setembro 14, 2024

AS 5 NOBRES ORDENS DE ARQUITETURA - Almir Sant’Anna Cruz


Em 1738, quando foi instaurado o primeiro processo da Inquisição contra a Maçonaria em Portugal, o Venerável Mestre da Loja de Lisboa, Irmão Dom Hugo O’Kelly, já destacava, em seu depoimento, a importância que se dava à Arquitetura durante as Sessões Maçônicas: “Tem também a Arquitetura, em que se empregam com vários discursos e exames e para em tudo serem Peritos discorrem nos Pedreiros Livres Mecânicos e nos Pedreiros Livres Nobres e Cavalheiros (Arquivo Nacional da Torre do Tombo - Promotor da Inquisição de Lisboa - Caderno 108).

As Ordens de Arquitetura, as Colunas, são constituídas de Base, Fuste, Capitel e Entablamento, sendo este último formado, de baixo para cima, de Arquitrave, Friso e Cornija.

As cinco nobres ordens de Arquitetura podem ser divididas em dois grupos:

- As Ordens gregas: Coríntia, Dórica e Jônica; e

- As Ordens romanas: Toscana e Compósita.

As Ordens gregas são apresentadas logo no Grau de Aprendiz, em que cada uma delas representa os três principais dirigentes de uma Loja e seus atributos: a Coríntia o Segundo Vigilante, a Beleza, Hiram Abif; a Dórica o Primeiro Vigilante, a Força, Hiram Rei de Tiro; e a Jônica, o Venerável Mestre, a Sabedoria, Salomão Rei de Israel.

As Ordens romanas, por seu turno, comparecem somente no Grau de Companheiro e sem um simbolismo específico, a não ser a de que representam os dois Irmãos Companheiros que, somados ao Venerável Mestre e aos dois Vigilantes, constituem uma Loja.

A seguir, faremos um brevíssimo resumo das principais características de cada uma dessas Ordens de Arquitetura:

Dórica

Aspecto geral: robusta e sóbria.

Altura: 8 vezes o seu diâmetro.

Fuste: 20 caneluras pouco profundas, formando arestas vâs.

Capitel: pouco elevado, com molduras em forma de taça.

Base: ausente; o fuste se assenta diretamente no solo.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com duas platibandas. 

Jônica

Aspecto geral: fina e graciosa.

Altura: 9 vezes o seu diâmetro.

Fuste: 24 caneluras separadas por bistéis (filetes).

Capitel: com volutas que lembram chifres de carneiro.

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com três platibandas.

Coríntia

Aspecto geral: formas elegantes e proporções delicadas.

Altura: 10 vezes o seu diâmetro.

Fuste: liso (granito) ou bastante canelado (mármore).

Capitel: com folhagens de acanto.

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com três platibandas. 

Toscana

Aspecto geral: austera e despida de ornamentos.

Altura: 7 vezes o seu diâmetro.

Fuste: liso.

Capitel e Base: assemelhados.

Entablamento: plano e Arquitrave com uma única platibanda.

Compósita

Aspecto geral: semelhante à Coríntia.

Altura: 10 vezes o seu diâmetro.

Fuste: com caneluras.

Capitel: com volutas (Jônica) e folhagens (Coríntia).

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com duas platibandas.

Do livro "O que um Companheiro Maçom deve saber" Interessados, contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

ARLS CASTRO ALVES 86 - São Paulo



Antonio Frederico de Castro Alves, o genial vate baiano, deixou um legado de poemas que honram a cultura brasileira. Um deles é o epíteto de minha obra pessoal como escritor e semeador de livros.

"Oh! Bendito o que semeia

Livros... livros à mão cheia...

E manda o povo pensar!

O livro, caindo n'alma

É germe – que faz a palma,

É chuva – que faz o mar!"

No entanto, como em tudo na vida e também na Sublime Ordem, as vezes o germe cai em terra fértil e se multiplica, outras ocasiões cai em terra estéril, e fenece.

Na minha visita de ontem, à ARLS Castro Alves 86, uma Loja de 72 anos de existência, que funciona no Palácio Maçônico da GLESP, em sessão conduzida pelo Venerável Mestre Lincolnbert Sales de Freitas, o destaque foi a obra de arquitetura apresentada pelo irmão José Eustáquio intitulada "A caixa de botões" que eventualmente publicarei neste blog.

Agradeço a gentil recepção. 






setembro 13, 2024

OS TEMPLÁRIOS


Madrugada de sexta-feira, 13 de Outubro de 1307:

Cumprindo as ordens do rei Filipe IV, o Belo, também conhecido como Rei de Mármore ou Rei de Ferro, Guillaume de Nogaret ministro do Rei, acompanhado do Inquisidor-mor e do tesoureiro real, apresentou-se na fortaleza do Templo e deu voz de prisão a todos os Templários que aí se encontravam, incluindo o seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, que ainda estava deitado. Os próprios calabouços do Templo serviram para aí se encerrarem alguns dos cavaleiros, mas o Grão-Mestre e os seus principais foram encerrados na prisão do Louvre.

À mesma hora, por todo o Reino de França, os senescais, presidentes das câmaras e os prebostes reais, acompanhados pelos seus soldados, prenderam em massa todos os Templários que (Publicado em freemason.pt) encontraram nas Casas da Ordem. Praticamente não houve resistência, mas nalgumas, como em Arras, os soldados degolaram metade das pessoas que lá se encontravam.

Davam assim cumprimento às instruções reais contidas numa carta que todas as autoridades foram recebendo desde Setembro desse ano, com a condição expressa de só ser aberta no dia 12 de Outubro e à mesma hora, em todos os locais do reino, guardando-se o mais rigoroso sigilo da mesma.

Não se sabe com precisão quantos cavaleiros foram presos, mas estima-se que fossem cerca de 1000, embora também se fale em 4000. Grande parte dos cavaleiros fugiu para países que os acolheram ou fixaram-se noutros lugares onde a Igreja os não pudesse alcançar. Gerard de Villiers, perceptor de França, foi um dos cavaleiros franceses que conseguiu escapar.

Todos os imensos bens da Ordem em França foram imediatamente confiscados!

Acusados de heresia (práticas demoníacas, adoração de ídolos e vícios contra a natureza), os interrogatórios começaram logo no dia seguinte, 14 de Outubro, dando-se início a um dos processos mais vergonhosos e sinistros da História, o chamado “Processo dos Templários”, que acabará com a supressão da Ordem, pela bula papal Vox in Excelso, de 22 de Março de 1312 e com a morte de alguns dos seus membros, incluindo o Grão-Mestre, condenado à fogueira a 18 de Março de 1314.

Torturados, alimentados a pão e água, instalados em condições sub-humanas e ainda sujeitos ao pagamento da sua prisão, foram-lhes recusados os sacramentos e o sepultamento em terra da Igreja. Não se sabe ao certo quantos terão morrido na fogueira, ou durante os interrogatórios, ou dos ferimentos recebidos, ou dos que ficaram estropiados para o resto da vida física e moralmente.

Quanto a Filipe IV, assim que soube que as prisões tinham sido feitas, dirigiu-se à Torre do Templo e instalou-se lá, levando consigo o seu “tesouro”, que juntou ao que encontrou no local.

Foram também expedidas cartas aos soberanos europeus para que procedessem de igual modo nos seus reinos, contra a Ordem.

Na Europa a Ordem foi extinta, mas com uma ou outra excepção os cavaleiros não foram molestados, sendo integrados em novas Ordens menos expressivas, como foi o caso da “Ordem de Cristo”, fundada em Portugal pelo rei D. Dinis, com os bens e os efectivos templários residentes no país ou que por cá se refugiaram.

Jacques de Molay esteve sete anos na prisão, antes de morrer aos setenta anos de idade. No dia 12 de Outubro, véspera da sua prisão, tinha-se encontrado com o rei, de quem era compadre (Molay era padrinho do filho mais novo de Felipe IV), no funeral da cunhada do monarca, Catarina de Courtenay, esposa de Carlos de Valois, tendo-lhe sido dada a honra de carregar o féretro, o que torna a perfídia do rei ainda mais ignóbil…

Mas como é que uma Ordem tão poderosa como a dos Templários, carregada de glória e riqueza, com uma tradição de dois séculos de existência e que apenas dependia do Papa, pôde ser aniquilada de um dia para o outro?

Na sua juventude o “Rei de Ferro” tinha pedido para ser admitido a título honorário na Ordem, o que lhe foi recusado, acontecendo-lhe o mesmo quando poucos meses antes do aniquilamento dos Cavaleiros Templários, tinha pedido o ingresso na Ordem para o seu filho mais novo. A sua ideia seria tornar hereditário o cargo de Grão-Mestre, reformar a Ordem e mantê-la na dependência directa dos reis franceses. Também em 1306, durante uma sublevação em Paris, o rei tivera de pedir asilo ao Templo onde ficara alguns dias à espera que o motim acalmasse…Demasiadas humilhações para alguém como ele!

Além de que, do seu palácio, o rei todos os dias avistava a Torre, uma lembrança permanente de um Estado dentro de outro Estado, com as suas liberdades, privilégios, a sua alta, baixa e média justiça e o seu direito de asilo, que nem o Rei se atrevia a quebrar.

Portanto, as razões para a queda (Publicado em freemason.pt) foram muitas e diversas, mas situam-se principalmente na luta feroz que se desenvolveu entre a França e o Papado, entre Filipe IV e Bonifácio VIII, sem esquecer a aura de imensa riqueza que a Ordem possuía, o chamado “Tesouro dos Templários”, que para um rei sempre esfomeado de dinheiro como o monarca francês, e que tinha uma enorme dívida para com o Templo, se tornava numa tentação irresistível que o não faria recuar perante nada…

Com esta medida, Filipe IV consegue equilibrar as finanças reais, e ao destruir o exército da Igreja, com a ajuda do Papa Clemente V que ele próprio tinha elevado ao trono pontifício, e que se estabelece em 1309 em solo francês na cidade de Avinhão, abandonando Roma (o que dará início ao Cisma de Avinhão, também conhecido como o Cativeiro de Babilónia), o rei consegue tornar-se no senhor absoluto do reino de França.

É a partir deste acontecimento, que tanto o dia 13 como a sexta-feira entraram para a superstição popular como azarentos.

“NON NOBIS DOMINE, NON NOBIS SED NOMINI TUO DA GLORIAM”

“Não a nós Senhor, não a nós mas toda a glória a Teu nome”.



(Desconheço a autoria)

ARLS LESSING 129


Retorno na noite de ontem para mais uma sessão da ARLS Lessing 129, que funciona no Palácio Maçônico da GLESP. 

O Venerável Mestre Érico de Paula Coelho Neto, com quem compartilhei memórias da amada Sorocaba, onde ambos passamos os anos da juventude, implantou uma modalidade de trabalho que faz jus ao dístico da Loja, "Para engrandecer a cultura dos homens".

Além das instruções maçônicas de praxe é aberto um tempo para apresentação de assuntos de cultura geral, da qual todos os irmãos participam. O tema apresentado nesta sessão foi sobre os grandes partidos norte-americanos, o Democrata e o Republicano, e neste momento em que estes são notícia diária em todo o mundo o trabalho trouxe muitos esclarecimentos. 

Usei da palavra para apresentar o meu livro "Maçonaria de Isaac Newton à internet" e presenteei a Loja com um exemplar que foi entregue ao irmão com mais tempo de Loja.

Foi uma sessão edificante.

SEXTA FEIRA 13


A lenda da sexta-feira 13 tem origem em uma combinação de crenças supersticiosas ligadas ao número 13 e à sexta-feira, ambos considerados de mau agouro em várias culturas.

Origem do Número 13:

O número 13 é visto como azarado em muitas culturas ocidentais. Uma das explicações mais conhecidas vem da mitologia nórdica. Diz-se que, durante um banquete no Valhalla, foram convidados 12 deuses. Loki, o deus do caos e da trapaça, apareceu sem ser convidado como o 13º, e isso resultou em uma série de desastres, incluindo a morte do deus Balder.

Na tradição cristã, o número 13 também está associado a eventos infelizes. No relato da Última Ceia, Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, foi o 13º convidado a sentar-se à mesa. Além disso, Jesus foi crucificado em uma sexta-feira, o que fortaleceu ainda mais a ideia da sexta-feira como um dia de má sorte.

A Sexta-feira:

A sexta-feira, por si só, já era considerada um dia de má sorte em algumas culturas. No cristianismo, além da crucificação de Jesus, a sexta-feira é vista como o dia da queda de Adão e Eva e do assassinato de Abel por Caim. Esses eventos ajudaram a criar a imagem negativa da sexta-feira em sociedades ocidentais.

A Combinação:

A combinação da sexta-feira com o número 13 parece ter ganhado força principalmente no século XX. Um dos eventos históricos que reforçaram essa crença foi a prisão e execução dos Cavaleiros Templários, que ocorreu em uma sexta-feira 13 de outubro de 1307, quando o rei Filipe IV da França ordenou a prisão dos membros da ordem.

Com o tempo, a superstição se espalhou e foi popularizada pela cultura de massa, especialmente com a série de filmes de terror "Sexta-feira 13", que começou em 1980, consolidando a ideia da data como um dia de azar e perigo.

Assim, a lenda da sexta-feira 13 é o resultado de uma fusão de tradições culturais e religiosas, reforçada por acontecimentos históricos e pela mídia.

PALAVRAS SOBRE OS DIÁCONOS - Sérgio Quiri



Ao participar de uma atividade interdenominacional, chamou-me a atenção a qualidade da diaconia da palavra de um dos participantes.

Não só o uso da palavra, mas a postura, ao mesmo tempo elemental e superior de como ser um Diácono.

Decerto, fiz minhas conjecturas maçônicas: será que abarcamos todo o simbolismo, as alegorias e as instruções que envolvem esse Cargo?

Minha intenção é, pois, apresentar informações e provocar reflexões, começando pela pergunta: qual será o motivo de usarmos a mesma denominação de uma função clerical?

A palavra diácono designava, na Grécia Antiga, um “servo” ou “ajudante”, alguém que tinha a função de atender ou servir a uma autoridade. Em reuniões, postava-se à direita desta para transmitir suas ordens e executar tarefas que visavam manter a ordem e o respeito.

Os Grandes Apóstolos adotaram essa “estrutura”, visto que estavam “gastando” muito tempo nas tarefas administrativas e de caridade. Promoveram, assim, uma assembleia com os demais discípulos e disseram: “Nós, os apóstolos, devíamos gastar o nosso tempo a pregar, e não a distribuir comida. Por isso, irmãos, escolham entre vós mesmos sete homens de quem haja um bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e encarregá-los-emos desse importante trabalho. Só assim poderemos dedicar tempo à oração, à pregação e ao ensino”.

Com o desenvolvimento da Igreja como Instituição, criou-se a Ordem Sacerdotal, composta por Três Graus: Bispos, Presbíteros (Sacerdotes) e Diáconos. Nesse cenário, os Diáconos assumiram outras missões como “Servos de Deus”, podendo até exercer algumas funções sacerdotais. No entanto, a característica principal é a de levar a palavra de Deus aos fiéis por toda a Terra.

É interessante pensarmos que, como eles circulam do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, é essencial que sejam sábios e espiritualizados (Atos dos Apóstolos 6:3), que tenham a beleza de uma boa reputação (1 Timóteo 3:8-9) e a força para gerir bem a família (1 Timóteo 3:12).

E as joias de nossos Diáconos? São uma pomba segurando um ramo no bico!

O que isso significa? Uma palavra dita silenciosamente. Sua alegoria foi retirada do Livro da Lei, em Gênesis 8:8-11. Quando a chuva cessou, Noé soltou uma pomba, a fim de ver se a terra já estava seca. Ele a soltou por três vezes. A primeira, ela voou e voltou; a segunda, trouxe um galhinho de oliveira; e a terceira vez, ela não voltou.

Contudo, em uma das joias, há um triângulo. O triângulo é um símbolo universal utilizado para representar o aspecto divino.

Então, temos um Irmão servidor de um Venerável Irmão, que leva palavras sagradas de um lugar acima da materialidade ocidental, onde o Sol nasce e deve nos esclarecer com a Luz da Sabedoria.

TODAVIA, O MAIS SIGNIFICATIVO É QUANDO AS JOIAS SE JUNTAM, TENDO A PALAVRA ESPIRITUAL À FRENTE DA PALAVRA MATERIAL.

 

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.







MOTIVOS PARA IR A UMA LOJA MAÇÔNICA Luis Felipe Moura


 

setembro 12, 2024

A BIBLIA DE GEORGE WASHINGTON


Quando George Washington foi empossado como primeiro presidente dos Estados Unidos, a cerimônia, obviamente, nunca fora realizada antes. Washington prestaria juramento em uma cerimônia em Nova York em 30 de abril de 1789.

Com 57 anos de idade, Washington partiu de Mount Vernon a cavalo, e sua longa viagem para Nova York foi repleta de comemorações, saudações de canhão, fogos de artifícios e festas. A cerimônia deveria ser realizada no Federal Hall, em Wall Street. Quando chegou a hora, Washington pediu uma Bíblia sobre a qual faria o juramento de posse, mas ninguém tinha pensado em trazer uma para a ocasião. Robert Livingston, Grão-Mestre de Nova York, sabia que haveria uma Bíblia perto dali na Loja Maçônica de São João nº 1, e mandou buscá-la.

Assim, George Washington fez o juramento de posse sobre a Bíblia aberta e, em seguida, beijou o livro. A página onde a mão dele se apoiou foi marcada, e a Loja preserva a Bíblia há mais de 200 anos.

Pelo menos 5 presidentes fizeram juramento de posse sobre a Bíblia de São João: Warren G. Harding, Dwight D. Eisenhower, Jimmy Carter e George H.W. Bush, mas, dos 5 presidentes presidentes, somente Washington e Harding eram maçons.

Fonte: CURIOSIDADES DA MAÇONARIA




ARLS NOVE DE JULHO 124 - S. Paulo


Participei na noite de ontem de uma sessão no Grau de Companheiro da ARLS Nove de Julho 124 que funciona no Palácio Maçônico da GLESP.

Sob a liderança do Venerável Mestre irmão Luiz Fernando Breghorolli de Lello foi ministrada a terceira instrução do Grau e os comentários dos irmãos da Loja mostraram a notável evolução do conhecimento maçônico do quadro.

Fui presenteado por seu autor, o acadêmico irmão Péricles Asbahr com o belíssimo e ricamente ilustrado volume contando os 60 anos de história da Loja (Jubileu de Diamante) e as suas inúmeras realizações. 



setembro 11, 2024

SINDICÂNCIA: OS SEUS RESULTADOS SÃO REFLEXOS NA LOJA


Ao longo do tempo percebe-se que a eficácia durante um processo de Sindicância para o ingresso na Ordem Maçônica, por mais que se tente, tem se revelado um tanto frágil e inconsistente.

É evidente que a indicação de nomes que venham a fortalecer as colunas de uma Loja é uma preocupação constante e inequívoca, porém ao longo desse processo percebe-se de parte dos próprios IIr∴ Sindicantes um *despreparo significativo* para poder abstrair informações e dados palpáveis que possam ser levados em conta e discutidos quando da proposição do nome do Candidato em Loja.

Esse despreparo vem desde a tênue explanação do que consiste a Maçonaria, quais as suas características, natureza, missão e princípios.

Além disso, a própria maneira muitas vezes equivocada ou inadequada de indagar o Candidato, ou seja; a forma como se pergunta e as respostas que são dadas.

Não raro, percebe-se que o Candidato, rigorosamente nem sabe o porquê efetivamente deseja ser aceito em nossa sublime Ordem.

A Curiosidade, tem sido instrumento constantes dessas aferições.

Os chamados Augustos Mistérios muitas vezes são as iscas algozes de que se valem esses candidatos que tanto anseiam participar de nossa fraternidade.

Em muitos casos ao perguntar-lhe o porque deseja ingressar na Maçonaria, as respostas revelam-se absolutamente inócuas, vagas e sem a menor noção de seu propósito.

E é justamente nesse instante que o Ir∴ *Sindicante deveria agir com a máxima cautela, prudência e discernimento explicando ao Candidato que a Maçonaria tem por finalidade o combate a ignorância, mas sobretudo a busca pelo progresso do ser humano em sua plenitude através de um processo Iniciático que exigirá empenho, dedicação, estudo, leitura e comprometimento*.

Inúmeros são os exemplos daqueles que foram admitidos em nossa Ordem, mas que rigorosamente não tiveram ou *não têm nenhum compromisso com a mesma*.

Esse despreparo acaba influenciando na própria dinâmica dos trabalhos em Loja, posto que IIr∴ não-talhados paro o ofício *mal conseguem desempenhar mínimos requisitos durante uma Sessão*, tais como: a Marcha do Grau, os Sinais e Toques e sobretudo mal conseguem responder ao telhamento referente ao grau em que se encontram.

Cabe destacar que essas incongruências advêm justamente do fato de uma *Sindicância mal elaborada* que em muitos casos acaba *aceitando no seio da Ordem candidatos que não reúnem um perfil minimamente viável para que possam desenvolver-se ao longo de sua trajetória maçônica*.

Em muitas ocasiões deparamo-nos com IIr∴ dotados de extrema arrogância, vaidade e destempero que demonstram absoluta incompatibilidade com aquilo que a Maçonaria propõe e que espera de seus Obreiros.

A necessidade de aparecer, de falar (mesmo que com uma verborragia deficiente) e na maioria das vezes de forma inoportuna, ensejam uma aspecto desagradável e contraproducente no desenrolar de uma Sessão, tornando-a muitas vezes enfadonha, por falta de uma melhor orientação que deveria ocorrer desde o início, ou seja; quando o candidado foi entrevistado.

Que fique claro, contudo que isso não quer dizer que seja condição sine-qua-non que o Maçom seja dotado de extrema cultura ou intelectualidade.

Nada disso.

Mas o bom senso deve sempre imperar.

A Sindicância requer acuidade, agudeza na sua investida e sobretudo uma checagem detalhada sobre a vida pregressa do candidato.

É claro que existem as certidões de antecedentes que são exigidas antes de se proceder a entrevista e é fundamental que o Ir∴ Sindicante já possua elementos básicos do que poderá encontrar.

Posto isso, durante a entrevista em sí é sempre recomendável que quando a mesma for promovida na residência do Candidato que a esposa esteja presente.

Sentir o ambiente familiar é algo muito importante, sempre de forma ética, polida mas que se faça de maneira clara.

O mesmo se aplica no caso de uma entrevista no ambiente profissional.

Obviamente que sem jamais trazer qualquer tipo de constrangimento ou desconforto ao Candidato.

Conseguir abstrair daquele que pretende ingressar na Maçonaria seu temperamento, confiança, equiíbrio, sensatez nas respostas, e principalmente a sinceridade dos propósitos do Candidato são condições que o Ir∴ Sindicante deve buscar com o máximo esmero, contudo sempre pautado pela educação e pelo espírito esclarecedor.

Deixar evidenciado ao candidato que a Maçonaria não é uma Seita ou uma Religião é outro aspecto que deve ser claramente elucidado durante esse processo, posto que muitos Candidatos trazem consigo impressões equivocadas sobre a natureza de nossa Ordem.

Igualmente destacar a importância da responsabilidade econômica que o mesmo deverá arcar perante a Loja sem que isso venha trazer qualquer ônus a sua família.

*Os exemplos de inadimplência são inúmeros*.

Não raro deparamo-nos em Loja com Irmãos fazendo citações bíblicas, tecendo considerações eclesiásticas como se estivessem no seio de alguma Igreja.

Isso chama-se falta de orientação.

Ainda reflexo de uma Sindicância mal elaborada encontramos hoje em dia um vasto número de Irmãos cujo linguajar tanto escrito quanto oral vem deteriorando e ferindo a própria semântica maçônica.

Esse exercício deve ser obedecido aos primeiros contatos com aquele que pretende ingressar na Ordem, pois a Maçonaria é perene exatamente em razão das tradições que ela mantém.

Nesse sentido cabe exaltar que manter as tradições não significa ser retrógrado.

Muito pelo contrário.

Significa sim, trabalhar pela manutenção de uma *Instituição cuja maior preocupação reside na prática do bem e da busca pelo aprimoramento contínuo do ser humano*.

É inegável mencionar que a *Sindicância inconsistente e que não obedece critérios rígidos para o ingresso de novos Maçons à Ordem acaba por ensejar um êxodo muito grande de Irmãos que foram admitidos, compareceram em uma, duas ou poucas mais Sessões e simplesmente desaparecem*, sem nem ao menos dar qualquer tipo de satisfação.

Trata-se de um episódio recorrente que acaba frustrando toda a Loja que se esmera por recepcionar o recém-iniciado e para a insatisfação de todos e em especial do Veneráve Mestre e do Irmão Apresentante produzir uma sensação de vazio e ao mesmo tempo de indignação.

Em nosso País o problema cultural e a desinformação acabam sendo os maiores entraves que encontramos no que se refere ao comprometimento e juramento solene que o candidato faz durante a sua Inciação.

Seriedade e Disciplina são fatores que devem ser observados enfáticamente ao Candidato no processo de sindicância.

*Talvez a falta de maturidade do Candidato aliada a falta de melhores esclarecimentos e orientações daquele que convida para o ingresso na Maçonaria sejam outros aspectos negativos que tem contribuído decisivamente para esse cenário desfavorável*.

Lembrando por fim que o vocábulo sindicância é derivado etimologicamente de “sindicar + ancia” e significa Inquérito.

A palavra Sindicar tem sua origem em “Sindico + ar, e Sindico, do grego “Sundikos” e do latim “Syndicu”, era a denominação dada ao “antigo procurador de comunidade ou cortes”.

O conceito de sindicar é o de tomar informações de (alguma coisa ou de alguém) por virtude de ordem superior; inquirir.” (Dicionário Etimológico)

Boas Sindicâncias. 

FONTE: JB NEWS

A OUTRA FACE - Sidnei Godinho


Esta semana um grupo de amigos debatia o assunto sobre Tolerar, Perdoar, Esquecer, Seguir em Frente, etc...

Mas qual seria o limite para o cliché de que o Perdão é Divino e que assim devemos sempre agir? 

Qual seria a lógica em ser sempre massacrado pela ignorância alheia e ainda assim se reerguer e permitir ser novamente agredido pelas mesmas pessoas e pelos mesmos comportamentos? 

Mais uma vez eu me recordo do papai em uma de suas "máximas":

_... "Quem muito se abaixa mostra os fundos da calça"...

E assim se alimenta o dilema do limite do perdão ou a conivência com o erro alheio no subterfúgio da dita Tolerância.

Até Jesus expressou repúdio com o "pecado" deliberado e repetitivo dos fariseus na profanação do templo, ao distorcerem as escrituras para negociarem em lugar sagrado. (Ele os chicoteou!!!) 

Também registrou, em parábolas, que o Perdão pode ser concedido 70 (setenta) vezes 7 (sete), em resposta à Pedro sobre o quanto se tem de ser tolerante.

Poderia ter dito que é infinito, mas não o fez, porque para tudo há um limite, inclusive para os que insistem em agredir sem compreensão. 

E, por fim, no sermão da montanha, o Mestre bem esclarece que, ao ser agredido, deve oferecer a outra face, como atitude nobre na busca da resolução do problema sem o uso da força, como vingança. 

Contudo, todo ser humano possui apenas duas faces, e se o abuso é frequente, uma resposta é necessária para interromper a agressão e permitir que a Justiça se faça. 

Perdoar não é ser Submisso, assim como reagir não o torna agente da desordem. 

Ao rebater a Calúnia / Difamação, o debate ideológico ou mesmo o destempero na relação conjugal, o ato não é de redenção (pelo perdão), mas sim de reeducação da parte ofensora. (pela Justiça). 

Por vezes, as quatrocentos e noventa (70 X 7) chances de perdoar se esvaem rapidamente e o limite entre ser conivente (com o ignorante contumaz) ou ser JUSTO é atingido. 

Então, pare de ficar se abaixando sempre e exerça seu direito de resposta. 

Afinal, você só possui duas faces... 



setembro 10, 2024

CRÔNICAS MAÇÔNICAS E FILOSÓFICAS- Newton Agrella


Tenho a grata satisfação de receber pelo correio o livro do polímata Irmão Newton Agrella, na minha opinião um dos maçons mais cultos do país é colaborador frequente neste blog.

Além de sua notável cultura geral, Agrella é maçom grau 33, tradutor e intérprete em 11 idiomas, inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, romeno, norueguês, dinamarquês, árabe, maltês e latim.
Este blog se sente honrado com as contribuições semanais do Mestre Agrella compartilhando suas excelentes crônicas. 

LOJA


Nos tempos da Maçonaria Operativa, quando os Maçons começavam a ereção de uma Catedral ou qualquer outra construção em pedra, eles construíam uma choupana ou galpão, o qual era referido como a “Loja”.

Esse galpão era usado como um salão de trabalho e também como moradia temporária para os trabalhadores mais jovens. Quando eles se reuniam para discutir planos, ou qualquer outro assunto ligado à atual obra, estava constituída a Loja.

Lional Vibert, em seu trabalho “A Loja nos Tempos Medievais” declara que a construção contratada frequentemente tinha uma clausula que dizia que a “Loja” seria construída pelos Maçons envolvidos na referida obra. Em York no ano de 1428, Maçons recrutados em todas as regiões vizinhas eram conhecidos como os “Maçons da Loja”. Como foi dito, os jovens trabalhadores (aprendizes?) da Fraternidade, viviam e trabalhavam na Loja, obedecendo as “Antigas Regras dos Construtores”.

A palavra “Loja” (Lodge) vem do francês “loge” significando uma estrutura temporária. A aplicação do nome do lugar, designando um evento ou fato, é comum no uso corriqueiro de qualquer língua.


Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com