julho 30, 2024

O FARAÓ E A MISSÃO DO MAÇOM - Paulo André

 

Diz a lenda ( pouco importa se é verdade ou não) que o filho do Faraó só se encontrava com seu pai quando fazia 10 anos de idade, esse lhe aplicava um pesado teste, se passasse, seria indicado para linha de sucessão, caso contrário seria desprezado.

Na sua vez, o  menino Ramsés, estava bastante tenso, para encontrar seu pai, o lendário Faraó Seti, era seu futuro de glória ou de desprezo, o encontro foi marcado em um curral, colocado frente a frente Ramsés e um touro tamanho família, deram-lhe uma corda e disseram:

Seu pai está alí assistindo, não o decepcione!

Fez um laço, tremendo de medo, mas determinado a ser rei, laçou o touro, um menino de 40 Kg contra um monstro de 1 tonelada, bastou o boi dar uma sacudida, e jogou longe o herdeiro, que caiu, todo machucado e desesperado, havia falhado, seria renegado pra sempre

Seu pai aproximou, ele tremia, tanto pela dor, quanto pela vergonha e humilhação

Seti lhe disse: Parabéns, hoje você venceu seu primeiro grande inimigo

Ramsés perguntou: Venci como, se o touro me arrebentou?

Seti sorriu: Seu inimigo não era o touro, o inimigo a ser vencido era o medo, você conseguiu!

O destino brinca, e o primeiro passo para a gente cumprir uma missão, é descobrir qual é essa missão, podemos achar que estamos perdendo, quando na verdade estamos vencendo, e vice-versa

Nós Maçons, já conseguimos identificar qual é a nossa missão? Estamos vencendo ou não?

Creio que o grande inimigo nosso a ser vencido é o interno, ao invés de tentar corrigir os demais IIr, as lojas, as potências, o resto da humanidade, o Grande Arquiteto, enfim.....

Assim, somos atropelados pelo touro errado, e vamos chorar derrota apesar de estar vencendo, ou comemorar vitória, mesmo estando perdendo

Identificar a missão certa, é o primeiro passo para poder cumpri-la, esta deve ser a primeira missão do Maçom




julho 29, 2024

DAS EXPRESSÕES JOCOSAS - Heitor Rodrigues Freire



Em primeiro lugar, eu gostaria de introduzir este artigo com uma definição necessária, porque vamos tratar dos disfemismos, um termo que não é muito conhecido: os disfemismos são as expressões jocosas, irônicas, geralmente de origem na linguagem das ruas.

A sabedoria popular, naturalmente, cunhou diversos ditos, que acabaram sendo incorporados ao nosso vocabulário e constituem um anedotário que nos soa familiar, pois eles têm um surpreendente poder de síntese e conseguem fazer sentido em poucas palavras. Tudo isso resume o modo como o povo fala e se manifesta diante de situações que registram o dramático, o cômico e o inusitado, ficam marcadas na nossa memória coletiva e acabam forjando um belo conjunto de características próprias de um lugar, de uma região ou de um país. É o que podemos chamar de caldo cultural, enfim.

Copio a seguir uma seleção de ditos populares, cuja autoria é desconhecida:

“Mais quieto que guri cagado” – Dá pra imaginar a cena de uma criança que vai caminhando devagar, atenta, cuidando para que ninguém perceba o que acaba de acontecer, enquanto tenta chegar inteira ao banheiro mais próximo. 

“Mais sério que cachorro embarcado em canoa furada” – O cachorro vai olhando atentamente para as margens para decidir o momento de se jogar na água com menos risco.

“Homem precisa de mulher para tudo: para nascer, viver, procriar e até para ser corno” – Sem mulher, o homem não existe.

“O senhor é filho da dona Candinha? Sim, por quê? – pergunta o valentão que está afrontando todo mundo num bar, chutando cadeira, derrubando mesa, e encarando o mineirinho, que continua cortando o fumo para seu cigarrinho de palha. Ele responde: “Comi muito a senhora sua mãe”. E assim ele acaba com a valentia do fanfarrão.

“Baixinho é cu-de-sapo” – Uma vez, num jantar de profissionais de venda, um deles pediu: “Baixinho, passa o sal”. E este respondeu: “Baixinho é cu-de-sapo”. E o primeiro retrucou: “Cu-de-sapo, passa o sal”.

“Chato que nem gilete caída em chão de banheiro”.

“Com cara de quem tomou chá de losna sem açúcar”.

“Cheirando bem como cangote de noiva”. 

“Firme que nem palanque em banhado”.

“Firme que nem prego em taquara”.

“Folgada como cama de viúva”.

“Folgada como luva de maquinista, que qualquer um mete a mão”.

“Folgada como peido em bombacha”.

“Mais perdido do que cego em tiroteio”.

“Mais cumprida do que puteada de gago”.

“Mais branco do que perna de freira”.

“Mais sujo do que pau de galinheiro”.

“Mais faceiro do que pinto no lixo”.

“Mais velho do que andar a pé”.

“Tranquilo como água de poço”.

“Não há sábado sem sol, domingo sem missa e segunda sem preguiça”.

“Pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

“Quem não tem cão, caça como gato”.

“O hábito faz o monge”.

“Não adianta chorar pelo leite derramado”.

“A necessidade é a mãe da invenção”.

“Não se faz omelete sem quebrar os ovos”.

“O peixe morre pela boca”.

“A curiosidade matou o rato”.

“Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas”.

“Dá nó em pingo d’água, não molha os dedos e esconde as pontas”.

“O que engorda o gado é o olho do dono”.

“O apressado come cru”.

 “A rapadura é doce, mas não é mole”.

“Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, é tolo ou não entende da arte”.

Enfim, há toda uma coleção de ditados de origem popular que denotam de forma descontraída a sabedoria que o povo transmite em poucas palavras e com simplicidade.


A ALEGORIA DA CAVERNA - Lucas Couto


     Imagine um grupo de pessoas. Desde o nascimento, vivem aprisionadas em uma caverna escura. As suas cabeças fixas, forçadas a olhar para uma parede à sua frente. Não podem ver uns aos outros nem o que acontece atrás deles. Há uma fonte de fogo, há uma barreira, e atrás dela, figuras aparecem para os prisioneiros, objetos cujas sombras são projetadas na parede. Para esses prisioneiros, as sombras são a única realidade e a verdade que conhecem.

    A “Alegoria da Caverna” presente em "A República" de Platão, narra um tema profundo sobre o conhecimento a partir da percepção dos sentidos . As sombras na parede representam as percepções limitadas daqueles que acreditam que o que veem e ouvem constitui toda a verdade. Como Platão escreve, “E agora, eu disse, deixa-me mostrar na figura como nossa natureza está iluminada ou não. Eis homens na caverna, morando num antro subterrâneo, cujas entradas se abrem à luz. Eles estão lá desde a infância, e têm as pernas e os pescoços acorrentados de tal forma que não podem se mover e só podem ver diante deles”.

    Em um momento crucial da alegoria, um dos prisioneiros é libertado e, ao sair da caverna, é confrontado com a luz do sol, uma experiência inicialmente dolorosa, mas transformadora. Esse prisioneiro liberto simboliza o filósofo, ou qualquer um que busca o conhecimento além do aparente. Ao adaptar seus olhos à luz, começa a ver o mundo ver a verdadeira forma, percebe que as sombras na caverna não eram a realidade, mas apenas reflexos distorcidos de objetos reais. Descreve, o filósofo Platão, que “quando alguém se volta para o que é brilhante, a visão é confusa e ele não consegue ver nada do que são agora chamadas realidades”.

    O discípulo de Sócrates nos convida a refletir a aceitação de versões distorcidas da realidade, sejam elas moldadas por nossos sentidos limitados ou influenciadas por forças externas. E por que não dizer sobre a influência de nosso viés de confirmação? 

    Na sociedade moderna, essa alegoria é relevante, na medida que se pode compreender a caverna como uma metáfora para o mundo das mídias e das redes sociais, onde a verdade é aquilo que é propagado e a boa fé de quem recebe as  toma como simples verdade, especialmente de acordo com seus viés de pensamento

    Assim como os prisioneiros confiam nas sombras, muitos de nós podem se contentar com narrativas simplificadas ou distorcidas, sem questionar as camadas mais profundas do que é apresentado. Platão nos alerta: “A cultura filosófica não dá a visão, mas pode orientar a alma que já a possui, à luz do conhecimento”.

    Nesta reflexão, o papel do maçom se torna hoje particularmente relevante. Como buscador de luz e verdade, o maçom é chamado a transcender as sombras da caverna, representando a ignorância e a ilusão, para alcançar um conhecimento mais profundo e não aceitar aquilo que é posto como uma verdade insofismável. O simbolismo maçônico está profundamente alinhado com a busca platônica por conhecimento e sabedoria. O maçom é ensinado a "esculpir sua pedra bruta", isto é, a trabalhar continuamente em seu aprimoramento pessoal e moral, tal como o prisioneiro que, ao sair da caverna, ajusta sua visão à luz do conhecimento.

    O papel do maçom na sociedade hodierna é duplo. Primeiro, busca constantemente a verdade, esforçando-se para ver além das sombras e ilusões que frequentemente moldam a percepção pública. Isso envolve um compromisso com a educação, o questionamento crítico e a reflexão filosófica, pilares fundamentais do livre pensador. 

Segundo, o maçom, como o prisioneiro liberto de Platão, tem a responsabilidade de retornar à caverna, ou seja, de compartilhar seu conhecimento e iluminação com os outros, ajudando a libertá-los das correntes da ignorância.

Na prática, isso significa que o maçom é um defensor da verdade, da justiça e da moralidade em sua comunidade. Ele é chamado a ser um exemplo de integridade, compaixão e serviço ao próximo. No contexto de uma sociedade saturada por desinformação e manipulação midiática, o compromisso maçônico com a verdade e a ética torna-se um farol de esperança e um chamado à ação. É preciso estar sempre alerta.

A lente maçônica deve ser guiada por uma reflexão filosófica, um guia para a ação moral e social. Ela nos desafia a não apenas buscar a verdade, mas também a servir como guias para outros em sua jornada de descoberta, ser o irmão experto na condução do saber. Assim, o maçom moderno se posiciona como um guardião da sabedoria e da verdade, comprometido em construir uma sociedade mais iluminada e justa, na qual a verdadeira natureza da realidade seja compreendida e valorizada, indagando o que está posto e sempre mentalmente livre.



julho 28, 2024

A CAVERNA - Adilson Zotovici


Fria furna tão escura

Base a destino rotundo

Qual  parece sepultura

A  profano moribundo


Lá, sagrada criatura

Por raciocínio  profundo

Começa vida futura

De iniciado fecundo


Some ali  o furibundo

E surge luz de candura

Do Eu interior oriundo


Tudo passa num segundo !

Da terra,  terna aventura,

Grassa, breve,... novo mundo !



A LOJA E OS MAÇONS - MOTIVAÇÃO E PROPÓSITO- Rodrigo Arisa


Palestra muito inteligente que
 vale a pena ser vista e meditada.



MATEMÁTICA E LITERATURA SÃO IMPRESCINDÍVEIS NA LITURGIA MAÇÔNICA- Aldo Vecchini



Matemática e a literatura são imprescindíveis na liturgia maçônica

Ousaremos com esse trabalho reflexivo apontar a extrema necessidade das ciências exatas e humanas na composição textual do simbolismo maçônico                                                       Trivium e quadrivium - platônico: O conjunto do conhecimento - ou as setes artes                                  Gramática, Retórica e Lógica Aritmética, Música, Geometria e Astronomia.

Três e quatro engendra o sete. Número primo, místico e emblemático – sugere as vibrações superiores e o encontro do que seja sublime. Basta observar o avental maçônico que é composto do triângulo sobre o retângulo, ou seja a junção do espiritual e o material.

Afinal a liturgia maçônica se faz com as artes, com a matemática e a literatura para ofertar com precisão cirúrgica, o melhor conjunto formador aos obreiros e artesãos livres, de bons costumes e estudiosos. 

Os Aprendizes são obreiros silenciosos. Reportam-se ao AUDI, VIDE, TACE!

Dedicam-se ao labor incessante e recebe como pagamento a base para elaboração do saber: a atividade de pensar, de observar, e de executar. São recipiendários dos métodos de construir acompanhando seus mentores na arte de tornarem-se melhores.

Os estudiosos já devem saber que os obreiros operativos haviam de desenvolver a capacidade de calcular e raciocinar, para construir com arte. Foi nessa linha que edificaram as mais belas e instigantes catedrais, mundo afora.

Os modernos e especulativos deram mais uma forma ao conhecimento dialogando com as possibilidades. Questionam, ensaiam, debatem, fazem da atividade mental uma provocadora de situações, de investigações e resoluções de enigmas.

Assim o três e o quatro sobram em muita coisa sobre a Maçonaria. Na verdade, esses números são conceitos para as artes, para as dimensões materiais e espirituais, também para o registro das construções textuais que a atividade de pensar vier a desvelar dos acontecimentos e dos fatos.

Para prosseguir usaremos uma afirmação atribuída a Albert Einstein: "A coisa mais maravilhosa que podemos experimentar é o MISTÉRIO".

Portanto, ler e escrever, conhecer e refletir, pensar e analisar, dialogar tornaram-se imprescindíveis para experimentar o que seja mistério ou místico. Na passividade não se experimenta outra coisa, senão, a mesmice.

Se é cediço que: "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode imaginar a nossa vã filosofia" - frase atribuída a Shakespeare, também é sabido de todos que a Arte Real é a arte do pensamento.

O grego de Samos – Pitágoras – foi excelente matemático e filósofo. Podemos ver na joia do Past-Master a tábua de Pitágoras – parece simbolizar a sapiência; bem como o quadrado perfeito a partir de partes do triângulo-retângulo.

Uma singela significação é para a sabedoria acumulada em um Mestre Perfeito, que faz da adversidade, a razão exata dos elementos envolvidos.

Faz também da serenidade a melhor alavanca a mover a escória polindo todas as faces, permitindo e revelando os contornos da obra e seus detalhes: delgado e singelo.

Pensemos os motivos das sete artes ou o conjunto do conhecimento na formação de maçons na atualidade, haja vista que o contemporâneo exige flexibilização do pensamento ou seja, a compreensão do que nos chega e do que devemos devolver melhorado.

Nos tempos idos, o domínio das sete artes foi fator preponderante nas realizações pessoais e coletivas. Haviam de conhecer para executar.

Gramática – Conjunto de princípios que regem o funcionamento de uma língua, determinando o uso considerado correto de uma língua.

Retórica – Argumentação eloquente ou comunicação clara; eloquência.

Lógica – Modo de raciocinar coerente que expressa uma relação de causa e consequência; raciocínio, método.

Aritmética – Ciência que estuda as propriedades elementares dos números racionais.

Música – Combinação harmoniosa de sons ou combinação de sons para os tornar harmoniosos e expressivos.

Geometria – Parte da matemática que estuda rigorosamente o espaço e as formas (figuras e corpos) que nele podem estar.

Astronomia - Ciência que estuda o universo, espaço sideral, e os corpos celestes, buscando analisar e explicar sua origem, seu movimento, sua constituição, seu tamanho.

Atualmente não é diferente. Havemos de conhecer para executar. Porém as ferramentas modernizaram. A presença da tecnologia e suas inovações facilitam todo o processo e, também, dificultam-no em virtude do plágio, da falsidade ideológica e da apropriação indébita.

Nesse sentido, a Grande Loja do Estado de São Paulo-GLESP, deu um salto de qualidade concebendo a Grande Secretaria de Educação Maçônica, o setor responsável pela formação dos maçons da GLESP.

Servindo-se da tecnologia e suas possibilidades disponibiliza pela ferramenta EaD, um conjunto de saberes que fomentarão o cabedal dos estudantes que queiram ampliar seus domínios, potencializando a sua compreensão do que estiver velado, ajudando e melhorando com isso o seu entorno, fundamentado no compromisso de tornar feliz a humanidade.

O material disponível na ferramenta EaD é abundante e de fonte fidedigna. São textos e vídeos de alta qualidade, todos direcionados para a construção intelectual do estudante que conta também com o mentor de Loja – um colaborador e facilitador na formação educacional dos seus orientandos.

Pois bem! Convém agora articular melhor a ideia das ciências exatas e humanas no presente trabalho. Seria de bom alvitre aderir aos amantes dos números e de tudo o que possa resultar das suas combinações, dentre elas equações, expressões, medidas, ângulos, formas, mas é a tri-dimensão que encanta e consolida a perspectiva matemática.

Infelizmente não somos matemáticos, mas contaminados pela expressão de que: “Os números governam o mundo”. Também não somos literatos, o feito e o que se faz, é pura teimosia de juntar letrinhas e compor parágrafos, sem a intenção do perfil culto, senão, de temerários que insistem em registar o que pensam.

A Lógica é essa, pois o raciocínio é sui generis. A Gramática está presente pois, a estrutura é visível na forma e na pontuação. Retórica não há, pois falta qualidade inata. Nada ou quase nada de Geometria, salvaria as perspectivas mentais que futuramente expressar-se-ão no papel. Astronomia passa longe, pois os astros permanecem ou no firmamento ou desenhados no teto das Lojas representando a abóboda celeste. A Música ocupa todo o espaço embalando a calmaria até serenizar tudo/todos. E a Aritmética marca forte presença, tanto na quantidade de palavras quanto nas ideias, nas probabilidades e nos conceitos.

Fiéis escudeiros da távola redonda sirvam-se desse tratado e deliberem sobre o seu alcance. Deixem que o contraste com as vossas espadas/palavras agudas e cortantes equilibrem as formas resultantes do círculo, do cume e do corte. Esgotem todas as possibilidades traçando os melhores planos.

Consagrados membros da irmandade utilizem desse cercado para conferir-lhe outras nuances, novas dimensões e angulação. Só assim nossa construção ganhará novos patamares com o assentamento de pedra sobre pedra. Lembrem-se que quanto mais polida e retificada melhor será o acabamento.

E no acabamento ninguém ousaria economizar. Mesmo sendo a economia nutrida por números, nesse caso a exceção contraria a regra, pois o capricho não se esconde ao desbastar e angular cada bloco, mas apresenta-se na precisão e harmonização simbólica, na forma do 1,618, ou do número PHI.

Cada parte é também a proporção no conjunto da obra. A correspondência entre a parte e o todo é a mesma entre o que está em cima e o que está embaixo. Entre o que estiver dentro e o que estiver fora. Por isso o artesão conhecerá profundamente o canteiro de obras e deterá o total domínio da arte de construir para apresentar o mais exato produto acabado, ainda que sobre as possibilidades... 

  



julho 27, 2024

O JURAMENTO MAÇÔNICO - Almir Sant'Anna Cruz

 

O juramento maçônico, por sua antiga fórmula, tem sido o alvo preferido das especulações e ataques antimaçônicos, sobretudo da Igreja, que viu nele uma espécie de pacto demoníaco, levado a efeito em ambiente de ameaça e de terror, visando não somente proteger os segredos maçônicos, mas principalmente, impedir que o Maçom se desligue voluntariamente da instituição. A bula papal In Eminenti, de 1738, em que o Papa Clemente XII excomungou a Maçonaria, assim se referia a ele: “... e comprometem-se por um juramento terrível, prestado sobre a Bíblia, e sujeito a medonhos castigos, a guardar por um silêncio inviolável as práticas secretas de sua sociedade”.

O Monsenhor José Alberto L. C. Pinto in Dicionário Prático de Cultura Católica, Bíblica e Geral, assim define um juramento:

“Afirmação ou negação de algo para o que se invoca a Deus como testemunha, ou ainda empenhando a própria honra, etc. Sua finalidade é confirmar a verdade da afirmação ou negação feita em juramento. Para ser lícito, o juramento deve ser justo (...), prudente (...) e verdadeiro (...). O pecado do perjúrio será pois jurar uma falsidade conhecida como tal ou encerrar na afirmação ou negação alguma promessa sem a intenção de cumpri-la, ou ainda faltar, mais tarde, a essas promessas”.

Todos os juramentos, empregados em qualquer religião e em todas as sociedades humanas, seguem tal definição. Os juramentos comportam comumente três partes:

- Invocação: apelo a quem se está jurando;

- Promessa: o próprio objeto do juramento; e

- Imprecação: declaração dos castigos a que se submete quem está jurando, se for perjuro.

Pois o juramento maçônico também segue aquela definição e igualmente está dividido em três partes:

- Invocação: ao Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, e à assembleia de Maçons presentes;

- Promessa: jamais revelar os ritos maçônicos; ajudar e defender os irmãos em tudo o que for necessário e justo; e reconhecer como regular, legal e legítima a Potência Maçônica à qual a Loja está jurisdicionada; 

- Imprecação: declaração dos castigos *simbólicos* aos quais se submeterá aquele que for perjuro.

Excerto do livro Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores -Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

O SAMURAI E O CACHORRO - Claudio Seto



Há muito e muito tempo viviam num feudo distante, um samurai, sua esposa e o filho, ainda bebê. Certa ocasião, a esposa foi à cidade para fazer compras e o samurai ficou tomando conta da criança. Nisso um emissário chegou com um recado de que haveria uma reunião de emergência no castelo e que todos os samurais deveriam comparecer com urgência.

Como não podia entrar na reunião com uma criança de colo, deixou o bebê numa esteira à sombra de uma árvore, no jardim do castelo. Em seguida ordenou ao cachorro que os tinha seguido, que ficasse tomando conta da criança.

O bebê dormia tranqüilamente quando uma enorme serpente veio rastejando para perto dele. O cão, ao perceber o perigo que a criança estava correndo, atirou-se sobre a serpente, atacando-a com mordidas agressivas, para proteger o bebê. E uma batalha de vida e morte foi travada.

Quando a reunião terminou, o samurai foi buscar seu filho e o cachorro veio ao seu encontro abanando o rabo. O homem levou um susto ao ver o cachorro cheio de sangue da serpente em volta da boca e pensou imediatamente:

- Oh, meu Deus! O maldito animal matou meu filho.

E num impulso de raiva sacou sua espada e decapitou o cachorro. Quando se aproximou da árvore encontrou uma enorme serpente morta, próximo da esteira onde o menino dormia tranqüilamente. Então o samurai entendeu o que tinha acontecido.

Moral: pense sempre, antes de agir precipitadamente.

A FENOMENAL ARTE ESOTÉRICA - Roberto Ribeiro Reis


Nem mesmo a sabedoria aristotélica

Tampouco a inteligência platônica,

Inda que de maneira sincrônica

Explicariam essa arte esotérica.


Fenomenal, gramatical e numérica,

Bem mais que isso ela simboliza;

Das ciências seja quiçá a precisa,

Transmite luz inebriante e feérica.


É um misto de segredo e encanto,

Transcendental, porém adogmática;

É filosófica, alegórica e bem prática,

Tem muita paz esse nosso recanto.


Ao profano, fica sempre o espanto,

Pois a curiosidade inda o fascina;

O preconceito lhe ofusca a retina,

A ignorância só lhe traz o pranto.


A esotérica arte fenomenal

Conduz à fé, esperança e caridade;

É ritualística e grande oportunidade

De exercer o nosso lado fraternal.  


De vida é forte manancial,

De proteção é preciso baluarte;

Essa fenomenal e esotérica arte

Parte ao encontro do lado espiritual.


Feliz é essa agremiação excepcional,

Plêiade de homens de muita cultura;

Que têm promovido a boa semeadura,

Sua colheita virá de Reino Atemporal.


Sabedores do simbolismo da tríade,

Por 3 vezes 3 eles nos abraçam;

A ignorância é algo que rechaçam,

A instrução recebem em miríade.


Das revoluções sempre protagonistas,

Liderando-as com brilhante ideário;

Essa nobre instituição é educandário,

De filosofias alvissareiras, progressistas.


Talvez, a nossa maior conquista

Resida no moral de nosso Instrutor;

Arquiteto Maior que edifica, com Amor,

Tudo ao alcance e além de nossa vista...

julho 26, 2024

SAGRAÇÃO DO TEMPLO MAÇÔNICO - Newton Agrella


É bem verdade que há uma corrente de autores maçônicos que preferem  imprimir um aspecto divinal, religioso e especialmente cristão à cerimônia de Sagração de um Templo Maçônico.

Há contudo, um outro segmento de caráter mais antropocêntrico, filosófico e pragmático que entende que a Cerimônia de Sagração do Templo, constitui-se a rigor, em basicamente , conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, sem no entanto implicar em qualquer sentido de “santificação”, ou algo semelhante.

Cabe aí inclusive, um eloquente parêntesis, vez que semânticamente, a terminologia mais adequada e inerente a este tipo de Cerimônia seria Consagração ao invés de Sagração.

Como alguns maçons acreditavam que a Oficina de trabalho maçônico fosse um ambiente santificado, num  crasso equívoco confundindo e misturando Maçonaria com Religião, é que a expressão  “sagração” acabou ganhando força e suscitando inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.

Assim, entre a palavra “sagração” e “consagração”,  aquela que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida ao local.

O verbo "consagrar" no ambiente vernacular maçônico significa. : separar, ou dedicar  um lugar específico para a solene prática de um trabalho  filosófico, iniciático ou semelhante.

"Sagrar", por sua vez, encontra um sinônimo mais condizente que é o verbo "sacralizar" - cujo significado é o de conferir um aspecto eminentemente religioso, divinal e de santificação e veneração a Deus.

Fato é que inobstante as discussões, ainda que por vezes estéreis, isto possa provocar, o que deve ficar cristalinamente claro é que Maçonaria não é religião. 

Ela é sim, uma instituição filosófica, humanista, filantrópica, progressista e evolucionista que busca o aprimoramento da consciência, através de um processo permanentemente especulativo.



INSTRUÇÕES MAÇÔNICAS - Kleber Siqueira


Penso que, em geral, as reclamações decorrem da incapacidade das lojas de cumprirem o seu papel de receber o aprendiz, instrui-lo adequadamente até que atinja o mestrado de modo consistente e que inspire confiança e gere comprometimento progressivo com a nossa doutrina, bem como conduza ao trabalho em equipe que irá pavimentar o caminho para uma trajetória que o permita ser um potencial Mestre da Loja e uma futura liderança na esfera da loja, do distrito e da potência. 

Trata-se de um processo continuo de integração, aprendizado e de serviço que ao falhar, desaponta, desistimula e gera evasão. 

A instrução maçônica é ministrada com o exercício do trabalho em equipe. 

A avaliação de desempenho dos neófitos até que atinjam o mestrado completo (diplomado) é fundamental que seja realizada com pontos de controls formais e também com a observação permanente do comportamento do neófito. 

Muito se discute sobre os problemas e insucessos, mas pouco se trabalha no entendimento de possíveis soluções. 

É um aspecto triste, pois deprecia a capacidade de organização e direcionamento das lojas para sanar esse problema crônico. 

Um fraterno abraço aos prezados irmãos que se preocupam com essa questão. 


julho 25, 2024

DIA NACIONAL DO ESCRITOR - Joab Nascimento


Hoje é o dia do escritor

Exalto ao nosso senhor

Minhas congratulações

Esse ser que traz na veia

Com seus versos incandeia

Formador de opiniões


Não importa o segmento

Qu'ele usa no momento

Para poder se expressar

Ao transportar pro papel

Numa rima de cordel

Reluz entre a lua e o mar


Contos, cordéis e poesias.

Crônicas ou biografias

Sonetos, tema infantil

Redações, textos de humor

Roteiros, cartas de amor

Torvas, livro juvenil.


A escrita é pro escritor

A vida dum sonhador

Que traduz seu pensamento

Dar vida a simples ideia

Fala de plebeu, plebeia

E a dor dum sofrimento


A sua obra é imortal

Deixa o seu material

Pra toda posteridade

Vão servir de ensinamentos

Direcionam pensamentos

Um bem para humanidade


A cultura e educação

O bem estar e a formação

De homens para o futuro

Toda evolução do ser

A história pra aprender

Deixa claro o que é escuro 


O escritor é visionário 

Eterniza o necessário

Nos dando conhecimento

O mundo sem o escritor

Não teria tanto valor

Sem o saber do momento


Salve todo o escritor

Um ser de saber e amor

Ente, enviado por Deus 

Com a caneta e o papel

Pinta o céu sem pincel

Para o bem dos irmãos seus.




A NECESSÁRIA DUALIDADE - Francisco Góis s


Segundo Carl Gustav Jung, sempre que estivéssemos divididos deveríamos permanecer entre os dois lados, suportando o conflito, até encontrarmos uma terceira opção que seja capaz de unir a oposição. 

Se simplesmente escolhermos um dos lados, cedo ou tarde sentiremos falta do outro. 

É aí que, com criatividade, surge espaço para a tolerância, aceitação, conciliação e paz.

Porém, somos limitados quanto à compreensão dos extremos, tanto principio quanto fim. 

O mundo que percebemos é apenas um ínfimo ponto no universo que nos rodeia. 

Não conhecemos nem a nós mesmos. 

Mesmo assim somos intolerantes com ideias que não coadunam com as nossas.

O intelecto humano é ainda muito limitado. 

Entendemos muito pouco do presente, do que somos; 

quase nada de onde viemos e muito menos do futuro para onde caminhamos.

Será que enquanto estivermos presos ao fato de sermos finitos, nos será dado conhecer o infinito?

Quando deixaremos de viver e agir apenas dentro dos limites que nossa parca visão física delimita? 

Quando nosso limitado saber conseguirá harmonizar matéria e espírito em seu devido e justo contexto?

Talvez em relação ao nada sejamos tudo e, em relação ao tudo, sejamos nada.

Porém, se conseguíssemos conviver pacificamente com as nuances e dualidades de nosso mundo, compreendendo e tolerando as diferenças, quem sabe pudéssemos ser nós mesmos, seres livres, porém unidos em um ideal comum de prosperidade e felicidade.

Mesmo algumas vezes não concordando com a dualidade que a nós se apresenta, deveríamos procurar entende-la, criando uma síntese, ou seja, a terceira opção de Jung. 

Aí sim, estaríamos livres de dogmas e preconceitos, prontos a trilharmos qualquer caminho, limitados apenas pela ética e pela nossa consciência, gerando o espaço para a criatividade e abrindo nossas mentes para o infinito. 

Quem sabe, a partir daí, passaríamos a conhecer a nós mesmos e entender de onde viemos, o que somos e para onde vamos. 

Talvez assim voltemos a unicidade Divina e a Paz, A Harmonia e a Concórdia voltem a imperar em nossas reuniões.