setembro 17, 2024

ARLS OPERATIVA N. 289


Para alguém não tão jovem como eu os três longos lances de escada de acesso à Loja são um desafio a ser vencido por amor à maçonaria. Mas enfim, na noite de ontem, segunda feira, chegamos lá.

Somos carinhosamente recebidos e durante o cafezinho que precede a abertura da sessão compartilhamos lembranças de Portugal e declamação de sonetos de Camões e Bocage, que sei de  cor e em uníssono com o lusitano irmão Manoel entoamos a estrofe inicial de Os Lusíadas, a mais icônica obra do idioma português.

A sessão é conduzida de modo competente pelo Venerável Mestre Júlio Pinheiro e recebo um espaço na Ordem do Dia para uma pequena palestra sobre o Grau de Companheiro e a Cabala.  

Um livro meu é sorteado e o brinde cabe ao Companheiro Nilson Lopes de Goes.

setembro 16, 2024

APRENDIZ PODE FALAR EM LOJA?


É sabido que, em muitas Lojas por nós conhecidas, os Aprendizes estão proibidos de se manifestarem na “Palavra ao Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular”.

Não é o caso, felizmente, dos Aprendizes pertencentes às Lojas da Associação Beneficente Barão de Mauá - ABBM.

Mas, para sabermos o que é correto, referente a esse assunto, vamos recorrer mais uma vez, ao Mestre José Castellani, resumindo e usando nosso palavreado, o que nos diz, em seu livro “Consultório Maçônico – VIII”.

“...essa proibição não é constitucional nem regimental. Tradicionalmente, sabe-se que as sociedades iniciáticas, geralmente de cunho religioso, nas quais os Neófitos limitavam-se durante um certo tempo, a ouvir e a aprender.” 

“Era o caso do Mitraismo persa – culto do deus Mitra, o Sol – que era composto de sete etapas; na primeira o neófito era o Corvo, por que o corvo, no Mitraismo, era o servo do Sol e porque ele pode imitar fala, mas não criar idéias próprias, sendo assim, mais um ouvinte, do que um participante ativo. Idem para as Escolas Pitagóricas, onde existiam três etapas: Ouvintes, Matemáticos e Físicos.”

“...em Maçonaria, todavia, não existe essa tradição, mas, sim, o Simbolismo. Ou seja, simbolicamente, o Aprendiz é uma criança, que não sabe falar, mas só soletrar. Isto é simbólico e não pode ser levado ao pé da letra. O Aprendiz pode e deve falar em assuntos inerentes ao seu Grau, ou nos que interessem a comunidade, de maneira geral.”

O assunto pode ter controvérsias, mas me parece que essa explanação do Mestre Castellani é bem razoável e muito “pé no chão”.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

ARLS LUZ DA ESPERANÇA 759


A sede do Templo é um labirinto que pode até parecer aquelas fortalezas templárias, mas a relativa complexidade e despojamento do local causam uma impressão enganosa da Maçonaria que lá se pratica. Foi a Loja mais simpática e afetuosa que já visitei.

Uma Loja repleta de jovens, mais da metade do quadro tem entre 30 e 50 anos, inclusive o Venerável Mestre irmão Rodrigo Simões Alves, que comandou uma magnífica sessão de elevação. 

O carinho com que os irmãos se tratam e aos visitantes faz pensar como seria linda e agradável uma Loja, ou uma Ordem, onde todos se considerassem verdadeiramente uma família. 

Estive visitando a ontem. É a única Loja domingueira da Glesp, os trabalhos iniciam as 09h00 mas ninguém tem pressa de ir embora. Ao meio dia ainda estava-se conversando e aprendendo sobre Maçonaria e saboreando os deliciosos sanduíches à guiza de agape. Detalhe: cerveja SEM álcool porque muitos voltariam dirigindo.

Além da sessão merece destaque a magnífica Saudação à Bandeira proferida pelo irmão Vitor Assunção e que irei publicar neste blog no dia 19 de novembro quando nosso Pavilhão Nacional é homenageado.

setembro 15, 2024

TEMPOS DEPOIS - Adilson Zotovici


Fito silente o espelho

Como quem  se avalia

Concito na mente um conselho

Ofertado  com  sabedoria


Que “o tempo, senhor da verdade”,

A esta estação me traria 

Com recordações e saudade

Daquele memorável dia 


Semelhando um casamento

A felicidade luzia 

Tudo era encantamento

A mim, tão grande honraria 


Uma passagem de glória

Com perenal liturgia,

Mas afinal,  transitória

Toda pompa e magia 


Vieram as obrigações

Tal qual forte ventania

Prevalecendo as razões

Mas sempre, depois...calmaria 


Era o labor verdadeiro 

Passada a sobeja euforia

Solidando o livre pedreiro

Que um garimpeiro creu que existia 


Hoje, tempos depois,

Sigo minha travessia

Por ufanos caminhos pois, 

Ensejando  sempre, alegria 


Vez que sou “um iniciado”

Em tão Sublime Confraria

Tenho a pedra bruta talhado

Com iguais, em sintonia 


Busco a paz e a felicidade

Com arcanos da Maçonaria

Em prol de toda humanidade

E o “Grande Arquiteto” por Guia !



A renovação das lideranças maçônicas - Arlindo B. Chapetta


A NECESSÁRIA RENOVAÇÃO DAS LIDERANÇAS DA ORDEM MAÇÔNICA E CORRETA APLICAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Notadamente, a Maçonaria é uma instituição secular que tem a tradição e a evolução como base em seus princípios. Costumeiramente, vemos em nossas sessões de iniciação, irmãos experientes discorrendo ao neófito que ele é uma liderança, que foi pinçada na sociedade e agora fará um desbaste em sua essência para desenvolver questões em sua vida material e espiritual, que farão dele um ser humano ainda melhor. No meu entendimento, essa é uma das verdades mais intrínsecas em nossa caminhada maçônica. É importante ainda enaltecer que esses neófitos, depois de alguns anos e muitos conhecimentos, ao amadurecerem essa liderança, percebem que podem ajudar a sociedade e a própria Maçonaria a ser desenvolver. 

Falando em ajudar a Maçonaria a se desenvolver, percebemos nestas novas lideranças a vontade em fazer algo diferente ou até melhorar os fluxos em andamento. Em algum momento da carreira destes Irmãos, já preparados para assunção de novos postos, são eles a novidade e a própria evolução que pregamos lá nos princípios da nossa instituição. 

E é nessa corrente de novas possibilidades e de novas oportunidades, com o surgimento destas novas lideranças, que nossa tradicional instituição maçônica vive uma experiência promissora para o seu futuro. Enfatizo que novas lideranças não tem relação com a idade e sim com a oportunidade concreta de colocar seu conhecimento naquela específica função, ainda não trabalhada. 

Neste mister, infelizmente vemos na nossa sociedade maçônica de tempos em tempos, alguns Irmãos que já ocuparam todas as posições em nossos quadros, querendo voltar a ocupar tais espaços, trazendo discursos de que é necessária sua experiência para colocar aquela área na qual ele quer ocupar no eixo ou até muitas vezes, permeio desta, ele pessoalmente acredita que pode resolver a instituição Maçonaria como um todo.

Neste momento, aquele discurso inicial ao nosso neófito perde todo o seu valor, pois uma instituição com tantos valores e experiências não precisa de Irmãos entronados no poder pela eternidade e sim Irmãos que pela sua experiência possam ser conselheiros de outros que estão também trabalhando para a instituição e querem fazer algo a mais por esta. O verdadeiro sangue jovem, mais uma vez, enfatizo que essa juventude não está associada com a idade e sim com a oportunidade de servir, pois temos mentes joviais de 70, 75 e 80 (e mais) anos em nossa instituição. 

Vejo que devemos estar sempre em reflexão sobre o que podemos fazer para ajudar a sociedade e as instituições, sem a perpetuação do poder. Isto é, usarmos a nossa experiência e conhecimento na busca de novas lideranças e novas oportunidades, sermos conselheiros e não o próprio poder vitalício.

Essa é uma reflexão que temos que ter todos os dias ao acordar, questionando se realmente estamos ajudando ou só buscando amaciar o nosso próprio ego, ao querer permanecer no poder  com a velha máxima de que somos a "única opção" de salvação, em total desrespeito à trajetória dos outros nossos Irmãos e amigos, mas principalmente em desrespeito à nossa própria trajetória, que em algum momento, também dissemos que a instituição e a sociedade precisavam de sangue novo.

Seguimos com consciência e respeito ao nosso próximo; aos que já tiveram sua oportunidade, que usem sua experiência para ajudar, orientar e aconselhar. Vamos dar espaço aos que também buscam pela oportunidade de servir à nossa Ordem e sociedade. 





TABUS MAÇÔNICOS ( PARTE 1) - Paulo André


Algumas perguntas são feitas que confudem o mundo profano, confudem a gente também, vamos tentar oferecer algumas respostas, que são apenas meu ponto de vista

Se as igrejas são abertas, por que razão a Maçonaria tem que ser fechada? 

Essa pergunta pesa, posto que o ocidente era majoritariamente cristão, vamos brincar de entender

Em primeiro lugar, não estamos competindo com nenhuma igreja, até por que não somos uma, somos bem diferentes, mas, será que o Cristo era uma figura aberta?

Ele tinha um grupo seleto de 12 homens, pregava para as multidões em forma de metáforas (parábolas) que ninguém entendia direito, agora para o seu grupo fechado de 12 ele explicava tudo, não me lembro qual dos discípulos perguntou o por que disso, e ele respondeu:

"Por que a vós é dado conhecer os mistérios, aos demais não", ou seja, ele reconhece a existência de mistérios, e admite, que só revela para os seus, mais a frente um pouco ele explica o por que:

" Não deem pérolas aos porcos" então nem Jesus reconheceu o mundial do Palmeiras? Nada haver, o que ele disse foi, não passe o conhecimento para quem ainda não está preparado para ele, mais ou menos como se um aluno da 5ª séria, fosse estudar um livro da 7ª série, não que seja proibido, é improdutivo, ele não vai entender nada, o conhecimento deve ser passado passo a passo , em uma sequência lógica

Assim faz a Maçonaria, assim faz a Rosa Cruz, assim fazem todas as ordens iniciáticas sérias,  assim fazia Jesus, coincidência?

Em segundo lugar, vamos contar uma metáfora:

Em uma rua moram duas moças bonitas, que chamam muito a atenção, uma delas é toda aberta, veste roupas sensuais, adora dançar, flerta com um, paquera com outro, a outra é o oposto, roupas fechadas, não dá muita abertura para ninguém, pergunto, qual delas está certa?

Resposta, as duas estão certas, cada um deve agir da maneira que achar correto, errado seria mudar o seu jeito para agradar a opinião alheia.

Pergunto, as duas apesar de diferentes, podem ser amigas?

Resposta, claro que sim, desde que uma não tente mudar a outra, é só respeitar as diferenças

A moça aberta são as igrejas, a moça reservada é a Maçonaria, sim é possível a convivência entre ambas

No próximo artigo, vamos continuar destrinchando tabus


setembro 14, 2024

Fraterna Faculdade - Roberto Ribeiro Reis


Nessa nobre faculdade, agradeço ao Reitor,

Estimado Venerável, inda é um Professor,

Preza pela disciplina e pelo total respeito;

Ensino eficiente, rígido, qual à antiga moda,

Reverenciamos o Mestre, o homem é foda!

Respira a Maçonaria, e a carrega no peito.


Reputação ilibada, seu caráter é escorreito,

Um Magistério de justiça e do puro Direito,

Diariamente exercido com extremo louvor;

Irmão insigne, do tipo que não se acomoda,

Consegue passar a lição, não se incomoda

Em repeti-la várias fezes, pois é com amor!


Mensalidade gratuita, aulas de qualidade,

Professores e alunos inspirados: é verdade!,

Não deixam dessa Augusta e Soberana sala;

Lá não tem discurso de esquerda ou direita,

A ideologia dali é sutil, de tão justa e perfeita,

Rica em Força e Beleza, a Sabedoria exala.


A ignorância passa longe, e não nos consome,

A cultura é um prato de fartura, não há fome!

Fé, Esperança e Caridade são nosso idioma;

Paz, Harmonia e Concórdia o aluno externa,

Esperamos a hora dessa Faculdade Fraterna

Expedir nosso benemérito e honroso Diploma


)

AS 5 NOBRES ORDENS DE ARQUITETURA - Almir Sant’Anna Cruz


Em 1738, quando foi instaurado o primeiro processo da Inquisição contra a Maçonaria em Portugal, o Venerável Mestre da Loja de Lisboa, Irmão Dom Hugo O’Kelly, já destacava, em seu depoimento, a importância que se dava à Arquitetura durante as Sessões Maçônicas: “Tem também a Arquitetura, em que se empregam com vários discursos e exames e para em tudo serem Peritos discorrem nos Pedreiros Livres Mecânicos e nos Pedreiros Livres Nobres e Cavalheiros (Arquivo Nacional da Torre do Tombo - Promotor da Inquisição de Lisboa - Caderno 108).

As Ordens de Arquitetura, as Colunas, são constituídas de Base, Fuste, Capitel e Entablamento, sendo este último formado, de baixo para cima, de Arquitrave, Friso e Cornija.

As cinco nobres ordens de Arquitetura podem ser divididas em dois grupos:

- As Ordens gregas: Coríntia, Dórica e Jônica; e

- As Ordens romanas: Toscana e Compósita.

As Ordens gregas são apresentadas logo no Grau de Aprendiz, em que cada uma delas representa os três principais dirigentes de uma Loja e seus atributos: a Coríntia o Segundo Vigilante, a Beleza, Hiram Abif; a Dórica o Primeiro Vigilante, a Força, Hiram Rei de Tiro; e a Jônica, o Venerável Mestre, a Sabedoria, Salomão Rei de Israel.

As Ordens romanas, por seu turno, comparecem somente no Grau de Companheiro e sem um simbolismo específico, a não ser a de que representam os dois Irmãos Companheiros que, somados ao Venerável Mestre e aos dois Vigilantes, constituem uma Loja.

A seguir, faremos um brevíssimo resumo das principais características de cada uma dessas Ordens de Arquitetura:

Dórica

Aspecto geral: robusta e sóbria.

Altura: 8 vezes o seu diâmetro.

Fuste: 20 caneluras pouco profundas, formando arestas vâs.

Capitel: pouco elevado, com molduras em forma de taça.

Base: ausente; o fuste se assenta diretamente no solo.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com duas platibandas. 

Jônica

Aspecto geral: fina e graciosa.

Altura: 9 vezes o seu diâmetro.

Fuste: 24 caneluras separadas por bistéis (filetes).

Capitel: com volutas que lembram chifres de carneiro.

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com três platibandas.

Coríntia

Aspecto geral: formas elegantes e proporções delicadas.

Altura: 10 vezes o seu diâmetro.

Fuste: liso (granito) ou bastante canelado (mármore).

Capitel: com folhagens de acanto.

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com três platibandas. 

Toscana

Aspecto geral: austera e despida de ornamentos.

Altura: 7 vezes o seu diâmetro.

Fuste: liso.

Capitel e Base: assemelhados.

Entablamento: plano e Arquitrave com uma única platibanda.

Compósita

Aspecto geral: semelhante à Coríntia.

Altura: 10 vezes o seu diâmetro.

Fuste: com caneluras.

Capitel: com volutas (Jônica) e folhagens (Coríntia).

Base: presente.

Entablamento: trabalhado e Arquitrave com duas platibandas.

Do livro "O que um Companheiro Maçom deve saber" Interessados, contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

ARLS CASTRO ALVES 86 - São Paulo



Antonio Frederico de Castro Alves, o genial vate baiano, deixou um legado de poemas que honram a cultura brasileira. Um deles é o epíteto de minha obra pessoal como escritor e semeador de livros.

"Oh! Bendito o que semeia

Livros... livros à mão cheia...

E manda o povo pensar!

O livro, caindo n'alma

É germe – que faz a palma,

É chuva – que faz o mar!"

No entanto, como em tudo na vida e também na Sublime Ordem, as vezes o germe cai em terra fértil e se multiplica, outras ocasiões cai em terra estéril, e fenece.

Na minha visita de ontem, à ARLS Castro Alves 86, uma Loja de 72 anos de existência, que funciona no Palácio Maçônico da GLESP, em sessão conduzida pelo Venerável Mestre Lincolnbert Sales de Freitas, o destaque foi a obra de arquitetura apresentada pelo irmão José Eustáquio intitulada "A caixa de botões" que eventualmente publicarei neste blog.

Agradeço a gentil recepção. 






setembro 13, 2024

OS TEMPLÁRIOS


Madrugada de sexta-feira, 13 de Outubro de 1307:

Cumprindo as ordens do rei Filipe IV, o Belo, também conhecido como Rei de Mármore ou Rei de Ferro, Guillaume de Nogaret ministro do Rei, acompanhado do Inquisidor-mor e do tesoureiro real, apresentou-se na fortaleza do Templo e deu voz de prisão a todos os Templários que aí se encontravam, incluindo o seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, que ainda estava deitado. Os próprios calabouços do Templo serviram para aí se encerrarem alguns dos cavaleiros, mas o Grão-Mestre e os seus principais foram encerrados na prisão do Louvre.

À mesma hora, por todo o Reino de França, os senescais, presidentes das câmaras e os prebostes reais, acompanhados pelos seus soldados, prenderam em massa todos os Templários que (Publicado em freemason.pt) encontraram nas Casas da Ordem. Praticamente não houve resistência, mas nalgumas, como em Arras, os soldados degolaram metade das pessoas que lá se encontravam.

Davam assim cumprimento às instruções reais contidas numa carta que todas as autoridades foram recebendo desde Setembro desse ano, com a condição expressa de só ser aberta no dia 12 de Outubro e à mesma hora, em todos os locais do reino, guardando-se o mais rigoroso sigilo da mesma.

Não se sabe com precisão quantos cavaleiros foram presos, mas estima-se que fossem cerca de 1000, embora também se fale em 4000. Grande parte dos cavaleiros fugiu para países que os acolheram ou fixaram-se noutros lugares onde a Igreja os não pudesse alcançar. Gerard de Villiers, perceptor de França, foi um dos cavaleiros franceses que conseguiu escapar.

Todos os imensos bens da Ordem em França foram imediatamente confiscados!

Acusados de heresia (práticas demoníacas, adoração de ídolos e vícios contra a natureza), os interrogatórios começaram logo no dia seguinte, 14 de Outubro, dando-se início a um dos processos mais vergonhosos e sinistros da História, o chamado “Processo dos Templários”, que acabará com a supressão da Ordem, pela bula papal Vox in Excelso, de 22 de Março de 1312 e com a morte de alguns dos seus membros, incluindo o Grão-Mestre, condenado à fogueira a 18 de Março de 1314.

Torturados, alimentados a pão e água, instalados em condições sub-humanas e ainda sujeitos ao pagamento da sua prisão, foram-lhes recusados os sacramentos e o sepultamento em terra da Igreja. Não se sabe ao certo quantos terão morrido na fogueira, ou durante os interrogatórios, ou dos ferimentos recebidos, ou dos que ficaram estropiados para o resto da vida física e moralmente.

Quanto a Filipe IV, assim que soube que as prisões tinham sido feitas, dirigiu-se à Torre do Templo e instalou-se lá, levando consigo o seu “tesouro”, que juntou ao que encontrou no local.

Foram também expedidas cartas aos soberanos europeus para que procedessem de igual modo nos seus reinos, contra a Ordem.

Na Europa a Ordem foi extinta, mas com uma ou outra excepção os cavaleiros não foram molestados, sendo integrados em novas Ordens menos expressivas, como foi o caso da “Ordem de Cristo”, fundada em Portugal pelo rei D. Dinis, com os bens e os efectivos templários residentes no país ou que por cá se refugiaram.

Jacques de Molay esteve sete anos na prisão, antes de morrer aos setenta anos de idade. No dia 12 de Outubro, véspera da sua prisão, tinha-se encontrado com o rei, de quem era compadre (Molay era padrinho do filho mais novo de Felipe IV), no funeral da cunhada do monarca, Catarina de Courtenay, esposa de Carlos de Valois, tendo-lhe sido dada a honra de carregar o féretro, o que torna a perfídia do rei ainda mais ignóbil…

Mas como é que uma Ordem tão poderosa como a dos Templários, carregada de glória e riqueza, com uma tradição de dois séculos de existência e que apenas dependia do Papa, pôde ser aniquilada de um dia para o outro?

Na sua juventude o “Rei de Ferro” tinha pedido para ser admitido a título honorário na Ordem, o que lhe foi recusado, acontecendo-lhe o mesmo quando poucos meses antes do aniquilamento dos Cavaleiros Templários, tinha pedido o ingresso na Ordem para o seu filho mais novo. A sua ideia seria tornar hereditário o cargo de Grão-Mestre, reformar a Ordem e mantê-la na dependência directa dos reis franceses. Também em 1306, durante uma sublevação em Paris, o rei tivera de pedir asilo ao Templo onde ficara alguns dias à espera que o motim acalmasse…Demasiadas humilhações para alguém como ele!

Além de que, do seu palácio, o rei todos os dias avistava a Torre, uma lembrança permanente de um Estado dentro de outro Estado, com as suas liberdades, privilégios, a sua alta, baixa e média justiça e o seu direito de asilo, que nem o Rei se atrevia a quebrar.

Portanto, as razões para a queda (Publicado em freemason.pt) foram muitas e diversas, mas situam-se principalmente na luta feroz que se desenvolveu entre a França e o Papado, entre Filipe IV e Bonifácio VIII, sem esquecer a aura de imensa riqueza que a Ordem possuía, o chamado “Tesouro dos Templários”, que para um rei sempre esfomeado de dinheiro como o monarca francês, e que tinha uma enorme dívida para com o Templo, se tornava numa tentação irresistível que o não faria recuar perante nada…

Com esta medida, Filipe IV consegue equilibrar as finanças reais, e ao destruir o exército da Igreja, com a ajuda do Papa Clemente V que ele próprio tinha elevado ao trono pontifício, e que se estabelece em 1309 em solo francês na cidade de Avinhão, abandonando Roma (o que dará início ao Cisma de Avinhão, também conhecido como o Cativeiro de Babilónia), o rei consegue tornar-se no senhor absoluto do reino de França.

É a partir deste acontecimento, que tanto o dia 13 como a sexta-feira entraram para a superstição popular como azarentos.

“NON NOBIS DOMINE, NON NOBIS SED NOMINI TUO DA GLORIAM”

“Não a nós Senhor, não a nós mas toda a glória a Teu nome”.



(Desconheço a autoria)

ARLS LESSING 129


Retorno na noite de ontem para mais uma sessão da ARLS Lessing 129, que funciona no Palácio Maçônico da GLESP. 

O Venerável Mestre Érico de Paula Coelho Neto, com quem compartilhei memórias da amada Sorocaba, onde ambos passamos os anos da juventude, implantou uma modalidade de trabalho que faz jus ao dístico da Loja, "Para engrandecer a cultura dos homens".

Além das instruções maçônicas de praxe é aberto um tempo para apresentação de assuntos de cultura geral, da qual todos os irmãos participam. O tema apresentado nesta sessão foi sobre os grandes partidos norte-americanos, o Democrata e o Republicano, e neste momento em que estes são notícia diária em todo o mundo o trabalho trouxe muitos esclarecimentos. 

Usei da palavra para apresentar o meu livro "Maçonaria de Isaac Newton à internet" e presenteei a Loja com um exemplar que foi entregue ao irmão com mais tempo de Loja.

Foi uma sessão edificante.

SEXTA FEIRA 13


A lenda da sexta-feira 13 tem origem em uma combinação de crenças supersticiosas ligadas ao número 13 e à sexta-feira, ambos considerados de mau agouro em várias culturas.

Origem do Número 13:

O número 13 é visto como azarado em muitas culturas ocidentais. Uma das explicações mais conhecidas vem da mitologia nórdica. Diz-se que, durante um banquete no Valhalla, foram convidados 12 deuses. Loki, o deus do caos e da trapaça, apareceu sem ser convidado como o 13º, e isso resultou em uma série de desastres, incluindo a morte do deus Balder.

Na tradição cristã, o número 13 também está associado a eventos infelizes. No relato da Última Ceia, Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, foi o 13º convidado a sentar-se à mesa. Além disso, Jesus foi crucificado em uma sexta-feira, o que fortaleceu ainda mais a ideia da sexta-feira como um dia de má sorte.

A Sexta-feira:

A sexta-feira, por si só, já era considerada um dia de má sorte em algumas culturas. No cristianismo, além da crucificação de Jesus, a sexta-feira é vista como o dia da queda de Adão e Eva e do assassinato de Abel por Caim. Esses eventos ajudaram a criar a imagem negativa da sexta-feira em sociedades ocidentais.

A Combinação:

A combinação da sexta-feira com o número 13 parece ter ganhado força principalmente no século XX. Um dos eventos históricos que reforçaram essa crença foi a prisão e execução dos Cavaleiros Templários, que ocorreu em uma sexta-feira 13 de outubro de 1307, quando o rei Filipe IV da França ordenou a prisão dos membros da ordem.

Com o tempo, a superstição se espalhou e foi popularizada pela cultura de massa, especialmente com a série de filmes de terror "Sexta-feira 13", que começou em 1980, consolidando a ideia da data como um dia de azar e perigo.

Assim, a lenda da sexta-feira 13 é o resultado de uma fusão de tradições culturais e religiosas, reforçada por acontecimentos históricos e pela mídia.

PALAVRAS SOBRE OS DIÁCONOS - Sérgio Quiri



Ao participar de uma atividade interdenominacional, chamou-me a atenção a qualidade da diaconia da palavra de um dos participantes.

Não só o uso da palavra, mas a postura, ao mesmo tempo elemental e superior de como ser um Diácono.

Decerto, fiz minhas conjecturas maçônicas: será que abarcamos todo o simbolismo, as alegorias e as instruções que envolvem esse Cargo?

Minha intenção é, pois, apresentar informações e provocar reflexões, começando pela pergunta: qual será o motivo de usarmos a mesma denominação de uma função clerical?

A palavra diácono designava, na Grécia Antiga, um “servo” ou “ajudante”, alguém que tinha a função de atender ou servir a uma autoridade. Em reuniões, postava-se à direita desta para transmitir suas ordens e executar tarefas que visavam manter a ordem e o respeito.

Os Grandes Apóstolos adotaram essa “estrutura”, visto que estavam “gastando” muito tempo nas tarefas administrativas e de caridade. Promoveram, assim, uma assembleia com os demais discípulos e disseram: “Nós, os apóstolos, devíamos gastar o nosso tempo a pregar, e não a distribuir comida. Por isso, irmãos, escolham entre vós mesmos sete homens de quem haja um bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e encarregá-los-emos desse importante trabalho. Só assim poderemos dedicar tempo à oração, à pregação e ao ensino”.

Com o desenvolvimento da Igreja como Instituição, criou-se a Ordem Sacerdotal, composta por Três Graus: Bispos, Presbíteros (Sacerdotes) e Diáconos. Nesse cenário, os Diáconos assumiram outras missões como “Servos de Deus”, podendo até exercer algumas funções sacerdotais. No entanto, a característica principal é a de levar a palavra de Deus aos fiéis por toda a Terra.

É interessante pensarmos que, como eles circulam do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, é essencial que sejam sábios e espiritualizados (Atos dos Apóstolos 6:3), que tenham a beleza de uma boa reputação (1 Timóteo 3:8-9) e a força para gerir bem a família (1 Timóteo 3:12).

E as joias de nossos Diáconos? São uma pomba segurando um ramo no bico!

O que isso significa? Uma palavra dita silenciosamente. Sua alegoria foi retirada do Livro da Lei, em Gênesis 8:8-11. Quando a chuva cessou, Noé soltou uma pomba, a fim de ver se a terra já estava seca. Ele a soltou por três vezes. A primeira, ela voou e voltou; a segunda, trouxe um galhinho de oliveira; e a terceira vez, ela não voltou.

Contudo, em uma das joias, há um triângulo. O triângulo é um símbolo universal utilizado para representar o aspecto divino.

Então, temos um Irmão servidor de um Venerável Irmão, que leva palavras sagradas de um lugar acima da materialidade ocidental, onde o Sol nasce e deve nos esclarecer com a Luz da Sabedoria.

TODAVIA, O MAIS SIGNIFICATIVO É QUANDO AS JOIAS SE JUNTAM, TENDO A PALAVRA ESPIRITUAL À FRENTE DA PALAVRA MATERIAL.

 

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.