outubro 09, 2024

ARLS COMENDADOR GOMES DA SILVA n. 90 - Frutal, MG





Fiz a palestra "O caminho da felicidade" na noite de ontem nesta magnífica Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva n. 90, em Frutal, MG, terra natal de minha amada esposa Alice.

O templo é soberbo, imenso e lindo, e ocupa uma grande área no centro da cidade. Ontem encontrava-se engalanado com a presença das famílias dos irmãos.

A palestra, agendada há muito tempo era ansiosamente aguardada, e a intensa participação dos presentes nas perguntas e comentários mostra o quanto agradou.

A sessão foi primorosamente conduzida pelo Venerável Mestre Ir. Ronaldo Oliveira Jr. e ao final as famílias compartilharam delicioso ágape.

Como sempre acontece nas minhas palestras a Loja arrecadou grande quantidade de doações de litros de óleo, encaminhadas a instituições de beneficência.

O TAU NO AVENTAL DO MESTRE INSTALADO - Paulo Valle


 

O avental do Mestre Instalado é igual ao do Mestre, porém com Taus (letra semelhante à latina T) invertidos no lugar das rosetas. 

Segundo o Irm.’. Joaquim Gervásio de Figueiredo in Dicionário de Maçonaria, O Tau é um “antigo símbolo egípcio de iniciação.

Segundo o demonstra R.F. Mackenzie, ‘era um símbolo de salvação e consagração. E como tal, tem sido adotado como símbolo maçônico do Real Arco’.

O Tau é a cruz em forma de T, e um dos mais antigos símbolos cruciformes, entre os quais se inclui o Malhete.

No Budismo do Norte significa ‘senda da perfeição’. ‘Não entraste no Tau, a senda que conduz o conhecimento?’ (Voz do Silêncio, Parte I de Helena Pietróvna Blaváski)”.

O Irm.’. Nicola Aslan in Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia afirma que o Tau, entre os antigos, era um símbolo sagrado e universal, tendo aparecido inicialmente entre os fenícios (nota: tanto Hiram era rei da cidade-estado fenícia de Tiro, quanto Hiram Abiff era um fenício de Tiro), representando as forças naturais do Sol fecundador, da terra fertilizada e, consequentemente, a vida universal.

Surgiu posteriormente como a 22ª e última letra do alfabeto hebraico (nota: Salomão era hebreu). Era o sinal dos sinais (nota: e isso se observa no Ritual de Instalação de Veneráveis Mestres).

O Tau foi adotado pela Maçonaria como um símbolo do equilíbrio, resultante do ativo e do passivo e representando a ligação do mundo material ao mundo espiritual ou como símbolo representativo da vida eterna, mas sempre indicando uma elevação puramente espiritual.

A forma do Malhete, símbolo do poder, tem a forma do Tau. E conclui que enquanto o Tau representa sacrifício e morte para alguns, simboliza para outros a vida, a eternidade e a luz que regula a parte material do homem e a própria divindade.

“É o último degrau da evolução humana, isto é, a perfeição, caminho seguro para a integração com o Ser Supremo” (nota: o Mestre Instalado pode ser considerado como sendo o último degrau dos graus simbólicos).

Quanto ao fato do Tau ser usado invertido no Avental dos Mestres Instalados, o Irm.’. F.P. Castells in “The Genuine Secrets in Freemasonry” nos ensina que a Maçonaria adotou o Tau na posição invertida chamando-o geralmente de Hiram, como um símbolo do poder e indicando a dignidade do Mestre Instalado.

Retornando ao grande maçonólogo, o Irm.’. Nicola Aslan, no Ritual de Instalação de Venerável, que elaborou para o GOB.’., cita que o Irm.’. Jules Boucher afirma que “segundo uma regra habitual, essencialmente tradicional e nitidamente obrigatória, para a conservação do segredo, de todo rito especificamente mágico, certas palavras devem ser lidas invertendo-as.

E se esta regra se refere a palavras, não há razão para que esta regra não se aplique também a sinais” e completa que “o Tau está ligado ao Mestre Instalado, tanto pelo seu simbolismo espiritualista, como pelo que ele representa no mundo material, isto é, o poder, o mando, a chefia ...” 

Finalizando, e lamentavelmente não podendo ir aqui mais longe, o Tau invertido é um símbolo privativo dos Mestres que passaram pela cerimônia de Instalação.

QUAL A VERDADE QUE INVESTIGAMOS? - Caio Reis


 

Nós, maçons, somos investigadores da verdade. 

Assim aprendemos desde o dia que ingressamos na Ordem.

Vamos então definir a qual verdade nos referimos. 

Seria Deus? 

Seria qual o nosso papel neste planeta? 

Seria a vida após a morte?

Qualquer que fosse a nossa definição uma coisa é certa: Todas essas indagações a serem investigadas, deveriam ser absolutamente desprovidas de quaisquer imposições dogmáticas.

Os dogmas são colocações imutáveis e não sujeitas a contestações e indagações.

Não creio que seria possível investigar qualquer dos temas acima mencionados se esbarrarmos em dogmas que impeçam a nossa investigação.

É bem difícil ser maçom e despojar-se muitas vezes de princípios que trazemos arraigados desde a mais tenra idade. 

Esta, porém é a única forma de investigarmos temas transcendentais e desta investigação tirarmos algum proveito.

A Constituição de Anderson é impregnada pelo espírito místico-religioso e mostra a Maçonaria como um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a fraternidade e união entre os homens e a crença na existência de Deus. 

Sobre Deus e religião dizia o Pastor Anderson o seguinte:

 “Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral. 

E se ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido, ateu ou um libertino irreligioso.”

Muito embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que ela fosse, hoje se pensa mais acertado, somente obrigá-los a adotar aquela religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões particulares para si próprios. 

Isto é, serem homens bons e leais, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam distinguir. 

Por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam em perpétua distância.

Algumas das Lojas inglesas, revoltadas com a imposição de dogmas, migraram para a França e insurgiram-se contra essa Constituição Maçônica e também com a interferência de religiosos da época nos assuntos da Ordem.

Na França, criaram o Rito Moderno que não questionava a existência  de Deus e não obrigava que a bíblia estivesse presente nas sessões maçônicas. Foram chamados de ateus, mas justificavam que esta era uma questão de foro íntimo de cada um e que tal assunto não interessava para a Maçonaria.

Foi dessa Maçonaria francesa que se originaram as primeiras Lojas brasileiras, como hoje as conhecemos. 

Faço todo esse relato para que os irmãos sintam como foi e tem sido difícil para nós maçons livrarmo-nos de tudo aquilo que impede sermos verdadeiros investigadores da verdade mesmo que transitória.

Assim, esperamos que as nossas mentes continuem cada vez mais, sendo abertas, para que possamos cumprir o nosso papel na sociedade, combatendo os fanatismos e livrando-nos de dogmas que possam servir como empecilhos para a busca da verdade.

Que o G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. a todos ilumine e guarde.



outubro 08, 2024

O QUE É O MAL PARA A MAÇONARIA? - Sérgio Quirino Guimarães


Inicio este artigo com a seguinte provocação: não existe o bom Maçom!

Isso porque, simplesmente, não há a possibilidade do mau Maçom. Bom e Mau são adjetivos que não cabem no que representa a condição de ser Maçom.

Assim como toda água é molhada e todo fogo é quente, os adjetivos que cabem ao Maçom são intrinsecos. Por ser Maçom, ele é honesto. Não! Por ser honesto, ele foi convidado para participar da Maçonaria.

Por outro lado, o MAL e o BEM "existem" na Maçonaria. Não em concepções religiosas, mas no que é mais sagrado para nós, na Moral e na Ética. De

Não podemos dizer que desconhecemos a origem do Mal, pois ele é apenas o lado fraco da natureza humana, manifestado em tudo aquilo que não é desejável ou que deve ser combatido. O Mal é o próprio vício, em oposição à virtude. Por isso, um deve estar em masmorras, e o outro, em templos.

O filósofo alemão Immanuel Kant ensinava que o ser humano teria uma PROPENSÃO para o mal, apesar de ter uma DISPOSIÇÃO original para o bem. Assim, nos reunimos em Templos para por um freio salutar a tal propensão.

E quando o Mal é mais perceptivo entre nós? Quando há disputas eleitorais! Em todos os níveis, Irmãos entram em atrito com outros por conta de cargos em Loja. Lojas que "racham" após a eleição para VM e Potências Maçônicas que surgiram por ações jurídicas em pleitos gerais.

O estudo acadêmico sobre o mal chama-se Ponerologia, que vem do grego "poneros", cujas possibilidades linguísticas originam, remetem e coadunam com diversos substantivos, verbos e advérbios, tais como: doloroso, calamitoso, doente, cruel, malicia, culpa, o diabo e os pecadores.

Desse modo, como Maçons Especulativos, quais pensamentos lhes vem à mente por essas palavras? Devemos, pois, nos conscientizar de nossas próprias fraquezas, e a principal delas é a vaidade. O Mal existe por toda parte, com suas atrações e a tentação do falso brilho das coisas.

A ganância, a inveja, a mentira, a soberba, as calúnias e a ambição mancham tronos e altares, corrompem Lojas e Potências, contaminam todos aqueles que sacrificam seus nomes e sua dignidade em razão do apetite pela vida material.

Isso, porém, é um processo salutar de aprendizado tanto para os protagonistas quanto para os coadjuvantes, bem como para aqueles que acompanham de maneira serena o desenrolar da instrução.

O Livro da Lei ensina que "Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Salmo 30:5). E qual deve ser nossa atitude com este "Mal"?

Nenhuma! O enforcado procura sua própria corda! O mal é apenas o lado fraco da natureza humana.

SE VOCÊ, DE FATO, É MAÇOM, TRABALHA PARA E COM O LADO FORTE DE SUA NATUREZA HUMANA, O BEM..



MESTRE DE HARMONIA - Roberto Ribeiro Reis

Uma vez que a Paz, a Harmonia e a Concórdia configuram-se como a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras, é imprescindível que abordemos um pouco sobre o relevante trabalho de quem é responsável pela organização musical em nossos trabalhos.

Como é magnífico participar de uma sessão, cuja Harmonia se revele, a um só tempo, suave e revigorante e que consiga reverberar - não somente pelos quatro cantos do templo- acima de tudo pelos recônditos de nossa alma.

Para tanto, sentimos que essa regência musical deve ter em seu bojo não só um maestro calmo, sereno e atento à marcha ritualística da reunião, mas também canções instrumentais que colaborem para que a sessão (de fato) seja dada como Justa e Perfeita.

Com efeito, não será ao som de uma bateria de escola de samba, “modão” sertanejo ou de um rock psicodélico de Woodstock que se logrará o êxito em nossos trabalhos; ora, se buscamos justamente sair de um ciclo denso da matéria, para buscarmos alcançar um clima espiritualizado, esotérico e (por que não) inefável, como conseguiremos formar uma egrégora ideal se não selecionarmos um repertório digno da Arte Real?

A Maçonaria, enquanto instituição milenar e eminentemente respeitada, merece ter em seu seio homens que façam jus a integrá-la, e que consigam romper as barreiras funestas que têm fragilizado a humanidade.

A vibração de um ambiente colabora para a tomada de importantes decisões em uma Oficina Real, decisões essas que hão de ressoar, inclusive, no mundo profano; se os trabalhos não conseguem tomar força e vigor – dado que desprovidos de harmonia- imaginem o resultado da sessão. Vale a pena refletir sobre isso!

Que os Maçons tenham a consciência plena e ajustada de que o Mestre de Harmonia não é um mero DJ, apresentando músicas aleatoriamente e em descompasso. Ele é um protagonista de excelência em nossos trabalhos, responsável pela produção de boas vibrações quânticas (termo muito em voga, atualmente) e pela troca de boas energias entre os Irmãos. Pelo menos, é o que todos nós esperamos e desejamos!


outubro 07, 2024

AS CONEXÕES NOS FAZEM HUMANOS - Gilson Ribeiro


"A cada avanço na tecnologia digital, somos tentados a acreditar que o progresso é linear e sempre positivo. No entanto, à medida que nossas vidas se conectam mais por circuitos e menos por afeto, percebemos que as relações interpessoais e os laços familiares parecem retroceder. 

O que ganhamos em conveniência, perdemos em presença; o que conquistamos em alcance, sacrificamos em profundidade.

Talvez o verdadeiro progresso humano não se meça pela inovação técnica, mas pela capacidade de mantermos vivas as conexões que nos fazem, de fato, humanos."

A DÚVIDA SALVA, A CERTEZA CONDENA - Sidnei Godinho


Na aviação temos uma máxima: "Na dúvida, Arremete". (arremeter quer dizer cancelar o pouso e seguir em frente)

São segundos para a tomada de decisão que pode implicar em um pouso desastroso, uma arremetida segura, ou ainda um pouso não tão desejável, mas com riscos e danos controlados.

O problema em questão é que na certeza do prosseguir, não há margem para o erro.

Enquanto na dúvida do limite ser extrapolado, a decisão por arremeter sempre lhe trará outra chance para tentar o pouso seguro.

E assim também é em nossas relações cotidianas, sejam profissionais ou passionais.

Quantas e quantas vezes nos encontramos no dilema de forçar a tênue linha do respeito (próprio ou mútuo) em discussões infindáveis, pelo Jugo da certeza, quando abortar e trocar o tópico são as alternativas da sobrevivência conjugal ou social.

Em uma relação (trabalhista, fraterna ou conjugal) Recuar não é retroceder; ter dúvidas não é fraqueza, é apenas percepção de que há opção entre se arriscar a dar certo ou usar de cautela para tentar novamente.

Aproveite o dia para refletir sobre os vôos de sua vida e lembre-se que decolar é opção, mas pousar é obrigação, contudo não precisa ser forçado, pode e deve considerar sempre suas alternativas para estar seguro e ser feliz.

A certeza pode lhe condenar, mas a dúvida pode lhe dar outra chance.

Não seja então senhor da Verdade!



ACÁCIA NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail


Não vamos entrar em discussão sobre as centenas de espécies de acácia, pois esse não é o objetivo. 

Tendo a acácia na maçonaria um papel simbólico, a espécie de acácia pouco nos importa. Vamos ao que interessa: 

Como sabemos, os judeus sofreram forte influência dos egípcios durante o tempo em que estiveram naquele território. 

Assim, muitos traços culturais, sociais e religiosos do Egito Antigo foram incorporados pelos judeus. 

Como exemplos, podemos citar a lenda de Anúbis, filho ilegítimo jogado no rio e posteriormente encontrado por uma rainha que o cria, e a lenda da arca do dilúvio, as quais foram recontadas pelos judeus e tiveram seus protagonistas rebatizados com nomes judaicos: Moisés e Noé. 

O mesmo se deveu com a acácia, árvore sagrada dos egípcios e adotada pelos judeus. 

A acácia era matéria-prima para a produção de artigos sagrados no Egito, adotada pela sua alta densidade e durabilidade, não sofrendo ataque de insetos. 

Sua goma (conhecida popularmente como “goma arábica”) era utilizada nas cerimônias sagradas de mumificação. 

Parece que os judeus aprenderam essa lição, pois a acácia foi a madeira indicada para a construção de todos os importantes objetos sagrados, como no tabernáculo, nos altares, e na arca da aliança. 

O fato de seu uso estar mais concentrado no “Êxodo” e aos poucos ser substituído pelo cedro e cipreste, confirma essa teoria da influência egípcia. 

Até aí tudo bem, mas de onde sairia a inspiração para relacionar a acácia com a lenda de Hiram Abiff ? 

Basta recorrermos a uma das principais lendas egípcias: a lenda de Osíris. 

Seth odiava Osíris, que era tido como sábio e poderoso, então resolveu matá-lo. 

Ele fez um belo caixão com as exatas medidas de Osíris e convidou as pessoas para um jogo: aquele que se encaixasse perfeitamente no caixão, ganharia o mesmo de presente. 

Logicamente, quando a vez de Osíris chegou, o caixão era perfeito, e Seth e seus cúmplices trancaram Osíris dentro do caixão e o jogaram no rio. 

Sua mulher, Ísis, o procurou por muitos dias. 

O caixão havia encalhado e sobre ele havia brotado uma… acácia. 

A acácia serviu de indicação para que Ísis encontrasse o corpo de Osíris. 

Por essa lenda, Osíris é considerado o deus da morte e da imortalidade da alma. 

Um corpo sob uma acácia e os ensinamentos sobre a morte e a imortalidade da alma soam familiar??? 

Daí a atribuir à acácia também o significado de segurança, clareza, inocência e pureza, como alguns autores querem, é forçar demais. 

Deixemos para a acácia sua bela missão de simbolizar a vida após a morte, assim como herdamos dos egípcios. 

Isso já é o bastante para um único símbolo...






outubro 06, 2024

A VIDA SEMPRE RENASCE APÓS O INVERNO - Samuel Aguiar da Cunha


Somos hoje chamados a refletir sobre os inícios e recomeços que marcam não apenas o nosso caminho maçônico, mas também os ciclos da natureza e da vida. O mês de outubro traz consigo uma convergência de símbolos poderosos: estamos no início da primavera, que celebra o renascimento da vida e a renovação da criação; vivenciamos hoje um eclipse solar, evento cósmico que nos convida a introspecção e ao realinhamento das nossas intenções; e iniciamos, no pôr-do-sol de hoje mesmo, o ano de 5785 da Verdadeira Luz, marcado por Rosh Hashaná, um momento de profunda renovação espiritual.

Assim como a primavera nos ensina que a vida sempre renasce após o inverno, somos constantemente lembrados de que o fim de um ciclo não é o término definitivo, mas o prelúdio de um novo começo. Essa mesma lição se reflete no eclipse solar, que, embora traga escuridão temporária, logo cede espaço à luz renovada. No campo espiritual, o ano de 5785, com suas tradições de introspecção e reflexão, reforça a necessidade de nos reavaliarmos e renovarmos nossos propósitos, deixando para trás aquilo que já não nos serve.

Nessa linha de pensamento, gostaria de trazer à nossa reflexão a figura simbólica do Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representando o ciclo eterno de morte e renascimento. O Ouroboros nos lembra que o fim e o começo são partes inseparáveis de um todo contínuo. Assim como o aprendiz que constantemente se aprimora e se reconstrói, nossa jornada como Maçons exige essa renovação perpétua. Cada ciclo nos aproxima mais da sabedoria, da luz e da verdade que buscamos. A cada novo início, não importa o quão pequeno ou imperceptível, encontramos uma nova chance de moldar nossa pedra bruta.

Hoje, assim como o equinócio de primavera e o eclipse, simbolizamos a união entre a escuridão e a luz, entre o término de um ciclo e o início de outro. Que este novo ano lunissolar, 5785, traga-nos a sabedoria para enxergar os momentos de recomeço como oportunidades de crescimento espiritual e moral, assim como a primavera traz o florescimento após o rigor do inverno.

Que a figura do Ouroboros nos lembre de que, mesmo nos momentos de escuridão, devemos estar prontos para o renascimento, para a reconstrução de nossos templos internos, e para recomeçar sempre, com humildade e dedicação.

Sigamos, meus Irmãos, conscientes de que cada novo início nos aproxima mais da plenitude do nosso trabalho e da realização dos princípios que a Maçonaria nos ensina.

E é assim, rogando ao Grande Arquiteto do Universo que nossa Loja e seus Obreiros continuem buscando morrer para o mundo profano e renascer para uma vida purificada e consagrada, declaro nada verificar que impeça o encerramento de nossos trabalhos, se e quando assim desejar Vossa Sabedoria e Prudência.

O TEU VOTO - Adilson Zotovici


Das tuas mãos livre pedreiro

Operárias do teu conceito  

Mudanças no augusto canteiro 

O país, mais justo e perfeito 


Está no teu voto certeiro

Não por obrigação a despeito  

Mas pelo direito primeiro 

Para dar à Nação o respeito 


Em cada preceito sobranceiro  

Teu procedimento insuspeito 

Que fizeram de ti bom obreiro 


Teu maço e cinzel neste pleito 

Brasil começa por derradeiro

Por vereador e Prefeito.

ARLS COLUNAS DO MESTRE HIRAM ABIFF n. 704

 


No dia de ontem, sábado de manhã, horário incomum, visitei uma Loja também incomum, pequena porém muita ativa e com absoluta maioria de obreiros bem jovens.

Tive o privilégio de ouvir um trabalho de qualidade excepcional de um irmão bem jovem, o que ilustra o fato de que não é a idade, mas o estudo que traz sabedoria.

O também jovem e bem humorado Venerável Mestre, Alexandre Cunha Sampaio, apesar de sua postura pessoal informal, conduziu com seriedade e estrita ritualística a agradável sessão.

A ALEGORIA DO TEMPLO NO REAA

 


NA FLAUTA MÁGICA A VISÃO - Adilson Zotovici


 

Na “Flauta Mágica” a visão

De iniciação à porfia

De Mozart, sua criação

Com outro irmão, da maçonaria


Que Tamino à exaustão

Drama que Uraeus o perseguia

Correu contrário ao “Clarão”

À três Damas de Companhia


Da Rainha da Noite a ação

Como açoite à sua filha induzia

O príncipe, que por contemplação

Pamina, sua alma, queria


Com Papageno, um falastrão

Viagem incerta seguia

Por magia, do guarda, um vilão

Pamina então fugiria


O Bem e o Mal em contenção

Como em nosso dia a dia

Que só afinal, com a perfeição

O Bem decerto venceria


Sarastro, que a erudição

Recebeu Tamino com alegria

Vindo da treva, da escuridão,

À Luz da Sabedoria !