agosto 06, 2024

A ÉTICA E O SIGILO - Gabriel Oliveira


Coordenar e promover a ética em nós corresponde aprender a analisar os elementos que compõem a existência-humana-no-mundo. 

O ser humano não pode viver sem os outros da sua espécie e precisa deles para evoluir e tornar-se cada vez mais ético.

É nos relacionamentos pessoais, profissionais, comunitários e outros que nós temos a grande oportunidade de conhecer alguém e receber dele informações que, para o bem ou mal nos alimentam, nutrem, afetam nosso comportamento, nossas opiniões e decisões.

Toda pessoa tem o sagrado direito de se expressar, comunicar, expor suas idéias, executar seus argumentos, deliberar seus projetos/planos, estar contra ou a favor. 

Todavia, esses mesmos direitos, a outra pessoa os tem, e por isso, a cordialidade de ouvir os outros é algo tão sagrado quanto o direito que nos é outorgado.

Hoje, vivenciar um valor ético é uma arte que move a personalidade num compromisso tal que estimula a prudência nas ações, vale dizer, o sigilo. 

É sabido que não existem pessoas iguais e, é na riqueza da diferença que vemos a beleza da arte de viver, a criatividade dos outros e a alegria da convivência.

O sigilo assegura o caráter ético, dá segurança ao valor da comunicação e objetiva o que é essencial num diálogo. 

Ele nos faz pessoas responsáveis e respeitadas no campo profissional e no ambiente no qual estamos envolvidos. 

É nesta trilha de ideias que vemos a grande glória do respeito. 

Ainda mais, o sigilo nos oferece as credenciais da fidelidade à instituição que trabalhamos ou convivemos, reforça nosso compromisso pessoal e social.

No olímpico campo de ação na qual nos envolvemos, o sigilo só progride na ética, e esta só progride no sigilo, se nós nos programamos e determinamos nossas palavras, comentários, nossos desejos de “eu sei que você não conta para ninguém”, em qualquer ambiente que estejamos. 

Com isso, não queremos fazer do sigilo um mistério ou algo infalível na cátedra da consciência. 

O sigilo tem sua verdadeira comunicação na hora certa. 

Só esperamos que ninguém tenha o dissabor de errar a hora.

Gostaria de terminar este meu artigo citando as palavras de Napoleon Hill:

... *“estar juntos é um começo, continuar juntos é um progresso, trabalhar em conjunto é 

CONSTRUÇÃO DO SER HUMANO - Alexandre Cássio Lopes


Em nossa pequena observação, que refere construção do ser humano que é um tema fascinante e complexo que abordamos em nossa Ordem, que envolve várias dimensões e mundos complexos biológica, psicológica, social e filosófica.

Para a Dimensão Biológica: Acredito que a formação biológica do ser humano começa na concepção iniciativa com referência ao Número 3 e continua ao longo do desenvolvimento fetal, infância, adolescência e vida adulta.

Para a Dimensão Psicológica: o ser humano iniciático se desenvolve através de interações com o ambiente e outras pessoas numa escala associativa.

Para a Dimensão Social: obviamente o ser humano é moldado pelas culturas, tradições, valores e normas da sociedade em que vive. Dentre os princípios que são basilares de nossa Ordem a educação, a família, a escola e o ambiente de trabalho desempenham papéis cruciais na formação do Homem.

Para a Dimensão Filosófica: a construção material simbólico, o ser humano é visto como um processo de autoconhecimento e desenvolvimento da racionalidade.

Podemos, se me permitir meus caros Irmãos, mencionar pensadores como Jean-Paul Sartre  que sugerem que a essência do ser humano é construída tanto pelas escolhas que fazemos quanto pelas influências externas.

Todas estas dimensões especulativas interagem de maneira complexa para formar o ser humano em sua totalidade.

Podemos assim concluir amados que a máquina perfeita criada do Barro com bateria biológica se transforma ao longo dos tempos, se aproximando e se multiplicando dando forma e tomando forma. Segundo, bóson de Higgs a criação é uma partícula responsável pela existência de um campo que permeia todo o Universo.

Somos um e somos todos.


agosto 05, 2024

A ÁGUIA BICÉFALA NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail

A águia bicéfala, representativa do Rito Escocês Antigo e Aceito, talvez seja o símbolo maçônico mais conhecido depois do Esquadro e Compasso e do Delta Luminoso. 

Mas qual seria sua real origem na Maçonaria?

Alguns autores teimam em relacionar a águia bicéfala do REAA com a águia de Galash, com Bizâncio e Constantino, com o Império Romano, talvez querendo atribuir ao Rito uma antiguidade que não possui. 

Outros tantos autores afirmam que a águia bicéfala é herança de Frederico, o Grande. 

Algo ainda mais impossível, pois Frederico nada teve com o REAA e seu escudo de armas era de uma águia negra com apenas uma única cabeça.

Para que se compreenda a adoção de tal símbolo, é necessário voltar à origem do REAA, no Rito de Perfeição, então praticado na França:

Na década de 50 do século XVIII, a maçonaria conhecida como “escocesa” estava se desenvolvendo rapidamente na França, dominando a política interna da maçonaria naquele país. 

Foi então que, em 1756, surgiu o Conselho dos Cavaleiros do Oriente, dirigido por maçons da classe media, com o intuito de organizar os Graus Superiores. 

Já os maçons da classe alta e da nobreza, não desejando ficar para trás e deixar os opositores ganharem poder, criaram o Supremo Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente. 

Ora, um ”Supremo Conselho“ soa mais do que um simples ”Conselho”, “Imperadores” são mais do que simples ”Cavaleiros”, e ”Oriente e Ocidente“ é o dobro do que apenas ”Oriente”! 

Dessa forma, esse Supremo Conselho conseguiu prevalecer, se tornando a “incubadora” do Rito de Perfeição, com seus 25 graus, os quais posteriormente serviram de base para o Rito Escocês Antigo e Aceito.

Como emblema, o Supremo Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente buscou inspiração no Império Romano que, em seu auge, governou o Oriente e o Ocidente e adotou um sistema de dois governantes simultâneos. 

Nessa fase do Império, adotou-se a águia bicéfala para simbolizá-lo. 

O Supremo Conselho encontrou na águia bicéfala o símbolo do “Oriente e Ocidente” e acrescentou uma coroa sobre as cabeças das águias para simbolizar a realeza, afinal de contas, tratava-se de um Conselho de “Imperadores”.

Quando do surgimento do Supremo Conselho do Rito Escocês em Charleston, EUA, com seu sistema de 33 Graus, aproveitou-se o emblema do Rito de Perfeição, da águia bicéfala com a coroa, acrescentando acima dessa um triângulo inscrito com o número “33”. 

Além disso, optaram pela típica “águia americana”, com as penas da cabeça e da cauda brancas e o restante da plumagem marrom.

Já Lagash, alquimia, passado e futuro, bem e mal, Prússia, liberdade, Bizâncio e Constantino, espírito e matéria, fênix negra, tudo isso já é por conta da viagem de cada autor, não havendo relação alguma com o motivo da águia bicéfala ter sido adotada como símbolo do Rito Escocês Antigo e Aceito.




 *O TEMPLO DE SALOMÃO - HISTÓRIA E  LENDA QUE HABITAM O IMAGINÁRIO E A CONSCIÊNCIA*


A Maçonaria vale-se da Simbologia, como a ciência que oferece a base interpretativa histórica, lendária e filosófica para sua compreensão.


Neste sentido o "Templo de Salomão", sob a égide maçônica, constitui-se num símbolo e numa alegoria  que representam o Universo. 


Seja no sentido do Cosmos  como um todo, bem como do próprio ser humano. 


Isto se traduz como resultado a partir de um Princípio Criador e Incriado, ou seja, a que que os Maçons se referem como G.'. A.'. D.'. U. '.  - princípio dialético que se manifesta como referência para tudo o que existe à nossa volta.


Cabe contudo, ponderar que a existência sobre o Templo de Salomão está envolta numa Lenda.


E como se sabe, a Lenda é  uma narrativa de caráter maravilhoso em que um fato histórico se amplifica e se transforma ganhando magnitude sob o efeito da evocação poética ou da imaginação humana.


Há também um caráter mítico que cerca toda esta narrativa, cuja fundamentação encontra subsídios em grande parte,  nos testemunhos e relatos orais dos Antigos, cuja essência e significados  estão sempre sujeitos às mais variadas interpretações.


Para a Maçonaria o Templo de Salomão, sob o ponto de vista especulativo, demonstra o simbolismo geométrico-arquitetônico utilizado para exprimir o conteúdo do conhecimento esotérico e filosófico.


A propósito, a condição e o caráter filosófico da Maçonaria se explicam e se justificam porque em seus atos e cerimônias ela trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais.


A Maçonaria Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.


O Templo de Salomão detém um aspecto protagonista esotérico no arcabouço da Ordem.


Ele assume, através de sua configuracão estética, uma metáfora com a própria construção do templo interior humano, que busca a partir de sua Iniciação na Sublime Ordem, criar uma base sólida de sustentação de valores morais e éticos. 


A lavra deste templo, tem como objetivo aparar arestas e imperfeições humanas, devotar-se ao trabalho intelectual e espiritual como elementos base para oferecer consistência no processo de aprimoramento da consciência.  


Tudo isto, tendo nas ferramentas,  instrumentos de funções simbólicas que concorrem para a construção do Edifício Social.


Este arquétipo não se submete a qualquer religião, ou a qualquer dogma. 


Ele é fruto da investigação, pesquisa e estudo a que o Maçom Especulativo se dedica como obreiro incansável ao longo de sua jornada de vida.


Esta abordagem tem o mero propósito de trazer à Luz, o discernimento quanto a literalidade na forma de entendimento e o simbolismo como sentido analógico do que se pretende transmitir.


*NEWTON AGRELLA*

MOISES, O NECESSÁRIO- Roberto Ribeiro Reis


Seriam precisos

Muitos Montes Sinai,

Pois o mundo se esvai

Diante dos imprecisos.


A par dos dez mandamentos,

Precisamos de mais lições,

Para amenizar as aflições

Dos que vivem os tormentos.


Para quê tantos juramentos

Se nada mais é duradouro?

Só querem o bezerro de ouro,

Mesmo que com sofrimentos.


Para quê a excessiva lamúria

Se hoje a fé não se exercita?

E quase ninguém mais acredita,

Vivendo a espiritual penúria.


Pra quê luxuosos templos

Se paupérrimos são os corações?

Uma nota zero às realizações,

Os homens não dão o exemplo!


Pra quê pedir tanto dinheiro

Se nem sei se isso tem nome?

Ao meu redor, só vejo a fome:

Não só aqui, no mudo inteiro!


Pra quê viver desse jeito

Egoísta e com muita ambição?

É raro que dividamos o pão,

Anonimamente e com respeito!


Pra quê lavar os seus pés?

Se sujíssima está sua cabeça,

E antes que eu me esqueça:

Supliquem por vários Moisés!

agosto 04, 2024

JUDAÍSMO E MAÇONARIA- Michael Winetzki


 

A LINGUA GERAL PAULISTA - Marco Aurélio Do Arcírio Gouvêa Neto


A Língua Geral Paulista, ou Língua Geral Meridional foi o idioma nativo dos paulistas por mais de dois séculos e foi a Lingua Franca dos territórios conquistados e ocupados pelos paulistas mais do que o próprio português, falado desde o norte do Rio Grande do Sul a Goiás, de Minas Gerais ao Mato Grosso, disseminada principalmente por bandeirantes nos interiores do Brasil e posteriormente por tropeiros.


Desde a chegada de João Ramalho até por volta da metade do séc. XVII, os paulistas falavam o Tupi Vicentino, que era diferente do tupi do resto do Brasil em diversos aspectos, e se aproximava bastante do Guarani em termos fonéticos e lexicais. Mas a partir de meados do séc. XVII, esse Tupi Vicentino falado pelos paulistas já tinha passado por mudanças fonéticas, semânticas e sintáxicas, transformando-se no que chamamos hoje de Língua Geral Paulista, e foi falado em São Paulo até a primeira década do séc. XX, em que há relatos de que alguns idosos que ainda conversavam nesse nosso idioma.


Da segunda metade do séc. XVII até o fim do séc. XVIII, a Língua Paulista era falada como primeira língua pela imensa maioria da população paulista. As mulheres, as crianças e os escravos só sabiam falar nessa língua, já os filhos homens de pais que possuíam meios aprendiam depois o português na escola. 


Pode-se dizer que a Língua Paulista era a 'língua da mulher paulista' -- essa admirável e amada fortaleza que foi o verdadeiro esteio e fundamento da Nação Paulista desde Bartira --, pois era ela quem passava o nosso idioma para os filhos e que cuidava dos negócios da família, servindo de suporte inquebrantável para os nossos bandeirantes que passavam dias, meses e anos no sertão. Ainda se há de dar o verdadeiro reconhecimento à mulher paulista, que em nada foi menor que nossos bandeirantes e tropeiros. Podemos dizer que elas foram ainda maiores mais longe.


Para se ter uma ideia da importância do nosso idioma para o povo paulista da época, em 1770 ocorreu em São Paulo, na Igreja do Páteo do Colégio, a "Acadêmia dos Felizes", convocada pelo Governador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão (o Morgado de Mateus) para comemorar a recém readquirida autonomia administrativa da Capitania de São Paulo. A "Academia dos Felizes" era uma espécie de festival literário organizado pelos moradores e autoridades de uma localidade, no qual figuras ilustres apresentavam seus poemas preparados especialmente para a ocasião, e já havia ocorrido eventos da "Academia dos Felizes" no Nordeste e no Rio de Janeiro, décadas antes do evento paulista. Nos eventos do Nordeste e do Rio, assim como aconteceu no de São Paulo, foram apresentadas obras em português, castelhano, francês, italiano, latim e grego. Mas somente no evento paulista foram apresentadas obras em "idioma de caboclo", isto é, no nosso idioma paulista, que hoje os linguistas chamam de Língua Geral Paulista.


Talvez, a apresentação de obras na nossa língua nativa por ocasião desse evento tenha sido um tipo de protesto, já que alguns anos antes o Marquês de Pombal havia proibido o uso da Língua Geral Paulista (em 1760). Seja como for, o fato é que ele conseguiu, e essa proibição fez com que a nossa língua fosse deixando de ser falada em favor do português, e o que antes era o idioma geral dos paulistas foi ficando cada vez mais restrito às camadas mais simples da população. Embora tenha continuado a ser falada por todo o séc. XIX, mesmo que por um número cada vez menor de paulistas, a proibição impediu que a nossa língua pátria se tornasse uma língua escrita, com ortografia e um cânone literário próprios, até que morreu no começo do séc. XX.


O resultado da fonética da Lingua Geral Paulista sobreviveu no dialeto caipira, a troca do L pelo R onde "falta" vira "farta", onde "milho" vira "mio", além da presença do R retroflexo(caipira) presente na nossa língua hoje, esse é o resultado da troca da Língua Paulista para o Português, e onde diversas palavras dessa língua ainda sobrevivem em nomes e palavras como: emboaba, embira, tucuruvi, guarapuava, anhangabaú, tietê, caipira, caiçara, caipora, arimbá, curupira, batuíra, cabreúva, sorocaba, piracicaba e etc.


Em comparação com o Nheengatu amazônico de hoje em dia, a Língua Paulista manteve uma maior fidelidade à língua que foi sua mãe: o Tupi Vicentino, mas quem fala Nheengatu Amazônico pode perceber claramente que a Língua Paulista vem de uma variante do tupi, mas não seriam mutuamente inteligíveis. As palavras da Língua Paulista são ainda mais próximas do Guarani, mas ainda assim não seriam de fácil inteligibilidade mútua. 


A seguir um pouco da Língua Geral Paulista em frases curtas corriqueiras e um pequeníssimo vocabulário de palavras atestadas (que estão nos registros da Língua Paulista que chegaram até nossa época).


A ortografia portuguesa não permite indicar as diversas sutilezas fonéticas da pronúncia da língua paulista, mas serve como uma excelente aproximação.


VOCABULÁRIO EM LÍNGUA PAULISTA:   


Maranteím ereicô? --> Como está?

Aicô catu --> Estou bem

Daicôi catu --> Não estou bem


Maranteím oicô? --> Como ele(s)/ela(s) está/estão?

Maranteím peicô? --> Como vocês estão?


Chaçô muã --> Já me vou!/tchau! (despedida)

Tupã nê irúnamo --> Vá com Deus!


Tupã --> Deus (O Deus cristão; na língua geral paulista essa palavra não 

designava mais o deus tupã dos índios)

Tupã-róca --> igreja

Nhandeiára --> Nosso Senhor (Jesus)

Tupã-Sú --> Mãe de Deus (Nossa Senhora, Virgem Maria)

Tupã recê! --> 'Por Deus!', 'Pelo amor de Deus!'


Iquãe! --> Vá!

Iquãe umêm! --> Não vá!


Tenhê! --> 'Deixa pra lá!' ou 'Que seja!'

Tenhê-tenhê --> devagar


Iorí! --> Venha!

Iorí umêm! --> Não venha!


Enheêm! --> Fala!

Enheêm umêm! --> Não fale!

Enheêm tenhê-tenhê! --> Fale devagar!


Emeêm! --> Dá!

Emeêm xêvo! --> Dá pra mim!

Ameêm dêvo --> eu dou pra você


Eêm --> sim

Naâni --> não


Tecovê --> vida

Teõ --> morte


Toruva --> alegria/felicidade

Xe roru --> Estou feliz/alegre

Da xe rorúi --> Não estou feliz/alegre

Dê roru --> você está alegre/feliz (todas as frases servem também para 

pergunta: dê roru?)

Nã dê rorúi --> você não está alegre/feliz 

I rorú --> ele/ela está alegre/feliz, eles/elas estão alegres/felizes 

Di rorúi --> ele/ela não está alegre/feliz, eles/elas não estão alegres/felizes 


Porauçuva --> tristeza

Xe porauçu --> estou triste/infeliz

Da xe porauçúi --> não estou triste/infeliz

Dê porauçu --> você está triste/infeliz 

Nã dê porauçúi --> você não está triste/infeliz 

I porauçu --> ele/ela está triste/infeliz, eles/elas estão tristes/infelizes

Di porauçúi --> ele/ela está triste/infeliz, eles/elas não estão tristes/infelizes 


Tauçuva --> amor

Oroauçu! --> Te amo!

Doroauçúi --> não te amo

Açauçu. --> eu o/a amo

Daçauçúi --> não o/a amo

Opoauçu --> amo vocês

Dopoauçúi --> não amo vocês


Dê xe rauçu --> você me ama 

Pê xe rauçu --> vocês me amam 

Xe rauçu --> ele(s)/ela(s) me ama(m) 


Açauçu xe retama --> amo minha terra/pátria


Mendara --> casamento, casado(a)

Mendareúma --> solteiro(a)

Amendá-potá --> quero me casar

Amendá-potá derí --> quero me casar com você

Namendá-potári derí --> não quero me casar com você

Eremendá-potá xerí? --> quer se casar comigo?


Xe momorã --> Me agrada/gosto

Nã xe momorã --> Não me agrada/não gosto

Nê momorã --> te agrada/você gosta 

Nã nê momorã --> não te agrada/você não gosta 

I momorã --> o agrada/ele gosta

Ni momorã --> não o agrada/ele(a) não gosta 


Biú --> comida

Ú --> água

Cô --> este(a)/estes(as)

Qüê/Uím --> aquele(a)/aqueles(as)

Xe momorã cô biú --> me agrada esta comida/gosto desta comida

Nã xe momorã cô biú --> não me agrada esta comida/não gosto desta 

comida

Xe momorã qüê/uím biú --> me agrada aquela comida/gosto aquela comida

Nã xe momorã qüê/uím biú --> não me agrada aquela comida/não gosto 

aquela comida


Nheengara --> música

Xe momorã cô nheengara --> eu gosto dessa música


Poramotareúma --> ódio

Oroamotareúm --> te odeio

Noroamotareúm --> não te odeio

Anhamotareúm --> odeio ele(s)/ela(s)

Nanhamotareúm --> não odeio ele(s)/ela(s)

Opoamotareúm --> odeio vocês

Nopoamotareúm --> não odeio vocês


Dê xe amotareúm --> você me odeia 

Pê xe amotareúm --> vocês me odeiam 

Xe amotareúm --> ele(s)/ela(s) me odeia(m) 


Taçuva --> dor

Xe raçu --> estou com dor

Da xe raçúi --> não estou com dor

Dê raçu --> você está com dor 

Nã dê raçúi --> você não está com dor 


Tacuva --> calor/quentura

Xe racu --> estou com calor

Da xe racúi --> não estou com calor

Dê racu --> você está com calor 

Nã dê racúi --> você não está com calor 

Sacú --> está quente, está calor 

Da sacúi --> não está quente, não está calor 


Roú --> frio; também significa 'ano'

Xe roú --> estou com frio

Da xe roúi --> não estou com frio

Dê roú --> você está com frio 

Nã dê roúi --> você não está com frio 

I roú --> está frio 

Di roúi --> não está frio 


Itayú --> dinheiro

Arecô itayú --> tenho dinheiro

Darecôi itayú --> não tenho dinheiro

Itayuetê --> muito dinheiro, caro

Itayú merim --> pouco dinheiro, barato 


Ixê --> eu

Indê --> você/tu

Aê --> ele/ela, e também eles/elas; serve para todas as 3ª pessoas singular 

e plural

Nhandê --> nós

Peêm --> vocês/vós


Porangava --> beleza

Xe porã --> sou bonito(a)/belo(a) 

Nã xe porã --> não sou belo(a)/bonito(a)

Nê porã --> você é bonito(a)/belo(a) 

Nã nê porã --> você não é bonito(a)/belo(a) 

I porã --> É bonito(a)/belo(a) 

Ni porã --> Não é bonito(a)/belo(a) 


Catu/catusava --> o bem, bondade

Xe catu --> sou bom/boa

Da xe catúi --> não sou bom/boa

Dê catu --> você é bom/boa

Nã dê catúi --> você não é bom/boa

I catu --> é/está bom/boa/bem

Di catúi --> Não é/está bom/boa/bem


Aíva --> maldade, ruindade

Xe aí --> sou mau/ruim

Da xe aí --> não sou mau/ruim

Dê aí --> você é mau/ruim

Nã dê aí --> você não é mau/ruim

I aí --> é mau/ruim, são maus/ruins

Di aí --> não é mau/ruim, não são maus/ruins


Aipotá --> quero, desejo. Também significa 'concordo' e 'permito'

Daipotári --> não quero, não desejo, não concordo, não permito


Ambaê upotá --> quero comer

Nambaê upotári --> não quero comer

A upotá ú --> quero beber água

Da upotári ú --> não quero beber água


Acaú --> bebo (bebida alcoólica)

Dacaúi --> não bebo (bebida alcoólica)

Acaú potá --> quero beber (bebida alcoólica)

Dacaú potári --> não quero beber (bebida alcoólica)

Erecaú te? você bebe (bebida alcoólica)?


Aicuá --> eu sei

Daicuái --> não sei

Ereicuá --> você sabe

Dereicuái --> você não sabe

Oicuá --> ele sabe

Doicuái --> ele(s)/ela(s) não sabem


Tchinga --> branco (também 'morotchinga')

I tchim --> é branco

Ni tchim --> não é branco


Moruna --> preto

Sum --> é preto

Nã sum --> não é preto


Piranga --> vermelho

I pirã --> é vermelho

Ni pirã --> não é vermelho


Tovú --> azul

Sovú --> é azul

Da sovúi --> não é azul


Iúva --> amarelo

I iú --> é amarelo

Di iúi --> não é amarelo


Uaraçú --> sol

Iaçú --> lua

Iaçutatá --> estrela

Uaçú --> rio

Paranã --> mar


Iauara --> cachorro

Maracaiá mirim --> gato/gatinho

Uramirim --> passarinho


Colaboração: 

ARITMÉTICA NA PRÁTICA - Adilson Zotovici

Apenas visão poética

Em compasso à temática

Ao artesão, não hermética

Dum braço da matemática


Avaliação eclética

Duma lição pragmática

Na ação aritmética

Um tanto até emblemática


Arte Real na dialética

Quatro operações na gramática:

Dividir o pão com ética


Somar amor a sistemática

Subtrair a herética

Multiplicar fé na prática !



ANTI-MAÇONARIA - Almir Sant'Anna Cruz-


Mesmo antes da constituição da primeira Potência Maçônica, a Grande Loja de Londres (1717), já surgiram os primeiros ataques antimaçônicos, o que comprova, inclusive, que a Maçonaria Especulativa já vinha tomando o lugar da Maçonaria Operativa. 

Em 1652 um pastor presbiteriano de Kelso, Escócia, Maçom Especulativo, já levantara suspeita e estranhara o fato de se ter palavras secretas. 

Em 1698, um panfleto anônimo, endereçado “a todas às pessoas piedosas de Londres”, a Maçonaria era qualificada de “seita diabólica”, e seus membros de “sequazes do anticristo”, sob o argumento - ainda usado até os nossos dias – de que “se esses homens não fazem o mal, por que se reúnem em segredo e têm sinais secretos?”

SÉCULO XVIII

Com o surgimento da Grande Loja de Londres, os ataques anti-maçônicos tornaram-se mais intensos e mal-intencionados, até porque o escândalo é rentável para uns e desperta grande curiosidade no público em geral. É muito fácil – até os nossos dias – entreter na imaginação do público, o que de pior se possa conceber sobre o “segredo” dos Maçons! 

Os Maçons eram acusados de serem beberrões que se reuniam misteriosamente para confraternizarem unicamente entre eles, sugerindo, inclusive, que seriam homossexuais, razão pela qual não admitiam mulheres na fraternidade. 

Nessa época surgiram os “Mock Masons” (Maçons de Brincadeira), anti-maçons que, em Londres, realizavam procissões burlescas com personagens fantasiados de Maçons. 

É dessa época, também, a publicação das “exposures” (exposições), em que se revelavam certas práticas maçônicas. Algumas dessas publicações, como a “Masonry Dissected” (Maçonaria Dissecada) de Samuel Pritchard em 1730, acabaram se tornando importantes fontes de pesquisas sobre como era a Maçonaria Especulativa nos seus primórdios. Por essa publicação, sabe-se que em 1730 o Grau de Companheiro já havia se dividido em dois para constituir o Grau de Mestre. 

Outra acusação curiosa era a de que os Maçons eram “papistas”, em virtude da Inglaterra ser um país de maioria protestante e um Grão-Mestre (1729-1730), o Duque de Norfolk, ser católico. 

Na França, não foi diferente e as “exposures” proliferavam. Citaremos como exemplo apenas algumas: 

Uma publicação em “La Gazette d’Amsterdam” nos mostra que desde 1738 já havia o cargo de Orador e que todos em Loja portavam espadas. 

Em 1742 o Abade Perau publicou “O Segredo dos Franco-Maçons”, descrevendo uma iniciação no Grau de Aprendiz. 

Em 1744 Léonard Gabanon publica o “Catecismo dos Franco-Maçons” que descreve uma iniciação no Grau de Mestre. 

Em 1745 surge “A Ordem dos Franco-Maçons Traídos”.

Em 1746, o Padre Abeé Larudam em “Les Francs-Maçons Écrasés” (Os Franco-Maçons Esmagados) nos revela como surgiu o termo “Goteira”.

SÉCULO XIX

Começam a se distinguir os temas anti-maçônicos preferenciais: 

(1) a Teoria Conspiratória Anglófoba, em que a Maçonaria seria uma fachada do Serviço Secreto Inglês para obter o domínio mundial; 

(2) A Teoria Conspiratória Anti-Semita, em que as altas finanças judias, especialmente dos Rotchschild, estariam por trás dos Maçons. Surgiram caricaturas de marionetes vestidas de Maçons com cordéis sendo manobrados por judeus e que o simbolismo do Templo de Salomão utilizado pela Maçonaria significava, na verdade, a dominação mundial pelos judeus; 

(3) o Tema Satanista, em que os segredos maçônicos ocultavam o culto ao demônio e que as Lojas seriam “singogas de satanás”, tema que ainda perdura até os nossos dias. 

O mais célebre propagador dessa mentira foi um impostor que se utilizava de diversos pseudônimos, entre os quais o de Léo Taxil, tema já tratado em capítulo anterior.


*SÉCULOS XX e XXI* 

Continuam recorrentes os ataques anti-maçônicos, sempre utilizando os temas do passado, sobretudo o tema Satanista e as Teorias Conspiratórias para obter a dominação mundial. 

A Internet tornou-se um importante veículo de propagação de ridículos ataques anti-maçônicos dos Detratores da Maçonaria, que não passam de uns idiotas, que acreditam piamente nas inverdades sobre a Maçonaria que ouvem e as disseminam. Por mais que se tente esclarecê-los, adotam a postura do avestruz e não aceitam qualquer tipo de argumentação. Alguns são pretensamente mais esclarecidos, mas nem por isso deixam de ser igualmente idiotas. São geralmente fanáticos arraigados a conceitos religiosos distorcidos ou meramente pessoas de má-fé, que produzem elucubrações mirabolantes e desenvolvem teorias pretensamente eruditas, que uma mente sugestionável acaba acreditando tratar-se de verdades absolutas. 

Muitas dessas idéias aberrantes, de certa forma, são alimentadas inconscientemente pelos próprios Maçons, com conceitos errôneos sobre quais são verdadeiramente os segredos maçônicos e achando que tudo é segredo na Maçonaria.


Do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores Interessados no livro contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

agosto 03, 2024

LETRA CURSIVA

Você já se perguntou por que as crianças não são mais ensinadas a escrever em letra cursiva?

E não, não é por acaso que eles tendem a usá-los cada vez menos.

Cursivo significa colocar pensamentos em palavras; obriga você a não tirar a mão do papel.

Um esforço instigante que permite associar, conectar e relacionar idéias.

Não é por acaso que a palavra cursiva vem do latim “currere”, que significa correr, fluir, porque o pensamento é alado, corre, voa.

É claro que a letra cursiva não tem lugar no mundo de hoje, um mundo que faz o possível para desacelerar o desenvolvimento do pensamento, para suprimi-lo.

Lembre-se que a letra cursiva nasceu na Itália e depois se espalhou pelo mundo.

Por que?

Porque era uma fonte compacta, elegante e clara. Porque conecta caminhos neurais que apenas

estão conectados desta forma. E porque a IA não consegue lê-los.

A AMIZADE TEM O PODER DE RENOVAR A ALMA - Newton Agrella



Amizade não é ter amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. 

É antes de tudo, independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual a sua, é abstrair uma experiência diferente.

Amizade envolve intempéries. Clima bom, clima ruim, momentos estáveis e instáveis.

E mesmo assim, atravessar o tempo sem se preocupar com o frio ou calor.

Amizade significa aceitação, bem como, colocar-se no lugar do outro e ter a percepção que mesmo tendo opiniões e conceitos distintos sobre as coisas, o respeito, a tolerância e a capacidade de absorver as diferenças é o que conta, é o que vale e é o que pesa.

Amizade pra valer, desconhece a indiferença, ela não se ausenta mesmo nas horas mais desagradáveis.  

Amizade não impõe onipresença, não se exige que a pessoa esteja sempre por perto, de plantão. 

Amizade não é dependência, condição proposta ou submissão.  

Amizade é transparência, é comungar presencialmente ou virtualmente em qualquer cenário da vida.

Amizade é virar a página sem esquecer do livro, e compartilhar a história, sem se preocupar com o epílogo.

Amizade dispensa formalidade,  carimbo ou protocolo.

Ela é o que sai da alma e obedece sem pestanejar o que manda o coração.



agosto 02, 2024

GRUPOS DE WHATSAPP - Newton Agrella



(tendências)

Inobstante o tamanho dos grupos de whatsapp, mas claro, sobretudo naqueles maiores, observe que não dá tempo  para respirar, tentar fazer um brainstorming das trocas incessantes de mensagens, sem que se possa ao menos absorver e aquilatar com clareza o conteúdo de cada uma delas.

E isso ocorre com quase  todos nós. 

No final das contas, se fizermos uma rigorosa depuração de todas as mensagens, vamos concluir que praticamente todos dissemos ou escrevemos quase que a mesma coisa, com diferentes palavras. 

Sejam nas nossas afirmações, sejam nas nossas negações ou sejam nas nossas triviais respostas.

O ritmo de chegadas e partidas chega a ser frenético e a necessidade de demarcar território é uma prova inequívoca de que precisamos deixar muito claro aquilo que vai pela nossa mente.

Contra-argumentar torna-se um exercício meramente protocolar.

Mais que tudo porém, o que conta é deixar o nosso nome e o nosso ponto de vista registrados, seja como for. 

O furor com que vira e mexe se debate "o sexo dos anjos", coloca-nos por vezes, num caminho surreal que mais parece com o do cachorro nervoso correndo atrás do próprio rabo. 

Ou seja, andar em círculo e não sair do lugar.

De quando em quando; concordamos para não polemizar, ou até mesmo para não termos que elaborar um raciocínio mais requintado, fazendo com que o eixo do tema em discussão, por sí só, se evapore.

E assim vai...

Assuntos inadequados, que não encontram guarida em determinado ambiente, tornam-se objeto de rejeição, contribuindo para que se instaure um clima de instabilidade, com as espadas levantadas, e guardas em punho como que se num campo de batalha.

E isso é exatamente tudo o que "não se precisa" numa academia filosófica, onde o que se busca é a prática do bem, o exercício da virtude, o espírito harmônico e fraterno e especialmente o aprimoramento da consciência humana.



JOSÉ BONIFÁCIO ERA MAÇOM ANTES DE SER GRÃO MESTRE? - Almir Sant’Anna Cruz



Embora na 1ª Ata do Livro de Ouro do GOB tenha constado “foi nomeado por aclamação o Irmão José Bonifácio de Andrada” existe uma improfícua, discussão nos meios maçônicos de José Bonifácio ter sido iniciado na Maçonaria antes da fundação do Grande Oriente do Brasil, pois não haveria nenhum ato, documento ou registro que indicasse onde e quando ele fora iniciado antes de se tornar Grão-Mestre.

Ora, a grande maioria dos Maçons daquela época foram iniciados na Europa, sobretudo em Portugal e muitos deles não apresentaram documentos comprobatórios de sua iniciação ou grau, como veremos nas Atas transcritas mais adiante..

Muitos se perguntarão, como pode uma instituição como é a Maçonaria, que segue rigorosamente uma escala hierárquica, estabelecendo para esse fim uma série de Graus que marcam os conhecimentos e a responsabilidade de seus membros, aclamar José Bonifácio ao mais alto cargo de Grão-Mestre não sendo ele um Maçom? Como Gonçalves Ledo pode concordar com essa situação se sempre foi extremamente rigoroso em aceitar Irmãos para as Lojas que não pudessem comprovar seus diplomas dos graus? É claro que José Bonifácio já era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil e tinha o nome histórico de  Pythagoras, como se pode verificar na relação de obreiros da Loja 3 constante da 2ª Ata já reproduzida.

Se foi ou não iniciado antes de ter sido Grão Mestre, não teria a menor importância, pois a nomeação de José Bonifácio, foi a forma encontrada pelo Povo Maçônico, capitaneado por Gonçalves Ledo, de estabelecer uma ligação mais próxima com D. Pedro, através de seu mais importante Ministro. É natural que Ledo também soubesse que o melhor meio de atrair o Príncipe Regente para a Maçonaria era fazer de seu Ministro o chefe da Instituição, o que de fato ocorreu.

Supondo que ele não era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre, tal ação teria sido algo inédito no âmbito da Maçonaria Universal? Não!

A grande maioria dos Grão Mestres da Grande Loja Unida da Inglaterra foram escolhidos entre não Maçons que possuíam títulos nobiliárquicos.

Em 1773, quando se tornou necessário realizar uma reforma de base, transformando a Grande Loja de França em Grande Oriente de França, procurou-se um homem forte que, com sua coragem e prestígio, fosse capaz de executar o que se pretendia, tendo sido proclamado, como Grão Mestre, um não iniciado, Louis Philippe Joseph d’Orleans, o Duque de Chartres, que passou para a história como sendo Felipe Igualdade. Ao aceitar o cargo, lhe foi concedido o Grau de Mestre.


Do livro A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350