outubro 31, 2024

O QUE É A MAÇONARIA? - Sérgio QUIRINO Guimarães


(Qual é a BASE da Maçonaria?)

Creio que há centenas de definições a esse questionamento, e cada uma encaixa-se perfeitamente, conforme o ambiente, os interlocutores, as situações e, até mesmo, os sentimentos. Pode ser tanto a melhor coisa do mundo quanto uma grande bobagem.

No entanto, para ter certeza, é preciso conhecer, compreender, aceitar, praticar, propagar e ser as respostas a sete perguntas:

Qual é a BASE da Maçonaria?

Qual é a REGRA da Maçonaria?

Quais são as CAUSAS da Maçonaria?

Quais são os PRINCÍPIOS da Maçonaria?

Quais são os FRUTOS da Maçonaria?

Qual é a FINALIDADE da Maçonaria?

Quando FINALIZA a Maçonaria?

Como o tema é extenso, vamos dividi-lo em sete artigos dominicais.

Qual é a BASE da Maçonaria?

Nossa associação de homens escolhidos é sustentada e tem por gênese convicções doutrinárias, porém não dogmáticas, indiscutíveis.

A LIVRE PROCURA DA VERDADE É O CONTRAPISO DE NOSSO PAVIMENTO.

É na dualidade complementária, do ponto de vista alegórico, apresentada nas peças de cores antagônicas, que se representa a materialidade no ocidente. Visualizamos que a vida acontece por um PRINCÍPIO CRIADOR, o qual arquiteta tudo que nossos cinco sentidos físicos podem captar e os outros sentidos mais sutis podem intuir.

Nessa relação entre a Criatura e o Criador, desenvolvem-se os sentimentos e as ações de honrar e admirar, consubstanciando a natureza divina na matéria que, por sua vez, serve e torna-se instrumento material para o divino.

A instrução está em Gênese, capitulo 1, versículo 26: "Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...".

Não que Deus tenha as rugas carnais do homem, mas que o homem possua os traços espirituais de Deus. Que a "semelhança" seja compreendida não como o poder de criar, mas como a força de cuidar.

Os sinônimos de base são apoio, suporte, sustento, sustentação, sustentáculo, escora, esteio, firmamento, pilar, eixo, assento e arrimo, que se encaixam quando visualizamos a matemática das formas traçadas pelo compasso de um geômetra imaterial.

Não se trata de graus ou títulos, mas de, a cada oportunidade, por em prática, a nível material, psicológico e espiritual, os fundamentos teóricos e práticos que sustentam a compreensão e a aplicação dos princípios maçônicos.

NOSSA BASE É O QUE REPRESENTA PARA NÓS O G.'.A.'.D.'.U.'.

 


outubro 30, 2024

Mágoas de um Maçom - Roberto Ribeiro Reis



O rancor pode ser como um rio,

Cuja maldade no mar deságua;

É preciso acabar com a mágoa,

Para o Maçom isso é desafio.


O perdão é o bem que abrasa,

A mágoa só congela e traz frio;

O Irmão perdoa e sente arrepio,

Sabe que o ranço só o arrasa.


É vital exercer o esquecimento,

Sabedor de que tudo isso passa;

O bom Obreiro o mal ultrapassa,

Consegue assim seu crescimento.


Perdoar é como um bom fermento,

Concede a misericórdia à massa;

Persegue a bondade e a devassa,

Com a força de bom pensamento.


Atrever-se a esse preciso polimento

É atitude em extinção ou escassa;

O Pedreiro que o faz só compassa,

É digno dum especial tratamento.


Receberá a vida plena e o aumento

Incondicional do seu estado de graça;

O revés não atravessará sua vidraça.

O GADU está neste empreendimento.

TRONCO DE SOLIDARIEDADE E BOLSA DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES



Autores: Benedito Caralli Junior - AM; Eduardo Nahkur Junior - AM; Jefferson da Rocha Cassarotti - AM; Rafael Luiz Ceconello - AM; Rodrigo César Cardoso - AM.

“Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro grande mandamento. O segundo é: amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Tronco de Solidariedade

Como Aslam: “Galicismo que se aplica à bolsa ou sacola que circula na L e na qual se recolhe o óbulo dos Maçons presentes.

A palavra “Tronco” vem dos franceses “Tronc”, pois foi este povo quem consagrou tal denominação, a caridade sigilosa e sem distinção era, também, o salário dos CComp e dos MMM e foi derivado da palavra .

Solidariedade, do latim: solidarius – qualidade do solidário, dependência mútua entre os homens, sentimento que leva aos homens se auxiliarem mutuamente.

O tronco de solidariedade nos lembra a caridade.

O termo caridade, do latim: caritas, caritatis – significa “amor ao próximo”, no cristianismo significa “amor a Deus e ao próximo”. Portanto, temos na caridade a manifestação do amor incondicional – a Ágape.

O tronco possui várias denominações como: Tronco ( ou Bolsa) da Beneficência, dos Pobres, é recolhido pelo Ir Hosp ou quem o substitua, que o faz circular em todas às reuniões maçônicas, sejam ordinárias ou administrativas, para socorrer os necessitados através dos donativos colhidos.

No Rito de Menfiz1 é designado pelo nome de Tzedaka que em Hebraico significa “Justiça e Caridade”.

1 Menfiz – “Rito também chamado Oriental, fundado pelos Irmãos Marconis e Moulet em 1839,

introduzido em Paris, Marselha e Bruxelas e baseado em muitos graus do Rito de Misraim e na tradição caldéia.” – Dicionário de Maçonaria

Sua origem, afirma-se, vem do papado de Inocêncio III, que pontificou entre 1198 e 1216. Era um tronco de madeira oco, com uma tampa e destinava-se às dádivas.

Também, era pratica contumaz a coleta por parte da Igreja Católica assim como o dizimo pelas Sinagogas.

O giro do Tronco é obrigatório em todas as reuniões, assim como sua suspensão.

O Tronco da Solidariedade deve circular em segredo e que ninguém saiba o quanto seu Ir à sua direita ou à esquerda ali depositou.

“Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa”

“Tu, porem, ao dares a esmola, ignore a tua esquerda o que faz a tua direita” – (Sermão da Montanha, MATEUS 6/2, 3)

Sua receita, salvo em contrário da L, será escriturado em livro especial e deverá ser aplicada na beneficência maçônica da Of Caso um Ir do quadro se encontre em dificuldades deverá dirigir ao VM, ou aos Ir Hosp e Tes relatando seus problemas para serem devidamente resolvidos seja por reforço do Tronco ou por coleta especial.

O Tronco também pode ser destinado a OOb não pertencentes ao quadro, uma vez comprovada a sua necessidade.

O Tronco de Solidariedade que vemos percorrer no interior da Loja é possuidor de um equivalente espiritual do qual deve estar devidamente relacionado. Para levar a mão ao interior da bolsa, ela deve partir do lado esquerdo do tórax, na altura do coração de dentro da roupa para fora, como se fosse uma saudação maçônica.

O significado desse ato revela-se de muita importância, pois nesse momento, junto com a sua mão direita o Ir coloca dentro da sacola seus sentimentos de bondade, caridade e amor destinado àqueles que serão amparados por este óbolo material e seu equivalente espiritual.

O tronco nos faz pensar que devemos ser solidários entre os IIr para aprendermos a sermos com toda a humanidade.

A arrecadação do tronco é creditada a Hospitalaria e terá como destino o verdadeiro objetivo da Maçonaria, a ajuda ao próximo – o sacrifício pelo próximo e o desprendimento pela matéria para assim aprendermos o caminho Cristico.

Bolsa de Propostas e Informações

Temos por propostas algo que se oferta como sugestão ou comprometimento, e por informação, um comunicado, noticia ou dados sobre algo ou alguém; conhecimento – instrução.

A bolsa em si, como o Tronco de Solidariedade, é um receptáculo, de formato oblongo, com abertura suficientemente grande para se colocar uma folha de papel dobrada em dimensões tais que não sejam percebidas por outrem.

No REAA, no Ritual do GOB o giro da Bolsa se faz antes da Ordem do Dia, por determinação do VM, anunciando em ambas as colunas e executado pelo M de CCer, sendo obrigatório em todas as sessões.

Durante a circulação os IIr deverão colocar a mão direita fechada dentro do saco e tira-la aberta, sem fazer nenhum sinal antes.

No momento da circulação o M de CCer terá como único instrumento de trabalho o saco de propostas, não devendo portar mais nenhum outro objeto consigo (bastão ou espada).

O REAA se utiliza do saco de propostas e informações para colher dos IIr suas contribuições não em moedas cunhadas, porem, em CCol GGrav que precisam ser decifradas pelo VM para transmissão a todos os presentes na Oficina.

Após se achar suspenso o giro e ser anunciado nas colunas o VM deverá contar e decifrar o conteúdo da Bolsa, que renderá um numero de CCol Grav ou apenas “bons fluídos” achando-se vazia.

Será feita a contagem das CCol GGrav acompanhado pelos Orade Secr para que não haja fraude ou incorreções por parte do VM e para que sejam consignadas na ata.

O ato de decifrar se dá de forma imparcial e deverá o VM se utilizar de bom senso e imparcialidade.

Nesse momento, poderá o VM optar por deixar algumas das CCol GGrav sob malhete, ou seja, em suspenso, para que seja verificado por uma comissão especifica, ou levantados os fatos ali declarados, ou por se tratarem de outro grau.

As CCol que ficarem sob malhete deverão ser apresentadas, no máximo, na próxima reunião e adiado por mais uma a sua leitura para verdadeira apuração do conteúdo.

“CCol GGrav” – CCol pois são os sustentáculos das informações que são apresentadas, posto que sob isso é construída uma noticia à Of . – GGrav porque todas as informações de propostas de profanos para filiação ou proposta de aumento de salário, por exemplo, devem ser feitas por escrito.

O saco de proposta e informação poderá conter, entre inúmeros documentos: certificados de presença; pedidos, petições, comunicação de eventos ou de qualquer assunto que seja pertinente a L.

Para que todas as petições sejam válidas e para constarem na ata da sessão, devem ser apresentadas pelo Saco de Propostas e Informações.

*Giro do Tronco de Solidariedade e da Bolsa de Proposta e Informações*

A circulação deverá ocorrer de maneira formal quando não, será designado pelo VM que circule de maneira mais simples.

Formalmente o giro da Bolsa deverá seguir o mesmo utilizado na coleta da Hospitalaria, sendo nesta seqüência: VM ; PV ; SV ; Orad ; Secr e Cobr Int; e demais Irr.

Ao se colocar as mãos dentro do saco, o VM coloca também ali seus fluidos de energia, somando-se aos dos demais IIr por ordem hierárquica. Dessa forma, mesmo que nada de físico se deposite, os IIr estarão colocando um pouco de si ali dentro.

De maneira mística, o maçom estará contribuindo beneficamente com os chamados “bons fluidos”.

Ao caminhar pelo templo durante o giro, seja o M CCer ou o Hosp, serão criados dois triângulos eqüiláteros entrecruzados com ápices opostos, montando a representação da Estrela de Davi.

VM Orad Secr Hexagrama

PM SM Cobr Int

Os triângulos poderão representar as duas naturezas humanas: masculina e a feminina; e pode representar a relação espírito – matéria.

O triângulo criado pelos VM – PV – SV representa o espírito, a condução espiritual da Loja, e o triângulo formado pelo Orad – Secr e Cobr Int sendo o ápice inferior: a materialidade, pois a eles compete a execução das atividades materiais da Oficina.

Visto a rica simbologia envolvida sobre a estrela de seis pontas ressaltamos que caberia perfeitamente outro trabalho para explanar sobre esse símbolo, dentre muitos significados, seria a união perfeita entre o masculino e feminino com a criação de um novo ser e o símbolo de uma Loj Justa e Perfeita.

BIBLIOGRAFIA

RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ – REAA - GOB – 2003

LAROUSSE, Grande Enciclopédia Cultural

CARVALHO, Assis – Caderno de Estudos Maçônicos, 1º Edição - Ed. A Trolha – SP - 1986

FIGUEIRESO, Joaquim Gervásio de – Dicionário de Maçonaria, 4º Edição – Ed, Pensamento – SP

ASLAN, Nicola – Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – VOL IV – 1976 – Ed. Artenova S.A – RJ

VAROLI, Theobaldo Filho – Curso de Maçonaria Simbólica – 1º Tomo – Ed. A Gazeta Maçônica – SP

CAMINO – Rizzado da, Simbolismo do Primeiro Grau – Aprendiz – 2º Edição – Editora Autora - RJ

A polidez é um primeiro passo para se construir grandes coisas, pois a polidez por si só não é suficiente. Mas ela distingue aquilo que temos de humano, de nossa animalidade.

Fonte: Barão de Tschoudy, nº 184