setembro 03, 2024

ARLS PRUDENTE DE MORAES N. 5 - São Paulo


Estive em visita na noite de ontem à ARLS Prudente de Moraes n. 5 que funciona no Palácio Maçônico da GLESP.

Uma das mais antigas Lojas da Potência, mostrou na sessão que continua com força e vigor se adaptando à modernidade sem perder o alicerce da tradição. 

O jovem VM Marcus Cacais estreou uma nova maneira de conduzir a apresentação de dois excelentes trabalhos de aprendizes cujo texto foi disponibilizado no grupo de WhatsApp privativo da Loja para que os irmãos pudessem acompanhar o texto nos seus celulares, porém os apresentantes deveriam comentar ao invés de apenas ler o texto. 

Isso enriqueceu sobremaneira o entendimento dos trabalhos que foram seguidos por excelentes comentários de diversos irmãos e que tornaram a sessão muito rica de aprendizado.

Agradeço o carinho com que fui recebido pelo Venerável Mestre e pelos demais irmãos. 

Do Meio-Dia à Meia-Noite - Roberto Ribeiro Reis)


 

Com determinação e ousadia,

Assim que chega o meio dia

Os trabalham ganham vigor;

A despeito de o sol a pino,

Vislumbra-se melhor destino,

Pois se labora é com amor.


O bem se pratica sem trégua,

Calculado por precisa régua,

Que nos auxilia na construção;

Quando existe um embaraço,

É só manusearmos o maço,

Com vontade e determinação.


Nossa vontade, firme e resoluta,

É que nos cinzela a pedra bruta,

Polindo-a, via ofício de escol;

Aqui, já não importa a roupagem,

Imprescindível é a interior viagem,

Que nos exorta ao VITRIOL.


Em que pese já ser meia noite,

Não somos tomados de açoite,

Pois nossa recompensa nos apraz;

O que fazemos é à glória do Arquiteto

- Este Ser Transcendente e Completo -

Que instrui com amor, ministrando paz.

TUDO PASSA...- Heitor Rodrigues Freire



" Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar”. (Ecl 3:1-8) 

A morte é um tema que sempre mereceu atenção especial dos seres humanos. Ela é um fato natural e diz respeito a todos, sem distinção de classe, raça, nacionalidade ou gênero. A morte significa o fim de uma etapa e o começo de outra, no plano espiritual. Tudo continua, mas em níveis diferentes. Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo apenas se transforma, como bem conceituou Lavoisier. 

A morte enseja também um dos maiores medos dos humanos, que decorre do desconhecimento de uma verdade básica: ninguém morre. A morte é apenas uma passagem de um estado da matéria para outro, na espiritualidade. Conforme Santo Agostinho demonstrou em seu famoso poema “A morte não é nada”, a vida segue seu fio, mesmo do lado de lá:

A vida significa tudo

o que ela sempre significou,

o fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?

Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho…

Você que aí ficou, siga em frente,

a vida continua, linda e bela

como sempre foi”.

Quanto a mim, sei que a qualquer momento, não sei quando, chegará a hora de partir para novas realizações no plano espiritual e de voltar para a pátria celestial, e ali assumir novas missões em função do nosso plantio aqui na Terra.    

E com essa perspectiva natural e inevitável, comecei a conjecturar a respeito da morte, de sua finalidade, dos benefícios que ela proporciona – embora para a grande maioria que não consegue alcançar esse entendimento, ela seja um castigo – e das suas consequências.

Em vez de tristeza, ansiedade e desesperança, deveríamos aceitar a morte como um fato perfeitamente natural da vida. E para isso acontecer é preciso que se fale da morte, e não que se usem palavras ou expressões substitutas que amenizem o seu significado. Isso requer admitir que, assim como outros processos – como o nascimento –, a morte é um estágio da vida, o qual sabemos que virá implacavelmente para todos nós.

Aceitar essa situação como parte da nossa natureza representa uma libertação.

“A separação definitiva entre os que se amam jamais acontece. Transfigura a dor da saudade em obras de amor consagradas à memória dos entes queridos que partiram”, ensinou o Irmão José, no livro Vigiai e orai, psicografado por Carlos A. Bacelli.

O povo diz: “está morrendo gente que nunca morreu”. O que não é verdade, afinal todos nós já morremos muitas vezes. 

A falta de conhecimento faz com que as pessoas se desesperem, se lamentem e se cobrem quando se veem diante desse fato inexorável.

É muito interessante a manifestação das pessoas a respeito dos falecidos, demonstrando, naturalmente, carinho e solidariedade: “meus sentimentos”, “vai fazer muita falta”, “perda irreparável”, e por aí afora.

À medida que houver entendimento a respeito desse fato inevitável, com a consequente libertação, se manifestará em nós uma alegria imensa porque atingiremos um estágio de consciência que despertará a vontade de participação nesse novo estado e nessa nova dimensão, abrindo perspectivas de crescimento, trabalho e participação ativa.

Aceitemos e trabalhemos!


setembro 02, 2024

A PRESENÇA DOS CLÉRIGOS CATÓLICOS NA MAÇONARIA - João Evangelista Martins Terra, S.J.

Para mostrar que, apesar dessas normas, não há absolutamente nenhuma incompa­tibilidade entre a Igreja e a maçonaria, os folhetos de propaganda maçônica trazem infalivelmente este argumento: até bispos, padres e frades entraram na maçonaria. E citam o conde de Irajá, bispo do Rio de Ja­neiro; Dom José Joaquim de Azeredo Coutinho, bispo de Olinda, que eram maçons; Cônego Januário, Frei Caneca, Frei Sampaio, Frei Montalverne e outros que entraram na maçonaria.

Não é preciso negar esse fato. Mas im­porta explicá-los no seu contexto históri­co. Por que eles entraram na maçonaria? Quais intuitos levaram a maçonaria a alici­ar para suas fileiras bispos e padres? E, so­bretudo, é preciso ver que tipo de padres ela conseguiu atrair.

Todos os nomes dos bispos, padres e fra­des por eles citados são geralmente do início do século passado, quando, em muitos meios políticos, predominava a idéia da Independência do Brasil. A própria maço­naria de então foi fundada no Brasil com finalidades pronunciadamente políticas. Algumas lojas de Pernambuco foram fun­dadas por padres, como a loja ou academia Areópago, fundada pelo carmelita Arruda Câmera, em 1801; a Loja do Paraíso ou Loja Suassuna, fundada pelo padre João Ribeiro. Ora, esses frades ou padres quase nada sabiam ou não se interessavam pelas doutrinas maçônicas; o que queriam eram ambientes secretos onde discutir suas ide­ologias liberais ou idéias revolucionárias. As lojas de Pernambuco e da Bahia, lá pelo anos 1810, como também as do Rio, pelo anos de 1820, eram de fato centros políti­cos, que “tramavam” a independência. Até as publicações maçônicas insistem neste particular. O maçom Adelino Figueiredo Lima, no seu livro Nos Bastidores do Mis­tério (Rio, 1954, p. 137), ao falar da funda­ção do Grande Oriente, escreve: “E encer­rou-se a sessão sob o juramento solene de que a nova potência maçônica independente tinha um fim específico a cumprir: fazer a independência do Brasil“. E não faltaram então padres e frades patriotas e políticos que alimentavam o mesmo ideal. Aliás, a Revolução de 1817 não é conhecida como a revolução de maçons, mas como a revo­lução dos padres.

Além disso, Frei Caneca, Frei Sampaio, Cônego Januário e outros foram, talvez, excelentes patriotas e hábeis políticos, mas não se pode por isso dizer que fossem tam­bém sacerdotes disciplinados e religiosos exemplares. Identificam-se os ideais polí­ticos desses padres com os ideais políticos da maçonaria de então, que, ao menos no Brasil, ainda não manifestara provas de anticlericalismo. E, para conseguir a inde­pendência, conjugaram suas forças. Não como sacerdotes, mas como políticos, ape­sar de sacerdotes, tornaram-se maçons.

Convém notar que entre o bispo Azeredo Coutinho (1802) e D. Marques Perdigão (1830) a diocese de Olinda esteve pratica­mente acéfala durante 30 anos. O 13º bispo de Olinda, D. Frei José da Santa Escolástica, eleito em 1802, não veio a Pernambuco, o 14º bispo, D. Frei José Ma­ria de Araújo, eleito em 1804, só chegou a Pernambuco em dezembro de 1807, para falecer logo em seguida. O 15º bispo, D. Frei Antônio de São José Bastos, eleito em 1810, nunca veio a Pernambuco, morrendo em 1819 no Rio, sem conhecer a sua diocese; o 16º bispo, D. Frei Gregório José Veigas, eleito em 1820, não chegou a to­mar posse da diocese, morrendo em Lis­boa; o 17º bispo, D. Tomás de Noronha, eleito em 1823, só foi confirmado bispo de Olinda em maio de 1828, resignando em agosto do ano seguinte, entregando o bis­pado ao cabido. O 18º bispo, D. João da Purificação Marques Perdigão, eleito em 1829 e confirmado em 1831, encontrou a diocese num estado deplorável.

Durante 30 anos sem bispo, clero e religiosos estavam habituados à anarquia. Esse período foi a época das revoluções, revoluções de padres, em grande parte ordenados fora da diocese e não encardinados. Alguns deles, como o célebre Pe. Roma, cujo nome real era José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, nascido no Recife, que professou entre os frades carmelitas de Goiana, de onde fugiu para Portugal e depois para Roma, onde diz que foi ordenado pessoalmente pelo Papa Pio VII, retomou ao Recife onde teve dois fi­lhos, foi enviado pelo governo provisório de 1817 à Bahia para levantar o povo em favor da causa revolucionária, e foi fuzila­do na Praça da Pólvora na Bahia.

O autor de Os Mártires Pernambucanos o classifi­ca como apóstata (G. Vilar de Carvalho, A liderança do clero nas revoluções republi­canas – 1817-1824, p. 76.) Mas historia­dores de grande peso, como E. Vi1hena de Moraes, põem em dúvida seu caráter sa­cerdotal, afirmando que “nem sequer se sabe ao certo se chegou realmente ao presbiterado” (O Patriotismo e o Clero no Brasil, Rio, 1929, p. 24). De fato, não foi encontrado nenhum documento que ateste sua ordenação. Essa era a situação do clero secular e regular na época das revoluções pernambucanas.

Quando D. João da Purificação Marques Perdigão chegou a Olinda, todo o país, de sul a norte, estava envolto nas revoluções e insurreições ocorridas no período das Re­gências Trinas de 1831 a 1835, que no Norte receberam o nome de Guerra dos Cabanos ou Cabanada. Foi a intervenção enérgica e pacificadora do bispo de Olinda, D. Perdigão, que, por meio de suas pastorais, em que fazia importantes exortações ao clero e aos fiéis, procurando convencer os liti­gantes de que deviam iniciar um período de paz, que logrou pôr termo à Cabanada, em 1835.

Convém notar ainda que nessa época e até mesmo durante todo o Império, os pa­dres e políticos não se sentiam adstritos, em consciência, às leis da Santa Sé, que con­denavam e interditavam a maçonaria, visto que o regalismo reinante na época se nega­va a dar-lhes seu “necessário” Benepláci­to, para obterem força de lei.

Além disso, nesses inícios, a maçonaria incipiente não se tinha ainda inserido nas estruturas do poder e não se tinha revelado anticlerical. Foi somente durante o Segun­do Império que ela logrou o poder ministe­rial e militar. Quase todos os Ministros e Governadores de Estados foram copiados pela maçonaria. Mais ainda, a maçonaria tinha-se infiltrado em quase todas as con­frarias e irmandades da Igreja e pretendia dominar o próprio poder eclesial. Em Olinda, o próprio Deão, Joaquim Francis­co de Faria, Vigário Capitular que, em duas vacâncias, tinha sido governador da Diocese, teve de ser suspenso pelo bispo por causa da sua recusa em desligar-se da maçonaria.

Revoltado, ele liberou, como vimos, a insurreição dos maçons contra os jesuítas, cujo colégio foi assaltado e destruído; contra o jornal católico “União”, cuja tipografia foi destroçada, e contra a re­sidência do bispo, que só não foi invadida porque na última hora surgiu uma proteção policial.


Fonte: https://bibliot3ca.com

CASO SÉRIO - Roberto Ribeiro Reis


O maçom deve pensar melhor, 

Antes de falar no que pensa,

Para o diálogo não virar ofensa, 

E se transformar num caso sério.


Deve caminhar, esquadradamente,

Sob influência do Livro da Lei Sagrada,

Para que sua alma possa ser elevada

A um plano sutil, noutro hemisfério.


Deve se imbuir de bons pensamentos,

Aptos à formação da egrégora ideal,

Cujo padrão vibratório é excepcional,

Forte e imune a quaisquer impropérios.


Deve respeitar a todos os obreiros,

Sabendo lhes dar atenção e ouvidos,

Ciente de que os verbos proferidos

Podem ser considerados vitupérios.


Deve se despojar rápido da matéria,

Pois ela é obstáculo à sua evolução,

Deixando o Irmão em paralisação,

Sob efeito de pensamentos deletérios.


Deve zelar e cumprir seu juramento,

Fazendo disso tudo uma Sublime Arte,

Cônscio de que, quando morre ou parte,

Levará consigo nossos nobres mistérios.




COM A MENTE NA LUA - Roberto Ribeiro Reis








Às vezes tenho sonhos, acordado.

Quiçá para sair da realidade crua;

Quando vejo, a mente está na lua,

Longe do que tem me atormentado.


Se tivesse da matéria me libertado,

Estaria certamente noutra condição;

Meu espírito alcançaria a evolução,

Já não seria esse ser escravizado.


A Maçonaria permite, por outro lado,

Que, não obstante meus devaneios,

Há oportunidades de achar os meios

De encarar o real, sem ser alienado.


Desde então, grato tenho constatado

Que o sonho ainda me é permitido;

Conquanto eu não perca o sentido

E nem fuja do que tenho enfrentado.


A Sutil Ordem tem me disciplinado,

Ensinando-me a ter os pés no chão;

Devo essa dádiva a todo amado Ir.’.,

Fora da lua, e como sol ao meu lado.








setembro 01, 2024

MOSTRA A TUA LUZ - Adilson Zotovici


Mostra o que trazes obreiro

Sob abóboda hospitaleira

Aos teus “iguais” do canteiro

Livre de qualquer goteira


Abre o peito por inteiro

Da  tua fonte a torneira

Que és um livre pedreiro

Pedra bruta alvissareira


Não te julgues derradeiro

Expõe tua lição caseira

Inda que frugal roteiro

Melhor que cópia grosseira


Nenhum labor de terceiro

Mesmo obra prima altaneira

Fará de ti sobranceiro

Mas, mostrar-te-á de viseira


Atento está teu companheiro

A  ouvir-te sobremaneira

Ver do teu  coração fagueiro

Luzir tua Luz Verdadeira !




Não se turbe o vosso coração - Roberto Ribeiro Reis


Não se turbe o vosso coração, amado Irmão! Por mais que a vida se vos apresente, momentaneamente, um vendaval de aflições, tudo, absolutamente tudo nessa vida, passa.

O que nós temos de mais comum é a capacidade de eternizarmos nossos sofrimentos, em detrimento das maravilhas e bênçãos que nos são dadas pelo Supremo Arquiteto do Universo. Os momentos de glória, as vitórias, os (re) nascimentos são facilmente esquecidos; já as agonias, as separações, as dores de parto e as angústias se nos parecem jamais ter fim.

Não se turbe o vosso coração, honrado Obreiro! Vosso fardo parece ter a dimensão e o peso de um edifício de trinta e três andares, mas, a bem da verdade, o Excelso Criador vos deu a força necessária (não somente para suportá-lo), mas também para que vos reerga, dignamente.

Que nós nos espelhemos em tantos irmãozinhos que padecem em aflições, mundo aforas, mas que nem por isso perdem sua esperança em dias melhores; a fé de alguns parece inabalável, como aquela fé preconizada nos textos bíblicos, entoadas em cânticos, salmos e louvores de todos os matizes.

Não se turbe o vosso coração, paladino da Arte Real! Buscai cinzelar todas as asperezas e imperfeições que vos conduzem ao sentimento de mágoa, ressentimento ou excessiva lamúria. Lavar a vossa alma com o choro é imperioso, mas a prática desinteressada do bem em prol de vosso semelhante há de ser um exercício que minorará vossas dores.

Que nos apossemos, com determinação, dos instrumentos necessários para nos tornarmos pessoas menos fúteis, mais produtivas, menos suplicantes e mais agradecidas. A beleza e o esplendor do sol nos concitam, diariamente, a recebermos a luz que nos orientará a caminhada, seja ela leve ou espinhosa, seja ela pacífica ou extremamente beligerante.

Não se apoquente vossa alma, Pedreiro livre e de bons costumes! Vosso Edifício Real está sendo erigido à base de muito suor, muita luta e demasiado esforço interior. Ele ainda encontra-se inacabado. Sua conclusão só depende de vós, através da dedicação e das visitas interiores diárias.

Não vos chateeis com a ingratidão dos próximos, nem buscai granjear o aplauso das multidões. O conhecimento que vós deveis almejar vem do Altíssimo, das instâncias do Inefável, onde somente os verdadeiros Justos têm permissão de se aproximarem. Enquanto os homens buscam a (pseudo) glória entre os seus pares, procurai vos contentar com o anonimato, pois as boas obras hão de ser feitas sem a presença dos holofotes.

Meus valorosos Irmãos, que a egrégora a nos envolver seja aquela permeada de luz, de sabedoria e de conhecimento. Que nos dispamos de todos os sentimentos de vaidade, orgulho, soberba, ciúmes, enfim, de tudo aquilo que é de somenos e que não tem valor algum para nossas vidas. Vivamos, sempre, À.’. G.’. D.’. G.’. A.’. D.’. U.’. e nada mais!

A MAÇONARIA É ESSENCIAL? - Michael Jarzabek M.'.M.'.


“A anti fragilidade é uma propriedade essencial dos sistemas para reagir em resultado de stress, choques, volatilidade, ruído, erros, falhas, ataques ou falhas”.

Num artigo da revista Southern California Research Lodge Fraternal Review, o irmão Angel Millar perguntou se a Maçonaria era anti frágil. 

Se for, esta crise será talvez o melhor teste à sua resiliência.

Costumamos falar sobre grandes maçons. 

Muitas vezes perguntamos onde estão os grandes maçons hoje? 

Quando tudo acabar, teremos feito a nossa parte? 

É este o momento em que esses grandes homens emergem? 

Neste momento de desafio, sucumbiremos às nossas paixões básicas, descansaremos sobre os louros ou exemplificaremos os valores que tanto prezamos?

O general George Patton fez um discurso ao Terceiro Exército, que pode ser extremamente relevante para a nossa situação atual.

No discurso, ele falou sobre todos os homens fazerem a sua parte, seja como motoristas de caminhão ou especialistas em manutenção de telégrafos. 

No final do discurso, ele disse:

... “Então, há uma coisa que vocês, homens, poderão dizer quando a guerra terminar e voltarem para casa. 

Daqui a trinta anos, quando estiverem sentados ao lado da lareira, com o neto no joelho, e ele perguntar: “O que é que você fez na grande Segunda Guerra Mundial? 

Você não terá que tossir e dizer: ‘Bem, o seu avô cavou merda na Louisiana’. 

Não, senhor, você poderá olhá-lo nos olhos e dizer: ‘Filho, o seu avô cavalgou com o grande Terceiro Exército e um filho da puta chamado George Patton!’“... 

Estamos todos orgulhosos de ver o Irmão Oscar Alleyne, 2º Grande Vigilante de Nova York, a fazer a sua parte. 

Estamos cientes de que muitos outros também estão a fazer a sua parte. 

Muitos de nós são considerados essenciais de uma maneira ou de outra.

A situação atual global faz-me pensar sobre se a Maçonaria é essencial. 

Por Maçonaria, não quero dizer apenas a estrutura; Quero dizer o modo de vida. 

E eu respondo que é essencial, ou pelo menos que deveria ser.

Se a Maçonaria é essencial ou não, não depende dos nossos líderes eleitos. 

Depende de nós, individual e organizacionalmente. 

O que estamos a fazer ou o que podemos fazer para garantir que nós, como maçons, façamos a nossa parte?

Os nossos líderes estaduais e federais forneceram-nos listas de actividades essenciais. 

A “Maçonaria” não está nelas. 

Deixe isso repousar por um minuto. 

Pode ser a lição mais importante que aprendemos na nossa geração maçónica.

Se queremos sobreviver, devemos deixar de ser triviais. 

Se vamos prosperar, devemos fazer algo essencial. 

A “Maçonaria” pode não estar nessas listas, mas há bastante que está. 

Essas listas não são uma imposição sobre as nossas liberdades; elas são um convite para agir. 

Faça máscaras, hospede angariadores de fundos on-line para bancos de alimentos, ajude a apoiar aqueles que estão a trabalhar horas extra para fornecer serviços essenciais.

Se prosperamos ou não, está totalmente dependente de se agimos ou não. 

Daqui a trinta anos, o que diremos aos nossos netos quando eles se sentarem nos nossos joelhos? 

Para mim e tenho certeza de que muitos de vocês, não vamos querer dizer que cavámos merda na Louisiana. 

Não, eu quero olhá-los directamente nos olhos e dizer que eu era um Maçom, e que nós fizemos a nossa parte.

É hora de pegar nas nossas ferramentas e começar a trabalhar.

(Publicado em The Midnight Freemasons

Tradução de António Jorge)

agosto 31, 2024

VIDEO DE VANDERLEI COELHO


 

DA QUINTESSÊNCIA - Heitor Rodrigues Freire


“Então Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gn 2:7).

Nos tempos modernos, em que estamos envolvidos com tantas questões materiais, como a busca desesperada pelo consumo, o automatismo da rotina que nos impede de agir conscientemente, o egoísmo, os preconceitos etc., é fundamental nos lembrarmos da nossa natureza divina.

O sopro de vida que Deus incutiu nas narinas de Adão representa o sopro vital que alimenta nosso espírito desde sempre. É um conceito filosófico e espiritual que remonta à antiguidade e está presente em diversas culturas ao redor do mundo. Também conhecido como prana, chi, qi ou energia vital, o sopro vital é considerado a essência da vida, a força que anima todos os seres vivos, permeia o universo e dá vida a todas as coisas.

Na filosofia grega, por exemplo, o sopro vital era chamado de pneuma e era considerado fonte de vida e movimento. Na tradição chinesa, o conceito de chi ou qi é central para a medicina tradicional e para as artes marciais, sendo considerado a energia que flui pelos meridianos do corpo. No hinduísmo é chamado de atma, usado para identificar a alma individual, o verdadeiro “eu”.

O sopro vital é considerado essencial para a saúde e o bem-estar do ser humano. Quando o fluxo de energia vital é equilibrado e harmonioso, o indivíduo experimenta vitalidade, saúde e felicidade. No entanto, quando esse fluxo é bloqueado ou desequilibrado, podem surgir doenças físicas, emocionais e espirituais.

O sopro vital denominado também de quintessência (quinta essência), é uma alusão à Aristóteles, que considerava que o universo era composto de quatro elementos principais – terra, água, ar e fogo – e mais um quinto elemento, uma substância etérea que permeava tudo.

A quintessência é um elemento metafísico que une os quatro elementos físicos da matéria e permite o domínio destes pelo espírito humano, a essência vital do corpo humano, responsável pelo desenvolvimento, crescimento e reprodução. Preservar e fortalecer a quintessência é fundamental para a saúde e o bem-estar.

A quinta-essência representa o espírito de Deus dentro do homem.

A palavra “quintessência” tem origem no latim quinta essentia, que significa “quinta substância”. É um termo que remonta à filosofia antiga e que foi utilizado para descrever a substância mais pura e essencial de todas. A quintessência era considerada a base de todas as coisas e a fonte de toda energia e vida.

No contexto atual, a palavra quintessência é utilizada para descrever algo que representa a essência ou o aspecto mais importante de algo. É sinônimo de síntese, resumo ou auge. Quando algo é considerado a quintessência de alguma coisa, significa que é a manifestação mais pura e perfeita desse algo.

A ideia de quintessência também foi adotada pelos alquimistas medievais. Para eles, a quintessência era a substância mais pura e essencial de todas, capaz de transformar metais comuns em ouro e conceder a imortalidade. A busca pela quintessência era um dos principais objetivos da alquimia.

Na espiritualidade, a quintessência pode ser utilizada para descrever a essência divina ou espiritual que permeia todos os seres e coisas. É a linha de conexão entre o ser humano e o divino, e a busca pela quintessência é considerada fundamental para o crescimento e a evolução do espírito.

Para a elaboração deste artigo foi fundamental uma pesquisa na internet, que quando bem dirigida, se constitui numa fonte importante de conhecimento e informação.

 


REFLEXÃO DA VIDA E DA MORTE- Izautonio Machado


Como as areias que quase imperceptivelmente escorrem pelo interior de uma Ampulheta, o tempo também passa sem cessar, mesmo que não percebamos.

Segundo um Provérbio Chinês, “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.” 

Isso significa que devemos buscar fazer o melhor uso possível do tempo à nossa disposição. Há coisas que, quando passam, não voltam mais. Não obstante, há outras que retornam ciclicamente. É necessário saber distingui-las e agir conforme a sabedoria.

Mesmo sabendo que a alma é imortal, só temos uma chance nessa (atual) vida de deixar algo em prol da humanidade e de nossa família, por isso não podemos desperdiçar o tempo. Cabe perguntar a si mesmo: o que já realizei? Se a morte me encontrar, que legado deixei? Serei lembrado ou logo esquecido? 

“Sim, com certeza, lembra-te de Deus, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço; o pó retorne à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o concedeu” (Eclesiastes, 12:6-7).

agosto 30, 2024

ESQUADRO E COMPASSO - Rui Bandeira


Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 o que facilmente se tira com tal ferramenta. Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles que não se "cosem por linhas tortas" e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética. Esta caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral.

 Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento. Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente percetível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos - portanto o que existe materialmente. Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento. Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se portanto ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas - o compasso.

Cada um pode - deve! - especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios. O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, é mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento (entre um e outro dos espaços).

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro. O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento. Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas...) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Tantos e tantos significados simbólicos podemos descobrir e entrever nos símbolos mais conhecidos da Maçonaria... Aqui deixei, em apressado enunciado, alguns. Cada um é livre, se quiser, de colocar na caixa de comentários, o seu entendimento do significado destes símbolos, em conjunto ou separadamente, ou apenas de um só deles. Todos os significados simbólicos são bem-vindos! Cada um é também livre de, se quiser, nada partilhar, guardando para si,as conclusões que nesse momento tire. Tão respeitável é uma como outra das posições. Este espaço é livre e de culto da Liberdade. Afinal de contas, tanto o esquadro como o compasso estão abertos... abertos às livres opções, entendimentos e escolhas de cada um