setembro 28, 2024

COMPLETO 74 ANOS HOJE



Nasci em 28 de setembro de 1950 no Hospital Militar Inglês em Hadera, Israel. Há alguns anos visitei o local que era agora um manicômio. Foi o meu alfa, que não seja o meu ômega.

Meu pai, veterano combatente da 2a. Grande Guerra e da Guerra da Independência de Israel ajudava a transformar um pedaço estéril de deserto numa nação, entregando gelo em uma carrocinha a habitantes de um país em sua maioria sem energia elétrica ou refrigeração. 

Em 1956 ante a iminência de uma nova guerra minha mãe comentou que duas guerras em uma vida eram cota suficiente para qualquer família e ela desejava criar seus filhos, eu e minha irmã, em um local em que pudesse viver em paz.

Papai pediu vistos de imigração para os EUA, Canadá e Brasil. Alguém comentou que o Brasil era um país onde havia onças e serpentes nas ruas, mas se vivia em absoluta paz, e assim, num dia chuvoso e frio em junho de 1956 desembarcamos em Santos, rumo a uma nova vida.

Meu pai amou esta terra mais do que a sua Ucrânia natal. E quando alguém reclamava do Brasil ele dizia: - senhor sabe quando frango vira pedra na geladeira, é 4 graus abaixo de zero. No Ucrânia faz 40 abaixo de zero. Senhor reclama do que?

Aqui fui criado, aqui estudei, casei, tive filhos, netos e bisnetos. Eu me dediquei ao trabalho e com orgulho sou o pioneiro em implantar telemedicina no país. E na idade provecta me dediquei ao Rotary e especialmente a maçonaria, estudando e compartilhando conhecimento.

Aos 74 anos completados hoje sei que tenho muito menos tempo para viver do que aquele que já vivi. Mas no tempo que o GADU me proporcionar continuarei tentando fazer do mundo um lugar melhor se viver.

setembro 27, 2024

ANIMISMO MAÇÔNICO - Sérgio Quirino




Sob a ótica acadêmica, o animismo é o estudo que apregoa que, em todos os reinos (animal, mineral, vegetal) e nos fenômenos meteorológicos (chuva, raios, tempestades), há uma entidade espiritual.

Os Irmãos, de forma automática, devem ter montado a imagem mental dos cerimoniais xamânicos, nos quais o todo é único. Essa concepção está bem em moda nos tempos atuais e em choque com o pensamento do Dualismo Cartesiano ou Dualismo de Substância de René Descartes, que afirmava a existência de apenas dois tipos de fundamento no homem: o mental e o corporal.

Nem tanto ao céu nem tanto à terra, como Maçons sabemos que, na antropologia da religião, o ser primitivo pressentiu que não podia ter sido uma simples ocorrência da natureza, que algo deveria tê-lo criado. Não só a si, mas tudo ao seu redor. Assim, rende tosco, mas sincero, culto a esse Ser supremo que arquitetou todo o universo, sentindo que havia em tudo a essência criadora, o que está ligado ao termo latino animus, a ALMA.

Não como uma entidade, mas o SOPRO, um PRINCÍPIO vital, aquilo que ANIMA.

Nossa Ordem é um composto de duas “substâncias”: o Maçom, a “coisa especuladora” (res cogitans), e a Maçonaria, a “coisa extensa” (res extensa). Essa extensão não é uma medida material de comprimento ou largura, mas de sua intelectualidade vasta e filosofia ampla, ou seja, a “coisa para especular”.

Apenas a interação Maçom/Maçonaria resultará na Vida Maçônica. Todavia, por configurar duas “unidades” de estruturas diferentes, como alcançar esse propósito pessoal e cumprir a missão institucional?

É nesse ponto que entra o Animismo Maçônico.

QUE VENTOS, SOPROS LEVARAM VOCÊ À MAÇONARIA?

QUAL PRINCÍPIO MAÇÔNICO VOCÊ ASPIRA A SER? O QUE O ANIMA A IR AO ENCONTRO DOS MAÇONS?

Nosso animismo não é uma crença, ou uma alegoria, ou mesmo uma representação simbólica de ligação. É o modo de descrever todo o conteúdo da Maçonaria, associado às práticas do Maçom.

É DESCOBRIR, CONHECER E PRATICAR A ALMA MAÇÔNICA.

O evento da pandemia de covid-19 foi um divisor de águas na Maçonaria. O lockdown, que seria apenas um confinamento da matéria, acabou expondo aqueles que não haviam entendido que o espírito se distribui justamente nas crises.

A relação entre os Maçons e a Maçonaria passou por uma mudança, na qual os que iam por costume, desacostumaram-se. Os que iam por interesse, desinteressaram-se, e os que iam sem saber o porquê chegaram à conclusão de que não sabiam o para quê.

Aqueles, porém, que, de fato, colocavam-se maçonicamente na vida, foram insuflados pelo sopro da equidade, reconhecendo que, não sendo todos iguais, promovem ajustes para que ocorra a Igualdade.

A Irmandade não advém de uma cerimônia; é o Princípio da ação de Fraternidade ontem, hoje e amanhã.

Embora podendo invocar a Liberdade de escolha, não o fazem, visto que o que o Anima, é vencem suas paixões em prol de novos progressos na Maçonaria.

OS VERDADEIROS MAÇONS SÃO A ALMA DA MAÇONARIA.

 


A VOZ DO MESTRE, QUE NÃO ESCREVEU - Jorge Gonçalves


Entre os anos de 570 a 500 a.C., em Samos, uma ilha grega situada no Mar Egeu, acredita-se que viveu Pitágoras, fundador da Escola Pitagórica. O aforismo "O melhor tipo de homem se dedica à descoberta do sentido e propósito da vida em si [...] esse é o homem que chamo de filósofo" é atribuído a Pitágoras, mas precisamos ter cuidado. Pitágoras não deixou nada escrito, assim como Sócrates, Maomé e Jesus Cristo. Seus ensinamentos foram transmitidos por meio de palestras e exemplos, seguindo a tradição oral.

A maior parte das informações sobre Pitágoras foi registrada séculos após sua morte, em citações de autores como Xenófanes, Heródoto, Platão e Aristóteles. A falta de fontes primárias, muitas vezes imprecisas, torna difícil separar o que é história do que é lenda.

As citações atribuídas a Pitágoras aparecem em várias fontes, mas é preciso ter cautela: a autenticidade histórica da maioria delas é de difícil verificação, já que faltam registros históricos. No entanto, a citação de hoje reflete os valores associados ao pitagorismo, como a importância da educação, do autocontrole e da busca pela sabedoria.

Portanto, mais importante do que atribuir com precisão nanométrica o aforismo ao lendário Pitágoras, vale a mensagem e o que ela transmite.



setembro 26, 2024

REVOLUÇÃO FARROUPILHA -


Falar que o homem não pode viver sem poesia, não significa dizer que sejamos poetas, ou que tenhamos que manter sempre um livro de poesias aberto nas mãos.

Não ter poesia é não ver significado na vida.

É não enaltecer a beleza expressa nas coisas que nos cercam desprezando a história dos nossos antepassados.

Felizes (bem-aventurados) os simples, os pequenos, os misericordiosos. Bem-aventurados os que deram a vida por nós!

Bem-aventurados os gaúchos que têm o coração voltado para suas crenças cultivando sentimentos de liberdade, igualdade e humanidade, princípios estes que nos fizeram fortes perante o mundo e a humanidade.

Preocupa-me o pragmatismo e a carência de uma visão mais ampla em alguns patrícios do Rio Grande do Sul, estribados na aridez de uma razão fria, que desejam apagar dos corações o fogo de uma tradição.

Na semana da Revolução Farroupilha comemora-se não uma guerra, não uma vitória, mas um sentimento de amor e significado. 

Um ideal a ser perseguido, um respeito a um pacto social e político tão esquecido.

Nestes dias, buscamos exaltar o espírito de um povo descontente com centralização do poder, no mando desigual no trato da repartição do bolo arrecadado com estados e municípios.

O homem/a mulher,necessitam de um motivo para viver. 

O povo gaúcho tem motivos de sobra.

Tentar apagar esta chama é como desejar esfriar o sangue que corre nas veias de homens e mulheres do nosso chão a golpes dos ventos gélidos do vento minuano, parceiro nas horas do chimarrão e música nas dobras do capim Santa Fé.

A Revolução Farroupilha é uma verdade, um direito, um costume, um rito e tem seu simbolismo impregnado na alma e no sangue do nosso povo.

Dê-nos, ao menos, esse direito.

Os gaúchos têm a história marcada por sua coragem.

Foi este povo, o gaúcho, que seguindo ideais próprios e ou de outros homens, que marcou nossas fronteiras a duros golpes de lança, adaga, laço e boleadeiras a pé ou no lombo de seu maior parceiro, o cavalo.

Este homem, que um dia pretendeu ser livre do jugo imperial e das cobranças arbitrárias, que continue livre, ao menos, para continuar sonhando com dias melhores!

Às mulheres gaúchas:

Concluiremos, lembrando, por justiça, os reflexos que a Revolução Farroupilha nos entregou e que estão bem presentes no exemplo de Anita Garibaldi. 

Não fosse ela uma mulher de pensamentos fortes e decisões marcantes, hoje poderíamos não ter, no seu exemplo, a força e a coragem nas lutas das mulheres atuais. Lembramos que, naquele momento histórico, às mulheres lhes eram negados direitos iguais aos dos homens. Assim, ela deixou-nos um exemplo a ser seguido e perseguido.

Anita vai em busca e toma as rédeas do seu destino e parte ao encontro, não só de uma paixão, mas de uma ideal bem republicano, a liberdade e a humanidade. 

Uma heroína de dois mundos, pois na Itália também sua memória é homenageada, honrada e respeitada.

Homens livres, mulheres livres.

Liberdade, Igualdade e Humanidade.

(Liberdade, Igualdade e Fraternidade)

Que vivamos nossos ideais, hoje e sempre!!!



O MAÇOM E O POLÍTICO - Roberto Ribeiro Reias



O político parasita assemelha-se ao verme,

Adentra o homem, comendo suas entranhas;

O faz com ardil e as estratégicas façanhas,

Coitado do povo! Continua indefeso, inerme.


A maçonaria, ao contrário, o homem lapida,

Quando ele a interioriza, tem sua ascensão;

Começa na mente, e invade o seu coração,

Que feliz se sente com tão nobre subida.


O político, personalista, é vaidoso, egoísta,

Contumaz em usurpar patrimônios alheios;

Condenado como corrupto, acha os meios

De ser aclamado como caridoso e altruísta.


O Maçom de verdade quer outra conquista:

Compartilhar do que tem, pelo anonimato;

Tudo que ganhou é abundante, ele é grato

Pelas maravilhas que estão sob sua vista.


O mau político pelos holofotes muito atraído,

Deseja ser dono do mundo, é o que ele diz;

Se esquece de fazer o bem, um pobre infeliz,

Das graças do Eterno já é um anjo decaído.


O Maçom muito trabalha, usando sua trolha,

Ele tem o poder de seu País mudar o rumo;

Pelo Esquadro, Compasso, Nível e prumo:

Quando o Obreiro pensa, faz a boa escolha!



setembro 25, 2024

FILOSOFIAS EM SEGREDO - Fernando Pessoa


Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.

Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens. Quanto mais fundamente penso, mais profundamente me descompreendo.

O coração se pudesse pensar pararia. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos. Tudo o que dorme é criança de novo.

O Amor é um sono que chega para o pouco ser o que é. Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias. Há tanta suavidade em nada dizer e tudo entender.

É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la. Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma. Saber interpor-se constantemente entre si próprio e as coisas é o mais alto grau de sabedoria e prudência.

Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz. O mais alto de nós não é mais que um conhecedor mais próximo do oco e do incerto de tudo.  Tudo é orgulho e inconsciência. Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rastro.

A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo. O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio.

Fernando António Nogueira Pessoa, 13 de junho de 1888, Lisboa, Portugal – 30 de novembro de 1935, Lisboa, Portugal.

ZÉ RODRIX



José Rodrigues Trindade, Venerável Mestre da sua loja, partiu pora o Oriente Eterno, isto foi no dia 22 de maio de 2009.

Nascido na cidade de Rio de Janeiro em 25 de novembro de 1947. Foi um compositor, multiinstrumentista. cantor. publicitário e escritor maçônico brasileiro. Feliz daquele que desfrutou sua arte e mais ainda aqueles que tiveram a enorme felicidade de conviver com ele neste mundo tereno.

Quando jovem estudou no Conservatório Brasileiro de Música, desenvolvendo a característica da multi-instrumentalidade: tocava piano,Violão, acordeão, flauta, bateria, saxofone e trompete. Tornou-se conhecido em 1967 ao vencer o III festival da TV Record daquele ano,  acompanhando Marília Medalha, Edu Lobo e o Quarteto Novo defendendo a música "Ponteio".

 Na década de 1970. participou do banda Som imaginário com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Luis Alves e Laudir de Oliveira, tocando ao vivo com Milton Nascimento e participando do LP de estreia da banda.

Desligando-se da banda em 1971, venceu o Festival da Canção de Juiz de Fora, junto a Tavito, com a canção "Casa no campo”, uma de suas composições mais famosas, que se tonaria um grande sucesso na voz de Elis Regina, e cujo trecho da letra batizou o estilo de músico conhecido como Rock Rural, com influências regionalistas, tropicalistas. folk, country e rock, tocada pelo trio do qual faria parte logo em seguida, com Sá & Guarabira. Soy Latino Americano- Uma "guajira" cubana típica (três acordes que vão e vem) e uma intenção crítica. Revelar os defeitos de caráter do


brasileiro da época. Estranhamente, todos as consideram qualidades, e este foi o motivo do sucesso da música. A identidade entre o personagem e quem se encontrou retratado por ele.

Zé Rodrix saiu do trio em 1973, para seguir em carreira solo e participações especiais em gravações de artistas diversos, Como Secos & Molhados. Na década de 80 passou a se dedicar mais na área de publicidade que musical, mas em 1983, o músico passou a integrar o grupo Joelho de Porco, com o qual gravou o LP e participou do Festival dos Festivais em 1985. ganhando o prêmio de melhor letra pela música “A última Voz do Brasil”.

Entre 1989 e 1996 assinou a direção musical dos espetáculos "Não fuja da Raia e "Nas Raias da loucura, de Silvio de Abreu, e do programa "Não fuja da Raia" (Rede Globo). estrelada por Cláudia Raia

Sua vida profana e artística continuava. Em 1994 foi contemplado com o prêmio Kikito, no Festival de Cinema de Brasília, pela trilha sonorado filme "Batman e Robin". 

Em 1991 foi iniciado na Augusta e Respeitável Loja Simbólica "Apóstolos do Templo" n° 241, Oriente de São Paulo, ondef oi Aprendiz Maçom, elevado a Companheiro Maçom um ano depois. Foi exaltado a Mestre Maçom pelos seus altos conhecimentos adquiridos sobre a Ordem. Pertenceu à Comissão de Comunicação na gestão do Grão Mestre Salim Zugaib. No ano 2000 instalado como Venerável Mestre de sua Loja.

A paixão pela Arte Real e a maçonaria mística tomou conta do coração do Irmão Zé Rodrix e os mistérios do Templo de Salomão passou a fazer  parte de todos os minutos de sua vida.

 Para ele, assim como em todo o mundo a maçonaria é praticada através de rituais secretos que englobam símbolos, alegorias e lendas. A maior parte deles tiradas da história real da Antiguidade. E foi através destas histórias e lendas que ele estruturou sua maneira maçônica de pensar. 

Queria uma escola de pensamento antigo enraizada na ética, consciência e tolerância. Queria uma história onde todos os Filhos da Viúva entendessem melhor os mistérios e segredos da maçonaria e ao mesmo tempo uma história que fizesse qualquer profano se apaixonar pelo romance e fosse levado às lágrimas no final de seus livros.


FONTE: http://fihosdehiran.blogspot.com/20l1/12/ir-ze-rodrix-um-macom-para-nunca-ser.html

OS PAINÉIS DOS GRAUS - Almir Sant’Anna Cruz


Na Maçonaria Operativa, o que caracterizava as reuniões dos Maçons a céu aberto nos canteiros de obras ou nos barracões, eram os desenhos que se faziam no chão, geralmente das ferramentas, das Colunas e do Pórtico do Templo de Salomão.

Quando da transformação da Maçonaria Operativa em Especulativa, as reuniões passaram a ser feitas em ambientes fechados, geralmente em tavernas, que eram ricas cervejarias dotadas de quartos, cabeleireiros, salões de leitura e de reuniões, e a prática de se desenhar no chão – pelo fato dos desenhos não se apagarem facilmente ou por danificarem o assoalho dos estabelecimentos – foi sendo gradativamente substituída por Painéis de tecido, semelhantes a tapetes, que após o término da sessão eram enrolados e guardados por um dos Irmãos.

Essa alteração caracterizou uma importante evolução, pois além dos Painéis de tecido serem mais práticos, os Símbolos ficavam menos expostos às vistas profanas e, sobretudo, podiam ser desenhados com mais capricho e dentro de princípios estéticos mais bem elaborados, ao menos em relação aos desenhos feitos toscamente no chão.

O segundo passo na evolução dos Painéis, que perdura até os nossos dias, foi adotar quadros para cada Grau, no lugar dos tapetes de tecidos, o que permitiu que alguns Irmãos extravasassem seus dotes artísticos.

Todavia, em 1772, a Grande Loja da Inglaterra idealizou a construção do Freemason’s Hall, um edifício de uso exclusivamente maçônico, concluído em 1776.

Assim, as Lojas Maçônicas passaram a se reunir em ambientes próprios, onde todos os Símbolos representados nos quadros estavam presentes fisicamente, podendo-se dizer que perderam a sua razão de ser.

Perderam, sim, sua função utilitária, mas foram elevados à categoria de Símbolo, representativo do Mestre, que é aquele que deve transmitir aos Aprendizes e Companheiros o significado dos Símbolos dos respectivos Graus, que estão figurados nos Painéis, o Símbolo da Tracing Board (*Tábua de Delinear*), como é chamado na Maçonaria inglesa, que passamos, no Brasil, a adotar os nomes de *Painel* e *Prancheta*, como se fossem dois distintos Símbolos.

Os Painéis são quadros onde estão figurados os principais Símbolos dos respectivos Graus. 

Os Painéis em uso no Brasil são de origem inglesa e francesa, sendo que os de origem inglesa foram elaborados por John Harris, desenhista arquitetônico e pintor de miniaturas inglês para a sua Loja, a Emulation Lodge of Improvement for Master Masons (Loja Emulação de Melhoria para Mestres Maçons), em 1823, que, como o próprio nome indica, é uma Loja de Instrução para o Emulation Ritual (Ritual Emulação), praticado no Grande Oriente do Brasil como sendo Rito de York, que apresenta características semelhantes ao verdadeiro Rito de York Americano, mas muito diferente dos Ritos criados na França. 

Esse conjunto de Painéis ingleses ao serem utilizados por Ritos originários da França, apresentam incongruências irreconciliáveis.

Já os Painéis de origem francesa estão absolutamente em conformidade com a estrutura dos Ritos originários da França.

A utilização de dois Painéis para um mesmo Grau, sob os nomes de Painel Simbólico e Painel Alegórico, é uma invenção brasileira inexistente na Maçonaria Universal. 

Painel do Grau é um só, o que é exposto na abertura da Loja em cada Grau. 

Os Mestres têm, ou deveriam ter, a obrigação de conhecer o simbolismo de cada elemento figurado nos Painéis, para que possam transmitir com propriedade os ensinamentos aos Aprendizes e Companheiros, como preconizados pela Prancheta, que no verbete próprio, será demonstrado que Painel e Prancheta são dois nomes que se dá a um mesmo Símbolo.

Verbete do Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Interessados no Dicionário contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

setembro 24, 2024

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Newton Agrella

(exercício semântico)

Veja como é instigante nosso processo de relação e familiaridade com a expressão: 

"...Assim na Terra como no Céu..."

Ainda que destituídos de quaisquer verbos que possam ensejar as ideias de estado, ação,  ligação ou qualquer tipo de transitividade direta ou indireta , ou simplesmente de intransitividade  "Terra e Céu"  simplesmente se confluem e  interagem entre si.

O Sal da Terra sugere a ideia de origem no sentido mais bruto da expressão e o Céu exerce as funções do paraíso idealizado de um ciclo que se encerra.

A cada ação que a Terra manifesta o Céu reage no âmbito de sua magistratura.

Assim na Terra como vivemos, há um estágio superior que nos aguarda e cuja crença da maioria dos seres humanos se reveste de uma nova oportunidade de aprimoramento.

Nada impede que possamos sentir e imaginar que o conteúdo da expressão  "Assim na Terra como no Céu"  seja o cultivo e a relação mais íntima entre o  nosso espírito e o nosso corp

Afinal, se a nossa concepção é baseada num Princípio Criador e Incriado do Universo, cada um de nós se constitui  numa ínfima fagulha desse mesmo sistema. 

Somos o acabamento mais perfeito da imperfeição.

Seja no exercício da elevação espiritual quando buscamos semear a Virtude ou  quando tomamos atitudes vis e rasteiras ao praticarmos o Mal, os dois polos se chocam em Força e Beleza.

Some-se a tudo isso que "Assim na Terra como no Céu" não impõe necessariamente um gênero ou conceito divinal.

Ele é  tão somente o espelho e reflexo de nossas Almas.



S.A.D.A.I. - Preste atenção que é importante

S.A.D.A.I. - O que é isso?

Somos nós - S.A.D.A.I.  é a Síndrome de Atenção Desviada Ativada pela Idade.

Ela se manifesta assim:

Digamos que você decida lavar o carro.  

Ao caminhar para a garagem, você vê que há correspondência na caixa de correio.

Por isso, você decide verificar  primeiro a correspondência. 

Você deixa as chaves do carro em cima de um armário para jogar os envelopes vazios e anúncios no lixo e percebe que a lixeira está cheia.

Na correspondência, você encontra uma fatura e decide aproveitar o fato de sair para  levar o lixo, de ir ao banco, que está logo ali na esquina, para pagar a fatura.

Você procura sua carteira no bolso, mas ela não está lá.

Você sobe para o seu quarto para pegá-la e na mesinha de cabeceira, encontra uma lata de coca que estava bebendo um pouco antes e que havia esquecido lá.

Você tira a latinha de lá, para procurar a carteira e sente que ela está quente.

Aí você decide levar para a geladeira.

Ao sair do quarto, você vê as flores que sua filha lhe deu na cômoda e lembra que tem que colocá-las na água.  Você coloca a coca na cômoda e lá encontra os óculos que procurou a manhã inteira.  

Você decide levá-los para o escritório, após colocar as flores na água.

Você vai até a cozinha procurar um vaso e pelo canto do olho vê um controle remoto.

Lembra que ontem à noite você quase enlouqueceu procurando por ele e decide levá-lo para o quarto e colocá-lo no lugar dele !!

Você põe seus óculos em cima da geladeira, não encontra nada para as flores, pega um copo alto e enche de água ...por enquanto você decide  colocar as flores assim.

 Você volta para o quarto com o copo na mão, coloca o controle remoto na cômoda e coloca as flores no copo, que não é adequado e claro ... você deixa cair muita água ...Que chato!!! 

Pega o controle remoto novamente e vai até a cozinha para pegar um pano.

Deixa o controle remoto na mesa da cozinha e sai.............

Tenta se lembrar o que você deve fazer com o pano que está em sua mão ..

 Conclusão:

 *duas horas se passaram;

 *você não lavou o carro;

 *você não pagou a fatura;

 *a lata de lixo ainda está cheia;

 * A lata de Coca-Cola está  quente em cima da cômoda;

 *você não colocou as flores em um vaso decente;

 *você não sabe onde colocou sua carteira;

 *você não consegue mais encontrar o controle remoto da televisão;

 *você não consegue mais encontrar seus óculos;

*Tem uma mancha no tapete do quarto e .......

*Você não tem ideia de onde estão as chaves do carro !!

 Você para para pensar:

 como pode ser?

 Eu não fiz nada durante o tempo todo essa manhã, mas eu não tive um momento de folga ......


setembro 23, 2024

PRIMAVERA E SUA ETIMOLOGIA - Newton Agrella


Neste short-tour pelas Estações do ano, deparamo-nos com cenários surpreendentes.

No que se refere à nossa Estação Protagonista deste fragmento, ou seja; a *PRIMAVERA* seu significado se traduz como: PRIMEIRO VERÃO

Radical "VER"= Estação

Em Português a partir do LATIM temos:

*VER* ÃO

PRIMA *VER* A

IN *VER* NO

Exceção na palavra *OUTONO*

*Brevíssimo Histórico:*

Para os romanos havia somente duas estações: uma muito longa e a outra, breve. 

A primeira era composta pela soma do que hoje chamamos Primavera, Verão e Outono, enquanto a estação mais breve era o  *hibernun tempus* , que deu origem ao substantivo *INVERNO* 

A estação mais mais longa se chamava  *VER, VERIS* , palavra que deu origem a *VERÃO* 

Porém, em determinado momento da História, o começo da estação passou a ser chamado de *primo vere* (primeiro verão) e mais tarde, prima vera, dando origem ao vocábulo *PRIMAVERA* enquanto que a época mais calorosa recebeu o nome de  *deveranum tempus* ( *VERÃO* ). 

Apesar dessa subdivisão, a estação cálida (morna) ainda era mais prolongada, até que em certo momento seu período final, o tempo das colhetas, foi chamado  *autumnus* derivada de auctus (aumento, crescimento, incremento) e esta,d e augere (acrescentar, fortalecer). 

O vocábulo latino  *autumnus*  chegou à nossa língua como *Outono*

Desfrute de sua *PRIMAVERA* como quem começa sua primeira estação da vida !!!



SEARA DE TRANSCENDÊNCIA - Roberto Ribeiro Reis


Não adianta ter material riqueza,

Tampouco ostentação ou luxúria;

Se a vida for de espiritual penúria,

A miséria d’alma é uma certeza.


O Maçom traz na consciência

Que não é submisso à matéria;

Tem isso como norma séria,

Pois prima pela quintessência.


Age com a devida excelência,

Seu plano mental vai burilando;

Essa pedra que está lapidando

À matéria não presta obediência.


A Ordem tem como abrangência

O domínio das vulgares paixões,

Dos vícios, de todas as tentações

Que atrasam a nossa existência.


Agir com parcimônia e paciência,

Pois aqui não se esgota a vida;

E que depois de nossa partida

Há um plano de proeminência.


É necessário amor, persistência,

Luta e coragem nessa messe,

Para que o Obreiro se interesse

Pela ascensão e com veemência.


Que nossa vida não seja carência,

E a abundância nos seja constante;

É olhar o firmamento, num instante,

O céu pode ser nossa referência.


O mundo sutil conduz à sapiência

De tudo o que alude ao Universo;

O Pedreiro deve estar submerso

Na seara que o liga à transcendência.


PRIMAVERA ! - Adilson Zotovici



Pássaros voam chamando a atenção 

Ao Astro Rei que ao longe surge 

Qual vem dizer que o tempo urge

Que é chegada agora nova estação


Para esquecer qualquer quimera,

Superar a tristeza, a solidão

Deixar esvair do coração

Angústia que até então tivera 


Tempo de alegria e renovação

De admirar a cor que extasia,

Sentir o perfume que inebria

De linda flor em eclosão 


Provas de DEUS na atmosfera

Que tudo conspira a favor

De quem vê e vive o amor

Trazido por ela...a Primavera