outubro 08, 2024

MESTRE DE HARMONIA - Roberto Ribeiro Reis

Uma vez que a Paz, a Harmonia e a Concórdia configuram-se como a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras, é imprescindível que abordemos um pouco sobre o relevante trabalho de quem é responsável pela organização musical em nossos trabalhos.

Como é magnífico participar de uma sessão, cuja Harmonia se revele, a um só tempo, suave e revigorante e que consiga reverberar - não somente pelos quatro cantos do templo- acima de tudo pelos recônditos de nossa alma.

Para tanto, sentimos que essa regência musical deve ter em seu bojo não só um maestro calmo, sereno e atento à marcha ritualística da reunião, mas também canções instrumentais que colaborem para que a sessão (de fato) seja dada como Justa e Perfeita.

Com efeito, não será ao som de uma bateria de escola de samba, “modão” sertanejo ou de um rock psicodélico de Woodstock que se logrará o êxito em nossos trabalhos; ora, se buscamos justamente sair de um ciclo denso da matéria, para buscarmos alcançar um clima espiritualizado, esotérico e (por que não) inefável, como conseguiremos formar uma egrégora ideal se não selecionarmos um repertório digno da Arte Real?

A Maçonaria, enquanto instituição milenar e eminentemente respeitada, merece ter em seu seio homens que façam jus a integrá-la, e que consigam romper as barreiras funestas que têm fragilizado a humanidade.

A vibração de um ambiente colabora para a tomada de importantes decisões em uma Oficina Real, decisões essas que hão de ressoar, inclusive, no mundo profano; se os trabalhos não conseguem tomar força e vigor – dado que desprovidos de harmonia- imaginem o resultado da sessão. Vale a pena refletir sobre isso!

Que os Maçons tenham a consciência plena e ajustada de que o Mestre de Harmonia não é um mero DJ, apresentando músicas aleatoriamente e em descompasso. Ele é um protagonista de excelência em nossos trabalhos, responsável pela produção de boas vibrações quânticas (termo muito em voga, atualmente) e pela troca de boas energias entre os Irmãos. Pelo menos, é o que todos nós esperamos e desejamos!


outubro 07, 2024

AS CONEXÕES NOS FAZEM HUMANOS - Gilson Ribeiro


"A cada avanço na tecnologia digital, somos tentados a acreditar que o progresso é linear e sempre positivo. No entanto, à medida que nossas vidas se conectam mais por circuitos e menos por afeto, percebemos que as relações interpessoais e os laços familiares parecem retroceder. 

O que ganhamos em conveniência, perdemos em presença; o que conquistamos em alcance, sacrificamos em profundidade.

Talvez o verdadeiro progresso humano não se meça pela inovação técnica, mas pela capacidade de mantermos vivas as conexões que nos fazem, de fato, humanos."

A DÚVIDA SALVA, A CERTEZA CONDENA - Sidnei Godinho


Na aviação temos uma máxima: "Na dúvida, Arremete". (arremeter quer dizer cancelar o pouso e seguir em frente)

São segundos para a tomada de decisão que pode implicar em um pouso desastroso, uma arremetida segura, ou ainda um pouso não tão desejável, mas com riscos e danos controlados.

O problema em questão é que na certeza do prosseguir, não há margem para o erro.

Enquanto na dúvida do limite ser extrapolado, a decisão por arremeter sempre lhe trará outra chance para tentar o pouso seguro.

E assim também é em nossas relações cotidianas, sejam profissionais ou passionais.

Quantas e quantas vezes nos encontramos no dilema de forçar a tênue linha do respeito (próprio ou mútuo) em discussões infindáveis, pelo Jugo da certeza, quando abortar e trocar o tópico são as alternativas da sobrevivência conjugal ou social.

Em uma relação (trabalhista, fraterna ou conjugal) Recuar não é retroceder; ter dúvidas não é fraqueza, é apenas percepção de que há opção entre se arriscar a dar certo ou usar de cautela para tentar novamente.

Aproveite o dia para refletir sobre os vôos de sua vida e lembre-se que decolar é opção, mas pousar é obrigação, contudo não precisa ser forçado, pode e deve considerar sempre suas alternativas para estar seguro e ser feliz.

A certeza pode lhe condenar, mas a dúvida pode lhe dar outra chance.

Não seja então senhor da Verdade!



ACÁCIA NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail


Não vamos entrar em discussão sobre as centenas de espécies de acácia, pois esse não é o objetivo. 

Tendo a acácia na maçonaria um papel simbólico, a espécie de acácia pouco nos importa. Vamos ao que interessa: 

Como sabemos, os judeus sofreram forte influência dos egípcios durante o tempo em que estiveram naquele território. 

Assim, muitos traços culturais, sociais e religiosos do Egito Antigo foram incorporados pelos judeus. 

Como exemplos, podemos citar a lenda de Anúbis, filho ilegítimo jogado no rio e posteriormente encontrado por uma rainha que o cria, e a lenda da arca do dilúvio, as quais foram recontadas pelos judeus e tiveram seus protagonistas rebatizados com nomes judaicos: Moisés e Noé. 

O mesmo se deveu com a acácia, árvore sagrada dos egípcios e adotada pelos judeus. 

A acácia era matéria-prima para a produção de artigos sagrados no Egito, adotada pela sua alta densidade e durabilidade, não sofrendo ataque de insetos. 

Sua goma (conhecida popularmente como “goma arábica”) era utilizada nas cerimônias sagradas de mumificação. 

Parece que os judeus aprenderam essa lição, pois a acácia foi a madeira indicada para a construção de todos os importantes objetos sagrados, como no tabernáculo, nos altares, e na arca da aliança. 

O fato de seu uso estar mais concentrado no “Êxodo” e aos poucos ser substituído pelo cedro e cipreste, confirma essa teoria da influência egípcia. 

Até aí tudo bem, mas de onde sairia a inspiração para relacionar a acácia com a lenda de Hiram Abiff ? 

Basta recorrermos a uma das principais lendas egípcias: a lenda de Osíris. 

Seth odiava Osíris, que era tido como sábio e poderoso, então resolveu matá-lo. 

Ele fez um belo caixão com as exatas medidas de Osíris e convidou as pessoas para um jogo: aquele que se encaixasse perfeitamente no caixão, ganharia o mesmo de presente. 

Logicamente, quando a vez de Osíris chegou, o caixão era perfeito, e Seth e seus cúmplices trancaram Osíris dentro do caixão e o jogaram no rio. 

Sua mulher, Ísis, o procurou por muitos dias. 

O caixão havia encalhado e sobre ele havia brotado uma… acácia. 

A acácia serviu de indicação para que Ísis encontrasse o corpo de Osíris. 

Por essa lenda, Osíris é considerado o deus da morte e da imortalidade da alma. 

Um corpo sob uma acácia e os ensinamentos sobre a morte e a imortalidade da alma soam familiar??? 

Daí a atribuir à acácia também o significado de segurança, clareza, inocência e pureza, como alguns autores querem, é forçar demais. 

Deixemos para a acácia sua bela missão de simbolizar a vida após a morte, assim como herdamos dos egípcios. 

Isso já é o bastante para um único símbolo...






outubro 06, 2024

A VIDA SEMPRE RENASCE APÓS O INVERNO - Samuel Aguiar da Cunha


Somos hoje chamados a refletir sobre os inícios e recomeços que marcam não apenas o nosso caminho maçônico, mas também os ciclos da natureza e da vida. O mês de outubro traz consigo uma convergência de símbolos poderosos: estamos no início da primavera, que celebra o renascimento da vida e a renovação da criação; vivenciamos hoje um eclipse solar, evento cósmico que nos convida a introspecção e ao realinhamento das nossas intenções; e iniciamos, no pôr-do-sol de hoje mesmo, o ano de 5785 da Verdadeira Luz, marcado por Rosh Hashaná, um momento de profunda renovação espiritual.

Assim como a primavera nos ensina que a vida sempre renasce após o inverno, somos constantemente lembrados de que o fim de um ciclo não é o término definitivo, mas o prelúdio de um novo começo. Essa mesma lição se reflete no eclipse solar, que, embora traga escuridão temporária, logo cede espaço à luz renovada. No campo espiritual, o ano de 5785, com suas tradições de introspecção e reflexão, reforça a necessidade de nos reavaliarmos e renovarmos nossos propósitos, deixando para trás aquilo que já não nos serve.

Nessa linha de pensamento, gostaria de trazer à nossa reflexão a figura simbólica do Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representando o ciclo eterno de morte e renascimento. O Ouroboros nos lembra que o fim e o começo são partes inseparáveis de um todo contínuo. Assim como o aprendiz que constantemente se aprimora e se reconstrói, nossa jornada como Maçons exige essa renovação perpétua. Cada ciclo nos aproxima mais da sabedoria, da luz e da verdade que buscamos. A cada novo início, não importa o quão pequeno ou imperceptível, encontramos uma nova chance de moldar nossa pedra bruta.

Hoje, assim como o equinócio de primavera e o eclipse, simbolizamos a união entre a escuridão e a luz, entre o término de um ciclo e o início de outro. Que este novo ano lunissolar, 5785, traga-nos a sabedoria para enxergar os momentos de recomeço como oportunidades de crescimento espiritual e moral, assim como a primavera traz o florescimento após o rigor do inverno.

Que a figura do Ouroboros nos lembre de que, mesmo nos momentos de escuridão, devemos estar prontos para o renascimento, para a reconstrução de nossos templos internos, e para recomeçar sempre, com humildade e dedicação.

Sigamos, meus Irmãos, conscientes de que cada novo início nos aproxima mais da plenitude do nosso trabalho e da realização dos princípios que a Maçonaria nos ensina.

E é assim, rogando ao Grande Arquiteto do Universo que nossa Loja e seus Obreiros continuem buscando morrer para o mundo profano e renascer para uma vida purificada e consagrada, declaro nada verificar que impeça o encerramento de nossos trabalhos, se e quando assim desejar Vossa Sabedoria e Prudência.

O TEU VOTO - Adilson Zotovici


Das tuas mãos livre pedreiro

Operárias do teu conceito  

Mudanças no augusto canteiro 

O país, mais justo e perfeito 


Está no teu voto certeiro

Não por obrigação a despeito  

Mas pelo direito primeiro 

Para dar à Nação o respeito 


Em cada preceito sobranceiro  

Teu procedimento insuspeito 

Que fizeram de ti bom obreiro 


Teu maço e cinzel neste pleito 

Brasil começa por derradeiro

Por vereador e Prefeito.

ARLS COLUNAS DO MESTRE HIRAM ABIFF n. 704

 


No dia de ontem, sábado de manhã, horário incomum, visitei uma Loja também incomum, pequena porém muita ativa e com absoluta maioria de obreiros bem jovens.

Tive o privilégio de ouvir um trabalho de qualidade excepcional de um irmão bem jovem, o que ilustra o fato de que não é a idade, mas o estudo que traz sabedoria.

O também jovem e bem humorado Venerável Mestre, Alexandre Cunha Sampaio, apesar de sua postura pessoal informal, conduziu com seriedade e estrita ritualística a agradável sessão.

A ALEGORIA DO TEMPLO NO REAA

 


NA FLAUTA MÁGICA A VISÃO - Adilson Zotovici


 

Na “Flauta Mágica” a visão

De iniciação à porfia

De Mozart, sua criação

Com outro irmão, da maçonaria


Que Tamino à exaustão

Drama que Uraeus o perseguia

Correu contrário ao “Clarão”

À três Damas de Companhia


Da Rainha da Noite a ação

Como açoite à sua filha induzia

O príncipe, que por contemplação

Pamina, sua alma, queria


Com Papageno, um falastrão

Viagem incerta seguia

Por magia, do guarda, um vilão

Pamina então fugiria


O Bem e o Mal em contenção

Como em nosso dia a dia

Que só afinal, com a perfeição

O Bem decerto venceria


Sarastro, que a erudição

Recebeu Tamino com alegria

Vindo da treva, da escuridão,

À Luz da Sabedoria !



outubro 05, 2024

IRMÃO CID MOREIRA - Genaro Freitas


Meu pai foi maçom e era amigo do Cid Moreira de longa data. Em meados dos anos 1950, quando o locutor iniciante com sonhos grandiosos, foi apresentado à Maçonaria, o que mudaria o curso de sua vida. A recomendação veio de meu pai, que via no talento de Cid não apenas uma promessa de grandeza na radiodifusão, mas também uma aptidão para algo maior dentro da Ordem.

Cid foi levado à Loja Luz do Horizonte, uma loja maçônica tradicional na cidade. Aquele ambiente, repleto de símbolos e rituais que remontavam séculos, fascinava o jovem. Seu ingresso na ordem não foi imediato, mas após ser observado e recomendado por vários Irmãos, finalmente foi iniciado. A loja acreditava que sua voz marcante e sua postura sempre ética representavam os ideais de retidão e sabedoria que a Maçonaria tanto prezava.

Com o tempo, o jovem Cid não apenas se tornou parte ativa da loja, como também foi elevado à posição de Orador — uma escolha natural, dada sua habilidade inata para a oratória. Seus discursos no templo eram sempre memoráveis, a voz grave e serena conquistava a atenção e o respeito de todos os presentes. Durante alguns anos, meu pai contava que ele ocupou o cargo com maestria, sendo reconhecido como um dos melhores oradores da história da Luz do Horizonte.

Porém, não foi apenas na Loja que as portas se abriram para Cid. A irmandade,  também estava conectada aos grandes círculos da mídia. Não por acaso, tanto o criador quanto o então diretor do Jornal Nacional, ambos maçons da Loja Sol e Verdade, tomaram conhecimento do jovem locutor através dessas redes. Cientes de seu talento e de sua fidelidade aos princípios maçônicos, os dois influentes maçons se tornaram peças-chave na contratação de Cid pela Rede Globo.

Assim, em 1969, Cid Moreira foi convidado a ser a voz oficial do mais importante telejornal do país, o Jornal Nacional. Embora sua entrada no mundo televisivo fosse justificada por sua competência e talento, é inegável que o poder das conexões formadas na Maçonaria desempenhou um papel significativo nesse momento crucial de sua carreira.

A partir de então, Cid consolidou seu nome não só como um ícone do jornalismo. Ele não pôde continuar na Maçonaria, em virtude de sua agenda muito complicada. Mas continuou a visitar a sua loja em alguns eventos de família e outras ocasiões. Lembro de vê-lo em alguns desses eventos de família, sempre sereno e muito discreto. Ele permanecerá eternizado, reverenciado por sua trajetória tanto no templo quanto nos estúdios.


Significado da palavra AMEN - Kleber Siqueira

 

O ensino da Torah e dos demais livros que compõe a Tanach

A palavra AMEN deriva da frase em hebraico “El Melech Ne’eman” (“Deus, Rei Fiel“), que pode ser identificada no Livro de Deuteronômio (Debarin), especificamente no capítulo 7, verso 9. Essa passagem diz:

Saibam, portanto, que o Senhor, seu Deus, é o Deus, o Deus fiel, que mantém a aliança e a benignidade com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos, por mil gerações”.

Em hebraico, a parte relevante da passagem é:

” יְהוָה אֱלֹהֶיך ָ הוּא הָאֱלֹהִים הָאֵל הַנֶּאֱמָן “

Dividindo:

  • הָאֵל (HaEl) = O Deus
  • הַנֶּאֱמָן ( HaNe’eman ) = O Fiel

Estas palavras podem ser consideradas como correspondendo às letras do que compõe a palavra AMEN:

  • א (Aleph) de “El” (Deus)
  • מ (Mem) de “Melech” (Rei)
  • נ (Num) de “Ne’eman” (Fiel)

Assim, a sigla AMEN está embutida na idéia transmitida nesta passagem, enfatizando a fidelidade e a soberania de Deus.

Desse modo, o conceito do “AMEN” na tradição judaica é diferente da frase “então seja” (no inglês, so be it).

  • A palavra hebraica “Amen” ( אָמֵן ) é freqüentemente usada no final das orações e significa “que seja assim”, “verdadeiramente” ou “em verdade”.
  • Significa afirmação, acordo e confirmação.
  • Na liturgia judaica, AMEN é frequentemente entendido como um acrônimo para “El Melech Ne’eman ” (“Deus, Rei Fiel”), sublinhando uma declaração de fé e confiança na verdade e fidelidade de Deus.

QUE ASSIM SEJA (no inglês, so mote it be)

  • Esta frase é comumente associada à tradição maçônica e a algumas outras tradições rituais.
  • É usado no final de orações ou declarações e significa “assim pode ser” ou “que assim seja”.
  • A frase expressa uma forte afirmação e uma esperança ou desejo de que o que foi afirmado aconteça.

Embora tanto “Amen” quanto o “que assim seja” sejam usados para significar acordo e afirmação no final de declarações ou orações, “Amen” carrega conotações teológicas específicas dentro do contexto da fé e prática judaica, enfatizando particularmente a crença na fidelidade de Deus. Em contraste, o “que assim seja” é mais comumente encontrado no contexto de certas tradições fraternas ou rituais e não carrega as mesmas implicações teológicas.

Os Salmos de David e o AMEN

A palavra “Amen” aparece em vários Salmos do Tanach. Aqui estão algumas referências específicas:

  1. Salmo 41:14 (41:13 nas Bíblias cristãs): Hebraico: בָּרוּךְ יְהוָה אֱלֹהֵי יִשְׂרָאֵל מֵעֹולָם וְעַד־עֹולָם אָמֵן וְאָמֵן׃ Tradução: “Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, de eternidade a eternidade. Amen e amen.”
  2. Salmo 72:19 : Hebraico: וּבָרוּךְ שֵׁם כְּבוֹדוֹ לְעוֹלָם וּמָלֵא כְבוֹדוֹ אֶת־כָּל־הָא ָרֶץ אָמֵן וְאָמֵן׃ Tradução: “E bendito seja o Seu glorioso nome para sempre; e que toda a terra se encha da Sua glória. Amen e Ameén.”
  3. Salmo 89:53 (89:52 nas Bíblias cristãs): Hebraico: בָּרוּךְ יְהוָה לְעוֹלָם אָמֵן וְאָמֵן׃ Tradução: “Bendito seja o Senhor para sempre. Amen e amen.”
  4. Salmo 106:48 : Hebraico: בָּרוּךְ יְהוָה אֱלֹהֵי יִשְׂרָאֵל מִן־הָעוֹלָם וְעַד הָעוֹלָם וְאָמַר כָּל־הָעָם אָמֵן הַלְלוּיָהּ׃

Tradução: “Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, de eternidade a eternidade. E diga todo o povo: Amen. Louvado seja o Senhor.”

Nessas passagens, “Amen” é usado para expressar forte afirmação e concordância, muitas vezes concluindo doxologias e louvores a Deus.

Passagens do B’rit Hadashah (Novo Testamento), onde o AMEN é mencionado neste mesmo significado teológico judaico.

No B’rit Hadashah (Novo Testamento), a palavra “Amen” é frequentemente usada com o mesmo significado teológico que na tradição judaica, significando afirmação, acordo e verdade. Importante lembrar que os autores dos livros que compõem o Novo Testamento eram judeus, mas escreveram os referidos livros em grego. Exceção para o livro de Mateus, escrito em hebraico.

Logo, os referidos escritos produzidos por autores que refetiam a cultura judaica e não a grega não alteraram a sua cultura original pelo simples fato de utilizarem o grego, uma lingua que era muito difundida no mundo da época de Jesus.

Exemplificando, um escritor brasileiro utilizando o idioma ingles para descrever a cultura religiosa brasileira, não iria descrever a cultura religiosa anglo-saxônica ao invés da brasileira, pelo simples fato de utilizar o idioma ingles.

Seguem alguns exemplos da aplicação do “Amen” no Novo testamento:

  1. Mateus 6:13 (Oração do Pai Nosso): “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre . Amén.” Este uso de “Amen” conclui uma oração, ecoando a prática judaica de encerrar as orações com uma forte afirmação.
  2. Romanos 1:25 : “Quem mudou a verdade de Deus em mentira, e adorou e serviu mais à criatura do que ao Criador, que é bendito para sempre . Amen. Nessa passagem, o “Amen” é usado para afirmar uma doxologia, semelhante ao seu uso nos Salmos.
  3. 1 Coríntios 14:16 : “Do contrário, quando você abençoar com o espírito, como aquele que ocupa o lugar dos iletrados dirá Amen em sua ação de graças, visto que ele não entende o que você diz?” Esta passagem destaca a prática de dizer “Amen” em resposta a bênçãos e orações, enfatizando o acordo e a compreensão comunitária.
  4. 2 Coríntios 1:20 : “Pois todas as promessas de Deus nele são sim, e nele Amen, para a glória de Deus por nós.” Este versículo usa o “Amen” para expressar a certeza e afirmação das promessas de Deus.
  5. Efésios 3:21 : “A ele seja a glória na igreja por Cristo Jesus, em todos os tempos, no mundo sem fim. Amen.” Outro exemplo de doxologia terminando com “Amen”.
  6. Apocalipse 1:7 : “Eis que ele vem com as nuvens; e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as famílias da terra lamentarão por causa dele. Mesmo assim, Amen.” “Amen” aqui serve para afirmar a verdade e a certeza da visão profética.
  7. Apocalipse 22:20-21 : “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amen. Mesmo assim, vem, Senhor Jesus. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amen.”

Os versículos finais do Novo Testamento terminam com “Amen”, significando afirmação e um desejo fervoroso pelo retorno de Cristo.

Nestes exemplos, “Amen” mantém o seu significado teológico judaico tradicional de expressar verdade, certeza e acordo, demonstrando continuidade entre as práticas judaicas e cristãs primitivas.

Amém ou Amen?

Amém com M tem o mesmo valor numérico 81 que correponde às palavras: calamidade, ídolo, deus falso, dor, Edom e iniquidade.

Amén com N tem o valor numérico 91. É o acrônimo da frase “El Melech Ne’eman” que significa “O Eterno é Rei Fiel” ou ” D’us é Rei Fiel“.

Da próxima vez que você quiser desejar uma bênção à alguém escreva e pronuncie essa palavra da forma correta:

Amen!

Sejamos Luz para o mundo

outubro 04, 2024

ARLS LIBERTAS n. 35


O prédio longo e estreito, de fachada preta, em uma íngreme ladeira da capital paulista, que margeia um dos principais monumentos da cidade, os Arcos do Bixiga, esconde uma das Lojas mais antigas do país, a ARLS Libertas n. 35,  fundada em 1921 e da qual participou como maçom, o irmão Jânio da Silva Quadros, que se tornaria Presidente do Brasil e que, como prefeito,  redescobriu e revitalizou este histórico monumento.

Publiquei a primeira edição do  livro "O caminho da Felicidade" em 2003 e comecei a fazer visitas e palestras. Uma das primeiras visitas foi a esta Loja e ontem tive a ventura de voltar a visita-la e encontrar um irmão que contou ter adquirido a primeira edição do livro provavelmente nesta ocasião.

Sob a tranquila e segura condução de seu Venerável Mestre Getúlio Barroso de Sousa Jr., que sucedeu no Trono de Salomão ao seu irmão carnal Alberto Monteiro Barroso de Sousa, assisti a uma bela sessão onde pude proferir uma mini palestra que gerou grande interesse e participação dos irmãos.

Doei um dos meus livros para a biblioteca da Loja que tem um belo museu de sua história, e recebi como brinde uma revista, editada anualmente há mais de 25 anos e que conta as realizações da Loja naquele período.

Neste dia eu comemorava 43 anos de minha iniciação na Ordem e para minha agradável surpresa a data foi festejada pelos irmãos reunidos para o agradável ágape.


ARLS GUATIMOZIN n. 66



Retorno em visita a esta Loja para assistir a excelente palestra realizada pelo irmão Allan Silvestre dos Santos sobre o tema "Rito Escocês Antigo e Aceito - buscando o que se perdeu", uma visão original e criativa do palestrante que misturou maçonaria, matemática, filosofia e medicina em uma deliciosa salada que motivou muitas reflexões. 

A sessão foi conduzida com tranquilidade pelo Venerável Mestre Roberto Kiyoshi Adaniya e ao final os irmãos presentes foram brindados com um livro.