim, uma instituição filosófica, humanista, filantrópica, progressista e evolucionista que busca o aprimoramento da consciência, através de um processo permanentemente especulativo.



INSTRUÇÕES MAÇÔNICAS - Kleber Siqueira


Penso que, em geral, as reclamações decorrem da incapacidade das lojas de cumprirem o seu papel de receber o aprendiz, instrui-lo adequadamente até que atinja o mestrado de modo consistente e que inspire confiança e gere comprometimento progressivo com a nossa doutrina, bem como conduza ao trabalho em equipe que irá pavimentar o caminho para uma trajetória que o permita ser um potencial Mestre da Loja e uma futura liderança na esfera da loja, do distrito e da potência. 

Trata-se de um processo continuo de integração, aprendizado e de serviço que ao falhar, desaponta, desistimula e gera evasão. 

A instrução maçônica é ministrada com o exercício do trabalho em equipe. 

A avaliação de desempenho dos neófitos até que atinjam o mestrado completo (diplomado) é fundamental que seja realizada com pontos de controls formais e também com a observação permanente do comportamento do neófito. 

Muito se discute sobre os problemas e insucessos, mas pouco se trabalha no entendimento de possíveis soluções. 

É um aspecto triste, pois deprecia a capacidade de organização e direcionamento das lojas para sanar esse problema crônico. 

Um fraterno abraço aos prezados irmãos que se preocupam com essa questão. 


julho 25, 2024

DIA NACIONAL DO ESCRITOR - Joab Nascimento


Hoje é o dia do escritor

Exalto ao nosso senhor

Minhas congratulações

Esse ser que traz na veia

Com seus versos incandeia

Formador de opiniões


Não importa o segmento

Qu'ele usa no momento

Para poder se expressar

Ao transportar pro papel

Numa rima de cordel

Reluz entre a lua e o mar


Contos, cordéis e poesias.

Crônicas ou biografias

Sonetos, tema infantil

Redações, textos de humor

Roteiros, cartas de amor

Torvas, livro juvenil.


A escrita é pro escritor

A vida dum sonhador

Que traduz seu pensamento

Dar vida a simples ideia

Fala de plebeu, plebeia

E a dor dum sofrimento


A sua obra é imortal

Deixa o seu material

Pra toda posteridade

Vão servir de ensinamentos

Direcionam pensamentos

Um bem para humanidade


A cultura e educação

O bem estar e a formação

De homens para o futuro

Toda evolução do ser

A história pra aprender

Deixa claro o que é escuro 


O escritor é visionário 

Eterniza o necessário

Nos dando conhecimento

O mundo sem o escritor

Não teria tanto valor

Sem o saber do momento


Salve todo o escritor

Um ser de saber e amor

Ente, enviado por Deus 

Com a caneta e o papel

Pinta o céu sem pincel

Para o bem dos irmãos seus.




A NECESSÁRIA DUALIDADE - Francisco Góis s


Segundo Carl Gustav Jung, sempre que estivéssemos divididos deveríamos permanecer entre os dois lados, suportando o conflito, até encontrarmos uma terceira opção que seja capaz de unir a oposição. 

Se simplesmente escolhermos um dos lados, cedo ou tarde sentiremos falta do outro. 

É aí que, com criatividade, surge espaço para a tolerância, aceitação, conciliação e paz.

Porém, somos limitados quanto à compreensão dos extremos, tanto principio quanto fim. 

O mundo que percebemos é apenas um ínfimo ponto no universo que nos rodeia. 

Não conhecemos nem a nós mesmos. 

Mesmo assim somos intolerantes com ideias que não coadunam com as nossas.

O intelecto humano é ainda muito limitado. 

Entendemos muito pouco do presente, do que somos; 

quase nada de onde viemos e muito menos do futuro para onde caminhamos.

Será que enquanto estivermos presos ao fato de sermos finitos, nos será dado conhecer o infinito?

Quando deixaremos de viver e agir apenas dentro dos limites que nossa parca visão física delimita? 

Quando nosso limitado saber conseguirá harmonizar matéria e espírito em seu devido e justo contexto?

Talvez em relação ao nada sejamos tudo e, em relação ao tudo, sejamos nada.

Porém, se conseguíssemos conviver pacificamente com as nuances e dualidades de nosso mundo, compreendendo e tolerando as diferenças, quem sabe pudéssemos ser nós mesmos, seres livres, porém unidos em um ideal comum de prosperidade e felicidade.

Mesmo algumas vezes não concordando com a dualidade que a nós se apresenta, deveríamos procurar entende-la, criando uma síntese, ou seja, a terceira opção de Jung. 

Aí sim, estaríamos livres de dogmas e preconceitos, prontos a trilharmos qualquer caminho, limitados apenas pela ética e pela nossa consciência, gerando o espaço para a criatividade e abrindo nossas mentes para o infinito. 

Quem sabe, a partir daí, passaríamos a conhecer a nós mesmos e entender de onde viemos, o que somos e para onde vamos. 

Talvez assim voltemos a unicidade Divina e a Paz, A Harmonia e a Concórdia voltem a imperar em nossas reuniões.  




A ARCA - Adilson Zotovici

Um móvel incomum e seleto 

Que de seu interior brotava

Forte luz e bom som, secreto,

Qual sempre  manifestava,

A presença  do Grande Arquiteto 


Muito ouro o revestia

Tampa de imorredoura acácia,

Querubins que o protegia

D’alguma eventual audácia,

Do incrédulo, da heresia


Caixa destinada à união!

Que guardava as tábuas da Lei,

Como também a vara de Aarão

E pelo que bem sei,

O Manáh, em boa porção


Para muitos, difícil entender 

Afastar-se daqueles guardados 

Pois que, viriam a perecer,

Os irreverentes fulminados 

Tal incógnito e grande poder 


Com vigia sacerdotal pela pujança

No tabernáculo, sob rico dossel

Qual selava a fé, a confiança,

Na presença de DEUS, pelo povo de Israel,

A Sagrada....ARCA DA ALIANÇA!




julho 24, 2024

EGO + ISMO - João D. C. Lima


Sim, a palavra "egoísmo" é formada pela junção do radical "ego", que significa "eu" ou "eu mesmo", com o sufixo "-ismo", que indica uma prática, doutrina ou sistema. 

Assim, "egoísmo" refere-se à prática ou atitude de colocar o próprio interesse acima dos interesses dos outros, caracterizando um comportamento “centrado em si mesmo”.

Identificar sinais de egoísmo em si mesmo pode ser um processo revelador, até doloroso, todavia, é importante para o crescimento pessoal. 

Observe os seguintes pontos:

1. Se você tem dificuldade em entender ou se importar com os sentimentos e necessidades dos outros;

2. Se sente que é normal interromper os outros durante conversas, mostrando desinteresse pelo que eles têm a dizer; 

3. Se tem foco excessivo em si mesmo;

4. Se tem relutância em Compartilhar ou dividir recursos, informações ou tempo com os outros;

5. Tem desejo de sempre ter as coisas resolvidas à “sua maneira”;

6. Tem dificuldade em respeitar os limites pessoais ou emocionais estabelecidos por outras pessoas;

7. Tem dificuldade em reconhecer seus erros ou em se desculpar quando está errado;

8. Vive “achando” que merece privilégios ou tratamento diferenciado em relação aos outros;

9. Demonstra relutância em oferecer ajuda ou suporte quando alguém precisa;

10. Tem dificuldade em reconhecer as contribuições do outro...

Se na autoanálise reconhece-se em alguns pontos citados, primeiro aceite, depois ressignifique seus comportamentos (se for da sua vontade). 

O egoísmo não é amor por nós próprios, mas uma desvairada paixão por nós próprios.” - Aristóteles.


AS TRÊS JANELAS - Almir Sant'Anna Criz


Três Janelas gradeadas estão figuradas no Painel do Rito Escocês Antigo e Aceito de origem francesa e colocadas no Oriente, no Sul e no Ocidente.

Essas três Janelas simbolizam o caminho diário aparente do Sol: a do Oriente traz a doçura da aurora, suave a agradável, convidando os obreiros ao trabalho; pela do Sul, ou Meio-Dia, passa um calor mais intenso, que induz à recreação; pela do Ocidente entram os últimos lampejos de luz, do Sol poente, sempre mais fraca, e que incita ao repouso.

Por essa razão os três principais dirigentes de uma Loja Maçônica sentam-se nesses pontos: o Venerável Mestre no Oriente, para abrir a Loja, dirigi-la nos seus trabalhos e esclarecê-la com suas luzes; o Segundo Vigilante no Sul, para melhor observar o Sol em seu meridiano, chamar os obreiros para o trabalho e mandá-los para a recreação; e o Primeiro Vigilante no Ocidente, para fechar a Loja, pagar os obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos.

Segundo consta, nas reuniões das antigas Lojas, costumava-se colocar velas acesas sobre candelabros nos lugares onde sentavam-se o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante, como forma de representação das três Janelas e do caminho aparente do Sol, vindo daí a denominação que se lhes passou a dar de “Luzes da Loja”.

Alguns autores entendem que as três Janelas simbolizam também as três fases da vida humana e os da Escola Mística os três aspectos da divindade.

Além disso, as três Janelas poderiam representar as três portas que os Candidatos batem durante a Iniciação, correspondentes às três portas do Templo de Salomão e que comparecem também no simbolismo de um outro Grau.

Em resumo, as três Janelas nesse Painel correspondem às três Colunas Emblemáticas do Painel inglês do Irmão John Harris, isto é, representam os três principais dirigentes de uma Loja Maçônica, o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante.

Do livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

julho 23, 2024

A SAUDADE DO IRMÃO - Roberto Ribeiro Reis

A saudade

Do Irmão que se ausenta

Deixa nossa alma sedenta

E o coração invade;

Não é tarde!

A vida se apresenta

Como a paz que se assenta

Sem causar o alarde.


O tríplice abraço,

A prazerosa companhia

Do Irmão que é harmonia

E que nos atrai ao compasso;

Seu carisma é o laço,

Que nos envolve em alegria,

Tem um quê de euforia

Que nos deixa inteiraço.


Todo irmão nos faz falta,

E essa ausência só exalta

O quanto ele é importante;

Todo obreiro é joia inconteste,

Estrela da abóbada celeste,

É ouro, safira e diamante.


Não quero viver de déu-em-déu,

Quero me perder na beleza do céu,

Certo da efemeridade da vida;

Seja abaixo do sólio ou sob o dossel,

Quero descortinar todo esse véu

Que me revelará o sentido da partida.

UMA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O TEMA "AMIZADE" - Kleber Siqueira


Quando meditamos sobre a amizade, através da perspectiva das Sagradas Escrituras, podemos observar a importância do amigo, compreender que são poucos, e buscar uma unidade que estruture e permita durabilidade do relacionamento. 

Salmos 133:1 Vede quão bom e quão agradável é que os irmãos vivam juntos em unidade.

Mateus 22: 46-40 Mestre, qual é o grande mandamento da Torá? E יהושע (Yeshua) disse-lhe: “'Amarás יהוה (Adonai)teu Elohim com todo o teu coração, e com todo o teu ser, e com toda a tua mente.' “Este é o primeiro e grande mandamento. amarás o teu próximo como a ti mesmo.' Destes dois mandamentos dependem toda a Torá e os Profetas.

Provérbios 17:17 O amigo ama em todos os momentos, e na adversidade nasce um irmão. 

Provérbios 18:24 O homem que tem muitos companheiros pode chegar à ruína, mas há amigo mais chegado do que um irmão. 

Provérbios 27:9 O óleo e o perfume alegram o coração, e a doçura do amigo vem do seu conselho sincero.

Como uma conclusão dos textos acima podemos aprender que não havendo uma uma sã doutrina que harmonize e possibilite a coesão dos que fazem parte da congregação, haverá desequilíbrio nos relacionamentos e resultará a desunião. 

Esses aspectos relevantes sobre a unidade fraternal são os mesmos que a Maçonaria busca atingir através das duas sãs doutrinas. 

Como corolário, podemos inferir que a formação dos maçons é um aspecto basilar para a sua continuidade e preservação.

Esse objetivo é buscado através de um sistema de ensino, envolvente e participativo, característico da Maçonaria, responsabilidade principal atribuída às Lojas Simbólicas. 

Uma referência ao ápice resultante dessa atividade pode ser ilustrada pelos Pp. de P. 

Kleber Siqueira, em navegação pela costa ibérica, em direção a Cadiz.


julho 22, 2024

HIPÓTESE - Newton Agrella


Sob  o prisma linguístico  morfológico (morfologia é o estudo da formação das palavras) o substantivo  "hipótese" significa uma suposição, uma explicação provisória.

Ela representa a *afirmação de uma relação*, a ser verificada, entre dois fatos, *que pode ser comprovada*.

Trata-se pois, de uma condição completamente diferente do "Achismo", cuja sustentação não se apoia em qualquer base empírica de experiência ou de conhecimento.

O vocábulo "hipótese" é de origem grega. 

Trata-se da transliteração fonética de: "hypothesis" composto de :

*hypo*,  (sob,  abaixo de)

e  

*thésis* (posição)

Constitui-se portanto de uma especulação, ou seja; é um processo de evolução da intuição à teorização e da teoria que levará à prática construída a partir de um raciocínio dedutivo.

A Maçonaria por exemplo adota e preserva  uma representação simbólica em sua essência filosófica  ocultando uma verdade (conceptista) e mostrando apenas a forma visível e externa de uma realidade interior e espiritual (cultista).

De um modo ou de outro o maçom se submete e ainda necessita de um aprendizado  através do processo cerimonial e ritualístico.

Essa construção se alicerça por meio de seu caráter Especulativo.

É inegável que o maçom trabalha pelo seu aprimoramento interior e seu propósito é a busca pelo bem-estar, satisfação e felicidade, e a disposição  da liberdade de expressão, o direito de usufruir dos bens que a vida oferece, proporcionando o espírito fraternal em sua essência.

Diante desse cenário a "hipótese"  no seu plano argumentativo e especulativo é a de que existe um plano evolutivo intermitente desde a  criação do Universo do qual o homem não dispõe de plena consciência desse propósito.

Trabalhar no campo das hipóteses impõe-nos a alastrar a nossa forma de pensar, de se submeter ao desconhecido através de um processo de experimentação empírica.  

A hipótese, se de algum modo pode transitar pelo terreno das falácias, do inverossímil ou da inexatidão, por outro lado remete-nos ao plano inesgotável da reflexão e da certeza, especialmente quando encontra fundamentação e consistência na sua comprovação.

Não menos interessante cabe dar uma pausa a esse breve capítulo  lembrando que Lendas e Mitos subsistem e se consagram sob hipóteses intimamente associadas aos eventos que a História registra e traduz tanto através da escrita quanto na sua oralidade e na sua tradição ética e moral.

AS SETE LÁGRIMAS DEVELHO MAÇOM- M. Handreims


Num cantinho do Templo, sentado num banquinho, fitando o Delta Luminoso, um triste e velho Mestre Maçom chorava.

De seus olhos, estranhas lágrimas escorregam-lhe pela face e, sem saber o porquê, eu as contei: foram sete. Na incontida vontade de saber, eu me aproximei e o interroguei, “Fala, meu Velho Mestre! Diz ao teu eterno Aprendiz por que externais assim tão visível dor?”

E ele, suavemente, me respondeu, “Está vendo estes Irmãos que entram e saem? As lágrimas contadas estão distribuídas a alguns deles.”

“A Primeira, eu dei a esses indiferentes, que não dão valor a história, ao esoterismo, a liturgia e ritualística, e que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.”

“A Segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam desacreditando nos velhos Mestres e na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam”.

“A Terceira, distribuí aos maus, àqueles que somente procuram a Loja para promover a discórdia entre os Irmãos”.

“A Quarta, aos frios e calculistas que, mesmo sabendo que existe uma Força Espiritual, procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra Amor”.

“A Quinta, aos que chegam com suavidade, tem o riso e o elogio da flor nos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio no G.’.A.’.D.’.U.’. na Ordem e nos meus Irmãos, mas somente se eu puder me servir”.

“A Sexta, doei aos fúteis que vão à Loja buscando aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente”.

“A Sétima, meu amado Irmão, foi grande e deslizou pesada! Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos do Verdadeiro Maçom.

Fiz doação desta aos Irmãos vaidosos que esquecem que existe o respeito e que existem Irmãos precisando de caridade e tantos seres humanos necessitando de amparo material e espiritual”.

“Assim, caro Irmão, foi para todos estes que vistes cair uma a uma.”