Retorno em visita a esta Loja para assistir a excelente palestra realizada pelo irmão Allan Silvestre dos Santos sobre o tema "Rito Escocês Antigo e Aceito - buscando o que se perdeu", uma visão original e criativa do palestrante que misturou maçonaria, matemática, filosofia e medicina em uma deliciosa salada que motivou muitas reflexões.
outubro 04, 2024
ARLS GUATIMOZIN n. 66
EM QUE TRABALHAM OS APRENDIZES ? - Luiz Santtos
Quanta vezes já ouvimos esta pergunta e, refletindo sobre ela (?) compartilho aqui minha reflexão sobre a resposta, conhecida por todos nós. Os aprendizes trabalham em *DESBASTAR E ESQUADREJAR* a Pedra Bruta. Foquemos na análise semântica:
1. DESBASTAR: tirar o excesso; limpar; desengrossar, aparar.
2. ESQUADREJAR: Significa cortar, riscar, dispor em esquadria, em anguloa retos. Esquadrejar a pedra bruta significa transforma-la em um cubo.
Tanto o desbaste quanto o esquadrejamento devem ser constante no trabalho do Maçom.
Ao retirar os excessos ( o que não agrega) o Obreiro apara suas arestas e torna-se apto a conviver com os demais, dentro e fora da Maçonaria.
O esquadrejamento visa a obtenção do formato mais adequado para a construção de Templos a virtudes e Masmorras ao vício. O trabalho na pedra bruta começa no grau de Aprendiz e nos acompanha em toda a jornada maçônica.
MESTRE DE BANQUETE - Almir Sant’Anna Cruz
Joia - Cornucópia
Do latim cornu copiae, que significa chifre da abundância.
Seu significado remonta a mitologia greco-romana, em que a cabra Amalteia amamentou, quando criança, Zeus (Júpiter).
Representada por um vaso em forma de chifre, com abundância de frutas e flores dele transbordando, simboliza a fertilidade, a riqueza, a fartura e a abundância.
Investidura e Posse
Com a seguinte fala do Venerável Mestre eleito:
Irmão Mestre de Banquete, entregando a Joia de vosso cargo, a Cornucópia, invisto-vos da responsabilidade das ceias oferecidas pela Loja.
Que os ágapes fraternais por vós organizados sirvam para unir ainda mais a Família Maçônica.
Avental
O Avental dos Mestres difere em função da Potência e já foi descrito na página 36.
Alfaias - Avental de Mestre e Colar com a joia do cargo.
*Instrumentos de trabalho* Não há.
*Correspondência na Abobada Celeste* Não há.
Atributos do cargo
Compete ao Mestre de Banquete a organização das refeições, ágapes e banquetes ritualísticas que ocorrem sobretudo nos solstícios de verão e de inverno.
A Loja de Mesa
A Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico é uma Sessão Maçônica Especial no Grau de Aprendiz, com seu Ritual próprio e, portanto, todos devem estar devidamente paramentados e o local a coberto das vistas e indiscrições profanas.
Realiza-se em uma grande mesa em forma de ferradura, cuja volta corresponde ao Oriente e as extremidades ao Ocidente.
As Dignidades e Oficiais sentam-se na parte externa da mesa, conforme suas posições em Loja, como exemplificado abaixo.
(...)
Cada Potência Maçônica possui o seu Ritual e eles diferem uns dos outros.
Terminologia Especial
Bebidas
Servir a bebida nos copos = carregar
Alinhar os copos = alinhar
Beber à saúde = fazer fogo
Água = pólvora fraca
Café = pólvora preta
Cerveja = pólvora amarela
Destilados = pólvora forte
Licores = pólvora forte
Vinho branco = pólvora branca
Vinho rose = Pólvora rosa
Vinho tinto = pólvora vermelha
*Comidas*
Comer = demolir os materiais
Doces = betume
Iguarias = materiais
Pão = pedra bruta
Pimenta = areia amarela
Sal = areia branca
Materiais
Cadeira = mocho
Colher = trolha
Copo = arma ou canhão
Faca = espada ou alfange
Garfo = picareta ou alvião
Garrafa = barrica
Guardanapo = bandeira pequena
Luzes = estrelas
Mesa = bandeja grande ou oficina
Prato = telha
Toalha = bandeira grande ou véu
Travessa = bandeja
Um Banquete Ritualístico no Século XVIII
Em 1742 ocorreu o segundo processo instaurado contra a Maçonaria pela Inquisição em Portugal, onde fomos buscar como se processavam os banquetes ritualísticos, nos depoimentos do Venerável Mestre Irmão John Coustos, suíço naturalizado inglês e do 2º Vigilante, o Irmão francês Alexandre Jacques Mouton:
John Coustos: “... por ordem do Mestre vão todos para a mesa que se acha separada de iguarias e bebidas, à custa do que entra de novo, e sentados todos por sua ordem entram a comer até que o Mestre dá três pancadas na mesa com um martelinho pequeno, que é o sinal estabelecido entre eles, para se haverem de levantar todos; o que com efeito fazem, e pegando cada um deles em seu copo, ao mesmo tempo que o Mestre, o levantam ao ar com a mesma igualdade, e dali a chegam à boca para beber, observando nessas ocasiões a mesma formalidade que os soldados costumam praticar no manejo de suas espingardas; bebendo todos à saúde d’El Rei e da congregação, tornam a ficar com os copos no ar, e dali chegam três vezes à cara, e ultimamente os tornam a assentar na mesa, e depois continuam a comer”.
Alexandre Mouton “... começaram a comer, e quando quiseram beber fez o Mestre sinal para isto, pegando com a mão direita no seu copo, dizendo: peguem nas armas, e levando ao ar, e dizendo: armas à cara e chegando-o à boca disse: fogo e bebeu, e em tudo o imitaram, e ao mesmo tempo todos os Companheiros e o primeiro brinde foi à saúde de El Rei, o segundo à do Grão-Mestre e a terceira a dos novamente recebidos naquela companhia, e sem sinal do Mestre nenhum podia beber”.
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Inquisição de Lisboa – Processos 10.115 e 257).
Do livro Manual dos Cargos em Loja do REAA - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir o WhatsApp (21) 99568-1350
outubro 03, 2024
ARLS MARECHAL NEIVA 32
43 ANOS DE MAÇONARIA
Bom dia meus irmãos. No dia de hoje, 3 de outubro, completo 43 anos da minha iniciação na ARLS Estrela do Sul n. 3 em Campo Grande, MS, no acanhado templo da Rua José Antonio, hoje tombado pela Prefeitura como imóvel histórico.
Percorri a senda do grau 1 ao 33 e hoje, depois de mais de quatro décadas de dedicação à Ordem, como estudioso, escritor e palestrante ainda me vejo no início da longa estrada cujo final nem consigo vislumbrar.
A maçonaria tem sido parte importante, eu digo mesmo essencial de meus 73 anos de vida e tenho profundo orgulho de poder chamar a tantas pessoas queridas, em todo o Brasil e em tantas partes do mundo, de "meu irmão", inclusive a meu próprio filho.
Muitos dos meus irmãos gêmeos na descansam no Oriente Eterno, mas vivem em minha memória.
Visitei centenas de Lojas no Brasil e no exterior. fiz centenas, senão milhares de palestras maçônicas. escrevi muitos textos a respeito, alguns livros e também na Internet.
O que aprendi nestes 43 anos? Qual foi o segredo revelado?
Se é que a maçonaria tem algum segredo além dos sinais de identificação, reside na extraordinária ligação que se estabelece entre seus membros que passam a se considerar uma única família, presente em todos os recantos da Terra. Uma confiança absoluta, uma fé incondicional de que seu irmão, onde quer que ele esteja, qualquer que seja a sua condição sócio-econômica, professa os mesmos valores de ética, decência e justiça.
Cada um de nós age a sua maneira para tornar o seu lar, a sua cidade, o mundo, um lugar melhor para se viver, para proteger os menos favorecidos, para valorizar as boas ações.
Será que há gente que não presta na maçonaria? É claro que sim, no Vaticano também. Mas não existe nenhuma organização no planeta com tamanha quantidade de pessoas justas, buscando em suas atitudes estar o mais próximo possível da perfeição. E também pude observar que a maçonaria acaba por expulsar de seu seio aqueles que não se enquadram em sua ética. Eles passam mas não ficam na Ordem.
Hoje pertenço aos quadros da ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá e prossigo trilhando a senda maçônica. Para meu orgulho estou presidente da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, um espaço de cultura e conhecimento maçônico que congrega 70 dos melhores intelectuais da Ordem no país.
Que o GADU os abençoe e a todos meus queridos irmãos.
SHANÁ TOVÁ 5785 - ROSH HASHANÁ - Adilson Zotovici
É chegado um novo ano
Dessa milenar cultura
Despertar no cotidiano
Balanço a propositura
Sentimento em cada arcano
O universo em candura
Julgamento Divino, humano
Que o próprio ser se mensura
Livre do mal, do tirano,
Pães, maçã, mel, com fartura
À saúde, à semeadura
Livre do vício mundano
Com Fé, Esperança, ventura
Feliz ano se amoldura !
Adilson Zotovici - Aos amados irmãos Israelitas e a todos
CONSORCIADOS NA ARTE REAL - Roberto Ribeiro Reis
Minha esposa é pessoa singela,
Sempre admiradora da Arte Real.
Ama o que ela tem de fraternal,
Sou feliz em tê-la, nobre donzela!
A despeito de todo preconceito,
Ela entende o que é Maçonaria,
Que a ela pertencer é honraria,
Daí o porquê de seu respeito.
Ó quão bom é estar consorciado
Com donzela tão compreensiva,
Recebe as cunhadas, tão efusiva,
Assim a tenho muito observado.
Nunca precisei de um cadeado,
Algemas, chineladas ou açoite,
Ela que, durante o dia ou à noite,
À loja tem sempre me motivado.
Participa do ágape, ao meu lado,
E, se preciso, me oferece seu colo.
Se eu pudesse estenderia ao solo
Para ela um tapete avermelhado.
Viver com ela, sendo abençoado:
Isso faz parte da minha boa sorte.
Meu porto seguro, o rumo, o norte,
Nas glórias que temos conquistado.
outubro 02, 2024
ARLS BANDEIRANTES 103
Visitei na noite de ontem a tradicional ARLS Bandeirantes 103, que funciona no Palácio Maçônico da GLESP.
O Venerável Mestre, irmão Gaston Eduardo Krause, conduziu uma sessão muito interessante, na qual apresentou, em audiovisual, a importância da mentoria criada pela GLESP. Pode se constatar que a aplicação da mentoria, com seus excelentes materiais de educação maçônica, irá proporcionar uma efetiva elevação do conhecimento maçônico.
Tive a oportunidade de fazer uma mini palestra a respeito de alguns dos meus livros que agradou aos irmãos e ofereci para sorteio o livro "Maçonaria de Isaac Newton a internet", prêmio que coube ao irmão Marcelo Valim.
Foi uma noite muito agradável e os irmãos me receberam com grande simpatia e carinho.
Shaná Tová Umetuká
Um ano judaico que termina
E outro que já vai começar
Prepare-se pra ouvir muito
Shaná Tová Umetuká!
Mas se você está confuso
Achando que não entendeu
Desejo um ano bom e doce
Na língua do povo judeu
Mais uma boa oportunidade
De corrigir os erros do passado
Pedir perdão aos ofendidos
Deixar todo o rancor de lado
Mesmo se não for judeu
Junte-se à nossa torcida
Cristão, muçulmano, ateu
Todos inscritos no Livro da Vida
Com inúmeras realizações,
Saúde, amor e muito mais
Para nós e nossos vizinhos,
Que o Ano Novo traga a Paz
É amanhã, tá chegando!
A festa já vai começar
Não tem fogos de artifício
Mas tem o toque do shofar
Não tem champanhe, sete ondas,
Nem oferenda pra Iemanjá
O ano é 5785,
Não me canso de contar
Espero que tenham gostado
Do Rosh Hashaná formato cordel
Que seu Ano Novo seja ótimo,
Mais doce que maçã com mel. 🍎🍯🍎🍯🍎🍯🍎🍯
(Autor desconhecido)
O ESPÍRITO DA MAÇONARIA
Uma Loja é, em primeira instância, um lugar onde os maçons se reúnem e aí desenvolvem o trabalho do Ofício, continuam com o trabalho de construção do Templo do senhor, entram, passam e erguem-se maçons. É proeminentemente um lugar para trabalho, para a assunção de responsabilidades e para as atividades conjuntas dos maçons reunidos, a trabalhar na forma devida e sob o comando correto.
Uma Loja é também um símbolo, ou forma exterior e visível, de uma realidade interior e espiritual. Isto é freqüentemente esquecido pelo maçom mediano que recusa reconhecer a sua base espiritual, estando ocupado inteiramente com as suas implicações éticas. Esta definição leva o conceito para dentro e traz-nos perante o verdadeiro trabalho da Maçonaria, apresentando-nos o seu aspecto subjetivo, ligando assim a realidade exterior e interior. Por estas palavras é definida a maior tarefa da Maçonaria, quando avança, na Nova Era que se avizinha, para ligar "aquilo que está dentro com aquilo que esta fora" e para abarcar o mundo do tangível e conhecer com isso as realidades tangíveis e intangíveis. Este é o problema com que os maçons se defrontam hoje. Devem ver se aquilo que está por baixo e visível é verdadeiro e alinhado exatamente com o projeto que está foi colocado sobre a prancha de desenho pelo Grande Arquiteto do Universo. É por essa razão que o projeto sobre a prancha de desenho é chamado uma Loja por alguns grupos de Maçons, em seu grau específico.
A definição de uma Loja como um lugar de encontro de maçons é uma das implicações menos importantes. Predominantemente, é uma representação de uma condição, atividade ou padrão invisível; é um símbolo de algo que pode ser conhecido, mas para qual é necessário fazer alguns preparativos devidos. Os maçons não devem ser admitidos com ligeireza aos Mistérios do Ofício. É a sua representação pictórica ou materialização dos planos de Deus para a Humanidade, revelados claramente ao Homem, assim os possa interpretar, por intermédio dos símbolos tão ricamente manifestados no Templo, nos rituais e nos planos simbólicos colocados na prancha de desenho. Assim deve ser encarada como uma assembléia de irmãos que se encontram, na forma devida, para estudar as verdades interiores ou mistérios, que -- quando compreendidas – permitirão ao Homem cooperar mais vital e utilmente com o propósito divino.
A construção de uma Loja deve assim estar conforme com estes requerimentos e estar alinhada com o propósito interior. Este fato está a surgir lentamente nas mentes dos maçons de hoje que pensam e o interesse mais novo está a mudar para um mundo interno de significado e de valores. Isto é indicado pela nova literatura maçônica. Os homens não se satisfazem com reuniões numa sala adornada por símbolos, participações em rituais curiosos e invulgares e dedicações de tempo, pensamento e dinheiro a algo sem qualquer significado vital e que os conduza a nenhuma compreensão ou recompensa real, exceto o inculcar dessa moralidade, caridade, conhecimento, benevolência e relacionamento fraternal que permita a um homem passar, livre e aceite, para a Loja no Alto. Estas recompensas têm o seu valor inestimável, mas não únicas, pois são também os atributos e objetivos de todos os homens bons e o caráter fundamental de todo o ensinamento religioso no mundo.
Alguma coisa mais deve ser garantida e provada sobre a Maçonaria, se pretender manter a sua direção sobre os corações e mentes dos homens por muito mais tempo. Hoje existem cerca de cinco milhões de maçons no mundo a trabalhar sob os Ritos de Iorque ou Escocês e a sua inteligência não estará satisfeita para sempre com uma representação ritual sem significado de verdades não reconhecidas. A sua compreensão está a atrair muita da literatura especulativa dos nossos dias, estando hoje a levar os verdadeiros maçons por outras linhas de pensamento e mais profundamente dentro do mundo das idéias e significado interior do que jamais tinha acontecido antes.
A palavra "Constituição" traz consigo duas inferências vitais. Procede de duas palavras latinas: "statuere", aquilo que está e é estabelecido, fixo ou determinado e "con", significando "juntos", o que está estabelecido, fixado e em uníssono com outros. Os maçons devem ligar este pensamento com o nome de um dos Pilares encontrados no Pórtico do Templo do Rei Salomão. O seu significado é "Ele estabelecerá". A idéia surge de uma predeterminação na mente do Altíssimo do que deve ser estabelecido pela constituição de uma Loja; este propósito divino, ou plano, apela à cooperação (o estabelecimento com) entre o Grande Arquiteto do Universo e os Seus construtores, o Ofício reunido para trabalhar numa Loja. Apela à cooperação entre todos os membros de uma Loja para essa formação conjunta que é necessária de forma a estabelecer, fixar e materializar o plano.
Uma Loja é também uma Loja devidamente constituída quando é "levantada" corretamente, para usar a expressão corrente. Ligação com este trabalho de uma Loja, enquanto devidamente constituída e enquanto a trabalhar constantemente para uma certa idéia, pode ser útil dar aqui alguns pensamentos chave. Estes devem lançar luz sobre todo o assunto e trazer iluminação ao maçom que está devidamente orientado para o Oriente. As afirmações antigas seguintes, dadas por ordem do seu significado, podem revelar-se de utilidade real. Todavia, não são dadas na ordem normalmente indicada.
Que o que está em baixo seja como o que está em cima;
Existe um padrão, traçado no Céu, com qual a Humanidade se deve conformar eventualmente;
Três Mestres Maçons dirigem uma Loja;
Cinco Mestres Maçons dão forma a uma Loja;
Sete Mestres Maçons constituem uma Loja de maçons;
Sete Mestres Maçons tornam-na perfeita;
Entremos na luz, passemos do irreal ao real e sejamos erguidos para a vida;
Estes são os setes aforismos mais importantes da Maçonaria. Mas, por tanto tempo que a forma exterior da Maçonaria atraiu a atenção dos irmãos, que é difícil para muitos reconhecer que tudo o que possuímos hoje é uma forma simbólica que atualmente encarna verdades espirituais interiores não reconhecidas. O tempo deve chegar em que esse CENTRO de onde saiu a PALAVRA – essa PALAVRA que foi cometida aos três Grão-Mestres, o Rei Salomão, Hiram, Rei de Tiro, e Hiram Abiff – deva ser o Centro em que todos os Mestres Maçons ocupem a sua posição e trabalhem a partir daí. Só então poderá ser recuperada a Palavra Perdida e o trabalho da Trindade de MESTRES concretizado na Terra. Só então pode o Plano ser visto na sua pureza e só então pode a divina Prancha de Desenho ser compreendida com o "olho da visão".
Este é o "simples olho" a que se referiu o grande Carpinteiro de Nazaré, o qual, quando ativo, habilitará o seu possuidor a reconhecer que "todo o corpo está cheio de luz". O significado, considerado maçonicamente, destas palavras de Cristo é freqüentemente esquecido. Podemos aqui lançar alguma luz sobre o símbolo do "OLHO" tão bem conhecido no Ofício.
Desde tempos imemoriais e em ligação com os Mistérios antigos, as palavras, "assim em cima como em baixo" foram proclamadas e indicaram o propósito de todo o trabalho maçônico. No céu, existe um Templo "eterno, não feito com mãos". A este Templo preside a Deidade Triuna. Constitui o modelo do que aparece na Terra, ou "em baixo". Sob o domínio desta Trindade de Pessoas, existem os Construtores do templo celeste e são – simbolicamente falando – sete em número. Os "Sete, dirigidos pelo UM e os Três". É por essa razão que "três dirigem uma Loja e sete constituem uma Loja e tornam-na perfeita". Isto foi-nos narrado com beleza nas estrofes seguintes, tiradas de um escrito muito antigo, que precede em muito a Bíblia Cristã. Foi redigido na forma modernizada seguinte.
"Que o Templo do Senhor seja construído", gritou o sétimo grande anjo. Então, para os Seus lugares no Norte, no Sul, no Ocidente e no Oriente, sete grandes Filhos de Deus moveram-se com passo medido e ocuparam os Seus assentos. O trabalho de construção era começado.
As portas foram fechadas e vigiadas. As luzes brilhavam esbatidas. As paredes do Templo não podiam ser vistas. Os Sete estavam silenciosos e as Suas formas estavam veladas. O tempo não tinha chegado para a irrupção da LUZ. A PALAVRA não podia ser pronunciada. Só um silêncio reinava. Entre as sete Formas, o trabalho prosseguia. Uma chamada silenciosa partiu de cada um para o outro. Todavia, a porta do Templo permanecia fechada... À medida que o tempo passava, fora das portas do Templo, os sons da vida eram ouvidos. A porta era aberta e a porta era fechada. Cada vez que abria, um Filho de Deus menor era admitido e o poder no interior do Templo crescia. Cada vez, a luz crescia com mais força. Assim, um por um, os filhos dos homens entravam no Templo. Passavam de Norte para Sul, de Ocidente para Oriente e, no centro, no coração, encontraram luz, encontraram compreensão e o poder para trabalhar. Entraram pela porta. Passaram perante os Sete. Ergueram o véu do Templo e entraram na luz.
O Templo crescia em beleza. As suas linhas, as suas paredes, decorações e a sua largura, profundidade e altura emergiram lentamente à luz do dia.
Vinda do Oriente, uma palavra partiu: "Abri a porta a todos os filhos dos homens, que vêm de todos os vales obscurecidos da terra e deixai-os procurar o Templo do Senhor. Dai-lhes a luz. Desvelai o santuário interior e, pelo trabalho de todos os Obreiros do Senhor, estendei o Templo do Senhor, e assim irradiai os mundos. Fazei soar a Palavra criativa e levantai os mortos para a vida".
Assim será o Templo da Luz levado do céu para a terra. Assim serão as suas paredes erguidas sobre as planícies da Terra. Assim a luz revelará e alimentará todos os sonhos dos homens.
Então o mestre do oriente despertará todos que estão adormecidos .Então o Vigilante do Ocidente experimentará e provará todos os verdadeiros buscadores da Luz. Então , o Vigilante do Sul instruirá e auxiliará os cegos. Então, o Portão para o Norte ficará completamente aberto , pois ai
O Mestre invisível com a mão acolhedora e coração compreensivo para conduzir o candidato para o Oriente, onde a Verdadeira Luz continua a Brilhar . . .
"Mas porque esta abertura das portas do Templo? "interrogam os maiores dos sete, os Três sentados. "Porque chegou a hora; os Obreiros estão preparados Deus criou na Luz . Os seus Filhos podem agora criar. Não existe mais nada por fazer ".
"Faça-se assim", veio a resposta dos maiores do sete, os Três sentados.
"O Trabalho pode agora começar . Que todos os Filhos da Terra comecem a Trabalhar " . . .
Adaptado do Livro – "O Espírito da Maçonaria "- Foster Bailey (Desconheço o autor)
outubro 01, 2024
ARLS MOZART 92 E FLOR DE LIZ 90
O SIGNIFICADO DA PEDRA BRUTA
A filosofia da designação litúrgica “Pedra Bruta” simboliza o início do aperfeiçoamento moral, que deve buscar todo ser humano–maçom.
Sintetiza, para o Maçom, um objetivo a ser buscado, qual seja, de que através do seu burilar moral, transformará também, simbolicamente, aquela pedra bruta numa “Pedra Polida”.
Esta conquista representa a passagem do Grau de Aprendiz para o Grau de Companheiro.
Representa, ainda, uma contribuição que a Maçonaria confere para um efetivo burilar universal a partir do próprio iniciado.
O trabalho atribuído ao Aprendiz, para vencer esse primeiro degrau, na sua evolução de existência templária, é executado na Col.'. do N.'., sob a orientação do Irmão 2° Vig.
Sua tarefa básica consiste, portanto, “em desbastar e esquadrejar a pedra bruta”, a qual transcorre sob “mui fraca luz”.
Essa é uma característica do Setentrião, espaço de abrigo dos Aprendizes, exatamente porque apenas iniciam seus aprendizados maçônicos.
Seus instrumentos de trabalho são o maço e o cinzel, que, também, têm caráter simbólico.
O maço é uma espécie de martelo de madeira, que simboliza o combate às imperfeições do espírito.
Representa, pois, a força da consciência dominando a totalidade dos pensamentos vãos pela determinação da vontade virtuosa agindo com vigor para incitar o combate às asperezas da ignorância.
O cinzel de aço, cortante numa das extremidades, agindo sob a ação do maço, sintetiza o esforço para se gravar no ego os exemplos revestidos de virtude que enobrecem e purificam o espírito.
Consubstancia, assim, a chama divina buscada e conquistada pelos que dão ouvidos aos ecos da verdade.
Num sentido mais amplo, a filosofia da pedra bruta é embasada no paralelismo verificado do homem da era paleolítica com o neófito recém-chegado à Maçonaria.
Ou seja, o homem que habitava as cavernas tinha uma capacidade intelectual quase nula, na medida em que eram criaturas sem instrução, por conseguinte rudes e impolidas, assemelhando-se ao sentimento de despreparo do neófito ao tomar conhecimento do complexo da instrução ministrada pela Maçonaria, daí porque o proclama com mero aprendiz.
Assim, conforme explicado, o neófito-aprendiz deverá ser induzido a trabalhar simbolicamente no desbastar da pedra bruta, pedra essa de formas toscas e imperfeitas, objetivando a sua lapidação.
Portanto, o transformar de uma pedra bruta informe e irregular numa pedra lapidada significa simbolicamente uma etapa da evolução do homem-maçom na sua carreira templária, caracterizando a lapidação de seu ego, conforme já indicado.
O atingir daquele objetivo representa que o aprendiz terá vencido a si mesmo, desfraldando a bandeira da sua evolução interior.
Terá descoberto seus defeitos, suas fraquezas, seus deslizes e suas vaidades, que o fará pensar tão somente em construir o poder do seu próprio caráter virtuoso, que outra coisa não é senão a base fundamental do templo moral de sua vida, consubstanciado pelo seu ajustamento à índole dos símbolos maçônicos e, sobretudo, aos mandamentos divinos.
Ressalte-se que o trabalhar na pedra bruta é um caminhar ininterrupto na busca do ideal de uma moralização plena do individuo.
Deve-se entender como um processo de aprendizado contínuo porque, embora a simbologia maçônica estabeleça o trabalho na pedra bruta apenas no grau inicial de aprendiz para efeito de evolução do maçom na vida templária, o ser humano, em sua essência, não é desprovido de sentimentos como a inveja, o egoísmo, a luxúria, a cobiça, a intolerância, etc., que corroboram para dificultar a consecução de um estágio moral supremo.
Aqueles poucos que atingem em vida esse estágio, prestam elevados serviços à Humanidade.
A “Pedra Bruta” simboliza, portanto, que o Aprendiz-Maçom deve ser induzido a trabalhar no seu desbaste, porque possui formas imperfeitas, objetivando a sua lapidação.
O transformar, então, de uma pedra informe numa pedra esculpida representa que o Homem Maçom adquiriu força de caráter voltado para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e ambição, que, se verdadeiramente postos em prática, contribuirá para uma contínua transformação do Mundo para melhor.
Que a paz, a harmonia e a concórdia, tríade maior da maçonaria, estejam fincadas em nossos corações.
Desconheço a autoria.