agosto 28, 2024

JUSTO E PERFEITO - Alcides Zanetti


A expressão “Justo e Perfeito” é encontrada pela primeira vez no L.’. L.’., mais especificamente no Livro de Gênesis, onde é retratada a história do Dilúvio.

O G.’. A.’. D.’. U.’., que é Deus, “arrependendo-se de ter criado o homem”, eis que havia se esquecido de praticar o bem trilhando pelos caminhos da iniqüidade corrompendo a humanidade, resolveu destruir a terra com um Dilúvio de proporção imensurável.

No capítulo 6, versus 9, encontramos: “Esta é a história de Noé. 

Noé era um homem Justo e Perfeito no meio dos homens de sua geração. Ele andava com Deus”.

Em Gênesis, capítulo 7, versus 1-3, assim o G.’. A.’. D.’. U.’. se manifesta: O Senhor disse a Noé:" Entre na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci JUSTO diante dos meus olhos, entre os de tua geração.” 

Mas onde, quando e como surgiu para a maçonaria ? 

A expressão: "justo e perfeito", segundo José Castellani, remonta às organizações medievais de canteiros (trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra bruta). 

Como os bons profissionais eram muito requisitados, havia muita rivalidade entre as corporações, valendo, nesse caso, até a sabotagem do trabalho, a qual consistia em penetrar no terreno do concorrente e fazer um leve desbastamento da pedra já cúbica, difícil de constatar pelo olho humano, porém, quando usada na construção, daria diferença, comprometendo aquele núcleo de pedreiros e maculando sua imagem.

Assim, no fim do dia de trabalho, por ordem do Máster (o proprietário, ou um seu preposto), um Warden (zelador, ou vigilante), media a horizontalidade a obra, com o nível, enquanto o outro media a perpendicularidade, com o prumo, e, se tudo estivesse em ordem, comunicavam ao Master: "tudo está justo e perfeito".

Na manhã do dia seguinte, a operação era repetida, da mesma maneira, para prevenir eventuais sabotagens durante a noite, pois da forma cúbica das pedras, dependia a estabilidade das construções. 

Se tudo estivesse "Justo e Perfeito" os trabalhos eram iniciados.

A expressão “Está tudo justo e perfeito” também é utilizada como cumprimento e reconhecimento entre os maçons. 

Mas será que está TUDO JUSTO E PERFEITO com a atual Maçonaria? 

E as queixas de IIr.’. de que nada vai bem na Maçonaria de hoje, que ela anda meio que adormecida???

Está sim Tudo Justo e Perfeito, pois a Maçonaria de hoje ainda permanece como a Maçonaria de ontem. 

Sua filosofia é eterna assim como seus ensinamentos. 

O que mudou então?

Como disse nada mudou na Maçonaria, mudou sim a atitude de alguns IIr.’. que não conseguem assimilar seus ensinamentos deixando de incorporá-los no seu templo interior, ou seja, não os praticam, não andam na sina das virtudes, muitas vezes vilipendiando-a, deixando de ser um maçom autêntico. 

São os vaidosos, antiéticos e hipócritas que vivem em nosso meio. 

Esses profanos de avental se esquecem de renunciar ao TER para passar a acreditar e ter atitude, no SER. 

Essa é a essência do que acontece na Maçonaria de hoje. 

Não levam consigo para o mundo profano os preceitos e ensinamentos da sublime Arte Real. 

Muito pelo contrário, trazem do mundo profano todas as imperfeições possíveis, semeando a desarmonia na Loja, pregando a desagregação entre os IIr.’. e o desequilíbrio nos nossos trabalhos.

Quando passamos pelo ritual da iniciação maçônica, renunciamos ao TER passando a SER útil aos nossos pares, órfãos e viúvas que é o grande objetivo da Maçonaria. 

Ninguém nos obrigou a assumir esse sério compromisso, mas quando o assumimos juramos sempre buscá-lo a fim de contribuir para o engrandecimento do nosso EU interior e contribuirmos para o bem estar da Humanidade.

Portanto, temos que colocar em prática no mundo profano a doutrina e os ensinamentos maçônicos transformando-os em uma filosofia de vida, como muito trabalho e ação.

O Grande Maçom Albert Pike, nos deixa uma lição. 

Assim ele discorre: 

_...“É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem por outra. 

A boca exprime o que o coração devia ter em abundância, mas quase sempre é o inverso do que o homem pratica”....

Bibliografia:

- Dicionário de Termos Maçônicos – Ir.’. José Castellani e Bíblia Sagrada

agosto 27, 2024

A LENDA DO CORAÇÃO DE PEDRA


Há muito tempo, quando as pedras ainda sussurravam segredos e o mundo era moldado pelas mãos dos mestres maçons, surgiu uma ferramenta que nunca havia sido vista antes. Ela não era feita de metal, nem de madeira, mas de um material que apenas os corações mais puros poderiam forjar: o Amor.

Reza a lenda que um jovem aprendiz, chamado Arion, possuía uma habilidade extraordinária. Seu coração estava repleto de bondade e compaixão, e suas mãos nunca falhavam. Cada pedra que ele tocava parecia se encaixar perfeitamente, como se respondesse ao toque delicado de seu amor. Seus companheiros observavam com admiração, mas Arion sempre dizia que o verdadeiro segredo não estava em suas mãos, mas no que carregava dentro de seu peito.

Certa vez, o grande Mestre do templo se aproximou de Arion, ansioso para descobrir o mistério por trás de sua habilidade. O jovem aprendiz, com humildade, revelou: "Mestre, o que orienta minhas mãos é o Amor. É a ferramenta que uso para esculpir a pedra e erguer os alicerces do templo." O Mestre, intrigado, pediu-lhe que lhe mostrasse essa ferramenta. Arion então pegou uma pedra comum, e ao segurá-la com todo o carinho e devoção que sentia, a pedra começou a irradiar uma luz suave e calorosa.

O Mestre compreendeu, então, que o Amor era a ferramenta mais poderosa de todas, capaz de moldar até o material mais sólido não com força, mas com paciência, gentileza e propósito. Ele convocou todos os maçons do templo e anunciou que, a partir daquele momento, o Amor seria reconhecido como a pedra fundamental da Maçonaria Operativa. Seria a força invisível que une as pedras, transforma os corações e dá vida verdadeira às obras dos mestres.

Assim, na tradição maçônica, acreditou-se que qualquer templo erguido sem o Amor como base estaria destinado a desmoronar, enquanto aquele construído com Amor resistiria aos ventos do tempo e às tempestades da vida. O Amor, então, foi elevado ao status de "Coração de Pedra", uma relíquia preciosa que apenas os maçons mais dignos poderiam encontrar dentro de si mesmos.

Dizem que, até hoje, os templos que permanecem firmes e íntegros são aqueles onde o Amor foi delicadamente talhado em cada pedra, tornando-o a ferramenta mais valiosa na construção de um mundo mais justo e harmonioso.


Autor desconhecido

A ARMA SECRETA DOS MAÇONS - Lucas Couto


A arma secreta de qualquer grande arquiteto de catedrais sempre foi a matemática. É ela que orienta a disposição precisa de paredes, colunas e arcos, permitindo que enormes estruturas de pedra se elevem de forma majestosa. Mais do que isso, a matemática faz desses lugares sagrados terem a sensação de reverência, que vai além da pedra e da madeira. A harmonia numérica desperta em nós uma calma quase sobrenatural, forjando uma conexão entre o design arquitetônico e a inspiração divina.


Os mestres pedreiros medievais, guiados por paixão e criatividade, herdaram e ampliaram a geometria sagrada dos antigos, levando-a a alturas nunca antes vistas.


As catedrais, símbolos dessa tradição milenar, continuam a encarnar essa arquitetura espiritual, definindo até hoje os espaços mais belos e transcendentes.


A geometria das catedrais começa em um lugar surpreendente: a natureza. Do movimento das galáxias às espirais das conchas, o mundo natural está repleto de formas intricadas, porém ordenadas. Parte do efeito calmante da natureza sobre a mente humana se deve à sua matemática implícita, que gera um senso de previsibilidade, proporcionalidade e hierarquia, mesmo em meio à diversidade da natureza.


Um exemplo claro é a sequência de Fibonacci, um conjunto de números que se constrói pela soma dos dois anteriores, resultando na famosa espiral de Fibonacci. Essa espiral pode ser observada em inúmeros fenômenos naturais, desde o redemoinho das galáxias e nuvens até a curva de uma concha ou a forma das ondas no mar. A harmonia matemática oculta nessas formas desperta em nós um apelo estético inconfundível, associando essas maravilhas naturais à própria definição de beleza.


Intimamente ligada à sequência de Fibonacci está a Proporção Áurea. Conhecida como o "número mais irracional", desafiando qualquer tentativa de ser representada em números inteiros, ela é frequentemente abreviada como 1,618 (ou representada pela letra grega φ). A Proporção Áurea é abundante na natureza, aparecendo em pinhas, na sequência do DNA e em incontáveis outras formas, mas sua relevância para a arquitetura e a arte é incomensurável.


Os maçons medievais viam esses padrões como a prova da ordem divina no universo. Ícones sagrados dessa época frequentemente retratavam Deus utilizando ferramentas matemáticas para projetar o cosmos, revelando a lógica divina que permeia toda a criação.


Quando se tratava de erguer seus próprios monumentos à fé, os arquitetos de catedrais refletiam essa convicção, projetando edifícios que seguiam os mesmos princípios matemáticos harmoniosos. O historiador Georges Duby observou que essa arquitetura se transformou em “teologia aplicada”, tornando o invisível visível através de blocos de pedra.


No entanto, os arquitetos medievais não foram os primeiros a reconhecer os padrões matemáticos da natureza e aplicá-los à arquitetura sagrada. O lendário Pitágoras foi o pioneiro em associar os padrões numéricos ao mundo natural. Ele e seus discípulos buscaram descrever a realidade através de relações numéricas racionais. Conta-se, de forma lendária, que, ao descobrirem a irracionalidade da Proporção Áurea, jogaram seu descobridor ao mar, num gesto simbólico que expressava a surpresa com essa descoberta.


Pitágoras também atribuiu significados espirituais aos números, fazendo da matemática e da arquitetura um empreendimento metafísico que os europeus medievais viriam a desenvolver ainda mais. Para ele, a Proporção Áurea representava a fusão perfeita entre matemática e natureza, ordem e caos, beleza e razão.


Não é surpreendente, portanto, que essa proporção tenha definido o maior templo da Grécia antiga, o Partenon. Suas colunas, estátuas e até suas dimensões gerais foram moldadas com base na Proporção Áurea, criando uma estrutura que exala harmonia e força.


Cerca de mil anos depois, esse exemplo inicial de geometria sagrada influenciou profundamente o Ocidente. Durante esse período, quando os arquitetos medievais enfrentavam o desafio de construir catedrais monumentais, os cruzados que voltavam de Constantinopla e Jerusalém traziam consigo o conhecimento esquecido dos pensadores gregos. Mais uma vez, os arquitetos ocidentais usaram a Proporção Áurea e outros padrões matemáticos para criar obras de grande impacto estético.


Essas harmonias numéricas não só definiram a arquitetura renascentista, mas continuam a influenciar o mundo moderno. Hoje, a Proporção Áurea está presente até no design do icônico pássaro do logotipo do Twitter, provando que essa relação entre matemática e beleza perdura, conectando o passado glorioso às inovações do presente.

CADA BODE NO SEU CANTO - Roberto Ribeiro Reis


 

Para o mundo cruento e nefasto,

É preciso um pouco mais de glória;

Não dar espaço à infeliz escória,

É cada bode em seu devido pasto.


Quem com seu tempo tem gasto

Energia à toa, sem necessidade,

Decerto, não conhece a Irmandade,

O que é puro, inda que não casto.


Para separarmos o joio do trigo

É preciso trabalharmos a união;

Sair do conforto somente então

Darmos ao próximo melhor abrigo.


Carregar o amor e o bem consigo,

Preocupar-se com o que é alheio;

Afinal, isso é um precioso meio

De conquistar um novo amigo.


O bode esperto seu canto conhece,

Vivendo muito melhor seu destino;

E jamais agonizará pelo desatino,

Pois sua história só se engrandece.


Por isso, ele só cuida de sua vida,

Sabe que é a melhor coisa que faz;

A experiência de ele estar em paz

Pelo caminho, antes de sua partida.

agosto 26, 2024

CATRACA LIVRE - Newton Agrella


 

De repente nos damos conta de que ser expectador é uma excelente oportunidade para olhar a vida como relevantes passageiros da história.

É a chance de percebermos  como as coisas acontecem e de que forma podemos aprender ou desaprender seus significados.

O papel de espectador nos faculta exercer o direito das escolhas com mais esmero e a avaliar o peso e as medidas das ações, bem como de rever conceitos que trazemos arraigados dentro de nós, e que muitas vezes deixamos de fazê-los até por uma questão de acomodação.

Como é gostoso sentar-se junto à janela e observar que cada um, a seu modo,  segue seu próprio ritmo, obedece ao seu próprio ritual e impõe seu timbre pessoal de maneira única e singular.

Reconhecer que cada um tem o direito de entender e interpretar seu personagem ao sabor de seus critérios, de algum modo significa respeitar a individualidade humana.

O livre arbitrio se associa ao livre pensamento na medida em que o que se busca seja o bem estar comum.

A proclamação da Liberdade, como o atributo mais digno e notável das disposições da alma é o que nos torna perfeitos dentro do nosso universo de imperfeições.

Talvez a elaboração no plano de aprimoramento de nosso interior, através da prática das virtudes, seja a versão mais consistente que agregue o maior valor de nossa experiência como seres humanos.

Bem, vamos continuar aqui ao lado da janela, debruçados sobre o seu parapeito, assistindo a essa grande aventura, que não precisa de títulos, nomes ou legendas.

Basta perceber que é vida que segue, sem retoques ou vestígios.  

É simples 

ΜΕΤΑΝΟΙΑ MAÇÕNICA - Sergio Quirino Guimarães


O conceito de Metanoia Maçônica pode parecer desconhecido aos Irmãos, mas é o intuito de todas as nossas instruções.

NOSSO APRENDIZADO VISA À TRANSFORMAÇÃO E À EVOLUÇÃO.

Na alegoria da Pedra Bruta para a Pedra Polida, tomamos ciência da transformação material necessária. De Aprendiz ao grau máximo do Rito, trabalhamos nossa evolução anímica.

Podemos dizer que Metanoia consiste em uma proposição material, moral e espiritual, a qual devemos assumir, almejando o enlevo seja de forma individual (homem justo e de bons costumes), seja coletiva (tornar feliz a humanidade).

É mudar, de maneira consciente, de atitude, pensamento ou ideia; compreender que, na Maçonaria, não há um "modelo de Maçom". Cada instrução torna-se um aprendizado a partir de sua vivência, e a plenitude dessa vivência só é possível se temos dominio do nosso racional, intelectual e emocional.

Vejamos a situação das masmorras aos vícios e dos templos à virtude.

O que é vício? Tudo que avilta o homem!

Todavia, o que é aviltamento? É o rebaixamento moral do homem!

Este é o cerne da questão: o ponto não está no vício, porém no que ele resulta em nós. Isto pode trazer desconforto a alguns Irmãos, mas a bebida não é um vício. O quanto se bebe, sim. Um homem bēbado rebaixou-se diante da sociedade. Um Maçom bēbado rebaixa-se diante de seus Irmãos. E é assim também com a mentira, com a dissimulação e com a vaidade.

O interessante é que, com a virtude, aquilo que nos induz à prática do bem também cabe nessa linha de reflexão. A doação é uma virtude? Não, se posteriormente houver publicidade. Dessa forma, resultará em um rebaixamento moral.

Então, qual será o caminho?

TRANSFORMAÇÃO + EVOLUÇÃO = REVOLUÇÃO

Não só a Maçonaria, como também o mundo, está passando por momentos complexos, nos quais é imperativa uma introspecção sobre o que somos, sendo resultado do que fizemos.

De agora em diante, se seguirmos nessa mesma "marcha", estaremos melhores ou iguais a como estamos hoje? Meus pequenos vícios gerarão "débitos" no futuro? Minha virtude inoperante originará "créditos" no futuro?

Precisamos, pois, da coragem necessária para uma transgressão pessoal daquilo que, de modo consciente, sabemos que fazemos errado ou não fazemos certo. Apenas alcançaremos a plenitude maçônica quando praticarmos o mestrado de nossas vidas.

O MAÇOM DEVE SER UM LİDER, MAS, PARA ISSO, DEVE CONECTAR-SE COM SUA CONSCIÊNCIA.



agosto 25, 2024

500.000 ACESSOS


 Para meu orgulho este modesto blog atingiu no dia de hoje meio milhão de acessos. 

Isto se deve principalmente a qualidade dos irmãos que contribuem com seus excelentes textos, para instrução, informação e até mesmo diversão dos leitores.

Dá trabalho. São mais de 2700 postagens que foram selecionadas entre milhares, mas é gratificante verificar a aceitação dos irmãos. 

Muito obrigado aos irmãos que contribuem. Muito obrigado aos irmãos que acessam.

Michael Winetzki 

DIA DO SOLDADO - Elifas Levi


Exército... Soldado... Duque de Caxias... Pátria.

Quatro palavras.. impossível pensar em uma delas, sem que as outras surjam em nossas mentes e em nossos corações.

Luiz Alves de Lima e Silva... Patrono do Glorioso Exército Brasileiro... Duque de Caxias... Soldado e pacificador...

Dificil dizer se maior como soldado ou como cidadão... seja pela sua glória imorredoura nos campos de batalha ou pela sua exemplar e digna conduta na política e na administração.

Vulto altaneiro que emerge do passado e indica caminhos para o futuro, por meio do legado de toda uma vida dedicada à Ordem, a Legalidade, à Pátria.

Defensor maior da soberania brasileira.

Chama patriótica da Alma Nacional.

Figura excelsa e modelo invulgar a ser referido por toda a posteridade...

Enérgico e generoso nas guerras e nas rebeliões... justo e magnânimo na administração civil e nas Comissões Militares...

Verdadeiro e completo patriota... na guerra e na paz.

Na data de seu nascimento... 25 de agosto de 1803... a pátria comemora o dia do soldado... justa homenagem àquele que foi o seu símbolo e patrono... àquele que, um dia, na campanha de Humaitá, ao ver seus comandados vacilantes, heroicamente exclamou: "Siga-me quem for brasileiro" ...àquele que venceu a Guerra do Paraguai, conquistando Assunção, em 1869... e, nesse mesmo ano, recebendo... como recompensa... o título maior de nobreza já dado pelo Imperador a um brasileiro: Duque de Caxias.

POESIA , FILOSOFIA e MAÇONARIA - Adilson Zotovici


Confunde-se por magia

Cada sentimento instintivo

Mas algo os diferencia

No momento descritivo


Fulcro da maçonaria

Ao entendimento objetivo

O pulcro da simbologia

Que ao crescimento alusivo


Com fluência e serventia

Que encanta o intuitivo

Na essência, a analogia


Versado, rimado... poesia !

Se em estado subjetivo

Qual recado... a filosofia !


agosto 24, 2024

Crônicas Maçônicas e Filosóficas"




Um dos mais notáveis intelectuais da Maçonaria no Brasil, o polímata Irmão Newton Agrella, colaborador frequente deste blog, em memorável noite literária realizada  na sexta-feira, dia 23 de Agosto. lançou o seu livro "Crônicas Maçônicas e Filosóficas" 

O evento ocorreu nas dependências do Palácio do Grande Oriente de São Paulo e um grande número de irmãos e admiradores do autor compareceu prestigiando o evento.

TESTAMENTO REAL - Roberto Ribeiro Reis


Permita o Grande Arquiteto que saibamos usar o nosso tempo - este precioso e exíguo tempo que ainda nos resta - para buscarmos alguma mudança interior, por menor que ela nos possa parecer.  Nunca é tarde para fazermos nossa visitação íntima, perscrutando o nosso centro da árvore da vida, onde reside o equilíbrio e a beleza manifesta da criação. É importante que façamos essa introspecção, diariamente, pois ela há de nos possibilitar uma ascensão, ainda que paulatina, a outros estados de consciência.

Temos empregado nosso tempo e quase todos os nossos esforços em prol da vida material, do conforto que ela pode nos proporcionar, preterindo, infelizmente, as coisas do espírito, deixando para nossa verdadeira essência somente as migalhas. Ou seja, o tempo para nos conectarmos às coisas de Deus tem sido pífio, irrisório e insuficiente para promovermos a nossa evolução, enquanto seres em busca da verdade e da palavra perdida.

Temos nos preocupado, desesperadamente, com o aumento de nosso patrimônio financeiro, numa disputa frívola e desmesurada com o próximo, a fim de saber quem tem mais do que o outro. Deixamos de contemplar as maravilhas gratuitas do mundo, porque nosso maior objetivo é o de salvaguardar o bem-estar de nossa próxima geração.

Assim, o tempo tem passado em velocidade veroz e, dia após dia, temos perdido nobres oportunidades de sermos pessoas melhores, e de entregarmos à humanidade um legado espiritual verdadeiramente rico e digno de posses sublimes.

Se considerássemos que somos apenas depositários fiéis dos bens que se encontram á nossa disposição, certamente saberíamos ter o equilíbrio e a paz necessários para galgarmos os degraus de estados de consciência superiores.  Dedicar-nos-íamos mais ao estudo daquilo que realmente importa, que nos conecta com o sagrado e, consequentemente, deixaríamos para os nossos um testamento diferente: o Testamento Real.

O Testamento Real diz respeito àquilo que de bom construímos em vida: as boas obras, as belas ações, o ativismo social em benefício dos que nada têm; o fomento de atividades coletivas que espiritualizassem as pessoas, enfim, um sem número de ações de cunho eminentemente altruísta.

Um testamento cujas disposições de vontade não teriam nada a ver com o testamento profano, pois este último, via de regra, só gera cobiça, discórdia e uma ambição inexaurível. Lado outro, o Testamento Real só preconizaria as belezas que nos foram ensinadas pelo Excelso Criador, coisas essas advindas de um Plano Sutil, de quintessência.

Enquanto esse dia não chega, supliquemos a Misericórdia Divina para com nossa ignorância sem limites, a qual continua a ultrapassar os abismos da bestialidade, mantendo-nos presos aos grilhões da escuridão e do vazio primordial.

Amados Irmãos, façamos um minucioso e destemido inventário moral de nossas vidas! Esqueçamo-nos de bisbilhotar as mazelas que têm acometido o próximo; foquemos, de fato, nos fantasmas por nós criados - e que têm nos subjugado - e busquemos na Sublime Ordem uma maneira de afugentá-los! Que o Eterno assim o permita!

OS SINAIS MAÇÔNICOS

 


Especula-se muito no mundo profano a respeito dos sinais pelos quais se reconhecem os maçons.

Ideias das mais mirabolantes rondam o imaginário popular. 

Depois de iniciado e visitar as lojas em nossa cidade e arredores, ficava admirado com a quantidade de homens, de minha convivência ou conhecimento, que me reconheciam como irmão e me recebiam com cordialidade, amizade e carinho.

Com o passar do tempo, percebi que os sinais de que eram maçons já haviam sido dados, faltando de minha parte, capacidade de compreensão para percebê-los. 

Capacidade que começo a adquirir com o passar do tempo.

Os sinais que me foram dados são aqueles que fazem um homem de grande virtude no mundo profano, mas que são obrigatórios ao verdadeiro maçom.

Sinais de homens probos na sociedade.

Bons filhos, bons pais e bons maridos. 

Sinais de tolerância no trato com todos. 

Seriedade em seus empregos ou negócios e a ação positiva na tentativa de praticar o bem e contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna.

Acredito serem estes os sinais que identificam o verdadeiro irmão.

O sinal de amizade e respeito no trato com todos, onde a igualdade vale em qualquer situação.

O sinal de tolerância em uma ordem, onde encontramos irmãos que representam a pluralidade de nossa sociedade, e onde sempre existirão diferenças entre o conhecimento e assimilação de nossos ensinamentos.

O sinal de saber falar e saber nunca dividir.

Tornando nossa ordem unida e coesa, onde as decisões são tomadas de forma participativa e o todo vale mais que o singular.

Que o Grande Arquiteto do Universo me ajude a poder um dia passar estes sinais aqui ou no mundo profano para que nenhum irmão se surpreenda ao me reconhecer como tal.

Bom dia meus irmãos a quem reconheço como tal. 🙏

(Revista Maçônica n° 12)

agosto 23, 2024

QUANTAS REGUAS HÁ NA MAÇONARIA - Sergio Quirino


Duas. Sim, são duas!

A primeira é fisica, que pode ser usada de forma coletiva, mas cuja ação impacta materialmente o indivíduo. Nesse sentido, estamos nos referindo à Régua de 24 Polegadas, instrumento usado para traçar retas e medir a distância entre dois pontos. Simbolicamente, é utilizada para estabelecer metas e mensurar a longinquidade entre o início e o fim.

Há uma relação interessante entre Espaço e Tempo. Entende-se Espaço como a extensão que contém a matéria existente, ao passo que Tempo é o período contínuo no qual os eventos se sucedem.

Assim, a Régua de 24 Polegadas é, para nós, um instrumento alegórico de planejamento, visto que precisamos mensurar a obra com o obrar. A obra é o espaço/matéria, e o obrar, o tempo/ação.

De modo concomitante ao seu uso prático e simbólico, devemos nos atentar ao numeral que a identifica: 24.

Qual é a primeira medida que vem à mente e se refere a esse número? As 24 horas que constituem um dia. Porquanto habituamos dividir o dia em três partes (espaço) - manhã, tarde e noite, é natural também o utilizarmos em três ações (tempo) - descansar, trabalhar e estudar.

Convém ressaltar que o descanso não é só dormir, há o lazer e tudo o mais que possa tirar o corpo das atividades de desgaste, visando a uma compensação espiritual. Trabalho é trabalho, não importa qual seja, é a atividade remunerativa ou de compensação material. O estudar, porém, ultrapassa o desenvolvimento do conhecimento formal. É colocar-se em algum espaço e tempo que culmine em elevo e discernimento, resultando em compensação anímica: estar disposto ao eterno aprendizado.

NOSSA VIDA NÃO PODE SER MENSURADA EM ANOS, MAS NO RESULTADO DAS AÇÕES QUE DESEMPENHAMOS HARMONIOSAMENTE NO TEMPO E ESPAÇO.

Por sua vez, a segunda régua não é física e só pode ser usada individualmente, mas cuja ação impacta materialmente o grupo. Estamos nos referindo, portanto, à Régua Mística da Consciência, a qual devemos usar para mensurar nossas ações pautadas pela Ética e alinhar nossas participações em espaços moralmente corretos.

Há outro nome para essa ferramenta/instrumento que o Maçom deve usar?

Sim! Chamamos de Razão. Nesta não há curvas, é longilínea. Tem importantes marcações, pois a conquista da Razão ocorre por pensar e falar de forma ordenada, com medidas justas e proporções perfeitas.

A RÉGUA MENTAL É A FERRAMENTA PRIMAZ QUE GARANTE A JUSTIÇA E ASSEGURA O DIREITO, INDIVIDUAL E COLETIVO.

A palavra "régua" possui origem francesa (règle), cujo significado é "lei ou regra". Posto isso, há uma frase do Padre Fábio de Melo que deve nos gerar reflexões:

"A régua que usamos para medir nossas possibilidades e nossos limites deveria ser particular e intransferível. Ao outro cabe o direito de ser como puder, segundo as medidas que lhe são próprias. Não é justo querer medir os outros com a régua com que nos medimos."