outubro 14, 2024

DIA MUNDIAL DO ESCRITOR


 Aos intelectuais, escritores e poetas da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, artífices da palavra e disseminadores da cultura maçônica, a nossa admiração, respeito e congratulações.

A PRESENÇA DE BAPHOMET NA MAÇONARIA --Erivelto Luís de Souza



Origem do Baphomet

A figura de Baphomet tem um histórico bastante complexo e interessante, com diversas interpretações ao longo dos séculos. A relação entre Baphomet e a maçonaria, que surge em alguns círculos, é mais um produto de mitos e teorias da conspiração do que de uma associação histórica comprovada. Vamos explorar o contexto histórico de Baphomet, sua origem, evolução e como ele foi erroneamente associado à maçonaria.

O termo "Baphomet" surgiu pela primeira vez durante os Processos contra os Templários no início do século XIV. Os Templários, uma ordem militar cristã poderosa na época das Cruzadas, foram acusados de heresia, incluindo a adoração de um ídolo chamado "Baphomet". O nome pode ter sido uma corrupção de "Maomé" (Muhammad), o profeta do Islã, dado que os Templários tinham interações frequentes com os muçulmanos durante as Cruzadas. Contudo, não há evidências de que eles adorassem essa figura.

A Ordem dos Templários foi fundada em 1119 por Hugo de Payens e outros cavaleiros franceses com o propósito de proteger os peregrinos cristãos na Terra Santa. Com o apoio da Igreja Católica, a ordem cresceu em poder e riqueza, tornando-se uma das organizações mais influentes da Europa medieval.

O Processo dos Templários (1307-1312)

A relação entre os Templários e o Baphomet surgiu em um contexto de perseguição política e religiosa. O rei Filipe IV da França (conhecido como Filipe, o Belo) estava profundamente endividado com os Templários e via na sua dissolução uma maneira de evitar o pagamento e se apropriar de suas riquezas.

13 de outubro de 1307: Sob as ordens de Filipe IV, todos os Templários na França foram presos. Filipe conseguiu que o Papa Clemente V iniciasse um processo inquisitorial contra a ordem, alegando acusações de heresia, sodomia, idolatria e outros crimes.

Personagens Centrais:

Filipe IV da França: O principal instigador da queda dos Templários, motivado por suas dívidas e ambição política.

Papa Clemente V: Inicialmente hesitante, mas pressionado por Filipe IV, ele concordou em investigar a ordem e, eventualmente, dissolvê-la.

Jacques de Molay: O último Grão-Mestre , preso e condenado à morte em 1314.

As Acusações Contra os Templários

Durante os julgamentos, muitas acusações bizarras foram feitas contra os Templários, incluindo:

Renegação de Cristo e da Cruz.

Práticas de sodomia.

Beijo obsceno de iniciação.

Adoração de ídolos, incluindo uma figura chamada "Baphomet."

Origem do Termo "Baphomet":

A palavra "Baphomet" apareceu pela primeira vez durante os interrogatórios dos Templários, mas o significado do termo é incerto. É possível que o nome seja: Uma corrupção de "Maomé" (Muhammad), refletindo a ideia de que os Templários haviam sido influenciados pelos muçulmanos, com quem mantinham contato durante as Cruzadas. Nessa hipótese, "Baphomet" seria uma deturpação cristã do nome do profeta do Islã.

Uma cifra ou código esotérico. Hugh J. Schonfield, em The Essene Odyssey (1984), sugeriu que "Baphomet" pode ser um código que, usando a cifra Atbash (um código de substituição comum na antiguidade), resulta na palavra grega "Sophia", que significa sabedoria.

Testemunhos Forçados:

Sob tortura, muitos cavaleiros Templários confessaram a adoração a essa figura, embora os relatos variem amplamente:

Alguns descreveram o Baphomet como uma cabeça humana ou uma estátua com traços humanos e animais.

Outros falaram de um ícone com barba ou uma cabeça de três faces.

Esses testemunhos foram extraídos sob tortura, e, na maioria dos casos, os Templários mais tarde se retrataram, alegando que haviam confessado falsamente para cessar o sofrimento. É importante notar que não há quaisquer evidências concretas de que os Templários realmente adorassem, ou até mesmo se relacionassem, com uma figura chamada Baphomet.

Resultados dos Julgamentos

O processo contra os Templários culminou na dissolução da ordem, e muitos dos cavaleiros foram executados.

18 de março de 1314: Jacques de Molay, o último Grão-Mestre dos Templários, foi queimado na fogueira. Segundo a tradição, antes de morrer, ele amaldiçoou Filipe IV e o Papa Clemente V, e, curiosamente, ambos morreram dentro de um ano de sua execução.

Consequências para os Templários:

A ordem foi oficialmente dissolvida pelo Papa Clemente V em 1312 no Concílio de Viena.

Muitos Templários que não foram executados ou presos acabaram integrando outras ordens militares, como os Hospitalários, ou se retiraram para a vida civil.

As fortunas da ordem foram em grande parte confiscadas pela Coroa Francesa.

A Evolução do Baphomet Pós-Templários

Após a queda dos Templários, o nome "Baphomet" caiu em desuso por séculos. No entanto, no século XIX, com o surgimento do ocultismo moderno e do interesse pelo esoterismo, Baphomet reapareceu.

Éliphas Lévi (1810-1875), em seu livro Dogma et Ritual de la Haute Magie (1854), reinventou a imagem do Baphomet, criando a representação icônica de uma figura com cabeça de bode, asas e uma mistura de características masculinas e femininas. Para Lévi, Baphomet simbolizava o equilíbrio entre os opostos (luz e trevas, bem e mal, homem e mulher). Ele não conectou essa figura aos Templários, mas sim a conceitos esotéricos de alquimia e magia.

Baphomet no Ocultismo Moderno

A imagem de Baphomet que conhecemos hoje, com a figura caprina, asas e simbolismo dual (macho/fêmea, bem/mal), foi desenvolvida no século XIX por Éliphas Lévi, um ocultista francês. No livro Dogma et Ritual de la Haute Magie (1854), Lévi apresentou a famosa ilustração do "Baphomet" como um símbolo de equilíbrio entre opostos e de sabedoria oculta. Para Lévi, Baphomet não era uma entidade maligna, mas sim uma representação do princípio hermético da unidade entre os opostos. Ele conectou sua criação com a ideia do ocultismo, magia e o esoterismo europeu, mas sem nenhuma conexão direta com a maçonaria.

Relação com Deidades Pagãs

Há especulações de que a figura de Baphomet tenha sido inspirada por divindades pagãs, especialmente aquelas associadas a cabras ou chifres, como o deus celta Cernunnos ou o deus grego Pã, que representam fertilidade, natureza e os instintos selvagens. No entanto, essas associações são mais especulativas do que históricas. A imagem moderna de Baphomet, conforme desenvolvida por Lévi, tem pouco a ver diretamente com essas divindades, exceto pela estética geral da figura caprina.

A Associação com a Maçonaria

A associação de Baphomet com a maçonaria foi uma invenção do século XIX, particularmente associada a Léo Taxil, um jornalista francês que criou uma série de falsos relatos sobre a maçonaria e o satanismo.

Léo Taxil (1854-1907) lançou uma campanha de desinformação nos anos 1880, alegando que os maçons adoravam Baphomet como uma figura satânica. Ele chegou a afirmar que figuras maçônicas de alto escalão estavam envolvidas em cultos diabólicos. Em 1897, Taxil admitiu que toda a sua campanha era uma fraude, mas o mito persistiu e continua sendo alimentado por teóricos da conspiração até hoje.

Durante os julgamentos dos Templários, muitos confessaram sob tortura que adoravam Baphomet, embora as descrições variem amplamente e, na maioria dos casos, fossem forçadas. Esse episódio é amplamente considerado uma tática política de Filipe IV da França, que queria desmantelar a ordem Templária e confiscar suas riquezas.

Associações Errôneas com a Maçonaria

A associação entre Baphomet e a maçonaria surgiu no final do século XIX, principalmente com os escritos de Léo Taxil, um autor francês que fez uma campanha de desinformação contra a maçonaria. Em uma série de panfletos e livros, Taxil alegou que os maçons adoravam Baphomet, e suas histórias eram amplamente sensacionalistas e fraudulentas. Mais tarde, ele admitiu que suas acusações eram falsas, em um caso conhecido como "o embuste de Léo Taxil". Mesmo assim, essas histórias deixaram uma marca duradoura nas teorias de conspiração em torno da maçonaria.

Baphomet e a Maçonaria Hoje

Historicamente, não há evidências de que Baphomet tenha qualquer ligação legítima com a maçonaria. A maçonaria, como fraternidade, baseia-se em princípios éticos, filosóficos e simbólicos, e as alegações de adoração a ídolos ou entidades, como Baphomet, vêm exclusivamente de teorias de conspiração e autores sensacionalistas como Léo Taxil. Mesmo nos círculos ocultistas que foram influenciados por Éliphas Lévi, Baphomet é mais uma representação simbólica de conceitos filosóficos (equilíbrio, dualidade) do que uma entidade religiosa ou de adoração.

Cernunnos na Mitologia Celta

Cernunnos é uma figura central nas mitologias das tribos celtas da Europa antiga, especialmente nas regiões da Gália (hoje França e partes da Bélgica) e das Ilhas Britânicas. Ele é frequentemente descrito como um deus da natureza, fertilidade, animais e vida selvagem. Suas representações mais comuns o mostram com chifres de cervo e muitas vezes cercado de animais selvagens, simbolizando sua conexão com o reino animal e a natureza em geral.

Iconografia: Uma das representações mais famosas de Cernunnos é o "Caldeirão de Gundestrup", um artefato celta que mostra uma figura com chifres sentada, cercada de animais.

Funções: Cernunnos é frequentemente visto como o "Senhor dos Animais" ou o "Deus das Florestas", simbolizando a renovação da vida e a fertilidade, além de ser associado à abundância.

Conclusão

O Baphomet, na história, começou como uma acusação contra os Templários no início do século XIV, possivelmente como uma deturpação do nome Maomé ou como uma invenção política para justificar a destruição da ordem. A associação com a adoração de ídolos foi forjada sob tortura e usada como propaganda para desmantelar a ordem. A figura de Baphomet evoluiu no século XIX, especialmente na obra de Éliphas Lévi, que a reimaginou como um símbolo ocultista de dualidade. Posteriormente, Léo Taxil conectou essa figura à maçonaria em uma fraude que foi exposta, mas cujos efeitos perduram até hoje em teorias de conspiração.

Em resumo, o Baphomet tem origens políticas e religiosas, mas não foi uma deidade ou entidade de adoração dos Templários. A figura que conhecemos hoje é uma invenção esotérica posterior, sem base histórica nos eventos medievais originais.

Baphomet, como entidade, não é uma deidade antiga, mas uma figura que evoluiu a partir de distorções históricas dos Templários e foi reinterpretada no esoterismo moderno. Sua ligação com a maçonaria é uma criação de teorias conspiratórias, sem base factual. Historicamente, o Baphomet surgiu como um mito durante os processos dos Templários e foi remodelado no século XIX como um símbolo esotérico, não sendo associado originalmente a qualquer deus pagão específico. Autores como Peter Partner e Hugh Schonfield fornecem uma visão mais equilibrada e histórica sobre o surgimento e as transformações da figura de Baphomet..

Referências

- Autores Históricos e Imparciais Sobre o Baphomet e os Templários

Estudos sérios e imparciais sobre a figura de Baphomet geralmente se concentram mais na história da heresia e na simbologia esotérica do que em uma ligação concreta com a maçonaria ou cultos pagãos. Alguns autores e obras que discutem o tema de maneira mais histórica incluem:

Malcolm Barber, um historiador especializado nos Templários, em The Trial of the Templars (1978), explora os aspectos políticos e religiosos do processo, destacando o papel da tortura e da manipulação política nas acusações de heresia.

Alain Demurger, outro historiador especialista na Ordem dos Templários, em The Last Templar (2002), fornece uma visão abrangente do contexto e das consequências da perseguição dos Templários, rejeitando a ideia de que eles adoravam Baphomet ou qualquer outro ídolo.

Hugh J. Schonfield: Em The Essene Odyssey (1984), Schonfield discute a possibilidade de que "Baphomet" seja um código ou cifra, uma hipótese que sugere que o nome poderia ter raízes esotéricas mais profundas.

Peter Partner: Em The Murdered Magicians: The Templars and their Myth (1982), Partner oferece uma visão sobre como o mito de Baphomet surgiu durante o processo dos Templários e foi distorcido ao longo dos séculos.

Michael Baigent e Richard Leigh: Em The Temple and the Lodge (1989), os autores exploram a história dos Templários e seus mitos, incluindo as alegações de adoração ao Baphomet, colocando-os dentro de um contexto histórico.


AMICUS FRATER EST ¹ - Sidnei Godinho


Há um ditado popular, muito repetido e pouco refletido, que assim diz:

..."Você conhece o cônjuge na Separação;

Os irmãos no inventário;

E os Amigos na Dificuldade"... 

No dia a dia as relações são construídas pelas afinidades co-sanguínea, pelas juras de amor eterno ou pela confiança fraterna conquistada em amizades, por vezes mais fortes que a própria herança genética. 

Fato é que todas deveriam ser superiores às mazelas da inveja, da desconfiança e do ciúme. 

O que possuo é meu e não deveria ter ciúmes em compartilhar. 

O que o outro possui é conquista dele e não deveria invejar. 

E em ambos casos jamais se deveria desconfiar da realização própria ou d'outrem. 

Mas existe também uma outra abordagem sobre o ditado, aquela que diz respeito ao reverso da imagem negativa que se faz na primeira leitura.

Há casais que assimilam o fim de uma relação conjugal como o começo de um novo ciclo e não uma declaração de guerra.(ninguém é propriedade de ninguém para ser litigada) 

Há irmãos que compreendem que o legado dos pais é o caráter e o amor que construiu sua persona e que herança alimenta o corpo e não a alma.

E há Amigos que se reconhecem mais que irmãos, onde não se precisa pedir para receber, da atenção ao recurso, quer seja material ou por influência na representatividade de um cargo.

Uma dificuldade se manifesta por motivos diversos e um verdadeiro amigo é capaz de perceber e socorrer, até mesmo antes de ser manifesto, pois o convívio é íntimo para mensurar a sutileza das mudanças comportamentais.

E quando consciente, age, sem medir esforços, para ajudar o amigo e minimizar sua dor, de modo que ambos voltem a sorrir e contar os causos que os fizeram ser quem são.

Recentemente comprovei que Dificuldades aparecem de repente, mas que AMIGOS sempre estiveram e estarão lá para ajudar.

Os olhos não veem o agir e os ouvidos não escutam sua voz, mas as ações ecoam no resultado da intercessão. 

E num piscar de olhos o tempo passa, a aflição se vai, o problema se soluciona e a gratidão fortalece o que é e sempre foi concreto, a irmandade que se construiu. 

Aproveite seu dia e também seja grato por ter Amigos.

Aliás, vá além e avalie se esta gratidão se estende a outros que assim também lhe considerem.

O que você tem feito para isto??? 



A TOLERÂNCIA - Alcides Luiz de Siqueira


A nossa Sublime Ordem exige de seus Iniciados o cumprimento de sérios deveres e enormes sacrifícios.

A Maçonaria proclama em seus Princípios Gerais “que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o principio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um”.

A nossa Sublime Ordem proclama a TOLERÂNCIA entre os seus Iniciados.

O vocábulo TOLERAR não significa apenas ser indulgente, ser condescendente, ser transigente, ser permissivo, mas acima de tudo significa saber suportar.

No mundo atual, praticar a tolerância a cada dia exige muito de nós, pois a conturbação social e a pressão psicológica exercida sobre o homem, torna-o mais que nunca exigente, imprudente, agressivo e até inconseqüente. É nesse contexto, que tolerar assume importância fundamental entre os homens.

Se o profano sente-se desobrigado de praticar a tolerância, para o Maçom o mesmo não acontece: TOLERAR É UM DEVER. Este principio está intrinsecamente ligado a um dos fins supremos da Sublime Ordem: A FRATERNIDADE.

O Salmo 132 da Bíblia Sagrada é elogio da concórdia e união fraterna, quando diz: “Ó quão bom e quão suave é viverem os Irmãos em união! É como o perfume derramado na cabeça, que desce sobre a barba de Aarão, que desce sobre a orla de suas vestes. É como orvalho do Hermon, que desce sobre o Monte Sião, porque o Senhor derramou ali a sua bênção e vida para sempre”.

A cada dia, nós Maçons temos por obrigação exercitar a pratica da tolerância, o que facilita sobremaneira todo o relacionamento entre os Irmãos, ampliando o espírito fraterno que existe no seio de nossa entidade milenar.

A partir da Iniciação o Maçom é uma pessoa diferenciada, porque se lhe abrem as portas da verdadeira amizade. A Fraternidade que passa a viver entre os Irmãos é a exteriorização mais concreta da felicidade de ser Maçom.

A tolerância do Maçom não pode se limitar apenas ao relacionamento com o próximo. Há que ser também paciência no desenvolvimento das etapas, que permite o crescimento e o progresso individual em todos os aspectos.

Não é fácil ser Maçom. Se relacionar exige paciência e tolerância, fazer progresso na Maçonaria exige muito mais.

Ingressar na Maçonaria é um fato, fazer progressos na Ordem é outro. Manter-se motivado é fundamental para o crescimento interior do Obreiro, o que lhe dá um prazer imensurável de ser Maçom.

Não raro, Iniciados deixam a Instituição logo após o seu ingresso. A verdade é que esses Irmãos não buscam a LUZ, assim, não conseguem ver o seu brilho, tampouco descobre a sua direção. Para os que buscam o crescimento, o caminho é longo, contínuo e às vezes áspero, é preciso saber perseverar.

No seio da Sublime Ordem, é necessário querer progredir, tolerar, estudar, buscar a verdade para que haja a transformação do homem que renasceu para o mundo.

O homem profano perde-se nas solicitações mundanas. O consumismo, a falta de interiorização deixa-o esquecido de si mesmo. Sua convivência com os vícios, acaba por fazê-lo infeliz. Nessa alienação passa a buscar a felicidade fora de si mesmo, nas drogas, no fanatismo religioso e tudo o mais que foge a própria pessoa, numa fuga do seu mundo vazio. A Maçonaria é o oposto de tudo isso, daí a dificuldade de se buscar o crescimento no seu seio.

Acostumados que fomos à vida profana, às vezes perdidos na busca de objetivos vãos, encontramos dificuldades para alcançar a plenitude maçônica. É por isso que alguns desistem. Contudo, o estudo contínuo propicia o aperfeiçoamento, pois através dele há uma constante evolução de conhecimentos.

A Iniciação de novos valores fortalece cada vez mais a nossa Instituição, porque vem somar forças para a construção de sua grande obra, o bem da humanidade.

outubro 13, 2024

GESTÃO DE LOJA - Fuad Haddad

 


APRENDENDO COM IRMÃOS - Paulo Valle

 


Durante toda a vida estamos aprendendo, seja de forma deliberada, quando nos inscrevemos em curso, ou quando entramos em contato com pessoas que mesmo sem ter essa intenção nos ensinam as mais diversas coisas, às vezes muito mais valiosas do que as aprendidas nos bancos escolares.

A criança, campo fértil para o ensino e aprendizagem, vai dia a dia conhecendo o mundo que a cerca e aprende a interagir com ele, por mais inóspito que seja. Com o decorrer da idade nosso aprendizado vai mudando, algumas vezes aprendemos na escola, outras vezes com os mais velhos, amigos e até com estranhos.

Entretanto algumas vezes deliberadamente nos colocamos no caminho do aprendizado, um momento especial é quando aceitamos ingressar na Maçonaria. 

Uma pergunta que ouvi mais de uma vez foi "O que você ganha fazendo parte da maçonaria?", de fato ganhar no sentido material da expressão nós não ganhamos nada, talvez até percamos uma vez que a ordem nos impõe algumas obrigações de ordem pecuniária, no entanto o "ganho" em fazer parte da Ordem Maçônica é justamente o ensinamento que recebemos diariamente, quando nos confrontamos com a moral maçônica. Os valores morais da ordem são sólidos a ponto de modificar nossa visão do mundo.

Ao ingressar em uma sociedade que tem por fim aprimorar o homem, não é possível ficar indiferente, e a primeira coisa que nos vem à mente é fazer uma autocrítica para saber por onde começar essa mudança. Quem de nós não reconhece seus próprios defeitos, mesmo que não tenha a coragem de admiti-los publicamente.

Recentemente tive a oportunidade de reunir-me com alguns irmãos para tratar de assuntos de nossa Loja e em determinado momento um irmão me perguntou seu o ingresso na Ordem me havia modificado de alguma maneira, confesso que embora no momento não tivesse dificuldade em admitir que eu houvesse mudado nesse período, somente depois, pensando melhor é que pude avaliar o quanto foi grande essa mudança.

Apesar de ter ingressado há alguns poucos anos na instituição meus valores hoje são outros, quando olho para outra pessoa consigo ver além da imagem material que essa pessoa possui. Isso não se obtém facilmente, mas com muito estudo e perseverança, hoje tomo decisões com mais tranqüilidade e com melhor avaliação de todos os aspectos envolvidos, o conhecimento nos traz a serenidade para tomar decisões, isso evidentemente não impede que erremos, mas certamente erramos menos.

A Maçonaria, dado a seu aspecto universal e ecumênico, onde convivem pessoas de todos os povos, raças e religiões, é possivelmente a única entidade com condições de realmente levar a fraternidade a todos os recantos da terra, seus ensinamentos permeiam a sociedade em diversos níveis, visto que temos em nossas fileiras Irmãos de todas as classes sociais.

Se isso, no entanto é um privilégio, por outro lado nos impõe uma obrigação, pois de nada serviria uma organização com essas características se ela não tiver o poder de transformar o mundo. Hoje vemos diariamente nos meios de comunicação atrocidades sendo cometidas em várias partes do planeta, e parece que isso não consegue mais nos indignar.

Em que momento deixamos que isso ocorresse conosco? Como pode um pai de família ouvir com indiferença que uma criança foi molestada sexualmente dentro de sua própria casa pela pessoa que devia protegê-la, em que momento perdemos nossa capacidade de revolta e indignação?

Onde estão os milhões de maçons espalhados pela terra, quando essas ações se perpetuam? Há pouco tempo ouvi de um eminente maçom uma frase que no primeiro momento me chocou, mas depois percebi que ele tinha a mais completa razão; dizia ele que a Maçonaria é respeitada por todos os setores da sociedade, menos pelos próprios maçons. Ele dizia isso no sentido de que o maçom não percebe a força que tem e não age por que não acredita em seus próprios méritos.

Nossos irmãos em outros tempos modificaram a face deste mundo, derrubaram monarquias absolutistas, participaram decisivamente na independência de vários países, inclusive o nosso, libertaram escravos e tornaram o mundo mais humano. E nós no conforto de nossos lares não temos a coragem de organizar uma ação que modifique esse estado de coisas em que vivemos.

A criança que hoje nasce espera receber de nós o exemplo e a sinalização do caminho a ser seguido, se o que ensinarmos for indiferença e inércia, não podemos esperar que eles aprendam coisa diversa.

A oportunidade que temos de reunirmos, semanalmente em um ambiente reservado, onde podemos tratar livremente de qualquer assunto, é um privilégio que não podemos desperdiçar, lembrem-se que os nossos irmãos de outrora chegaram a ser mortos simplesmente por serem maçons.

De que vale o conhecimento e o aprimoramento pessoal que adquirimos se isso não for o motor de algo maior que nós mesmos? Acredito que a solução de graves problemas estão mais próximos da solução do que nós imaginamos, basta vencermos alguns vícios, como orgulho e vaidade e unirmos em torno de um objetivo comum. Já dizia o filósofo "Você pode escolher o que plantar, mas será obrigado a colher o fruto de seu trabalho"

A SEMENTE E A LUZ - Adilson Zotovici


Em meio ao breu e silente

E que a germinar se faz jus

O semeador creu pungente

E a transformar-se a induz


Na escuridão tão fremente

Uma boa rega a seduz

E ainda grão,  quão  temente

Cede ao " clarão" e se  conduz


Vislumbrou aturdida à frente

A vida, o plantio que se produz

E se inebriou renitente


Nova planta à porfia reluz

Encanta, não volta à semente

Era a  "Sabedoria...a Luz"  !




outubro 12, 2024

OLHOS DE VER, OUVIDOS DE OUVIR: - Aldy Carvalho


Olhos de ver, ouvidos de ouvir

 Atentos às paixões que nos cegam

Irmãos, semeemos o bem e o bem havemos de colher.

As paixões, normalmente pregam peças, nos desviando do bom caminho.

Se considerarmos que nossas dificuldades são vazios de nossas imperfeições que a vida em suas leis naturais tenta por no prumo; que o nosso cotidiano é povoado por desajustes emocionais e incertezas perante a vida e que, muitas vezes esses desajustes e incertezas se dão por sucumbirmos aos apelos de nossas vaidades;

Considerando ainda que pregamos e buscamos internalizar em nossas mentes ser fundamental para galgarmos degrau mais elevado na escada de Jacó, vencer nossas paixões. É preciso que estejamos atentos para que o materialismo que se nos apresenta diuturnamente com seu canto de sereia imediatista não nos tampe os sentidos.

A busca desenfreada por uma felicidade, muitas vezes estampada em promessas fáceis, muitas delas, corriqueiras, encontradas no mercado da fé, atropela-nos o caminho da evolução enquanto seres reconhecidamente destinados ao progresso.

É preciso que estejamos atentos para o trabalho diário e constante de burilamento do nosso templo interior, fazendo vôos razantes, para dentro de nós mesmos no afã de nos reconhecermos capazes de cada vez ser melhores e assim usar bem das nossas potencialidades. "Todo campo de ação humana tem prazeres fáceis e caminhos pueris”, no entanto, temos diante de nós, usando do bom dissernimento, no caminho das boas realizações, o caminho que edifica.

Na luta diária do trabalho pelas realizações, tantas vezes confundimos conquistas e vitórias pessoais com o trabalho solidário que devemos empreender em prol do bem comum.

Sejamos calmos e prudentes, porém atentos aos ensinamentos das léguas que percorremos nesta vida, permitindo que o G A D U acenda em nós a luz para que, percebendo os erros e defeitos que nos atrasam o caminho do progresso, possamos aparar as arestas da rugosa e bruta pedra em que nos encontramos. Só assim caminharemos a passos largos, necessários à pedra polida que almejamos.

É assim, aguçando os sentidos num labutar diário que teremos olhos de ver e ouvidos de ouvir, rogando sempre ao G A D U, acenda em nós a luz da verdade, do conhecimento, que nos libertará da cela do egoísmo e do orgulho onde todos os males tem seu princípio. Luz que nos livrará das algemas da vingança, do cárcere da ignorância. Luz que nos dará a verdadeira faculdade para, alegremente, ativos, pacíficos, mas jamais passivos, cavar masmorras ao vício e levantar templos à virtude.

QUE O G.: A.: D.: U.: A TODOS NÓS, ILUMINE IGUAL





PORQUE É LIVRE E DE BONS COSTUMES - Nery Saturnino Dutra


O ideal dos homens livres e de bons costumes, que a sublime Ordem ensina, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e, pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeitos compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos. De

No mundo da atualidade, conturbado pela incompreensão e pela ganância, mais do que nunca é necessário que brilhe no coração dos Irmãos a flama do ideal maçônico; que os obreiros, almas que se ornam pela bondade, forças que se unem pelo amor, vontades que se harmonizam pelo desejo de espalhar luz sobre seus semelhantes, tornando-os bons e caritativos, sejam orientados e guiados na trajetória que os leva a perfectibilidade.

Livre, palavra derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.

A qualidade ou condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e, principalmente moral.

Em decorrência de ser livre, vem à liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.

Bem verdade é que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde o homem vai aprimorar-se em benefício dos semelhantes, desenvolvendo qualidades que o possibilitam ser, cada vez mais, útil à coletividade.

Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.

O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta.

Ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali. Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões vis, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.

Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem está escravizado a vícios.

Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.

Não é homem livre, quem se chafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidades, anulando-as. Maçom livre é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam que desonram que degradam.

O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.

Ser livre é ir mais além, é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Sendo livre e por consequência, desfrutando de liberdade, o homem deve sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.

Os bons costumes referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade ou decoro social. A ideia e o sentido dos bons costumes não se afastam da ideia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito.

O bom maçom, livre e de bons costumes, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e nos desvia do mal.

O bom maçom, livre e de bons costumes, é leal.

Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos.

O bom maçom, livre e de bons costumes, cultiva a fraternidade, porque ela é a base fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora.

O bom maçom, livre e de bons costumes, recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um semelhante.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não se abate jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem.

O bom maçom, livre e de bons costumes, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os.

O bom maçom, livre e de bons costumes, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo suas dores, que nos aperfeiçoamos.

O bom maçom, livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude, que ele deve cultivar.

O bom maçom, livre e de bons costumes, é amigo da família, porque ela é a base fundamental da humanidade.

O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não humilha os fracos, os inferiores, porque é covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes.

O bom maçom, livre e de bons costumes, trata fraternalmente os demais para não trair os seus juramentos de fraternidade.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não se desvia do caminho da moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da maçonaria.

O bom maçom, o verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer. Não promete senão o que pode cumprir.

Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia, o ódio destrói, só a amizade constrói.

O homem que se embriaga é indigno de ser maçom, porque ser ébrio é ser de maus costumes e quem é escravo da bebida, não é livre e o maçom deve ser livre e de bons costumes. Finalmente, o verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque tal fazer é trair os sentimentos de fraternidade.

O maçom, o verdadeiro maçom, não tem apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom maçom deve cultivar. Os vaidosos buscam posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam o trabalho em que façam destacar a maçonaria.

O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem.


outubro 11, 2024

A CORDA DE 81 NÓS


“”A Corda poderá ser natural ou   esculpida nas paredes, mas os nós deverão ser eqüidistantes e, sempre em número de oitenta e um, coisa que nem sempre acontece na maioria dos Templos, tirando todo o seu simbolismo.

        Há três razões para que A Corda tenha realmente os 81 nós:

       O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, Número Perfeito e de alto valor místico, para todas as antigas civilizações:

Três eram os filhos de Noé (Sem; Cam e Jafé - Gênese, 6,10).

Três os varões que apareceram a Abraão (Gênese 18,2).

Três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4,6).

Três as negações de Pedro (Matheus, 26,34).

Três as virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor - Corintos I, 13,13).

      Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões:

Shamash, Sin e Ichtar, dos Sumérios.

Osiris, Isis, Horus, dos Egípcios.

Brahma, Vishnu e Siva, dos Hindus.

Yang, Ying e Tao, do Taoismo.

Pai; Filho e Espírito Santo, da Trindade Cristã.

        O número 40 ( quarenta Nós de cada lado, extraindo-se o nó central) é o número simbólico da Penitência e da Expectativa:

Quarenta foram os dias que durou o Dilúvio (Gênese, 7,4).

Quarenta dias passou Moisés no Sinai (Êxodo, 34,28).

Quarenta dias durou o jejum de Jesus (Mateus, 4,2).

Quarenta dias Jesus esteve na Terra, após a ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1,3).

O Nó Central representa o Número UM, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é um número sagrado.

Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir, entre todos os Maços do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos da Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos,  em qualquer parte do planeta.”

COLOCAR O TRONCO POR OUTRO - Pedro Juk


Em época não tão distante, tínhamos um costume de pedir a outro Irmão que nos representasse no Tronco de Beneficência quando não podíamos, por algum motivo de força maior estar de corpo presente em uma dada sessão. Entendíamos que essa prática era benéfica para Loja e para o propósito do Tronco. Essa prática com o tempo caiu em desuso, alguns irmãos dizem que fora proibida pelo GOB, mas o documento com essa publicação até hoje não encontrei. Qual o mal que isso traria para a Instituição, já que as Lojas possuem autonomia própria para dar o destino ao Tronco da melhor forma em benefício dos irmãos e/ou seus dependentes? Gostaria de um parecer do irmão.

CONSIDERAÇÕES.

Não se trata de proibição, mas sim de um retorno ao verdadeiro significado desse ato ritualístico. A bem da verdade, ser representado na coleta do Tronco sem estar presente na sessão é atitude incorreta.

Para os ritos que possuem a coleta pelo giro em Loja, o resultado da coleta deve ser apurado e anunciado na mesma sessão em que houve o giro, isto é, na presença dos Irmãos presentes nos trabalhos. Essa atitude tem o fito de reforçar a lisura que sempre deve acompanhar as práticas maçônicas.

A caridade em Maçonaria é sigilosa e para tal aprendemos que em Maçonaria o Tronco da Solidariedade, ou de Beneficência, simboliza a expressão lata de como se praticar a caridade com sigilo e sem ostentação. Assim, o giro não permite que se saiba quem deu mais ou menos, ou quem nada pode dar naquela oportunidade.

Atendendo a esse ensinamento é que o coletor e o contribuinte se colocam de forma peculiar quando do ato da coleta.

“Tu, porém, ao dares a esmola, ignora a tua mão direita o que faz a tua esquerda”.

Quanto aos recursos que cada um pôde dispor para a caridade, o ensinamento praticado desde a Iniciação inspira-se na oferta da “pobre viúva”, cuja contribuição, oferecida da sua própria indulgência, o Divino Mestre considerou mais importante do que todas aquelas advindas dos que ofereceram da sua própria riqueza.

Desse modo, o costume é de que apenas os presentes na sessão devem participar da coleta, não sendo apropriado alguém fazer e anunciar a doação por outrem que não esteja presente no ato.

De modo prático, se alguém quiser reforçar o Tronco doando por um Irmão ausente, que então o faça sigilosamente, porém sem fazer comunicação à assembleia. Ora, o importante não é saber quem deu, quanto deu ou se nada naquele momento poder dar. O importante é o ato de solidariedade que está ali sendo representado – a doação não precisa de vir acompanha de “toques de trombeta”.

Cabe mencionar que certos fatos merecem ser vistos sob a óptica da ética e da moral e não pela autonomia da Loja, por exemplo. Obviamente que o produto do tronco é para os necessitados e as doações arrecadadas no giro ficarão à disposição do Irmão Hospitaleiro, que é o oficial que simboliza a virtude da caridade.

Atente-se que por trás da liturgia da coleta há uma belíssima mensagem que é a de se fazer caridade com justiça e sem ostentação.




AS VIRTUDES TEOLOGAIS E CARDEAIS - Almir Sant'Anna Cruz



No Painel de origem inglesa de autoria do Irm.’. John Harris, usado no Grau de Aprendiz por algumas Obediências e Ritos, estão presentes na Escada de Jacó os símbolos representativos das Virtudes Teologais e nos uatro cantos do Painel, Borlas representando as Virtudes Cardeais.

De acordo com os Rituais que fazem uso do Painel inglês,, as três principais virtudes são a Fé, a Esperança e a Caridade, representadas nos degraus da Escada de Jacó, respectivamente, pela Cruz, pela Âncora e pelo Cálice ou Taça com a mão em atitude de a alcançar.

Digno de nota é o fato dessas virtudes serem consideradas pela Igreja Católica como sendo as Virtudes Teologais, ou seja, as virtudes infusas na alma por Deus, por terem o próprio Deus por objeto imediato.

Segundo a interpretação da Igreja Católica, “A Fé inclina e capacita o intelecto e a vontade a aceitar a palavra de Deus e a aderir à sua autoridade, que a revela. A Esperança inclina e capacita a vontade a ter confiança que Deus lhe dará a vida eterna e a graça para merecê-la. A Caridade inclina e capacita a vontade a amar a Deus, por ser quem é, a si mesmo e ao próximo por causa de Deus”.

No Ritual do Rito de York – Emulação, encontramos a seguinte explicação: “Fé no GADU, Esperança na salvação e Caridade para todos os homens (...), porque, pelas doutrinas contidas no L das SSEE somos ensinados a crer na benevolência da Divina Providência, crença que reforça a nossa  fé (...); esta fé, naturalmente, cria em nós a esperança de nos tornarmos participantes das promessas abençoadas ali descritas (...) O Maçom que possui essa virtude (a Caridade), no mais amplo sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão”.

Além das três Virtudes Teologais, a Igreja Católica destaca ainda quatro outras, chamadas Virtudes Cardeais, por serem as quatro principais virtudes morais: a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança.

Para os budistas, a Fé está presente em qualquer consciência saudável e se faz necessária enquanto não se alcança a Sabedoria, que é a verdadeira semente sem a qual o crescimento espiritual não pode começar. 

As Virtudes Cardeais dos budistas são: a Sabedoria, a Fé, o Vigor (a Força), a Atenção e a Concentração.

Além de todas essas virtudes já mencionadas, muitas outras deverão ser estudadas e praticadas pelo Maçom que efetivamente aspire a Perfeição.

Excertos do livro Personagens Bíblicos da Maçonaria SimbólicaI nteressados Contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

ARLS CAVALEIROS DA GRUTA AZUL n. 819

 


O nome da Loja ,"Cavaleiros da Gruta Azul" é um tanto estranho, mas perfeitamente adequado. O templo é pequeno, aconchegante, todo em azul, "ton sur ton" como dizem os decoradores. Paredes, teto, cadeiras, e os aventais dos irmãos, o azul transmite uma sensação de acolhimento e paz.

A primeira impressão foi a de irmãos simpáticos e bem humorados, enquanto aguardavamos o início da sessão. Durante os trabalhos, através dos comentários, a certeza de que é uma Loja muito inteligente e estudiosa.

A sessão conduzida com leveza porém com rigor ritualístico, pelo VM Silvio dos Santos  Barbosa foi notável pelo aprendizado e ao final, no amplo salão, os irmãos confraternizaram em torno de um delicioso churrasco.